AS PROFECIAS BÍBLICAS E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.

Meu intento com este opúsculo é demonstrar que grande parte das profecias bíblicas que muitos estão esperando que se cumpram já se cumpriram: a última semana da profecia de Daniel ou a grande tribulação, a profecia sobre Gog e Magog, e grande parte do livro do Apocalipse, todas estas profecias bíblicas apontam para um único evento, a 2.ª Guerra Mundial. Como sabem todos os estudiosos da Bíblia, é costume da escritura referir-se ao mesmo assunto ou acontecimento de diversas maneiras, e como disse o grande São Boaventura, um lugar se liga a mil outros.

Não se trata de nenhuma apologia do nazismo, do facismo ou de qualquer tipo de violência, mas de uma tentativa de enquadrar este terrível acontecimento histórico dentro da perspectiva cristã. Para os cristãos que por acaso se sentirem ofendidos ou escandalizados, o que posso dizer: que o tempo do juízo de Deus já chegou, e que o Senhor não terá misericórdia para sempre. Como minha capacidade está longe de ser suficiente para tratar de assuntos tão grandiosos, recorrerei aos escritos e comentários bíblicos de grandes personagens do cristianismo, como São Jerônimo, São Boaventura e outros, na tentativa de jogar um pouco de luz nestes temas tão controvertidos, que vemos dia após dia em todos os meios de comunicação, com muita especulação e pouco resultado.

As controvérsias sobre o ‘messianismo’ de Hitler sempre existiram, e não penso que este seja um assunto fácil ou agradável, mas como se verá mais adiante, penso que isto é um fato inegável, como qualquer um pode comprovar estudando estas profecias com cuidado e sobriedade. O grande problema é que Deus mandou Hitler para realizar um juízo, e não para anunciar boas novas. Como disse São Bernardo: ‘nossa abelha não tem ferrão, mas chegará o tempo em que ela cravará o seu ferrão na medula dos pecadores’, alusão à vida de Cristo e ao seu retorno como juiz, no fim dos tempos.

Faço minhas aqui as palavras de São João Bosco: “considero extremamente difícil comunicá-lo aos outros de maneira inteligível, como se verá pelo que segue.”

O ARMAGEDOM.

Armagedom é uma palavra hebraica que São Jerônimo, em seu livro da interpretação dos nomes hebreus traduziu assim: consurrectio tecti sive consurrectio in priora. Sed melius mons a latrunculis vel mons globosus. Consurrectio quer dizer: ação de se levantar juntamente. Tecti pode ser o plural de tectum ou de tectus. O primeiro quer dizer teto, telhado, casa, morada, caverna, covil. O segundo, coberto, oculto, secreto. Consurrectio in priora, no nosso contexto só pode significar um retorno ao paganismo, ao mundo livre do jugo de Deus, aos cultos pagãos e à idolatria do sexo e do dinheiro, quer dizer, a uma miserável escravidão do pecado e por consequência, do demônio. Mons a latrunculis, quer dizer, monte de ladrões ou mercenários, e mons globosus, o que indica que a conflagração atingiria grande parte do mundo.

O cenário aqui descrito nos leva a pensar naquela parte do livro do Apocalipse que descreve a grande besta, quer dizer, a Europa do período entre guerras, construída sobre as bases do antigo Império Romano. “Os chifres odiarão a prostituta”, quer dizer, todos os povos que os romanos submeteram durante muito tempo se revoltarão e odiarão a prostituta, Roma. De certa forma, tudo isso já se realizou. Deve-se ter em mente que, como no livro de Daniel, os grandes reinos do mundo são chamados de bestas devido a sua fereza e crueldade, e não por serem entidades malignas em si mesmas.

Grande parte dos comentadores concorda que as sete cabeças da besta são os sete imperadores romanos, começando com Nero e terminando com Nerva. Vitorino de Petóvio (séc. III), em seu comentário ao Apocalipse: “as sete cabeças são sete montanhas sobre as quais a mulher está sentada, quer dizer, a cidade de Roma. São também sete reis, cinco dos quais já caíram; um é, o outro ainda não chegou, e quando chegar deve permanecer somente por pouco tempo. E a besta que viste pertence aos sete, mas é um oitavo. Isto deve ser entendido em termos do tempo em que o Apocalipse foi escrito, porque Domiciano era o César naquele tempo. Entretanto, antes dele reinaram Tito, seu irmão, e Vespasiano, seu pai, e Oto, Vitélio e Galba. Estes são os cinco que caíram. Um é, Domiciano, em cujo reino o Apocalipse foi escrito. O outro ainda não chegou. Isso se refere a Nerva, que quando chegar deve permanecer somente por pouco tempo, porque ele não completou nem mesmo dois anos como César.”

Segundo este mesmo comentador, os dez chifres são os dez reis ou reinos que existirão no fim do mundo. O padre Antônio Vieira, jesuíta do século dezessete, escreveu assim: “se bem contarmos os reinos em que hoje está dividido ou despedaçado o que antigamente foi e se chamava Império Romano, acharemos pontualmente que são dez reinos: Portugal, Castela, França, Inglaterra, Suécia, Dinamarca, Moscóvia, Polônia e Estado ou Império Turco, e o mesmo Império Romano, que compreende Alemanha e Itália.”

Vejamos o que nos diz Oecumenius em seu comentário: as sete cabeças são sete colinas sobre as quais a mulher está sentada; isto é uma indicação muito clara de que ele está falando da cidade de Roma, porque nenhuma outra cidade é descrita desta maneira. Porque ele disse, apesar de que Roma teve muitos imperadores, que a besta tinha só sete cabeças? Porque estes sete foram especialmente responsáveis de causarem que a besta, isto é, o diabo, levantasse sua cabeça contra a Igreja. Estes foram primeiro Nero, segundo Domiciano, depois Trajano, Severo, depois dele Décio, Valeriano e Diocleciano. Quando estes foram imperadores de Roma, perseguiram a Igreja sem descanso, como diz Eusébio em suas Crônicas. Ele diz que destes sete, cinco morreram: Nero, Domiciano, Trajano, Severo e Décio, mas que ainda havia um, isto é, Valeriano. E o sétimo é Diocleciano, porque apesar de ter reinado por vinte e dois anos, começou a perseguição durante os dois últimos anos, antes de abdicar.

Vitorino de Petóvio: e a besta que viste pertence aos sete. Isto se diz de Nero, que é o primeiro destes reis. Mas é um oitavo, e já que com a sua chegada se dará a consumação, acrescenta, e vai para a perdição, porque os dez reis receberam o poder real. Vemos assim, que o pano de fundo da 2.ª Guerra está desenhado. Todos os chifres, ou as nações citadas mais acima, são repúblicas ou reinos independentes, cada qual lutando por seus interesses, e o julgamento da meretriz, Roma, igualmente se desenha. Com o retorno de Nero, ou a chegada do anticristo, as aspirações imperiais dos romanos reaparecem, e cedendo seu poder para o diabo, que é seu inimigo e os engana a todos, começam a perseguir a Igreja, incitados pelo mesmo, que sabe que Cristo é o único que pode destruir seu poder infernal. Uma de suas cabeças estava mortalmente ferida, mas sua ferida mortal foi curada. Isto se refere a Nero, que perseguido pelo senado, cortou a própria garganta. Aqui se esconde um grande mistério. Como sabemos, o poder do diabo não se restringe ao poder político ou ao religioso, mas em ambas as esferas ele tem os seus simpatizantes, o que forma a trindade infernal, com a besta e o falso

profeta. A Igreja vive dentro dos reinos, onde é tolerada, apesar de que de tempos em tempos perseguições surgem, onde os juízos de Deus são realizados. A ferida mortal se refere à ação do anticristo, ou se considerarmos a esfera religiosa, do falso profeta, porque depois de enganar o mundo com sua falsa religiosidade, ele mostrará sua verdadeira face. No plano espiritual e histórico podemos dizer que a ação do anticristo e do falso profeta se dão desde os primórdios do cristianismo, porque muitos se introduziram com o intento de destruir a religião. Podemos dizer que a máxima popular “se não podes com eles une-te a eles” se aplica aqui, porque o diabo, vendo que não poderia vencer os cristãos, introduziu seus seguidores numa tentativa desesperada de desfazer o que Cristo fez, tudo isso com o consentimento do Senhor, que lhe dá o poder para que realize seus prodígios e maravilhas, para que os seus eleitos sejam provados e salvos como que pelo fogo.

Podemos assim dizer que a 2.ª Guerra Mundial foi o prelúdio do Armagedom, porque não podemos duvidar que conflitos em larga escala como aquele tornem a se repetir em nosso ruinoso mundo, e mais ainda quando acreditamos que o mundo inteiro será destruído pelo fogo e logo em seguida renovado, depois do que os eleitos receberão o reino eterno e os ímpios serão condenados com o diabo e seus anjos. Além disso, como veremos mais adiante, o segundo “ai” já passou, as duas testemunhas já completaram sua missão profética, e seguindo a ordem da revelação, o terceiro “ai” ou o Armagedom não deve demorar, mas vem logo em seguida.

O FALSO PROFETA.

Os falsos profetas são inúmeros, e podemos incluir neste número todos os hereges, cismáticos, judeus, muçulmanos e todos os que se chamam de profetas e estão separados da unidade católica. É óbvio que em todos estes grupos encontraremos pessoas boas e bem intencionadas, mas lhes falta a integridade dos sacramentos e um melhor conhecimento da doutrina católica. E mesmo dentro da Igreja encontraremos muitos. Mas de todos os falsos profetas encontramos um que é o maior de todos, o falso profeta por excelência.

Vejamos o que nos diz a este respeito Santo Efrém o sírio: “no tempo em que a serpente (o anticristo) vier, não haverá mais paz na

terra; haverá grande consternação, aflição, desordem, morte e fome até os confins da terra.

Ele virá como um humilde, manso, um que odeia a injustiça (como ele dirá de si mesmo), um que despreza os ídolos e prefere a piedade, bom, amante dos pobres, belo em sumo grau, constante, gracioso com todos. Ele não aceitará subornos, não levantará a voz, não mostrará um semblante triste, mas com um decoroso exterior ele enganará o mundo, até que o façam rei.

Quando as gentes de todas as classes e o povo virem tais virtudes e poder, subitamente todos conceberão o mesmo pensamento, e com grande alegria o proclamarão rei, dizendo entre si: ‘onde encontraremos outro homem tão bom e justo como este?’ Mas Cristo não deixará a humanidade sem Sua pregação, para que não aconteça que todos fiquem sem resposta no Juízo. O anticristo mostrará parcialidade para com os cristãos, lhes prometendo toda sorte de proteção em retorno de seu reconhecimento de sua liderança.

Aqueles que não compreendem o cristianismo verão nele um campeão e um representante da verdadeira religião e se juntarão a ele. Aqueles que permanecerem fiéis a Cristo suscitarão sua cólera, e então esta serpente se orgulhará em seu coração e vomitará toda a sua amargura.”

Santo Hipólito de Roma: “este, então, tendo arrebanhado os infiéis de todos os lugares ao redor do mundo, virá a seu pedido para perseguir os santos, seus inimigos e antagonistas, como disse o apóstolo e evangelista: ‘havia numa cidade um juiz que não temia a Deus e não tinha consideração pelos homens; e nesta cidade havia uma viúva, que foi até ele, dizendo: me vinga de meu adversário. E a princípio ele não queria; mas depois ele disse para si mesmo, ‘apesar de que não temo a Deus, e não tenho consideração pelos homens, todavia já que esta viúva me incomoda, vou vingá-la.’

Este juiz injusto, que não teme a Deus e não tem consideração pelos homens, sem dúvida significa o anticristo, que é um filho do diabo e um vaso de satanás. Porque quando alcançar o poder, começará a se exaltar contra Deus, fingindo ser temente a Deus e desprezando o filho de Deus, que é o juiz de todos. E a viúva que estava na cidade significa a própria Jerusalém, que de fato é uma viúva, abandonada por seu perfeito e celestial esposo, Deus. Ela o

chama de adversário, e não de salvador, porque ela não entende aquilo que foi dito pelo profeta Jeremias: ‘porque eles não obedeceram à verdade, um espírito de erro falará para este povo e para Jerusalém.’”

O que podemos deduzir disso? Que a intenção de judeus, pagãos, hereges e do próprio diabo era destruir a Igreja e arrasá-la até os alicerces, para que os infelizes judeus finalmente se sentissem vingados pela destruição de Jerusalém e pelos quase dois mil anos de exílio, que atribuem à perversidade das nações vizinhas e não a seus próprios pecados, para que os soberbos hereges pudessem cantar vitória sobre a Igreja e para que os pagãos se sentissem livres para viverem sua vida depravada. O que todos estes não entendem é que diariamente cometem o enorme pecado de desprezar a Igreja, que é o corpo místico de Cristo, e que por piores que sejam os cristãos, seja leigos ou eclesiásticos, são seus irmãos, e na verdade estão muito longe de serem tudo o que eles dizem em suas tresloucadas calúnias e blasfêmias. Pelo contrário, deveriam colocar toda a sua diligência para aprenderem a doutrina de Cristo e salvarem as suas almas, e aqueles que já a conhecem e estão separados da unidade católica deveriam entender que o pecado contra a unidade da Igreja é um pecado muito sério. Entretanto, eu não sou a pessoa mais indicada para falar deste assunto visto que eu mesmo só recebi o batismo católico aos quarenta anos.

AS DUAS TESTEMUNHAS.

Voltemos ao comentário de Vitorino de Petóvio: “o anjo voando no meio do céu que ele viu já interpretamos mais acima como sendo aquele mesmo Elias que precede o reino do anticristo. Pelo outro anjo que o seguia ele indica o profeta que seria o seu companheiro de pregação. E uma vez que, como dissemos, os tenentes do anticristo conspiram juntos para capturarem esta cidade, a grande Babilônia, ele testifica da sua queda.” E quem são estes dois anjos e profetas? Uma análise imparcial da história me leva a afirmar que estes dois personagens incomuns são o líder alemão Adolf Hitler e o líder italiano, Benito Mussolini.

Valha-me São Boaventura! Passemos agora para a obra do grande franciscano, Iluminações da Igreja, para tentarmos entender o

que foi dito. No final da colação 15.ª ele nos ensina quais são os tempos da Igreja, os tempos do Novo Testamento. O 1.º é o da difusão dos carismas; o 2.º o da vocação dos gentios; o 3.º o da instituição das Igrejas segundo as leis; o 4.º o da multiplicação das ordens religiosas; o 5.º, no fim, o da restauração dos caídos, porque é necessário que venha Elias, etc. Já no começo da colação 16.ª ele nos explica como devemos entender estes tempos, principalmente no que diz respeito à conexão entre os dois testamentos: “os tempos se distinguem tendo em conta o número ternário, ou seja, as três leis, a escrita por dentro, disposta por fora e infusa do alto; tendo em conta o número quinário, o amanhecer, a hora terça, a sexta, a nona e a undécima, que são as cinco vocações até o fim do mundo. E em conformidade com isto se distinguem seis idades, e a sétima corre, segundo todos, juntamente com a sexta. Depois do Novo Testamento já não haverá outro, e tampouco pode ser suprimido algum dos sacramentos da lei nova, porque este Testamento é eterno. Estes tempos se sucedem uns aos outros, e há muita correspondência entre eles, e são como a produção de uma semente por outra, como a árvore nasce da semente e a semente da árvore. E os tempos se assinalam como correspondendo-se uns aos outros, em primeiro lugar segundo a razão de unidade, comparando um tempo do Novo Testamento a outro do Antigo Testamento. Conforme a correspondência da letra e do espírito, da promessa e do cumprimento, da figura e da verdade, da promessa terrena e da celeste, do temor e do amor. Assim, comparando dois tempos de um Testamento a dois do outro: no Antigo Testamento há um tempo antes da lei e o tempo debaixo da lei; e no Novo, o tempo da vocação dos gentios e o tempo da vocação dos judeus, que terá lugar no fim. E esta vocação foi prefigurada nos dois filhos de Judá, Zara e Farés. Pois Zara colocou a mão para fora primeiro, na qual a parteira atou um fio vermelho, e depois retirou a mão e saiu Farés, que rompeu a membrana. Primeiro os judeus creram, mas logo em seguida retiraram a mão, na Igreja primitiva; mas depois que entrar a plenitude das nações, então nascerá Zara e o povo judeu se converterá.”

Na minha opinião, o grande perigo que a Igreja passou e que foi transformado em vitória pela chegada ao poder de Hitler e Mussolini pode ser comparado ao cerco de Jerusalém por parte dos assírios, quando seu rei Senaqueribe, nome que segundo São Jerônimo significa o que suprime ou levanta os desertos, ameaçava destruir a cidade, que foi salva pela intervenção do profeta Isaías e do rei Ezequias. Caso bastante peculiar, porque assim como o rei Ezequias

naquele tempo atribuiu sua vitória mais a suas riquezas e a suas qualidades pessoais, porque era um rei santo e justo, um dos melhores que existiram naquele antigo reino de Judá, assim também os Papas do nosso tempo e os eclesiásticos em geral também pecam fazendo vistas grossas e dizendo que a Igreja saiu praticamente ilesa desta grande tribulação por semelhantes razões. São Boaventura nos dá o exemplo de Carlos Magno, que “milagrosamente obteve triunfos, como um anjo enviado pelo Senhor, e o sol, isto é, o ardor da tribulação retrocedeu e houve paz na Igreja.” No meu entender, a 2.ª Guerra é exatamente aquele período conhecido como a “última semana” da profecia de Daniel.

Além disso, as duas testemunhas descritas no Apocalipse aparecem num período extremamente conturbado, quando o sexto anjo toca a sua trombeta, o que é um anúncio de grandes desgraças e calamidades. A tradição sempre associou estas testemunhas com Elias e Enoque, porque estes dois não morreram, mas foram levados ao paraíso. Também a morte do profeta Jeremias e a de Moisés foram misteriosas, mas se procedermos assim podemos pensar que qualquer um dos santos do antigo ou do novo testamento poderia “descer” do paraíso para cumprir a palavra de Deus.

GOG E MAGOG.

O que havia por trás deste grande conflito, quais foram suas causas mais profundas, espirituais, deixando um pouco de lado as eternas querelas entre estados, povos e nações, sobre as quais o Senhor e Salvador nos advertiu? Muitos dizem, não posso acreditar que realmente pensam isso, que tudo se deveu à vontade depravada e sanguinária do líder alemão, e como que numa inversão de papéis, como aquele povo de Nínive que não sabia distinguir a mão direita da esquerda, o transformam no anticristo, no personagem mais odiado da história, quando o que estes dois personagens ou profetas realmente queriam, ou melhor, sua missão, era avisar o mundo da chegada desta serpente. Não que haja alguma coisa de louvável na morte de milhões de pessoas, mas como no caso do cerco de Jerusalém lemos que o anjo do Senhor ou anjo exterminador matou 185.000 (chefes) dos assírios, assim é claro que no caso de toda guerra poderes adversos estão presentes. É claro que sua ação é sempre controlada e dirigida pelo Senhor, pois como nos dizem os místicos cristãos, se o diabo pudesse destruiria até mesmo o ar que

respiramos, e o faria inclusive em outro mundo, e pessoas que viram sua aparência hedionda, claro que em parte, ficaram tão chocadas que prefeririam andar sobre carvões acesos pelo resto da vida.

Falemos um pouco sobre as profecias de Nostradamus, que muitos pensando que as entendem, usam para descreverem o anticristo. Em primeiro lugar, as profecias deste homem, as famosas centúrias, são tão obscuras que ninguém é capaz de interpretá-las corretamente. Eu mesmo não citarei aqui nenhuma das profecias que fazem parte das centúrias, mas um trecho da epístola que Nostradamus dirigiu ao rei da França, Henrique II, igualmente obscura, mas que talvez possa nos ajudar um pouco sobre este assunto. “E então o terceiro rei do Aquilão (norte), ouvindo o lamento do povo de seu título principal (rei católico) levantará uma grande armada, e desafiando a tradição de seus predecessores, colocará praticamente todas as coisas em seu devido lugar, e o grande Vigário dos povos será posto em seu estado anterior. Mas desolado, e abandonado por todos, verá o Santo dos Santos destruído pelo paganismo, e ambos os Testamentos desprezados e queimados.” Esta é a tradução da edição de Filiquarian Publishing, 2006. Outra tradução possível é a de Charles Ward: “Então o terceiro Rei do Norte, ouvindo o lamento do povo de (quem deriva) seu título principal, levantará uma grande armada e atravessará os limites (destroits) de seus últimos progenitores e bisavôs, para Aquele que colocará praticamente todas as coisas em sua primeira condição. O grande Vigário dos povos será colocado em sua antiga condição; mas, desolado e abandonado por todos, retornará para o santuário (que foi) destruído pelo paganismo, quando o antigo e o novo testamentos serão jogados fora e queimados.” A profecia continua descrevendo o subsequente reino do anticristo, o que também concorda com o Apocalipse de João.

Podemos assim dizer que vemos aqui confirmadas as antigas tradições católicas, porque Elias viria para “restaurar” todas as coisas, e a profecia se encaixa perfeitamente ao nosso tempo e também confirma a sincronização dos tempos nos dois Testamentos. Outro fato interessante é que no antigo reino de Judá, depois do excelente Ezequias reinou seu filho Manassés, que foi um dos piores, senão o pior de todos os reis judeus. É verdade que fez penitência, e a maioria dos expositores acredita que foi salvo, mas a ira de Deus contra os pecados de Manassés foi um dos principais motivos da destruição de Jerusalém muitos anos depois, no reinado de Joaquim.

E aqui ficamos sem saber porque depois de um reinado tão íntegro como foi o do rei Ezequias, seu filho Manassés, sem nenhum motivo aparente, agiu em oposição a tudo o que seu pai fez. Isso me faz pensar que uma enorme comoção aconteceu entre os reinados destes dois reis. Estaríamos falando de um Armagedom do mundo antigo? Acredito que sim.

Voltando ao pano de fundo do grande conflito, vamos ao comentário de São Jerônimo sobre o profeta Ezequiel, estudando trechos dos capítulos 38 e 39.

1A palavra do Senhor me foi dirigida nestes termos: 2filho do homem, volve o teu rosto para Gog, no país de Magog, príncipe da capital (ou de Ros) de Mesec e Tubal, e profetiza contra ele. 3Lhes dirás: assim disse o Senhor Deus: eis que estou contra ti, Gog, príncipe supremo (ou Ros) de Mesec e Tubal. 4Eu te farei dar meia volta, te porei freios nas queixadas, e te farei sair (ou te reunirei) com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, equipados com couraças, imensa assembleia, com escudos e espadas. 5Os persas, os etíopes e os líbios estão com eles, todos com escudos e elmos. 6Gomer com todas suas hostes; Bet Thogorma, do extremo do aquilão, com todas suas hostes, povos numerosos estão contigo. 7Dispõe-te e prepara-te, tu e toda a tua assembleia concentrada em torno de ti, e dá-lhes ordens (ou põe-te a meu serviço). 8Ao cabo de muitos dias, receberás uma visita. Depois de muitos anos, virás até a terra cujos habitantes escaparam (ou caíram) à espada e foram congregados de entre uma multidão de povos nos montes de Israel, que por longo tempo estiveram em ruínas. Desde que foi separado dos outros povos, habita em segurança. 9Tu subirás, avançarás como uma tempestade, e cobrirás a terra, tu e todas tuas hostes, e os numerosos povos que estão contigo.

“Em grego, Gog se traduz por δώμα (casa), em latim por tectum (telhado, casa); por sua parte, Magog se traduz por de tecto (desde o telhado), pois a soberba e a falsa ciência que se levantam contra a defesa da verdade estão manifestas nestes nomes; estes são os telhados dos que fala também Isaías em sua visão contra o vale de Sião: que te aconteceu, para subires em massa aos terraços, toda barulhenta, cidade agitada, povoado festivo? (Is 22, 1-2); traduziremos tectum como príncipes dos hereges, e de tecto como aqueles que aceitaram suas doutrinas.”

“Por outra parte, quanto ao fato de que no exército de Gog ou Magog, que de acordo com os Setenta, Símaco e Teodocião, é o príncipe de Ros, de Mesec e Tubal, o nome do primeiro povo, Ros, Áquila traduz por ‘capital’, sentido que também nós aceitamos, de modo que o significado seja o seguinte: príncipe da capital de Mesec e Tubal; e, na realidade, nem no Gênesis nem em nenhum outro lugar das escrituras, e nem mesmo em Josefo, que no primeiro livro de suas Antiguidades cita os nomes de todos os povos hebraicos, pude encontrar este povo, o que deixa claro que Ros não significa ‘povo’, mas ‘capital’; ademais, deve-se destacar aqui que em Ezequiel se diz que Gog é o príncipe da terra de Magog, enquanto que o Apocalipse afirma que tanto Gog como Magog são duas nações que saem dos quatro extremos da terra, e do mesmo modo que de Jacó, que depois recebeu o nome de Israel, todo o povo dos hebreus recebeu o nome de Israel, e de Aram a Síria e de Mesraim o Egito, assim também todos os súditos de Gog recebem dele o nome de Magog. Mesec se traduz por ‘loucura’, e Tubal por ‘completos’ ou ‘todos’; assim, ‘o príncipe e a capital de uma arrogante loucura e de todos os males’, de acordo com aquelas palavras: o mundo inteiro jaz em poder do maligno.”

Sabemos do livro do Gênesis que depois do dilúvio, os filhos de Noé se espalharam por toda a terra. Os filhos de Sem ocuparam principalmente a Ásia, os de Cam a Ásia e a África, e os de Jafé a Europa e o norte da Ásia. Segundo Ken Johnson, autor de uma História Antiga Pós-diluviana, os alemães e os franceses são descendentes de Gomer, um dos filhos de Jafé. Os iberos e os italianos, por sua vez, são descendentes de Tubal, outro dos filhos de Jafé (já Sto. Agostinho afirma que os fundadores de Roma foram os troianos, quer dizer, os descendentes de Mesec). Os elamitas e os persas são descendentes de Elam, filho de Sem. Os assírios, de Assur, outro filho de Sem. Os caldeus e os hebreus, de Arfaxad, outro filho de Sem. Os etíopes, egípcios e líbios são descendentes de Cush, Mesraim e Fut, respectivamente, filhos de Cam.

Apríngio de Beja nos dá outra interpretação dos nomes destes povos: “Mesec indica a Capadócia, e Tubal significa a Espanha, quer dizer, os começos da Europa, para que assim se entenda a totalidade do continente.”

Mais adiante: “para que fique mais claro que tudo isto se escreve do anticristo, a Escritura acrescenta: os persas, os etíopes e os líbios estão com eles. Porque Pérsia significa “tentador”, os etíopes significam as trevas e a escuridão que cercam o inimigo. Os líbios

simbolizam “aqueles que chegam”, como disse Davi, “ele se senta com os ricos em lugares escondidos para assim matar os inocentes.” Seus capacetes e escudos são a perversidade e a arrogância. Gomer se interpreta “consumação”, porque com ele vem o fim, devastação e ruína e tudo o que pertence à morte. Bet Togorma se interpreta “exilado”, e significa o completo e forçado exílio do inimigo.”

Vemos assim que a profecia se refere principalmente à Europa, ou ao que restou do antigo Império Romano, que foi durante séculos palco de violentos embates entre católicos e protestantes, mas que outras nações vizinhas também estão envolvidas, o que nos descreve o cenário da 2.ª Guerra com exatidão.

1E tu, filho do homem, profetiza contra Gog. Dirás: assim disse o Senhor Deus: eis que estou contra ti, Gog, príncipe da capital (ou de Ros) de Mesec e Tubal. 2Eu te farei dar meia volta (ou te reunirei), te levarei (ou te conduzirei), te farei subir desde o extremo do aquilão e te guiarei até os montes de Israel. 3Golpearei (ou romperei) o teu arco em tua mão esquerda e tuas flechas de tua mão direita, e te farei cair nos montes de Israel. 4Cairás tu, todas tuas hostes e os povos que vão contigo. Te entreguei como pasto para as feras, as aves, toda classe de aves de rapina e às feras do campo. 5Sobre a face do campo cairás, porque Eu falei, oráculo do Senhor Deus. 6Mandarei fogo sobre Magog e sobre os que vivem seguros nas ilhas (ou e as ilhas serão habitadas em paz), e saberão que Eu sou o Senhor. 7Manifestarei meu santo nome no meio do meu povo Israel, não profanarei (ou não será profanado) mais o meu santo nome, e as nações saberão que Eu sou o Senhor, o santo de Israel.

São Jerônimo: “Gog será castigado com a morte (peste) e com o sangue que ele mesmo derramou, com uma chuva torrencial, as palavras de um homem sábio e reto, e com pedras imensas, que representam os testemunhos das escrituras, ou com granizos que conseguirão esfriar o seu calor.” Quem estiver interessado em compreender melhor a beleza do sentido espiritual desta passagem e de toda a bíblia deve recorrer aos escritos dos santos, mas por interesse histórico e pela defesa da verdade, não posso deixar de ver neste homem sábio e reto o líder alemão Adolf Hitler, que também pode ser comparado ao profeta Jonas, um náufrago que a cidade de Nínive, quer dizer, o mundo, escutou. Também sabemos que no

período entre guerras a terrível gripe espanhola matou milhões de pessoas, talvez até mais do que as guerras.

Assim, Babilônia foi castigada por causa do grande terremoto (ou comoção) que causou, quer dizer, a grande perseguição da Igreja. Parece que vemos cumpridas as palavras do Salmo 83, mostrando-se assim para o mundo a infinita misericórdia de Deus e também a severidade de seus julgamentos:

1Cântico. Salmo de Asaf.

2Senhor, não fiques silencioso, não permaneças surdo,

Nem insensível, ó Deus.

3Porque eis que se tumultuam os teus inimigos,

Levantam a cabeça aqueles que te odeiam.

4Urdem tramas para o teu povo,

Conspiram contra os teus protegidos.

5“Vinde (dizem eles), exterminemo-los dentre os povos,

Desapareça a própria lembrança do nome de Israel.”

6Com efeito, eles conspiram de comum acordo,

E contra ti fazem coalisão.

7Os nômades de Edom e os ismaelitas, Moab e os agarenos,

8Gebal, Amon e Amalec, a Filistéia e as gentes de Tiro.

Também os assírios a eles se uniram,

9E para os filhos de Lot ofereceram a sua força.

10Trata-os como Madiã e Sísara, e Jabin junto à torrente de Císon!

11Eles pereceram todos em Endor, e serviram de adubo para a terra.

12Trata os seus chefes como Oreb e Zeb;

Como Zebá e Sálmana, seus príncipes,

13Que disseram: “tomemos posse das terras onde Deus reside.”

14Ó meu Deus, faz deles como folhas que o turbilhão revolve,

Como a palha carregada pelo vento,

15Como o fogo que devora a mata,

Como a labareda que incendeia os montes;

16Persegue-os com a tua tempestade,

Apavora-os com o teu furacão.

17Cobre-lhes a face de ignomínia, para que vencidos,

Busquem, Senhor, o teu nome.

18Enche-os de vergonha e de humilhação eternas,

Que eles pereçam confundidos.

19E que reconheçam que só tu, cujo nome é Senhor,

És o Altíssimo sobre toda a terra.

Na linguagem da Bíblia, Edom representa os judeus, Moab e seu irmão Amon, os filhos de Lot, representam os hereges e os cismáticos. Estes últimos também são representados pelas dez tribos do reino do norte, que recebia tanto o nome de Israel como o de Efraim, ou a casa de José. Deve-se salientar aqui que neste reino de Israel nunca houve um rei justo, todos foram ímpios e idólatras, e que a obstinação das dez tribos contra os legítimos sucessores do rei Davi foi sem sombra de dúvida o maior motivo da queda do reino de Israel como um todo. Infelizmente, parece que vemos a história se repetir, só que no nosso caso a divisão se dá naqueles que não reconhecem a autoridade dos legítimos sucessores de Pedro.

Santo Agostinho verteu estes nomes da seguinte maneira:

Idumeus: terrenos ou sanguinários. Ismaelitas: obedientes a si mesmos. Moabitas: os que fazem um mau uso da lei.

Amonitas: povo triste ou turbulento. Agarenos: prosélitos ou adventícios, ou aqueles que insistem num ânimo de estrangeiros. Gebal: vale vão, isto é, enganosamente humilde.

Amalec: aquele que lambe a terra. Filisteus: aqueles que caem de bêbados, embriagados pela luxúria do mundo. Tiro: angústia ou tribulação.

Assur: os principados e as potestades, os dominadores deste mundo de trevas, os espíritos das trevas ou o próprio diabo.

Madiã: aquele que recusa o julgamento. Sísara: extinção da alegria.

Jabin: os sábios do mundo. Oreb: seca. Zeb: lobo. Zebá: vítima do lobo. Sálmana: sombra da proibição ou sombra da comoção (São Jerônimo).

A torrente de Císon, onde foram vencidos, significa sua dureza. Endor: fonte de geração, mas geração carnal.

O SALMO 110.

1O Senhor disse para o meu Senhor: “Assenta-te à minha direita,

Até que eu faça de teus inimigos o escabelo de teus pés.”

2O Senhor estenderá de Sião o poder do teu cetro;

“Exercita o domínio no meio dos teus inimigos.

3Teu povo se apresentará espontaneamente no dia do teu poder.

Em majestosa santidade, do útero da aurora,

Teu é o orvalho de tua juventude.”

4O Senhor jurou e não se arrependerá: “Tu és sacerdote

Para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.”

5O Senhor está à tua direita: ele destruirá os reis

No dia de sua cólera.

6Julgará os povos pagãos, empilhará cadáveres;

Por toda a terra esmagará cabeças.

7Beberá da torrente no caminho, e assim erguerá a cabeça.

SEGUNDA PARTE: PROFECIAS QUE NÃO ESTÃO NA BÍBLIA.

A PROFETISA DE PRAGA (? – 1658).

A profetisa de Praga foi uma órfã nascida na Boêmia que viajou com ciganos pela Terra Santa, o oriente, a Itália e a Europa, antes de se instalar em Praga, já em idade avançada. Eis algumas de suas profecias:

“Na terra da neblina (Inglaterra), uma virgem se tornará Rainha (Vitória) e trará o Império e a grandeza para sua terra. Estas bênçãos permanecerão por um longo tempo. No entanto, a raça que virá não será digna de seu salário, e se casarão uns com os outros; seguindo relacionamentos dentro da família, eles não serão capazes de manter esta fortuna, e isto terminará depois de uns 300 anos, depois dos quais a terra da neblina afundará no oceano.”

“Na Alemanha fala um homem, cujo signo é uma estranha cruz com braços, e ele fala para os seus concidadãos de promessas, poder e domínio. Ele alinha com o ‘portador do machado’ do Estado Eterno (Mussolini), mas isto não lhe trará boa sorte.”

“Seus soldados com cavalos de aço que se movem sobre duros caminhos virão até Praga. O povo de Moldaustadt (Praga) é culpado de avareza. O portador da cruz se sente seguro de si mesmo e olha com orgulho sobre a cidade.”

“Mas ele sente que não tem poder suficiente e se move adiante pelo mundo. Ele dá a ordem e seus oficiais e soldados se movem milhares de milhas para o norte, sul, leste e oeste. Eles derreterão debaixo do sol escuro (África) e congelarão nas nevascas da terra do

urso (Rússia). A guerra não terá fim durante algum tempo, e do céu cairão enxofre e piche. Grandes cidades arderão em chamas.”

“A humanidade está parcialmente aniquilada. Eles querem sobrepujar o próprio Deus! Com corações maliciosos eles semearão um cogumelo (bomba atômica), cuja semente cairá do céu para a terra. Grande é o temor, pois o cogumelo alcança os céus e sua sombra cobre grande parte da terra. Através deste veneno milhares morrerão duma morte horrível.”

“O portador da cruz também encontrará um fim, e durante mil anos eles tentarão encontrar o seu corpo.”

“Uma pequena caixa com botões redondos trará para a humanidade alegria e desejo dentro dos menores quartos. Música, diversão e riso vêm desta impressionante coisa, e as pessoas escutarão tanto boas como más palavras.”

“A escuridão entrou nos corações. As pessoas estão tão estranhas... Todo conhecimento é uma injúria que ameaça o mundo. Todos conhecem a falta de santidade que se espalha, mas todos odeiam, ninguém quer acreditar em Deus. Eles estão construindo uma torre de aço cheia d’água, e acreditam que com isso governarão as estrelas. Por causa de sua falta de modéstia os homens serão iludidos em sua presunção, e terão graves dificuldades e angústias. As pessoas suportarão pesados sofrimentos, porque o espírito humano sente que conquistou tudo, e a própria natureza será transformada.”

“Eu vejo uma pequena coisa pontuda em suas mãos, que lhes dará informações sobre tudo o que desejam saber. Numa superfície branca aparece uma pequena caixa onde podemos ver pessoas, animais, montanhas e vales. Belas canções acompanham as figuras, e as pessoas estão contentes com isso. Mas todas suas alegrias serão sem sentido. Lágrimas correrão de seus olhos, e elas correrão em abundância. A voz de Deus será ouvida desde o céu, e as pessoas cairão de joelhos, tremendo. Uma bola, movida a água, rola sobre a terra. Ela poderia trazer bênçãos, mas só traz miséria.”

“Uma caixa colorida ajudará a humanidade a abrir o útero da terra. Mas sua colheita será fogo e veneno, e será difícil para eles fechar o útero. As próprias ondas de calor serão inúteis, o gelo do Norte derreterá e a terra terá prosperidade.”

“Uma pequena terra se tornará grande, e então nascerá um homem, que será grande com o poder de todos. Milhões o aplaudirão

e levantarão as mãos para ele, e ele será forte, banindo os problemas. Mas mesmo ele uma força obscura trará ao fim, e uma placa de aço pesado destruirá este verme.”

“E no entanto a humanidade perceberá que está lutando uma guerra desesperada, mas de alguma forma uma guerra injusta se transformará numa busca santa. Tarde, mas muito tarde eles compreenderão o julgamento de todas as coisas. Os homens serão alegres e livres, e ao mesmo tempo bem mais pobres. As ovelhas do mundo aprenderão no Espírito, as mentiras e os dogmas serão banidos, e o trabalho do espírito ganhará a preeminência sobre as obras das mãos. Por causa disso os campos produzirão muitas vezes mais do que hoje se considera uma grande bênção, e um dia de trabalho para a humanidade consistirá de quatro horas.”

“Eles terão uma vara na mão, que trará alegria quando bem utilizada. Ela também pode retardar a morte. Serão produzidas bolas de comida, que eles comerão quando tiverem fome. Mas eles não ficarão saciados, porque o grão faz com que seus corpos sintam ainda mais fome. De novo surgirão surpresas, e eles pensarão em coisas incríveis para ajudar a humanidade. Nas ruas haverá vagões, mais rápidos do que tudo, e que não possuem rodas. Vestimentas feitas de terra e vidro serão produzidas, e elas durarão a vida toda. A noite eles transformarão em dia, e tubos de vidro brilharão como a luz do sol.”

“De novo eles desprezarão a Deus. Seus crimes aborrecerão a Deus, porque eles serão capazes de produzir seres humanos artificiais. Estes humanos artificiais, no entanto, são pobres de espírito, porque seus cérebros são pequenos, mas eles serão fortes e resilientes, e assim chegará um novo tempo de escravidão. Novas religiões surgirão, e lá onde hoje está a estátua do santo Wenzel, uma alta torre coroará um novo templo. Este templo será esplêndido, construído de ouro e prata.”

“De novo chegam tempos obscuros. No ano em que dois cincos estiverem lado a lado com dezenove (5195?), no dia de Santa Verônica, a humanidade gritará de medo para o mundo, e o fim de Praga certamente acontecerá. A terra será violentada, e Deus trará um horrível julgamento.”

“Nada se compara previamente a algo assim. Do leste vem um dragão, de aparência abjeta. De suas 9 línguas e 99 olhos ele lança raios mortais e de sua boca aberta sai um hálito venenoso. Praga, tu encontrarás um fim único, mas repulsivo. Um vento destrói tuas calçadas, doces e agradáveis. As pessoas ficarão espantadas.

Milhares de pessoas se sentarão para descansar com suas faces horrivelmente desfiguradas, e congelarão apesar do calor. O fim está perto. Dez golpes devastadores para a Igreja estão no ar. Nuvens de poeira amarelas e poeiras venenosas tirarão o respiro de homens e animais. Na cidade há fogo em toda parte. A terra se move, fendas profundas se abrem e trazem para si os mortos e os vivos. Os cemitérios se abrem e os esqueletos dão risadas repulsivas. Tudo afunda na mais profunda escuridão.”

“De Vysehrad (Hungria) vem uma bola de fogo, clamores voam pelo ar e em todo lugar há gritos e um oceano de fogo. Tudo que foi o resultado dos homens está em confusão e em cinzas. A vida é eliminada. Só vejo pedaços e esqueletos. Lentamente as nuvens se afastam. Lá onde uma vez estava o Domo, só vejo uma sangrenta bola de fogo. Acabou, Praga, teu destino chegou ao final.”

No século dezesseis, um monge alemão anônimo do Monastério Maria Laach escreveu esta profecia: “O século vinte trará morte e destruição, apostasia da Igreja; famílias, cidades e governos cairão em pedaços. Este será o século de três grandes guerras, que se seguirão no intervalo de algumas décadas, sempre mais sangrentas e devastadoras. Não somente as terras do Reno mas todos os países ao leste e ao oeste ficarão desolados. Depois que a Alemanha tiver perdido uma guerra terrível, logo em seguida se seguirá outra. Não haverá pão para o povo e nem mesmo feno para o gado. Vapores venenosos, criados pela mão do homem descerão, destruindo tudo. A loucura atacará os espíritos humanos, e o ódio desmedido se enfurecerá. O mal destruirá o mal, e muitos inocentes perecerão.”

DOS ORÁCULOS SIBILINOS.

LIVRO V.

No último tempo, na revolução da lua, uma guerra assolará o mundo,

Conduzida com insidioso conhecimento. E dos limites da terra virá,

Voando, e considerando com perspicácia em sua mente,

Um matricida que subjugará todas as terras e dominará todas as coisas,

E que verá todas as coisas mais sabiamente do que todos os homens;

E daquilo por cuja causa ele mesmo foi morto,

Ele se apoderará logo em seguida. E ele destruirá muitos homens e

Grandes tiranos, e os queimará todos, como nenhum outro já fez,

E ele levantará os que estão com medo, por causa da emulação.

E do oeste virá grande guerra sobre os homens, e o sangue correrá

Montanha abaixo, até que profundos córregos sejam formados.

E nas planícies da Macedônia, grande será o furor,

E a ajuda virá do oeste, mas para o Rei destruição.

E um vento gelado soprará sobre a terra,

E a planície se encherá de terríveis guerras mais uma vez.

Porque choverá fogo desde as planícies celestiais sobre os mortais,

E sangue, água, relâmpagos, sinistra escuridão, noite no céu,

E as desgraças da guerra e nuvens sobre os cadáveres,

E estas coisas juntas destruirão todos os reis, e muitos nobres.

Assim é que se fará cessar então, a miserável destruição da guerra.

E não mais se usarão espadas de ferro ou mesmo dardos,

Coisas estas que não serão mais permitidas.

Mas pessoas inteligentes terão paz, os que escaparem,

Depois de experimentarem a perversidade,

Para que no final estejam cheios de alegria.

LIVRO VII.

Ó Rodes, tu és infeliz; porque primeiro a ti lamentarei;

E tu serás a primeira das cidades, e primeiramente serás destruída,

Privada de homens, mas não dos meios de subsistência.

E tu velejarás, Delos, e serás instável sobre as águas;

Chipre, uma grande onda de teu mar reluzente algum dia

Te destruirá; tu, Sicília, o fogo que arde dentro de ti te consumirá.

E não consideras as terríveis e estranhas águas de Deus.

Noé saiu como um fugitivo do meio de todos os homens.

A terra flutuará, as colinas flutuarão, e até mesmo o céu flutuará,

Tudo será água e todas as coisas serão destruídas pelas águas.

E os ventos se paralisarão, e uma segunda era começará.

Ó Frígia, tu primeiro serás queimada pelo cimo das águas;

E, primeira em impiedade, negarás o próprio Deus,

Favorecendo deuses falsos, que te destruirão completamente,

Infeliz, enquanto muitos anos se passam.

Os etíopes, de má estrela, sofrendo dores e coisas lamentáveis,

Serão destruídos por espadas enquanto se atiram sobre a terra.

O rico Egito, sempre preocupado com seu trigo,

Que o Nilo com seus sete abundantes canais intoxica,

Será destruído por uma guerra intestina; e então, inesperadamente,

Os homens expulsarão o deus Ápis. Alas, Alas, Laodicéia!

Sem nunca veres a Deus estarás, insolente;

E sobre ti quebrará uma onda de Lycus.

Ele mesmo que nasceu o poderoso Deus,

Que obrará muitos sinais, pendurará através dos céus um eixo no meio,

E colocará para os homens um grande terror que será visto no alto,

Medindo uma coluna com um fogo poderoso, cujas gotas destruirão

As raças dos homens que ousaram maldades. Mas um só Senhor

Haverá algum dia, e então os homens propiciarão a Deus,

Mas não porão um final às infrutíferas tristezas (mágoas).

Através da casa de Davi tudo sucederá. Porque o próprio Deus

Lhe deu o poder e colocou em suas mãos;

Debaixo de seus pés dormirão os seus mensageiros,

E alguns acenderão fogueiras, e alguns farão rios aparecerem,

E alguns salvarão cidades, e alguns enviarão ventos.

Além disso, uma vida dificultosa virá sobre muitos homens,

Penetrando suas almas e transformando os corações humanos.

Mas quando um renovo que sairá de uma raiz

Tiver exibido seus olhos, a criação, que para todos

Um dia deu abundante alimento...

E os tempos estarão completos. Mas quando outros governarem,

Uma tribo de guerreiros persas, câmaras nupciais serão horríveis

Por causa dos inúmeros delitos. Porque a mãe terá o próprio filho

Como marido; o filho será a ruína da mãe; e com o pai a filha se

Deitará, e fará com que durma essa lei estrangeira.

Para eles, no entanto, o Ares romano brilhará com sua lança;

E eles misturarão muitas terras com sangue humano.

Mas então um chefe italiano fugirá da força da lança,

E eles deixarão sobre a terra uma lança com inscrições de ouro,

Que é o emblema e o sinal de sua liderança

Que os grandes guerreiros carregam constantemente.

E acontecerá que quando o infeliz e de má estrela Elias

Compassivamente completar para todos uma tumba,

E não núpcias, que as noivas chorarão amargamente,

Porque não conheceram o Senhor, mas sempre deram

Altos sons com seus tambores e pratos. Consulta o oráculo

Ó Cólofon, pois um grande e espantoso fogo pende sobre ti.

STA. BRÍGIDA (LIBER CAELESTIS)

LIVRO IV, CAP. 10 (1350).

“O Filho de Deus fala estas palavras, dizendo: ‘Ó Roma, tu me pagas mal por meus muitos favores. Eu sou Deus, que criou todas as coisas, e Eu manifestei meu grande amor através da dura morte do meu corpo, uma morte que eu quis suportar pela salvação das almas.

Três são os caminhos pelos quais eu quis ir até ti, e verdadeiramente tu quiseste me trair em todos eles. Tu penduraste uma grande rocha sobre minha cabeça para com ela me esmagares no primeiro caminho. Tu colocaste uma lança afiada no segundo caminho para assim bloqueares a minha ida até ti. Tu cavaste uma fossa no terceiro caminho, para que ali eu caísse desavisado e me afogasse. Isso que eu digo agora não deve ser entendido num sentido físico, mas espiritual. Eu estou falando para os habitantes de Roma que agem desta maneira, e não para os meus amigos, que rejeitam estas obras.

O primeiro caminho pelo qual eu costumo entrar no coração humano é o temor de Deus. Eles penduraram sobre ele uma enorme rocha, quer dizer, a grande presunção de um coração endurecido que não teme o juiz que ninguém consegue suportar. Eles dizem em seus corações: ‘Se o temor de Deus vier até mim, a presunção do meu coração vai destruí-lo.’

O segundo caminho pelo qual eu costumo entrar é a divina inspiração do conselho, que frequentemente vem pela pregação e o ensino. As pessoas me bloqueiam esta entrada com uma lança através de seu prazer em pecar contra os meus preceitos, e através de sua firme resolução de perseverar na perversidade até que não aguentem mais. Esta é a lança que impede que a graça de Deus chegue até eles.

O terceiro caminho é a iluminação do Espírito Santo no coração de cada pessoa, que faz as pessoas entenderem e ponderarem a natureza e a grandeza do que eu fiz por elas e o que eu sofri por elas. Eles cavam um profundo fosso para mim dizendo em seus corações: ‘Eu amo o meu prazer mais do que a caridade dele. Estou satisfeito pensando sobre os prazeres da vida presente.’ E assim eles afogam o amor divino e todos os meus atos, como se fosse, num fosso profundo.

Os habitantes de Roma me fazem tudo isso, e certamente demonstram isso em suas palavras e atos. Eles consideram minhas palavras e atos como nada, insultando e amaldiçoando a mim, a minha mãe e a meus santos, falando sério e brincando, tristes e felizes, no lugar de ações de graças. Eles não vivem de acordo com os costumes cristãos, como a Santa Igreja comanda, e não me amam mais do que os demônios.

Os demônios preferem suportar sua miséria para sempre, agarrados a sua perversidade, do que olharem para mim e se

juntarem a mim na glória perene. Já estas pessoas se recusam a receber o meu corpo, que é consagrado no pão do altar, como eu mesmo estabeleci, cuja recepção é uma grande ajuda contra as tentações do diabo. Quão miseráveis são os que desprezam tal ajuda enquanto ainda têm saúde, e a rejeitam como veneno, porque não querem se separar de seus pecados.

Agora eu virei por um caminho desconhecido para eles, pelo poder da minha divindade, trazendo a vingança sobre os que desprezam a minha humanidade. E assim como eles prepararam três obstáculos para a minha vinda em seus caminhos, assim eu também prepararei três obstáculos para eles, cuja amargura eles conhecerão e experimentarão, tanto os vivos como os mortos.

Minha rocha é uma súbita e inesperada morte, que vai quebrá-los e fazer com que se esqueçam de todos os divertimentos, e suas almas serão forçadas a comparecerem sozinhas no meu julgamento. Minha lança é a minha justiça, e ela vai separá-los de mim, e assim eles nunca experimentarão daquele que os redimiu, e nunca verão a beleza daquele que os criou. Meu fosso é a assombrosa escuridão do inferno, onde eles cairão, vivendo lá em perpétua miséria.

Todos os meus anjos no céu e todos os santos vão condená-los, e todos os demônios e todas as almas do inferno vão amaldiçoá-los.

E apesar disso eu cuido deles, e estou dizendo isto daquelas pessoas com a disposição que descrevi, sejam elas religiosos, clérigos, leigos, mulheres ou seus filhos e filhas com idade suficiente para entenderem que Deus proíbe todo pecado, mas que mesmo assim voluntariamente se prendem a pecados e fecham a porta para o amor de Deus e desprezam o seu temor.

A minha vontade ainda é a mesma de quando pendi da cruz. Eu sou o mesmo que era então, quando perdoei os pecados do ladrão, quando ele me pediu misericórdia e eu lhe abri os portões do céu. Para o outro ladrão, no entanto, que me desprezou, eu abri os portões do inferno, e lá ele permanece, para sempre atormentado por seus pecados.”

DAS PROFECIAS DO VENERÁVEL

BARTOLOMEU HOLZHAUSER

(1613-1658).

“Quando a guerra tiver arruinado tudo, quando os católicos estiverem debaixo de grande opressão por causa de falsos cristãos e hereges; quando os direitos da Igreja e de seus servos forem negados, as monarquias abolidas e seus governantes assassinados... Então a Mão do Deus Todo-poderoso obrará uma maravilhosa mudança, algo aparentemente impossível para o entendimento humano.

Surgirá um valente monarca ungido por Deus. Ele será um católico, um descendente de Luís IX, e também um descendente de uma antiga família imperial alemã, nascido no exílio. Ele governará supremo nos assuntos temporais, e ao mesmo tempo o Papa governará supremo nos assuntos espirituais. A perseguição cessará e a justiça florescerá.

A religião parece suprimida, mas pelas mudanças de reinos inteiros ela ficará mais firme. Ele extirpará as falsas doutrinas e destruirá a lei dos muçulmanos. Seu domínio se estenderá do leste ao oeste. Todas as nações adorarão a Deus seu Senhor de acordo com a doutrina católica. Haverá muitos homens justos e sábios. As pessoas amarão a justiça, e a paz reinará sobre a terra inteira, porque o poder divino atará Satanás por muitos anos, até a chegada do filho da perdição.

O reino do Grande Legislador pode ser comparado ao de César Augusto, que se tornou Imperador depois de sua vitória sobre seus inimigos, concedendo assim a paz ao mundo, e também com o reino de Constantino o Grande, que foi enviado por Deus depois de uma severa perseguição, para libertar tanto a Igreja como o Estado.

Por causa de uma terrível guerra a Alemanha estará em prantos, a França será a causa do desastre, a Alemanha será gravemente ferida, todos ficarão empobrecidos. A Inglaterra sofrerá muito. O Rei será morto.

Depois que a desolação tiver atingido o seu pico na Inglaterra, a paz será restaurada, e a Inglaterra retornará para a fé católica com mais fervor do que no passado. O Grande Monarca terá a especial assistência de Deus e será invencível. A quinta época dos tempos vai desde o reino de Carlos V até o reino do Grande Monarca.

O quinto período da Igreja, que começou ao redor do ano 1520, terminará com a chegada do Papa Angélico (Pio XII) e do poderoso monarca chamado ‘socorro de Deus’, porque ele restaurará tudo. O quinto período é um de aflição, desolação, humilhação e pobreza para a Igreja. Jesus Cristo purificará o seu povo através de guerras cruéis, fomes, pragas, epidemias, e outras horríveis calamidades. Ele também afligirá e enfraquecerá a Igreja Latina com muitas heresias. É um período de apostasia, calamidades e extermínio. Serão poucos os cristãos que sobreviverão à espada, a praga e a fome.”

DAS PROFECIAS DE STA. ODILA (SÉC. VII).

“Escuta, escuta, ó meu pai, pois que eu vi o terror nas florestas e nas montanhas. O Poderoso congelou os povos. Ele virá no tempo em que a Alemanha será chamada a mais belicosa das nações da terra. Ela chegou ao tempo em que de seu seio surgirá um terrível guerreiro que empreenderá a conquista do mundo, e que os povos em armas chamarão de ‘o anticristo’. Aquele que será maldito pelas mães, chorando seus filhos como Raquel, e recusando qualquer consolação. Vinte povos diferentes combaterão nesta guerra. O conquistador virá das margens do Danúbio, e a guerra que ele empreenderá será a mais assustadora que a humanidade jamais viu.”

“As armadas serão flamejantes e os cascos de seus soldados serão eriçados de pontas que lançarão relâmpagos (tanques de guerra?), enquanto que suas mãos brandirão tochas inflamadas (metralhadoras?). Eles obterão vitórias sobre a terra, sobre o mar e até mesmo nos ares, pois que guerreiros alados (força aérea) serão vistos em cavalgadas inimagináveis, se elevando até o firmamento para se apoderarem das estrelas, a fim de as projetarem sobre as cidades, causando grandes incêndios.”

“As nações ficarão estupefatas e dirão: ‘De onde vem sua força?’ A terra será transtornada pelo choque dos combates, as flores ficarão vermelhas de sangue e até mesmo os monstros marinhos se submergirão aterrorizados até o mais profundo dos oceanos. As gerações futuras ficarão surpresas de que os adversários não conseguiram entravar a marcha de suas vitórias. Torrentes de sangue correrão ao redor da montanha; esta será a derradeira batalha, ultime pugna.”

“E no entanto o conquistador atingirá o apogeu de seus triunfos na metade do sexto mês do segundo ano das hostilidades, e este será o fim do primeiro período das ditas ‘vitórias sangrentas’. Então ele crerá que pode ditar suas condições.”

“A segunda parte da guerra igualará em duração a metade da primeira, e será chamada de ‘o período da diminuição’. Ela será fecunda em surpresas que farão tremer os povos. Lá pela metade deste tempo as populações submissas ao conquistador dirão: ‘A paz! A paz!’ Mas não haverá paz; este não será o fim, mas o começo do fim, porque o combate se dará na cidade das cidades. Neste momento os seus tentarão lapidá-lo, mas ele fará coisas prodigiosas no oriente.”

“O terceiro período será de curta duração. Então, por um justo retorno das coisas, o país do conquistador será invadido por todos os lados, suas armadas serão dizimadas por um grande mal e todos dirão: ‘O dedo de Deus esta aí!’ Os povos crerão que seu fim está próximo. O cetro trocará de mãos e os meus se alegrarão. Todos os povos espoliados recuperarão o que haviam perdido e alguma coisa a mais. A região da Lutécia será salva por causa de suas montanhas abençoadas e de suas mulheres devotas, e assim todos pensarão que seu fim chegou. Mas os povos voltarão para a montanha e renderão graças ao Senhor, porque eles terão visto tamanhas abominações nesta guerra que todos terão pavor de qualquer violência.”

“Ai daqueles que, nestes dias, não acreditam (desprezam) no anticristo, porque ele suscitará novas monstruosidades. Mas um tempo de paz se seguirá, e os dois cornos da lua se reunirão à cruz. Nestes dias os homens espantados adorarão a Deus em verdade, e o sol brilhará sete vezes mais.”

Outra tradução deste último parágrafo:

“Ai daqueles que, nestes dias, não temem o anticristo, porque ele é o pai daqueles que não repelem o crime. Ele suscitará mais homicídios e muitos chorarão por causa de suas obras. Os homens estarão uns contra os outros, e no final tentarão reestabelecer a ordem. Alguns tentarão, mas isto não será possível, e as coisas terminarão ainda pior do que antes! Mas quando esta situação atingir o limite, e a mão do homem já não puder fazer mais nada, tudo será entregue nas mãos de Deus, que pode enviar uma punição tão

terrível como nunca foi antes vista. Deus já enviou o dilúvio, mas Ele jurou que nunca mais enviaria outro. O que Ele fará será algo terrível e inesperado.”

DAS PROFECIAS DE SÃO CESÁRIO DE ARLES

(469-542).

“Quando o mundo inteiro, e a França de maneira especial, e na França particularmente as províncias do norte e do leste, e sobretudo as da Lorena e Champagne, tiverem sido vítimas das maiores misérias e perseguições, então as províncias serão ajudadas por um príncipe que foi um exilado em sua juventude, e que recuperará a coroa de lírios.”

“Este príncipe estenderá o seu domínio sobre o universo inteiro. Ao mesmo tempo haverá um grande Papa, eminente em santidade e perfeito em todas as virtudes. Este Papa terá consigo o Grande Monarca, um homem muito virtuoso, que será um renovo da santa raça dos Reis da França.”

“Este Grande Monarca assistirá o Papa na reformação do mundo inteiro. Muitos príncipes e nações que vivem no erro e na impiedade se converterão, e uma admirável paz reinará entre os homens durante muitos anos, porque a ira de Deus será acalmada por seu arrependimento, penitência e boas obras. Haverá uma lei comum, uma só fé, um só batismo, uma religião.”

“Todas as nações reconhecerão a Santa Sé de Roma, e prestarão homenagens ao Papa. Mas depois de um tempo considerável o fervor se esfriará, a iniquidade abundará, e a corrupção moral será pior do que nunca, o que trará sobre a humanidade a última e a pior perseguição do anticristo, e o fim do mundo.”

“Haverá uma grande mudança e uma efusão de sangue tão grande como no tempo dos gentios; a Igreja universal e o mundo inteiro deplorarão a ruína e a captura desta celebrada cidade, a capital e a cabeça da França, os templos e os altares serão destruídos; as santas virgens, depois de experimentarem muitos ultrajes, fugirão de seus monastérios; os pastores da Igreja abandonarão os púlpitos, e a Igreja será despojada de todas as temporalidades."

DAS PROFECIAS DE SÃO JOÃO BOSCO

(SÉC. XIX).

Primeira Profecia.

Deus sozinho é Todo-poderoso, vê tudo, sabe tudo. Deus não tem passado nem futuro, tudo está presente para Ele, tudo num único ponto do tempo. Nada desaponta a Deus. Nenhuma pessoa, nenhum lugar é distante para Ele. Em sua infinita misericórdia e para sua glória, somente Ele pode revelar o futuro para o homem.

Na vigília da Epifania deste ano, 1870, todas as coisas materiais desapareceram do meu quarto, e eu me encontrei contemplando coisas sobrenaturais. Foi tudo como que num instante, mas eu vi muitas coisas. Tudo o que testemunhei estava sensivelmente presente, e no entanto considero extremamente difícil comunicá-lo aos outros de maneira inteligível, como se verá pelo que segue. Esta é a palavra de Deus em linguagem humana:

“A guerra virá do sul, a paz do norte. As leis da França não mais reconhecem o Criador. O Criador se revelará visitando-a três vezes com o flagelo da sua ira. Na primeira visita Ele destruirá o seu orgulho pela derrota, a pilhagem e a destruição de plantações, gado e homens. Na segunda visita a grande prostituta de Babilônia, que os fiéis aflitos chamam de ‘o bordel da Europa’, perderá seu líder e será presa do caos.”

“Paris! Paris! Ao invés de te fortificares com o nome do Senhor, tu te cercas de casas de má reputação. Tu mesmo as destruirás; teu ídolo, o Panteão, será arrasado até o chão, e então verdadeiramente se dirá que ‘a iniquidade mentiu para si mesma.’ Teus inimigos te mergulharão na angústia, fome, terror, e no desprezo da minha lei, diz o Senhor. Na minha terceira visita, tu cairás sob o jugo do

estrangeiro. De longe teus inimigos verão teus palácios em chamas, tua casa em ruínas, ensopada no sangue de teus heróis, que já não existem mais.”

“Mas vede, um grande guerreiro apareceu do norte, uma faixa em sua mão direita, e em seu braço esta inscrição: ‘A irresistível mão de Deus.’ Neste momento o Venerável Senhor de Roma foi encontrá-lo, carregando uma tocha flamejante.”

“A faixa então aumentou de tamanho, e sua negrura ficou branca como a neve; no meio dela estava o nome do Todo-poderoso em letras de ouro. O guerreiro (Hitler) e seus seguidores se curvaram profundamente diante do Venerável Senhor (Mussolini), e se deram as mãos.”

“Agora a voz do céu se dirige ao Pastor dos Pastores. Tu estás em solene conferência com teus companheiros de trabalho, mas o inimigo do bem nunca descansa. Ele estuda todos os meios para te prejudicar. Ele semeará a discórdia entre os teus ajudantes e suscitará inimizades entre os meus filhos. Os poderes da terra vomitarão fogo. Eles adorariam sufocar minhas palavras nas gargantas dos guardiães da minha lei, mas eles não terão sucesso. Eles farão muito mal, mas só para si mesmos. Depressa! Se os nós não podem ser desatados, corta-os. Não fiques paralisado diante das dificuldades, mas segue adiante até que a hidra do erro seja degolada. Com este golpe a terra e o inferno tremerão, mas o mundo será salvo, e os fiéis exultarão. Leva contigo somente dois companheiros, e no entanto para onde fores, cumpre a tarefa que te foi confiada e completa-a. Os dias passam ligeiros e teus anos chegam ao número determinado, mas a grande Rainha te ajudará, e como no passado, ela será a poderosa e prodigiosa defesa da Igreja.”

“Mas e tu, ó Itália, terra abençoada, quem te mergulhou na desolação? Não foram os teus inimigos, mas os teus próprios amigos. Não escutas os teus filhos mendigando pelo pão da fé, incapazes de encontrar alguém que possa reparti-lo para eles? O que posso fazer? Ferirei os pastores e dispersarei as ovelhas, para que aqueles que se sentam na cátedra de Moisés procurem por melhores pastagens, e assim o rebanho poderá escutar e comer em paz.”

“Mas a minha mão será pesada tanto sobre o povo como sobre os pastores. Fome, peste e guerra farão com que as mães fiquem de luto por causa do sangue de seus filhos e maridos, derramado em solo estrangeiro.”

“O que acontecerá contigo, ingrata, efeminada, orgulhosa Roma? Tu atingiste um ponto onde não procuras ou admiras nada em teu soberano, mas a luxúria, te esquecendo que tanto a tua glória como a dele está no Gólgota. Agora ele está velho, fraco, indefeso e desapropriado. Entretanto, apesar de cativo, suas palavras fazem o mundo inteiro tremer.”

“Ó Roma! Quatro vezes eu te visitarei! Na primeira visita eu golpearei tuas regiões e teu povo. Na segunda visita eu trarei morte e destruição até os teus portões. Não abrirás os olhos com isso? Farei uma terceira visita, e demolirei tuas defesas e teus defensores. Ao comando do meu Pai, o terror, o desmaio e a desolação vão reinar.”

“Meus sábios seguidores fugirão, mas a minha lei ainda é pisada. Assim, farei uma quarta visita. Ai de ti se a minha lei for de novo desprezada. Haverá defecções tanto entre os letrados como entre os ignorantes. Teu sangue e o dos teus filhos purificará tuas transgressões. Guerra, peste e fome são os flagelos que castigarão o orgulho e a malícia dos homens. Onde estão vossas magníficas vilas e palácios, pessoas de posses? Elas se tornaram entulho nas ruas e nas praças!”

“E vós, sacerdotes, porque não estais prostrados entre o vestíbulo e o altar, chorando e rezando para que o flagelo termine? Porque não tomais o escudo da fé? Pregai a minha palavra dos terraços, nas casas, ruas e praças, e até mesmo em lugares inacessíveis! Não sabeis que esta é a terrível espada de dois fios que esmaga os meus inimigos e aplaca a ira de Deus e a dos homens? Estas coisas inexoravelmente se passarão, todas em sucessão.”

“As coisas se seguem umas às outras muito devagar, mas a grande Rainha do Céu está disponível; o poder do Senhor é dela. Ela dispersará os seus inimigos como uma névoa. Ela vestirá o Venerável Senhor com seus antigos vestidos.”

“Ainda virá um violento furacão. Chegará o fim da iniquidade e do pecado, e antes que duas luas cheias tenham brilhado no mês das flores, o arco-íris da paz aparecerá na terra. O grande ministro verá a noiva do seu Rei revestida de glória. Pelo mundo o sol brilhará tanto como nunca foi visto desde as chamas do cenáculo até o dia de hoje, e até o fim do mundo não se verá.”

Segunda Profecia.

“Era uma noite escura, e os homens não podiam mais encontrar o caminho de volta para suas terras. De repente uma luz muito brilhante surgiu no céu, iluminando seus caminhos como se fosse ao meio-dia. Neste momento saiu do Vaticano, como que numa procissão, uma multidão de homens e mulheres, crianças, monges, freiras e sacerdotes, e seu líder era o Papa.”

“Mas uma furiosa tempestade começou, enfraquecendo aquela luz, como se a luz e as trevas estivessem presas numa batalha. Enquanto isso, a longa procissão chegou até uma pequena praça cheia de mortos e feridos, muitos dos quais gritavam por socorro.”

“As fileiras da procissão diminuíram consideravelmente. Depois de duzentos dias de marcha, todos perceberam que não estavam mais em Roma. Abalados, eles se aglomeraram ao redor do Pontífice, para protegê-lo e para cuidarem de suas necessidades.”

“Neste momento dois anjos apareceram, trazendo uma faixa que apresentaram para o Sumo Pontífice, dizendo: ‘Pega a faixa daquela que batalha e dispersa as mais poderosas armadas da terra. Teus inimigos desapareceram; com lágrimas e suspiros teus filhos pedem que retornes.’”

“Num dos lados da faixa estava a inscrição: ‘Regina sine labe concepta’, e no outro lado: ‘Auxilium Christianorum’. O Pontífice aceitou a faixa com alegria, mas ficou deprimido quando viu quão poucos eram os seus seguidores.”

“Mas os dois anjos prosseguiram: ‘Vai agora, conforta os teus filhos. Escreve para os teus irmãos espalhados pelo mundo que os homens devem reformar suas vidas. Isto não pode ser feito a não ser que o pão da palavra divina seja repartido entre os povos. Ensina o catecismo para as crianças e prega o desapego das coisas terrenas. Chegou o tempo, concluíram os dois anjos, em que os pobres evangelizarão o mundo. Sacerdotes serão procurados entre os que manejam a enxada, a pá e o martelo, como Davi profetizou: ‘Deus levantou o pobre dos campos para colocá-lo no trono de Seu povo.’”

“Ouvindo isso, o Pontífice se moveu, e as fileiras começaram a crescer. Chegando na Cidade Santa, o Pontífice chorou vendo seus desolados cidadãos, porque muitos já não eram mais. Então ele entrou na Catedral de São Pedro e entoou o Te Deum, e um coro de

anjos respondeu, cantando: ‘Glória a Deus nas alturas, e paz na terra para os homens de boa vontade.’ Quando o canto acabou, toda a escuridão desapareceu e um sol fulgurante brilhou. A população havia diminuído muito nas cidades e no campo; a terra estava estropiada como se por um furacão e uma tempestade de granizo, e as pessoas procuraram umas pelas outras, profundamente comovidas, e dizendo: ‘Existe um Deus em Israel’”.

CONCLUSÃO.

Penso que estas poucas páginas podem ser muito proveitosas para os que se interessam pelo assunto e que estudam com sinceridade a palavra de Deus. É muito difícil falar sobre um conflito tão sangrento e que ceifou a vida de tantas pessoas, mas, como disse mais acima, vivemos em tempos apocalípticos, um tempo em que os espíritos das trevas espalham a confusão e falsas promessas entre os homens, e a verdade deve sempre ser buscada.

Também pode parecer estranho para o leitor que um personagem como Hitler seja chamado de o Grande Monarca, quando o que se esperaria de um monarca seriam tempos de ouro, luxuriosos e cheios de alegria. Quanto às genealogias, se Hitler era descendente dos reis da França, etc. deixo para aqueles que possuem mais recursos e que se interessarem pelo assunto. Também as controvérsias sobre o corpo de Hitler existem; muitos dizem que foi cremado, outros (russos) apresentam restos de seus ossos, mas nada conclusivo, como profetizou a vidente de Praga.

Outra coisa lamentável que vemos nos nossos dias é a extrema confusão da Igreja, que num tempo de sangrentas atrocidades como foi o século vinte não consegue mais distinguir a mão direita da esquerda. Novamente vemos a história se repetir, porque a penitência do povo de Nínive foi a ruína dos israelitas, e a mesma

Igreja como a conhecemos se aproxima de uma grande mudança, como previu São Cesário de Arles.

Sempre gosto de me lembrar das palavras de Santo Agostinho: ‘desde o pecado de Adão nunca houve um único dia que se pudesse chamar de bom’, e isso durará até o fim do mundo. Também não podemos negar que depois da guerra o mundo experimentou uma melhoria fantástica em todos os aspectos, mas a paz do mundo é sempre enganosa, e não sabemos até quando vai durar.

Hoje vemos pessoas que ainda aguardam esse monarca, e o que eles aguardam é na verdade o segundo Nabucodonosor, se é verdade que podemos levar a sincronização dos tempos tão longe, e as palavras de Cristo, ‘meu reino não é deste mundo’ são um dos principais lemas cristãos há mais de dois mil anos. Eu diria que nos nossos dias a mente da grande maioria dos homens está tão afastada de tudo o que se refere a Deus que até mesmo os pacíficos ensinamentos de Cristo são um incômodo para a maioria, e o que se dirá deste juízo, que se não chega a ser o juízo final, é o começo dele?

Se as cronologias do Abade João Tritemius (De Septem Secundeis, séc. XVI) estiverem corretas, o quinto período da Igreja foi marcado pela influência do Arcanjo Gabriel, que governou os assuntos mundanos desde o ano de 1525 até 1879 d.C., ou desde o ano 6732 até o ano 7086 desde a criação do mundo. Assim, este nosso ano de 2013 corresponderia ao ano 7220 da criação do mundo, debaixo do governo do Arcanjo Miguel, que presidirá aos assuntos mundanos até o ano de 2234 d.C. E se, como tudo indica, estamos nos aproximando de um grande cataclismo, tudo me faz acreditar que o fim do mundo ou juízo final se dará em algum momento no décimo milênio, até mesmo pelo significado de totalidade que possuem os números 7 e 10.

O leitor deste opúsculo poderá encontrar várias outras profecias relacionadas a este assunto no site www.worldprophecies.net, de vários santos e santas que previram as grandes catástrofes que atingiriam o século vinte e também a terceira guerra mundial.

Aqui fica o meu estímulo para os que, como eu, se interessam pela palavra de Deus, porque como disse São Jerônimo, ignorar as Escrituras é ignorar a Deus. Para que os judeus retornem para Cristo, para que os hereges reconheçam seus erros e voltem para a Igreja, e para que todas as pessoas alcancem a salvação e a felicidade eternas.

BIBLIOGRAFIA.

1. Obras Completas de San Buenaventura. BAC España.2. Obras Completas de San Jerónimo. BAC España.3. Latin Commentaries on Revelation. IVP Academic.4. Oecumenius. Commentary on the Apocalypse. CUA Press.5. Daniel Rops. A Igreja da Renascença e da Reforma. Editora

Quadrante, São Paulo.6. Santo Agostinho. Comentário aos Salmos. Ed. Paulus.7. The Ante-Nicene Fathers, Vol. 5. Cosimo Classics.8. Pe. Antônio Vieira. História do Futuro. Editora UnB.9. Saint Ephrem. Full-of-grace-and-truth.blogspot.com