A Segunda Hipóstase de Plotino

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A SEGUNDA HIPÓSTASE: O NOUS OU ESPÍRITO Nous, termo filosófico grego que não possui uma transcrição direta para a língua portuguesa, e que significa atividade do intelecto ou da razão em oposição aos sentidos materiais. Muitos autores atribuem como sinônimo a “Nous” os termos "Inteligência" ou "Pensamento". A tradução de “Nous” por “Intelecto” empobrece o significado original do termo; por isso, seria melhor traduzi-lo por “Espírito”, como fazem muitos, entendendo por isso a união do supremo Pensamento com o supremo Pensado. Da primeira realidade suprema ou hipóstase deriva a segunda, que Plotino chama de “Nous”. Para ficar claro, esse “Nous” é a inteligência suprema aristotélica, que contém em si todo o mundo platônico das Ideias, isto é, a Inteligência que pensa a totalidade dos inteligíveis. Voltando um pouco na história dos pré-socráticos e na antiguidade, para entender melhor a visão do NOUS, Homero utilizou deste termo para condefinir o saber e a razão em contraste aos sentidos sensoriais, ou seja, explicar através do movimento órfico a existência do espírito atrelado aos sentimentos. Anaxágoras utilizou como força motriz que formou o mundo a partir do caos, acreditando que no princípio de todas as coisas era desordem. Platão define como algo racional e imortal da alma, é o divino e temporal no qual as grandes verdades e conclusões emergem imediatamente. Aristóteles associou ao intelecto, NOUS passivo e ativo, sendo o passivo afetado pelo conhecimento e o ativo, o eterno, primeira causa de todas as subsequências do mundo. E finalmente Plotino sendo como uma emanação divina, pois o NOUS

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Documento de texto contendo conteúdo referente à Segunda Hipóstase de Plotino, ou Nous, seguido de diversas citações e referências bibliográficas

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Page 1: A Segunda Hipóstase de Plotino

A SEGUNDA HIPÓSTASE: O NOUS OU ESPÍRITO

Nous, termo filosófico grego que não possui uma transcrição direta para a língua

portuguesa, e que significa atividade do intelecto ou da razão em oposição aos

sentidos materiais. Muitos autores atribuem como sinônimo a “Nous” os termos

"Inteligência" ou "Pensamento". A tradução de “Nous” por “Intelecto” empobrece o

significado original do termo; por isso, seria melhor traduzi-lo por “Espírito”, como

fazem muitos, entendendo por isso a união do supremo Pensamento com o supremo

Pensado.

Da primeira realidade suprema ou hipóstase deriva a segunda, que Plotino chama

de “Nous”. Para ficar claro, esse “Nous” é a inteligência suprema aristotélica, que

contém em si todo o mundo platônico das Ideias, isto é, a Inteligência que pensa a

totalidade dos inteligíveis. Voltando um pouco na história dos pré-socráticos e na

antiguidade, para entender melhor a visão do NOUS, Homero utilizou deste termo

para condefinir o saber e a razão em contraste aos sentidos sensoriais, ou seja,

explicar através do movimento órfico a existência do espírito atrelado aos

sentimentos. Anaxágoras utilizou como força motriz que formou o mundo a partir do

caos, acreditando que no princípio de todas as coisas era desordem. Platão define

como algo racional e imortal da alma, é o divino e temporal no qual as grandes

verdades e conclusões emergem imediatamente. Aristóteles associou ao intelecto,

NOUS passivo e ativo, sendo o passivo afetado pelo conhecimento e o ativo, o

eterno, primeira causa de todas as subsequências do mundo. E finalmente Plotino

sendo como uma emanação divina, pois o NOUS está associado ao UNO que é

matéria inteligível que se contempla no espírito e este espírito fecundando o UNO,

nasce o pensamento/pensado com a ideia platônica da “totalidade das coisas”, ou

seja, mundo das ideias.

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(...) A atividade que procede do Uno é como que uma potência informe (uma espécie de “matéria inteligível”) que, para subsistir, deve a) voltar-se para a “contemplação” do princípio do qual derivou e fecundar-se ou preencher-se dele, e depois, b) deve voltar-se para si mesma e contemplar-se, plena e fecundada. a) No primeiro momento, nasce o ser ou substância ou conteúdo do pensamento; b) No segundo momento, nasce o pensamento propriamente dito. E assim nasce também a multiplicidade (dualidade) de pensamento pensado, bem como a multiplicidade no pensado, dado que o Espírito, quando se olha fecundado pelo Uno, vê em si a “totalidade das coisas”, ou seja, a totalidade das Ideias. Enquanto o Uno era a “potência de todas as coisas”, e o Espírito torna-se “todas as coisas” ou a explicação de todas as coisas no nível ideal. O mundo platônico da Ideeias, portanto, é o Nous, o Espírito. As Ideias não são apenas pensamento do Espírito, são elas próprias Espírito, Pensamento.

Assim, o Espírito plotiniano torna-se o Ser por excelência, o Pen-samento por excelência, a Vida por excelência. É cosmos inteligível no qual o Todo ecoa em cada Ideia e, vice-versa, no qual cada Ideia se reflete no Todo. É o mundo da pua Beleza, já que a Beleza é essencialmente forma. (ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni, 1990, p.343).

A segunda hipóstase de Plotino está ligada ao NOUS (espírito, inteligência).

Contudo, Plotino fez do pensamento antigo e de Platão uma forma concreta de

introdução do pensamento sobre esta visão metafísica de “trialidade” da existência

de Deus, sendo como três pessoas PAI, FILHO e ESPIRITO SANTO e pela visão de

constituição CORPO, ESPIRITO e ALMA.

REFERÊNCIAS

ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni. Plotino e o neoplatonismo. In: História da

filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 338-355.

SILVA, Alexander J. Plotino e o neoplatonismo – Resumo. Campinas, 2011.

Disponível em: http://alexanderno.blogspot.com.br/2011/08/plotino-e-o-

neoplatonismo-resumo.html. Acesso em: 04 Nov. 2015. 23:52.