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A SEGUNDA INSPIRAÇÃO

UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL

Neste primeiro número da Carta Mensal de 1989, vocês vão notar algu­mas pequenas modificações. A começar pela numeração na capa, que alguns podem ter estranhado. "Ano XXIX, n.0 253 - Março 1989". 1?. verdade. Este é o vigésimo-nono ano em que a Carta Mensal vem sendo publicada. Não entram nesta numeração os 9 anos, de 1952 a 1960, inclusive, quando a Carta era mimeografada (. . . pelos abnegados da época) . . . Não se trata, com esta mudança de numeração, de nos envaidecermos da longevidade desta publicação do nosso Movimento (se bem que a tenaz perseverança de nossos predecessores merece o nosso maior respeito). Mas, ao que parece, é impor­tante, do ponto de vista de técnica de biblioteconomia, que se mantenha esta seqüência única desde o início. De qualquer forma, a Carta Mensal se alegra de estar com vocês este mês pela duocentésima quinqüagésima terceira vez ...

Mas ela está alegre também por outra razão bem mais importante. Quan­do o casal coordenador da Equipe da C. Mensal esteve em Lourdes, em setembro passado, teve a oportunidade de participar de uma reunião com os casais com essa mesma função, vindos do mundo todo. Dois pontos foram levantados na ocasião, entre outros. O primeiro enfatizava a importância do fato de todas as Cartas Mensais contarem com um Conselheiro Espiritual na equipe de redação. Era algo em que nossa equipe vinha pensando desde a sua primeira reunião, mas que até então não havia sido solucionado. Para nossa grande alegria, a partir deste número, o Frei Barruel de Lagenest, o.p., concordou em fazer parte da Equipe da Carta Mensal, fazendo seu "début" com o artigo sobre a Campanha da Fraternidade, à pág. 8. Mas além de nos brindar com alguns artigos, seu principal papel consistirá na participação em .nossas reuniões e no serviço, como um todo, que esta equipe quer prestar a todos os equipistas. Bemvindo, Frei Barruel!

Dizíamos que eram dois, os pontos levantados em Lourdes. O segundo refera-se a um assunto que nossa pesquisa do ano passado já nos tinha mos­trado: as notícias da Carta Mensal devem se concentrar nos assuntos de inte­resse geral para o Mvimento, deixando aos cuidados dos Setores e das Regiões os que forem mais específicos de cada local. Assim, a partir deste número, vocês poderão notar que a seção Notícias. dos Setores foi substituída por 'Notícias e Informações', sensivelmente mais sucinta. Por favor, não é por isso que vocês devem deixar de nos enviar notícias. Apenas pedimos que procurem nos mandar as que forem de interesse mais geral e que, se alguma delas não for publicada, vocês entendam o critério que está sendo usado.

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Acompanha esta Carta uma nova pesquisa, desta feita elaborada pela Equipe Responsável Internacional. Se alguns de vocês já tiverem recebido o formulário por outros meios, não há necessidade de preenchê-lo uma segunda vez! Mas NÃO DEIXEM DE RESPONDER E DE DEVO L V~· LO IMEDIA­TAMENTE, pois nosso Secretariado deverá tabular os dados e enviá-los ao Secretariado Internacional até fim de março! Por favor, leiam a respeito a Carta da Equipe Responsável Internacional, à página 4 desta Carta.

Com nosso fraternal abraço

A EQUIPE DA CARTA MENSAL.

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EDITORIAL

UMA PALAVRA QUE ASSUSTA . . .

Depois de Lourdes . . . A Segunda Inspiração . . . Penso que todos os que participaram da peregrinação a Lourdes voltaram com o coração ardendo. Vivemos aqueles dias junto de Nossa Senhora, numa verdadeira comunhão de oração, de partilha, de amizade. Retomamos novas forças , um novo fôlego.

Mas atenção! Depois de um momento de fervor e de graça, muitas vezes vem um tempo de afrouxamento. Passado o cume, corre-se o risco de descer a encosta. Lourdes não é um parêntesis, é um ponto de partida.

A proposta de uma segunda inspiração foi aclamada pelos participan­tes, mas é preciso, agora, começar a trabalhar na vida concreta. Vocês receberam um documento. Não se trata de uma partitura musical, que basta executar conforme a pauta. f, um " documento de referência", que apela para a criatividade, para a engenhosidade de cada um.

Para garantir este novo impulso na vida das equipes, parece-me que a primeira coisa a fazer é de voltarmos a nos situar diante da exigência fundamental. As Equipes de Nossa Senhora são baseadas em dois prin­cípios:

Todos os cristãos são chamados à santidade. Para os cristãos casados, a vida conjugal é um caminho de san­tidade.

Vocação para a santidade! Eis uma palavra que pode assustar! Não faltam aqueles que, vez ou outra, propõem palavras menos contundentes, mais tranqüilas. Mas não! Trata-se de santidade. Não fomos nós que escolhemos a palavra, foi o Senhor: " A vontade de Deus é que sejais santos" (lTes, 4,3) . E como vocês sabem, o Concílio Vaticano 11, no Capítulo V da Constituição Lumen Gentium, proclama a vocação uni­versal para a santidade.

f, preciso aceitar a palavra, é preciso aceitar a idéia. Não se pede aos casais que entram nas Equipes, nem tampouco aos que delas fazem parte há anos, que já sejam santos. (Se pensam que o são, é mau sinal!). Pede-se que aceitem com lealdade o chamado de Deus, gue aceitem sua vocacão para a santidade. E que procurem verdadeiramente responder ª­éíã, com a graça de Deus. Este é um critério para avaliar a "vocação" para fazer parte das Equipes. Pois não entramos nas Equipes como num clube, nem mesmo como num grupo de amigos. . . Entramos nas Equipes porque temos consciência deste chamado de Deus, mesmo se os caminhos que nos levam a elas têm formas e aparências diversas.

Chegou, pois, o momento de nos interrogarmos. O que buscávamos ao entrar nas Equipes? E por que continuamos a fazer parte hoje?

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Será para conseguir um pouco de calor humano? Uma amizade ver­dadeira? Uma vida de partilha? Um auxílio mútuo fraterno entre casais? Uma caminhada em conjunto em direção a Deus? As Equipes são tudo isso. E tudo isso é o caminho concreto para a santidade. Não se trata de largar tudo para ir cuidar de leprosos do outro lado do mundo. Trata-se de viver na verdade o dom que recebemos.

~ um caminho que se faz a passos pequenos. As vezes nem saímos do lugar; às vezes andamos para trás. O importante é continuar a olhar para frente e sempre retomar a caminhada. Porque se Deus nos chama para a santidade, nada O deterá. Nosso Deus é um Deus teimoso - com mais respeito dizemos um Deus fiel . . . e obstinado. Ele não vai nos largar!

Quando cuidava de grupos de jovens, tínhamos escolhido uma fra­se-chave, um 'slogan' : "Viver a aventura cristã até o fim, até a santidade in-clu-si-ve".

A Segunda Inspiração das Equipes consiste primeiramente em voltar a nos situar solidamente nesta perspectiva: viver o sacramento do matri­mônio até o fim, até a santidade in-clu-si-ve.

E naqueles grupos de jovens tínhamos um 'slogan' complementar: " ~possível, logo, vamos conseguir!" Para isso, é preciso ter muito fôlego: o sopro do Espírito Santo. E nós já o temos! Logo, vamos conseguir!

Pe. Bernard Olivier, op.

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CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

40 anos depois . ..

UM "DEVER DE SENTAR-SE" DE TODO O MOVIMENTO

Quarenta anos depois da promulgação de nossos Estatutos, eramos 5.700, reunidos junto de Nossa Senhora, em Lourdes. Representávamos 43 países, e nossas idades iam ·de vinte a mais de oitenta anos.

A Aliança de nossos sacramentos da Ordem e do Matrimônio, assim como nossa estreita união com a Igreja, se manifestavam particularmente nas celebrações - pela presidência calorosa e paterna do Cardeal PIRONIO, Presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, representando o Santo Padre que o tinha encarregado de nos transmitir uma mensagem. (V. C. M . dezembro/ 88, pág. 8) e pela presença de 6 bispos e de 400 padres Conse­lheiros Espirituais de nossas equipes.

As graças de cura de Lourdes foram testemunhadas por vários casais participantes, que nos diziam, após alguns dias em Lourdes, terem voltado a encontrar, em seu casal, um diálogo e uma união de há muito perdidos.

Rezamos para que estas mesmas graças de Lourdes acompanhem também a busca da "Segunda Inspiração" de nosso Movimento. Mas, de que forma ''começar a trabalhar na vida concreta", conforme o convite do Pe. Olivier, em seu Editorial?

I . Lendo e relendo o texto da brochura: ·'40 ànos depois . .. A Segunda Inspiração", entregue em Lourdes a

cada casal e cada conselheiro espiritual em sua própria língua, e à disposição de vocês nos respectivos Secretariados Nacionais.

Que cada um faça esta leitura tendo também presentes: - Os textos fundadores de nosso Movimento, reunidos sob a orientação

do Padre Henri CAFFAREL, num livro intitulado "As Equipes de Nossa Senhora - Surgimento e Missão do Casal Cristão",

- e o tema "MAGNIFICAT" que nos en<:aminhou e levou a Lourdes.

2 . Fazendo, a partir desses textos, um verdadeiro "DEVER DE SEN­TAR-SE" de nosso Movimento, neste ano de 1989.

Como nos dizia o Pe. Mark HEATH, o. p., Conselheiro Espiritual da Super-Região Estados Unidos, na homilia c;lã última Missa de nosso Encontro:

"Quando se escala uma montanha, chegando a determinada altura e faltando o fôlego, é bom tirar a mochila e sentar-se para ganhar aquele novo fôlego que nos permitirá alcançar uma altitude mais elevada."

Assim deverá ser nosso ano de 1989, na luz do Ano Mariano e do 7.0 Sínodo dos Bispos a respeito da 'Missão e Vocação dos Leigos', sobre o qual espera-se, para as próximas semanas, uma Exortação Apostólica do Santo Padre. Ela foi precedida por sua "Carta sobre a Dignidade da Mulher", divulgada em 30 de setembro de 1988, e cuja leitura recomendamos a vocês.

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Possa este ''Dever de Sentar-se", iniciado na ação de graças, na oração e na comunhão fraterna de nossas equipes mistas de Lourdes, prosseguir, na lucidez e na confiança, pelo exame do estado em que se encontram nossas equipes.

E para que este exame seja de proveito não apenas para cada Equipe, mas para cada Setor, Região, Super-Região e para o Movimento todo, parece indispensável que seja baseado num questionário simples e idêntico para todas as equipes do mundo. (1) .

Agradeceríamos que vocês respondessem em casal e que suas respostas servissem de base a uma coparticipação na próxima reunião de sua equipe.

Por fim, solicitamos que os casais responsáveis de equipe as enviem, imediatamente após, junto com algumas observações sobre sua troca de idéias, ao Secretariado (vide verso do encarte).

Aos Secretariados, agradecemos de antemão o envio das sínteses e de extratos dos comentários mais significativos, até o fim de março de 1989.

Assim, portanto, será lançada a abordagem de nossa Segunda Inspiração, após termos feito um balanço da situação da inspiração primeira de cada uma de nossas equipes.

Demos graças a Nossa Senhora de Lourdes! ''Exulta meu espírito em Deus meu Salvador!''

Jean-Claude e Jeanine MALROUX

(I) Vocês encontrarão o questionário em encarte nesta Carta Mensal.

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A EC/R CONVERSA COM VOCSS

RELATO DE UMA CAMINHADA - 1988

Caros irmãos.

Desejamos retomar alguns aspectos da caminhada das ENS no ano que passou. Nesta mesma seção da Carta Mensal de março de 1988, lembrávamos que o moodo é dinâmico e, portanto, evolui. Assim sendo, as pessoas, a sociedade e a própria Igreja também evoluem.

Cada tempo, assim como cada lugar, têm suas necessidades, o que tam­bém acontece na Igreja, que, com suas assembléias, Sínodos, Concílios busca refletir a partir dos fundamentos imutáveis da fé, sobre suas necessidades no tempo.

Nas ENS os carismas fundadores são imutáveis mas, a cada tempo e conforme as realidades locais, é preciso buscar a forma de viver esses caris­mas, forma essa que melhor atenda às necessidades dessa parcela do povo de Deus.

Dizíamos, naquela ocasião que era uma preocupação nossa conhecer a realidade da família hoje (aqui no Brasil) e lembravamos alguns dos desafios que ela enfrenta, quais sejam: o desrespeito à dignidade humana; os contra­valores insistentemente propagados através dos meios de comunicação; a esca­lada da permissividade; o planejamento familiar mal orientado, o aborto, as relações pré-matrimoniais e as uniões sem casamento; a fome, a falta de habi­tação, o desemprego, a precariedade da assistência à saúde e à educação e a falta de lazer que afligem as camadas mais carentes.

Diante dessas realidades, afirmávamos que el.'a necessário repensar a família, reescrever o seu papel no mundo de hoje, uma vez que ela sofre impactos, mas também pode ser agente de transformação. Era, pois, necessá­rio redescobrir a vocação das ENS na Igreja e no mundo dentro da atualidade e da fidelidade às origens. Somos construtores do Reino de Deus. Como vamos concretizar essa atuação hoje como família?

A esse assunto foi dedicado um tempo forte no Encontro Nacional da ECIR com os RR, RS, RC e CES e também nos EACRE'S-88. Não tínhamos, e nem sería possível ter, a intenção de passar idéias prontas a serem colocadas imediatamente em prática, mas tínhamos plena consciência de estarmos to­mando as primeiras providências para abrir "uma futura estrada através da selva" (conforme dissemos nos EACRE's), cuja construção era de duração imprevisível, mas era necessário dar os primeiros passos, e passos muito fir­mes, nessa direção. Lançavamos, pois, um apelo a todos os casais equipistas para que, em primeiro lugar, efetuassem uma séria reflexão sobre a razão de ser da nossa pertença ao Movimento. Para ajudá-los nessa reflexão, ela­boramos, então, o documento para celebração dos 40 anos dos Estatutos das ENS, que foi enviado aos CRS com a solicitação de que todos os casais de seus setores refletissem sobre ele.

Em segundo lugar, para que se empenhassem em viver com maior inten­sidade a proposta das ENS, buscando entendê-la melhor, em aprofundar nos­sa vocação equipista e melhor vivê-la na realidade e sendo fiéis à nossa missão no mundo de hoje. Tínhamos grande esperança de que o novo enfoque da

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partilha, calcado nas três atitudes: procura assídua da vontade de Deus; pro­cura da verdade sobre nós mesmos; vivência do encontro e da comunhão com o outro - se bem compreendido e levado a sério, em muito nos ajudaria a atingir nossos objetivos. Daí nossa insistência a respeito.

Enquanto isso, em âmbito mundial, essa bus,ca também se delineava a nível da Equipe Responsável Internacional. Em palestra aos RR da Europa em 87, Pe. Caffarel dizia que para essa atualização eram necessários três elementos:

Uma reflexão sobre o carisma fundador; Uma análise da realidade e das necessidades de hoje; Uma prospectiva, considerando em que direção se deve incitar o Movimento a progredir.

O Pe. Caffarel baseou sua palestra em três pontos: I) O que não foi bem assimilado durante esses 40 anos, do carisma

fundador; 2) O que não foi bem aprofundado do carisma fundador; 3) O que não poderia ter sido visto a partir do carismo fundador (dentro

da realidade da época em que surgiram as ENS). Sobre esses aspectos dever-se-ia centrar a busca de uma renovação e a

ERI lançou-se, então, a essa busca, procurando voltar às fontes, refletindo sobre o carisma inicial a partir dos textos fundadores, com a consciência que se pode ter hoje, após esses 40 anos, de que a intuição que levou o Pe. Caffa­rel a fundar o Movimento das ENS foi, verdadeiramente, uma inspiração, um dom do Espírito Santo à Igreja.

A ERI, um tanto assustada com a responsabilidade de estar à frente de um movimento com 5.577 equipes (cerca de 35.000 casais) distribuídas em 440 setores, 70 regiões, 7 super-regiões (o Brasil é uma delas) e espalhado por mais de 30 países, procurou ouvir o próprio Pe. Caffarel, e também os Super-Regionais, no intuíto de melhor sentir as realidades e necessidades em suas Super-Regiões. Tinha consciência também que as ENS representam uma parcela numericamente pequena, porém significativa do povo de Deus, e como tal têm uma missão a desempenhar dentro da Igreja (da qual são parte, e não uma seita), e devem procurar colocar-se, cada vez mais e melhor, a serviço dessa missão.

Era preciso, pois, permanecendo fiéis à intuição inicial, estar atento às necessidades dos casais deste final do 2.0 milênio do cristianismo e buscar respostas para suas necessidades. Era preciso buscar luzes no Espírito de Deus. Era preciso uma segunda inspiração, um novo impulso, que viesse fazer com que as equipes fossem também hoje, como foram na origem, um fermento de renovação na Igreja. Era preciso buscar uma nova força no Espírito Santo.

Era isso o que já buscávamos e que o Movimento, a nível internacional intuiu e que desembocou no encontro de Lourdes, em setembro de 1988.

A segunda inspiração, o novo impulso, que foi o grande envio de Lour­des, encerra pois uma grande convocação a todos os casais equipistas para aprofundar e viver em casal e em família um ideal que começou a ser revelado aos fundadores e para colocar-se ao serviço desse ideal como Igreja.

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Fraternalmente C'idinha e lgar

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

Você sabia que a Campanha da Fraternidade, aberta com rede nacional de rádio e televisão na Quarta-Feira de Cinzas, está jazendo 26 anos no Brasil? Que seu. encerramento será, com gesto concreto de todos os brasileiros, no Domingo de Páscoa, 26 de março? Reproduzimos aqui os sete pontos que, segundo o jornal "O São Paulo", jazem da Campanha da Fraternidade um dos instrumentos de ação mais importantes da Igreja no Brasil: (I) São quarenta dias de evangelização na­cional, em todos os níveis e por todos os meios; (2) é a promoção, em todos os ambientes de vida, da Fraternidade, que é mensagem central do Evangelho; (3) visa ajudar o brasileiro a viver o sentido da Quaresma, num processo de conversão, que p~rte do coração e se expressa na vida diária; (4) exige que todos se renovem durante a Quaresma, dando uma dimensão de compromisso concreto à preparação para a Páscoa; (5) jaz da Liturgia Quaresma[ um espaço privilegiado para a reali­ção da Campanha da Fraternidade; (6) além das celebrações litúrgicas, derrama-se por toda a sociedade, através do rádio, da televisão, da imprensa; (7) anuncia, cada ano, um tema especial relativo à Fraternidade , que toca fundo a vida das pessoas e da sociedade. (0 São Paulo, n.o 1707)

Para melhor conhecimento dos equipistas de todo o Brasil, damos a se­guir uma visão do que é a

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 1989

que tem como tema "COMUNICAÇÃO PARA A VERDADE E A PAz·•, incitando-nos a refletir sobre a verdade como norma da comunicação, sobre a paz que somente através dela será alcançada e sobre o direito e o dever que tem a Igreja de utilizar os meios de comunicação social para proclamar o Evangelho a "todos os povos" .

I. Os antecedentes.

Esta campanha não é uma novidade. Foi precedida por numerosas de­clarações oficiais. As principais são as seguintes:

Concílio Vaticano II: decreto sobre "Os meios de Comunicação Social", promulgado em 4 de dezembro de 1963.

Pontifícia Comissão para os Meios de Comunicação Social: "Os meios de comunicação social", em 1971.

Paulo VI: "Dia Mundial dos Meios de Comunicação Social". Coleção de 12 mensagens, 1967-1978.

Paulo VI: Exortação Apostólica sobre "A Evangelização do Mundo Con­temporâneo'', de 1976, talvez o texto mais novador do grande Pontífice.

João Paulo 11: "Cultura e Dimensão Humana", 1982, e "Comunicação e Promoção Humana", 1988 ..

Todos estes textos encontram-se nas editoras Vozes e Paulinas.

A essa lista (resumida) , pode-se acrescentar dois trabalhos especialmente importantes:

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O .. Relatório da Comissão Internacional para o Estudo dos Problemas de Comunicação", habitualmente chamado "Informe MacBride", do nome de seu autor, feito a pedido da UNESCO (Ed. Fundação Getúlio Vargas, 1974). "Do Santo Ofício à Libertação", de Isrnar de O. Soares. Este estudo ana­lisa o discurso e a prática sobre a Comunicação Social do Vaticano e da Igreja Católica, do século 16 até nossos dias (Ed. Vozes, 1988).

11. Resumo do decreto do Concilio Vaticano 11.

N.0 3: A Igreja, que tem por missão pregar o Evangelho, possui o di­reito e o dever de utilizar os instrumentos de comunicação social, para proclamar a mensagem de salvação e ensinar aos homens como usar bem destes meios, uso este principalmente dos leigos.

N.0 5: Todos os membros da comunidade humana têm direito a urna comunicação verídica e completa sobre todos os assuntos de seu interesse, e isso de maneira honesta, adaptada e respeitosa das exigências da moral.

N .0 7 I 8 Respeitando essas exigências. assim corno as da justiça e da ver­dade, os meios de comunicação social trabalharão para a forma­ção e a expansão de uma opinião pública sadia.

N .0 11: Nem sempre será fácil conciliar os aspectos econômicos, políticos e artísticos de tal forma que nunca firam o bem comum, o que é imprescindível.

N .0 12: O poder público tem o dever de defender e proteger urna autên­tica liberdade de informação, pois a sociedade moderna tem necessidade dela para o seu próprio progresso.

N.0 13/16: Os pastores e mais ainda os leigos que, por profissão utilizam os meios de comunicação social, devem procurar desenvolver urna imprensa autenticamente católica. Devem também interes­sar-se pela produção de filmes e de emissões católicas de rádio e TV, capazes de se impor pela qualidade e a eficácia. Isso supõe que sejam formados localmente de maneira cristã todos os técni­cos necessários para tanto.

N.0 22: Não se deve esquecer que os meios de comunicação social exer­cem urna influência que ultrapassa as fronteiras de um país: fazem de cada ser humano um cidadão do mundo.

m. Resumo do texto-base da CNBB: Comunicação para a Verdade e a Paz.

I . . Comunicação: desafio à sociedade e à Igreja .

No mundo moderno, a comunicação é um elemento essencial da vida social. Existem gigantes, grandes, médios e pequenos meios de comunicação. O seu uso é habitualmente afirmação de poder e meio de dominação, sobre­tudo quando a serviço de regimes políti<:os autoritários ou de sociedades de consumo. Mas pode vir a ser um meio de educação e de conscientização popular. pois pode pôr, no lugar de contra-valores culturais, valores autên-

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ticos. Atualmente, estamos diante de uma escalada de violência, de sexo, de culto do poder obtido a qualquer preço.

A comunicação é essencial à evangelização. Mas ainda muitas vezes são os que "sabem" mais que, na Igreja, têm mais voz. Falta espaço para os pobres. A verdadeira comunicação se faz através da escuta, do diálogo, da participação.

A Igreja está fazendo atualmente um esforço, tanto quantitativo como qualitativo, em matéria de comunicação, para que se torne mais popular.

2 . Comunicação para a verdade e a paz. .

Toda pessoa humana nasce de uma comunicação de amor, num mundo já existente; dele recebe estímulos e informações. Eem de reagir, de responder; através disso expressa sua disponibilidade para sua auto-realização e liber­dade. Daí a dimensão ética de toda comunicação: tem a obrigação de per­manecer a serviço da verdade, da justiça, da paz, da solidariedade. Um as­pecto do pecado é ser fechamento sobre si mesmo, numa recusa de verda­deira comunicação com Deus e com os irmãos. A idolatria é mentira. A injustiça é conseqüência da idolatria-mentira: ela destrói a solidariedade e a paz.

Cristo é a perfeita comunicação de Deus: Ele exprime o Pai para os homens e representa os homens diante do Pai. Em vez de usar o poder que esmaga, Jesus procura comunicar-se pelo diálogo, dentro do respeito pelo outro: o diálogo com Nicodemos, com a Samaritana, com os discípulos de Emaús, são característicos dessa atitude. Comunica-se também por parábolas, por exemplo, tirados da vida quotidiana, por gestos de fraternidade e solida­riedade. Não lhe falta energia frente àqueles que detêm o poder, a riqueza, o saber, mas sempre respeita a liberdade de cada um de seus interlocutores. Suas palavras são ''boa notícia" para uns, porém "má notícia" para outros.

Em Pentecostes dá-se o inverso da Torre de Babel: a comunicação é restabelecida. Os apóstolos "não podem deixar de falar". Paulo faz-se "tudo para todos", apresentando o Evangelho como resposta aos problemas concre­tos que os primeiros cristãos têm, acompanhando sua pregação de celebra­ções litúrgicas e de ações de solidariedade. Da mesma maneira, em nossÇ>s dias, nas comunidades eclesiais de base, a ênfase é dada ao comunitário: a corresponsabilidade emerge então como um valor fundamental , numa perma­nente colaboração entre ministérios e carismas.

Permanecem básicos os direitos à informação, à opinião pessoal, ao plu­ralismo cultural, assim como à livre iniciativa no domínio da comunicação. Longe de escravizar, a verdadeira comunicação liberta.

3 . Comunicação para evangelizar.

Porque fraternidade e verdadeira comunicação andam juntas, elas su­põem, para serem exercidas, uma profunda conversão de cada um: será o início de uma transformação das relações na família, no bairro, no trabalho. Será também desenvolvido um sadio senso crítico, tanto na sociedade global como na Igreja .

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Para tanto, além dos esforos realizados pelas lgrejas locais, pode-se pensar em estudos, reflexões e ações em vários níveis: a) promover estudos dos processos de comunicação mantidos pela sociedade; b) analizar os sistemas de comunicação adotados pela Igreja; c) descobrir e desvender as estruturas de comunicação que distorcem a rea-

lidade social; d) criar e/ ou dinamizar o Setor de Pastoral da Comunicação; e) aprimorar a formação dos agentes de comunicação; f) aprofundar e assumir o esforço evangelizador da Igreja no Brasil; g) programar cursos de teologia para agentes da Pastoral da Comunicação; h) melhorar o conteúdo e a apresentação dos folhetos litúrgicos .

Estas linhas apresentam um resumo rápido tanto do decreto conciliar sobre os meios de comunicação social, como do texto-base da Campanha da Fraternidade 1989. ~ de se desejar que todos os equipistas leiam, estudem e reflitam a partir dos próprios documentos, assim como dos outros aqui indi­cados. Valeria a pena, quem sabe, fazer da Campanha da Fraternidade o tema de uma reunião, ou dedicar-lhe, ao menos, a coparticipação de uma das reuniões de equipe .. .

Fr. J. P. Barruel de Lagenest o.p.

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A PALAVRA DO PAPA

ATO DE ENTREGA A NOSSA SENHORA

Esta consagração do mundo a Maria foi feita por João Paulo ll, em Roma, em comunhão com toáos os bispos, em suas respectivas dio­ceses, na solenidade da Anunciação do Se­nhor, em 25 de março de 1984.

I. "A Vossa proteção nós acolhemos, Santa Mãe de Deus!"

Ao pronunciar estas palavras da antífona com que a Igreja de Cristo reza há séculos, encontramo-nos hoje diante de Vós, ó Mãe, no Ano Jubilar da nossa Redenção.

Estamos aqui unidos com todos os Pastores da Igreja por um vínculo particular, pelo qual constituímos um corpo e um colégio, do mesmo modo que os Apóstolos, por vontade de Cristo, constituíam um corpo e um colégio com edro.

No ví-nculo desta unidade, pronunciamos as palavras do presente Ato, no qual desejamos incluir, uma vez mais, as esperanças e as angústia da Igreja pelo mundo contemporâneo.

Há quarenta anos atrás, e depois ainda passados dez anos, o Vosso servo o Papa Pio XII, tendo diante dos olhos as dolorosas experiências da famí­lia humana, consagrou ao Vosso Coração Imaculado todo o mundo e especialmente os Põvos que, pela situação em que se encontram, são par­ticular objeto do Vosso amor e da Vossa solicitude.

f. este mundo dos homens c das nações que nós temos diante dos olhos também hoje: o mundo do Segundo Milênio que está prestes a terminar, o mundo contemporâneo, o nosso mundo!

A Igreja, lembrada das palavras do Senhor: ''Ide. . . e ensinai todas as nações. . . Eis que eu estou convosco todos os dias, até o fim do mundo" (Mat 28,19-20), reavivou, no Concílio Vaticano Segundo, a consciência da sua missão neste mundo.

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Por isso, ó Mãe dos homens e dos povos, Vós que conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós que sentis maternamente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo contemporâneo, acolhei o nosso clamor que, movidos pelo Espírito Santo, elevamos diretamente ao Vosso Coração e abraçai, com o amor da Mãe e da Serva do Senhor, este nosso mundo humano, que Vos confiamos e consagramos, cheios de inquíetude pela sorte terrena e eterna dos homens e dos povos.

De modo especial Vos entregamos e consagramos aqueles homens e aque­las nações, que desta entrega e desta consagração têm particularmente necessidade.

"A Vossa proteção nós acolhemos Santa Mãe de Peus!" Não desprezeis as nossas súplicas que a Vós elevamos, nós que estamos na provação!

2. Encontrando-nos hoje diante de Vós, Mãe de Cristo, diante de Vosso Coração Imaculado, desejamos, juntamente com toda a Igreja, unir-nos com a consagração que, por nosso amor, o Vosso Filho fez de Si mesmo ao Pai: "Por eles eu consagro-me a Mim mesmo - foram as suas pala­vras - para eles serem também consagrados na verdade" (J o 17, 19) .

Queremos unir-nos ao nosso Redentor, nesta consagração pelo mundo e pelos homens, a qual, no seu Coração divino, tem o poder de alcançar o perdão e de conseguir a reparação.

A força desta consagração permanece por todos os tempos e abrange todos os homens, os povos e as nações; e supera todo o mal, que o espírito das trevas é capaz de despertar no coração do homem e na sua história, e que, de fato, despertou nos nossos tempos.

Oh! quão profundamente sentimos a necessidade de consagração, pela humanidade e pelo mundo: pelo nosso mundo contemporâneo, em união com o próprio Cristo! Na realidade, a obra redetora de Cristo deve ser pelo mundo participada por meio da Igreja.

Manifesta-se o presente Ano da Redenção; o 1 ubileu extraordinário de toda a Igreja.

Sede bendita, neste Ano Santo, acima de todas as criaturas, Vós, Serva do Senhor, que obedecestes da maneira mais plena ao chamamento Divino! Sede louvada, Vós que estais inteiramente unida à consagração redentora do Vosso Filho!

Mãe da Igreja! Iluminai o Povo de Deus nos caminhos da fé, da esperança e da caridade! Ajudai-nos a viver na verdade da consagração de Cristo pela inteira família humana do mundo cqntemporâneo.

3. Confiando-Vos, ó Mãe, o mundo, todos os homens e todos os povos, nós Vos confiamos também a própria consagraÇão do mundo, depositando-a no Vosso Coração materno. ·

Oh! Coração Imaculado! Ajudai-nos a vencer a ameaça d.9 mal que tão facilmente se enraíza nos corações dos homens de hoje e que, nos seus efeitos imensuráveis, pesa já sobre a nossa época e parece fechar os caminhos do futuro!

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Da fome e da guerra, livrai-nos!

Do ódio e do aviltamento da dignidade dos filhos de Deus, livrai-nos!

De todo o gênero de injustiças na vida social, nacional e internacional, livrai-nos!

Da facilidade em calcar aos pés os mandamentos de Deus, livrai-nos!

Da tentativa de ofuscar nos corações humanos a própria verdade de Deus, livrai-nos!

Da perda da consciência do bem e do mal, livrai-nos!

Dos pecados contra o Espírito Santo, livrai-nos, livrai-nos!

Acolhei, ó Mãe de Cristo, este clamor carregado do sofrimento de todos os homens! Carregado do sofrimento de sociedades inteiras!

Ajudai-nos com a força do Espírito Santo a vencer todos os pecados: o pecado do homem e o "pecado do mundo" , enfim, o pecado em todas as suas manifestações.

Que se revele, uma vez mais, na história do mundo, a infinita potência salvífica da Redenção: a força infinita do Amor misericordioso! Que ele detenha o mal! Que ele transforme consciências! Que se manifeste para todos, no Vosso Coração Imaculado, a luz da Esperança!

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Em preparação ao Encontro Internacional de Lourdes, o Setor de Taubaté, S.P., realizou uma peregrinação a Aparecida (v. C. M. dez/88). Como base para essa peregrinação, o Pe. João Leopoldo de Almeida, da­quele Setor, desenvolveu cinco meditações sobre os cinco mistérios gloriosos do Rosário. Publicamos neste mês, em que se celebra a Páscoa da Ressurreição do Senhor, a meditação que se refere a este primeiro mistério.

A RESSURREIÇÃO

A certeza na ressurreição de Jesus é fundamental na fé cristã: ou cremos que Jesus ressuscitou e está vivo, ou nossa fé não tem base nenhuma, é vazia e sem sentido.

Pedro, falando diante de um público de várias crenças, raças e línguas, afirma sua fé em Jesus ressuscitado. Faz uma síntese da vida e morte de Cristo, e apresenta um argumento dos mais simples e comuns, para dizer que Ele está vivo: "Nós comemos e bebemos com Ele após a sua ressurreição dentre os mortos" .

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Manhã da ressurreição: é a manhã de um novo dia, manhã de um tempo novo. :e, o primeiro dia da semana, primeiro dia de uma nova vida. Primeiro, Maria Madalena, depois Pedro e João sentem este tempo novo de uma nova vida na manhã da ressurreição.

Sem poderem explicar o túmulo vazio, eles acreditam que Jesus, o amigo morto há três dias, está vivo.

Eles vão contar isso aos seus amigos. . . B a boa notícia, grande notícia: Ele está vivo. Madalena, Pedro, João, na manhã daquele dia, não J>-Odiam guardar para sí o que explodia naturalmente lá do mais profundo do seu ser: Ele está vivo! O amigo cuja prisão e morte haviam assistido, não está mais no túmulo. Deixou o lugar dos mortos; Ele está vivo!

Todo cristão deveria ser um anúncio vivo desta única notícia: Jesus Cristo está vivo. Todos deveriam poder ler em cada cristão, sem mesmo ele abrir a boca, a expressão alegre desta certeza de fé.

Pela primeira vez na história da humanidade, um homem rompe as leis da natureza, ultrapassa os umbrais do tempo e apresenta-se vivo aos seus amigos. Definitivmente vivo. Eternamente vivo. Confirmação viva de que o homem não é feito para a morte, mas para participar, definitiva e eternamente, do autor e princípio de tudo o que vive: Deus.

De todos os seres conhecidos, o homem é a manifestação mais plena da vida. Porque feito para a vida, ele encontra sua realização e felicidade na medida em que se sabe "imortal", "eterno", participante da vida em plenitude. B este o alcance da ressurreição de Jesus; é esse o motivo último da alegria do cristão.

Iluminado pela fé na ressurreição de Jesus, o cristão deve ser uma tes­temunha viva ao longo de toda a sua vida. Ser cristão é isso, apenas isso, nada mais que isso: anunciar, todos os dias, em todos os lugares e circunstân­cias, que o rei da vida, Jesus Cristo, está vivo; que o homem, a exemplo de Jesus Cristo, não é feito para a morte, mas para a vida.

Na ressurreição de Jesus o homem encontra a resposta para o seu anseio mais profundo: viver eternamente.

REFLEXÃO: Nosso viver é iluminado pela ressurreição de Cristo?

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Do Semanário Católico "Atualidade", de Curitiba, re­produzimos este artigo de nosso querido Frei Estevão Nunes, ainda a respeito da peregrinação a Lourdes.

A PRESENÇA DE MARIA

Estou em Lourdes. Tive a graça extraordinária de poder participar desta peregrinação, e de poder fazer aqui esta maravilhosa experiência de fé. Realmente é um lugar privilegia­do este, onde se sente quase palpável a presença misteriosa mas real de Maria em nossa vida e em nosso mundo.

Afinal de contas, por que aqui se concentra toda esta multidão, vinda de todos os países do mundo, desde a China e o Líbano até a Irlanda e o Canadá? Alguma coisa mais forte os traz, e não é só desejo de turismo, porque aqui não se respira clima de turismo, nem há outras atrações. O clima é de oração mesmo, e não há assistentes, pois todos são realmente participantes: na procissão, nas cele­brações, na adoração ao Santíssimo diante da gruta.

Há aí um poder sobrenatural evi­dente, que os descrentes nunca pode­rão entender nem explicar. Porque os que vêm aqui não são fanáticos, nem carolas, nem tampouco gente simpló­ria que se deixe levar por qualquer onda. Gente culta, gente importante está aqui. Mas aos pés da imagem de Maria não há mais distinção algu­ma, ninguém sabe quem é doutor e quem é lavrador; todos são igualmen­te filhos seus, ali prostrados no lugar onde Ela quis aparecer a Bernadete, e por meio de Bernadete fazer-se mais presente ao mundo, para deixar ao mundo a sua mensagem, de ora­ção. penitência e conversão.

A Igreja aceita como autênticas as aparições a Bernadete, sem fazer disso um dogma. Ninguém é obriga­do a crer. Mas que direito temos nós de duvidar, depois do testemunho maravilhoso de fé destes milhões e milhões de peregrinos que por aqui já passaram? Por que negar a Maria o direito de se fazer ver a seus filhos , queridos e ingratos, para - com tan­to carinho - chamar-lhes a atenção para que se ponham no caminho re­to? Maria é nossa Mãe, e toda mãe se preocupa com seus filhos. Ela tam­bém. Porque o mundo não quer ouvir as palavras de seu Filho, e por isso caminha para cada vez mais longe. Ainda hoje ela nos diz: "fazei tudo o que Ele vos disser . . . "

Mas o que é que Jesus nos diz? Não demos uma de ignorantes, sabe­mo-lo muito bem: "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei". E o mun­do se desgraça porque os homens não se amam, pois tudo leva cada um a amar somente a si. Maria pede con­versão, volta para o seu Filho, volta para o amor. Mas ninguém escuta, parece. Sua mensagem continua, doce e eterna, através de sua humilde e pobre fil ha Bernadete que fala ain­da ao mundo: oração e penitência para a conversão.

Ainda é tempo, sempre é tempo. Esta multidão aqui presente em Lour­des reacende a nossa esperança: não está tudo perdido, não; há muita gen­te em busca do caminho. E quem busca encontra.

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A PALAVRA DOS NOSSOS PASTORES

Reproduzimos a seguir, do bojetim O Povo de Deus, da arquidiocese de Brasília, a palavra de Dom José Freire Falcão, intimamente relacionada com o tempo da Quaresma e da Paixão que, com a Igreja, celebra­mos este mês.

TESTEMUNHAR A FÉ EM JESUS CRISTO

No encontro com Nicodemos, Je­sus anuncia sua Paixão. O Filho- do Homem deve ser erguido na cruz, para que tenham a vida eterna todos os que n'Ele crêem. E elevado na cruz, haverá de atrair para si muitos discípulos (Jo 12,32).

A morte de Jesus é o mais convin­cente sinal do amor do Pai por cada pessoa humana. Se ele quis que o seu Filho terminasse a vida numa cruz foi para que nenhum homem pereces­se eternamente. Tão grande é o amor misericordioso de Deus. B, na verd3.­de, este amor a causa última e deter­minante da vinda do Filho de Deus a este mundo. Jesus é a própria de­monstração de que Deus nos ama. A vontade de Deus é a nossa salvação.

O Filho não veio à terra primeira­mente para julgar o mundo dos ho­mens, mas para resgatar do pecado cada pessoa. Para os que n'Ele crêem não é um juiz mas o Redentor e Sal­vador. São julgados pelo Pai somente aqueles que preferem a obscuridade do mal à claridade do bem. Aqueles que não acolhem o Filho como reve­lador do Pai e Filho de Deus. E, por isso mesmo, rejeitam a salvação que lhes é oferecida.

Se o julgamento dar-se-á no desfe­cho da história, no "último dia", co­mo fala São João, no entanto, este acontecimento futuro já é antecipado no momento presente, na vida do ho­mem que recusa a Deus. E o critério para o julgamento é a fé que possuí­mos. Aquele que não cré já é julgado. Aquele que crê e vive desta fé é redi-

mido pelo poder de Deus em seu Filho.

E a fé no nome do Filho consiste em reconhecer em sua pessoa o Filho de Deus e em depositar a confiança em seu poder. A fé é adesão a Jesus como Filho de Deus e revelador do Pai. Por Ele conhecemos a Deus e por este conhecimento possuímos a vida eterna.

Este é Jesus. Ele a dá aos que acre­ditam ser Ele o próprio Filho de Deus e nosso Salvador. Vida que ultrapassa tudo o que é corporal e temporal. Vi­da cuja consumação e total manifes­tação se dão somente para além da história.

São João nos ensina que a vida eterna consiste em conhecer a Deus (Jo 17,3). E conhecê-lo não só pela razão e na obscuridade da fé, mas na visão imediata e direta de Deus. Pois, se agora "o vemos em es-pelho e de maneira confusa, depois, o veremos face a face" (1 Cor 13,12). E ao en­xergarmos diretamente a Deus, num olhar que é também supremo amor para com Ele, haveremos de tornar­nos semelhantes a Ele, porque o ve­remos como Ele é ( Jo 3,2). A vida do cristão então desabrochará na per­feita semelhança da criatura com o Filho de Deus. Pois a visão imediata · de Deus é transformante, nos muda radicalmente. É luz que nos penetra e faz de nós novas criaturas, partici­pantes da glória de Deus.

E como poderemos ver a Deus? Diz o salmista: "Em tua luz veremos a luz". Pela luz da glória, suprema

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graça de Deus, veremos sua glória e o mistério de sua vida íntima. Luz que nos atinge no mais íntimo de nós mesmos, nos transfigura e nos torna semelhantes a Ele, não pela visão de nossa inteligência, mas por sua pró­pria semelhança em nós.

A Quaresma é particularmente um tempo de decisão . .B certo, a vida do discípulo do Senhor é sempre uma atitude de escolha. Pois a fé não é um ato .posto uma vez por todas, mas u,ma opção que se ren"ova cada dia e em cada instante. f: hoje e agora que o homem escolhe a Deus e o seu Fi­lho. No entanto, neste tempo peniten-

cial e de oração nos preparamo~ sm­gularmente para uma opção mais consciente e amadurecida da fé.

Revigorados na fé, em nossa fé, a testemunhemos perante o mundo. Testemunhemos a vida e a mensa­gem, as obras e as palavras de Jesus Cristo, situando-as na vida concreta dos homens e na realidade da socie­dade em que vivemos. Pois a luz do Evangelho, luz que é Jesus Cristo, deve ser projetada sobre a vida hu­mana e a realidade social, para jul­gá-Ias naquilo em que estão distancia­das de Deus e para conformá-las com a Boa Nova de seu Filho.

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E A C R E ' S - 1989

Os Encontros Anuais de Casais Responsáveis de Equipe de 1989 - nos quais NENHUMA EQUIPE DEVERA DEIXAR DE ESTAR REPRESEN­TADA! - têm o seguinte calendário:

25 / 26-2 : Região São Paulo-Oeste, em Garça Região São Paulo-Centro, em Americana

04105-3 : Região Minas Gerais, em Juiz de Fora Região São Paulo Sul-11, em Sorocaba Região Paraná, em Londrina Região Centro-Norte, Brasília, em Brasília Região Equipes Distantes, em Recife

11112-3 : Região Rio I, no Rio de Janeiro Região São Paulo Sul-I, em São Paulo Região São Paulo-Norte, em Brodosqui Região Santa Catarina, em Criciuma Região Centro-Norte, Belém, em Belém Região Equipes Distantes, em Fortaleza

18/ 19-3 : Região Rio-li, em Petrópolis Região São Paulo-Leste, em Guaratinguetá Região Centro-Norte, Manaus, em Manaus

01102-4 : Região Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

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PASTORAL DA FAMILIA

PROBLEMAS DA FAMíLIA E OS AGENTES PASTORAIS

A história de um casal, de uma família, é sempre singular. Não se repete, e constantemente muda no mundo em que vivem. Seus problemas nunca são iguais aos problemas dos outros; suas alegrias não são comuns com as dos vizinhos, nem cópias de experiências anteriores. Vida e morte, por exemplo, fazem parte da trajetória de qualquer ser humano, mas as formas em que se apresentam são sempre diferentes de pessoa para pessoa, de famí­lia para família. Cada pessoa, cada casal, cada família escreve sua própria história no dia a dia de sua caminhada.

Mesmo respeitando a singularidade, a linguagem cotidiana já indica que há muita coisa semelhante, muita experiência análoga e muita história que se parece com outras tantas histórias de casais e famílias . Por isso, é possível construir uma sociologia da vida casada e familiar, e já existe muito material, em que outras pessoas, outras famílias mais ou menos se identificam e se reconhecem, como em um espelho mal polido. Apesar de reconhecer uma diversidade cultural bem grande dentro da realidade brasileira, as semelhan­ças são suficientemente claras para identificarem certos problemas comuns na vida de casais e famílias em geral.

1 . Sinais da transição cultural

Na sociedade atual, uma verdadeira avalanche de mudanças se processa, atingindo profundamento a convivência familiar. Cada família segue sua rota e se desenvolve em ritmo diferente dentro da transformação global' da reali­dade brasileira.

Nesta evolução histórica, umas linhas dinâmicas, quase tipológicas, aju­dam a entender o quadro globalmente confuso em que as famílias vivem, como as águas entre as rochas na cachoeira. Tanto nos fatos concretos, como no nível da imaginação, as seguintes passagens podem ser registradas: - da família extensa à família nuclear; da conviyência de um grande círculo

de parentes consangüíneos, afilhados e amigos habitando em um mesmo lugar, à família, mais ou menos isolada, de pais com seus filhos menores; da família relativamente autônoma à família dependente; da organização de produção e consumo, em boa parte auto-suficiente, à família que pra­ticamente vive de salário e depende, para satisfazer suas necessidades de consumo e serviços pessoais, de muitos outros, geralmente desconhecidos, e de instituições impessoais (que vão desde o sistema de ensino até à po­lítica econômica do governo);

da família numerosa à família pequena; do ethos passado de querer todos os filhos que Deus der, até à limitação planejada do número de filhos por uma ou outra forma de anticoncepção;

- da família estável até a morte nos separar, à família em cujo horizonte estão a separação, o divórcio, o recasamento e uma série de liberdades e aventuras extra-matrimoniais;

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da família hierárquica em que o marido decide e manda, à família em que a distribuição de papéis apresenta mais os traços do companheirismo participativo e a igualdade de vozes.

2 . ÁreM de conflito

Mudanças em padrões de vida mais ou menos tradicionais não costumam se realizar sem choques e confrontos entre tendências e desejos opostos. Diz-se que em cada cabeça uma sentença, e em cada vida uma prática. Estas são sabedorias antigas que não perdem o seu sabor. O problema então é: onde, neste processo complexo de transformações familiares, são mais fre­qüentes as áreas de conflitos, atritos e malentendidos entre marido e esposa, e entre pais e filhos? Talvez o seguinte esquema ajude na sua identificação:

a) Dimensão econômica: com relação ao trinômio trabalho, renda e consumo, uma primeira fonte de dificuldades é o emprego assalariado da mulher fora de casa. Os motivos podem ser: necessidade econômica, auto-rea­lização, emancipação do papel tradicional de dona-de-:;asa-Cinderela-mãe­-de-filhos, ou maior espaço de liberdade.

O fato é que a ausência da mãe em casa, os contatos profissionais com outros homens e mulheres - até então monopólio do marido -, a duplica­ção do trabalho de profissional e dona-de-casa e a discriminação da mulher no sistema de produção criam focos de crise na vida casada e familiar, e obrigam à revisão dos padrões tradicionais, vistos e aprendidos nas famílias de origem.

Se antigam·ente valia o princípio de o homem pôr as coisas dentro de casa, hoje em dia a renda da mulher - às vezes maior do que a do marido -, obriga a combinar um novo sistema financeiro entre os dois, tornando a mulher mais independente de seu companheiro. Em uma sociedade de consu­mo, da qual ao menos a classe média participa mais ou menos, uma dis<:iplina de despesas se impõe na base do entendimento mútuo.

A este respeito, especialmente as crianças podem criar tensões na família, porque, bombardeadas constantemente pela propaganda comercial, não en­tendem facilmente que a economia doméstica não permite a realização de seus desejos hiper-estimulados.

b) Dimensão afetiva-sexual: no passado recente, que ainda não passou, a dupla moral, para rapazes e homens de um lado e, de outro, para moças e senhoras que se prezam, quase desterrou o amor humano para o reino dos poetas românticos e o lirismo falso dos amantes.

Na literatura oficial da Igreja, as palavras de amizade e amor conjugal são como novidades desde o Concílio Vaticano II.

O mundo moderno conhece seus cursos de noivos e a imensa literatura psicossexológica de todos os pesos e medidas. Mas, a preparação para o casa­mento continua mancando, pois a sociedade aceita a iniciação sexual dos rapazes com prostitutas, com as quais podem fazer o que bem entendem, contanto que paguem, enquanto as moças são controladas pelos pais e paren­tes e, muitas vezes, não dispõem da experiência de seus companheiros.

A tal revolução sexual dá muita dor de cabeça aos mais idosos, mas a idéia da mulher-objeto-de-cama está inflacionando ao máximo, seja nos rela­cionamentos da vida casada e do mundo do trabalho, seja no imaginário

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masculino. E a dupla moral continua viva, embora camuflada por discursos de libertação.

c) Dimensão educativa: na ideologia patriarcal a família numerosa de muitos filhos era o orgulho da masculinidade e tinha seu próprio significado e sua própria motivação social. Nos últimos decênios, a preferência pela redução da natalidade ficou patente. No centro da educação e socialização, que é a família, a criança custa sempre mais em termos econômicos e afetivos, e precisa de um processo mais prolongado para amadurecer para a grande sociedade, complexa e confusa de hoje. Se os sinais não enganam, a anticon­cepção está sendo aceita também em ambientes católicos, mesmo se fosse apenas bem brasileiramente, porque "não há outro jeito".

Por caus?.. do rítmo rápido da evolução cultural, a distância entre as gerações, neste caso, de pais e filhos, tornou-se um obstáculo sério à quase automática transmissão de valores, que se realizava no passado em círculos familiares e de vizinhança.

Atualmente, a formação dos filhos é logo repart·ida com pessoal estranho de creche, jardim de infância, escola e com os programas e novelas de tele­viso, que colocam dentro do lar a pluralidade de sistemas de valores e estilos de vida, que marca a sociedade moderna. Na hora de os adolescentes entra­rem em contato com o sexo, álcool e drogas, a ligação afetiva aos pais se mostra muitas vezes fraca demais, especialmente se o pai é um "ausente" na educação.

d) Dimensão religiosa e moral: no espaço de um pequeno artigo apenas é possível sugerir a enorme variação que se constata na vida religiosa dos casais e famílias no que diz respeito às suas convicções e práticas religiosas. Atualmente, os extremos se tocam: elas vão de uma religiosidade tradicional devocionalista ou espiritualismo aéreo, à uma completa secularização que considera valores religiosos ultrapassados. A diversidade de idéias e atitudes morais somente está aumentando.

3 . A ~toral familiar e seus agentes

Diante desta "massa" de conflitos e conseguintes crises de identidade nas pessoas envolvidas, como a missão evangélica da Igreja pode ajudar, e quais são os agentes desta missão?

Casamento e família são realidades humanas terrestres que, como Jesus lembra, eixstiram desde o princípio, antes e fora da Igreja.

Dois memorandos do Concílio Vaticano 11 fazem pensar sobre esta mis­são e seus agentes.

a) A manifestação do Espírito Santo: em sua totalidade, o Povo de Deus participa do munus profético de Cristo. O conjunto dos fiéis, com a partici­pação de mais de 99% de leigos, não pode enganar-se quando apresenta um consenso universal sobre a fé e a moral da tradição apostólica. Por este senso de fé comum, excitado e sustentado pelo Espírito da Verdade, o Povo de Deus recebe verdadeiramente a paJ.avra de Deus. Cristo continuamente exerce sua missão profética não só através da hierarquia, mas também através dos leigos. Por esta razão os constitui testemunhas e orna-os com o senso da fé e a graça da palavra, para que brilhe a força do Evangelho na vida cotidiana, familiar e social. (LG 12,35)

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Se o carisma da infalibilidade não é monopólio do Papa ou dos Bispos, mas é dado também à comunidade dos fiéis, muito mais esta comunidade dos fiéis - na grande maioria leigos - há de participar da formação das orien­tações pastorais e da normatividade moral.

Muito há de ser feito ainda para realizar a comunhão e participação de todo o Povo de Deus no plano pastoral e· moral, e no plano da teoria e da práxis.

b) Os agentes primários da pastoral familiar: o Concílio Vaticano li deixou clara a autonomia que as realidades temporais possuem: vida familiar, cultura, economia e política. Os fiéis são membros da Igreja, mas também plenamente membros da sociedade humana, criada por Deus e sempre refor­mada pela responsável participação dos cristãos. A cidade terrena se rege por princípios próprios e forma o campo de trabalho e de testemunho evangélico, explicitamente confiado aos leigos. (LG 36; GS 36, etc.)

Se a pastoral visa a construção e expansão do Reino de Deus neste mundo, no âmbito da vida matrimonial e familiar são os fiéis casados e suas famílias os primeiros agentes dessa missão e seus primeiros realizadores res­ponsáveis. Por eles é que o poder do Evangelho toma forma concreta na história humana em curso e se encarna na convivência dos casais com seus filhos, como fermento na massa, luz que ilumina as trevas e vida que vence os muitos sinais de morte que a realidade global do casamento e da família apresenta.

Visto que o clero na Igreja Ocidental é celibatário e não vive em família, é a multidão dos fiéis casados que, com sua experiência acumulada de "insi­ders" fornece o material humano cristão para formular orientações pastorais e definir, eventualmente, normas morais para re problemas de hoje, a serem confirmadas e sancionadas pelas autoridades eclesiásticas.

Os fiéis casados e pais de família são tanto "Eclesia discens" quanto "Eclesia docens"; são tanto discípulos do Senhor quanto colaboradores privi­legiados na procura da verdade, que é Cristo Jesus.

4 . Previsão estratégica

Pastoral e moral cristãs não formam manuais de receitas de eficácia automática, porque as pessoas e suas situações são sempre outras. Mas, diante da problemática muito sumariamente aqui apresentada sobre a vida familiar, quase sempre restrita à classe média urbana, algumas sugestões para enca­minhar casais e famílias cristãs são possíveis:

a linguagem pastoral e moral precisa superar sua fase negativa e proibi­tiva, e passar para a "parânese", a fórmula indicativa que abre caminhos, orienta, estimula, inspira coragem e esperança; para a edificação mútua e mútuo adjutório, mais caminhos devem ser abertos para casais trocarem idéias e experiências feitas, fomentando os movimentos já existentes e os contatos entre eles; porque muitas ciências empíricas trabalham no campo do sexo, matrimô­nio e família, seus representantes podem dar contribuições válidas à tra­dição filosófica e teológica da Igreja; conforme o exemplo do Senhor, a Igreja se dirige às ovelhas perdidas e doentes que precisam de médico; mas isso por motivos práticos, pois, às

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vezes, os fracassos e rompimentos ensinam mais sobre a evolução de con­flitos nos lares do que sucessos e "tudo certinho na linha". diante dos fracassados e pecadores públicos, a idéia da Igreja dos "puros" mudará para a prática da tolerância, da compreensão, do perdão e da paciência de Deus; ou como dizem as Igrejas Orientais, da economia da misericórdia; visto que a fé e o Evangelho não são monopólio da Igreja Católica, Ro­mana, e matrimônio e vida familiar são fenômenos humanos da ordem criada, a pastoral está enriquecida com a abertura cultivada junto aos ca­sais de outras religiões; para dialogar com o clero, é indispensável a formação teológica de muitos leigos casados, colocando seus conhecimentos religiosos à altura de sua competência profissional.

Na práxis, a ·consolação é essa: os moinhos de Deus rodam devagar, ou mineiramente; isto é, vamos devagar com o andor, porque a santa família é de barro.

Frei Bernardino Leers, o.f.m.

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ATUALIDADE

O artigo abaixo, de grande atualidade, foi escrito por D. Cândido Padim, bispo da diocese de Baurú e pu­blicado originalmente no "Jornal da Cidade" daquele município, durante a. Semana da Família de 1988.

A FAMíLIA NA CONSTITUIÇÃO

A Constituição que acaba de ser promulgada é um espelho da realida­de brasileira. Mistura belas qualida­des com sérios defeitos. Podemos afirmar, no entanto, sem receio de errar, que no seu conjunto as quali­dades superam muito os defeitos. :f, como a nação brasileira numa clara fase de crescimento e de transição, com um povo que busca firmar seu amadurecimento, mas de um modo um tanto desordenado.

A composição da assembléia nacio­nal constituinte refletiu nitidamente todas as tendências da sociedade bra­sileira, exigindo dos seus membros

um grande esforço para conseguir um relativo equilíbrio no quddro político de forças. Infelizmente, a elaboração e aprovação do capítulo referente à família não representou o melhor equilíbrio entre as tendências presen­tes, permitindo um predomínio da corrente que advoga uma excessiva permissividade na moral conjugal.

O texto aprovado omitiu (no art. 227) a proteção do direito à vida desde a concepção, como pedia a emenda apresentada pela CNBB com milhares de assinaturas. Percebe-se que essa omissão quis deixar a porta aberta para uma futura legalização do

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aborto pela legislação ordinária. É incrível a incoerência dessa corrente, pois enquanto apoiou na Constituinte uma ampla defesa dos direitos huma­nos, nega o direito básico do ser hu­mano de guardar a vida. Absurda é a afirmação de que o abortamento é um direito da mulher de usar livre­mente do seu corpo. Não se esqueça que o exerdcio de um direito não pode justificar a destruição do mes­mo legítimo direito de outra pessoa. Não há direito mais legítimo do que o de um inocente manter sua vida.

O conceito de família, por sua vez, ficou inteiramente desfigurado e amesquinhado. Quebrou-se a tradição de todas as Constituições anteriores que dedicaram um capítulo à família, firmando sempre o princípio que "a família é constituída pelo casamen­to" . E todas, até a "emenda" de 1969, mantinham "o casamento in­dissolúvel". A atual, não só facilitou as freqüentes dissoluções pelo divór­cio, como reconheceu "como entida­de familiar" a simples "união estável entre homem e mulher". Pode-se re­conhecer como louvável a intenção de dar proteção aos direitos das pes­soas envolvidas numa união de fato, especialmente a mulher e os filhos, garantindo-lhes os direitos previden­ciários, de atendimento à saúde e outros. O que não se pode admitir é a incoerência jurídica de tornar legal uma situação de fato que não quer ser legalizada pelo casamento! Além de pecarem pela renúncia aos valores éticos da família, faltou aos que re­digiram esse capítulo a competência em matéria de técnica legislativa.

São esses os pontos negativos que apontamos no texto constitucional, pelo menos dentro de uma visão hu­manista e cristã da família. Contudo.

é de justiça assinalar que os outros preceitos desse capítulo são bastante positivos.

Reconhece ser de livre decisão do casal o planejamento familiar, desde que fundado nos princípios da digni­dade da pessoa humana e da paterni­dade responsável, condenando "qual­quer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas" (art. 226- §7). Explícita de modo bem mais preciso os direitos da criança, do adolescente e do idoso. Cria o dever dos filhos maiores "de ajudar e am­parar os pais na velhice, carência ou enfermidade" (art. 229). Fixa como dever do Estado "a criação de pro­gramas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como a integração social do adolescente portador de deficiência".

A proteção à criança e ao adoles­cente mereceu este preceito: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à edu­cação, ao lazer, à profissionaliação, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão" (art. 227). ( . . . )

Resta agora que assumamos todos o compromisso de contribuir com a parte que nos toca para a melhoria das condições de convivência das fa­mílias em geral. Que a nossa atenção, porém, se dirija de um modo especial para aqueles que ainda não dispõem dos recursos necessário a uma vida digna e satisfatória.

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TESTEMUNHOS

t grande o número de contribuições e testemunhos que a Carta Mensal recebeu a respeito do estudo do tema "MAGNIFICAT". Não nos seria possível pu­blicar todos. Damos aqui, mais a título de exemplo, o testemunho de uma equipe e o de um equipista.

IMPRESSõES DE UMA EQUIPE

É incontida a satisfação dos integrantes da Equipe n.0 1 de Teresópolis, e que aqui registramos, por estarem chegando ao término do proposto estudo e reflexão sobre o tema do "MAGNIFICAT", tanto na parte elaborada pelo Pe. Olivier, como na parte desenvolvida pelo Pe. José Carlos.

São incontáveis os frutos produzidos nos casais ao longo deste ano. Inú­meros conceitos foram reformulados e recolocados em nossas vidas. Várias atitudes foram revistas, em face do exemplo da vida de Maria, nossa mãe.

f: até comovente ver nossa Equipe, composta de casais já em idade madura, mais ou menos na faixa etária dos sessenta anos, tentando dar novos rumos em suas caminhadas, reformulando antigos e arraigados hábitos.

Para isto, os Pontos Concretos de Esforço (oração conjugal, dever de sentar-se, escuta da Palavra e meditação diária, principalmente) têm tido uma importância vital no crescimento espiritual de cada qual.

Aqui, de passagem, cabe assinalar a lembrança de que muito contribuí­ram para o êxito que vimos experimentando as participações e as intervenções do nosso C. E., Frei Ubiratan, misericordioso, refletindo sempre sua mansi­dão e sua pureza de coração.

Apesar da curta vida de nossa Equipe (três anos), os frutos colhidos são realmente relevantes.

A mudança de vida de alguns casais t~m sido confessada e flagrante, pois, embora vivessem o sacramento do matrimônio, há bastante tempo, fiéis à sua crença, ainda assim, captaram uma nova visão, realmente bíblica, evangélica, na misericórdia divina, colocando-a em suas vidas. E, assim, be­neficiando os demais casais, seus irmãos, no estímulo à perseverança nos caminhos da boa nova.

Em face disto, todos os casais, nas suas respostas a Deus, revelaram-se surpreendentes e surpreendidos, tanto no relacionamento "ele x ela" "eles x filhos", ou "eles x comunidade".

Todos assumiram ou reforçaram suas posições, bem definindo-as, como casal e como Equipe, em relação a:

razões específicas para "dar graças" como santificar e louvar o nome do SENHOR; como desenvolver atitudes de ternura em relação à família, aos cir­cunstantes e à comunidade; como encontrar a hora certa para esclarecer as coisas que, muitas vezes, contribuem para perturbar o relacionamento, como casal, ou, na convivência com os filhos; e, no desenvolvimento de atitudes de aceitação das pessoas como elas são.

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No concernente aos "pobres" e "ricos", "pobreza" e "riqueza", tivemos momentos fortes e magníficos ao nos analisarmos diante de situações como: a "pobreza" real, carência de meios, palpável, e a "pobreza" de espírito; a ·'riqueza" de vida e a "riqueza" do pecado do orgulho.

Momentos fortíssimos de reflexão nos foram proporcionados quando abordamos os temas:

"Não fostes vós que me escolhetes, mas fui EU que vos escolhi." "Faça-se em mim segundo a Sua palavra.''

Vivemos também um tempo de grande emoção e ansiedade ao refletir­mos sobre a pergunta que nos foi colocada: - "Qual é o seu DEUS?"

Entretanto, o instante maior do estudo do "MAGNIFICAT" foi, sem sombra de dúvida, quando abordamos o "Motivo de Esperança".

Concluímos que nós, equipistas, temos que ser testemunhas da ESPE­RANÇA, apesar de nos defrontarmos e, por vezes, termos de VIver o "nega­tivo" da existência. E, ainda assim, sermos "felizes, apesar do sofrimento ... ". pois, somos credores e destinatários, a despeito de tudo, da MISERICóRDIA divina, do infinito amor de DEUS.

Que ELE continue nos abençoando a todos e ao nosso Movimento, ins­pirando nossas vidas, como pessoas e como casais, em família e em comuni­dade, acolhendo as intercessões que suplicamos à SANTíSSIMA VIRGEM MARIA, nossa Mãe, que com tanto amor vela por seus filhos e pelas Equipes de que é padroeira!

Que o SENHOR seja louvado!

MARIA LAURA e OSCAR

Equipe I - Teresópolis Setor B

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Em 19 de agosto último a GILDA, do Manoel, da Equipe Sete de Petrópolis, voltou ao PAI. Na reunião mensal de setembro, uma das perguntas do tema foi: "Quais as razões que você, casal, teve para dar GRAÇAS." O Manoel respondeu da seguinte forma :

Não há necessidade de alinhar as inúmeras Graças recebidas . .. Basta, tão-somente, citar uma grande GRAÇA.

Tudo começou em meados de 1970 quando a saudosa ELFIE, o DRA­GAN e o Frei ORLANDO entraram em nossa casa, nos convidando a parti­cipar da Equipe Sete, em formação.

Vivíamos uma fase difícil de nosso casamento em que nem mesmo a existência de nossos quatro filhos já serviam como motivação para a manu­tenção de nosso lar . ..

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Nossa fé em DEUS e nossas esperanças estavam minadas pelos proble­mas do cotidiano, aparentemente em um estágio irremediável.

Pois foi a interferência de DEUS que nos enviou aqueles três Reis Magos com um convite-presente que nos manteve por mais de 18 anos na Equipe, nos possibilitando cumprir a promessa feita em 16 de janeiro de 1954, aos pés do Altar da CATEDRAL DE PETRóPOLIS, de permanecermos juntos na saúde e na dor, na alegria e na tristeza até que a morte nos separasse .. .

Eu hoje na saudade, com meus quatro filhos, minhas duas noras, meu genro e meus três netos, todos maravilhosos, me pergunto: Poderíamos ter recebido maior GRAÇA?

Manoel Simões Louro

Equipe 7 de N. S. de Fátima Petrópolis. RJ

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MÃE DE DEUS, ROGA POR NóS

Cantar, muitos tentaram, tua grandeza, Nem sempre consegúindo totalmente, Por seres Mãe de Deus onipotente. Maria, é todo um mundo de beleza!

Da Graça, havia em Ti a plenitude, já desde a I maculada Conceição. O Anjo disse isso, em saudação, Fazendo a exaltação de sua virtude.

Humilde sempre foste, a vida inteira. Por isso, eis a surpresa que Te traz, Do céu, a Boa Nova, tão fagueira .

Estando amargurados, muito sós, Devemos, na oração, pedir-Te a paz, Dizendo: Mãe de Deus, roga por nós.

Pe. José Maria de Albuquerque

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PAIS E FILHOS

DOS PAIS AOS FILHOS E AO MUNDO

O lar é o melhor centro de evan­gelização que podemos encontrar. Meus pais foram os primeiros a evangelizar-me e a vasta maioria dos cristãos lhe dirá o mesmo.

O Vaticano 11 reconhece a impor­tância primordial da família na evan­gelização: "Os casais cristãos são . . . os primeiros a passarem a fé aos seus filhos e a educá-los nos seus princí­pios. Pela palavra e pelo exemplo, eles os formam na vida cristã apos­tólica, oferecem orientação sábia em sua escolha de vocação e, se desco­brem um chamado sagrado, têm um grande cuidado em incenti·vá-lo" (De­creto sobre o Laicato, 11).

Mães e pais podem evangelizar seus filhos das maneiras mais simples e eficazes. Os pais nas Caraíbas, por exemplo, ainda se esforçam por ves­tirem seus filhos caprichosamente e muito bem engomados para a missa de domingo. Fazendo disto uma oca­sião especial para visitar a casa de Deus, estão dizendo muito sobre quão importante e especial é Deus para eles.

Lembro-me de uma jovem mãe que rezava alto ao lado do berço de seu filho, para que, desde o início, o amor de Deus e um sentido de ora­ção penetrasse no coração da criança.

Vendo a família como "uma escola excelente para o apostolo leigo", o Concílio Vaticano também desafia os pais e os filhos a trabalharem juntos como uma unidade para evangelizar os outros (d. Lumen Gentium, 35, Decreto sobre o Laicato, 11).

O Papa João Paulo 11 faz o mesmo mostrando que "a evangelização das famílias pode ser conseguida de me­lhor forma através do ministério de outras famílias" . As famílias cristãs através do crescimento espiritual, tor~

nam-se comunidades de evangeliza­ção e, de acordo com o Santo Padre que se refere constantemente às fa­mílias como a "Igreja Doméstica", o futuro da evangelização depende em grande parte de seus esforços (cf. Fa­miliaris Consortio, 52).

O Cardeal Edouard Gagnon, Presi­dente do Pontifício Conselho da Fa­mília, endossa a convicção do Papa. Durante o Sínodo dos Bispos de 1987, o Cardeal afirmou: "É no lar que os membros da família são pre­parados para a tarefa de evangeli­zação".

Entrevistado sobre o assunto, o Cardeal Gagnon nos disse: "Ao pre­parar os jovens para o casamento, é de maior importância falar sobre sua obrigação de comunicar a fé. Com a generosidade dos jovens, eles com­preenderão facilmente que devem transmitir vida tanto física quanto espiritual. Devemos mostrar-lhes co­mo comunicar o amor de Deus de forma que não tire a liberdade da criança mas que, ao mesmo tempo, tenha a maior influência pelo resto de sua vida".

O Cardeal, sendo obviamente um homem de amor e sensibilidade, acre­dita que nenhuma criança é pequena demais para entender a história da bondade e do amor de Deus.

Mas, ele se preocupa: "Os pais que não partilham sua fé, podem per­dê-la. O amor sem uma dimensão apostólica, o amor sem ser colocado a serviço dos outros, não dura".

Alguém escreveu: "No dia em que você não queimar de amor, muitos morrerão de frio. No dia em que você não cantar seu amor, muitos ficarão sem alegria" .

Os casais devem ser gratos por Deus tê-los escolhido para serem mis-

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sionários da fé cristã e do amor cris­tão. Sua família será mais cristã quando, a exemplo da Sagrada Fa­mília, levar Jesus aos outros.

é uma das maiores bênçãos· que você poderá dar-lhe.

Você e seus filhos levando o amor de Cristo aos outros, isto é evange­lização! Começa no lar, e do lar vai em todas as direções!

Proteger seu filho da frieza triste de nossa sociedade sofisticada parti­lhando as alegrias de uma fé simples, Pe. Gérard Desrochers, C.Ss.R.

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LEITURAS

Na carta que nos enviou acompanhando o livro, o Pe. Luiz Kirchner o descreve como "um sinal de que uma pessoa só pode ser feliz, normal e equilibrada, capaz de ajudar na transformação da sociedade, se tiver uma vida de oração, uma vida interior com Deus".

O Pe. Luiz é Conselheiro Espiritual em Ma­naus, e seu livro, "REZAR FAZ BEM", acaba acaba de ser publicado pela Editora Santuário. Na introdução do livro, à descrição acima, Pe. Luís acrescenta: ". . . é uma reflexão que acre­dita que a difícil tarefa de melhorar o mundo é fruto de um trabalho sério que nasce da mudan­ça pessoal de vida, realizado a partir do silêndo e da luta individual. Tem, como heróis e modelos pessoas como Tereza d' Á vila e Madre Teresa de Calcutá, Francisco de Assis e Francisco Xavier, João XXIII e P·edro Casal· dáliga, Dom Helder Câmara e os mártires da CPT e CIMI ... "

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Muitos pensam que Peter Drucker, talvez uma das maiores autoridades mundiais em técni­cas de administração, seja autor apenas de livros como "Administração total", "Administração por objetivos", etc. Estão enganados. "A TENTA­ÇÃO DE FAZER O BEM" é um romance, ares­peito do reitor de uma universidade católica nos E . U. A., que cede à tentação de fazer o bem, provocando com isso, uma crise sem precedentes na instituição. Recomendamos sua leitura.

(Editora Rocco, Rio de Janeiro) .

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NOTICIAS E INFORMAÇÕES

AS ENS .EM GOIÁS

Fruto do entusiasmo de Pe. Eucli­des, pároco da igreja de N. S. das Graças, e do apoio de Vilma e Or­lando (CRR das "Equipes Distan­tes"), já foi lançada em 1988 em ltumbiara, GO, a primeira Equipe, naquele Estado. Agora surge a Equi­pe n.o 2 naquela cidade, sob a invo­cação de N. S. das Graças, pilotada por Mira e Arany.

Os equipistas goianos contam com as orações de todos para que o Movi­mento possa deitar raízes firmes em Goiás e dê muitos frutos em benefí­cio das famílias goianas.

ENCONTRO NACIONAL DOS RESPONSA VEIS

Contando com praticamente todos os Responsáveis de Região, Setor e Coordenação, com os membros da ECIR e com um bom número de Conselheiros Espirituais, realizou-se, nos dias 4 a 6 de novembro de 1988, o Encontro Na·cional de Responsá­veis do Movimento.

Debruçando-se sobre o sentido do grande impulso novo que o Encontro de Lourdes deu ao Movimento, os Responsáveis dos diversos escalões do Movimento, através de suas ora­ções, meditações, trocas de idéias c

Celebração da Eucaristia no Encontro de ltaicí.

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reflexões buscaram os caminhos para transmitir a todos os equipistas do Brasil a missão e a vocação a que o Movimento é hoje chamado, na fi­delidade a seus carismas fundadores.

O Encontro deitou os alicerces para a realização dos EACRE's de 1989.

SEMINÁRIO SOBRE "A FAM1LIA NO BRASIL DE HOJE"

O !BRADES (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento), órgão anexo da CNBB, realizou, entre 25 e 27

VOLTARAM AO PAI

• Oneida, viúva do Conceição, que pertenceu à equipe 01/B, de Bra­sília/ DF, em 03 . 09 . 88.

• Francisco Jacintho B. Santiago (marido de Antonieta), da equi­pe 03 / A, de São Paulo/ SP, em 20 .09 . 88 .

de novembro de 1988, um semmano com o título acima, e com o subtítu­lo "Permanência e Mudança de Va­lores", com a participação de diver­sos movimentos famil iares, no Colé­gio Assunção, no Rio de Janeiro. O encontro buscou aprofundar a posi­ção dos movimentos familiares dian­te da realidade brasileira atual, no que diz respeito a diversos aspectos ligados à família, tais como Planeja­mento Familiar, Aborto, Divórcio, etc.

Nove casais das ENS, de várias origens geográficas, representaram nosso Movimento no Seminário.

o Guilhermina (Guilé) Cândida de Jesus Cocco (esposa de Salvador) , da equipe 02 de Valinhos/ SP, em 24.11.88 .

• Nicolou (Nico) Pizzolanti Rícardi (esposo de Maria), da equipe 04 de Catanduva/ SP, em 13 . 12.88.

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E . N . S . NA ARGENTINA

Agradecemos a nossos irmãos eqmp1stas da Argentina, que nos envia­ram o n.0 1 da sua "Carta de ' los Equipos de Nuestra Sefiora", publicada para o período de novembroJdezembro de 1988. Já tínhamos encontrado alguns de nossos irmãos argentinos em Lourdes. Pela Carta, ficamos sabendo agora que existem 7 equipes na Argentina, 1 em Mendonza, 2 em Comodoro Rivadavia, 2 em Turdera (Bs. As.) e 2 em Córdoba. Aos queridos irmãos da grande República vizinha, nossos abraços e nossa união em Cristo.

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MEDITANDO EM EQUIPE

Este ano, novamente, a liturgia da Páscoa marca o ponto mais alto do mês de março. Pela penitência e pela conversão, nós nos preparamos, durante a qua­resma, para a grande nova da ressurreição de Jesus: Ele é o Vencedor da Morte!

TEXTO DE MEDITAÇÃO- (Mc.8,34-38)

Chamando a multidão, junto com os seus discípulos, disse-lhes: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois, aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, o que perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la. Com efeito, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida? Pois o que daria o homem em troca da sua vida? De fato, aquele que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e de minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos."

ORAÇÃO LITúRGICA - Salmo 129

Das profundezas eu clamo a vós, Senhor. escutai a minha voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece!

Se levardes em conta nossas faltas , quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero.

No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. A minh'alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora.

Espere Israel pelo Senhor mais que o vigia pela aurora! Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção.

Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa.

Um momento com a Equipe da Carta Mensal

Editorial: Uina palavra que assusta ...

Carta da Equipe Responsável Internacional

A ECIR conversa com vocês

Campanha da Fraternidade/ 1989

A Pa.lavra do Papa

A Ressurreição

A Presença de Maria

Testemunhar a fé em Jesus Cristo

EACRE's 1989

Problemas da Família e os Agentes Pastorais

A Família na Constituição

Impressões de uma Equipe

Testemunho ..

Mãe de Deus roga por nós!

Dos pais aos filhos e ao mundo

Leituras ..

Notícias e Informações

Meditando em equipe

Em encarte: Pesquisa Internacional

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

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