A sua vida foi bem vivida e valeu a pena? As 5 maiores causas … · 2014-02-25 · não se pagam...

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50 ZEN ENERGY Dezembro 2012 A sua vida foi bem vivida e valeu a pena? viver a vida com amor t Helena Martins * Bronnie Ware é uma australiana que em determinada época da sua vida teve oportunidade de acompanhar doentes terminais, prestando-lhes cuidados paliativos. Terá assistido de perto ao deflagrar de emoções intensas e tão diversas como negação, revolta, raiva, medo, remorsos, tristeza, depressão, culminando eventualmente em aceitação. Foi confidente de relatos de vida provenientes desses doentes que protagonizavam os seus últimos dias de vida. As 5 maiores causas de arrependimento na hora da morte

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50 ZEN ENERGY Dezembro 2012

A sua vida foi bem vivida e valeu a pena?

viver a vida com amort

Helena Martins *

Bronnie Ware é uma australiana que em determinada época da sua vida teve oportunidade de acompanhar doentes terminais, prestando-lhes cuidados paliativos. Terá assistido de perto ao deflagrar de emoções intensas e tão diversas como negação, revolta, raiva, medo, remorsos, tristeza, depressão, culminando eventualmente em aceitação. Foi confidente de relatos de vida provenientes desses doentes que protagonizavam os seus últimos dias de vida.

As 5 maiores causas de arrependimento na hora

da morte

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• Quais são os meus va-lores?

• Vivo de acordo com os meus valores ou limito-me a fazer o que os outros querem que eu faça?

• Até que ponto me estarei a adequar a um sistema, ao invés de me mostrar tal e qual como sou?

2. Gostaria de não ter tra-

balhado tantoIndependentemente da car-

reira profissional ser muito importante para a nossa rea-lização, fornecendo-nos fonte de rendimento e sendo por consequência factor de sobre-vivência, segurança e conforto, muitas vezes focalizamo-nos demasiado no trabalho e passa-mos pela vida sem dar impor-tância ao essencial. Os nossos entes queridos, os amigos, os nossos sonhos são colo-cados de lado enquanto nos centralizamos na carreira. Esgotamos a nossa energia no trabalho, muitas das vezes em profissões que não nos agradam nem realizam.

• O que estou a perder

de importante, enquanto focalizo o meu tempo na carreira?

• O meu trabalho realiza-me ou, pelo contrário, serve unicamente para me garantir dinheiro no fim do mês?

• De que modo poderei simplificar o meu estilo de vida para que diminuam os meus encargos financeiros? É possível viver dignamente com menos rendimento?

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desse período que considera enriquecedor para a sua própria aprendizagem de vida, Bronnie guardará decerto como preciosidade a percepção que o ser humano pode com facilidade ver es-gotada toda a sua existência sem ter atingido a realização. Percepção essa que muitas pessoas só integram tarde de mais na vida, numa altura em que já nada é possível fazer. Muitos dos doentes terminais que acompanhou manifestaram, cada um a seu modo, arrependimento por não terem feito certas coisas na vida. Algumas dessas coi-sas eram comuns a todos eles. Bronnie fez uma lista com as 5 mais cotadas causas de arrependimento, que passo a indicar de seguida. Ofereço os meus comentários a cada uma delas e algumas questões para reflexão.

1. Gostaria de ter tido a

coragem de viver uma vida verdadeira para mim, e não a vida que os outros espera-vam de mim

Quantas vezes seguimos a vontade dos outros, contra a nossa própria vontade? Abafamos os nossos prin-cípios e os nossos sonhos para agradar a outras pessoas. Desprezamos os nossos va-lores, esquecendo-nos que ao fazê-lo estamos a destruir a nossa própria identida-de. Por mais importante que alguém possa ser na nossa vida ninguém deverá ser mais importante para nós do que nós próprios. É importante respeitar, diria mesmo consi-derar como sagrada, a nossa identidade. É connosco que garantidamente viveremos toda a nossa existência, é com as nossas próprias esco-lhas que nos defrontaremos no final da vida.

As melhores coisas da vida não se pagam

3. Gostaria de ter tido a

coragem de expressar os meus sentimentos

Ignorar os nossos sen-timentos para obter uma aparente tranquilidade com os outros, acaba por ser a médio prazo uma armadi-lha contra nós próprios. As emoções são para ser vividas, na medida em que funcionam como indicadores daquilo que vai bem ou mal na nossa vida. Emoções negativas repri-midas corroem a nossa vida e são fonte de somatização de do-enças. A autentici-dade, por outro lado, é saudável. É preciso ter a co-ragem de ‘virar a mesa’ sempre que for caso disso. Se alguma coisa não está bem, há sempre a possibilidade de ne-gociar soluções satisfatórias

para todas as partes. Se não nos dão a hipótese de nego-ciação, devemos questionar o relacionamento em si.

• Expresso os meus sen-

timentos ou, pelo contrário, tenho tendência a reprimir as minhas emoções?

• O que me impede de ex-pressar os meus sentimentos?

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viver a vida com amort

Cuide bem de si e estime os que o rodeiamNão se esqueça nunca do principal de tudo, o AMOR. Nos momentos finais não importa quantos bens materiais tenha adquirido, o que importa é quanto amor tenha gerado. É pelo amor que nos devemos mover sempre. Por isso, na procura e entrega desse amor, não tenha medo de correr riscos e de lutar contra as regras estabelecidas ou opiniões da maioria, se for caso disso. A vida é só uma breve passagem. Permita-se rir quando tiver vontade de rir, permita-se procurar situações para poder rir mais ainda, permita-se fazer aquilo que lhe dá mais prazer. Permita-se, sobretudo, seguir os seus sonhos. Cuide bem de si e estime os que o rodeiam. Esforce-se para que nos seus últimos dias possa considerar que a sua vida foi bem vivida e valeu a pena.

• O que perco se expressar os meus sentimentos? E o que ganho?

4. Gostaria de ter manti-

do contacto com os meus amigos

A amizade é o relaciona-mento interpessoal mais valioso que podemos en-contrar. Mas, muitas vezes, é sacrificada na medida em que damos prioridade a outras coisas. Carreira profissional, estatuto social, imagem, deveres familiares, afazeres domésticos conso-mem todo o nosso tempo. As amizades vão-se diluindo por não sabermos atribuir-lhes a importância devida. E é possível que cheguemos ao final da nossa caminhada sem ter nenhum amigo por perto. Se se identifica com o que acabo de escrever, é preciso que pare enquanto é tempo, que reflicta e tome as medidas necessárias para mudar.

• Tenho amigos de longa

data?• Em que medida as minhas

prioridades na gestão do tem-po estão bem definidas?

• Estou a fazer tudo o que me é possível para fomentar a amizade?

5. Gostaria de me ter per-mitido ser mais feliz

É surpreendente que todos nós desejemos ser felizes e que, afinal, a maioria não o venha nunca a conseguir. Como é que isto acontece? Talvez seja porque nos deixa-mos prender a preconceitos, protocolos sociais e padrões culturais. A espontaneidade é entendida como prejudi-cial, na medida em que as regras estabelecidas podem, de alguma forma, ser viola-das. A falsidade e a adulação das pessoas certas são um atalho fácil para conseguir a aprovação dos outros. Por outro lado, existe confusão quanto ao ter, possuir. Ilu-soriamente é-nos inculcado que ter dinheiro e estatuto é sinónimo de felicidade. São-nos vendidas as caras sorridentes dos ‘famosos’ nas revistas, mas a maior parte das vezes e se olharmos com olhos de ver, descobrimos sorrisos forçados. Quanta tristeza lá no fundo!

Para sermos felizes talvez

seja suficiente estarmos de

bem com a vida, connosco próprios e com aqueles que nos rodeiam. Simplicidade, humildade, autenticidade e genuinidade andam decerto de mãos dadas com a felici-dade. As melhores coisas da vida não se pagam. Muitas vezes, não as desfrutamos por estarmos muito ocupados a correr atrás de outras coisas. A felicidade é, antes de mais, uma escolha.

• Quais são os meus sonhos? Empenho-me em torná-los

Simplicidade, humildade, autenticidade e genuinidade andam de mãos dadas com a felicidade

realidade ou limito-me a realizar as exigências dos outros?

• O que tenho de mudar para poder viver segundo as minhas paixões?

• O que posso fazer para adquirir paz e harmonia in-terior?

(*) Life Coach e Facilitadora do Método de Louise Haywww.vidacomproposito.com

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