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1 Encontro Nacional de Pesquisa em Comunicação e Imagem - ENCOI 24 e 25 de novembro de 2014 • Londrina, PR A subjetividade do fotojornalismo esportivo na cobertura do Campeonato Paranaense de Futebol 1 The subjectivity of sports photojournalism on the coverage of the State Soccer Championship Vivian Honorato 2 Lauriano Benazzi 3 Resumo: A subjetividade é um dos elementos que envolvem o fotojornalismo, da pauta à edição. Considerando o poder da imagem e suas atribuições jornalísticas, o trabalho parte de elementos teóricos e históricos da atividade e analisa as fotografias publicadas pelos jornais Folha de Londrina e Gazeta do Povo oriundas do confronto que as equipes do Londrina Esporte Clube e do Coritiba Futebol Clube fizeram na final do primeiro turno do Campeonato Paranaense 2013 4 , embate sucessivamente envolto em polêmicas extra-campo, que tem como pano de fundo a rivalidade entre suas cidades e torcidas. A análise da cobertura das duas publicações busca aferir se as opções decorrentes do processo de edição são voltadas para os anseios de seus leitores-torcedores, bem como sua relação com as teorias do espetáculo. Palavras-chave: fotojornalismo; jornalismo esportivo; hiperespetáculo; edição jornalística. Abstract: The subjectivity is one of the elements that involve the photojournalism, from the agenda to the edition. Considering the power of image and its journalistic assignments, this paper work starts from theoretical and historical elements of the activity and analyzes the photographs published by the newspaper Folha de Londrina and Gazeta do Povo from the confrontation that the teams of Londrina Esporte Clube and Coritiba Futebol Clube had at the end of the first round of the 2013 State Soccer Championship, match successively wrapped in extra-field controversies, which has as backdrop the rivalry between their cities and crowd. The analysis of the coverage of the two publications seeks to gauge if the options arising from the editing process are focused to the desires of their readers, fans, as well as its relation to theories of the spectacle. Keywords: photojournalism; sports journalism; hyper spectacle; journalistic editing. 1 Trabalho apresentado no GT 7- Fotografia, do Encontro Nacional de Pesquisa em Comunicação e Imagem ENCOI. 2 Especialista em Fotografia - Práxis e Discurso Fotográfico pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). E-mail: [email protected]. 3 Especialista em Fotografia - Práxis e Discurso Fotográfico (UEL), Mestre em Comunicação - ênfase em Comunicação Visual (UEL) e aluno da disciplina isolada do Programa de Doutorado em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). E-mail: [email protected]. 4 A estrutura inicial do artigo, sob o título “A intencionalidade de comunicação no fotojornalismo esportivo: análise das imagens da final do primeiro turno do Campeonato Paranaense 2013”, foi apresentada à disciplina “O poder da imagem e seu uso pela mídia”, ministrada por Paulo Cesar Boni, do Programa de Especialização Lato Sensu Fotografia, Práxis e Discurso Fotográfico, da UEL.

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A subjetividade do fotojornalismo esportivo na cobertura do Campeonato

Paranaense de Futebol1

The subjectivity of sports photojournalism on the coverage of the State Soccer

Championship

Vivian Honorato

2

Lauriano Benazzi3

Resumo: A subjetividade é um dos elementos que envolvem o fotojornalismo, da pauta

à edição. Considerando o poder da imagem e suas atribuições jornalísticas, o trabalho

parte de elementos teóricos e históricos da atividade e analisa as fotografias publicadas

pelos jornais Folha de Londrina e Gazeta do Povo oriundas do confronto que as equipes

do Londrina Esporte Clube e do Coritiba Futebol Clube fizeram na final do primeiro

turno do Campeonato Paranaense 20134, embate sucessivamente envolto em polêmicas

extra-campo, que tem como pano de fundo a rivalidade entre suas cidades e torcidas. A

análise da cobertura das duas publicações busca aferir se as opções decorrentes do

processo de edição são voltadas para os anseios de seus leitores-torcedores, bem como

sua relação com as teorias do espetáculo.

Palavras-chave: fotojornalismo; jornalismo esportivo; hiperespetáculo; edição

jornalística.

Abstract: The subjectivity is one of the elements that involve the photojournalism,

from the agenda to the edition. Considering the power of image and its journalistic

assignments, this paper work starts from theoretical and historical elements of the

activity and analyzes the photographs published by the newspaper Folha de Londrina

and Gazeta do Povo from the confrontation that the teams of Londrina Esporte Clube

and Coritiba Futebol Clube had at the end of the first round of the 2013 State Soccer

Championship, match successively wrapped in extra-field controversies, which has as

backdrop the rivalry between their cities and crowd. The analysis of the coverage of the

two publications seeks to gauge if the options arising from the editing process are

focused to the desires of their readers, fans, as well as its relation to theories of the

spectacle.

Keywords: photojournalism; sports journalism; hyper spectacle; journalistic editing.

1 Trabalho apresentado no GT 7- Fotografia, do Encontro Nacional de Pesquisa em Comunicação e

Imagem – ENCOI. 2 Especialista em Fotografia - Práxis e Discurso Fotográfico pela Universidade Estadual de Londrina

(UEL). E-mail: [email protected]. 3 Especialista em Fotografia - Práxis e Discurso Fotográfico (UEL), Mestre em Comunicação - ênfase em

Comunicação Visual (UEL) e aluno da disciplina isolada do Programa de Doutorado em Jornalismo da

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). E-mail: [email protected]. 4 A estrutura inicial do artigo, sob o título “A intencionalidade de comunicação no fotojornalismo

esportivo: análise das imagens da final do primeiro turno do Campeonato Paranaense 2013”, foi

apresentada à disciplina “O poder da imagem e seu uso pela mídia”, ministrada por Paulo Cesar Boni, do

Programa de Especialização Lato Sensu Fotografia, Práxis e Discurso Fotográfico, da UEL.

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Introdução

Em um processo de comunicação, cada indivíduo vê e percebe

diferenciadamente a realidade ao seu redor. Quando se trata do registro de eventos e

fatos, sejam cotidianos, ocasionais, previamente agendados ou de qualquer natureza, se

desdobrando em notícias, reportagens ou coberturas jornalísticas, o profissional do

jornalismo não está imune às interferências das suas experiências vividas, da bagagem

cultural, ou seja, dos valores sócio-culturais e político-ideológicos que consigo carrega,

para assim entender, interpretar e transmitir as informações que recebe.

Isso significa que cada pessoa tem uma forma única de compreender os

acontecimentos e criar suas opiniões em relação a eles. A filosofia trata tais aspectos

com a chancela da fenomonologia, que se alinha ao pensamento de Heidegger e de

outros pensadores do século XX, que cravam o rótulo da intensionalidade e o modo

individual como cada um percebe o mundo. Seu olhar sobre as coisas “é o ato pelo qual

o homem experiencia o mundo, percebendo, imaginando, julgando, amando, temendo”.

(ARANHA, 1993, p.304).

Não é diferente quando se trata da forma de captação e reprodução desse

universo. Assim como cada pessoa tem sua forma própria de enxergar esse simulacro

denominado realidade, cada profissional da comunicação tem sua forma de retratá-lo.

Para que o jornalismo tenha esta película de credibilidade nominada imparcialidade,

entram em cena alguns de seus conceitos primários, que podem ser caracterizado

através da trindade do jornalismo, “informativo”, “interpretativo” e “opinativo”.

(MELO; ASSIS, 2010).

A subjetividade do fotojornalismo

Por sua fez, o fotojornalismo é, dentre as diversas faces do chamado

quarto poder, a que mais carrega a dualidade entre informar e opinar. É nele que estão a

antiga máxima de que “uma imagem vale mais que mil palavras”, e também a célebre

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frase de Robert Capa “Se suas fotos ainda não estão boas o suficiente, é porque você

ainda não está perto o suficiente” (CAPA, 2010). O distanciamento pode ser sinônimo

da imparcialidade. No entanto, paradoxalmente, a proximidade também pode ofuscar a

objetividade, pois carrega o anseio do fotojornalista em fazer o melhor clic, somando

não apenas os elementos-chave da fotografia jornalística, com a ênfase na informação

(BENAZZI, 2010), mas carregando elementos com menor grau de imparcialidade

(BAEZA, 2001), como aponta Stefania Bril (1992) ao tratar da fotografia enquanto

gênero jornalístico do jornal Folha de S. Paulo.

“A fotografia é indisciplinada, como já tinha observado Roland Barthes: não

se deixa fechar num compartimento estanque. Incoerente, porque é arte, no

sentido mais profundo da palavra. Livre. Então, mesmo nas páginas do

jornal, cativada, encaixada dentro do texto, diagramada, às vezes cortada, a

fotografia-notícia permanece ambígua: informativa e opinativa. Objetiva, ela

não inventa nada...; subjetiva, ela seleciona, recorta, isola, integra, angula,

sublinha, apaga. Apresenta a realidade através de dois olhares: o da

objetividade e o do fotógrafo (“Ao olhar do fotógrafo é preciso acrescentar o

olhar do editor da fotografia”. (BRIL, 1992, p.112).

Com a máquina fotográfica em mãos, o fotojornalista observa o cenário

e, antes de efetuar o clic, ele precisa perceber o ambiente e rapidamente decidir o

recorte mais relevante do acontecimento. Ele pode explorar todos os ângulos,

enquadramentos e técnicas fotográficas, mas em nenhum spot é possível se eximir da

responsabilidade da escolha. Como já dito, cada indivíduo vê o mundo com seu olhar

peculiar. O fotógrafo, além de reconhecer o mundo a partir de suas próprias percepções,

também retrata o mesmo se utilizando de sua visão única.

Alguns estudos buscam apontar que a intencionalidade5 é inerente ao

fotógrafo no momento do clic. Assim, o profissional da imagem faz a escolha da

realidade que lhe convém, seja ela positiva ou negativa. Diante desta condição, muitos

são os cuidados que precisam ser tomados em relação a produção fotográfica e,

principalmente, quanto à publicação de imagens. Na tentativa de traduzir para o leitor a

5 O termo “intencionalidade” empregado por Boni (2000) não tem relação com a intencionalidade que é

estudada no campo filosófico.

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sua visão da realidade, a ética jornalística não pode ser esquecida, ou, propositalmente,

deixada de lado (BONI, 2000, p.266).

Este embate ético pode, com maior clareza, ser tratado simplesmente

como a “subjetividade do fotojornalismo”. Se um pauteiro de um jornal pedir a quatro

diferentes fotógrafos para produzirem uma imagem de cunho ilustrativo (BUITONI,

2011, p.90) com a temática “água”, para ilustrar uma reportagem sobre a falta de água

na capital paulista, dificilmente os quatro pensarão no mesmo tipo de “água”. Talvez

um deles já conceba mentalmente um copo d´água, ao passo que outro pode pensar num

chuveiro com apenas algumas gotas de água caindo. Portanto, essa subjetividade já

nasce com o pensamento do “o quê fotografar?”, ampliando-se para a interna profusão

que agrega nesse pensar alguns dos elementos mais densos do lead jornalístico: “como

deve ser a fotografia?” e o “por quê da fotografia?”.

O fluxo de produção e filtros da informação

Até a fotografia chegar aos olhos do leitor e se tornar uma fonte real de

informação e produtora de interpretação, existe um processo de produção jornalística

que extrapola o clic fotográfico. O assunto passa por várias mãos até chegar ao

interlocutor, desde a elaboração da pauta, em que o pauteiro faz o levantamento das

principais informações e repassa para o repórter fotográfico, passando por sua

distribuição para diferentes fotógrafos da equipe – lembrando que cada um carrega os

seus referenciais culturais, ideológicos, técnicos e estéticos. Em relação aos pauteiros, é

importante ressaltar que, em sua maioria, são profissionais do jornalismo que não tem a

práxis cotidiana do fotojornalismo.

Já o fotojornalista, com a pauta em mãos, parte em busca da imagem. Ele

é quem vai até o local do acontecimento registrar o fato, ou busca cenários que

transmitam a realidade da informação em questão. Além destas peculiaridades, muitas

vezes a pauta não oferece opções ou boas condições de fotografia, o que se torna um

limitador no trabalho do fotógrafo. De volta à redação, outro aspecto é a escolha prévia

das fotografias que ira “descarregar” nos computadores da redação do jornal.

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Cabe então ao editor de fotografias a escolha das cenas mais relevantes

para serem publicadas, com a distinção em imagens para a capa e imagens para a

reportagem (nas páginas internas do jornal). Não é incomum a melhor das fotografias

ser reservada para a primeira página do veículo, mas por razões extras, considerando as

opções que o editor de capa tem, entre outros critérios de noticiabilidade, a melhor

imagem simplesmente não ser publicada. No momento dessas escolhas, o editor de

fotografias analisa aspectos que vão da estética, como o formato (horizontal ou vertical)

e o plano (aberto e fechado), ao grau de informação, considerando os personagens

presentes, o grau de detalhamento e o fato em si e questões auto-explicativas, como a

presença de elementos do lead na imagem (BENAZZI, 2010). É aí que entram a linha

editorial do veículo e, em determinados casos, o interesse por trás da notícia, como será

exposto na análise e conclusão deste artigo.

Com isso, a etapa de registro, do clic, é a que carrega todas as referências

culturais e jornalísticas, as visões informativa e estética, a técnica e o domínio do

equipamento, além da ação, posicionamento espacial e dinâmica do profissional na

arena em que o fato se passa ou em que um aconteceu incidente, é, sem dúvida, a mais

importante do processo gerativo. A subjetividade que a imagem vai carregar é intrínseca

à intenção do profissional da câmera, que faz um recorte limitado da realidade. Porém,

“ao olhar do fotógrafo é preciso acrescentar o olhar do editor da fotografia” (BRIL,

1992, p.112). A decisão “do que será publicado ou não, acaba sendo a etapa mais

importante do processo” (BONI, 2000, p.280). E assim, “os editores podem tanto

escolher imagens que rompem estereótipos, padrões, rotinas e convenções” (PHELAN,

1991, apud SOUSA, 2000, p.14), quanto suas “intencionalidades” se fundirem com

questões que alimentam o agendamento da notícia (SOUZA, 2010, p.7).

O poder da imagem

A imagem criada e publicada, por sua vez, carrega não apenas seu teor

informativo, seu poder de significar e produzir opinião. Ela se torna autônoma e

independente. A imagem jamais perderá seu significado, mesmo que a leitura seja

própria de cada indivíduo e de sua época.

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“Uma imagem não é isenta de significados, tampouco é inocente, ingênua ou

neutra; ao contrário, é plena ou potencialmente impregnada de sentidos. As

imagens, independente dos suportes ou veículos em que se encontram, devem

ser tomadas, reconhecidas e entendidas como entidades autônomas, ou seja,

como presenças significantes em si mesmas. Devem ser também vistas como

manifestações capazes de produzir sentido, independente de serem apoiadas

em ditos verbais (como nas legendas), explicações ou descrições que

aparecem nos suportes impressos ou digitais, como se fossem meras

ilustrações desses textos.” (CAMARGO, 2005, p. 15).

Persichetti (2006, p.184) defende que o fotojornalismo atual perdeu sua

característica engajada e ideológica e segue uma estética do espetáculo, que busca a

supervalorização de um acontecimento em detrimento da retratação simples e real, com

aproximação do jornalismo com a estética publicitária ou cinematográfica, como

também apontam Baeza (2001), Buitoni (2011, p.90) e Benazzi (2010b), retomando seu

aspecto meramente ilustrativo, como as fotografias do início da imprensa (SOUSA,

2000). Em contraste com esse artificialismo que visa tornar as páginas das publicações

noticiosas mais atraentes, está o sensacionalismo, que “utiliza todos os recursos da

linguagem disponíveis para a fusão do público com a história relatada” (ANGRIMANI,

1995, p.108), nuance que pode ser associada ao hiper-espetáculo. Para Juremir Machado

da Silva, que se apóia na Tese 4 de Guy Debord, “o espetáculo era um dispositivo de

controle por meio da sedução”. Já esse “simulacro” do real que, em alguns casos, é

apresentado pelas páginas dos jornais, não se trata apenas um conjunto de imagens “mas

uma relação social entre pessoas mediada por imagens” (SILVA, 2007).

Unindo a ideia de poder de comunicação da imagem e sua

espetacularização, o muro analítico que se tem à frente esta nas imagens chocantes (ou

espetaculares), que é um dos vértices que move a produção fotográfica contemporânea.

Em capítulo sobre essas influências fenomenológicas, ligadas aos simulacros

professados por Baudrillard passando pela pós-modernidade de Lipovetsky e pela

sociedade do espetáculo de Debord, e chegando aos bukers de Eugênio Trivinho e ao

hiperespetáculo de Juremir Machado da Silva, na dissertação Fotojornalismo:

taxonomias e classificação de imagens jornalísticas, são analisados os reflexos desse

novo jornalismo na sociedade.

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Essa espetacularização, ao mesmo tempo em que gera um consumo

desenfreado de imagens, até mesmo em razão da hiperexposição ao seu

poder, potencializa a influência sobre o homem. É um ciclo vicioso, efeito

dominó ao qual o indivíduo está atado. (BENAZZI, 2010b, p.6)

Seja na fotografia de cunho social, nas páginas de política ou policial, a

ênfase espetacular e sensacional que visa aproximar o leitor – seja veladamente, de

forma invisível ou latente –, é um agente participante desse processo e esta presente em

todas as frações do jornalismo impresso diário. Também está presente nas fotografias

voltadas ao jornalismo esportivo, que carregam consigo a emoção presente no fanatismo

e quase religião de legiões de torcedores.

Jornalismo esportivo e a fotografia

Em Fotojornalismo em assessoria de imprensa: o instante decisivo a

serviço da plasticidade do movimento nos esportes (HONORATO, 2011), realizou-se

um levantamento histórico sobre a cobertura jornalística esportiva no Brasil, que

ganhou destaque principalmente através do futebol. Foi na época do “futebol arte”, de

jogadores como Pelé e Garrincha, da poesia literária de cronistas esportivos como

Nelson Rodrigues e de uma Seleção Brasileira de Futebol quase que imbatível, que a

magia desse esporte bretão se disseminou. E com o passar do tempo, o jornalismo se

apropriou das mais diversas formas de cobertura para levar ao público notícias sobre

essa paixão nacional que ajudou a consolidar.

Na primeira metade do século XX alguns veículos de comunicação

tentaram vencer o preconceito contra a dedicação de espaço ao esporte nas publicações.

Alguns mais ousados surgiram exclusivamente em função dos acontecimentos

esportivos. Em um apontamento histórico das primeiras publicações esportivas no país

verifica-se o jornal Fanfulha, que surgiu na década de 1910, e foi crucial na fundação

do Palestra Itália, que se transformou em Palmeiras anos mais tarde, seguido pelo

Jornal dos Sports, na década de 1930, e a Revista do Esporte, entre o final dos anos 50 e

início dos anos 60.

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A revista Placar foi a primeira publicação esportiva impressa no Brasil

destinada apenas ao futebol, que ao contrário das críticas, resistiu as dificuldades dos

anos 60 e se tornou uma das maiores revistas esportivas em atividade no Brasil. Coelho

(2003) classifica o final da década de 1960 como o período de ascensão da imprensa

esportiva brasileira. “A partir da segunda metade dos anos 60, com cadernos esportivos

mais presentes e de maior volume, o Brasil entrou na lista dos países com imprensa

esportiva de larga extensão.” (COELHO, 2003 p.10).

A fotografia caminhou junto com o texto e passou a ocupar um volume

considerável no segmento de revista esportiva. O espaço chega a se igualar, quando não,

a superar o tamanho reservado ao texto. No esporte, o valor representativo da imagem é

sobremaneira maior que o da palavra escrita, pois a diversidade de movimentos e

emoções transmitidas pelo ficam contidas na fotografia. Até em publicações como os

jornais, onde a cultura da “foto única” se aplica, como exposto acima, vide processo de

edição, de seleção das imagens, é possível apontar que esse espectro visual ocupa

considerável espaço.

Na cobertura esportiva a imagem apresenta características típicas. A ação

é o ponto central da retratação do evento esportivo. Relembrando a definição proposta

por Henri Cartier-Bresson, o instante decisivo se dá à cena de ação, o momento chave

que resume todo o significado do acontecimento. “O tema não consiste em coletar fatos,

pois em si mesmos os fatos não oferecem interesse. O importante é escolher entre eles;

captar o fato verdadeiro em relação à realidade profunda.” (BRESSON, ano, p.20). O

esporte é sinônimo de ação constante, portanto, cheio de momentos considerados como

decisivos. Fotografar esses momentos exige atenção, esforço e sensibilidade do

fotógrafo.

Campeonato Paranaense de Futebol: regionalismo e divergências

A exemplo de outros estados ou países, no futebol paranaense existe uma

grande rivalidade entre seus participantes, com uma divisão mais acirrada entre os times

da capital, que disputam as séries A e B no cenário nacional, e os times do interior, que

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normalmente têm o campeonato estadual como principal competição da temporada.

Com 58 anos de atividade, o Londrina Esporte Clube (LEC), pode ser considerado a

principal equipe do interior do estado e teve seu período de glória no início dos anos

1980, quando conquistou, sucessivos títulos, jogando em pé de igualdade com a elite do

futebol nacional, então com estrelas como Zico, Sócrates, Emerson Leão, entre outros.

A paixão do torcedor não evitou o declínio nas décadas seguintes, com a

mescla entre desempenhos medianos no campeonato estadual com sucessivos

rebaixamentos nas divisões do campeonato nacional, até ficar de fora de vez deste e ser

rebaixamento até mesmo no futebol paranaense. Inúmeras foram as parcerias até se

chegar à gestão atual, comandada pelo empresário Sérgio Malucelli, que conseguiu

reerguer a equipe, campeã do Paraná em 2014 e com acesso à série C do Campeonato

Brasileiro em 2015.

Com a força esportiva que voltou a ser, somada a uma eficiente estratégia

de marketing, a equipe resgatou a paixão do torcedor. Não obstante, esta paixão se cruza

com os regionalismos e acirra a rivalidade com as equipes da capital Curitiba, euforia

que extrapola as arquibancadas e contamina as quatro linhas. Os confrontos entre o

Londrina Esporte Clube e o Coritiba Foot Ball Club são um exemplo disso, com

histórico de partidas polemicas. Em 2012, pelo campeonato paranaense, os dois times

protagonizaram um jogo conturbado e cheio de reclamações por parte do LEC. Já neste

ano, quando a equipe venceu o Coritiba por 2x0, em casa, num dos jogos decisivos da

primeira fase, garantindo a classificação para a etapa seguinte, houve briga entre as

torcidas no estádio local e, na volta à capital, os torcedores derrotados, fizeram um

‘arrastão”, furtando e destruindo uma conveniência em Londrina. O furor coritibano já

tinha sido demonstrado em outras ocasiões, como na destruição do estádio Couto

Pereira, quando o time foi rebaixado para a série B do Brasileiro, em 2009. Já o

Londrina, em recente disputa pela série D do mesmo campeonato, foi coadjuvante de

episódios envolvendo o rival Brasil de Pelotas. A briga extrapolou as páginas esportivas

e foi para as páginas policiais, com o goleiro da equipe gaúcha sendo detido pela

polícia, ainda no gramado, por agredir outros profissionais durante briga no campo.

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Londrina X Coritiba 2013

Para contrapor a cobertura fotojornalística, que agrega a subjetividade do

fotógrafo e processo de edição jornalística, com a euforia do torcedor (que também é o

público-alvo das publicações), associado às características da espetacularização da

notícia, o trabalho tem como recorte analítico as fotografias publicadas pelos jornais

Folha de Londrina e Gazeta do Povo, na cobertura da final do primeiro turno do

campeonato paranaense de 2013, sendo possível identificar características diferenciadas

nas duas publicações. Londrina e Coritiba se enfrentaram em um jogo disputado e cheio

de reclamações contra a arbitragem, em derby que os norte paranaenses levaram a pior.

Os jogadores do Londrina reclamaram de dois pênaltis não marcados, com o contra

coritibano do segundo lance resultando em gol da vitória do Coritiba. O triunfo

classificaria o Londrina para a fase final do campeonato e houve confusão no campo. Os

jogadores se exaltaram com o arbitro da partida e foi necessária a intervenção policial.

Um jogador do LEC foi expulso e o jogo terminou Coritiba 1x0 Londrina.

Figura 1: Página do caderno de esportes da Folha de Londrina, de 04/03/2013

Fonte: Folha de Londrina

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Muitas foram as manifestações nos dias seguintes. A diretoria do

Londrina Esporte Clube e representantes do poder público cobraram um

posicionamento da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Em suas edições de 4 de

março de 2013, os jornais das duas cidades deram grande espaço para os fatos que

envolveram o jogo. A Folha de Londrina, em seu suplemento esportivo publicou três

páginas sobre o partida. Já a Gazeta do Povo dedicou duas páginas em seu caderno de

esportes.

Entre os apontamentos imediatos, a Folha de Londrina não escondeu sua

opinião em relação ao resultado da partida. A primeira matéria (figura 1) traz a chamada

“Na mão grande de novo”, fazendo uma alusão ao resultado do confronto no ano

anterior. A matéria afirma categoricamente que o LEC foi prejudicado pela arbitragem.

Na foto, o mascote do Londrina, um tubarão azul gigante, aparece em primeiro plano

faz um característico sinal de “roubo” com as mãos, alusão que “passaram a mão” e que

houve algum “gatuno”. Em segundo plano visivelmente alterado está o técnico da

equipe, Cláudio Tencati, imagem que traduz exatamente o teor da matéria.

A segunda matéria (figura 2), na página seguinte do jornal, é em relação

às cobranças feitas à Federação Paranaense de Futebol (FPF) e seu posicionamento

quanto a arbitragem da partida. Duas fotos foram publicadas, a primeira e maior mostra

o árbitro, Felipe Gomes, deixando o campo sob escolta policial. A segunda, menor e

colocada no intertítulo da matéria (figura 3), traz em destaque, Sérgio Malucelli, gestor

do clube, sendo contido por um policial militar enquanto protesta. A imagem deixa

claro o momento da confusão e a revolta contra a arbitragem.

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Figura 2: Página do caderno de esportes da Folha de Londrina, de 04/03/2013

Fonte: Folha de Londrina

Figura 3: Página do caderno de esportes da Folha de Londrina, de 04/03/2013

Fonte: Folha de Londrina

Na terceira, e última matéria (Figura 4), o foco foi no rendimento do

Londrina e sua continuidade no campeonato. Para ilustrar, a Folha de Londrina optou

por uma foto do jogo. A Imagem mostra o jogador Wéverton deixando dois jogadores

do Coritiba para trás e correndo em direção à bola. Ao fundo a torcida do time da casa,

que lotou o estádio no dia. É uma foto que, subjetivamente, transmite uma suposta

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superioridade do Londrina, e dá esperanças ao torcedor, já que o título propõe um

segundo turno tão bom quanto o primeiro.

Figura 4: Página do caderno de esportes da Folha de Londrina, de 04/03/2013

Fonte: Folha de Londrina

Por sua vez, a Gazeta do Povo dedicou duas páginas para tratar do

assunto. Na primeira página (figura 5) de seu caderno de esporte foi veiculado uma

imagem do momento da comemoração do gol do Coritiba e o início da confusão em

campo. A foto mostra em primeiro plano, desfocados, os jogadores do Londrina

reclamando junto ao árbitro e no segundo plano, em foco, os jogadores do Coritiba

comemorando o gol junto ao técnico. É uma imagem que traduz os dois lados, apesar de

estarem praticamente na mesma posição, formando um círculo, fica claro a diferença de

ânimos. O título traz a versão das duas equipes, “Alegria e Revolta”. Apenas o detalhe

do foco estar na comemoração dos jogadores do Coritiba demonstra certa parcialidade

do jornal da capital.

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Figura 5: Página do caderno de esportes da Gazeta do Povo, de 04/03/2013

Fonte: Gazeta do Povo

Na segunda imagem, na página três (figura 6), a publicação deu ênfase às

confusões fora do estádio. As torcidas entraram em conflito e a polícia precisou atuar. A

imagem escolhida para essa página confunde até certo ponto, pois a matéria afirma que

a polícia deu escolta para os ônibus com torcedores do Coritiba, mas a foto mostra um

policial apontando a arma para torcedores do CFC nos ônibus.

Observando os dois veículos é possível perceber que a Folha de Londrina

foi parcial na publicação. Ela não escondeu sua opinião em relação aos fatos. As

imagens escolhidas não deixam dúvidas quanto ao posicionamento do jornal.

Intencionalmente as fotografias informam a versão do LEC. Quanto a Gazeta do Povo,

nota-se a tentativa da imparcialidade quando o jornal publica uma imagem que mostra o

lado das duas equipes. Mas a segunda imagem sugere certa parcialidade pró Coritiba,

pois apesar da matéria dizer o contrário, a imagem mostra os torcedores sendo

intimidados por um policial armado. Como visto anteriormente, a imagem tem seu

poder autônomo de significado, a leitura dessa imagem acontece de forma dissociada ao

texto.

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Figura 6: Página do caderno de esportes da Gazeta do Povo, de 04/03/2013

Fonte: Gazeta do Povo

Considerações finais

As fotografias publicadas por dois dos principais jornais do Paraná, na

cobertura de um evento esportivo que mexe com os ânimos do torcedor, demonstram

que bairrismos e que a rivalidade entre equipes e torcida vai além do campo de futebol.

Agente ativo deste o processo comunicacional de via dupla (imprensa e leitor) que é a

espetacularização da notícia, o jornalismo impresso sai da caixa estanque da

imparcialidade e tende a “comprar as dores” de seu público. O processo de edição no

fotojornaismo, resulta, na análise, na escolha das imagens que serão a vitrine do

produto, contracenando com o texto impresso das reportagens e com a força semântica e

visual das manchetes. Tal processo é cruel ao extrair, de forma precisa e quase

cirúrgica, às vezes de forma silenciosa e invisível, a notícia da redoma da

imparcialidade. Com o sem número de fotografias que os profissionais podem produzir

nos dias atuais, fruto da tecnologia digital, é certo que havia centenas de imagens que

poderiam ilustrar as reportagens, sequenciadas em mais de uma página pelos veículos.

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No entanto, com os veículo tendo seu bairrismos e focado em seu público, a escolha da

edição foi por fotografias de grande impacto visual, alimentando ainda mais rivalidade,

como expuseram Rosa e Manfré (2007), cujo veredicto é de que a imprensa alimenta a

ira das torcidas.

Não de forma plástica (artificial) – uma vez que o fotojornalismo

esportivo é que mais carrega as nuances dos flagrantes, do spot-news e do instante

decisivo –, mas sim com o viés do sensacional, da atração que puxa o leitor-torcedor

para a leitura (este também ator principal dessa dança que mescla notícia e espetáculo),

as fotografias jornalísticas podem ser vistas como um simulacro que alimenta é a

alimentado pelo hiperespetáculo. Através desta discussão proposta, com análise e

comparação das publicações de dois veículos distintos, trazendo à superfície o

específico recorte do embate entre duas importantes equipes de futebol e as angústias,

euforia e fúria de suas torcidas, dirigentes e atletas, é possível observar a subjetividade

do fotojornalismo, que vai do fotógrafo, que é o profissional que carrega a adrenalina do

fato quando o fato está acontecendo, à equipe de edição, cujo tempero dado à

publicação pode considerar aspectos que vão além da simples difusão da notícia. Em

outras palavras, a fotografia jornalística enquadra-se em mais de um âmbito da tríade de

gêneros do jornalismo. Vai além da informação e carrega consigo os elementos da

interpretação e da opinião. Eis a sua subjetividade, imagem que não apenas informa,

mas que carrega significados e também pode ser visceral quando atende à vontade do

editor ou visa os anseios de seus leitores-torcedores.

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