A SUPERVISÃO ESCOLAR NO PASSADO E NOS DIAS DE … · enfoque no papel do Supervisor Escolar no...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A SUPERVISÃO ESCOLAR NO PASSADO E NOS DIAS DE HOJE Por: Maytha Pereira de Lima Vianna Orientador Professor Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A SUPERVISÃO ESCOLAR NO PASSADO

E NOS DIAS DE HOJE

Por: Maytha Pereira de Lima Vianna

Orientador

Professor Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A SUPERVISÃO ESCOLAR NO PASSADO

E NOS DIAS DE HOJE

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Administração

e Supervisão Escolar.

Por: Maytha Pereira de Lima Vianna

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus pela vida, força e saúde.

A minha família pelo esforço, estímulo e apoio

recebido durante o curso.

A todos os professores pela presença sempre

segura, competente, amiga e estimulante.

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DEDICATÓRIA

Esta monografia é dedicada a todos aqueles que,

ao longo da história do homem e do processo educacional,

pensaram e refletiram sobre os seres humanos, fazendo

deles o alvo principal de suas preocupações e interesses,

àqueles que imaginaram meios de dar à espécie humana

caminhos novos e especiais, na procura constante da

melhoria, da transformação, da realização. A eles, que

sonharam com um mundo melhor e mais justo, rendo as

minhas homenagens, na crença que deve estar sempre

presente, em todos os atos humanos, a necessidade da

solidariedade, da integração, do amor que deve unir a todos

os homens.

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RESUMO

A estudo apresentado tem como objetivo analisar a importância da

atuação do papel do Supervisor na Educação. Qual o tipo de atuação que esse

profissional deverá ter com todos envolvidos na instituição? Suas

responsabilidades, postura e objetivos para o exercício profissional, buscando

sempre a qualidade nos processos, autonomia nas ações supervisoras,

valorizando o ensino, aflorando as competências de todos envolvidos na

escola. Portanto os motivos da escolha desse tema foram as questões

relacionadas a rotina do Supervisor, sua história através dos tempos, suas

responsabilidades no seu papel de articulador, mediador e motivador para com

as suas ações no cotidiano escolar.

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METODOLOGIA

O presente estudo foi elaborado através de pesquisa bibliográfica, de

observação dos profissionais desta área de atuação, e da minha experiência

profissional. Os métodos que levam a essa pesquisa foram analisados através

de jornais, livros e das aulas da pós-graduação.

Por essa função de Supervisor Educacional ser abrangente, observei e

pesquisei a respeito do assunto devido à importância desse profissional na

instituição, suas responsabilidades e atitudes no que se refere a Educação.

A metodologia observada e aplicada para esta pesquisa é a Formação

Baseada em Competências, na formação do indivíduo como um todo,

capacitando à todos envolvidos na Educação, nas responsabilidades e atitudes

dos profissionais que atuam diretamente com instituições de ensino.

Utilizei como instrumento na pesquisa, a minha prática pedagógica, as

observações de profissionais desta área e de leituras referentes a esse tema

escolhido.

Esta pesquisa foi elaborada com objetivo de despertar ao leitor o desejo

de buscar mais informações a respeito do papel do Supervisor no cotidiano,

comparando o seu papel ontem e hoje, e valorizando sua rotina como líder,

articulador, mediador e agente de transformação no universo escolar. Créditos

às instituições que cederam o material ou que foram o objeto de observação e

estudo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A Supervisão e seus conceitos na educação 10

CAPÍTULO II - A Profissão e o seu Perfil 15

CAPÍTULO III – O Cotidiano do Supervisor Escolar 21

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 36

ÍNDICE 37

FOLHA DE AVALIAÇÃO 38

8

INTRODUÇÃO

A pesquisa realizada caracterizou-se com descritiva, qualitativa com

enfoque no papel do Supervisor Escolar no cotidiano, isto é ressaltando a

importância do Supervisor Educacional do ontem ao hoje, seu papel ao longo

dos tempos, através da análise da prática supervisora, das teorias

relacionadas da Supervisão Educacional.

O papel .do Supervisor já passou por muitos caminhos, com ações

questionadas e criticadas, mas com uma contribuição significativa no que se

refere ao processo educativo.

O supervisor Educacional é o intelectual orgânico que auxilia o grupo

na tomada de consciência da realidade da escola, criando estratégias para

melhoria na qualidade dos processos educacionais e administrativos da escola.

A prática cotidiana do supervisor, deve estar voltada para o Projeto

Político Pedagógico. O supervisor comprometido com a melhoria das

condições de trabalho, proporciona momentos de reflexão do fazer na escola

e realiza o acompanhamento sistemático no trabalho do cotidiano escolar,

ressaltando a importância do Supervisor Educacional ao longo dos tempos,

através da análise da prática supervisora, das teorias relacionadas à evolução

da Supervisão Educacional.

O presente trabalho objetiva: investigar as teorias relacionadas à

evolução da Supervisão Educacional; pesquisar as concepções sobre

Supervisão Educacional encontradas na Escola, hoje; verificar as

metodologias utilizadas na ação supervisora que contribuem para a melhoria

do processo ensino-aprendizagem; ressaltar a importância da

função/atribuições do Supervisor Educacional, na escola, e os principais

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paradigmas educacionais norteadores da ação supervisora; Atualmente, é

importante apurar, de forma teórica e real , qual a verdadeira importância

desse serviço em relação ao aproveitamento Escolar/ aprendizagem efetiva do

aluno, através do agir do supervisor diretamente voltado ao trabalho do

docente, uma vez que é o professor quem está mais intimamente ligado e

imbuído do processo ensino-aprendizagem orientado aos educandos ontem,

hoje e amanhã.

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CAPÍTULO I

A SUPERVISÃO E SEUS CONCEITOS NA EDUCAÇÃO

O período atual está demarcado pela era da Globalização e da

supremacia da informática e da tecnologia, como a indicar um Terceiro Milênio

próspero e valorativo da capacidade humana para produzir, a sociedade

brasileira tem enfrentado muitas crises, não havendo emprego para todos, o

que agrava ainda mais a situação da violência no país e esta que reflete nos

alunos e na escola.

Supervisão é um processo de efetuar o aprimoramento do ensino

através do trabalho com pessoas que estão lidando com alunos, é um

processo de estimulação do crescimento e uma maneira de ajudar os

professores a se ajudarem a si mesmos.

Numa visão neo – liberal, a cobrança da sociedade e do mercado de

trabalho é que as pessoas desenvolvam “competências” , que sejam

competitivas, e que aprendam a aprender e que superem, com o

conhecimento teórico e prático, os problemas que surgem no dia-a-dia, nos

contextos na qual se inserem.

A Escola tem contribuído para a superação dos problemas da

sociedade como um todo, através dos profissionais da Direção, Supervisão

Educacional, Orientação Educacional, docentes e funcionários, em parceria

com os alunos, pais e comunidade escolar ,visando uma qualificada

apropriação do conhecimento pelo aluno e a formação de competências – tão

necessárias nos novos tempos -, a fim de que se torne consciente das

condições reais e objetivas do processo ensino – aprendizagem e este sirva a

capacitar o aluno e cidadão para interferir na sociedade.

Os desafios são muitos, o papel do supervisor e suas atribuições,

metodologias empregadas fazem desse profissional ser o líder e articulador

para a formação integral do aluno/cidadão.

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O supervisor é o elo de ligação entre a escola e a sociedade, ele é responsável

agente de transformação.

1.1 – Supervisão Educacional.

A palavra Supervisão é formada pelos vocábulos “super “( sobre) e

“visão” ( ação de ver), o que indica a “atitude de ver com mais clareza uma

ação qualquer” ( ANDRADE, 1979, p. 9).Tendo em vista que a função de

Supervisor está presente, em diversos segmentos institucionais, e como o

trabalho visa uma abordagem acerca do cotidiano desse profissional, é

importante salientar que através do olhar apurado do supervisor é o faz a

diferença entre as relações das pessoas e do processo ensino aprendizagem.

Para Alves ( 1985) a Supervisão é vista como “um processo dinâmico

que garante parâmetros para a relação ensino-aprendizagem que se realiza na

escola”. A autora atribui ao Supervisor Educacional uma ênfase quanto à

liderança, a avaliação e a retro-informação que devem permear o cotiano do

supervisor.

O supervisor no seu cotidiano contribui com os professores e toda sua

equipe, motivando e sendo presente nos momentos certos, decisivos.

É indispensável a ação de um profissional que, além de possuir

competência política, humana e técnica, saiba ver além das evidências do

cotidiano.

Sua prática deverá ser movida por forte envolvimento pelo seu trabalho

e embasada numa fundamentação teórica em constante aperfeiçoamento, a

fim de que possa ser,progressivamente, coordenador e dinamizador do

processo pedagógico. Além de ter didática, pedagogia, de conhecer

metodologias, o Supervisor Educacional tem que ter bem claro os paradigmas

que sustentam o processo para, assim, definir suas ações específicas.

12

1.2 Supervisão Educacional e sua evolução.

Pode–se dizer que as fases distintas que orientaram o trabalho do

Supervisor o fez conduzir suas inferências na Escola, no sistema educacional o

fez suas inferências na Escola, no sistema educacional e junto ao professor

sob a forma de distintas concepções: fiscalizadora, construtivista e criativa,

conforme dados históricos através dos tempos, considerando sempre as

pecularidades e necessidades de cada região do Brasil e muito menos as

diferenças dos educandos.

Sobre a Segunda fase destacada em 1973 chamada da fase

construtiva. A fase construtiva ou de supervisão orientada, a Segunda na

evolução do conceito de supervisão Escolar, é a que reconhece a necessidade

de melhorar a atuação dos docentes . Os inspetores escolares, então,

passaram a promover cursos de aperfeiçoamento e atualização dos

professores.

O supervisor escolar deste período era imbuído e responsabilizado por

examinar as falhas na atuação dos professores e essas falhas serviram como

motivo para a realização de trabalhos e estudos visando a remoção e a

solução das mesmas.

A concepção que orientou a terceira fase, a criativa – também

reconhecida como atual - é aquela em que a supervisão se separa da inspeção

para montar um serviço que tenha em mira o aperfeiçoamento de todo o

processo ensino-aprendizagem, envolvendo todas as pessoas implicadas no

mesmo, em sentido de trabalho cooperativo e democrático.

Por isso justifica-se considerar que a Supervisão Educacional, hoje,

urge ser criativa, democrática, inovadora, compartilhada e atualizada, a fim de

romper com paradigmas e ações fiscalizadoras, autoritárias, alienantes e

conservadoras.

O ideal de Supervisão Educacional criativa promove atividades de

crescimento profissional e cria ambiente de estudo e de estímulo, que incita os

docentes a superarem-se constantemente e, desta forma, o aluno será o

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privilegiado através de uma Educação e um ensino mais eficaz e de acordo

com suas necessidades e anseios.

Nesse mesmo período do surgimento de tais associações, a

Supervisão Educacional – como hoje é denominada -, ao ser investigada

desde a sua origem, revelou que o profissional Supervisor já assumiu várias

denominações, podendo ser destacadas, entre elas: Supervisores Escolares,

Supervisores Pedagógicos, Supervisores de Ensino, Supervisores de

Educação ou Educacionais. A ASSERS utiliza, ainda, a denominação

Supervisão Escolar , como distinção às demais áreas profissionais que um

supervisor pode agir, a exemplo da empresarial, da construção civil, entre

outras.

Muitos foram os projetos e ações da Entidade que visaram assegurar

princípios democráticos e contribuições para o processo de Educação, com

seu caráter transformador, proporcionando que sejam ocupados os espaços

políticos e criando novos espaços para discutir e refletir a realidade sócio –

político –educacional.

No entanto, O Supervisor propriamente dito é aquele que atuará junto

a sua equipe pedagógica, assumindo uma posição de liderança em relação a

seus supervisionados, fator básico para o estabelecimento de relações

humanas positivas. No seu trabalho, ele deve ser o intérprete da política

administrativa do sistema.

Em razão do trabalho a realizar e da responsabilidade inerente à

função supervisora, é indispensável uma formação adequada ao exercício da

função supervisora, pois, o trabalho não está diretamente voltado à ação

docente e discente, mas à Administração Escolar e a Supervisão Educacional

a nível de Escola.

O posicionamento, a autoridade pela autoridade pela competência (e

não por autoritarismo ) e o conhecimento mais amplo e geral da Educação,

legislações pertinentes e relações humanas são imprescindíveis para uma

correta determinação, acompanhamento e assessoria de atividades de

administradores e Supervisores, pois em cada sistema educacional há uma

trajetória de posições a serem determinadas, com os conseqüentes papéis a

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serem desempenhados e é o Supervisor do sistema que mais diretamente está

ligado e responsabilizado em acompanhar a prática de tais concepções,

sistematizações e outras normas atribuídas para execução à nível escolar.

Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se constitui

em “Escolar”, mas, atualmente, intitula-se “Pedagógica” ou “Educacional”, por

dirigir-se ao ensino e à aprendizagem, cujo objeto principal de seu trabalho é a

qualidade do ensino, a aprendizagem e a obtenção de conhecimentos e

habilidades adquiridas pelo aluno.

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CAPÍTULO II

A PROFISSÃO E O SEU PERFIL

O profissional se constitui pela sua forma de agir, portanto, o agir

determina o ser, pois é na ação concreta que se pode vislumbrar a essência da

natureza do agente ativo em uma profissão (GIRARDI, 1982). Assim,

pensando-se no profissional Supervisor Educacional, conforme o mesmo autor,

algumas qualidade e aptidões indicam e determinam o seu exercer a ação

supervisora, uma vez que destes atributos depende a consecução dos

objetivos que permeiam a profissão em si de especialista em Educação que

desde de 2006 passou a ser uma profissão.

São esses atributos que agregam valores para a profissão;

- Lucidez quanto à Educação: O Supervisor Educacional é aquele profissional

que possui idéias claras quanto à Educação, e opta por uma filosofia de

construção do conhecimento;

- Segurança: O conhecimento da problemática da Educação faz com que o

Supervisor atue com segurança no planejamento, no assessoramento e na

execução dos projetos educativos. Sem ser o dono da verdade, o Supervisor

Educacional não pode ser apenas opinador, mas, a partir de sua lucidez e

conhecimento de suas funções, posiciona-se e motiva para que, estando certo,

seja seguido pela solidez de seu posicionamento;

- Consciência do papel das suas funções: No plano Educacional de uma

Escola há o lugar específico do Supervisor, é necessário levar e transmitir

confiança e transparência nos processos educacionais e nas pessoas;

- Espírito Crítico: O ser humano se torna mais humano e mais digno de sua

natureza à medida em que se o pensamento rege a sua vida. A capacidade de

julgar,de emitir juízo, de analisar a partir de pressupostos racionais é que

traduz ou seja espírito crítico;

- Flexibilidade: Dada a sua estratégia posição de mediador do corpo docente,

educandos e a equipe pedagógica, o Supervisor precisar ser flexível para

assim poder mediar, ouvir e agregar valores para a escola;

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- Liderança: O supervisor é um líder, o motivador de toda sua equipe, ele é

capaz de coordenar, orientar sem autoritarismo , transmitindo confiança e

prudência nas suas atitudes, para que possa Ter respeito e admiração de

todos.

O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho articular crítica e

construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da

comunidade Escolar, acerca da inovação da prática educativa, a fim de

garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de

currículos que atendam às reais necessidades da clientela Escolar, atuando no

âmbito dos sistemas educacionais federal, estadual e municipal. Ou seja, é

aquele que sabe planejar e executar a obra educativa, levando em

consideração não somente a instrução mas a Educação e, para tanto, é

portador de Curso Superior em Pedagogia, com habilitação em Supervisão, ou

em nível de Pós – graduação.

O supervisor tem um papel chave para que o trabalho na escola, como

representativo das ordenações e sistematizações dos sistemas educacionais,

seja realizado satisfatoriamente. Suas atribuições são no sentido de

oportunizar a realização dos planos emanados desse nível hierárquico

educacional, de modo que se alcance o melhor rendimento escolar.

Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se constitui em

Escolar, mas, atualmente , intitula-se Pedagógica ou Educacional, por dirigir-

se ao ensino e a aprendizagem.

O supervisor é o agente de mudanças, é o multiplicador do saber na educação,

tem que contar no seu perfil, determinação, flexibilidade, domínio nos

processos educacionais, formação e atualiza

O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho articular

construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da

comunidade Escolar, acerca de inovação da prática educativa, a fim de

garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de

currículos que atendam às reais necessidades da clientela Escolar, atuando no

âmbito dos sistemas educacionais federal, estadual e municipal, em seus

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diferentes níveis e modalidades de ensino e em instituições públicas ou

privadas.

Um serviço de Supervisão voltado para a área educacional determina

profissionais atuantes junto aos Sistemas Educacionais (órgão de soberania

da Educação, de onde emanam regulamentações e cumprimentos de aspectos

legais voltados ao processo educativo), às escolas (quando o enfoque volta-se

mais administrativamente como agente subordinante e cumpridor (e do fazer

cumprir) das normas e procedimentos provenientes da Direção e da

administração escolar como um todo, em termos de auxiliar gestacional, e ao

processo ensino-aprendizagem, que é onde cumpre, atualmente, suas reais e

legalmente constituídas funções junto a docentes e alunos, de forma mais

direta.

O agir do supervisor foi, entre nós, durante muito tempo, realizado a um nível

de identificação de tal ordem que a sua natural vocação estruturadora do

desenvolvimento do trabalho de base foi relegada ao esquecimento. Reduzida

à condição de mera intermediária nas relações das unidades com a instancia

burocrática, este tipo de ação acabou perdendo seu caráter educativo.

0 profissional Supervisor Educacional é aquele que:

- respeita as atribuições de cada setor, somando as suas para o sucesso do

processo ensino-aprendizagem;

- toma iniciativa no sentido de dinamizar, constantemente, as etapas do

processo educativo;

- Desperta a imaginação e a criatividade para buscar soluções para

problemas novos e velhos à aprendizagem;

- Envolve a vida escolar e o processo educativo de um sentido

profundamente humano, de tal forma que favoreça um ambiente propício para

o diálogo entre todos os agentes comprometidos com a aquisição de

conhecimentos e formação de competências do aluno;

Em consonância, pode-se dizer que a Educação passou a exigir um

novo modelo de Supervisão, o Educacional, para confrontar o modelo

tradicional e voltado à burocratização imposta pela escola, e o agir do

Supervisor efetivamente foi seguido a partir de uma proposta que possibilita a

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circulação dos anseios das classes populares, que insere os alunos e a

comunidade escolar, e, ainda, que contempla o crescimento pessoal e

profissional dos docentes com base na busca constante por aperfeiçoamento,

por uma melhor formação que permita repensar o antigo e construir o novo.

As atribuições do Supervisor, no que se refere ao planejamento, são as

seguintes: Participar na elaboração do Plano global da escola, Elaborar o

Plano de atividades do setor de supervisão, Coordenar o processo de

planejamento curricular, adaptar as normas e diretrizes emanadas os órgãos

educacionais.

No que tange a coordenação, são funções do supervisor implementar e

acompanhar o desenvolvimento do currículo, orientar a elaboração e o

desenvolvimento dos planos de ensino, assistir pré-definidos e a correção de

possíveis desvios, orientar os docentes no desenvolvimento de atividades

discentes que visem possibilitar-lhes maior conhecimento da comunidade,

coordenar programas de treinamento e atualização de professores, visando o

aperfeiçoamento ensino-aprendizagem, manter o fluxo permanente de

informações acerca de realidade escolar, objetivando direcionar a ação

docente.

A ação supervisora voltada para a avaliação exige as seguintes atividades,

acompanhar e avaliar o currículo, constatar e interpretar dados referentes à

produtividade do corpo docente, com vistas a auxiliar no melhor desempenho

do processo educativo, avaliar os resultados do processo ensino-

aprendizagem, avaliar os resultados do plano de atividades gerais e participar

da produtividade escolar, em termos quantitativos e qualitativos.

Em termos de assessoramento, são atividades da ação supervisora,

assessorar a administração escolar e outros órgãos responsáveis pela

definição de diretrizes pedagógicas e administrativa da escola, fornecer

informações aos órgãos institucionais superiores de educação, a exemplo das

secretarias de educação, para planejamentos e estabelecimento de estratégias

de ensino, bem como adaptar às condições da escola .

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Assim, tem-se de forma clara e explícita as atribuições de competência do

Supervisor Educacional, a qual visa, predominantemente, somar esforços em

busca da promoção da melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Portanto, quando se fala no Supervisor Escolar, fala-se do verdadeiro

articulador, mediador e líder do grupo, um verdadeiro agente de

transformação.

A realização da finalidade básica da Supervisão Educacional de uma escola se

dá pelo desempenho das funções de planejamento, coordenação, avaliação e

assessoramento, pois atuando no papel de líder o supervisor necessita

conhecer todo o processo que envolve esta profissão, suas responsabilidades

para a permanência nesse cargo.

Tradicionalmente a formação do educador escolar vem abrangendo três

dimensões da prática docente - o saber, o saber ser e o saber fazer-

privilegiando se uma ou outra, de acordo com a concepção filosófica do

processo educativo que se adote.

O supervisor é o elo do que foi transmitido do passado histórico para o

presente, sua evolução foi alcançada devido sua persistência no que se refere

ao estudo mais aprofundado do seu papel no cotidiano escolar, sua

importância para os professores, alunos, comunidade em geral.

O importante ao Supervisor Educacional é o encontro direto com o professor e

deste aluno, e, de forma geral, de todos com o material formativo, adequando

seus conhecimentos para a prática pedagógica, esta que deverá estar sempre

atualizada, flexível a realidade de cada escola, sem se esquecer do Projeto

Político Pedagógico, este que deverá ser elaborado por todos envolvidos na

instituição, respeitando esse instrumento teórico para o desenvolvimento e

aplicabilidade da filosofia e metodologia da escola.

A ação supervisora adotou ao longo do tempo diferentes enfoques e

concepções, sendo a primeira voltada para e ensino primário, pois no primeiro

momento de sua história, a Supervisão ocupava-se unicamente do ensino

primário, tinha competências de inspeção, encarregada de fiscalizar o prédio

escolar, a freqüência de alunos e professores, após essa época veio com

referências da primeira fase da Revolução Industrial, emerge com o

20

crescimento da população, indicando a necessidade de mais professores. A

escola passa a ser uma instituição complexa e hierarquizada, assemelhando-

se pouco a pouco, às empresas, consequentemente, a Supervisão realiza no

trabalho da indústria e do comércio estendeu-se pra outros segmentos da

sociedade, chegando assim ao âmbito da educação escolar.

Ação Supervisora como forma de treinamento e orientação, pois nesse

momento a supervisão é influenciada pelas teorias administrativas e

organizacionais que assinalam uma etapa importante na história da Supervisão

Escolar, pois nesse momento surgiram muitas literaturas à esse respeito no

Brasil. Baseada em novas orientações, surgem literaturas diversas, que ainda

hoje são proclamadas pelos supervisores atuais, quando o tema se refere ao

desenvolvimento de sua ação. O supervisor não perde o vínculo com o poder

administrativo da escola.

Agora, além de assegurar o sucesso das atividades docentes de seus colegas

professores regentes de classe, deve também controlá-los, administrativa e

pedagogicamente.

A ação supervisora repensada- momento da década de 80 e início da 90,

quando os autores enfatizam a Escola como o local de trabalho, onde o

sucesso do aluno não depende exclusivamente do conhecimento de

conteúdos, métodos e técnicas,. A Escola passa a ser o local onde todos

aprendem e ensinam, cada um ocupando o seu lugar e onde todos aprendem

e ensinam, cada um com a sua competência, onde o Supervisor tem a sua

contribuição específica e importante a dar no processo de Ensinar e Aprender,

e através desse histórico é que se pode levantar o perfil desse profissional

(GIRARDI, 1982).

As posições dos Supervisores envolvidos no cotidiano da escola de hoje

podem ser características em três grupos: os que continuam atuando dentro de

pressupostos da pedagogia liberal, seja de tipo renovado-tecnicista; os que

continuam sustentando o discurso da escola reprodutora preferindo a denúncia

política ao trabalho pedagógico na escola e os que vêm tentando uma atuação

pedagógica crítica, por acreditar na possibilidade de explorar os espaços

disponíveis pelas contradições da sociedade de classes.

21

CAPITULO III

O COTIDIANO DO SUPERVISOR ESCOLAR

.

Refletir sobre a fragmentação do trabalho pedagógico na atual

conjuntura é, por exemplo, repensar cuidadosamente o papel que os

supervisores têm no sentido de estarem buscando possibilidades de

superação da dicotomia entre teoria e prática. É pensar formas de estar

promovendo uma articulação maior entre os profissionais da educação,

pautada num repensar conjunto sobre a lógica da construção do conhecimento

e sua aplicação na prática social, e resgatar o que há de comum entre as

diferentes funções, ou seja, a produção do conhecimento. E nessa mesma

perspectiva, necessário se faz que o Supervisor seja um profissional

empenhado em desenvolver um trabalho que esteja voltado às questões

sociopolíticas da educação.

O Supervisor Educacional comprometido com o trabalho coletivo sente

necessidade de uma visão do todo escolar e da sua relação com o contexto. É

aquele .que procura a .visão sobre., no interesse da função coordenadora e

articuladora de ações. É também quem estimula oportunidades de discussão

coletiva, crítica e contextualizada do trabalho (RANGEL, 1997, p. 147). Ou

seja, o Supervisor não se limita ao controle, ou ao repasse de técnicas aos

professores, mas, no sentido de oferecer-lhes assessoramento teórico

metodológico diante dos problemas educacionais cotidianos, cria momentos de

reflexão teórico-prática e, com o respaldo da fundamentação teórica e uma

visão do ato de ensinar e de aprender como algo articulado, coordena tais

discussões.

No entanto, é preciso que se ressaltem alguns aspectos que são de

suma importância para o ser e o agir desse profissional diante do atual quadro

de divergências e problemáticas educacionais e sociais, provocadas pelas

idéias revolucionárias de mudar e inovar, a escola, o ensino e a educação, os

profissionais, suas concepções e pedagogias, enfim, a ordem é transformar e,

22

para que isso ocorra, de forma a acompanhar a realidade social em que o

aluno se insere é preciso, acima de tudo, que o Supervisor Educacional

reafirme-se como agente de mudanças, pela sua liderança por competências (

e não de forma impositiva ) e vença alguns preconceitos que ainda persistem.

O supervisor torna-se um agente de mudanças no contexto escolar,

junto aos professores e toda a estrutura pedagógica da escola. Inicialmente, o

próprio Supervisor Educacional como profissional co responsável pela

aprendizagem dos alunos a partir de uma sociedade pautada na transformação

e no aprimoramento dos seres humanos, precisa constantemente reciclar-se,

auto-avaliar-se, refletir sua ação supervisora e efetivar suas ações de forma

atualizada e visando o bem-estar de todos que com ele atua (professores e

pessoal da escola) e depende (alunos, pais e outros).

Um trabalho com responsabilidade, com planejamento adequado,

acompanhado a sistemática organizacional da escola, esta que está imbuída

em adequar-se aos novos tempos. Isso também implica em que a Supervisão

reveja algumas concepções e práticas em relação ao processo ensino.

É necessário que o supervisor educacional leve em consideração as

diversidades e reavalie, juntamente com o corpo docente e discente, novas

visões acerca do ensino, especificamente com o professor e a Direção, e que

também reveja o curriculo, de forma que não se constitua mais em uma lista de

conteúdos que são cumpridos à risca, embora a LDB – Lei de Diretrizes e

Bases da Educação nacional proporcione autonomia para, junto às

competências estabelecidas para cada modalidade de Ensino e nas suas

diferentes séries, possam ser determinados os conteúdos que melhor

desenvolvam tais habilidades e consolidem a aquisição de conhecimentos.

Para tal, também requer que o Supervisor torne o professor uma

pessoa aberta às discussões, às transformações em seu agir docente, pois

muitos estão atrelados, ainda, a uma pedagogia tradicional e cabe ao

Supervisor Educacional, sendo também um profissional adepto do diálogo e do

trabalho coletivo, incentivar e motivar os docentes para mudarem.

Em relação às metodologias e recursos de Ensino, é preciso que seja

beneficiados estudos em grupos profissionais, na escola, para que os

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fundamentos teóricos e diversificados existentes provoquem a reflexão acerca

de formas inovadoras de serem ministrados os conteúdos e informados os

novos conhecimentos, visando estimular o aluno a aprender. Um exemplo

prático está no uso da técnica “expositiva dialogada”. Até algum tempo, quando

a Supervisão Educacional pautava-se no trabalho burocrático e os professores

ao trabalho quadro verde e giz, predominantemente, a aula expositivo-

dialogada era uma metodologia aceitável nos modelos em que era

desenvolvida. Hoje, o aluno não mais aceita que um professor fique falando ou

apenas expondo idéias no quadro ou mesmo buscando-as em livros didáticos,

pois ele tem toda uma tecnologia de fácil acesso, e uma aula nesse molde

acaba por gerar a “indisciplina”.

Outro aspecto delicado que exige, de forma urgente, a interferência do

Supervisor Educacional com o fim de provocar mudanças diz respeito à

avaliação da aprendizagem do aluno praticada nas escolas. Nas palavras de

Libâneo(1994), “a avaliação escolar é um processo contínuo que deve ocorrer

nos mais diferentes momentos do trabalho educativo”. A avaliação a ser

adotada deve ser aquela que é realizada no início, durante e no final das

unidades didáticas, visando sempre diagnosticar e superar dificuldades, corrigir

falhas e estimular os alunos a que constituem dedicando-se aos estudos.

O Supervisor Educacional, da mesma forma através de estudos e ,

bastante importante, através da aplicação de auto-avaliações no próprio

professor e em si mesmo, juntos todos poderão vivenciar o que significa avaliar

e se conscientizarem da importância que o abolir a avaliação somente através

de provas, questionários reprodutores das idéias de outos, e outras tantas

modalidades burocráticas de medir os conhecimentos ainda têm sido aplicados

de forma predominante.

Um Supervisor Educacional que realmente tenha consciência da

importância de se agir como um agente de mudanças saberá buscar formas e

aspectos que precisam de transformação, de inovação, porém não basta

versar em planejamentos bem elaborados, se não se prestarem a ser

praticadas tais mudanças visando a melhoria da educação ministrada.

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Para o supervisor a autoridade e liderança, dependendo como são

conduzidos, manifestam enfoques diversificados, podendo agir de forma

destrutiva ou bastante construtiva no trabalho cotidiano do supervisor.

Um Supervisor Escolar, que usa de sua autoridade no cotidiano da sua

escola, a partir do conceito de que “autoridade é o direito de decidir o que deve

ser feito e o direito de fazê-lo ou exigir que alguém o

faça”(PRZYBYLSKI,1985,p.43), nos tempos atuais estará provocando ainda

mais a inércia dos professores ante as transformações necessárias e às

educativas significativas que espera-se que sejam empreendidas pelos

docentes em prol de um processo educativo mais eficaz.

Conforme Andrade(1979), “O Líder deve ser responsável pela

liderança em seu grupo, porém, de outra forma, um responsável por um grupo

não deve ser o líder, mas aquele que faz com que exista liderança no grupo”

(p. 78), ou seja, cada menbro deve sentir-se seguro, necessário e solicitado. A

liderança do supervisor no cotidiano deve propiciar a distribuição de

responsabilidades entre todos, o que lhe inclui e faz com que todos os

membros do grupo se sintam valorizadas suas potencialidades. Assim

manifestaram interesses e motivações para o progresso em direção a serem

atingidos os objetivos propostos.

Um outro aspecto que merece citar é em relação aos preconceitos que

passaram a permear o trabalho do Supervisor na escola, no que se refere a

prática burocrática mais voltada para a administração, pois muitos docentes

ainda o vêem ainda como um profissional comprometido com práticas

burocráticas, e no cotidiano esse processo é importante, mas não único.

Ainda, a questão de atendimento em gabinetes, conforme

Rangel(2001), na qual o Supervisor restringia suas ações em salas fechadas,

atendendo, normalmente de forma individual, que a ele procurasse, rompeu

paradigmas e hoje assumiu uma nova constituição de ação supervisora, pois

atualmente o Supervisor Educacional está onde o professor ou aluno, ou

ambos estão, sua rotina é ativa e participativa.

25

As características importantes que permeam a ação supervisora fazem

desse profissional uma pessoa atualizada, flexível, inovadora,dedicado,

organizado e seguro nas suas responsabilidades do seu dia a dia na escola.

Os maiores desafios do Supervisor Educacional na atualidade é ajudar

os professores a enfrentar os problemas na Educação atual, fazer funcionar

uma Educação mais voltada a um mundo globalizado e tecnológico; motivar

professores para que haja um real comprometimento com a educação; obter

respeito como profissional capacitado e com propostas educativas viáveis; não

ocupar-se somente da função específica da Supervisão, mas realizar um

trabalho interdisciplinar na escola, manter o grupo de professores coeso e

comprometido com o trabalho docente, Ter facilidade de comunicação junto ao

grupo com a qual trabalha. O cotidiano do supervisor é movido por desafios

diários da sua função .

Quando se fala em mudanças nas organizações e como desenvolver

processos de implementação de mudanças, encontramos na escola o

Supervisor, este que sempre encontraremos na escola auxiliando este

processo que nem sempre acontecerá, pois a escola nem sempre é um terreno

disponível, habituada a processos estáveis e afeita a procedimentos

supostamente seguros, muitas instituições andam próxima do anacronismo.

Outras, mais arrojadas, de tanto compromisso com a vanguarda, pecam pela

pressa, não amadurecendo os processos que pretendem implementar e logo

acoplado ou substituído o que está apenas encaminhado por novas etiquetas,

Cabe ao supervisor estar sempre atento as possíveis mudanças na

instituição, seguindo o bom senso e a maturidade para assim poder lhe dar

com escolas reflexivas ou inovadoras.

Por escola reflexiva entende-se a escola que se pensa e que se avalia

em seu projeto educativo. Uma escola reflexiva é uma organização aprendente

que qualifica não somente os que nela estudam, mas os que nela ensinam ou

apóiam estes e aqueles, diz Alarcão ( 2001)

A escola tem tido dificuldades em acompanhar as transformações na

sociedade, daí se dá a importância do papel do Supervisor que passa a ser

desafiador, desta forma, apresenta-se em seu funcionamento como um álbum

26

do que a vida foi no passado, tendo dificuldades de comunicar-se de forma

aberta e com capacidade de diálogo com a realidade complexa que hoje

apresenta .

A competência profissional do Supervisor deve estar pautada pela

capacidade de deliberação permanente e pela possibilidade de livre

argumentação. Os docentes da sua escola devem ser capazes de reconstruir

os projetos pedagógicos a partir da reflexão compartilhada nos grupos de

trabalho que compartilha de modo vivo os conhecimentos práticos e as

orientações teóricas. Carr e Kemmis(1998) lembram que o campo educacional

tende a não dar importância aos conhecimentos teóricos e a investigação

sobre os problemas e riquezas de suas próprias ações concretas.

O cotidiano pedagógico do supervisor reconstituiu a teoria educativa e

ressignifica o seu sentido no contexto específico da escola. É possível pensar

os centros escolares com centros de investigação da própria prática, que

desenvolvem registros sistemáticos e a documentação das suas práticas,

gerando recursos para a reflexão pedagógica, para, como dizem Carr e Kemis

( 1988) “fazer frente aos desafios que representam os estudantes alienados, a

desmoralização do professorado e os currículos prescritos e pouco

motivadores”’(p.15).

O processo de gestão escolar que se movimenta nessa perspectiva

precisa considerar a premissa básica de compreender a escola como uma

organização que se aprende, capaz de sistematizar saberes sobre si mesma e

de alimentar o seu próprio amadurecimento institucional.

Vasconcelos (2004) afirma que o conceito de organização aprendente

é próprio dos nossos dias, em que o conhecimento se tornou volátil e de difícil

domínio exclusivo. Não é a toa , diz ele, que nossa sociedade é chamada de

sociedade do conhecimento. Porém, dada a alta perceptibilidade do

conhecimento, resta investir em mecanismos de aprendizado, elemento

indispensável para a sobrevivência das organizações.

É necessário compreender gestão no contexto escolar como um

processo sistemático que considera as pessoas como eixo do funcionamento

da instituição, uma vez que elas reúnem a cultura da organização e de forma

27

participativa renovam essa cultura a partir do processo de formação

continuada que agrega novos saberes às práticas já existentes. Assim, o

Supervisor e a instituição escolar na qual ele é o gestor, que utiliza todos os

sistemas formais e informais de estruturação do trabalho pedagógico na escola

e define de modo intencional e sistemático espaços de discussão, modelos de

acompanhamento ao trabalho do professor, práticas regulares de formação

continuada e assim por diante. A estrutura da escola diz respeito a todos que

trabalham nela, e também às condições materiais necessárias e compatíveis

com as pretensões do projeto da escola.

O Supervisor escolar no seu cotidiano tem seu papel a cumprir, ele tem

que estar comprometido com a melhoria das condições de trabalho,

proporciona momentos de reflexão do fazer na escola, e realiza o

acompanhamento sistemático do corpo docente, para Ter a visão do todo e

interferir de modo a auxiliar o desenvolvimento do trabalho na escola,

especialmente o de sala da aula, mobilizando a comunidade para que de forma

coletiva atinjam os objetivos propostos pelo Projeto Político Pedagógico.

O Supervisor educacional é o intelectual orgânico que ajuda o grupo na

tomada de consciência do que está se vivendo, para além das estratégias de

intransparência que estão a nos alienar ( VASCONCELLOS, 2001,p.71).

A prática cotidiana do supervisor educacional deve estar voltada para o

Projeto Político Pedagógico da escola, sua função é a articulação e

concretização do projeto de forma coletiva na comunidade escolar. A prática

no cotidiano escolar é o foco de toda ação supervisora, e para isso todas as

atividades devem envolver a coletividade, para que todos participem e se

comprometam.

O supervisor deve ser o elemento integrante e integrador do grupo

mantendo uma rede de relações interpessoais, que busque da melhor maneira

possível a concretização dos objetivos a que a escola se propõe, sendo um

profissional que articule os saberes e conhecimentos didático e pedagógico de

maneira sistematizada.

No cotidiano seus principais afazeres é articular o Projeto Político

Pedagógico, dinamizar o currículo da escola, coordenar as reuniões

28

pedagógicas, organizar e coordenar o conselho de classe, promover cursos,

seminários de qualificação continuada em serviço para os docentes, participar

da elaboração do calendário escolar e das atividades pela escola, analisar e

interpretar a legislação vigente, analisar históricos escolares para

aproveitamento de estudos e acompanhar o processo ensino aprendizagem

como o todo.

A ação supervisora no cotidiano escolar necessita de trabalho conjunto

com professores, alunos e pais, no sentido de tornar mais dinâmica a proposta

pedagógica de maneira que todos busquem os mesmos objetivos no sentido

de qualificar o processo educacional.

O supervisor deve ser parceiro do grupo, como nos coloca Faria (2000)

“O supervisor é aquele que sabe ouvir o inaudível porque é sensível e

perspicaz, e na humildade sabe trabalhar junto ao grupo envolvendo todos”(p.

47).

O foco principal da ação supervisora no cotidiano escolar centra-se,

principalmente, na sensibilidade, na capacidade de percepção do todo, no

diálogo e trabalho coletivo, na constante busca de aprimoramento do processo

educativo, sendo capaz de superar crises, é um processo conjunto de

descoberta. Daí a necessidade de que o supervisor seja líder. Pois a liderança

não é uma competição para o poder, mas, sim, o projeto de um processo

conjunto de descoberta. Os melhores líderes são, também, os melhores

aprendizes, estes que estão sempre próximo do grupo que lidera.

As pessoas visionárias são importantes, porém mais importantes são

aquelas que se caracterizam por desenvolver o talento que existe nas escolas,

os verdadeiros exploradores do potencial de outras pessoas.

O verdadeiro líder é aquele que supera crises, delegando com firmeza

e ao mesmo tempo acreditando no potencial de cada um, transmitindo respeito

e clareza nos seus objetivos.

O supervisor deve inspirar confiança em suas ações, deve respeitar

outras opiniões, porém sem esquecer do seu foco, seus objetivos e

alcançando as metas e resultados.

29

Para o supervisor o planejamento é fundamental para os processos

educacionais, portanto o Projeto Político Pedagógico é o marco para que o

supervisor possa estabelecer junto a sua equipe as diretrizes e metas para

serem alcançadas.

O projeto educativo é, claramente, um documento de planejamento

escolar, no qual abrange toda a proposta da escola. O supervisor escolar, da

mesma forma através da aplicação de auto- avaliações do próprio professor e

em si mesmo, juntos todos poderão vivenciar o que significa avaliar e se

conscientizarem da importância que o abolir a avaliação somente através de

provas, questionários reprodutores das idéias de outros, e outras tantas

modalidades burocráticas de medir os conhecimentos ainda têm sido aplicados

de forma predominante.

Um Supervisor que realmente tenha consciência da importância de ser

e agir como um agente de mudanças saberá buscar formas e aspectos que

precisam de transformação, de inovação, porém não basta versar em

planejamentos bem elaborados, se não se prestarem a ser praticadas tais

mudanças visando a melhoria da educação ministrada.

Resistências são reações comuns em pessoas que não estão

acostumadas a mudanças. A maneira de conduzir a equipe vai depender do

supervisor e de sua habilidade de conduzir sua equipe, por isso é importante

que o supervisor atue com transparência e firmeza nos seus ideais.

Autoridade e liderança, dependendo como são conduzidos,

manifestam enfoques diversificados, podendo agir de forma destrutiva ou

bastante construtiva no trabalho supervisor.

Um supervisor educacional que usa de sua autoridade a partir do

conceito de que a autoridade é o direito de decidir o que deve ser feito e o

direito de fazê-lo ou exigir que alguém o faça.

No cotidiano as cobranças são muitas, portanto o supervisor deverá

estar sempre atento aos seus objetivos, bem como a suas metas e desafios.

Em toda a ação supervisora que este profissional empreender a

liderança que lhe é inerente pela posição que ocupa frente à profissão que

exerce deve sempre primar pelo estilo participativo de trabalho, pela ação

30

coletiva junto a seu grupo, pois assim sua liderança será sempre bem vinda,

pois servirá de estímulo a ações mais sólidas, uma vez embasada sua validade

e orientações através de um profissional que se mostre seguro e conhecedor

do que se está fazendo ou orientando.

O líder no seu cotidiano deve ser responsável pela liderança em seu

grupo, porém, de outra forma, um responsável por um grupo não deve ser o

líder, mas aquele que faz com que exista liderança no grupo, ou seja, o

mediador, aquele que administra com coerência e transparência nas atitudes,

dando o exemplo para sua equipe.

No cotidiano escolar, predominam características importantes para

atuação desse importante líder, como ser humilde, atualizado, flexível, aberto

ao diálogo, dinâmico, seriedade no que faz, comunicativo, criativo, competente

e responsável.

Na sua prática pedagógica, o supervisor necessita da aproximação

dele com os docentes, pois essa rotina é necessária para levantamento de

dados e levantamento dos perfis desses professores. Os maiores desafios do

Supervisor Educacional na atualidade considerados é modificar os métodos de

Ensino tipicamente tradicionais e arcaicos por uma metodologia baseada em

competências no qual o aluno é avaliado ao longo do processo ensino-

aprendizagem, em que se aplica a formação do indivíduo como um todo, nas

áreas afetiva, cognitiva e social, oportunizando o indivíduo para exercer sua

cidadania.

A supervisão escolar envolve ativamente o processo de teoria e

prática com as ações definidas, assessorando e acompanhando diretamente o

trabalho do professor e do aluno, estando em consonância com a proposta

pedagógica da escola. Um dos maiores desafios do Supervisor é ajudar os

professores a enfrentar os problemas inerentes na Educação atual, é promover

o processo de melhoria da qualidade de ensino, ampliando conhecimentos

específicos do campo de trabalho, é fornecer subsídios teóricos aos

professores, estes os seus grandes parceiros e colaboradores.

Para que todo esse processo de aprendizagem se desenvolva, é

necessário a construção de um Projeto Político Pedagógico, porque de acordo

31

com Vasconcellos(2001) O PPP constitui-se como “como o plano global de

uma instituição educativa, podendo ser concebido como a sistematização ,

nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se

aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação

educativa que se pretende realizar”( p.16).

Nessa direção, pode-se afirmar que o Projeto Político Pedagógico é

um documento que deve dar norte aos fazeres da instituição educativa,

fundamentando-se em teorias, como também, deve nortear a elaboração dos

demais documentos exigidos pela legislação para o funcionamento de tal

espaço institucional, entre eles encontra-se o regimento interno, portanto, é

fundamental que o Supervisor anterior à sua prática conheça bem a

elaboração desse projeto.

Considerando, então, a legislação vigente ( LDB, 9394/96), é de

competência da escola a elaboração do Regimento Interno, o qual deve

materializar a duração dos níveis de ensino, critérios de organização – séries

anuais, períodos semestrais, ciclos, grupos não- seriados, etc..., classificação e

reclassificação de alunos, verificação do rendimento escolar, freqüência,

currículo, etc...

O papel do Supervisor Educacional no cotidiano escolar, se faz

necessário, justamente para que junto com sua equipe desenvolva um Projeto

para descrever suas ações e de todo o grupo.

O educador comprometido com os saberes, fazeres, deve ser

contemplado para que possa dar o exemplo de liderança.

Os gestores e supervisores, precisam estar atentos as práticas

pedagógicas, para que dessa maneira possam agregar valores aos seus

alunos, professores e comunidade em geral.

Certamente, o supervisor comprometido é aquele que se preocupa

com a qualidade da educação em nosso país, pois a existência de espaços-

tempos legítimos para construção da aprendizagem, para o efetivo

desenvolvimento de todos os sujeitos que integram o cotidiano escolar,

vislumbra a consolidação de propostas pedagógicas pautadas na perspectiva

crítica.

32

Outro aspecto importante, é que o supervisor atua diretamente com

diversas características dos clientes internos e externos, portanto estará

sempre realizando avaliações de desempenho para sua equipe, promovendo

reuniões individuais e em grupos para um melhor Feedback, instrumento de

medição para as competências exigidas para cada perfil profissional.

A autoridade e liderança, dependendo como serão conduzidos,

manifestaram enfoques diversificados, podendo agir de forma destrutiva ou

bastante construtiva no trabalho do supervisor.

O Supervisor Educacional que usa de sua competência, terá sua

equipe, homogênea, participativa, reflexiva e motivada. A motivação dependerá

de que forma o líder conduzir seus subordinados para serem capazes de

alcançar metas e resultados satisfatórios para sua instituição.

Se a liderança praticada pelo Supervisor Educacional for eficiente em

relação a segurança praticada em suas orientações, à atenção aos problemas

e à solidez de seus conhecimentos sobre sua função e importância de seu

trabalho em relação à educação e ao trabalho dos professores, dessa forma a

liderança estará servindo de forma construtiva.

33

CONCLUSÃO

.

A escola deve ser um ambiente acolhedor, estimulante, adequado,

equipado e atualizado, capaz de proporcionar e favorecer aprendizagens

significativas. Deve visar ao bem-estar do ser humano enquanto aprendiz,seja

ele professor, aluno ou família , proporcionar interações positivas e que gerem

reflexões e ações produtivas que sirvam ao desenvolvimento do ser humano

enquanto cidadão.

O papel do Supervisor Escolar é fundamental para que a escola como

um todo possa transferir conhecimentos acadêmicos e também agregar

valores para a formação do indivíduo, nas áreas cognitivas, afetivas e sociais.

A atuação desse profissional é de suma importância para a construção

de um conhecimentos, despertando assim as competências individuais e da

equipe em geral.

Toda via, para que uma escola se torne reflexiva, o Supervisor é o

agente essencial, capaz de portar relevantes capacidades para ocasionar

mudanças benéficas e uma melhor qualidade de vida aos professores,

refletindo assim, nos alunos, pais e funcionários em geral. A esse Supervisor

cabe o buscar, constantemente, melhorias na qualidade de Ensino, o que

requer pensar a educação como um todo, competência, habilidade e atitude

para transformar a escola em um local eficaz e prazerosa.

No cotidiano, o supervisor escolar atua como o mediador e facilitador da

transformação do ambiente escolar em um ambiente produtivo, enriquecedor,

moralizador, formador de capacidades superiores e que sirvam à coletividade,

auxiliando ao professor, o qualificando, motivando sua equipe técnica

pedagógica, sendo flexível, porém exigente e presente .

Embora já se saiba como deve ser a Escola, o professor e o supervisor

educacional, responsáveis diretos pela propagação de educação eficiente,

estão sempre juntos no caminho da construção e atualização do ensino.

34

A Supervisão Educacional, ao longo dos tempos, já galgou muitas

concepções e destinos, já venceu muitos paradigmas e preconceitos, mas o

mais importante ainda é o atualizar-se e tornar-se realmente, um serviço que

faça jus à importância atribuídas por pelos professores e reconhecida pela

escola e pela comunidade escolar, tanto que assim não o fosse, não teríamos

mais este profissional instituído legalmente e que atualmente é o articulador e

líder.

A aprendizagem ocorre sistematicamente no dia a dia, e é na ação

reflexiva, ativa, atualizada, compartilhada que o educando elabora a sua

aprendizagem.

Portanto o Supervisor Escolar na sua prática necessita de ser

conhecedor do papel de grande responsabilidade e importância que requer sua

função, poder fazer acontecer todo o processo ensino-aprendizagem,

orientando, acompanhando, observando e buscando alternativas para a

melhoria dos processos educacionais, sendo o agente de transformação, o

líder, o visionário.

Na sua atuação diária o Supervisor deverá despertar a imaginação e a

criatividade para buscar soluções para problemas relacionados à

aprendizagem; envolvendo a vida escolar e o processo educativo de um

sentido profundamente humano,de tal forma que favoreça um ambiente

propício para o diálogo entre todos os agentes comprometidos com aquisição

de conhecimentos e formação de competências no aluno.

Assim, o Supervisor tem como objetivo de trabalho articular crítica e

construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da

comunidade Escolar, acerca da inovação da prática educativa, a fim de

garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de

currículos que atendam às reais necessidades da clientela escolar, atuando no

âmbito dos sistemas educacionais com um todo.

A importância do profissional qualificado com essa competência nas

instituições, deve-se ao fato de que o mercado de trabalho exigi atualizações e

treinamentos para a permanência desse articulador, portanto não basta ter

apenas competência do cargo, mas a dinâmica que o cargo exige.

35

O cotidiano desse profissional é avaliado sistematicamente com os

resultados alcançados pelo grupo, seu termômetro será sempre os clientes

internos satisfeitos e motivados, e os clientes externos enfatizando a qualidade

nos processos. A responsabilidade dessa função permea todo o processo

ensino aprendizagem, desde da entrada do aluno até sua certificação,

vislumbrando a competência, aflorando e explorando o que o ser humano tem

de melhor, com suas diferenças respeitadas, agregando valores imensuráveis.

O papel do Supervisor escolar no passado e no presente terá a mesma

responsabilidade, porém o que mudou foram as atitudes, a valorização nas

pessoas e nas competências.A preocupação atual é formar pessoas para o

mercado de trabalho, para o exercício da cidadania.

O enfoque de supervisão de hoje é ampla, é do mundo, das relações

interpessoais, da criatividade, tecnologia, da informação digital, portanto o

cuidado é maior, a responsabilidade também, pois a Qualidade nos processos

deverá estar sempre presente.

36

BIBLIOGRAFIA

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Escola.2 ed. São Paulo: Cortez, Autores Associados,1985.

ANDRADE, Narcisa Veloso de. Supervisão em educação. Rio de Janeiro:

Livros Técnicos e Científicos,1979.

BASTOS, Letícia Garcia et all. Código de ética do Pessoal do Magistério.

Trabalho elaborado no nível VIII do curso de Pedagogia, Supervisão Escolar

da PUC de Porto Alegre.

GADOTTI, Moacir. Pensamento pedagógico brasileiro. São Paulo; Ática,

2003.

NÉRICI, Inideo. Introdução à Supervisão Escolar. 3ª ed. São Paulo: Atlas,

1976.

RANGEL, Mary (org) Supervisão Pedagógica – princípios e práticas. 2ª ed.

São Paulo: Papirus, 2001

LIBÂNEO, José C.Democratização da Escola pública São Paulo:, n. 7, 1984

37

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A Supervisão e seus conceitos na educação 10

CAPÍTULO II - A Profissão e o seu Perfil 15

CAPÍTULO III – O Cotidiano do Supervisor Escolar 21

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA 36

ÍNDICE 37

FOLHA DE AVALIAÇÃO 38

38

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: A supervisão escolar no passado e nos dias de

hoje.

Autor: Maytha Pereira de Lima Viana

Data da entrega:

Avaliado por: Vilson Sérgio de Carvalho.

Conceito: