À tabela 82

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Ao lermos ou ouvirmos os analistas (fazedores de opinião) de serviço podemos ficar com a ideia de que Portugal foi governado nos últimos trinta anos por fantasmas: Fala-se da crise, exigem-se cada vez mais sacrifícios sempre aos mesmos, ou seja aos trabalhadores e aos reformados, mas esquecem-se de apontar os responsáveis por tudo o que está a acontecer, Então não é do conhecimento geral que o País tem sido governado (ou desgovernado) nos últi- mos trinta anos, pelo PS e pelo PSD? Então os comentadores de serviço não sabem que os sucessivos governos nos prometeram um oásis com o fim das nacionalizações? Então onde estão os comentadores que nos garantiram a abundância de pão, leite e mel, logo que as gran- des empresas do sector público fossem entre- gues aos privados? Em vez do progresso que nos prometeram, os propagandista de serviço o que nos oferecem hoje é o desemprego, a misé- ria, a escandalosa precarização do trabalho, o drama dos recibos verdes com que estão a flage- lar a nossa juventude. Mas nem tudo vai mal nes- te reino do vale-tudo. O grande capital nunca esteve tão bem como agora. Os lucros dos ban- cos e dos especuladores em geral nunca foram tão altos. Perante este cenário de agravamento inequívoco das desi- gualdades sociais, da exclusão e da miséria, os tais analis- tas, que o sistema paga a peso de ouro, insistem na rábula de que é preciso produzir mais para se poder distribuir melhor. Mas todos sabem, tanto eles como nós, que tudo isto é uma pura vigarice. Nunca em Portugal se produziu tanto riqueza para encher os bolsos aos patrões e outros que tais, e nunca essa rique- za foi distribuída tão injustamente como agora. Os responsá- veis por tudo isto são os governantes que temos tido nos últimos trinta anos incluindo este desgoverno do PS. O agra- vamento das desigualdades sociais resultam directamente das políticas seguidas pelos governos: Ou decidem engor- dar ainda mais os que já têm tudo, ou, pelo contrário, resol- vem distribuir um pouco melhor o que produzimos. Até aqui o caminho seguido tem sido o da engorda siste- mática de uma minoria, de privilegiados (os mais ricos), à custa da miséria e dos sacrifícios exigidos aos trabalhadores e aos reformados. É desta verdade que temos todos de tomar consciência. Isto não pode continuar assim. Isto tem de forçosamente de mudar. E para começar seria bom que as empresas do sector procurassem deixar de fugir à negociação colectiva, como, mais uma vez, está a verificar-se. ÓRGÃO DA COMISSÃO DE TRABALHADORES DA CP Nº 82 E D I T O R I A L A CRISE TEM RESPONSÁVEIS

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Orgão da Comissão de Trabalhadores da CP

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Ao lermos ou ouvirmos os analistas (fazedores

de opinião) de serviço podemos ficar com a ideia de que Portugal foi governado nos últimos trinta anos por fantasmas: Fala-se da crise, exigem-se cada vez mais sacrifícios sempre aos mesmos, ou seja aos trabalhadores e aos reformados, mas esquecem-se de apontar os responsáveis por tudo o que está a acontecer,

Então não é do conhecimento geral que o País tem sido governado (ou desgovernado) nos últi-mos trinta anos, pelo PS e pelo PSD? Então os comentadores de serviço não sabem que os sucessivos governos nos prometeram um oásis com o fim das nacionalizações? Então onde estão os comentadores que nos garantiram a abundância de pão, leite e mel, logo que as gran-des empresas do sector público fossem entre-gues aos privados? Em vez do progresso que nos prometeram, os propagandista de serviço o que nos oferecem hoje é o desemprego, a misé-ria, a escandalosa precarização do trabalho, o drama dos recibos verdes com que estão a flage-lar a nossa juventude. Mas nem tudo vai mal nes-te reino do vale-tudo. O grande capital nunca esteve tão bem como agora. Os lucros dos ban-cos e dos especuladores em geral nunca foram

tão altos. Perante este cenário de agravamento inequívoco das desi-

gualdades sociais, da exclusão e da miséria, os tais analis-tas, que o sistema paga a peso de ouro, insistem na rábula de que é preciso produzir mais para se poder distribuir melhor.

Mas todos sabem, tanto eles como nós, que tudo isto é uma pura vigarice.

Nunca em Portugal se produziu tanto riqueza para encher os bolsos aos patrões e outros que tais, e nunca essa rique-za foi distribuída tão injustamente como agora. Os responsá-veis por tudo isto são os governantes que temos tido nos últimos trinta anos incluindo este desgoverno do PS. O agra-vamento das desigualdades sociais resultam directamente das políticas seguidas pelos governos: Ou decidem engor-dar ainda mais os que já têm tudo, ou, pelo contrário, resol-vem distribuir um pouco melhor o que produzimos.

Até aqui o caminho seguido tem sido o da engorda siste-mática de uma minoria, de privilegiados (os mais ricos), à custa da miséria e dos sacrifícios exigidos aos trabalhadores e aos reformados.

É desta verdade que temos todos de tomar consciência. Isto não pode continuar assim. Isto tem de forçosamente de mudar. E para começar seria bom que as empresas do sector procurassem deixar de fugir à negociação colectiva, como, mais uma vez, está a verificar-se.

ÓRGÃO DA COMISSÃO DE TRABALHADORES DA CP Nº 82

E D I T O R I A L

A CRISE TEM RESPONSÁVEIS

Com a grande vitória do SIM, no referendo do passado

dia 11, Portugal saiu, enfim, da idade média. A partir de agora as mulheres pobres deixam de ser perseguidas, pre-sas e enxovalhadas na praça pública quando forçadas a interromper uma gravidez indesejada.

Estamos todos de parabéns. Havendo conhecimento de que a CP se prepara para ven-

der a TEX e para criar a CP Carga S.A., a Comissão de Tra-balhadores, acaba de solicitar ao CG informação sobre os referidos processos, para que, nos termos da legislação

Num encontro com os representantes dos trabalhado-res a administração da EMEF propôs (pasme-se) que estes aceitassem uma moratória de três anos no cum-primento da contratação colectiva e no direito à actuali-zação anual dos salários. E o que mais espanta é que os senhores administradores da EMEF fizeram esta ver-gonhosa proposta sem, ao menos, pestanejarem. No meio de tudo isto fica a certeza de que não podemos dormir descansados.

O inimigo espreita, mesmo quando se limita a deitar o barro à parede, para ver se pega…

È mais uma imposição Política do Governo e da Secretá-

ria de Estado dos Transportes. Na reunião que teve lugar no passado dia 24, o Conselho

de Gerência e a Comissão Executiva da CP Carga, expôs à Comissão de Trabalhadores a intenção de criar a CP Car-ga, SA, para substituir a CP Carga, uma das várias unida-des de negócio da CP.

Os fundamentos invocados para a concretização de mais este passo no sentido de destruição do Sector Ferroviário e da Empresa Pública CP, centram-se no sofisma que con-siste na afirmação de que o II Pacote Ferroviário e da directiva da UE que determina a liberalização do sector de

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Com a vitória do SIM o primeiro passo esta dado e temos

de convir que se trata de uma decisão importantíssima. Mas não podemos ficar por aqui. Urge, portanto, que o apoio à maternidade se concretize, agora, na protecção efectiva dos direitos das mulheres e das famílias, no plano do emprego, da saúde e do combate à exclusão social.

em vigor, fique habilitada a dar a sua opinião sobre tão importantes actos de gestão.

Lembramos que a Lei torna obrigatória a consulta prévia da CT nos negócios de transferência ou venda ou cedên-cia de todo ou parte de qualquer segmento da empresa.

Para poder realizar, com o mínimo de rigor, as suas acti-vidades a CT necessita que lhe sejam facultados os funda-mentos financeiros, económicos, funcionais e sociais dos referidos actos de gestão.

A Comissão de Trabalhadores em nome de

todos os ferroviários, manifesta o mais profun-do pesar e toda a solidariedade às famílias das vítimas do acidente no Tua.

A CT aproveita para exigir que o inquérito às causas desta tragédia seja o mais célere possí-vel, na convicção de que será apurado tudo o que se fez (ou deixou de ser feito), para evitar o lamentável acidente.

mercadorias, exigir a criação de novas empresas. Como a CT teve ocasião de afirmar, a liberalização apenas exige a abertura do mercado a outras empresas.

Ficou ainda a saber-se que já se prepara a negociação de parcerias para outra fase da privatização.

De tudo o que foi dito e ouvido pela CT uma coisa ficou clara: nada de bom para os trabalhadores se prepara para os próximos tempos. As garantias de emprego e de salva-guarda de direitos adquiridos são muito fracas. Para já aponta-se o regime de agente único, novas carreiras para o pessoal operacional e flexibilizar regras de laborais (flexisegurança), como paradigma da nova gestão.

Não podemos cruzar os braços. A CT promoveu um encontro com as organizações representativas dos traba-lhadores da CP Carga, para proceder à discussão do pro-blema e definir eventuais estratégias de luta em defesa dos direitos de todos os trabalhadores atingidos. A CT está a realizar encontros com os trabalhadores.

SAIMOS ENFIM DA IDADE MÉDIASAIMOS ENFIM DA IDADE MÉDIA

CT SOLICITA INFORMAÇÃOCT SOLICITA INFORMAÇÃO SOBRE A TEX E A CP CARGASOBRE A TEX E A CP CARGA

ISTO É QUE ÉISTO É QUE É FALAR CLAROFALAR CLARO A TRAGÉDIA DO TUAA TRAGÉDIA DO TUA

CP CARGA VIRACP CARGA VIRA SOCIEDADE ANÓNIMASOCIEDADE ANÓNIMA

PELA MUDANÇA DE POLÍTICAS

2 de MARÇO 2 de MARÇO —— CONCENTRAÇÃO NACIONAL CONCENTRAÇÃO NACIONAL

NA DEFESA DA CONTRATAÇÃO COLECTIVANA DEFESA DA CONTRATAÇÃO COLECTIVA

E DOS DIREITOSE DOS DIREITOS

O fenómeno não será novo, mas a

verdade é que se tem intensificado nos últimos tempos.

Referimo-nos à abertura de concur-sos para o preenchimento de lugares que se encontram preenchidos há meses ou mesmo anos.

Queixam-se e com razão os opera-

dores de apoio do facto de serem obri-gados a manobrar sem o mínimo de condições e segurança, nomeadamen-te na estação de Ródão, onde os com-boios circulam de recuo, por mais de três quilómetros, com várias passa-gens de nível sem guarda e não só.

Nestas precárias circunstâncias o operador, apesar de estar munido de um rádio, trabalha em total inseguran-ça, o que é absolutamente contrário ao que estabelece o respectivo

A forma irresponsável e anti-

regulamentar como os operadores de apoio estão a voltar a ser obrigados a trabalhar no Ramal do Fundão diz bem da irresponsabilidade das nossas hie-rarquias intermédias.

Quando, há tempos, se registou um incidente com dois vagões de cimen-to, do qual resultaram elevados prejuí-zos para a CP, o caso foi resolvido com pesadas sanções disciplinares a dois trabalhadores, sem ninguém

Os operadores de apoio de Poceirão

fazem-nos chegar várias queixas con-tra a prepotência de quem organiza as escalas o qual está a criar um péssi-mo ambiente laboral.

Recebeu a CT uma queixa devida-

mente fundamentada sobre um aci-dente de trabalho que ocorreu com um operador de manobras do Pocei-rão.

O referido agente, quando manobra-va um comboio, foi projectado contra o material, por uma actuação normal do sistema CONVEL, quando o mes-mo não é devidamente normalizado, para efectuar manobras.

Tendo sofrido um forte traumatismo

Trata-se de uma prática recorren-

te que serve apenas para tentar tapar o Sol com uma peneira, mas que nada ajuda a colocar as rela-ções laborais num nível de transpa-rência minimamente aceitável.

“É preciso ter lata”

regulamento e as mais elementares regras de segurança no trabalho.

Mas a hierarquia não se incomo-da muito com esta situação, porque se houver um acidente depressa se recorre à estafada desculpa de erro humano, que, como todos sabe-mos, serve apenas para tapar toda a espécie de falta de competência e sentido de responsabilidade de alguns dos “maratonistas da nossa praça” que se arrogam como bons gestores da nova era da CP Carga.

cuidar de saber que os mesmos operavam sem as mínimas condi-ções de segurança.

Agora voltou tudo à estaca zero. Os “chefões” já sabem como pres-sionar os trabalhadores, o que vão dizer e fazer, se houver outro aci-dente: O disco é sempre o mesmo.

A culpa é dos trabalhadores, por mais irregulares que sejam as con-dições de falta de segurança que lhes são impostas.

Acresce que os operadores de

apoio do Entroncamento estão a ser empurrados para efectuar servi-ço em locais que não conhecem, sem o devido acompanhamento.

na cabeça o agente dirigiu-se ao respectivo superior hierárquico para levantamento de autos.

Em vez de chamar a urgência médica (112), a chefia desfez-se em chamadas telefónicas para uns funcionários administrativos da seguradora e da Ecosaúde, de onde lhe disseram para que o tra-balhador comparece-se no Barreiro para consulta, cerca de quatro horas depois do acidente. Bolas...

SEM FUNÇÕES? O QUE É ISTO?

Em tempos chegou aqui pela mão de um conhecido padrinho de “boys” do bando rosa. Claro que entrou pela porta do cavalo, encostado à precária designação de assessor económico... Com a mudança geral dos padrinhos, o dito cujo andou para aí perdido e ignorado, à espera de nova leva de padrinhos da sua cor. E como quem espera sempre alcança. Apesar de ninguém lhe reconhecer qualquer competência, acaba de ser nomeado responsável pelas relações internacionais. Tudo isto seria igual ao que já estamos habi-tuados, não fora a circunstância do tal dito cujo se arrogar o direito de suspender as funções de uma colega, sem a mínima justificação sumária. Será que a força de quem se arroga lhe advém do facto de andar sempre de “beiça no ar”… Ao promoverem este “boy” a res-ponsável de qualquer coisa, reve-lam uma grande dose de irrespon-sabilidade, na medida em que, em vez de relações internacionais, poderemos vir a ter grandes rala-ções nacionais.

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“À TABELA” Nº 82

FEVEREIRO DE 2007

Órgão da CT da CP

Redacção - Secretariado da CT da CP

Composição e Impressão - CT da CP

Calçada do Duque, 14

1249-109 LISBOA - Tel: 213215700

SIMULACROS DE CONCURSOSSIMULACROS DE CONCURSOS ECOSECOS DA CALÇADADA CALÇADA

SEGURANÇA PRECISASEGURANÇA PRECISA--SESE

SE HOUVER PROBLEMASSE HOUVER PROBLEMAS OS AGENTES PAGAMOS AGENTES PAGAM

ESCALAS ARBITRÁRIASESCALAS ARBITRÁRIAS

ACIDENTES DE TRABALHOS?ACIDENTES DE TRABALHOS?

A minha Teresa tem andado bastante

incomodada com estas coisas da interrupção voluntária da gravidez. Para ela trata-se de um problema que diz respeito fundamentalmente às mulheres pobres. As outras, entre as quais, se encontram muitas que juram a pés juntos que nunca fariam tal coi-sa, mas que vão a Londres, Paris, Bar-celona ou até mesmo ali a Badajoz.

Eis porque a minha Teresa acha e defende que o referendo deveria ter sido só para as verdadeiras vítimas do flagelo do aborto clandestino, entre as quais ela se viu uma vez, já lá vão mais de vinte anos.

Mas não é disto que eu vinha hoje falar. O que me levou a escolher este título para esta mini crónica foi o nome que os responsáveis da CP aca-bam de escolher para um conjunto de pessoas, todas elas, ou quase todas, recrutadas nas mesmas hostes mais

Interrogam-se os trabalhadores e

dessa interrogação nos fazemos legiti-mamente eco, acerca da evidente ausência de autonomia que se verifica na gestão da CP.

A Secretaria de Estado dos Trans-portes tem alargado de tal forma a sua influência no sector ferroviário que vai asfixiando a autonomia do CG da CP.

Cresce entre os trabalhadores de todos os níveis e funções profissio-nais a sensação de que a CP está a ser gerida em regime de navegação à vista, com o telecomando instalado na secretaria de estado. Até admiti-mos que possa haver uma ponta de exagero nisto, mas é a impressão real que os trabalhadores têm neste momento. Todos sabemos que o mandato do actual CG termina em Setembro, razão pela qual ninguém

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ou menos juvenis da estafadamente chamada alternância democrática, vulgo “clube dos boys”.Talvez para fugirem a esta desprestigiada desig-nação, os “boys” foram agora bapti-zados de “corporativos”.

É claro que continuam a ficar fir-memente agarrados ás suas incon-fessáveis origens, mas oficialmente deixam de ser “boys” para passarem a ser designados por “corporativos”.

À primeira vista esta nova desig-nação dada ao bando ora constituída dos que cá entraram pela janela, até pode parecer estranha, ou mesmo desajustada, mas a minha Teresa acha que não.

Para ela trata-se do baptismo certo e, até, oportuno.

Vendo que eu torci o nariz a esta sua concordância, a minha Teresa, que como sabem, é muito viva, pro-curou explicar-se:

E ao que consta este problema repete-se em todas as restantes empresas do grupo. Que estes pro-blemas existem, disso não há dúvida nenhuma. Para a generalidade dos trabalhadores começa a ganhar for-ça a ideia de que o CG está a deixar arrastar-se para uma incómoda posi-ção, que alguns já designam por

está disposto a fazer ondas… Mas também sabemos que os interesses pessoais devem estar subordinados aos da empresa, pelo que não se aceita o clima de indefinição que se respira aqui. Há já até quem sugira que a secretária de estado deveria mudar-se para a Calçada do Duque, evitando-se assim muita perda de tempo com as deslocações dos esta-fetas. O CG tem a obrigação de actuar com diligência e dinamismo

-Então tu não vês Zé, que o nome vem mesmo a calhar? Não te lembras da antiga Câmara Corporativa, onde o Salazar e o Caetano arrumavam os amigalhaços? Ora aí está. Com os nossos “corporativos qualquer dia organizam para aí uma nova câmara corporativa, não tão velha como a de antigamente, mas com o mesmo vício do favorecimento sectário.

-Olha Teresa. Agora estás mesmo a meter água, por que na câmara corpo-rativa do antigamente havia só um partido e agora são dois ou mesmo até três os que integram o bando, a tribo ou o clube, como lhe queiram chamar, dos corporativos que nos calhou na rifa…

-Reconheço que tens razão, Zé. Mas só em parte. Lá no fundo do que se trata é de um único bando de oportu-nistas, cujos membros se vão enten-dendo na distribuição dos lugares pelos seus corporativos, na proporção aproximada de quatro para um.

-Essa agora não alcanço, Teresa… -Quero eu dizer que os que entram

acabam sempre por ceder um ou dois tachos aos que saem, para assegura-rem alguma reciprocidade na próxima mudança, porque nunca se sabe, não é?

-O que eu não sei é como é que tu tens cabeça para veres isso tudo, Teresa.

-Olha que não é preciso ser muito esperto, nem ter nenhum curso supe-rior, Zé… Basta estarmos um bocadi-nho atentos… Porque quatro anos passam muito depressa. verbo de encher. O CG trata efectiva-mente do expediente, mas só. As estratégias de fundo, a verdadeira gestão, boa ou má, vem de cima. Des-ta situação resulta um julgamento com duas inevitáveis faces: ou é a Secretá-ria de Estado que está forte de mais. Ou é o CG que está a ser muito fraqui-nho. Em qualquer das hipóteses esta-remos sempre perante uma situação pouco recomendável para a CP e para o sector tomado no seu todo.

Uma empresa sem um mínimo de autonomia de gestão estará sempre destinada ao fracasso.

em defesa dos utentes do caminho de ferro, alheio, portanto, às conveniên-cias pessoais e aos jogos de poder que se movimentam dentro do partido da auto-designada alternância demo-crática.

São os trabalhadores que labutam ao longo da via que mais se aperce-bem do estado calamitoso em que as coisas se encontram no sector. São tampões de choque que caem à linha, são vagões que fogem em estações, são enfim, frutos de uma gestão dano-sa que prima por não fazer ondas.

Zé Ferroviário

o baptismoo baptismo certo...certo...

A CP É UMA EMPRESAA CP É UMA EMPRESA OU UMA DIRECÇÃO OU UMA DIRECÇÃO -- GERAL GERAL

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