A Técnica do Foguete

200
Bia Simonassi 2014 A TÉCNICA DO Foguete Manual do Gerente do Século XXI

description

Criada por Bia Simonassi, em 2010.

Transcript of A Técnica do Foguete

Bia Simonassi 2014

A TÉCNICA DO

Foguete Manual do Gerente do Século XXI

“Um Método de TRABALHO que (R)Evoluciona a Produção ou um Método de PRODUÇÃO que (R)Evoluciona o Trabalho”

A Técnica do Foguete foi elaborada a partir da

aplicação prática dos fundamentos teóricos e

científicos do Gerenciamento de Projetos, uma metodologia de gestão inventada pela NASA,

após a segunda Guerra Mundial, durante a “corrida espacial”

e a “Guerra Fria”.

A Técnica do Foguete foi criada em 2002 e vem sendo

utilizada, avaliada e aperfeiçoada durante as vinte

edições do curso Oficina de Projetos (Project Lab). Mas as

bases da técnica nasceram ainda nos anos 90, quando foram

realizados os primeiros experimentos e observações.

A Técnica do Foguete foi testada em uma amostra

de diferentes tipos e tamanhos de organizações,

dos três setores sociais, e aprovada por uma rede de

mais de 200 profissionais, até chegar em sua atual

fórmula.

A Técnica do Foguete é uma técnica de trabalho, uma maneira de trabalhar,

um jeito de produzir sistematizado e organizado

em um manual prático.

A simplicidade é a principal característica da técnica,

que, associada ao princípio cartesiano, garante a imediata

aplicação e verificação de resultados.

Não é uma metodologia complexa de gestão,

mas uma técnica orgânica que produz resultados a curto,

médio e longo prazos. Pode ser adotada em qualquer

contexto profissional, por qualquer tipo de

organização, de todos os tamanhos.

Não é fruto de experimento científico ou de um estudo feito

no âmbito universitário, mas é resultado de doze anos

de experimentação prática, pesquisa de campo e estudo teórico em Administração.

O princípio básico da técnica é a lógica cartesiana e seu

modelo analítico de dividir os problemas em partes menores até que elas se tornem de um

tamanho facilmente executável.

Se aplicada sistematicamente, potencializa seus resultados no

cotidiano administrativo, mas também pode ser adotada

por projeto, uma única vez.

A técnica é definida como orgânica porque mantém seu

foco nas pessoas (peopleware), em detrimento de qualquer

software ou hardware, que realizam um conjunto de ações, em prol de um

objetivo comum (trabalho).

A técnica é valiosa porque permite manter o foco das ações e otimizar a gestão

do tempo, a transparência nas comunicações,

a economia de recursos, o cumprimento e o

acompanhamento das metas, a visão geral e a

tangibilização do trabalho cotidiano.

A Técnica do Foguete pode e deve ser utilizada por

todos os Gerentes ou Administradores,

em qualquer tipo ou tamanho de organização, que desejem melhorar seu desempenho

e de suas equipes.

A técnica foi desenvolvida para os Gerentes e os

Administradores, e suas equipes, para os

Empreendedores e suas redes, e para os

Empresários e os Líderes, e suas oganizações.

A Técnica do Foguete parte do pressuposto que:

1. Administrar ou gerenciar é sinônimo de planejar

antecipadamente, desenvolver coletivamente, controlar sistematicamente

e agir preventiva e corretivamente.

2. “Trabalho” compreende tudo aquilo que o Homem

realiza em forma de processos e projetos.

Projeto é um esforço finito para criar algo inovador.

Processo é uma ação cíclica para manter algo em pleno

funcionamento.

3. Existe o desejo de questionar o modelo de

gestão atualmente adotado pela organização

(ou pelo departamento) traduzido na flexibilidade e

na descentralização do poder e na remodelagem da

hierarquia organizacional e seu organograma funcional.

4. A Direção, os Patrocinadores e os

Acionistas da organização apoiam explicitamente a

adoção da técnica. Sem o apoio dos níveis

superiores, a técnica pode não decolar e ser

severamente boicotada.

5. Os responsáveis pelos setores de Recursos

Humanos, Tecnologia da Informação, Marketing e

Finanças são, por definição, parceiros oficiais na

implementação da técnica, independentemente do fato de que ela seja adotada por um único departamento ou

em toda a organização.

6. Os demais envolvidos na adoção da técnica acreditam

e estão devidamente sensibilizados para aderir à

ela, no momento justo. O trabalho de sensibilização

deve ocorrer anteriormente à fase de implementação da

técnica, sob pena de encontrar “terreno árido,

onde nada cresce”.

7. Os responsáveis pela adoção da técnica têm autonomia gerencial e alguma familiaridade (teórica ou prática) com os conceitos

fundamentais de Gestão e Planejamento.

A autonomia gerencial vai permitir a reflexão da

organização sobre seu estilo de gestão diante dos desafios

estratégicos a superar. Conhecer os conceitos

básicos de Administração pode auxiliar não só na

compreensão da técnica, como também pode acelerar

o tempo de execução dos sete passos que a compõem.

A Técnica do Foguete é composta de

sete passos consecutivos, que podem ser representados

em forma de pirâmide, começando de baixo

para cima:

1.Definição do PORTFÓLIO de Trabalho 2.Detalhamento das SINOPSES dos Projetos e dos Processos 3.Cerimônia de APROVAÇÃO do Portfólio 4.Elaboração dos PLANOS DE AÇÃO dos Projetos (e Execução dos Procedimentos) 5.Elaboração do PAINEL de Metas (Matriz de Responsabilidades) 6.Execução, Controle e Correção das METAS 7.Apresentação dos RESULTADOS

Os sete passos formam um ciclo que dura

aproximadamente doze meses (ou menos,

dependendo do perfil e do tamanho da organização, do

contexto e de outras variáveis internas e externas).

A técnica costuma levar um ano para completar seu ciclo

e produzir os resultados esperados.

Independentemente de sua duração, o ciclo dos sete passos forma uma espiral

positiva, de baixo para cima, em que se reconhece o ciclo PDCA (Planejar, Desenvolver,

Checar e Agir) do Planejamento Estratégico.

O ciclo PDCA foi criado no Japão, durante a Segunda

Guerra Mundial, e adotado por várias ciências, inclusive pelo Project Management.

A fase de planejamento (P) do ciclo PDCA corresponde

aos três primeiros passos da Técnica do Foguete, enquanto

o desenvolvimento (D), o controle (C) e a ação (A)

correspondem aos quatro passos finais da fórmula.

É esta espiral positiva que está por trás do

aperfeiçoamento contínuo organizacional, na prática. Para entender a afirmação,

pode-se representar o desempenho da organização em um sistema cartesiano,

que mede o seu desempenho (eixo Y) no decorrer do

tempo (eixo X).

Se uma organização define e executa seus processos

estratégicos com perfeição, seu desempenho pode ser representado por uma reta

paralela ao eixo X, que permanece constante.

Quanto mais consolidados os processos, mais estável será o desempenho da organização.

Esta reta paralela, porém, tende a declinar por causa da complexidade e dinamismo

do meio ambiente e o desempenho da organização acaba diminuindo, mesmo

que os processos sejam executados perfeitamente.

Este fenômeno ocorre porque o ambiente em que a

organização está inserida muda em alta velocidade e é

altamente competitivo.

Então, o único jeito de evitar o declínio do desempenho e

manter a empresa competitiva é incluir no

Portfólio de Trabalho um conjunto de projetos

que possam alavancar sua performance, visto que

são os projetos, e não os processos, os responsáveis

pelo fenômeno da inovação.

A seguir a fórmula completa da Técnica do Foguete detalhada em 7 passos

apresentados em forma de equação com ícones.

Definição do PORTFÓLIO de Trabalho

A Técnica do Foguete começa com a coleta e classificação das dúvidas, solicitações,

pedidos, demandas e encomendas dos clientes

internos e externos da organização. As demandas

podem ser formais e/ou informais e podem vir em vários formatos.

Na fórmula, esta ação aparece como “pontos de interrogação”.

Parece uma tarefa banal, mas não é. Não só porque existe muito gerente que começa a trabalhar sem tomar pé da

situação, mas também porque existem situações em que as

demandas são contínuas.

Nestes casos, o jeito é fixar um prazo para recolher as primeiras

demandas e estabelecer uma periodicidade para repetir a operação. Esta providência

pode culminar com a definição de um procedimento específico para manter atualizada a lista

de demandas de trabalho.

Em seguida, a lista de demandas de trabalho deve ser confrontada com as informações estratégicas, representadas pelo símbolo da

“informação”, na fórmula.

Por “informações estratégicas”, entende-se o Plano Estratégico,

as Diretrizes Organizacionais, os estudos e pesquisas de

mercado e toda informação relevante que possa nortear o

trabalho a ser executado.

Se a organização não dispõe de um “Plano Estratégico” formal,

a Diretoria poderá fornecer as linhas gerais de onde

pretende chegar.

O objetivo deste confronto é verificar se existe

alinhamento estratégico entre o que está sendo solicitado e o que a organização realmente

pretende fazer, além de definir prioridades.

Uma das maneiras de realizar a tarefa é utilizar a matriz de

relevância estratégica, em que a lista de demandas de trabalho é disposta na primeira

coluna e comparada com os Objetivos Estratégicos nas colunas seguintes.

Para cada demanda relacionada, atribui-se um valor

de zero a dois (sendo zero equivalente a “nada relevante”

e dois a “muito relevante”), conforme sua relevância para a

concretização do objetivo estratégico em questão. Em seguida, os valores de cada

linha são somados para identificar as prioridades,

na última coluna.

A soma dos valores das colunas, por sua vez, indica quais

objetivos estratégicos estão mais ou menos descobertos, em termos de projetos e processos

que os concretizem. Assim, pode-se acrescentar ou subtrair iniciativas na lista de demanda de trabalho para delinear um

portfólio de trabalho equilibrado e racional.

Pode-se saltar a tarefa de alinhamento estratégico,

mas a lista de demandas de trabalho corre o risco de se tornar superficial e frágil,

não atender de fato às necessidades da organização, além de virar alvo de críticas e questionamentos constantes

por falta de fundamentos concretos.

Paralelamente ao alinhamento estratégico e à definição de

prioridades, deve-se analisar a lista de demandas para separar

os projetos dos processos.

Na fórmula, os projetos são representados pelos

“pontos de exclamação”, por causa de seu caráter inovativo.

Já os processos são representados pelo símbolo do “ciclo”,

em razão de seu caráter repetitivo e constante.

A definição dos projetos e processos costuma ser uma tarefa bastante simples em

relação à coleta de informações, mas pode se transformar em um pesadelo se o conceito de

ambos – projetos e processos – não estiver claro.

O resultado final do primeiro passo da técnica é o

“Portfólio de Trabalho”, que traduz

as principais iniciativas (projetos e processos)

a serem executadas pela organização para concretizar

seu planejamento.

Detalhamento das SINOPSES dos Projetos e dos Processos

O segundo passo da Técnica do Foguete é o detalhamento do

Portfólio de Trabalho, representado na fórmula pelo símbolo da “pasta de arquivo”,

em sinopses de projetos e procedimentos relativos

aos processos.

Enquanto no passo anterior, existe uma grande interação

com o ambiente, a elaboração das sinopses dos

projetos vai exigir uma boa dose de concentração,

que vai ser refletida na qualidade dos documentos.

Se a organização já possui um modelo de sinopse para projeto,

esta é uma boa oportunidade para usá-lo, testá-lo e,

eventualmente, corrigi-lo. Caso um modelo de sinopse

não tenha sido proposto, pode-se adaptar padrões

pré-existentes.

Um formulário de sinopse de projeto deve conter

informações mínimas que descrevam:

O QUE o projeto vai fazer exatamente e o que ele vai produzir, gerar, criar, melhorar, se obtiver sucesso; PORQUE a iniciativa está sendo proposta; QUEM serão os beneficiados (direta e indiretamente) com os resultados do projeto; QUANDO, ONDE e COMO isso tudo será feito; e QUANTO a iniciativa vai custar.

Detalhar as sinopses dos projetos é uma tarefa

relativamente fácil que, se cumprida com método,

pode ser vencida sem grandes esforços,

principalmente se o responsável pelo preenchimento das

sinopses têm todas as informações de que precisa.

Traduzindo em poucas palavras, se o passo anterior foi dado de

maneira correta, todas as informações para o

preenchimento das sinopses dos projetos estarão

identificadas, datadas, organizadas, classificadas e preparadas para o trabalho.

Além das informações concretas, para preencher uma sinopse de projeto, geralmente deve-se empregar técnicas de incentivo à criatividade para encontrar soluções para os

problemas levantados.

Uma das formas de incentivar a criatividade e a concentração

nesta fase é o uso de mapas mentais.

Paralelamente à elaboração das sinopses do projetos,

os processos também devem ser traduzidos em procedimentos,

com prazos e responsáveis.

Na fórmula, os procedimentos que formam o processo produtivo corriqueiro da

organização são representados pelo símbolo da “prancheta”.

A elaboração de um procedimento é uma tarefa bem mais simples que a elaboração

da sinopse de um projeto.

Para elabprar um procedimento é necessária apenas a descrição

da atividade, que deverá ser repetida, de tempos em

tempos, por alguém para manter alguma rotina

funcionando ou acontecendo, nos padrões estabelecidos.

Um procedimento pode ser facilmente descrito por se

tratar de um ato (relativamente) conhecido de quem o executa.

Portanto, para definir procedimentos

não é necessário criatividade, mas observação e precisão.

Um procedimento é composto de passos e contém as

informações necessárias para a execução de uma atividade

cotidiana, incluindo sua periodicidade e os responsáveis.

Além de descrever uma sequência de passos,

um procedimento pode apresentar, também, uma imagem ou um

fluxograma para ilustrá-lo.

Por suas características intrínsecas, um procedimento

pode ser automatizado, sempre que for conveniente.

A elaboração dos procedimentos apresenta-se

como uma grande oportunidade de padronização do processo

produtivo da organização. Padronizar procedimentos é

uma estratégia para consolidar as operações básicas.

Com uma base operativa sólida, a organização pode concentrar

seus principais esforços no desenvolvimento de projetos.

Quanto mais desenvolve e obtém sucesso com seus projetos, mais inovadora

será a organização.

A Técnica do Foguete propõe justamente a gestão do

equilíbrio destas duas forças: projetos e processos.

Cerimônia de APROVAÇÃO do Portfólio

Enquanto os dois primeiros passos da Técnica do Foguete são extremamente técnicos,

o terceiro passo é fundamentalmente político e vai exigir boa capacidade de

negociação e de resolução de conflitos do Gerente.

Chegou a hora de sair da frente dos papéis e convencer as

pessoas a aderirem ou apoiarem seus projetos.

Trata-se de um exercício de comunicação e estabelecimento de relações que deve culminar

com a aprovação formal do Portfólio de Trabalho.

Os projetos só podem ser executados após a aprovação (formal) por quem de direito

(clientes, financiadores, superiores, mídia, legisladores e

todos os stakeholders que influenciam ou serão

influenciadas pelo projeto).

Para aprovar os projetos é preciso explicar suas bases de

maneira que a audiência entenda e, portanto, os aceite

(com ou sem ressalvas), sem grandes malabarismos.

Na fórmula, a decisão de apoiar ou não determinado projeto

está representada pelo símbolo dos dois “polegares” que

indicam “aprovado (positivo)” ou “reprovado (negativo)”.

A avaliação e aprovação do Portfólio de Trabalho deve ser feita por representantes dos

stakeholders, notadamente dos clientes dos projetos.

Este grupo pode ser formalizado em um Comitê de Projetos,

cuja missão é zelar pela gestão do Portfólio de Trabalho em sintonia com o Plano

Estratégico da organização.

O terceiro passo da técnica costuma ser fácil de executar se

os dois anteriores foram feitos da forma certa.

Caso contrário, nem a maior habilidade de negociação para

aprovação do Portfólio de Trabalho conseguirá resolver os problemas de levantamento de dados e diretrizes estratégicas.

Sinopses bem escritas refletem um trabalho de pesquisa

baseado em dados relevantes e costumam ser aprovadas,

com algumas ressalvas.

Também é durante este passo que os detalhes financeiros são

discutidos e adequadamente alocados, conforme um

cronograma de desembolso a ser estabelecido, por projeto.

A assinatura, representada na fórmula pelo símbolo da

“caneta”, é uma demonstração formal de confiança naquele

conjunto de iniciativas e é por causa desta demonstração

de adesão que existe a previsão de uma “Cerimônia de

Aprovação do Portfólio de Trabalho”, representada na

fórmula pelo símbolo da “taça de coquetel”.

Uma vez que o Portfólio de Trabalho foi formalmente aprovado e

assinado por quem de direito, pode ser divulgado, inclusive como marco de sensibilização

da equipe que deverá executar os planos.

A divulgação dos planos de trabalho é quase tão importante

quanto a celebração dos resultados obtidos, no fim dos projetos: lembre-se de

registrar a situação inicial para que ela possa ser comparada à situação final, criada graças aos projetos nos quais se acreditou

e investiu.

A cerimônia de avaliação, aprovação e adesão ao Portfólio de Trabalho encerra oficialmente

a fase de planejamento e inaugura a fase de desenvolvimento da Técnica do Foguete. A partir de agora, “está valendo”!

Elaboração dos PLANOS DE AÇÃO dos Projetos (e Execução dos Procedimentos)

O quarto passo da Técnica do Foguete

dá início oficialmente à fase de desenvolvimento do Portfólio de Trabalho.

As iniciativas foram aprovadas formalmente, no passo anterior.

Toda a documentação relativa ao Portfólio de Trabalho foi

representada na fórmula pelo símbolo da “pasta de arquivo”.

Porém, para executar os projetos é preciso elaborar também

seus Planos de Ação, representados na fórmula

pelo símbolo dos “documentos com orelha dobrada”.

O “Plano de Ação de Projeto” é um documento elaborado a

partir da sinopse e que contém um quadro, em que as metas

são divididas em ações, com seus respectivos prazos

e responsáveis.

Assim como a soma das metas deve levar ao cumprimento do

objetivo do projeto, a soma das ações

deve levar ao cumprimento da respectiva meta.

O mesmo mecanismo é repetido para cada ação

até que todas as metas tenham sido detalhadas.

Então, para cada meta são definidas tantas ações

quantas necessárias para seu cumprimento.

Em seguida, cada ação é traduzida em sete

perguntas-chave:

“O que será feito”? “Por que será feito”? “Como será feito”? “Onde será feito”?

“Quanto custará fazer”? “Quem fará”?

E “quando será feito”?

Observe que os prazos das ações não podem ser maiores

que os prazos das respectivas metas,

assim como os prazos das metas não podem ultrapassar a data final do projeto em questão.

O princípio de elaboração dos Planos de Ação é o

cartesiano, ou seja, o cumprimento das partes

menores, leva ao cumprimento automático das partes maiores.

Portanto, ao finalizar o detalhamento das ações,

verifique se elas, somadas, são suficientes para o

cumprimento da meta.

Na fórmula, a digitalização ou ato de animar

o Portfólio de Trabalho, composto de projetos

e de processos, foi representada

pelo símbolo das duas “setas yin e yang”.

Por sua vez, o software de gestão do

Portfólio de Trabalho foi representado na fórmula

pelo símbolo do “mouse”. Dependendo da quantidade

de documentos que serão gerenciados,

pode ser relevante o uso de um software, a partir de então.

A adoção de um software de gestão

vai depender da quantidade de informação

a ser gerenciada e da capacidade de gestão

do Gerente.

Um software de gestão do Portfólio de Trabalho

é um programa de computador que permite acompanhar

o desenvolvimento das ações, no decorrer do tempo,

identificando eventos dentro do prazo ou fora deles

(atrasados ou adiantados) para correção.

Todo software de gestão de projetos se baseia

no famoso “Gráfico de Gantt”, com mais ou menos funções

de análise de dados e comunicação,

conforme sua aplicação e uso.

No mercado, existem vários tipos de softwares para

gerenciar projetos. O mais popular é o MS Project,

que usa o gráfico de Gantt para medir quais atividades

estão dentro do cronograma, quais estão atrasadas

e quais estão adiantadas.

Existem também muitos softwares livres: a lista aumenta

quase diariamente. Com o barateamento dos custos

dos profissionais do setor e entendida a lógica por trás do

programa, pode-se encomendar um sistema de gestão

personalizado por um custo relativamente baixo.

Uma boa referência de software de gestão de projetos

é o MOOV , de tecnologia brasileira, cujas bases filosóficas foram inspiradas na Técnica do Foguete.

Observe que somente no quarto passo

da técnica, o elemento software foi mencionado. Somente quando se encontra nesta

situação, a organização realmente necessita de um

acessório para gerenciar melhor o Portfólio de Trabalho.

Ignorar a verdadeira posição do software na gestão inovativa

é um erro clássico de administração.

E ter consciência deste erro é a melhor forma de evitá-lo.

Elaboração do PAINEL de Metas (Matriz de Responsabilidades)

O quinto passo da Técnica do Foguete consiste na

distribuição da responsabilidade pela execução das ações

para os membros da equipe.

Um plano de incentivos relacionado ao cumprimento

de metas, dentro do prazo e dos

parâmetros de qualidade, pode ser relevante para

motivar o trabalho da equipe.

Trata-se de um passo relativamente fácil e rápido de

executar, se a equipe contratada tiver sido sensibilizada e

capacitada, com antecedência, para participar de um projeto,

paralelamente à execução cotidiana de procedimentos

típicos de suas funções.

Com o aumento do volume de trabalho (uma vez que

a equipe passará a executar tarefas relacionadas aos

projetos e aos processos), pode ocorrer um impacto

imediato negativo nos resultados, por causa

do acúmulo de atividades.

Tratar com a devida relevância o fator comportamental e

motivacional, representados na fórmula pelo símbolo das

“pessoas”, é o ponto crucial do quinto passo: uma equipe sensibilizada, capacitada,

instrumentalizada, coesa e motivada pode fazer toda

a diferença na administração de qualquer Gerente.

O resultado final do quinto passo da técnica é a

“Matriz de Responsabilidades”, representada na fórmula

pelo símbolo da “etiqueta” para reforçar sua principal

característica: negociação de prazos com os

responsáveis pelas atividades.

A matriz apresenta a agenda de trabalho de cada membro da

equipe, incluindo as atividades relacionadas aos projetos e aos processos e pode ser definida

como um grande mural (eletrônico ou não) onde é

possível visualizar o que cada membro da equipe deve fazer.

Serve como instrumento de gestão, porque indica

o que cada um deve fazer, com prazos, mas também

dá a visão panorâmica necessária para o

acompanhamento gerencial.

A Matriz de Responsabilidades tem um papel ainda mais amplo

na Técnica do Foguete porque funciona como mídia de comunicação e motivação,

uma vez que o trabalho do grupo pode ser visualizado com

absoluta transparência.

A consciência de que um colega depende do resultado parcial

produzido por ele, no prazo acordado,

gera comprometimento e senso de trabalho em equipe que

facilitam a execução do projeto.

A possibilidade de entender onde sua parte se encaixa

no todo é fundamental para gerenciar os aspectos

motivacionais.

Na Técnica do Foguete não há espaço para competição,

simplesmente porque as pessoas que trabalham juntas

não estão competindo, mas cooperando para um objetivo comum.

Execução, Controle e Correção das METAS

O sexto passo da Técnica do Foguete começa

com o símbolo do “raio”, na fórmula, que indica “ação”!

O símbolo representa a situação de andamento dos projetos e dos processos que compõem

o Portfólio de Trabalho da organização

(ou do departamento): “atividades a pleno vapor!”.

Para que o Portfólio de Trabalho seja considerado “a pleno vapor”,

os membros da equipe devem executar o que foi planejado e

acordado anteriormente.

Ou seja, cada membro da equipe,

ao iniciar o dia de trabalho, sabe exatamente o que

e como fazer, porque está fazendo aquilo e para quem e

quando deve entregar os resultados produzidos.

A Matriz de Responsabilidades elaborada no passo anterior

contém todas as informações necessárias para colocar em

prática o Portfólio de Trabalho.

O trabalho do Gerente, representado pelo símbolo

do “olho”, na fórmula, é controlar se todos estão fazendo o que deveriam,

conforme planejado, além de prever possíveis desvios e atrasos e tentar

minimizá-los ou eliminá-los.

Enquanto os membros da equipe trabalham em

“zoom in”, ou seja, nas ações, o Gerente trabalha em

“zoom out”, ou seja, na visão panorâmica

de todas as metas em curso, interferindo onde aparecem

problemas e deixando a equipe livre para executar o que foi

planejado e acordado.

É durante o desenvolvimento do Portfólio de Trabalho que o

Gerente encontra as melhores oportunidades para demonstrar

suas habilidades de gestão, controle e solução de problemas e conflitos,

intervindo nos casos de ação preventiva e/ou corretiva e

contribuindo para que a equipe execute o plano e produza

resultados concretos.

O resultado do acompanhamento sistemático

da execução do Portfólio de Trabalho deve ser divulgado

periodicamente em relatórios, que contêm números,

estatísticas, percentuais e gráficos comparativos que

ilustram os resultados parciais e o andamento e a situação dos

projetos e dos processos estratégicos.

Na fórmula, o “Relatório Parcial de Prestação de Contas” emitido periodicamente é representado pelo símbolo do “gráfico” para

ressaltar que o objetivo do documento é informar sobre

a situação real dos projetos e processos,

com especial atenção para os problemas detectados

e suas respectivas soluções.

A apresentação dos relatórios periódicos de

prestação de contas pode ou não ocorrer durante as reuniões de avaliação parcial,

mas certamente está relacionada ao cronograma

de desembolso dos recursos dos projetos.

É provável que, durante a aprovação do Portfólio de Trabalho,

o cronograma de desembolso dos recursos financeiros dos

projetos tenha vinculado a liberação de novas parcelas de dinheiro à apresentação

dos resultados parciais.

Portanto, o papel do Gerente é planejar, facilitar e favorecer o desenvolvimento das iniciativas, prevendo e corrigindo possíveis desvios, além de manter todos

devidamente informados e seguros de que o

Portfólio de Trabalho será cumprido conforme previsto.

Controlar, no sentido de gerenciar ou administrar,

não significa apenas acompanhar datas e prazos, cobrando dos responsáveis,

no último momento, os resultados parciais

acordados, mas, sobretudo, prever possíveis desvios e

sugerir soluções.

Controlar ou acompanhar significa também ser capaz

de gerenciar aspectos comportamentais como

conflitos de interesse e diferentes graus de

motivação e envolvimento.

Corrigir é sinônimo de agir preventiva ou corretivamente

para evitar ou minimizar atrasos no cronograma,

problemas de qualidade e especificações do produto final,

questões comportamentais, dentre outros.

Apresentação dos RESULTADOS

O sétimo e último passo da Técnica do Foguete encerra o ciclo.

Trata-se de um passo conclusivo que não exige grandes esforços,

além dos relativos aos preparativos para o encerramento do ciclo e a

apresentação dos resultados e do balanço final.

Começa com o símbolo do “item cumprido”.

De fato, à medida que o Portfólio de Trabalho

é executado, os resultados parciais começam a aparecer

porque as metas começam a ser cumpridas.

Recorrendo à lógica cartesiana, a somatória dos resultados

parciais leva ao cumprimento do resultado final

ou, em outras palavras, o cumprimento das metas leva ao cumprimento do

objetivo do projeto.

O resultado final do Portfólio de Trabalho

foi representado na fórmula pelo símbolo do “presente” e

compreende a apresentação dos produtos dos projetos e um balanço resumido da situação

dos processos estratégicos.

Mas o encerramento não compreende somente

a demonstração de resultados, a entrega de produtos

e o balanço final.

Durante o último passo da Técnica do Foguete,

os beneficiados pelos resultados dos projetos (clientes) devem validar os produtos, ou seja,

devem confirmar que aqueles resultados atendem

objetiva e plenamente às suas expectativas, correspondem às

exigências e resolvem os problemas para os quais os

projetos foram criados.

A validação dos resultados é o melhor marketing

que um projeto pode fazer. Se a definição e o

detalhamento dos produtos, feitos durante as fases de

planejamento, foram adequada e oportunamente corrigidos

durante sua execução, a validação ocorrerá,

sem grandes problemas.

Mas se as especificações do produto estão incompletas

ou foram alteradas, a validação do produto final

pode tomar proporções descabidas, atrasar a conclusão do projeto e revelar mais uma

falha clássica de gestão.

Cabe ao Gerente administrar as expectativas dos clientes

e dos stakeholders que influenciam ou são influenciados pelo

Portfólio de Trabalho.

De qualquer forma, no fim do ciclo,

é fundamental medir e comparar oficialmente o desempenho atual da

organização com o anterior para evidenciar

os progressos obtidos, naquele período.

Se a Técnica do Foguete for aplicada de forma

sistemática, os resultados finais

de um ciclo que termina representam parte

das demandas de trabalho do ciclo seguinte.

O Gerente do Século XXI sabe que sua principal ferramenta de trabalho

são sua habilidades e o principal ingrediente de uma administração

bem-sucedida é a coragem. Para colocar a Técnica do Foguete em prática, basta

começar pelo passo 1.

Boa sorte!

[email protected] treebookgallery.blogspot.com.br

OBRIGADA!

FIM