A Teoria Da Soberania Na Idade Média: Por Uma Breve Discussão
-
Upload
john-saints -
Category
Documents
-
view
47 -
download
0
description
Transcript of A Teoria Da Soberania Na Idade Média: Por Uma Breve Discussão
-
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE CIENCIAS HUMANAS COMUNICAO E
ARTES-UFAL/ICHCA
Adriano Francisco dos Santos
Discente do Curso de filosofia/UFAL
E-mail: [email protected]
A teoria da soberania na idade mdia: por uma breve discusso
MACEI
2015
-
a potncia absoluta e perptua de uma repblica
Em termos conceituais, soberania faz aluso ao uso do controle poltico e poder
de mando exercido em diversas instituies sociais, o que implica por sua vez, a
existncia de poderes apoiados em concepes filosficas e jurdicas.
A soberania introduz o conceito de legitimidade, contrapondo ao uso ilegtimo
do poder por parte dos atores que fazem uso do poder coercitivo para impor sua
vontade contra a vontade alheia. Dessa forma converte o uso da fora em poder
legitimo e passou do poder de fato ao poder de direito.
Em uma perspectiva histrica, o conceito de soberania adquire um
desenvolvimento paralelo com a formao do Estado moderno. Sua expresso
tangvel se move do estado interno dimenso externa envolvendo outros
estados para estar assumindo um maior nvel de complexidade e intangibilidade
como a interdependncia entre os estados com o aumento da integrao e
entidades supranacionais. Na modernidade, o conceito de soberania se estende
para cobrir outro assunto, se muda para a perspectiva individual na qual todas as
pessoas so soberanas no exerccio dos seus direitos humanos em p de
igualdade.
Sua validade lgica e seu sentido como articulador da poltica e o direito no
deixa de refletir uma crise de validez conceitual e, portanto, exigem uma ateno
permanente, na medida em que, sob termos no seria concebido como um
conceito ele est refletindo um fenmeno esttico e aparentemente frgil.
Ao passo que o Estado moderno foi se configurando, em virtude da deformao
gradual dos poderes feudais intermedirios, entrou em evidncia um interrelao
clara e direta entre governantes e governados.
O incentivo gradual do poder poltico foi complementado a dimenso territorial
denotando o alcance desse mesmo poder e controle das fronteiras limites a
-
soberania dos Estados. Dentro do territrio, e uso do poder implicava o
monoplio da utilizao da fora fsica legitima. Dessa maneira ficou
assegurado o reconhecimento e aceitao de que a autoridade superior tomar as
decises normativas em nome da coletividade de um determinado territrio e
garantir as sanes coercitivas legais aos transgressores desta lei.
Em uma dimenso interna do exerccio da soberania o governante atravs do uso
da prerrogativa da coero fsica legitima, tomava as decises para eliminar os
conflitos internos entre servos e senhores. A medida que o soberano impunha
seu poder pondo termos aos conflitos internos de seu territrio, sua soberania ia
se igualando aos outros Estados cujo poder se articulava mais ou menos da
mesma maneira, a segunda etapa desse processo se dava na vinculao do estado
e seu lder soberano nas relaes polticas com outros estados, que geminaria em
conflito, ou paz.
O exerccio da soberania em relao dimenso externa implica, assim, um
duplo reconhecimento. Por um lado, a existncia de um poder indiscutvel para
conduzir o relacionamento com o par ou pares de outro comando Unidos. Por
outro lado, a certeza da existncia dessa figura dotada de autoridade e poder
suficiente para interagir politicamente em nome de todos os membros desse
Estado.
Assim, a noo de soberania, lanou razes na dimenso interna do estado e fora
dele indescritvel, deixou claro o contraste. Precisamente essa diferena tem sido
um fator importante para o fato de que o conceito de soberania manteve-se um
desafio filosfico para o processo histrico de reflexo e anlise da poltica.
________________________________________________________________
BIBLIOGRAFIA
BODIN, Jean. Les six livres de la Rpublique. Livre I, chapitre VIII.
LE GOFF, (Org.). O homem medieval. Lisboa: Presena, 1989.