A Teoria Da Variação Línguística

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A Teoria da Variação Línguística Por Dante Lucchesi e Silvana Araújo A Sociolinguística tem por objeto de estudo os padrões de comportamento linguistico observáveis d de fala e os formaliza analiticamente através de um sistema heterogêneo, constituído por unidades e reg visa a responder a questão central da mudança linguística a partir de dois princípios teóricos fundamentai que serve a uma comunidade heterogênea e plural deve ser também heterogêneo e plural para desemp funções; rompendo-se assim a tradicional identificação entre funcionalidade e homogeneidade; (ii) os p se verificam em uma comunidade de fala se atualizam na variação observada em cada momento nos p linguístico observados nessa comunidade, sendo que, se a mudança implica necessariamente variaçã necessariamente mudança em curso (cf. LABOV, 1972, 1974 e 1982 e 1994; e WEINREICH, LABOV e HE Assim, os processos de mudanças contemporâneas que ocorrem na comunidade de fala são prim Comunidade de fala para esse modelo teórico-metodológico não é entendida como um grupo de pesso igual, mas que compartilham traços linguísticos que distinguem seu grupo de outros; comunicam relati que com os outros e, principalmente compartilham normas e atitudes diante do uso d a linguagem. (cf. L Dessa forma, para os sociolinguistas, nas comunidades de fala, frequentemente, existirão formas isto é, formas que estão em coocorrência (quando duas formas são usadas ao mesmo tempo) e em c formas concorrem). Daí ser a Sociolinguística Variacionista também denominada de Teoria da Variação. Toda a análise sociolinguística passa então a ser orientada para as variações sistemáticas, inerente a comunidade de fala, concebidas como uma heterogeneidade estruturada. Não existe, portanto, processamento, análise e sistematização sejam impossíveis de serem processados. Há, pelo con organização) por trás da heterogeneidade da língua falada. As formas em variação recebem o nome de "variantes linguísticas". Tarallo (1986, p. 08) afirma q são diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor de v variantes dá-se o nome de variável linguística". Essas variáveis subdividem-se em variáveis li independentes. A variável dependente é o fenômeno que se objetiva estudar; por exemplo, a aplicação nominal , as variantes seriam então as formas que estão em competição: a presença ou a ausência nominal. O uso de uma ou outra variante é influenciado por fatores linguísticos (estruturais) ou socia fatores constituem as variáveis explanatórias ou independentes . Nesse sentido, a Teoria da Variação considera a língua em seu contexto sócio-cultural, uma vez qu a heterogeneidade que emerge nos usos linguísticos concretos pode ser encontrada em fatores extern não só nos fatores internos à língua. Portanto, como observou Mollica (2003, p. 10), "ela parte do variação é motivada, isto é, controlada por fatores de maneira tal que a heterogeneidade se delineia siste Desse modo, um estudo sociolinguístico visa à descrição estatisticamente fundamentada de um como objetivo analisar, apreender e sistematizar variantes linguísticas usadas por uma mesma comuni calcula-se a influência que cada fator, interno ou externo ao sistema linguístico, possui na realização de Ao formalizar esse cenário, a análise sociolinguística busca estabelecer a relação entre o processo de v língua em um determinado momento (isto é, sincronicamente) com os processos de mudança que estão da língua ao longo do tempo (isto é, diacronicamente).

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A Teoria da Variao Lngustica

Por Dante Lucchesi e Silvana ArajoA Sociolingustica tem por objeto de estudo os padres de comportamento linguistico observveis dentro de uma comunidade de fala e os formaliza analiticamente atravs de um sistema heterogneo, constitudo por unidades e regras variveis. Esse modelo visa a responder a questo central da mudana lingustica a partir de dois princpios tericos fundamentais: (i) o sistema lingustico que serve a uma comunidade heterognea e plural deve ser tambm heterogneo e plural para desempenhar plenamente as suas funes; rompendo-se assim a tradicional identificao entre funcionalidade e homogeneidade; (ii) os processos de mudana que se verificam em uma comunidade de fala se atualizam na variao observada em cada momento nos padres de comportamento lingustico observados nessa comunidade, sendo que, se a mudana implica necessariamente variao, a variao no implica necessariamente mudana em curso (cf. LABOV, 1972, 1974 e 1982 e 1994; e WEINREICH, LABOV e HERZOG, 1968).Assim, os processos de mudanas contemporneas que ocorrem na comunidade de fala so primordiais na Sociolingustica. Comunidade de fala para esse modelo terico-metodolgico no entendida como um grupo de pessoas que falam exatamente igual, mas que compartilham traos lingusticos que distinguem seu grupo de outros; comunicam relativamente mais entre si do que com os outros e, principalmente compartilham normas e atitudes diante do uso da linguagem. (cf. LABOV, 1972; GUY, 2000).Dessa forma, para os sociolinguistas, nas comunidades de fala, frequentemente, existiro formas lingusticas em variao, isto , formas que esto em coocorrncia (quando duas formas so usadas ao mesmo tempo) e em concorrncia (quando duas formas concorrem). Da ser a Sociolingustica Variacionista tambm denominada deTeoria da Variao.Toda a anlise sociolingustica passa ento a ser orientada para as variaes sistemticas, inerentes ao seu objeto de estudo, a comunidade de fala, concebidas como uma heterogeneidade estruturada. No existe, portanto, umcaos lingustico, cujo processamento, anlise e sistematizao sejam impossveis de serem processados. H, pelo contrrio, um sistema (uma organizao) por trs da heterogeneidade da lngua falada.As formas em variao recebem o nome de "variantes lingusticas". Tarallo (1986, p. 08) afirma que: "variantes lingusticas so diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes d-se o nome devarivel lingustica". Essas variveis subdividem-se em variveis lingusticas dependentes e independentes. A varivel dependente o fenmeno que se objetiva estudar; por exemplo,a aplicao da regra de concordncia nominal, as variantes seriam ento as formas que esto em competio: a presena ou a ausncia da regra de concordncia nominal. O uso de uma ou outra variante influenciado por fatores lingusticos (estruturais) ou sociais (extralingusticos). Tais fatores constituem asvariveis explanatrias ou independentes.Nesse sentido, a Teoria da Variao considera a lngua em seu contexto scio-cultural, uma vez que parte da explicao para a heterogeneidade que emerge nos usos lingusticos concretos pode ser encontrada em fatores externos ao sistema lingustico e no s nos fatores internos lngua. Portanto, como observou Mollica (2003, p. 10), "ela parte do pressuposto de que toda variao motivada, isto , controlada por fatores de maneira tal que a heterogeneidade se delineia sistemtica e previsvel".Desse modo, um estudo sociolingustico visa descrio estatisticamente fundamentada de um fenmeno varivel, tendo como objetivo analisar, apreender e sistematizar variantes lingusticas usadas por uma mesma comunidade de fala. Para tanto, calcula-se a influncia que cada fator, interno ou externo ao sistema lingustico, possui na realizao de uma ou de outra variante. Ao formalizar esse cenrio, a anlise sociolingustica busca estabelecer a relao entre o processo de variao que se observa na lngua em um determinado momento (isto ,sincronicamente) com os processos de mudana que esto acontecendo na estrutura da lngua ao longo do tempo (isto ,diacronicamente).Variao estvel ou mudana em curso?Atravs da anlise das variveis sociais, busca-se definir o quadro de variao observado na comunidade de fala nos termos da dicotomia entrevariao estvelemudana em progresso. No primeiro caso, conclui-se que o quadro de variao tende a se manter ainda por um longo perodo, j que no se verifica uma tendncia de predominncia de uma variante lingustica sobre a(s) outra(s). J o diagnstico de mudana em progresso implica que o processo de variao caminha para a sua resoluo em favor de uma das variantes identificadas, que deve se generalizar, tornando-se o seu uso praticamente categrico dentro da comunidade de fala. Nesse quadro, a(s) outra(s) variante(s) tenderia(m) a cair em desuso.Assim, correlacionando a estrutura lingustica varivel com fatores da estrutura social, poder-se-ia observar como uma determinada variante estaria se difundindo entre os diversos segmentos sociais, no que se definiu como uma das faces doproblema da transio ing.transition problem. Por outro lado, atravs de testes de julgamento subjetivo, poder-se-ia aferir a reao dos falantes diante dos valores da varivel observada, de modo a se definir a tendncia de mudana que essa avaliao social favoreceria, no que foi denominadoproblema da avaliao ing.evaluation problem. Tais informaes, juntamente com as informaes relativas aoencaixamentoda varivel na estrutura lingustica da comunidade de fala, teriam um papel capital para o esclarecimento acerca de como a postulada mudana chegaria a sua consecuo, no que foi denominado deproblema da implementaoactuation problem(cf. WEINREICH, LABOV e HERZOG, 1968; e LABOV, 1972 e 1982). Nesse sentido, a grande questo avaliar se um determinado cenrio de variao tende a se resolver em funo de uma determinada variante, efetivando-se a mudana lingustica, ou se as variantes identificadas tendem a se manter no uso lingustico da comunidade, dentro de uma estratificao especfica, o que caracterizaria a variao estvel.O estudo da mudana lingustica emtempo aparenteA possibilidade de se fazer inferncias acerca do desenvolvimento diacrnico da lngua a partir de anlises sincrnicas ganhou corpo na pesquisa lingustica com os estudos desenvolvidos por William Labov na dcada de 1960, primeiramente na ilha de Marthas Vineyard, em 1963, e depois na cidade de Nova York, em 1966. Como afirmaria o prprio Labov (1972), concebendo a variao lingustica como um fenmeno sistemtico, e no aleatrio, atravs da correlao entre fatores lingusticos e fatores sociais, poder-se-ia superar a barreira erguida pelos estruturalistas americanos de que a mudana lingustica no poderia ser observada em seu processo de implementao, mas apenas em seus resultados finais. Fundamentalmente, postula-se que a variao observada sincronicamente em um determinado ponto da estrutura da gramtica de uma comunidade de fala pode refletir um processo de mudana em curso na lngua, no plano diacrnico. Desse modo, busca-se apreender otempo real, onde se d desenvolvimento diacrnico da lngua, no chamadotempo aparente. O tempo aparente constitui, assim, uma espcie de projeo.O pressuposto central do tempo aparente o de que as diferenas no comportamento lingustico de geraes diferentes de falantes num determinado momento refletiriam diferentes estgios do desenvolvimento histrico da lngua:A validade do [tempo aparente] depende crucialmente da hiptese de que a fala das pessoas de 40 anos hoje reflete diretamente a fala das pessoas de 20 anos h 20 anos atrs e pode, portanto, ser comparada com a fala das pessoas de 20 anos de hoje, para uma pesquisa da difuso da mudana lingustica. As discrepncias entre a fala das pessoas de 40 e 20 anos so atribudas ao progresso da inovao lingustica nos vinte anos que separam os dois grupos. (CHAMBERS e TRUDGILL, 1980, p. 165)Mas, como reconhecem os prprios Chambers e Trudgill (idem, ibidem), "a relao entre tempo aparente e tempo real pode ser de fato mais complexa do que a simples equiparao dos dois sugere". Realmente, a projeo (ou equivalncia) do que se observa no tempo aparente para o que teria se passado no tempo real apoia-se no pressuposto de uma estabilidade do sistema, o que significa dizer que o padro lingustico fixado por um indivduo na adolescncia ou pr-adolescncia se conserva mais ou menos intacto pelo resto de sua vida; s assim podemos imaginar que o padro depreendido do comportamento lingustico dos falantes de 60 anos de hoje corresponderia a padro fixado na comunidade h 40 anos(LABOV, 1981, 180-1; e NARO, 2003, p. 43-50). Porm, no se pode ter absoluta segurana a respeito disso, e, pelo menos at o incio da dcada de 1990, esse pressuposto bsico do conceito de tempo aparente ainda no havia sido plenamente testado (LUCCHESI, 2001).Por outro lado, nada pode assegurar que uma tendncia de mudana identificada pelo linguista num determinado momento no ser revertida num futuro prximo em decorrncia de novos fatos que no estavam presentes no momento em que o linguista fez o seu diagnstico. Em funo desse carter contingencial dos processos histricos, "qualquer afirmao sobre a mudana [em progresso] evidentemente uma inferncia" (LABOV, 1981, p. 177). Esse prognstico entre mudana em curso e variao estvel baseia-se na combinao dos resultados obtidos atravs da correlao da varivel lingustica estudada com as variveis sociais.As variveis sociais na caracterizao dos processos de variao e mudanaAs pesquisas sociolingusticas tem buscado traar um perfil da mudana em progresso e um perfil da variao estvel atravs da combinao dos resultados das variveis idade, sexo, classe social e nvel de escolaridade, a partir da noo deprestgio. No que concerne faixa etria, a variao estvel se caracterizaria por um padro curvilinear, no qual as faixas intermedirias apresentariam a maior frequncia de uso das formas de prestgio; j na mudana em progresso, a distribuio seria inclinada, com os mais jovens apresentando a maior frequncia de uso das formas inovadoras (cf. CHAMBERS e TRUDGILL, 1980, p. 91-3). Mas a tendncia aferida pelos resultados da faixa etria deve ser confirmada pelos resultados das outras variveis sociais.Assim, um cenrio em que os falantes das classes mais altas e de maior nvel de escolaridade exibem proporcionalmente uma maior frequncia de uso das formas de prestgio do que o falantes da classe mdia (e estes, por sua vez, uma maior frequncia do que os da classe baixa) apontaria para uma situao de variao estvel; enquanto que os processos de mudana tendem a ser liderados pelos indivduos mais integrados da classe mdia baixa e/ou das sees mais elevadas da classe operria (cf. LABOV, 1982, p. 77-8).No que concerne varivel sexo, nas situaes de variao estvel, as mulheres tendem a ser mais sensveis ao uso das formas de prestgio, o que pode ser aferido numa escala de nveis de formalidade da fala. Por outro lado, nas mudanas em que se abandona o uso de uma forma padro, o processo tende a ser liderado pelos homens, enquanto que as mulheres lideram as mudanas em direo s formas de prestgio (cf. CHAMBERS e TRUDGILL, 1980, p. 97-8). J Labov (1982, p. 78) afirma genericamente que "na maioria das mudanas lingusticas, as mulheres esto frente dos homens na proporo de uma gerao". Porm, como bem notou Scherre (1988, p. 429), "a respeito da varivel sexo, pode-se ver na literatura lingustica que o seu papel, especialmente do sexo feminino, na questo da mudana no muito claro". E, como reconhece o prprio Labov (1981, p. 184):Mas importante ter em mente que essa propenso das mulheres para as formas de maior prestgio (no sentido do padro normativo) limitada quelas sociedades em que as mulheres desempenham um papel na vida pblica. Um tendncia contrria foi encontrada em Teer por Modaressi (1977) e Jain, na ndia (1975).Nesse sentido, bom destacar que a maioria das concluses apresentadas acima se referem a processos de variao/mudana ocorridos nos grandes centros urbanos de pases com alta grau de industrializao, como o Canad, os Estados Unidos e a Inglaterra. preciso que se faa uma anlise crtica desses parmetros, evitando a sua aplicao mecnicaa realidades scio-culturais totalmente distintas, como a de comunidades rurais, em um pas com um desenvolvimento industrial tardio e dependente como o Brasil.No caso da varivel sexo, por exemplo, os resultados das anlises sociolingusticas realizadas sobre comunidades rurais e da periferia das grandes cidades exibem resultados totalmente distintos daqueles observados nas sociedades urbanas industrializadas. No caso das comunidades rurais brasileiras, os homens tendem a liderar os processos de mudana em direo s formas de prestgio. Isso porque so eles que tm mais contato com o mundo exterior dos grandes centros urbanos por estarem mais integrados no mercado de trabalho. J as mulheres, na maioria das vezes circunscritas ao universo domstico e de trabalho na roa, tendem a conservar mais as formas da fala rural, bem distantes do padro urbano culto. sempre bom repetir que a caracterizao de um processo de variao estvel ou de mudana em curso independe dos resultados isolados de cada varivel social, ela deve apoiar-se fundamentalmente na coerncia argumentativa da representao que o linguista constri do processo como um todo, a partir das evidncias empricas fornecidas pelos resultados de cada varivel (cf. LUCCHESI, 2004, p. 189-193). esse o entendimento que orienta as anlises sociolingusticas desenvolvidas no mbito doProjeto Vertentes.REFERNCIASCHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, Peter (1980).Dialectology. Cambridge: Cambridge University Press.GUY, Gregory (2000). 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