A tomada de decisão em administração · lançando as bases do estudo do processo decisório em...

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Administração: teoria e prática no contexto brasileiro © 2008 Pearson Prentice Hall 1 Capítulo 4 A tomada de decisão em administração

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Administração: teoria e prática no contexto brasileiro — © 2008 Pearson Prentice Hall 1

Capítulo 4

A tomada de decisão

em administração

Administração: teoria e prática no contexto brasileiro — © 2008 Pearson Prentice Hall

Diariamente os administradores tomam várias decisões

sobre os mais diversos assuntos, resolvendo problemas

ou aproveitando oportunidades que surgem;

A qualidade dessas decisões têm um impacto significativo

sobre o desempenho da organização, pode ser vital; VIDE CASO MERCEDES BENZ, PÁG. 98

Tomar a decisão certa às vezes esbarra em contextos de

muita complexidade, mas a indecisão pode ser pior do

que uma má decisão;

O administrador deve estar ciente das dificuldades, mas

deve assumir que essa é sua principal função.

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Conteúdo do capítulo

A tomada de decisão em administração

– Fundamentos da tomada de decisão

– Processo decisório

– Racionalidade e intuição na tomada de decisão

– Estilos de tomada de decisão

– Tomada de decisão organizacional

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Objetivos de aprendizagem

Explicar a importância da tomada de decisão para a

administração.

Descrever as etapas do processo de tomada de decisão.

Identificar os pressupostos do modelo racional de tomada de

decisões.

Descrever o papel da intuição no processo de tomada de

decisão.

Identificar e descrever os diferentes estilos de tomada de

decisão.

Descrever as principais vantagens e desvantagens da

tomada de decisão em grupo.

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Fundamentos de

tomada de decisão

Uma decisão pode ser descrita, de forma simplista, como

uma escolha entre alternativas ou possibilidades com o

objetivo de resolver problemas ou aproveitar

oportunidades.

Tomar decisões é a essência do trabalho de um

administrador. MUITAS DECISÕES SÃO TOMADAS EM AMBIENTE DE INCERTEZA, E

AVALIAÇÃO DA EVIFÁCIA DA DECISÃO SÓ PODERÁ SER FEITA DEPOIS, OUTRO FATOR GRAVE É A

DIFICULTADE EM REVERTER UMA DECISÃO ERRADA; VIDE XEROX, IBM...

A qualidade das decisões tomadas é uma medida da eficácia

da gestão. DECISÕES ERRADAS FICAM EM MUITA EVIDÊNCIA, MAS O MUNDO DOS

NEGÓCIOS ESTÁ CHEIO DE DECISÕES ACERTADAS

Pior do que uma má decisão é a indecisão. 5

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Caso Xerox

A Xerox não soube transformar grandes desenvolvimentos

de produtos em negócios efetivos; nos anos 1970 e 1980

descobriu vários produtos relevantes para o mercado

como o PC, a rede Ethernet de PCs; o fax; a estrutura de

janelas do Windows, o mouse para notebooks...

a Xerox manteve o seu foco exclusivo sobre copiadoras, e

assim, não explorou o potencial dos demais produtos, que

hoje representam tamanho equivalente a milhares de vezes

o da própria Xerox;

FONTE:

IRIGARAY

www.demostenesfarias.wordpress.com

inovação

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Desde os conceitos de BARNARD ( As funções do executivo) , que introduziu o

conceito, a tomada de decisão passou a ser encarada como a essência do

trabalho do administrador, em todas as áreas de uma organização, com ilustra a

tabela abaixo. Assim, os autores consideram tomada de decisão como sinônimo

de administração

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Tipos de decisões

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AMBIENTE DE TOMADA DE DECISÕES A CERTEZA é a situação em que o administrador dispõe de todas as informações -

confiáveis e precisas - necessárias para a tomada de decisão, no entanto, poucas

decisões gerenciais são tomadas com completa certeza;

O RISCO é a situação na qual não é possível prever com certeza qual o resultado

associado a cada alternativa, mas há uma probabilidade calculada de determinado

resultado venha a acontecer; VIDE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO;

A INCERTEZA é a situação na qual a informação sobre as alternativas e suas

consequencias é incompleta; VIDE MUDANÇAS DA ECONOMIA OU DA DE LEGISLAÇÃO

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Ambiente de tomada de decisão

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Caso Mercedes

Depois de BARNARD, outros acadêmicos destacaram-se,

lançando as bases do estudo do processo decisório em

Administração, como Herber SIMON e Henry MINTZBERG,

além de outros autores que têm se dedicado a estudos que

têm como objetivo ajudar o administrador e gerir os riscos e a

tomar decisões que proporcionem um bom desempenho à

organização;

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Decisões programadas

e não programadas

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Ex. O administrador deve saber o que fazer

quando um lote de produtos não passa pelo

controle de qualidade, é recorrente; aplica-se uma

solução que já foi utilizada com sucesso

Ex.: a abertura de uma nova fabrica, ou a entrada

em um novo mercado; ou ainda o lançamento de

um novo produto ; são situações que exigem

respostas customizadas;

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Processo decisório

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Na maioria das vezes, a ultima etapa é o inicio de um novo processo de tomada de decisão; para

os administradores, a tomada de decisão é um desafio continuo;

Oportunidade ou problema;

ex.; a Vale, aquisição para

expansão e, por outro lado,

demissão de 7 mil

funcionários; cabe avaliar a

evolução da empresa e

identificar tendências do

ambiente

Analisar causas

subjacentes - nem

sempre visíveis como

os sintomas - visando

à próxima etapa

Variedade de

alternativas; usar

brainstorm ou conflito

criativo;

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Desenvolvimento de alternativas

Duas técnicas utilizadas no desenvolvimento de alternativas:

– Brainstorming.

– Conflito construtivo.

As boas alternativas devem apresentar as seguintes

características, cso contrário, devem ser descartadas:

– Devem ser abrangentes.

– Devem ser genuínas.

– Devem ser exeqüíveis.

– Devem ser numerosas.

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Discussão aberta; a diversidade de opinioes e experiencias

possibilita um entendimento mais amplo das questões e o

surgimento de ideias inovadores e criativas

Expressão livre de ideias, por mais irrealistas que pareçam

Devem apresentar uma ampla gama de possibilidades e sua

combinação

Devem ser verdadeiras, evitando-se as ideias fracas ou que

foram rejeitadas

Possiveis de implementar com os recursos e capacidade da

empresa e evitar restriçoes eticas ou legais;

O suficiente para apresentar alternativas que favoreçam a

escolha verdadeira mas que não tão grande que a dificulte

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Avaliação de alternativas

Comparação: Para avaliar as alternativas desenvolvidas,

podem ser utilizadas diversas técnicas de apoio à decisão,

tais como:

– Análise de prós e contras.

– Matriz de prioridades.

– Árvores de decisão.

– Matriz de resultados.

– Sistemas especialistas. 13

Qual é o impacto financeiro

Que benefpicios vai trazer

Qual o impacto para a marca reputacao...

Quanto tempo demorara para implementação

Que recursos serão necessários TI, $, pessoas

Qual é o risco, possibilidade sucesso, reação dos competidores

Hirarquizar vantagens e desvantagens

O próximo slide exemplifica a matriz

Ver adiante

Tabela com varios resultados possíveis, a exemplo de decisão

por lotes de produção de 10, 20 ou 30 mil unidades,ao custo

unitario de R$ 5 e venda a 10; Se, porém, for perecível, e não

for vendido, os remanescentes terão que ser vendidos a R$1,

apresentando prejuízo de R$ 4 por unidade

Utilizadas em bancos e seguradoras, são apoiados em TI,

incluindo regras qualitativas e quantitativas:

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Matriz de prioridades

A Tabela mostra a situação em que a empresa precisa escolher entre

3 opções de Fornecedores e precisa cruzar os fatores PREÇO,

QUALIDADE, PRAZO DE ENTREGA e a ASSISTENCIA PÓS-

VENDA

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Árvore de decisão Exemplo

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Árvores são úteis sob condições de incerteza e que envolva uma progressão de decisões; no

exemplo, existe a possibilidade de o mercado crescer (60%) e de estagnar (40%) nos próximos 5

anos; no exemplo, a decisão dependera da propensao a risco;

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Seleção, implementação da melhor alternativa e monitoração

Dependendo da propensão ao risco, um administrador poderá

decidir por uma alternativa que tenha 30% de acerto para alcançar

R$1 milhão de resultados do que outro que preferiria alcançar

apenas R$ 200 mil, com risco menor;

Assim que for escolhida, a alternativa deve ser logo

IMPLEMENTADA, o que consiste na transformação da decisão em

AÇÂO que possibilite o alcance do objetivo ou solução de um

problema; essa ação não vem automaticamente; é necessário

alocar recursos, delegar responsabilidades, definir cronograma e

orçamentos, além de comunicar as decisões a todos os envolvidos;

A MONITORAÇÂO possibilita a coleta de informações e o feedback

- que permitirá avaliar se serão necessárias retificações ou uma

nova decisão;

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Admite-se que os administradores sigam as etapas que

acabamos de ver, de forma racional, fazendo escolhas

consistentes, que maximizem o retorno para a organização,

dentro de limites ou restrições específicos;

na prática, não é tão fácil de acontecer;

O modelo racional de tomada de decisões refere-se ao processo

decisório no qual os administradores tomam decisões ótimas que

maximizam os resultados da organização; assim, o processo

levaria a uma decisão ideal, independentemente de quem a

tomasse;

O próximo slide mostra as premissas subjacentes ao modelo

racional da tomada de decisão

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Modelo racional de

tomada de decisão

As premissas subjacentes ao modelo racional de tomada de

decisão são:

– A situação, seja problema ou oportunidade, é bem definida e

está corretamente formulada.

– As metas e objetivos a alcançar são claros e conhecidos.

– Não há restrições de tempo ou de recursos.

– Existe informação precisa, mensurável e confiável sobre todas

as alternativas e os resultados potenciais de cada uma.

– Todos os critérios e preferências para avaliar as alternativas

são perfeitamente identificados, permanecendo estáveis e

constantes no tempo.

– O tomador de decisão é racional; ele usa a lógica para avaliar e

ordenar as alternativas, escolhendo aquela que maximiza o

alcance dos objetivos estabelecidos.

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Limitações à racionalidade

na tomada de decisão

Na prática, os tomadores de decisão desviam-se do processo lógico,

consistente e sistemático que a racionalidade infere;

Esses desvios são explicados pela teoria da racionalidade limitada,

de Herbert Simon, que explica que os administradores tomam

decisões com informações inadequadas, com limitação de tempo e

de recursos para coletá-las, armazená-las, processá-las e percebê-

las adequadamente; consideram as características essenciais dos

problemas mas não incluem todas as suas complexidades;

De acordo com Amos Tversky e Daniel Kahneman, as pessoas usam

princípios heurísticos para simplificar o processo de tomada de

decisão, regras empíricas uteis mas falíveis ao se perpetuarem. 19

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Teoria da

racionalidade limitada

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Como vimos, as heurísticas simplificam os processos de tomada

de decisão, economizam tempo do tomador de decisão, o que

compensa a perda de qualidade decorrente das decisões tomadas;

e, apresentam, também, uma formulação razoável, que conduz a

resultados satisfatórios;

Porém podem produzir desvios sistemáticos de julgamentos,

influenciando as decições tomadas – vieses involuntários e

intuitivos, levando à perpetuação de erros na avaliação de situações

e de decisões – assim, o administrador deve reconhecer e evitar

essas armadilhas

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Armadilhas psicológicas

na tomada de decisão

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Atribuir um peso

desproporcional à primeira

informação que recebe; ex.:

vendas doa anos anteriores Com o passar do tempo, a

estrutura vigente vai se

enraizando e fica cada vez mais

difícil mudá-la

O excesso de cautela

e as projeções

conservadoras ou “o

pior dos casos” pode

gerar custos altos e

poucos benefícios

práticos

Busca de informações

que confirmem seu

ponto de vista, como

colegas que ele sabe

que vão apoiá-lo

Um problema mal formulado pode minar

a mais ponderada das decisões

A maioria das pessoas tende a

confiar demais na precisão de

suas previsões, levando falha ao

julgamento e a avaliação das

decisões

As pessoas tendem

a valorizar o que

está na memória

para prever o que

pode acontecer no

futuro ! O mercado

está em

mudanças...

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Papel da intuição

na tomada de decisão

A intuição pode ser definida como o processo de interpretar

e chegar a conclusões sobre uma situação, sem recorrer a

um pensamento consciente.

No entanto, isso não significa que seja uma forma irracional

e arbitrária de tomar decisões.

A intuição é baseada nas experiências passadas das

pessoas, permitindo-lhes reconhecer os aspectos críticos de

um problema e chegar a uma solução sem passar por uma

análise demorada e trabalhosa.

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Estilos de tomada de decisão ( Alan ROWE)

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A combinação das dimensões COMPLEXIDADE COGNITIVA e TAREFA-PESSOAS permite identificar 4 estilos

de tomada de decisão

essa dimensão mede a orientação para a tarefa ( foco no desempenho) ou para as pessoas (foco nas relações

interpessoais)

Há pessoas tolerantes a

situações com elevada

incerteza e

ambiguidade e

conseguem processar

grande volume de

informações e múltiplas

alternativas;

já outras, se sentem

mais confortáveis em

situações estruturadas,

utilizando pouca

informação e preferindo

soluções testadas;

Lógicos, focados

no curo prazo e

eficientes

Administradores

abertos e

comunicativos,

preocupados

com o bem estar

das pessoas

Administradores

abertos e

comunicativos,

preocupados

com o bem estar

das pessoas

Autocráticos , técnicos e

racionais,orientados a tarefas de elevada

complexidade cognitiva

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Teoria da

racionalidade limitada

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Estilos de tomada de

decisão e o nível organizacional

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Tomada de decisão em grupo Vantagens

Maior qualidade e precisão da decisão;

Maior partilha de informação entre os seus membros;

Maior diversidade de experiências e perspectivas sobre os

diversos assuntos;

Permitem a identificação de mais alternativas;

Pessoas sentem-se mais motivadas;

Maior aceitação e legitimidade da decisão;

Maior e melhor controle sobre as ações subseqüentes à

decisão.

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Processo mais demorado;

Maior ineficiência (consome mais recursos);

Possibilidade de gerar um impasse prolongado;

Maior pressão para aceitar os pontos de vista do grupo;

Decisões menos criativas e ousadas;

Prioriza o consenso em detrimento do melhor resultado -

groupthinking;

Diluição de responsabilidades quanto aos resultados da

decisão.

Tomada de decisão em grupo Desvantagens

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Melhorando a eficácia das

decisões organizacionais

Certas decisões contam mais que outras.

A ação é a meta, não a decisão em si.

Ambigüidade é o inimigo.

Agilidade e capacidade de adaptação são cruciais.

Papéis de decisão valem mais que organograma.

Uma organização alinhada reforça papéis.

Prática é melhor que sermão.

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Questões para discussão [ver pág. 122 de SOBRAL]