A tR I n d A d e es c R I t u R A s -...

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    Resumo: O presente artigo prov uma investigao das evidncias bblicas que apiam a doutrina da Trindade. Vrias re-ferncias, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, so consideradas em seus res-pectivos contextos lingusticos hebraicos e/ou gregos. O autor aponta, ainda, os erros mais comuns na interpretao de alguns desses textos.

    Abstract: The present article provides an investigation of the biblical evidences supporting the doctrine of the Trinity. Many passages from both the Old and the New Testaments are considered within their original Hebrew and/or Greek linguistic settings. The author points out also the most common mistakes in the interpretation of some of thoses texts.

    IntRoduo

    Embora a palavra Trindade (do lat. trinitas, tri-unidade ou tri-unicidade) no se encontre na Bblia (tampouco a palavra encarnao), o ensinamento que ela descreve est claramente contido nas Escrituras. 1 Brevemente definida, a dou-trina da Trindade compreende o conceito de que Deus existe eternamente como trs pessoas: Pai, Filho e Esprito Santo; cada pessoa plenamente Deus; e h um s Deus.2

    O prprio Deus um mistrio quanto mais a encarnao ou a Trindade! Contudo, embora no sejamos capazes de compre-ender logicamente os vrios aspectos da Trindade, precisamos tentar entender o melhor possvel o ensino escriturstico a ela concernente. Todas as tentativas para expli-car a Trindade no atingiro o seu objetivo,

    especialmente quando refletimos sobre a relao das trs pessoas com a divina es-sncia [...] todas as analogias falham e nos tornamos plenamente cnscios do fato de que a Trindade um mistrio muito alm do nosso entendimento. a incompreensvel glria da Divindade.3 Portanto, procede-mos melhor em admitir que o homem no pode compreend-la e torn-la inteligvel. inteligvel em algumas de suas relaes e modos de manifestaes, mas ininteligvel em sua natureza essencial.4

    Precisamos conscientizar-nos de que podemos atingir apenas uma compreenso parcial do que a Trindade. Ao ouvirmos a Palavra de Deus, certos elementos da Trindade se tornaro claros, enquanto ou-tros permanecero um mistrio. As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porm as reveladas nos pertencem, a ns e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei (Dt 29:29).

    A tRIndAde no AntIgo testAmentoVrias passagens do Antigo Testamento

    sugerem ou mesmo implicam que Deus existe em mais do que uma pessoa, no necessariamente em uma Trindade, mas ao menos em uma relao binria.

    (1) Gnesis 1No relato da Criao em Gnesis 1, a pa-

    lavra hebraica para Deus Elohim, a forma plural de Eloha. Geralmente, este plural tem sido interpretado como um plural majesttico, em vez de uma pluralidade. Todavia, G. A. F. Knight tem argumentado corretamente que tomar esta forma como

    A tRIndAde nAs escRItuRAsgeRhARd PfAndl, Ph.d.Diretor associado do Biblical Research Institute da Associao Geral da IASD, Silver Spring, Ma-ryland, EUA

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    um plural majesttico ler no antigo texto hebraico um conceito moderno, desconsi-derando que os reis de Israel e de Jud so todos tratados no singular no texto bblico.5 Alm disso, Knight ressalta que as palavras hebraicas para gua e cu so ambas plurais. Os gramticos tm denominado este fenmeno de plural quantitativo. A gua pode aparecer em forma de pequenas gotas ou grandes oceanos. Esta diversidade quantitativa em unidade, diz Knight, uma maneira adequada de compreender o plural Elohim. Tambm explica por que o subs-tantivo singular Adonai escrito como um plural.6

    Lemos em Gnesis 1:26: Tambm disse [singular] Deus: Faamos [plu-ral] o homem nossa [plural] imagem, conforme a nossa [plural] semelhana. Moiss no est usando um verbo plural com Elohim, mas Deus, em sua fala, usa um verbo plural e pronomes plurais com referncia a Si mesmo. Alguns intrpretes crem que Deus aqui est falando aos anjos. No entanto, segundo as Escrituras, os anjos no participaram da Criao. A melhor explicao, portanto, a de que j no primeiro captulo de Gnesis h uma indicao de uma pluralidade de pessoas na prpria Divindade.

    (2) Gnesis 2:24De acordo com Gnesis 2:24, o homem

    e a mulher devem tornar-se uma s [heb. echad] carne, uma unio de duas pessoas distintas, individuais. Em Deuteronmio 6:4, a mesma palavra empregada para Deus: Ouve, Israel, o senhor, nosso Deus, o nico [echad] senhor. Diz Millard J. Erickson: Parece que aqui algo est sendo afirmado acerca da natureza de Deus Ele um organismo, isto , uma unidade de partes distintas.7 Moiss poderia ter usado a palavra yachid (somente um, singular) em Deuteronmio 6:4, mas o Esprito Santo preferiu que assim no fosse.

    (3) outros textos que exPressam uma Pluralidade

    Disse Deus aps a queda do homem:

    Eis que o homem se tornou como um de ns (Gn 3:22). E, algum tempo depois, quando os homens comearam a construir a torre de Babel, disse o senhor: Desa-mos e confundamos ali a sua linguagem (Gn 11:7). Vez aps outra a pluralidade da Divindade enfatizada.

    Em sua famosa viso do trono divino, Isaas ouve o senhor indagando: A quem enviarei, e quem h de ir por ns? (Is 6:8). Aqui vemos Deus utilizando o singular e o plural na mesma sentena. Muitos eruditos modernos tomam isto como uma referncia ao conclio celestial. Mas Deus alguma vez convocou Suas criaturas para conselho? Em Isaas 40:13 e 14 Ele parece refutar esta mesma noo. Ele no precisa aconselhar-Se com Suas criaturas, nem mesmo com os seres celestiais. Portanto, este plural, embora no prove a Trindade, sugere que h uma pluralidade de seres nAquele que fala.

    (4) o anjo do senhorA expresso Anjo do senhor aparece

    cinqenta e oito vezes no Antigo Testa-mento, e o anjo de Deus, onze vezes. A palavra hebraica malak (anjo) significa simplesmente mensageiro. Portanto, se o Anjo do senhor um mensageiro do senhor, ele deve ser distinto do prprio se-nhor. No entanto, em vrios textos o Anjo do Senhor tambm chamado Deus ou senhor (Gn 16:7-13; Nm 22:31-38; Jz 2:1-4; 6:22). Os Pais da Igreja O identifica-vam com o Logos pr-encarnado. Eruditos modernos O tm visto como um ser que representa a Deus, como o prprio Deus, ou alguma fora externa de Deus. Eruditos conservadores geralmente concordam que esse mensageiro deve ser visto como uma manifestao especial da existncia ou essncia do prprio Deus.8 Se isto est correto, temos aqui outro indicador da plu-ralidade de pessoas na Divindade.

    A tRIndAde no novo testAmento

    Nas Escrituras a verdade progressi-va. Quando chegamos, portanto, ao Novo Testamento, encontramos um quadro mais

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    explcito da natureza trinitria de Deus. O prprio fato de se dizer de Deus que Ele amor (1Jo 4:8) implica em que deve existir uma pluralidade dentro da Divindade, uma vez que o amor s pode existir em uma relao entre seres diferentes.

    (1) no evanGelho de mateus(a) No batismo de Jesus encontramos os

    trs membros da Divindade em atividade ao mesmo tempo:

    Batizado Jesus, saiu logo da gua, e eis que se lhe abriram os cus, e viu o Esprito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos cus, que dizia: Este o meu Filho amado, em quem me comprazo. (Mt 3:16-17)

    O relato do batismo de Jesus uma notvel manifestao da doutrina da Trin-dade ali estava Cristo em forma humana, visvel a todos; o Esprito Santo descendo sobre Cristo em forma corprea, como uma pomba; e a voz do Pai falou do cu: Este o meu Filho amado, em quem me comprazo. Em Joo 10:30, Cristo reclama igualdade com o Pai, e, em Atos 5:3, o Esprito Santo identificado como Deus. Portanto, difcil, se no impossvel, explicar a cena do batis-mo de Cristo de qualquer outra forma a no ser admitir que h trs pessoas na natureza ou essncia divina.

    No batismo de Jesus, o Pai O chamou de meu Filho amado. A filiao de Jesus, porm, no ontolgica, mas funcional. No plano da salvao, cada membro da Trindade aceitou uma funo especfica. uma funo com a finalidade de atingir um objetivo especfico, no uma mudana de essncia ou condio. Millard J. Erickson explica isto deste modo:

    O Filho no Se tornou menos do que o Pai durante Sua encarnao terrestre, mas subordinou-Se funcionalmente vontade do Pai. Igualmente, o Esprito Santo est agora subordinado ao ministrio do Filho (veja Joo 14-16), bem como vontade do Pai, mas isto no implica em que Ele menos do que so Eles.9

    Os termos Pai e Filho, no pensa-mento ocidental, trazem consigo as idias de origem, dependncia e subordinao.

    Na mentalidade semtica ou oriental, porm, eles enfatizam igualdade ou iden-tidade de natureza. Desse modo, quando as Escrituras falam do Filho de Deus, elas afirmam Sua divindade.

    (b) No final do Seu ministrio, Jesus disse aos Seus discpulos que eles deveriam ir e fazer discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo (Mt 28:19). Neste, que o rito introdutrio de cada crente na religio crist, a doutrina da Trindade claramen-te ensinada. Primeiro, notamos que em nome (gr. eis to onoma) singular, no plural (nos nomes). Ser batizado em nome das trs pessoas da Trindade significa identificar-se a si prprio com tudo o que a Trindade representa; confiar-se ou entregar-se ao Pai, ao Filho e ao Esprito Santo.10 Segundo, a unio destes trs nomes indica que o Filho e o Esprito Santo so iguais ao Pai. Seria um tanto estranho, para no dizer blasfemo, unir o nome do Deus eter-no a um ser criado (quer tenha sido criado na eternidade ou em algum momento do tempo), e a uma fora ou poder impessoal nesta frmula batismal.

    Quando o Esprito Santo posto na mesma expresso e no mesmo nvel que as outras duas pessoas, difcil evitar a concluso de que o Es-prito Santo tambm visto como uma pessoa e de igual posio que o Pai e o Filho.11

    (2) nos escritos de PauloPaulo e os demais escritores do Novo

    Testamento geralmente usam a palavra Deus ao se referirem ao Pai, Senhor quando se referem ao Filho, e Esprito referindo-se ao Esprito Santo. Em 1 Co-rntios 12:4-6, Paulo se refere aos trs no mesmo texto:

    Ora, os dons so diversos, mas o Esprito o mesmo. E tambm h diversidade nos servios, mas o Senhor o mesmo. E h diversidade de realizaes, mas o mesmo Deus quem opera tudo em todos.

    Semelhantemente, em 2 Corntios 13:13, ele enumera as trs pessoas da Trindade:

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    A graa do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunho do Esprito Santo sejam com todos vs.

    Conquanto no possamos dizer que estes textos sejam uma enunciao formal da Trindade, estas passagens e outras seme-lhantes (p. ex., Efsios 4:4-6) so de carter distintamente trinitariano. Foi a Igreja em tempos posteriores quem elaborou os deta-lhes da Trindade, mas eles construram sobre os fundamentos dos escritores bblicos.

    A dIvIndAde de cRIsto Um elemento decisivo na doutrina

    da Trindade a divindade de Cristo. Sendo que a doutrina da Trindade ensina que h um Deus em trs pessoas, e que cada uma dessas pessoas plenamente Deus, torna-se importante verificar o que as Escrituras ensinam acerca da divindade de Cristo.

    A dIvIndAde de cRIsto no novo testAmento

    H vrias passagens no Novo Testa-mento que afirmam claramente a plena divindade de Cristo:

    (1) joo 1:1-3, 14No princpio era o Verbo, e o Verbo es-

    tava com Deus, e o Verbo era Deus. A frase introdutria no princpio (sem o artigo) nos leva de volta ao incio do tempo. Se o Verbo era no princpio, ento Ele mesmo era sem princpio, que outra maneira de dizer que Ele era eterno.

    O Verbo estava com Deus nos diz que o Verbo uma pessoa ou personalidade distinta. O Verbo no estava em (gr. en) Deus, mas com (pros) Deus.

    E o Verbo era Deus, ou, mais lieteral-mente: e Deus era o Verbo. O Verbo no era uma emanao de Deus, mas o prprio Deus. Conquanto o verso 1 no nos diga quem o Verbo, o verso 14 claramente O identifica com Cristo. Uma afirmao mais enftica e inequvoca da absoluta Divindade do Senhor Jesus Cristo im-possvel de conceber.12

    (2) joo 20:28Respondeu-lhe Tom: Senhor meu

    e Deus meu! Esta a nica ocasio nos Evangelhos em que algum diz a Cristo Deus meu (ho Thes mou). Quando Tom viu o Cristo ressurreto, o duvidoso foi transformado num adorador. signi-ficativo que nem Cristo, na ocasio em que isto ocorreu, nem Joo ao escrever o Evangelho, tenham desaprovado o que Tom disse. Ao contrrio, tanto quanto se referia a Joo, esse episdio constituiu um ponto importante em sua narrao, pois ele imediatamente diz ao leitor:

    Na verdade, fez Jesus diante dos discpulos muitos outros sinais que no esto escritos neste li-vro. Estes, porm, foram registados para que creiais que Jesus o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (20:30, 31)

    O que Joo est dizendo, portanto, que este livro foi escrito para persuadir as pessoas a imitarem Tom, que chamou Jesus de Senhor meu e Deus meu.

    (3) FiliPenses 2:5-7Apesar de esta passagem ter sido escrita

    para ilustrar a humildade, ela um dos tex-tos fundamentais do Novo Testamento para apoiar a divindade de Cristo. Tende em vs o mesmo sentimento que houve tam-bm em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma [gr. morf] de Deus, no julgou como usurpao [harpagms] o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assu-mindo a forma [morf] de servo, tornando-se em semelhana de homens.

    Morf (forma ou aparncia visvel) descreve a natureza genuna de uma coisa, sua essncia. No se refere a qualquer forma mutvel, mas forma especfica da qual dependem identidade e condio.13 Morf contrasta com skma (2:7), que tam-bm significa forma, mas no sentido de aparncia superficial em vez de essncia. O substantivo harpagms aparece somente neste texto do Novo Testamento; o verbo correspondente significa roubar, tomar fora. No grego secular o substantivo significa roubo. Todavia, o contexto

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    esclarece que Jesus no cobiou, ou no tentou roubar a igualdade com Deus. Ao contrrio, Ele no tentou apegar-Se igualdade com Deus que Ele possua de modo intrnseco. Em outras palavras, Ele no tentou reter pela fora Sua igualdade com Deus, mas tratou-a como uma oca-sio para renunciar a cada vantagem ou privilgio que desse modo Lhe pudesse ter vindo, como uma oportunidade para auto-empobrecimento e sacrifcio de Si mesmo sem reservas.14 Este o significado de a si mesmo se esvaziou. Sua igualdade com Deus era algo que Ele possua de maneira intrnseca; e algum que igual a Deus deve ser Deus. Por conseguinte, Filipenses 2:5-7 uma passagem que exige para sua compreenso a idia de que Jesus era divino no mais pleno sentido.15

    (4) colossenses 2:9Porquanto, nele habita, corporalmente

    [gr. somatiks], toda a plenitude [pleroma] da Divindade. A palavra pleroma tem o significado bsico de plenitude, cum-primento. No Antigo Testamento, ela se refere repetidamente terra e toda a sua plenitude (Sl 24:1; cf. 50:12; 89:11; 96:11; 98:7), que citada em 1 Corntios 1:26, 28. No grego secular, pleroma se referia ao pleno complemento da tripulao de um navio ou quantidade necessria para completar uma transao financeira. Em Colossenses 1:19 e 2:9, Paulo usa a palavra para descrever a soma total de cada funo da divindade.16 Essa plenitude habita em Cristo corporalmente; isto , mesmo durante Sua encarnao, Cristo reteve to-dos os atributos essenciais da divindade, embora no os utilizasse em Seu prprio proveito. A plenitude da Divindade

    fez sua habitao em Sua humanidade sem consumi-la ou deific-la, ou mudar quaisquer de suas propriedades essenciais... Via-se facilmente que a Divindade habitava naquela humanidade (ou natureza humana), pois lampejos de Sua glria brilhavam freqentemente atravs de sua cobertura terrestre.17

    (5) tito 2:13Paulo descreve os santos como aguar-

    dando a bendita esperana e o glorioso apa-recimento do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (NKJV [New King James Ver-sion]). A KJV traduz esta passagem como o glorioso aparecimento do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo, apresentando os santos espera do Pai e do Filho. Conquan-to esta traduo seja possvel, a NKJV deve ser preferida pelas seguintes razes: (1) Os dois substantivos Deus e Salvador esto ligados por um s artigo, indicando que, por via de regra, os dois substantivos so duas designaes para um nico objeto. (2) Todo o Novo Testamento aguarda a segunda vinda de Cristo. (3) O contexto do verso 14 fala somente de Cristo. (4) Esta interpretao est em harmonia com outras passagens tais como Joo 20:28; Romanos 9:5; Hebreus 1:8; 2 Pedro 1:1. O texto de Tito 2:13 , portanto, uma assero explcita divindade de Cristo.

    o testemunho dA dIvIndAde de cRIs-to no AntIgo testAmento

    No somente Jesus chamado Deus no Novo Testamento, mas Ele tambm chamado Senhor e Deus em citaes do Antigo Testamento onde a palavra hebraica Yahweh ou Elohim.

    (1) mateus 3:3Voz do que clama no deserto: Preparai

    o caminho do Senhor. Segundo o verso 1, este texto de Isaas se refere a Joo Batista, que foi o precursor de Jesus. Em Isaas 40:3, a palavra para Senhor Yahweh. Portanto , o Senhor cujo caminho Joo devia preparar no era nenhum outro seno o prprio Yahweh.

    (2) romanos 10:13Porque: Todo aquele que invocar o

    nome do Senhor ser salvo. O contex-to (vs. 6-12) deixa claro que Paulo est pensando em Cristo quando se refere ao nome do senhor. O texto uma citao de Joel 2:32 onde a palavra para senhor no hebraico , outra vez, Yahweh.

    (3) romanos 14:10

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    Neste texto, Paulo relembra a seus lei-tores que todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo (Verso Almeida Revista e Corrigida). Ele, ento, adiciona uma citao de Isaas 45:23 que diz: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrar diante de mim, e toda lngua confessar a Deus. Em Isaas o que fala Yahweh; no livro de Romanos, o mesmo texto aplicado a Cristo.

    (4) hebreus 1:8, 9O teu trono, Deus, para todo o sem-

    pre... Deus, o teu Deus te ungiu. Neste captulo, sete textos do Antigo Testamento so usados para apoiar o argumento de que Cristo superior aos anjos. O quinto texto, citado nos versos 8 e 9, vem do Salmo 45:6, 7, no qual um rei da casa de Davi tratado como Deus. Trata-se de uma hiprbole potica como , s vezes, encontrada em cortes orientais ou est esse texto apontando para uma outra pessoa alm do prncipe do Antigo Testamento da casa de Davi?

    Para os poetas e profetas hebreus, um prncipe da casa de Davi era o vice-regente do Deus de Israel; ele pertencia a uma dinastia qual Deus havia feito promes-sas especiais ligadas realizao de Seu propsito no mundo. Alm disso, o que era apenas parcialmente verdade de qualquer um dos governantes histricos da linha-gem de Davi, ou mesmo do prprio Davi, seria realizado em sua plenitude quando aparecesse o Filho de Davi em quem todas as promessas e ideais associados com a dinastia seriam incorporados. E agora, fi-nalmente, o Messias havia surgido. Em um sentido mais amplo do que era possvel para Davi ou qualquer dos seus sucessores nos dias antigos, esse Messias pode ser tratado no meramente como Filho de Deus (verso 5) mas realmente como Deus, pois Ele o Messias da linhagem de Davi e tambm o resplendor da glria de Deus e a prpria imagem de Sua substncia.18

    Todas estas passagens indicam que Cristo, Deus e Yahweh so um.

    Jesus e A suA conscIncIA de sI mesmo

    Jesus nunca afirmou diretamente Sua divindade; todavia, Seu ensino estava permeado de conceitos trinitarianos. De acordo com a idia hebraica de filiao (ou seja, tudo que o pai , o filho tambm), Jesus afirmou ser o Filho de Deus (Mt 9:27; 24:36; Lc 10:22; Jo 9:35-37; 11:4). Os judeus entenderam que pela reivindi-cao de ser o Filho de Deus Ele estava reivindicando igualdade com Deus: Por isso, pois, os judeus ainda mais procura-vam mat-lo, porque no somente violava o sbado, mas tambm dizia que Deus era seu prprio Pai, fazendo-se igual a Deus (Jo 5:18; cf. 10:33).

    Repetidamente, Jesus afirmou possuir o que propriamente s pertence a Deus. Ele falou dos anjos de Deus (Lc 12:8-9; 15:10) como Seus anjos (Mt 13:41). Ele considerava o reino de Deus (Mt 12:28; 19:14, 24; 21:31, 34) e os eleitos de Deus (Mc 13:20) como Sua propriedade.19 Em Lucas 5:20, Jesus per-doou os pecados ao paraltico, e os judeus, baseados em Isaas 43:25, argiram cor-retamente: Quem pode perdoar pecados, seno Deus? Destarte, estava implcita na ao de Jesus de perdoar a pretenso de ser Deus.

    A divindade de Cristo tambm indi-cada pelo Seu uso do tempo presente em Sua resposta aos judeus: Antes que Abrao existisse [genesthai], eu sou [ego eimi] (Jo 8:58). Usando os termos genesthai (nasceu ou se tornou) e ego eimi (eu sou), Jesus contrasta Sua existncia eter-na com o incio histrico da existncia de Abrao. a eternidade do ser, e no sim-plesmente a preexistncia antes de Abrao, que expressa aqui. Ao menos os judeus entenderam isto desse modo; perceberam que Jesus reivindicava ser Yahweh, o eu sou da sara ardente (x 3:14), e pegaram em pedras para mat-Lo (8:59).

    Finalmente, o fato de que Jesus acei-tava a adorao de outros evidncia de que Ele mesmo reconhecia Sua divinda-de. Aps Jesus ter vindo aos discpulos andando sobre a gua, eles o adoraram (Mt 14:33). O cego cuja vista foi res-taurada depois de lavar-se no tanque de Silo o adorou (Jo 9:38). Depois da ressurreio, os discpulos foram para a

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    Galilia, onde Jesus lhes apareceu e eles o adoraram (Mt 28:17).

    Reiteradamente Jesus aceitou a ado-rao como algo perfeitamente correto. Ele, desse modo, demonstrou direta pretenso divindade.

    textos dIfceIs20 Os antitrinitarianos usam vrios textos

    bblicos para apoiar sua alegao de que Jesus foi gerado em algum tempo da eternidade (quer dizer, Ele teve um prin-cpio e, portanto, no absolutamente igual a Deus).

    (1) aPocaliPse 3:14Jesus, o princpio da criao de Deus.

    Alega-se que Jesus foi criado em algum momento no passado, que Ele foi a primeira obra de Deus.

    Resposta:(a) A palavra grega arqu pode ser

    traduzida por princpio, ponto de ori-gem, primeira causa ou governante. O prprio Pai chamado princpio em Apocalipse 21:6.

    (b) O mesmo ttulo usado para Jesus em Apocalipse 22:13. Conquanto a pala-vra arqu possa ter um sentido passivo, que faria de Jesus o primeiro ser criado, o sentido ativo da palavra torna-O a primeira causa (ou causa primria), agente motor, ou o Criador. Que Jesus no o primeiro ser criado, mas o prprio Criador, o testemu-nho de outros textos do Novo Testamento (veja Jo 1:3; Cl 1:16; Hb 1:2).

    (2) Provrbios 8:22-31Eu fui gerada. Afirma-se que esta

    passagem, se refere a Jesus e ensina que Jesus nasceu ou foi criado.

    Resposta:(a) O contexto fala acerca da sabe-

    doria, no de Jesus. A personificao da sabedoria um artifcio literrio que ocorre tambm noutras partes das Escrituras. No Salmo 85:10-13 temos

    misericrdia e verdade se encontrando, justia e paz se beijando, e a verdade brotando da terra. No Salmo 96:12, o campo est alegre, e todas as rvores do bosque se regozijam na presena do Se-nhor. (Veja tambm 1 Cr 16:33; Is 52:9; Ap 20:13-14). Esta espcie de linguagem no deve ser interpretada literalmente. A personificao um artifcio literrio e potico que serve para criar atmosfera, e para avivar idias abstratas e objetos inanimados, representando-os como se fossem seres humanos.21

    (b) A personificao do divino atributo da sabedoria como uma mulher inicia-se no captulo 1. Grita na rua a Sabedoria, nas praas levanta a voz (1:20). No captulo 3 nos dito: Mais preciosa do que prolas e todas as suas veredas so paz (3:15, 17). No captulo 7, ela chamada de irm (7:4), e, no captulo 8, a sabedoria habita com a prudncia, outra persofinicao (8:12). A sabedoria personificada tambm o assunto de Provrbios 9:1-5. A aplicao destas passagens a Jesus requer um mto-do alegrico de interpretao bblica que conduz a pontos de vista incompatveis com outras passagens. Foi esta espcie de hermenutica que levou os Reformadores a rejeitar o mtodo alegrico de interpre-tao. Tambm deve-se notar que nenhum verso desta passagem citado no Novo Testamento.

    (c) Provrbios 8:22-31 contm imagem potica que precisa ser cuidadosamente in-terpretada. A primeira frase do verso 22 pode ser traduzida por: O senhor me possua (KJV, NIV); O senhor me criou (RSV, NEB); ou O senhor me gerou (NAB). O significado bsico do verbo qanah comprar, adquirir, donde vem possuir; mas as duas outras tradues so possveis. Ao lado de qanah, duas outras palavras se referem origem da sabedoria: nasak (estabelecer; 8:23), e chil (nascer; 8:24, 25). O pensamento bsico desta passagem sempre o mesmo: a sabedoria estava com Deus antes do incio da Criao. Quer Deus a tenha criado ou quer ela tenha sido gerada ou simplesmente possuda, no o ponto focal. O que fundamental no a maneira de sua origem, mas, antes, sua antigidade

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    e precedncia dentro da Criao de Deus. Sendo que a linguagem potica e meta-frica, no deve ser usada para estabelecer coisa alguma concernente suposta origem de Cristo.

    Ellen White s vezes aplicou Provr-bios 8 homileticamente a Cristo, mas ela usou o texto para sugerir Sua preexistn-cia eterna. Antes de citar Provrbios 8 ela diz: Cristo era, essencialmente e no mais alto sentido, Deus. Estava Ele com Deus desde toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito para todo o sempre.22

    (3) colossenses 1:15Jesus, o primognito. Sendo que Jesus

    chamado o primognito (prototokos), argumenta-se que Ele deve ter tido um princpio.

    Resposta:(a) A expresso prototokos (primo-

    gnito) neste texto um ttulo, no uma definio de Sua condio biolgica. De acordo com 1:16, tudo foi criado por Je-sus. Portanto, Ele no pode ter criado a Si mesmo.

    (b) O termo primognito tinha um significado especial para os hebreus. Em geral, o primognito era o lder de um grupo de pessoas ou de uma tribo, o sacerdote da famlia, e o que recebia duas vezes mais da herana do que seus irmos. Ele tinha certos privilgios bem como responsabilidades. s vezes, porm, o fato de que algum era o primognito no importava aos olhos de Deus. Por exemplo, embora Davi fosse o filho mais novo, Deus o chamou de meu primognito (Sl 89:20, 27). A segunda li-nha do paralelismo no verso 27, nos diz que isto significava que ele deveria se tornar o rei mais exaltado. Veja tambm a experincia de Jac (Gn 25:25-26 e x 4:22) e Efraim (Gn 41-50-52 e Jr 31:9). Nestes casos, o elemento tempo primeiro foi apagado. Era importante apenas a posio especial e a dignidade da pessoa chamada o primog-nito. No caso de Jesus, este termo tambm se refere Sua exaltada posio e no a um momento do tempo no qual Ele nasceu. Em Colossenses 1:18, Cristo chamado o

    primognito de entre os mortos. Embora Ele no fosse cronologicamente o primeiro (Moiss e outros O haviam precedido), Ele o preeminente.

    (4) Joo 1:1-3No princpio era o Verbo, e o Verbo

    estava com Deus, e o Verbo era Deus. Alega-se que h uma distino entre Deus o Pai, que o Deus, e Jesus, que apenas um deus. O termo grego para Deus (thes) encontrado com o artigo o (ho), o Deus, ou sem o artigo, um deus ou Deus. Em Joo 1:1-3 o Pai chamado ho thes, ao passo que o Filho chamado thes. Justifica isto a alegao de que o Pai o Deus Todo-poderoso, enquanto que o Filho apenas um deus?

    Resposta:(a) O termo thes sem o artigo fre-

    qentemente usado tambm para o Pai, at no mesmo captulo (veja Jo 1:6, 13, 18; Lc 2:14; At 5:39; 1Ts 2:5; 1Jo 4:12 e 2Jo 9). Jesus tambm o Deus (Hb 1:8-9; Jo 20:28). Em outras palavras, o uso do termo Deus com ou sem o artigo no pode ser usado para fazer uma distino entre Deus o Pai e Deus o Filho. Deus o Pai thes e ho thes, e assim tambm o Filho.

    Muitas vezes, a ausncia do artigo em grego denota qualidade especial e no deve ser traduzido com o artigo indefi-nido um.

    (b) Se Joo tivesse usado o artigo defi-nido cada vez que ocorre thes, ele estaria afirmando que h apenas uma pessoa divi-na. O Pai seria o Filho. Diz Joo 1:1: No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com ho thes, e o Verbo era thos. Se Joo tivesse usado apenas ho thes, ele estaria dizendo: No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com ho thes, e o Verbo era ho thes. De acordo com Joo 1:14, o Verbo Jesus. Portanto, substituindo Verbo por Jesus obtemos a sentena: No princpio era Jesus, e Jesus estava com ho thes, e Jesus era ho thes. Ho thes se refere cla-ramente ao Pai. O texto modificado diria: No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com o Pai, e o Verbo era o Pai. Isso est

  • a trindade nas escrituras / 15

    teologicamente errado. Falando acerca das duas pessoas da Divindade, Joo no tinha outra escolha seno usar uma vez ho thes e na prxima vez thes. Portanto, a ausncia do artigo no segundo caso no pode ser usada para argumentar contra a igualdade entre o Pai e o Filho.

    (5) joo 1:14, 18; 3:16, 18; 1 joo 4:9O Filho unignito (monoguens).

    Sugere-se que a palavra monoguens apon-ta para uma gerao literal de Jesus.

    Resposta: (a) A palavra monoguens significa

    nico, nico de uma espcie, singular. Ocorre nove vezes no Novo Testamento. Encontra-se trs vezes em Lucas (7:12; 8:42; 9:38), onde sempre se refere a um nico filho. encontrada cinco vezes nos escritos de Joo (Jo 1:14, 18; 3:16, 18; 1 Jo 4:9) como uma designao da relao de Jesus com Deus. Ocorre somente uma vez em Hebreus 11:17, onde Isaque chamado o filho monoguens de Abrao. Isaque no era o filho nico de Abrao, mas era o filho singular, invulgar, o nico filho da promessa. A nfase no sobre o nascimento, mas sobre a singularidade do filho. Portanto, a traduo nico ou singular deve ser preferida. A traduo unignito pode ter se originado com os primeiros Pais da Igreja e se encontra na Vulgata. A ltima, por sua vez, influenciou tradues posteriores.

    O termo normal para gerado gennao, que se encontra em Hebreus 1:5 e pode apontar para a ressurreio ou encarnao de Cristo.

    Na LXX (Septuaginta) o termo mono-guens a traduo do hebraico yachid, que significa nico, singular ou amado (cf. Mc 1:11, em conexo com o batismo de Cristo).

    No est claro se monoguens se refere apenas ao Senhor histrico e ressurreto ou tambm ao Senhor preexistente. de interesse notar, porm, que nem em 1:1-14, nem em 8:58, nem no captulo 17, Joo usa o termo Filho para o Senhor preexistente.

    (6) Mateus 14:33Tu s o Filho de Deus. Pode o t-

    tulo Filho de Deus ser compreendido literalmente?

    Resposta: (a) Esse ttulo um ttulo messinico.

    (veja Sl 2:7; At 13:33; Hb 1:5). Enfatiza a divindade de Cristo. Jesus usou este ttulo muito raramente para Si mesmo (somente em Joo, p. ex., Jo 11:4). um dos muitos ttulos que Jesus possua. Na tentativa de compreender o que Jesus , todos eles precisam ser investigados a fim de se obter uma viso coerente. Que o ttulo Filho de Deus enfatiza a divindade de Cristo evidente de Joo 10:29-36. Isso ainda mais apoiado pelo fato de que o Filho a imagem exata de Deus, sendo igual a Deus (Cl 1:15; Hb 1:3; Fp 2:6).

    (b) A palavra filho tem uma ampla extenso de significados na lngua original. Portanto, no possvel reduzi-la aos estrei-tos limites da lngua inglesa (ou portuguesa) e defini-la de uma maneira puramente literal. A filiao de Jesus atestada em conexo com o Seu nascimento (Lc 1:35), batismo (Lc 3:22), transfigurao (Lc 9:35) e res-surreio (At 13:32-33). A Bblia silencia quanto questo sobre se este ttulo descreve a relao eterna entre Pai e Filho. Em qual-quer caso, as Escrituras atribuem existncia eterna a Jesus (Is 6:6; Ap 1:17, 18).

    Durante Sua encarnao, Jesus subor-dinou-Se voluntariamente ao Pai, sendo o Filho de Deus. Isto inclua a entrega das prerrogativas, mas no a natureza da divindade. O Senhor ressurreto, sendo entronizado como rei e sacerdote, tambm aceita voluntariamente a prioridade do Pai, mas Ele e o Pai so segundo as Escrituras ambos Deus, personalidades coeternas e coiguais de uma s Divindade.

    o esPRIto sAnto como A teRceIRA PessoA dA tRIndAde

    Que o Esprito Santo uma pessoa divina, igual ao Pai e ao Filho em poder, substncia e glria, manifesta-se atravs das Escrituras.

  • 16 / Parousia - 2 semestre de 2005

    o esPRIto sAnto como seR PessoAlAlguns tm indagado se o Esprito

    Santo uma pessoa distinta ou apenas o poder ou a fora de Deus. H vrios versos onde o Esprito Santo mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28:19; 1Co 12:4-6; 2Co 13:13). Uma vez que o Pai e o Filho so pessoas, isto indica que o Esprito Santo deve ser tambm uma pessoa.

    Freqentemente, o pronome mascu-lino ele usado com referncia ao Esprito Santo (Jo 14:26; 15:26; 16:13, 14) apesar do fato de que a palavra para Esprito em grego (pneuma) neutra e no masculina.

    A palavra conselheiro ou consola-dor (parakletos) uniformemente se refere a uma pessoa, no a uma fora.

    dito que o Esprito Santo fala (At 8:29), ensina (Jo 14:26), d testemunho (Jo 15:26), intercede em favor de outros (Rm 8:26-27), distribui dons a outros (1Co 12:11), e probe ou permite certas coisas (At 16:6-7). De acordo com Efsios 4:30, o Esprito Santo pode ser tambm entriste-cido pelas pessoas. Todas estas atividades so caractersticas de uma pessoa, no de uma fora.

    o esPRIto sAnto como deusVrios textos das Escrituras descrevem

    o Esprito Santo como Deus:

    (a) Mateus 28:19 ...batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito San-to. Este texto coloca o Esprito Santo em um nvel igual ao do Pai e do Filho.

    (b) Pedro disse a Ananias que, mentindo ao Esprito Santo, ele havia mentido no aos homens, mas a Deus (At 5:3-4).

    (c) O Esprito Santo onipotente. Ele distribui dons espirituais a cada um indivi-dualmente como lhe apraz (1Co 12:11). Ele onipresente. Habitar com o Seu povo para sempre (Jo 14:6). Ningum pode furtar-se Sua influncia (Sl 139:7-10). Ele tambm onisciente, porque o Esprito a todas as cousas perscruta, at mesmo as profundezas de Deus e as cousas de Deus ningum as conhece, seno o Esprito de Deus (1Co 2:10, 11).23

    (d) Ellen White cria firmemente na personalidade do Esprito Santo. Precisa-mos reconhecer que o Esprito Santo, que tanto uma pessoa como o prprio Deus, est andando por esses terrenos.24

    conclusoEmbora com a doutrina da Trindade

    haja certas dificuldades textuais e con-ceituais, nosso estudo do Antigo e do Novo Testamento tem produzido algumas possveis respostas. Temos visto que a Divindade existe em uma pluralidade, que Jesus Deus, coexistente com o Pai desde a eternidade, e que o Esprito Santo a

    RefeRncIAs1 Artigo traduzido do original em ingls por

    Francisco Alves de Pontes. Salvo indicao diversa, os textos bblicos utilizados na traduo so extrados da Verso Almeida Revista e Atualizada.

    2 W. Grudem, Teologia Sistemtica (So Paulo: Vida Nova, 2002), 165.

    3 Louis Berkhof, Systematic Theology (Eerd-mans, 1994), 88.

    4 Ibid.5 G. A. F. Knight , A Biblical Approach to the

    Doctrine of the Trinity (Edinburgh, 1953), 20.6 Ibid. 7 Millard J. Erickson, Christian Theology (Grand

    Rapids, MI: Baker, 1983), 1:329.8 G. Ch. Aalders, Genesis (Grand Rapids, MI:

    Zondervan, 1981), 300.

    9 Erickson, 1:338.10 Alguns comentaristas crem que por trs da

    frmula est a linguagem das transferncias de dinheiro da era helenstica, de sorte que a frmula expressa figurativamente que a pessoa batizada transferida para a conta do Senhor e assim se torna Sua propriedade. Outros interpretam nome como autoridade. Destarte, algum batizado pela auto-ridade do Pai, do Filho e do Esprito Santo.

    11 Grudem, 230. 12 Arthur W. Pink, Exposition of the Gospel of

    John (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1945), 22.13 W. Poehlmann, Morf, Exegetical Dictio-

    nary of the New Testament, 3 vols., eds. H. Balz e G. Schneider (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1981), 2:443.

    14 F. F. Bruce, Philippians, NIBC (Peabody, MA:

  • a trindade nas escrituras / 17

    Hendrickson, 1989), 69.15 Leon Morris, The Lord from Heaven: A Study

    of the New Testament Teaching in the Deity and Humanity of Jesus (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1958), 74.

    16 Alguns comentaristas definem pleroma em funo do pensamento gnstico, pelo qual pleroma significa o novo on (ou emanao gnstica) que encarnou-se no Redentor (Kaeseman, Essays on New Testament Themes [Londres, 1964], 158). C. F. D. Moule, porm, tem ressaltado que pleroma era uma palavra to comum na LXX que seria preciso forte evidncia para levar algum a procurar em uma fonte externa seu significado primrio em um escritor to imergido no Antigo Testamento como Paulo (The Epistles to the Colossians and to Philemon, Cam-

    bridge Greek Testament Commentary [Cambridge, 1957], 166).

    17 John Eadie, Colossians, Classic Commentary Library (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1957), 145.

    18 F. F. Bruce, Hebrews, NICNT (Grand Rapids, MI: Eerdmans,. 1964), 19, 20.

    19 Erickson, 326.20 Sou grato ao meu colega Ekkehardt Mueller

    pelo material deste pargrafo.21 Kenneth T. Aitken, Proverbs (Westminster

    Press, 1986), 85.22 Mensagens Escolhidas, 1:247.23 Nisto Cremos: 27 ensinos bblicos dos adven-

    tistas do stimo dia (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988), 90.

    24 Evangelismo, 616.