A Trindade de Santo Agostinho

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Resenha: A Trindade Prof. Cesar Augusto Kuzma Aluno(a ): Robert Rautmann Após realizar a leitura do texto de Agostinho “A Trindade” (p. 23-68) desenvolva individualmente uma resenha, de no máximo 2 laudas. Santo Agostinho, bispo de Hipona, norte da África, desenvolveu este grande tratado a respeito da Trindade, intitulado De Trinitate entre os anos 400 e 416. Todo o tratado é composto de 15 Livros, dentre os quais abordaremos o primeiro, no qual o Doutor da Graça explana a unidade e igualdade da Trindade nas Escrituras. Desde o início da obra explicita-se a intenção de Agostinho em refutar as falsas ideias, as heresias que já grassavam no cristianismo dos primeiros séculos. Estes, que se enganavam nesta matéria de fé, Agostinho os reúne em três grupos – os que compreendem a Deus como uma substância corpórea, os que o compreendem à semelhança da alma humana e aqueles, distinto de ambos, mas que oferecem orientações falsas a respeito deste assunto. A tese a ser explicitada por Agostinho é a confirmação que as Escrituras dão à fé da mesma essência que possuem o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sendo, portanto um só Deus. Agostinho recorre à autoridade daqueles que o precederam nos estudos das Escrituras e que confirmam este ensinamento. Na Trindade o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai. O Espírito Santo não é o Pai nem o Filho, mas o Espírito do Pai e do Filho. Um só Deus; porém são distintos em suas operações. As ações relatadas nas Escrituras (atribuídas ora ao Pai, ora ao Filho, ora ao Espírito Santo) são específicas das respectivas Pessoas Divinas. Nestas ações, porém, as Pessoas Divinas são inseparáveis, como o são em si. 28/02/2012

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Resenha: A TrindadeProf. Cesar Augusto Kuzma

Aluno(a): Robert Rautmann

Após realizar a leitura do texto de Agostinho “A Trindade” (p. 23-68) desenvolva individualmente uma resenha, de no máximo 2 laudas.

Santo Agostinho, bispo de Hipona, norte da África, desenvolveu este grande tratado a respeito da Trindade, intitulado De Trinitate entre os anos 400 e 416. Todo o tratado é composto de 15 Livros, dentre os quais abordaremos o primeiro, no qual o Doutor da Graça explana a unidade e igualdade da Trindade nas Escrituras.Desde o início da obra explicita-se a intenção de Agostinho em refutar as falsas ideias, as heresias que já grassavam no cristianismo dos primeiros séculos. Estes, que se enganavam nesta matéria de fé, Agostinho os reúne em três grupos – os que compreendem a Deus como uma substância corpórea, os que o compreendem à semelhança da alma humana e aqueles, distinto de ambos, mas que oferecem orientações falsas a respeito deste assunto.A tese a ser explicitada por Agostinho é a confirmação que as Escrituras dão à fé da mesma essência que possuem o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sendo, portanto um só Deus.Agostinho recorre à autoridade daqueles que o precederam nos estudos das Escrituras e que confirmam este ensinamento. Na Trindade o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai. O Espírito Santo não é o Pai nem o Filho, mas o Espírito do Pai e do Filho. Um só Deus; porém são distintos em suas operações. As ações relatadas nas Escrituras (atribuídas ora ao Pai, ora ao Filho, ora ao Espírito Santo) são específicas das respectivas Pessoas Divinas. Nestas ações, porém, as Pessoas Divinas são inseparáveis, como o são em si.Segundo Agostinho é justamente pela inseparabilidade das ações das Pessoas Divinas que afirmamos a inseparabilidade da Trindade em si.A partir do texto do Evangelista João, Agostinho demonstra a consubstancialidade do Filho em relação ao Pai. Esta demonstração parte de que o Filho não foi criado pelo Pai, logo, se não é criatura, é Deus. Na carta de São Paulo a Timóteo (ITm 6,14-16), Agostinho percebe a menção da Trindade quando o Apóstolo refere-se ao “bendito e único Soberano”. Em uma mesma perspectiva lógica, Agostinho conclui que o Filho não foi criado, pois João escreve: “Todas as coisas foram feitas por ele” (Jo 1,3), então, se tudo foi feito pelo Filho, o Pai não teria podido ter criado o Filho, sem o Filho.Em relação ao Espírito Santo Agostinho realiza um encadeamento de versículos para demonstrar a sua divindade. Na epístola aos Efésios Paulo declara que os santos servem ao Espírito de Deus. Ajunta-se a este versículo o conteúdo de Rm 1,25 que prescreve que não servimos às criaturas, mas ao Criador.Agostinho também deseja esclarecer as diversas passagens das Sagradas Escrituras que insinuariam que Cristo Jesus seria inferior ao Pai, como, por exemplo, no Evangelho de João: “O Pai é maior do que eu” (Jo 14,28).

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Agostinho ensina que Jesus Cristo refere-se a si como inferior ao Pai na forma de servo, em sua condição exterior. É, porém, igual ao Pai em sua natureza, na sua forma de Deus. A visão que os apóstolos possuíam de Jesus Cristo poderia enganá-los em sua compreensão da sua divindade, pois estava na condição humana.É sobre esta questão que Santo Agostinho mais se detém em seu primeiro capítulo – como compreender as diversas passagens bíblicas nas quais se encontra uma aparente dissonância entre Jesus Cristo verdadeiro Deus e Jesus Cristo verdadeiro homem. Para Agostinho Jesus Cristo opera através da natureza humana e através da natureza divina. Enquanto Filho do Homem foi crucificado, enquanto Filho de Deus é o Senhor da Glória e virá para julgar. Raciocínio interessante surge destas reflexões a respeito das ações de Jesus Cristo. Agostinho argumenta que, no Julgamento Final, será Jesus na forma em que é Filho do Homem que virá para julgar, uma vez que em sua essência divina, naquilo que é igual ao Pai, não poderia ser contemplado pelos ímpios, pois “bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Esta contemplação será somente para aqueles de puro coração que verão a Jesus Cristo em sua forma de Deus.

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