A Unificação Da Alemanha
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A UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA
Em 1866, foi assinado o Tratado de Praga, que punha fim à Confederação Germânica
e marcava a ascensão da Prússia como potência. Os estados no norte foram reorganizados,
passando a ser liderados pelo Kaiser Guilherme I. Otto von Bismarck ocupava o cargo de
primeiro-ministro do Kaiser.
A expansão prussiana tinha um perigoso inimigo, Napoleão III. Falamos sobre ele
quando discutimos a Primavera dos Povos, certo? Relembrando rapidamente: Napoleão III,
sobrinho de Napoleão Bonaparte, chegou ao poder na França após a Primavera dos Povos e
anos depois foi coroado imperador, restabelecendo o sistema imperial, no que ficou conhecido
como segundo império francês.
Se a política externa de Napoleão havia apoiado a unificação italiana, o mesmo não se
deu em relação à Alemanha, conforme mencionamos. A França temia que uma expansão
alemã pusesse em perigo seu domínio sobre os territórios fronteiriços entre os dois países.
O conflito entre franceses e prussianos deu origem à Guerra Franco-Prussiana. A
política de Napoleão propiciou a declaração de guerra entre prussianos e franceses. Bismarck
acreditava que a guerra contra um inimigo comum reuniria os diversos estados, que
superariam suas diferenças para lutar contra uma ameaça estrangeira. Suas previsões se
mostraram corretas e, ao final da guerra, com a derrota da França, em 1871, o processo de
unificação alemã finalmente se completara.
Estava criado o Segundo Reich, que significa Segundo Império, tendo sido o primeiro
império o antigo sacro império Romano-Germânico.
Os novos tempos, porém, não seriam uma exclusividade da Alemanha. Com a derrota,
o governo de Napoleão III, que já vinha sendo criticado internamente, entrou em franca
decadência. O rei foi deposto e, em seu lugar, a República foi novamente instaurada, com
Louis Adolphe Thiers nomeado presidente. A população francesa, no entanto, considerava os
termos do acordo de rendição aos prussianos extremamente humilhantes.
Temeroso de ser deposto, o presidente exigiu que a guarda nacional depusesse suas
armas, mas a exigência teve efeito oposto ao desejado. Diante dessa ordem, a guarda nacional
reagiu, no que teve a adesão da população e, sobretudo, do operariado. Em março de 1871,
o proletariado tomou o poder na capital francesa, instituindo a Comuna de Paris. O governo
proletário durou pouco tempo, pois foi reprimido, mas suas realizações foram amplas, como a
abolição do trabalho noturno, a desapropriação de residências ociosas, a redução da jornada
de trabalho, a legalização dos sindicatos, a separação entre Igreja e Estado, e a abolição da
pena de morte. Embora tenha sido severamente reprimida pelo presidente Thiers, que
procurou esmagar duramente os revoltosos por meio das execuções em massa, a Comuna de
Paris é a primeira experiência de governo popular da história contemporânea e demonstra a
força da organização proletária, tendo servido como exemplo para as organizações
trabalhistas ao redor do mundo.