A Velhice Como Objecto de Estudo - Resenha
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Curso:Curso:Curso:Curso: Educação e Comunicação Multimédia Pós-Laboral Ano:Ano:Ano:Ano: 1º Ano – 2º Semestre; Turma:Turma:Turma:Turma: 1ECMPL
Disciplina:Disciplina:Disciplina:Disciplina: Psicossociologia das Organizações Docente: Docente: Docente: Docente: Sónia Galinha
DiscenteDiscenteDiscenteDiscentessss:::: Carmen Almeida – nº 110236002 Maria João Paulo – nº 110236009
DataDataDataData:::: 2 de Junho de 2012 Ano Lectivo:Ano Lectivo:Ano Lectivo:Ano Lectivo: 2011/2012
RecensãoRecensãoRecensãoRecensão –––– Psicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das Organizações –––– ““““A Velhice como OA Velhice como OA Velhice como OA Velhice como Objecto de Estudobjecto de Estudobjecto de Estudobjecto de Estudo”””” 2222
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ÍndiceÍndiceÍndiceÍndice
Página(s)
Índice 3
Introdução 4
Capítulo I
O Livro 5
1.1 – Título e Autores 5
1.2 – Ficha Técnica 5
Capítulo II
Contextualização 6
2.1 – “Faculdade da Terceira Idade UNIVAP: A Educação Continuada e o
Processo de Construção de Cidadania do Idoso” 6
2.1.1 – Autores 6
2.1.2 – Resumo 6
2.2 – “Memória: Território de Lembranças” 10
2.2.1 – Autores 10
2.2.2 – Resumo 10
Conclusão 13
Bibliografia 15
RecensãoRecensãoRecensãoRecensão –––– Psicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das Organizações –––– ““““A Velhice como OA Velhice como OA Velhice como OA Velhice como Objecto de Estudobjecto de Estudobjecto de Estudobjecto de Estudo”””” 4444
IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução
Este trabalho surge como forma de resposta à proposta da professora Sónia Galinha no
âmbito da disciplina de Psicossociologia das Organizações.
Após uma aula que abordou a temática de estereótipos, preconceitos e discriminação,
onde se reflectia sobre o idadismo, surgiu a oportunidade de efectuar uma resenha que
abordasse o assunto da exclusão e descriminação dos indivíduos que se tornam idosos.
Assim propomo-nos analisar e resumir os capítulos VI (Faculdade da Terceira Idade
UNIVAP: A Educação Continuada e o Processo de Construção de Cidadania do Idoso) e VII
(Memória: Território de Lembranças) do livro “Pedagogia e Psicologia Positiva – Interacções em
Educação e Saúde, que abordam o envelhecimento na sociedade.
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Capítulo ICapítulo ICapítulo ICapítulo I
O Livro
1.1 – Título e Autores
O livro em estudo tem como título “Pedagogia e Psicologia Positiva – Interacções em
Educação e Saúde”, sendo os seus autores: Adérito Gomes Barbosa; Débora Wilza de Oliveira
Guedes; Elizabeth Moraes Liberato; José Ferreira-Alves, Margarida Pedroso de Lima;
Mariangela Faggionato dos Santos; Odete Borralho; Ramiro Marques; Sónia Alexandre Galinha.
O nosso estudo assenta apenas na análise de dois capítulos deste livro:
-» Capítulo VI – Faculdade da Terceira Idade UNIVAP: A Educação Continuada e o
Processo de Construção de Cidadania do Idoso.
-» Capítulo VII – Memória: Território de Lembranças.
Os dois capítulos foram desenvolvidos e escritos por Elizabeth Moraes Liberato, Débora
Wilza de Oliveira Guedes & Mariangela Faggionato dos Santos
1.2 – Ficha Técnica
Título da Obra: Pedagogia e Psicologia Positiva – Interacções em Educação e Saúde; Autores:
Adérito Gomes Barbosa; Débora Wilza de Oliveira Guedes; Elizabeth Moraes Liberato; José
Ferreira-Alves, Margarida Pedroso de Lima; Mariangela Faggionato dos Santos; Odete Borralho;
Ramiro Marques; Sónia Alexandre Galinha; Coordenadora: Sónia Alexandre Galinha; Edição:
Livpsic; Colecção: Livpsic – Edições de Psicologia; Depósito Legal: 337114/11; I.S.B.N: 978-
989-8148-82-7; Data de Edição: Dezembro de 2011; Prefácio: Manuel Joaquim Loureiro;
Design gráfico: Fátima Gonçalves; Capa: Miggonçalves.
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Capítulo IICapítulo IICapítulo IICapítulo II
Contextualização
2.1 – Faculdade da Terceira Idade UNIVAP: A Educação Continuada e o Processo
de Construção de Cidadania do Idoso
2.1.1 2.1.1 2.1.1 2.1.1 ---- AutoresAutoresAutoresAutores
O capítulo foi escrito por Elizabeth Moraes Liberato, Débora Wilza de Oliveira Guedes &
Mariangela Faggionato dos Santos.
2.1.2 2.1.2 2.1.2 2.1.2 ---- ResumoResumoResumoResumo
O envelhecimento é um processo natural da evolução do indivíduo, independente da
classe social e de todas as outras adversidades que venha a encontrar ao longo do seu
percurso.
O ser humano á medida que cresce, constrói os seus espaços socias de acordo com os
valores éticos e morais que vai absorvendo pela sociedade e, dessa forma, vai moldando a sua
personalidade ao ambiente social em que está inserido.
Ao longo da história deparamo-nos com alguns privilégios na sociedade em relação a
algumas faixas etárias: no séc. XVII a infância foi privilegiada; durante o séc. XX o privilégio
coube á adolescência. No entanto a partir do séc. XX, com a modernidade, houve um
prolongamento do tempo de vida das pessoas que se deveu às melhores condições de vida,
sociais, económicas, saúde, o que fez aumentar a população idosa. Deparamo-nos assim, com
uma nova realidade social.
Para se falar no processo de envelhecimento há que ter em conta 3 categorias: Idoso,
Família, Sociedade.
O Idoso - é um individuo com uma faixa etária superior a 60 anos, que acompanhou as
mudanças socias ao longo da sua vida.
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«de acordo com a legislação especifica, e segundo a Politica Nacional do Idoso (lei 8.842 de
04/01/1994) e do estatuto do idoso (lei 10.741, de 1/10/2003). Esta designação está ligada ao
ciclo da vida portanto é cronológica, medida pelos anos de vida, tornando-se por base a
evolução do homem nas suas etapas de nascimento, crescimento, adolescência, maturidade,
velhice e morte.» (Liberato &, Página 146).
A Família - representa toda a estrutura e história do individuo, isto é todas as suas fases
de evolução como individuo, desde criança, jovem, adulto até fase do envelhecimento.
É no espaço famíliar, que ocorrem todas as vivências que irão permanecer por toda a
vida do individuo, é aqui que se trocam os laços afectivos e que ocorre a transmissão de
conhecimentos, valores e tradições. A família é a base de construção da identidade dos
indivíduos.
A Sociedade - Devido á evolução da sociedade na procura de melhores condições de
vida, a família sofreu grandes alterações. Hoje as famílias estão separadas por um espaço
geográfico mais longo, que afasta todos os laços afectivos devido a toda a evolução social, à
modernidade que nos trouxe o capitalismo e como consequência disso colocou todos os
factores materiais á frente da família, o que levou o idoso a ficar em segundo plano. Podemos
dizer que há uma morte social, imposta antes que a mesma se concretize.
Esta imagem do idoso, agrava-se nas sociedades capitalistas, como resultado do
isolamento e perda de papeis socias, pela desvalorização das suas lembranças perdendo assim
a sua função social, tornando–se insignificantes para a sociedade.
Outros dos factores levam ao vazio na vida do idoso são: a reforma, a saída dos filhos de
casa, perda de objectivos. Há inexistência de um papel para o idoso na sociedade, a partir desta
etapa não existe participação do idoso na actividade social, sendo que a sociedade não está
organizada de forma a porpocionar ao idoso uma participação activa, o que leva a não existir
interacção com outras faixas etárias, antes pelo contrário criam-se “caixas” onde se aglomeram
todos os idosos.
A sociedade e as suas instituições devem criar mecanismos que fomentem o
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envolvimento da família em experiências interactivas, nas quais envolvam os idosos de modo a
trocar vínculos e afectos para manter os idosos activos e recriar uma imagem de valorização do
seu papel na sociedade.
Educação continuada / Faculdade da Terceira Idade
A educação continuada é uma valorização pessoal e social, pois a educação é
fundamental para o desenvolvimento do individuo. Esta educação permite adquirir novos
conhecimentos e o reconhecido, do idoso, como cidadão consciente das suas responsabilidades
e direitos.
A educação continuada, orientada para os adultos, tem em conta o comportamento
emocional dessa faixa etária, as suas motivações, interesses e possibilidades, tudo isto
relacionado com as suas vivências tendo em consideração a história de vida e o contexto social
dos alunos.
Neste contexto, o capitulo VI do livro que estamos a abordar “Pedagogia e Psicologia
Positiva”, fala-nos do Programa da Faculdade da Terceira Idade, onde se pretende as pessoas
com mais de 45 anos, adquiram novos conhecimentos, de modo a ampliar as relações
interpessoais e vivência de grupo. É um programa essencialmente social que tem como ponto
de partida o reconhecimento da contribuição das pessoas da terceira idade para a sociedade.
Temos o exemplo da Faculdade da Terceira Idade UNIPAV,(Universidade do Vale da Paraíba),
que tem os seguintes objectivos:
«Permitir o acesso á educação continuada ás pessaos com idade superior a 45 anos,
proporcionando condições para o desenvolvimento do individuo e para a sua integração na
comunidade, como contribuição para a sociedade e seus direitos como cidadão.
Estimular a participação do individuo como agente habilitado para a acção junto á família e á
comunidade. Envolver a Universidade, de forma interdisciplinar no tratamento de questões da
terceira idade» ,(Liberato &, página nº 151)
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Todos os indivíduos ao envelhecerem têm o direito de exercer, na sua plenitude, as suas
potencialidades, devendo a sociedade respeitar esses aspectos e convertê-los a favor do
crescimento humano.
No fim do sec. XX descobriu-se a necessidade da convivência intergeracional, essencial
ao individuo e à sociedade, onde ocorrem trocas de conhecimento e experiências vindas de
várias gerações.
Actualmente a sociedade ainda tem algum preconceito relativamente ao que é ser idoso,
sendo que não tem a mesma consideração que tem, por exemplo, um adolescente ou uma
criança, há um minimizar de valor em relação ao idoso.
Torna-se urgente reformular a atitude social com o que é a velhice, de modo a que o
sujeito possa evoluir e fazer parte da sociedade, independente do factor cronológico.
A imagem estereotipada, da incapacidade aliada á idade está presente nos meios de
comunicação social e na própria comunidade, que nega ao individuo o espaço social que lhe é
devido.
A terceira idade é a faixa etária que atinge o amadurecimento, que equivale a todo o
processo de envelhecimento, que é universal e se dá por etapas: infância, juventude,
maturidade e velhice.
Na sociedade moderna, o individualismo está bem presente e o idoso torna-se cada vez
mais carente o factor familiar, ficando assim vazio de afectos.
A longevidade do individuo tem aumentado devido aos progressos na medicina, o que
levou a que o individuo tenha uma maior esperança de vida. Todas as suas vivências têm um
significado presente nas suas vidas o que leva a que o idoso transforme as suas lembranças em
momentos marcantes. Tornando-se num actor social, que representa a sua história de vida de
modo a atingir uma vida melhor.
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2.2 – Memória: Território de Lembranças
2.2.1 2.2.1 2.2.1 2.2.1 ---- AutoresAutoresAutoresAutores
O capítulo foi escrito por Elizabeth Moraes Liberato, Débora Wilza de Oliveira Guedes &
Mariangela Faggionato dos Santos.
2.2.2 2.2.2 2.2.2 2.2.2 ---- ResumoResumoResumoResumo
A sociedade, muitas das vezes, coloca as pessoas da terceira idade em segundo plano,
excluindo-as, inclusive de uma participação social, o que é desvantajoso, uma vez que elas
poderiam contribuir em diversas áreas, com os seus conhecimentos e experiências de vida.
A sociedade tornou o idoso numa pessoa estereotipada e conotada de incapacitada
devido à sua idade negando-lhe, desta forma, o espaço social a que tem direito.
A Gerontologia Social, entre outras ciências, tem contribuído para alertar a sociedade
para o envelhecimento da população, a fim de reverter a tendência de exclusão dos idosos.
A aprendizagem contínua e partilha de experiências deve incluir todas as fachas etárias e
não incidir particularmente numa ou noutra. Os idosos detêm um grande saber e experiência de
vida acumulados que deve ser parte integrante da dinâmica social e de meios de actualização e
concretização de novas vivências e espaços de participação.
As Faculdades de Terceira Idade (Brasil) foram criadas com o intuito de permitirem a
construção de novos conhecimentos e formação de profissionais especializados nas mais
diversas áreas para atender às necessidades da população idosa.
Estas Faculdades têm como objectivo a acessibilidade do idoso à educação continuada e
facilitar e favorecer a sua integração na comunidade. Só pessoas a partir dos 45 anos podem
frequentar estes espaços que fomentam a busca de novos conhecimentos que vão favorecer a
interacção e integração em grupo. As actividades desenvolvidas nestas instituições são variadas
e registadas através de vários suportes (vídeos, filmes, fotografias, relatórios, jornais, livros,
etc.).
O envelhecimento é universal e dá-se por etapas. No decorrer da vida do indivíduo, este
RecensãoRecensãoRecensãoRecensão –––– Psicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das Organizações –––– ““““A Velhice como OA Velhice como OA Velhice como OA Velhice como Objecto de Estudobjecto de Estudobjecto de Estudobjecto de Estudo”””” 11111111
passa por várias fases (infância, juventude, maturidade e velhice) que são marcadas por
experiências, conquistas e frustrações. Na velhice o indivíduo depara-se com o fim de vida e
encontra o verdadeiro sentido da vida. Já se conhece a si mesmo e verifica variadíssimas
mudanças sociofamiliares.
Na sociedade moderna, em que predomina o individualismo, a velhice é colocada de
parte pois não existem infra-estruturas que permitam ao idoso uma continuidade e interacção
social que mantinha até então e isto deve-se à lógica do consumo e do trabalho em que a
sociedade está integrada.
Com os avanços da medicina a longevidade aumentou mas estes avanços não foram
igualados no que toca à qualidade de vida e dignidade atribuídos ao idoso. Verifica-se o
aumento da desigualdade social. Outro aspecto relevante é a feminização do envelhecimento
pois são as mulheres, na sua maioria, que se encontram viúvas, sozinhas e fragilizadas a nível
afectivo, económico e social.
Existem, regra geral, dois estereótipos para o idoso:
1º - Dependente, incapaz e resmungão;
2º - Ser experiente e portador de sabedoria.
O “novo idoso” é um sujeito que procura ter opinião, aprender, ensinar, manter-se activo
e que tem como objectivo viver bem e, na sua maioria, ser independente.
A família, em geral, é a âncora/referência do idoso, mas verifica grandes mudanças
quando este atinge esta condição. A família tem uma grande importância no que toca às
lembranças dos momentos em família que tornaram o indivíduo no que é hoje.
Contudo a família tem limitações enquanto horizonte social pois não é suficiente. Néri
(1999, pág. 160) afirma que
“a família não é adequada como mundo social total para os idosos nem para qualquer um
depois da infância. Sendo assim, a família não se encontra apta para perceber e lidar com todas
as alterações e transformações que ocorrem com a pessoa que se torna idosa”.
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Há que ter em atenção que os idosos também podem ter uma postura independente, ou
seja, podem querer morar sozinhos ou podem tender a efectuar novas reorganizações
familiares. Também podem optar por criar ambientes que integrem outros idosos. Claro está
que, apesar de não estarem na casa de familiares, esses laços continuam a ser fundamentais
pois são sempre um porto seguro a que se pode regressar e para além disso as lembranças
familiares são sempre imprescindíveis.
A memória, para o idoso, transforma-se numa ferramenta importantíssima pois consegue
transpor para o presente: rituais familiares, quotidianos de vida, normas e códigos que eram
impostos pela sociedade e as formas de comunicação entre familiares e outros grupos. Isto
também serve como forma de comparação e reflexão sobre a evolução que tudo sofre.
As memórias dos idosos transformam-se numa memória social que organiza momentos e
caracteriza mudanças, o que nos transmite uma certa temporalidade. Se isto deixa-se de existir
depararmo-nos-íamos com a fragmentação da história do homem.
A memória permite-nos viver em diversos tempos, não existindo presente nem passado.
Este relembrar o passado é um acto de grande importância pois permite o estreitar de relações
entre várias faixas etárias e a perpetuação de histórias e experiências. Há que considerar que
todas estas vivências passadas foram sendo trabalhadas pelo indivíduo ao longo dos tempos,
pois foram-se perdendo factos e detalhes, permanecendo apenas com exactidão os factos mais
marcantes e providos de emoção.
Desta forma é indispensável facultar ao idoso ferramentas para que se possa afirmar
socialmente e, dessa forma, alcançar a sua auto-satisfação e a qualidade de vida desejada, pois
não é um incapaz.
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ConclusãoConclusãoConclusãoConclusão
Os autores pretendem demonstrar que, a velhice deve ter um espaço significativo na
sociedade, onde o idoso possa estabelecer um compromisso de continuidade social de modo a
poder compreender o passado e harmonizar o presente. A experiência que cada um de nós tem
representa uma fonte valiosa da história que fica para sempre.
Assim, apresentam-nos um novo modelo de educação, educação para o idoso ou
educação continuada, de modo a permitir uma valorização pessoal, de convivência em grupo
para um fortalecimento social.
Ao longo dos tempos e com o decorrer da vida do indivíduo existe a passagem por várias
fases: infância, juventude, maturidade e velhice. Todas estas etapas são marcadas por
experiências, conquistas e frustrações. No entanto quando o indivíduo se depara com a velhice,
vislumbra o fim da vida e encontra o seu verdadeiro sentido. Depara-se também com algumas
mudanças sociofamiliares que não são mais do que as impostas pela sociedade em que se vive,
com um ritmo de vida acelerado que não permite grandes paragens e atenção para com o idoso.
O que nos reporta para os dois estereótipos impregnados na sociedade no que a eles respeita:
1º - Dependente, incapaz e resmungão;
2º - Ser experiente e portador de sabedoria.
A Gerontologia Social, entre outras ciências, tem canalizado inúmeros esforços a fim de
alertar da sociedade para o envelhecimento da população, com o intuito de reverter a tendência
de exclusão.
Existe assim a necessidade de enaltecer a experiência e a sabedoria do idoso e facultar-
lhe ferramentas que lhe permitam uma aprendizagem continuada e partilha de experiências com
as mais diversas faixas etárias. Foram também criadas instituições (Faculdades de Terceira
Idade (Brasil) / Universidades Seniores (Portugal)) que têm como objectivo favorecer e fomentar
no idoso a construção de novos conhecimentos, a partilha de experiências, a interacção e
integração em grupo e a sua integração na comunidade. Estes espaços só podem ser
frequentados por pessoas a partir dos 45 anos e as actividades aqui desenvolvidas são
RecensãoRecensãoRecensãoRecensão –––– Psicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das OrganizaçõesPsicossociologia das Organizações –––– ““““A Velhice como OA Velhice como OA Velhice como OA Velhice como Objecto de Estudobjecto de Estudobjecto de Estudobjecto de Estudo”””” 14141414
registadas através de vários suportes: vídeo, filme, fotografia, relatórios, jornais, livros, etc..
A memória, para o idoso, transforma-se numa ferramenta importantíssima pois consegue
transpor para o presente rituais familiares, quotidianos de vida, normas e códigos que eram
impostos pela sociedade e as formas de comunicação entre familiares e outros grupos, o que
permite a comparação e reflexão sobre a evolução que tudo sofre.
Esta aptidão do idoso, a memória, pode transformar-se numa ferramenta fundamental na
sociedade desde que seja bem aproveitada e aceite socialmente uma vez que é a forma mais
eficaz de transmitir experiências e conhecimento. Portanto é fundamental não excluir o idoso
uma vez que este pode ser um contributo indispensável e eficaz na transmissão do
conhecimento social adquirido através de várias gerações e uma referência para análise da
evolução que ocorre com a passagem do tempo.
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BibliografiaBibliografiaBibliografiaBibliografia
Barbosa, Adérito Gomes; Guedes, Débora Wilza de Oliveira; Liberato, Elizabeth Moraes;
Ferreira-Alves, José; de Lima, Margarida Pedroso; dos Santos, Mariangela Faggionato;
Borralho, Odete; Marques, Ramiro; Galinha, Sónia Alexandre. Livpsic – Edições de Psicologia
(Dezembro de 2011). Pedagogia e Psicologia Positiva – Interacções em Educação e Saúde