A vida rui monteiro

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1 INTRODUÇÃO Neste trabalho abordei um pouco sobre a vida e obra de um dos grandes escritores angolano, Manuel Rui Alves Monteiro (Huambo, 4 de Novembro de 1941), mais conhecido por Manuel Rui, é um escritor angolano, autor de poesia, contos, romances e obras para o teatro. Muitos dos seus trabalhos contêm ironia, comédia e humor sobre o que ocorreu após a independência de Angola.

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho abordei um pouco sobre a vida e obra de um dos grandes escritores

angolano, Manuel Rui Alves Monteiro (Huambo, 4 de Novembro de 1941), mais conhecido

por Manuel Rui, é um escritor angolano, autor de poesia, contos, romances e obras para o teatro.

Muitos dos seus trabalhos contêm ironia, comédia e humor sobre o que ocorreu após

a independência de Angola.

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VIDA E OBRA DE MANUEL RUI ALVES MONTEIRO

Biografia

Manuel Rui frequentou a Universidade de Coimbra, em Portugal e licenciou-

se em Direito no ano de 1969. Praticou direito em Coimbra e Viseu durante a guerra pela

independência em Angola.

Em Coimbra, foi membro da redacção da revista Vértice, da direcção da Centelha

Editora, onde publicou A Onda, em 1973, e colaborador do Centro de Estudos Literários

da Associação Académica.

Após a revolução de 25 de Abril de 1974, regressou a Angola, tornando-se Ministro

da Informação do MPLA no governo de transição estabelecido pelo Acordo do Alvor 3 . Foi também

o primeiro representante de Angola na Organização da Unidade Africana e nas Nações Unidas.

Foi ainda Director do Departamento de Orientação Revolucionária e do Departamento dos

Assuntos Estrangeiros do MPLA.

Manuel Rui foi membro fundador da União dos Artistas e Compositores Angolanos,

da União dos Escritores Angolanos e da Sociedade de Autores Angolanos.

É autor da letra do Hino Nacional de Angola, de outros hinos como o «Hino da

Alfabetização» e o «Hino da Agricultura», e da versão angolana da Internacional.

No plano académico, Manuel Rui foi director da Faculdade de Letras do Lubango e

do Instituto Superior de Ciências da Educação.

Poeta, contista, ensaísta, crítico literário, Manuel Rui Alves Monteiro nasceu a 4 de

Novembro de 1941, em Nova Lisboa, Angola. Desde cedo se envolveu política e emocionalmente

com a causa do seu povo.

Vem para Portugal fazer os seus estudos universitários onde fica durante alguns

anos, dedicando-se à sua profissão (advocacia) e à luta pelos seus ideais, que eram os mesmos

do povo angolano, que há muito tinham despertado e cada vez mais se intensificavam.

Manuel Rui permanece em Portugal até à independência de Angola, optando depois

por regressar ao seu país natal e levar em frente as suas intenções de continuar uma luta por uma

Angola livre.

Tal como este escritor, muitos outros da sua época, e outros ainda que se lhe

seguiram, tinham em mãos a nobre tarefa de dar voz aos angolanos, falar - através da literatura,

a sua melhor forma de manifestação - da nova forma de ser angolano.

A explosão cultural que Angola passou a viver logo após a independência propicia o

aparecimento de uma vaga de novos escritores, novas vozes de toda uma "jovem" cultura

angolana que se vai, então, manifestar nas suas mais diversas formas.

Manuel Rui é uma dessas "novas" vozes que, através da literatura, tenta contribuir

para a afirmação de uma cultura de raiz verdadeiramente angolana. A sua expressão assenta,

sobretudo, no uso de expressões e vocábulos surgidos na dinâmica da guerra. É uma literatura

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marcada pelos anos de luta armada, de reivindicação por uma independência, por uma voz

própria. Como tal, o seu conteúdo, a sua temática, as suas preocupações são as de falar e dar

vida à expressão nova de um povo recentemente libertado.

A linguagem usada é, sem dúvida, o português; mas é já um português mesclado

com as tais expressões e vocábulos típicos, regionais e nacionais que imprimem a esta "nova"

literatura uma dinâmica muito própria que traz a esta nação a expressão colectiva do povo que

pretende, assim, afirmar uma identidade própria.

Da sua autoria, Manuel Rui tem uma vasta produção mas há que realçar aquela que

consideramos a sua "obra-prima" de visão de uma Angola pós-independência e do revelar de

sentimentos e preocupações mais profundas daquele povo que é o seu - Quem me dera ser onda.

OBRAS

Poesias

Manuel Rui. Poesia Sem Notícias. Porto: [s.n.], 1967.

Manuel Rui. A Onda. Coimbra: Centelha, 1973.

Manuel Rui. 11 Poemas em Novembro: Ano Um. Luanda: UEA, 1976. (Primeiro livro

de poesia publicado em Angola após a independência)

Manuel Rui. 11 Poemas em Novembro: Ano Dois. Luanda: UEA, 1977.

Manuel Rui. 11 Poemas em Novembro: Ano Três. Luanda: UEA, 1978.

Manuel Rui. Agricultura. Luanda: Instituto Angolano do Livro, 1978.

Manuel Rui. 11 Poemas em Novembro: Ano Quatro. Luanda: UEA, 1979.

Manuel Rui. 11 Poemas em Novembro: Ano Cinco. Luanda: UEA, 1980.

Manuel Rui. 11 Poemas em Novembro: Ano Seis. Luanda: UEA, 1981.

Manuel Rui. 11 Poemas em Novembro: Ano Sete. Luanda: UEA, 1984.

Manuel Rui. Assalto. Luanda: Instituto Nacional do Livro e do Disco, 1981. (Literatura

infantil - Desenhos de Henrique Arede)

Manuel Rui. Ombela. Luanda: Nzila, 2006. (Edição bilingue português-umbundu )

Manuel Rui. O Semba da Nova Ortografia. Luanda: UEA, 2009 .

Prosa

Manuel Rui. Regresso Adiado Lisboa. [S.l. p.m.], 1973. (Inclui os contos: Mulato de

Sangue Azul, O Aquário, Com ou Sem Pensão, Em Tempo de Guerra não se Limpam

Armas e O Churrasco)

Manuel Rui. Sim Camarada!. Luanda: UEA, 1977. (Primeiro livro de ficção angolana

publicado após a independência)

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Integra os contos O Conselho, O Relógio, O Último Bordel, Duas Rainhas e Cinco

Dias depois da Independência

Manuel Rui. A Caixa. Luanda: Conselho Nacional de Cultura, 1977. (Primeiro livro

angolano de literatura infantil)

Manuel Rui. Cinco Dias depois da Independência. Luanda: UEA, 1979. (Publicado

originalmente no livro Sim Camarada! Foi editado separadamente, em formato de bolso,

na colecção 2K da União dos Escritores Angolanos)

Manuel Rui. Memória de Mar. Luanda: UEA, 1980.

Manuel Rui. Quem me dera ser Onda. Lisboa: Edições Cotovia, 1982.

Manuel Rui. Crónica de um Mujimbo. Luanda: UEA, 1989

Manuel Rui. Um Morto & Os Vivos. Lisboa: Edições Cotovia, 1993. (Adaptado para a

série O Comba da Televisão Pública de Angola)

Manuel Rui. Rio Seco. Lisboa: Edições Cotovia, 1997.

Manuel Rui. Da Palma da Mão. Lisboa: Cotovia, 1998.

Manuel Rui. Saxofone e Metáfora: Estórias. Lisboa: Cotovia, 2001. ISBN 972-795-012-4

Manuel Rui. Um Anel na Areia. Luanda: Nzila, 2002.

Manuel Rui. Nos Brilhos. Luanda: Instituto Nacional das Indústrias Culturais, 2002 .

Manuel Rui. Maninha: Crónicas (Cartas Optimistas e Sentimentais). Luanda: Nzila, 2002 .

Manuel Rui. Conchas e Búzios. Luanda: Nzila, 2003. (Literatura infantil - Ilustrado

por Malangatana)

Manuel Rui. O Manequim e o Piano. Luanda: UEA, 2005.

Manuel Rui. Estórias de Conversa. Luanda: Nzila, 2006. (Reúne os contos: O Menino da

Cachoeira, Curto Relato de um Feiticeiro, Desculpe, Tia!, O Telefone Celular e Isidoro e o

Cabrito)

Manuel Rui. A Casa do Rio. Luanda: Nzila, 2007

Manuel Rui. Janela de Sónia. Luanda: UEA, 2009

Teatro

Manuel Rui. O Espantalho. [S.l.: s.n.], 1973. (Obra inspirada na tradição oral e

representado por trabalhadores da construção civil da cidade do Lubango)

Manuel Rui. Meninos de Huambo. [S.l.: s.n.], 1985.

Uma citação

“O que é preciso é que as contradições se agudizem e a aliança operário-camponesa

tome de assalto este Palácio o mais depressa possível para o salto qualitativo.

Chiça! Com salto e tudo? O camarada almoçou dicionário e se não é doutor herdou

biblioteca. Vamos com calma! E o outro escapava-se no meio da multidão”

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CONCLUSÃO

Assim posso concluir que a importância deste escritor no vasto mundo literário

angolano é ainda hoje valorizada internacionalmente, de tal modo que é comum encontrarmos

referências a Manuel Rui em diversos artigos, obras críticas, entrevistas e mesmo conferências

sobre o mundo angolano.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Tereza Salgado. Crônica de um Mujimbo: Fazendo das Fraquezas Forças. Página visitada

em 1 de Outubro de 2011.

Maria de Lourdes de Melo Pinto. A Linguagem Secreta de Rio Seco, de Manuel Rui:

Perspectivas do Entre Lugar Angolano. Página visitada em 1 de Outubro de 2011.

Cibele Verrangia Correa da Silva. Um anel na areia: fantasias de amor. Página visitada em

1 de Outubro de 2011. "Trabalho apresentado na Universidade Estadual Paulista, campus

de Assis"

Obra literária Nos brilhos já no mercado Nexus (05/10/2002). Página visitada em 1 de

Outubro de 2011.

É lançada hoje a “Maninha” de Manuel Rui Nexus (08/02/2003). Página visitada em 1 de

Outubro de 2011.

Luiz Maria Veiga (Maio de 2008). Viagem a Angola Profunda ou «é Triste Pá», «Podes

Crer» Revista Crioula, nº3. Página visitada em 1 de Outubro de 2011.

Casa do Rio Juventude de Angola. Página visitada em 1 de Outubro de 2011.