A Vocação Da Unila _ Unila

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Universidade Federal da Integração LatinoAmericana A vocação da UNILA A vocação da UNILA é de ser uma universidade que contribua para a integração latinoamericana, com ênfase no Mercosul, por meio do conhecimento humanístico, científico e tecnológico, e da cooperação solidária entre as instituições de ensino superior, organismos governamentais e internacionais. A UNILA está estruturada com uma organização inovadora e com uma concepção acadêmicocientífica aberta aos avanços científicos, humanísticos e culturais atuais e futuros. A UNILA está comprometida com o destino das sociedades latinoamericanas, cujas raízes estão referenciadas na herança da Reforma Universitária de Córdoba (1918), mas com uma perspectiva futura voltada para a construção de sociedades sustentáveis no século XXI, fundadas na identidade latinoamericana, na sua diversidade cultural e orientada para o desenvolvimento econômico, à justiça social e à sustentabilidade ambiental. A missão da UNILA é a de contribuir para o avanço da integração da região, com uma oferta ampla de cursos de graduação e pós graduação em todos os campos do conhecimento abertos a professores, pesquisadores e estudantes de todos os países da América Latina. Como instituição federal pública brasileira pretende, dentro de sua vocação transnacional, contribuir para o aprofundamento do processo de integração regional, por meio do conhecimento compartilhado, promovendo pesquisas avançadas em rede e a formação de recursos humanos de alto nível, a partir de seu Instituto Mercosul de Estudos Avançados (IMEA), com cátedras regionais nas diversas áreas do saber artístico, humanístico, científico e tecnológico. A expressão “integração latinoamericana” não se restringe à concepção de uma América Latina como um continente nascido da colonização ibérica. A América Latina compreende todos os países do continente americano que falam espanhol, português ou francês, bem como outros idiomas derivados do latim. Compreende a quase totalidade da América do Sul, exceto a Guiana e o Suriname, fortemente influenciados pela cultura anglosaxã. Engloba todos os países da América Central e também alguns países do Caribe como Cuba, Haiti e República Dominicana. Da América do Norte, apenas o México é considerado como parte da América Latina. Os demais países norteamericanos tiveram colonização majorita riamente anglosaxônica, com exceção de Quebec, que é de colonização francesa (portanto, latina), e dos estados do sudoeste dos Estados Unidos, de colonização espanhola, além da Luisiana, que tem colonização francesa. A América Latina engloba 21 países: Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Ainda na América Latina existem mais 11 territórios que não são independentes e, portanto, não podem ser considerados países. Embora haja certa controvérsia na literatura sobre a origem da expressão “América Latina”, forjada no século XIX, para alguns autores como Arturo Ardao (Genesis de la Idea y el Nombre de América) e Ignácio Hernando de Larramendi (Utopia de La Nueva América), o colombiano José Maria Torres Caicedo teria sido o primeiro a utilizar este conceito, no século XIX. Por sua vez, Leopoldo Zea, do Colégio do México (Latinoamérica Tercer Mundo), atribui ao acadêmico francês L.M. Tisserand a invenção desse termo, em 1861, em artigo que publicou na revista La Revue des Races Latines. Para outros autores, como Fernando Del Paso (Noticias del Império), a expressão teria sido cunhada pelo francês Michel Chevalier, ideólogo da teoria panlatina de Napoleão III. Finalmente, o escritor chileno Miguel Rojas Mix afirma que foi seu compatriota Francisco Bilbao o primeiro a utilizar a expressão América Latina, em uma conferência realizada em Paris, no ano de 1856, precedendo a todos os outros, mas foi difundido por José Maria Torres Caicedo, por sua influência nos meios culturais e diplomáticos iberoamericanos de Paris. Atualmente, mais consistente parece ser a terminologia de Geronimo de Sierra ao referirse à “América Latina, una e diversa”. Segundo

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Universidade Federal da Integração Latino­Americana

A vocação da UNILA

A vocação da UNILA é de ser uma universidade que contribua para a integração latino­americana, com ênfase no Mercosul, por meio doconhecimento humanístico, científico e tecnológico, e da cooperação solidária entre as instituições de ensino superior, organismosgovernamentais e internacionais.

A UNILA está estruturada com uma organização inovadora e com uma concepção acadêmico­científica aberta aos avanços científicos,humanísticos e culturais atuais e futuros. A UNILA está comprometida com o destino das sociedades latino­americanas, cujas raízesestão referenciadas na herança da Reforma Universitária de Córdoba (1918), mas com uma perspectiva futura voltada para a construçãode sociedades sustentáveis no século XXI, fundadas na identidade latino­americana, na sua diversidade cultural e orientada para odesenvolvimento econômico, à justiça social e à sustentabilidade ambiental.

A missão da UNILA é a de contribuir para o avanço da integração da região, com uma oferta ampla de cursos de graduação e pós­graduação em todos os campos do conhecimento abertos a professores, pesquisadores e estudantes de todos os países da AméricaLatina. Como instituição federal pública brasileira pretende, dentro de sua vocação transnacional, contribuir para o aprofundamento doprocesso de integração regional, por meio do conhecimento compartilhado, promovendo pesquisas avançadas em rede e a formação derecursos humanos de alto nível, a partir de seu Instituto Mercosul de Estudos Avançados (IMEA), com cátedras regionais nas diversasáreas do saber artístico, humanístico, científico e tecnológico.

A expressão “integração latino­americana” não se restringe à concepção de uma América Latina como um continente nascido dacolonização ibérica. A América Latina compreende todos os países do continente americano que falam espanhol, português ou francês,bem como outros idiomas derivados do latim. Compreende a quase totalidade da América do Sul, exceto a Guiana e o Suriname,fortemente influenciados pela cultura anglo­saxã. Engloba todos os países da América Central e também alguns países do Caribe comoCuba, Haiti e República Dominicana.

Da América do Norte, apenas o México é considerado como parte da AméricaLatina. Os demais países norte­americanos tiveram colonização majorita­riamente anglo­saxônica, com exceção de Quebec, que é de colonizaçãofrancesa (portanto, latina), e dos estados do sudoeste dos Estados Unidos, decolonização espanhola, além da Luisiana, que tem colonização francesa. AAmérica Latina engloba 21 países: Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile,Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti,Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana,Uruguai e Venezuela. Ainda na América Latina existem mais 11 territóriosque não são independentes e, portanto, não podem ser considerados países.

Embora haja certa controvérsia na literatura sobre a origem da expressão“América Latina”, forjada no século XIX, para alguns autores como ArturoArdao (Genesis de la Idea y el Nombre de América) e Ignácio Hernando deLarramendi (Utopia de La Nueva América), o colombiano José Maria TorresCaicedo teria sido o primeiro a utilizar este conceito, no século XIX. Por sua

vez, Leopoldo Zea, do Colégio do México (Latinoamérica Tercer Mundo), atribui ao acadêmico francês L.M. Tisserand a invenção dessetermo, em 1861, em artigo que publicou na revista La Revue des Races Latines. Para outros autores, como Fernando Del Paso (Noticiasdel Império), a expressão teria sido cunhada pelo francês Michel Chevalier, ideólogo da teoria pan­latina de Napoleão III. Finalmente, oescritor chileno Miguel Rojas Mix afirma que foi seu compatriota Francisco Bilbao o primeiro a utilizar a expressão América Latina, emuma conferência realizada em Paris, no ano de 1856, precedendo a todos os outros, mas foi difundido por José Maria Torres Caicedo, porsua influência nos meios culturais e diplomáticos ibero­americanos de Paris.

Atualmente, mais consistente parece ser a terminologia de Geronimo de Sierra ao referir­se à “América Latina, una e diversa”. Segundo

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o autor, “para todos los estudiosos serios de América Latina tanto extranjeros como del subcontinente – ha sido siempre un desafíocomplexo situar­se adecuadamente ante al dilema de la unidad/diversidad de la región (…) Sin embargo, estamos ante un real problemametodológico de cualquier estudio comparado entre regiones y entre sociedades nacionales, y creemos que no debería se minimizado,mas bien todo lo contrario. Es decir estudios latinoamericanos deberian al mismo tiempo analizar os elementos convergentes o comunesde los paises – tratando de ver en cuanto determinan el desempeño y la estructura social misma de cada país –junto con la diferencias ylas evoluciones sociohistoricas especificas de las sub­regiones y países”.2

Como diria sobre o continente latino­americano o organizador de recente antologia Os melhores contos da América Latina, da Colôniaaos nossos dias, “a hipótese é simples: de que a América Latina existe – no caso, existe cultural e literariamente: e da mesma forma,como a América Latina territorial e política, ela não é unitária mas múltipla; não é coesa, mas dividida; não é coerente mas dispersa; nãoé unida, mas desunida – não é enfim monolítica mas diversificada”. E conclui com o “Canto Geral” de Pablo Neruda:

“Guarda tua luz, ó! Pátria!, mantém

tua dura espiga de esperança em meio

ao cego e temível ar.

Em tua remota terra desceu esta luz difícil,

este destino dos homens,

que te faz defender uma flor misteriosa,

solitária, na imensidão da América adormecida.”3

Este é o contexto político­institucional, econômico, cultural dentro do quala UNILA procura contribuir para a integração latino­americana,reconhecendo a diversidade das identidades nacionais e os elementos quecimentam nossas raízes e nosso destino comum enquanto continente diante do mundo globalizado.

Este é o grande desafio a enfrentar por meio da educação compartilhada e solidária entre os povos da região diante das questões aserem respondidas pela UNILA neste contexto de uma América Latina não apenas imaginária, mas real em suas contradições e conver­gências: “Es nuestra consideración que el abordage de la educación relacionado con la integración debe partir de varias respuestas aotras tantas preguntas. En primer lugar, si la educación la considerarmos un factor de desarrollo, ¿cuál es el esquema de desarrollo queassumimos como paradigma?, ¿ en qué carril del desarrollo nos vamos a montar? Y en outro sentido, ¿qué papel debemos asignar a laeducación como mecanismo de preparación de los actores para vivir en una sociedad distinta donde el forme parte de un espacio local y ala vez de un espacio global? En fin, ¿cómo debe influir la educación en esse nuevo autopercibirse del ciudadano común en los nuevostiempos?”4

1Miguel Rojas Mix. Recordar a Bilbao en el Bicentenario: padre de la idea de América Latina.

2Geronimo de Sierra. America Latina, una y diversa. In: Heriberto Cairo y Geronimo de Sierra (compiladores). America Latina: una y diversa: teorias ymétodos para su analisis. San José, Costa Rica: Editorial Alma Mater, 2008. p. 15.

3Flavio Moreira da Costa. Uma flor misteriosa, solitária, na imensidão da América adormecida. In: Os melhores contos da América Latina. Rio de Janeiro: Agir,2008. p.13­14 e 16.

4Lino T. Borroto López. Globalización asimétrica y educación en América Latina. In: América. Latina, una y diversa: teorías y métodos para suanálisis. Op.cit. p.127.

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