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www.hospitaldocoracao.com.br www.hospitaldocoracao.com.br VOZ DO CORAÇÃO | Julho 2013 VOZ DO CORAÇÃO | Julho 2013 5 6 02 03 04 05 06 08 10 11 12 13 14 15 18 19 20 21 22 23 25 26 27 28 31 Jose Edson De Oliveira Frankcelia Lopes De Franca Jose Ramos Da Silva Junior Emanuel Da Silva Eugenilson Bessa Freire Carla Priscila Varela Fernandes Gasparina Santos Da Trindade Suenia Samara Pereira Jose Salatiel Ferreira Junior Karla Krisna F. De Aquino Serafim Ednaldo Constantino Da Silva Larissa Poliana Dantas Da Costa Laercio De Souza Gomes Francilene Silva De Souza Ana Alexandrina B. De Oliveira Andreia Bastasini Eliane Martins Xavier Dos Santos Emanuella Rouse De O. Rodrigues Maria Jose De Almeida G. Da Silva Fabiana Maria De O. F. Antunes Sueide Ribeiro De Morais Silva Isabel Cristina M. De Brito Victoria Serafim De Santana Michel Da Silva Pereira Sena Isis Medeiros Da Costa Pereira Corina Andrade Mesquita Neta Ana Paula De Souza Nubia Melo De Oliveira Martins Vaneska Silveira De Paiva Teixeira Paulo Bruno De Oliveira De Assis Edmar Sabino De Albuquerque Alex Sandro De Brito Edilene Araujo E. De Medeiros Karla Fernandes Figueiredo Adriana Rocha De Farias Silveira Francisca Francinete V. Da Silva Filizolina Elba A. Moura Raulino Ana Rosa Nascimento Da Silva Necesio Macena Da Costa Maria Da Conceicao O. De Araujo Solange Bezerra Marcia Maria De Azevedo Jose Helder Carvalho De Franca Nadjackson Gonzaga De Lima Claudiane Lima Dos Santos Neiza Lopes Da Costa Alessandra Ezequiel De Araujo Marcelo Martins De Oliveira Aniversários do mês - Agosto Página 4 Check-up: momento de botar a saúde em dia Viver mais e com qualidade de vida: quem não quer? E na busca pela saúde, nada melhor do que se prevenir. Mas nem sempre há tempo para isto: por isso, desde 2008, o Hospital do Coração de Natal conta com os serviços do Check- Up Executivo, que permite rapidez nos procedimentos e avaliação multidisciplinar. Gripe X Resfriado: você sabe a diferença? Dias chuvosos e mudanças repentinas de temperatura facilitam o aparecimento das viroses. Entre as mais comuns, estão as gripes e resfriados. E qual a diferença entre as duas doenças? Como evitar, como tratá-las, quando procurar ajuda médica? Mais nas páginas 2 e 3 Almoço de despedida para Dr. Marcos Leão Coordenadores, encarregados de setores e diretores do Hospital do Coração ofereceram um almoço de despedida para o Dr. Marcos Leão, que deixou a direção médica do Hospital. Coluna Cultural Nossa dica de livro: Formosa és: Memorias do Internato, de Clotilde Tavares. A escritora, que é formada em medicina, conta, numa prosa saborosa e tocante, suas memórias do tempo em que foi aluna interna de um colégio de freiras na Paraíba. Página 4 Página 6 Veículo de divulgação do Hospital do Coração Ano VIII - Nº 91 - Julho de 2013 Nasceu em 28 de abril de 1885 , no en- genho Boa Vista, em Touros, RN. De família de agropecuaristas, fez o curso primário em sua própria residência e o curso de humani- dades no Atheneu Norteriograndense, em Natal. Iniciou o curso universitário na Facul- dade de Medicina da Bahia, onde cursou até o quarto ano. Depois, se transferiu para a Fa- culdade Nacional de Medicina, no Rio de Ja- neiro, então capital da república, concluindo o curso em 1910, quando apresentou a tese ”Estudo Clínico das Paralisias Consequentes à Sífilis Cerebral “. Recém formado, viajou para a França, onde se especializou em Pediatria. De volta à Natal, abriu uma das salas de sua residência, na rua Conceição, no centro, para atendimentos gratuitos às crianças ca- rentes . Divulgador da “idéia social e humani- tária” do Dr Arthur Moncorvo Filho, fundador do Instituto de Proteção e Assistência à In- fância do Rio de Janeiro, Dr. Varela Santiago utilizava-se do jornal A República para difun- dir os ideários médico-higienistas através de práticas filantrópicas. Em 12 de outubro de 1917, fundou o Instituto de Proteção à Infân- cia do Rio Grande do Norte (IPAI-RN), com a finalidade de prestar assistência médico- social gratuita à infância desamparada, sem qualquer discriminação de credo político ou religioso, ou qualquer preconceito de raça ou de cor. Segundo o artigo 5º de seu estatuto, “é uma instituição de caráter filantrópico, não podendo auferir lucros para distribuição de dividendos aos seus associados, e todos os serviços assistenciais serão prestados gra- tuitamente”. A solenidade de inauguração ocorreu no então teatro Carlos Gomes (hoje Alberto Maranhão) sendo o conselho pro- visório constituído pelo Dr. Meira e Sá, como presidente, e o Monsenhor Alfredo Pegado, vice-presidente. O IPAI-RN era mantido por donativos recolhidos através dos sócios pro- tetores e contribuintes; de eventos como quermesses e apresentações cinematográ- ficas e das comissões de senhoras arrecada- doras. Nessa iniciativa, destacou-se a poetisa Palmyra Wanderley, conceituada intelectual, assídua colaboradora em jornais potiguares e de outros estados, que se engajou nessa obra juntamente com outras cinquenta mu- lheres. A sede própria foi construída na ave- nida Deodoro, em Natal, dotada de ambu- latório médico, onde, além das consultas, era distribuído o medicamento prescrito. Segundo Dr. Clovis Sarinho, a trajetória histórica do IPAI-RN teve quatro fases: 1) A Casa Aberta- o atendimento pioneiro na residência do Dr. Varela Santiago 2) A Associação de Proteção à Infância Abandonada- fase de mobilização da socie- dade natalense e fundação do IPAI-RN (1917- 1928) 3) A Sede do Instituto de Proteção e As- sistência à Infância – fase da institucionaliza- ção das práticas médico-filantrópicas (1928- 1936) 4) O Instituto de Proteção e geração do Hospital Infantil Varela Santiago- fase de ex- pansão dos serviços médicos-laboratoriais e cirúrgicos ( a partir de 1936) O prédio do instituto, no centro da ci- dade, é uma bela obra arquitetônica em forma de flor, projeto do arquiteto Miguel Micucci, e foi tombado pelo estado em 1992. Ao término do governo de Aluizio Alves, em 1965, o IPAI teve seu ambulatório transforma- do em unidade hospitalar, com a construção de enfermarias e demais dependências exigi- das para o funcionamento ideal de um hos- pital infantil, em terreno anexo adquirido e doado pelo governo do estado, que também forneceu os recursos financeiros necessários para a aquisição de todo equipamento hos- pitalar. A nova unidade foi denominada Hos- pital Infantil Varela Santiago e iniciou suas atividades sob a direção do médico Silvino Lamartine de Faria. O médico fundou ainda outras institu- ições e teve importantes atuações em con- gressos. Em 1919, Dr. Varela Santiago era professor fundador da Escola Doméstica de Natal ( onde lecionou Puericultura e Higiene), e fundou o Jardim de Infância e o Instituto de Puericultura da escola. Anos mais tarde, assu- miu a presidência da Liga de Ensino, quando teve o grande desafio de construir e inaugu- rar, em 1953, o prédio onde atualmente fun- ciona a escola, no bairro do Tirol. Ele indicou a novacruzense professora de Educação Físi- ca Noilde Pessoa Ramalho para ser a diretora da ED, em 1945. Anteriormente, a escola fun- cionava no bairro da Ribeira. Em 1922, participou do 1º Congresso Brasileiro de Proteção e Assistência à Infân- cia, tendo apresentado o trabalho “ O primei- ro ano de policlínica do Instituto de Proteção à Infância do Rio Grande do Norte”. Em 1928, no 4º Congresso Sul Americano de Higiene, Microbiologia e Patologia, no Rio de Janeiro, apresentou o trabalho “ A Lepra no Rio Grande do Norte”. Na Conferência da Campanha contra a Lepra, no Rio de Janeiro, em 1933, apresentou o trabalho “ A Cruzada Anti-Hanseniana no Rio Grande do Norte” Nos governos de José Augusto Bezerra de Medeiros e de Juvenal Lamartine de Faria, de 1924 a 1930, ocupou a direção do Depar- tamento de Saúde do Estado, hoje Secretaria da Saúde. Casou-se em 1928 com Maria de Lourdes Lamartine, filha do então governador Juve- nal Lamartine, que o apoiou com entusiasmo nos seus empreendimentos. Dr. Varela Santi- ago fundou a Colônia São Francisco de Assis para o tratamento dos leprosos e construiu o Educandário Osvaldo Cruz ( onde hoje fun- ciona a escola Freinet, na avenida Hermes da Fonseca), destinado aos filhos desses paci- entes. Nessa época, o isolamento do doente era compulsório e, para evitar o contágio, os filhos eram afastados dos seus pais. A Vila São Francisco dispunha de capela e de cine- ma, e o educandário, de jardim de infância e colônia de férias na praia de Cotovelo. Nas datas comemorativas, Dr. Varela Santiago promovia apresentações artísticas para o en- tretenimento dos pacientes e de seus filhos, e não media esforços para isto: certa noite de Natal, os doentes e suas famílias assistiram a uma audição de piano – para que isto fosse possível, o instrumento foi levado até o edu- candário em um caminhão. A Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio Grande do Norte, fundada em 1º de agosto de 1931, fazia suas reuniões nas de- pendências do Instituto Histórico e Geográ- fico. Dr. Varela era presidente da Sociedade de Assistência aos filhos de Lázaro, e doou uma grande área de terreno na avenida Hermes da Fonseca para a construção da sede própria da atual Associação Médica, e também do Museu Câmara Cascudo (hoje da UFRN). O terreno onde funcionava já citado Educandário Osvaldo Cruz também foi doa- do por ele. O médico dirigiu ainda o Sanatório São João de Deus, mais tarde denominado “Getúlio Vargas”, destinado ao tratamento de tuberculosos. Hoje, o sanatório é o Hospital Giselda Trigueiro, especializado em doenças infecto-contagiosas. Ele foi diretor também do Hospital de Alienados, antes conhecido como Asilo da Piedade. Em 1934, no 3º Congresso da Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Higiene Men- tal do Nordeste, foi eleito por unanimidade Presidente de Honra dessa sociedade, com sede em Recife-PE. Não exerceu o magistério superior por ter atingido a idade limite quando da fundação da nossa Faculdade de Medicina, em 1955. Mas, por decisão da Congregação de Profes- sores da Faculdade de Medicina, em março de 1965 foi conferido ao Dr. Varela Santiago o título de Professor Honorário. Foi sócio Bene- mérito da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio Grande do Norte. A modéstia era sua característica mais marcante: não procurava aparecer nem se preocupava com a propaganda do que es- tava realizando. O escritor Manoel Rodrigues de Melo confidenciou a um amigo que, du- rante a construção da Academia Norterio- grandense de Letras, quando tinha dificul- dades em fazer o pagamento da folha dos operários, recebia quantias vultosas de um doador que exigia que seu nome não cons- tasse na lista dos contribuintes. Este doador anônimo era o Dr. Varela Santiago. Na nobre profissão de médico, teve opor- tunidade de atender uma multidão de neces- sitados, sem visar interesse pecuniário. Usou da filantropia em benefício da coletividade, e não esqueceu da importância da educação para a formação de uma juventude sadia - de corpo e mente. Na sessão solene de inaugu- ração do Instituto de Proteção à Infância do RN, o Dr. Meira e Sá o chamou de “ apóstolo da ciência”. Em 1967 , em uma de suas freqüentes viagens ao Rio de Janeiro para visitar famili- ares, sofreu grave acidente que lhe causou fratura de bacia, obrigando –o a submeter-se a uma delicada cirurgia para um paciente de 82 anos. Felizmente o tratamento resultou em seu completo restabelecimento. Regres- sou a Natal e continuou com suas funções na Liga de Ensino, entidade que se dedicou por 30 anos . Faleceu em 15 de julho de 1977, aos 92 anos de idade. Fontes: Perfis de médicos do Rio Grande do norte. Dr Clovis Travassos Sarinho (1984) Dr. Manoel de Medeiros Brito - Presidente da Liga de Ensino do Rio Grande do Norte No dia 08 de de julho, diretores, coorde- nadores e encarregados de setores do Hos- pital do Coração participaram de um almoço em homenagem ao Dr. Marcos Leão, em re- conhecimento aos quatro anos de dedicação e empenho como um dos diretores da insti- tuição. Dr. Marcos Leão deixou a direção médica do hospital a pedido, porque vai fazer uma especialização no exterior . No seu lugar, foi eleito para assumir o cargo o cardiologista Nélson Solano. No ocasião, Dr. Marcos Leão foi home- nageado com uma placa de agradecimento dos colegas do hospital. Também compa- receram ao almoço o Diretor –Administra- tivo, Dr. Lauro Arruda; o Diretor-Financeiro, Dr. Elmano Marques; e o administrador do Hospital , Reinaldo Marques. Manoel VARELA SANTIAGO Sobrinho: Médico, educador e filantropo Almoço de despedida: Dr. Marcos Leão Varela Santiago: Com prática médico-cirúrgica nos hospitaes de Paris e Lauzanna. Dá consultas das 8 às 11 e das 2 às 6 à Praça Augustp Severo, 6. Possue um arsenal cirúrgico completo, faz todos os exames de clínica e mocroscopia indispensáveis à precisão das diagnozes. Dá consultas gratuitas aos pobres, às terças e quintas. Especialidades: operações cirúrgicas, partos, moléstias de senhoras e de creanças. Telefone 27. Com anúncios como este, publicados no jornal A República, o médico Varela Santiago divulgava seu trabalho. Conheça neste número um pouco da história deste admirável ser humano. Mais na página 5 Por Dr. Lauro Arruda - cardiologista > Continuação da pág. 5 A Voz do Coração - Julho 2013.indd 1 A Voz do Coração - Julho 2013.indd 1 26/07/2013 15:52:13 26/07/2013 15:52:13

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Suenia Samara Pereira

Jose Salatiel Ferreira Junior

Karla Krisna F. De Aquino Serafi m

Ednaldo Constantino Da Silva

Larissa Poliana Dantas Da Costa

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Isis Medeiros Da Costa Pereira

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Vaneska Silveira De Paiva Teixeira

Paulo Bruno De Oliveira De Assis

Edmar Sabino De Albuquerque

Alex Sandro De Brito

Edilene Araujo E. De Medeiros

Karla Fernandes Figueiredo

Adriana Rocha De Farias Silveira

Francisca Francinete V. Da Silva

Filizolina Elba A. Moura Raulino

Ana Rosa Nascimento Da Silva

Necesio Macena Da Costa

Maria Da Conceicao O. De Araujo

Solange Bezerra

Marcia Maria De Azevedo

Jose Helder Carvalho De Franca

Nadjackson Gonzaga De Lima

Claudiane Lima Dos Santos

Neiza Lopes Da Costa

Alessandra Ezequiel De Araujo

Marcelo Martins De Oliveira

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Check-up:

momento de

botar a saúde

em diaViver mais e com qualidade de vida: quem não quer? E na busca pela saúde, nada melhor do que se prevenir. Mas nem sempre há tempo para isto: por isso, desde 2008, o Hospital do Coração de Natal conta com os serviços do Check-Up Executivo, que permite rapidez nos procedimentos e avaliação multidisciplinar.

Gripe X Resfriado: você sabe a diferença?Dias chuvosos e mudanças repentinas de temperatura facilitam o aparecimento das viroses. Entre as mais comuns, estão as gripes e resfriados. E qual a diferença entre as duas doenças? Como evitar, como tratá-las, quando procurar ajuda médica?

Mais nas páginas 2 e 3

Almoço de despedida para

Dr. Marcos Leão

Coordenadores, encarregados de setores e diretores do Hospital do Coração ofereceram um almoço de despedida para o Dr. Marcos Leão, que deixou a direção médica do Hospital.

Coluna Cultural

Nossa dica de livro: Formosa és: Memorias do Internato, de Clotilde Tavares. A escritora, que é formada em medicina, conta, numa prosa saborosa e tocante, suas memórias do tempo em que foi aluna interna de um colégio de freiras na Paraíba.

Página 4 Página 6

Veículo de divulgação do Hospital do Coração Ano VIII - Nº 91 - Julho de 2013Nasceu em 28 de abril de 1885 , no en-genho Boa Vista, em Touros, RN. De família de agropecuaristas, fez o curso primário em sua própria residência e o curso de humani-dades no Atheneu Norteriograndense, em Natal. Iniciou o curso universitário na Facul-dade de Medicina da Bahia, onde cursou até o quarto ano. Depois, se transferiu para a Fa-culdade Nacional de Medicina, no Rio de Ja-neiro, então capital da república, concluindo o curso em 1910, quando apresentou a tese ”Estudo Clínico das Paralisias Consequentes à Sífi lis Cerebral “. Recém formado, viajou para a França, onde se especializou em Pediatria.

De volta à Natal, abriu uma das salas de sua residência, na rua Conceição, no centro, para atendimentos gratuitos às crianças ca-rentes . Divulgador da “idéia social e humani-tária” do Dr Arthur Moncorvo Filho, fundador do Instituto de Proteção e Assistência à In-fância do Rio de Janeiro, Dr. Varela Santiago utilizava-se do jornal A República para difun-dir os ideários médico-higienistas através de práticas fi lantrópicas. Em 12 de outubro de 1917, fundou o Instituto de Proteção à Infân-cia do Rio Grande do Norte (IPAI-RN), com a fi nalidade de prestar assistência médico-social gratuita à infância desamparada, sem qualquer discriminação de credo político ou religioso, ou qualquer preconceito de raça ou de cor. Segundo o artigo 5º de seu estatuto, “é uma instituição de caráter fi lantrópico, não podendo auferir lucros para distribuição de dividendos aos seus associados, e todos os serviços assistenciais serão prestados gra-tuitamente”. A solenidade de inauguração ocorreu no então teatro Carlos Gomes (hoje Alberto Maranhão) sendo o conselho pro-visório constituído pelo Dr. Meira e Sá, como presidente, e o Monsenhor Alfredo Pegado, vice-presidente. O IPAI-RN era mantido por donativos recolhidos através dos sócios pro-tetores e contribuintes; de eventos como quermesses e apresentações cinematográ-fi cas e das comissões de senhoras arrecada-doras. Nessa iniciativa, destacou-se a poetisa Palmyra Wanderley, conceituada intelectual, assídua colaboradora em jornais potiguares e de outros estados, que se engajou nessa obra juntamente com outras cinquenta mu-lheres. A sede própria foi construída na ave-nida Deodoro, em Natal, dotada de ambu-latório médico, onde, além das consultas, era distribuído o medicamento prescrito.

Segundo Dr. Clovis Sarinho, a trajetória histórica do IPAI-RN teve quatro fases:

1) A Casa Aberta- o atendimento pioneiro na residência do Dr. Varela Santiago

2) A Associação de Proteção à Infância Abandonada- fase de mobilização da socie-dade natalense e fundação do IPAI-RN (1917-

1928)3) A Sede do Instituto de Proteção e As-

sistência à Infância – fase da institucionaliza-ção das práticas médico-fi lantrópicas (1928-1936)

4) O Instituto de Proteção e geração do Hospital Infantil Varela Santiago- fase de ex-pansão dos serviços médicos-laboratoriais e cirúrgicos ( a partir de 1936)

O prédio do instituto, no centro da ci-dade, é uma bela obra arquitetônica em forma de fl or, projeto do arquiteto Miguel Micucci, e foi tombado pelo estado em 1992. Ao término do governo de Aluizio Alves, em 1965, o IPAI teve seu ambulatório transforma-do em unidade hospitalar, com a construção de enfermarias e demais dependências exigi-das para o funcionamento ideal de um hos-pital infantil, em terreno anexo adquirido e doado pelo governo do estado, que também forneceu os recursos fi nanceiros necessários para a aquisição de todo equipamento hos-pitalar. A nova unidade foi denominada Hos-pital Infantil Varela Santiago e iniciou suas atividades sob a direção do médico Silvino Lamartine de Faria.

O médico fundou ainda outras institu-ições e teve importantes atuações em con-gressos. Em 1919, Dr. Varela Santiago era professor fundador da Escola Doméstica de Natal ( onde lecionou Puericultura e Higiene), e fundou o Jardim de Infância e o Instituto de Puericultura da escola. Anos mais tarde, assu-miu a presidência da Liga de Ensino, quando teve o grande desafi o de construir e inaugu-rar, em 1953, o prédio onde atualmente fun-ciona a escola, no bairro do Tirol. Ele indicou a novacruzense professora de Educação Físi-ca Noilde Pessoa Ramalho para ser a diretora da ED, em 1945. Anteriormente, a escola fun-cionava no bairro da Ribeira.

Em 1922, participou do 1º Congresso Brasileiro de Proteção e Assistência à Infân-cia, tendo apresentado o trabalho “ O primei-ro ano de policlínica do Instituto de Proteção à Infância do Rio Grande do Norte”.

Em 1928, no 4º Congresso Sul Americano de Higiene, Microbiologia e Patologia, no Rio

de Janeiro, apresentou o trabalho “ A Lepra no Rio Grande do Norte”. Na Conferência da Campanha contra a Lepra, no Rio de Janeiro, em 1933, apresentou o trabalho “ A Cruzada Anti-Hanseniana no Rio Grande do Norte”

Nos governos de José Augusto Bezerra de Medeiros e de Juvenal Lamartine de Faria, de 1924 a 1930, ocupou a direção do Depar-tamento de Saúde do Estado, hoje Secretaria da Saúde.

Casou-se em 1928 com Maria de Lourdes Lamartine, fi lha do então governador Juve-nal Lamartine, que o apoiou com entusiasmo nos seus empreendimentos. Dr. Varela Santi-ago fundou a Colônia São Francisco de Assis para o tratamento dos leprosos e construiu o Educandário Osvaldo Cruz ( onde hoje fun-ciona a escola Freinet, na avenida Hermes da Fonseca), destinado aos fi lhos desses paci-entes. Nessa época, o isolamento do doente era compulsório e, para evitar o contágio, os fi lhos eram afastados dos seus pais. A Vila São Francisco dispunha de capela e de cine-ma, e o educandário, de jardim de infância e colônia de férias na praia de Cotovelo. Nas datas comemorativas, Dr. Varela Santiago promovia apresentações artísticas para o en-tretenimento dos pacientes e de seus fi lhos, e não media esforços para isto: certa noite de Natal, os doentes e suas famílias assistiram a uma audição de piano – para que isto fosse possível, o instrumento foi levado até o edu-candário em um caminhão.

A Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio Grande do Norte, fundada em 1º de agosto de 1931, fazia suas reuniões nas de-pendências do Instituto Histórico e Geográ-fi co. Dr. Varela era presidente da Sociedade de Assistência aos fi lhos de Lázaro, e doou uma grande área de terreno na avenida Hermes da Fonseca para a construção da sede própria da atual Associação Médica, e também do Museu Câmara Cascudo (hoje da UFRN). O terreno onde funcionava já citado Educandário Osvaldo Cruz também foi doa-do por ele.

O médico dirigiu ainda o Sanatório São João de Deus, mais tarde denominado

“Getúlio Vargas”, destinado ao tratamento de tuberculosos. Hoje, o sanatório é o Hospital Giselda Trigueiro, especializado em doenças infecto-contagiosas. Ele foi diretor também do Hospital de Alienados, antes conhecido como Asilo da Piedade.

Em 1934, no 3º Congresso da Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Higiene Men-tal do Nordeste, foi eleito por unanimidade Presidente de Honra dessa sociedade, com sede em Recife-PE.

Não exerceu o magistério superior por ter atingido a idade limite quando da fundação da nossa Faculdade de Medicina, em 1955. Mas, por decisão da Congregação de Profes-sores da Faculdade de Medicina, em março de 1965 foi conferido ao Dr. Varela Santiago o título de Professor Honorário. Foi sócio Bene-mérito da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio Grande do Norte.

A modéstia era sua característica mais marcante: não procurava aparecer nem se preocupava com a propaganda do que es-tava realizando. O escritor Manoel Rodrigues de Melo confi denciou a um amigo que, du-rante a construção da Academia Norterio-grandense de Letras, quando tinha difi cul-dades em fazer o pagamento da folha dos operários, recebia quantias vultosas de um doador que exigia que seu nome não cons-

tasse na lista dos contribuintes. Este doador anônimo era o Dr. Varela Santiago.

Na nobre profi ssão de médico, teve opor-tunidade de atender uma multidão de neces-sitados, sem visar interesse pecuniário. Usou da fi lantropia em benefício da coletividade, e não esqueceu da importância da educação para a formação de uma juventude sadia - de corpo e mente. Na sessão solene de inaugu-ração do Instituto de Proteção à Infância do RN, o Dr. Meira e Sá o chamou de “ apóstolo da ciência”.

Em 1967 , em uma de suas freqüentes viagens ao Rio de Janeiro para visitar famili-ares, sofreu grave acidente que lhe causou fratura de bacia, obrigando –o a submeter-se a uma delicada cirurgia para um paciente de 82 anos. Felizmente o tratamento resultou em seu completo restabelecimento. Regres-sou a Natal e continuou com suas funções na Liga de Ensino, entidade que se dedicou por 30 anos .

Faleceu em 15 de julho de 1977, aos 92 anos de idade.

Fontes: Perfi s de médicos do Rio Grande do norte. Dr Clovis Travassos Sarinho (1984)Dr. Manoel de Medeiros Brito - Presidente da Liga de Ensino do Rio Grande do Norte

No dia 08 de de julho, diretores, coorde-nadores e encarregados de setores do Hos-pital do Coração participaram de um almoço em homenagem ao Dr. Marcos Leão, em re-conhecimento aos quatro anos de dedicação e empenho como um dos diretores da insti-tuição.

Dr. Marcos Leão deixou a direção médica do hospital a pedido, porque vai fazer uma especialização no exterior . No seu lugar, foi eleito para assumir o cargo o cardiologista Nélson Solano.

No ocasião, Dr. Marcos Leão foi home-nageado com uma placa de agradecimento dos colegas do hospital. Também compa-receram ao almoço o Diretor –Administra-

tivo, Dr. Lauro Arruda; o Diretor-Financeiro, Dr. Elmano Marques; e o administrador do Hospital , Reinaldo Marques.

Manoel VARELA SANTIAGO Sobrinho: Médico, educador e fi lantropo

Almoço de despedida: Dr. Marcos Leão

Varela Santiago:Com prática médico-cirúrgica nos hospitaes de Paris e Lauzanna. Dá consultas das 8 às 11 e das 2 às 6 à Praça Augustp Severo, 6. Possue um arsenal cirúrgico completo, faz todos os exames de clínica e mocroscopia indispensáveis à precisão das diagnozes. Dá consultas gratuitas aos pobres, às terças e

quintas. Especialidades: operações cirúrgicas, partos, moléstias de senhoras e de creanças. Telefone 27.

Com anúncios como este, publicados no jornal A República, o médico Varela Santiago divulgava seu trabalho.Conheça neste número um pouco da história deste admirável ser humano.

Mais na página 5

Por Dr. Lauro Arruda - cardiologista

> Continuação da pág. 5

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VOZ DO CORAÇÃO | Julho 2013 VOZ DO CORAÇÃO | Julho 2013 VOZ DO CORAÇÃO | Julho 2013

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Redação

Ana Luiza Câmara 470 – DRT/RN

Diagramação

João Paulo de Almeida84 9902-9225

Tiragem

1.000 exemplares

Hospital do Coração de Natal

Rua Auris Coelho, 235 - Lagoa Nova - Natal/RN Tel. (84) 4009-2000 | Fax: (84) 4009-2023

E x p e d i e n t eMissão

Servir à comunidade e promover satisfação, saúde e melhoria da qualidade de vida à população

Política de Qualidade

Agir com vistas ao desenvolvimento contínuo, inovação e melhoria dos serviços de saúde em urgência e emergência, proporcionando aos clientes a satisfação pelos serviços recebidos e aos colaboradores a oportunidade de atingirem seus objetivos profi ssionais e pessoais.

Check-up Executivo: saúde pra quemnão tem tempo a perder

Gripe x Resfriado: como diferenciar,tratar e evitar complicações

Sabemos que cuidar da saúde é essencial. E, como diz o ditado, melhor prevenir que re-mediar. O quanto antes alterações prejudici-ais à nossa saúde forem descobertas, maior a chance de sucesso no tratamento. Por isso a importância dos check-ups. Mas, afi nal, o que é um check-up? O check-up é uma avaliação médica associada a exames com o objetivo de informar e realizar formas de prevenção e de diagnóstico de doenças que podem já estar instaladas, porém ainda não manifesta-das (colesterol alto, diabetes, hipertensão, por exemplo) e cujo tratamento impactará benefi camente na qualidade de vida das pessoas. Os primeiros check-ups foram feitos nos Estados Unidos, na década de sessenta. O check-up vai permitir também sabermos o que estamos fazendo de errado com o nosso organismo e nosso corpo através da identi-fi cação de hábitos de vida prejudiciais e de indicadores de risco de doenças – assim, é possível transformar o momento desta avali-ação de saúde em um momento de refl exão e de mudança de hábitos de vida.

Mas na correria do dia-a-dia, poucas são as pessoas que conseguem fazer isso. As jus-tifi cativas são as mais variadas: vida profi s-sional atribulada, viagens etc. De fato, se uma pessoa for fazer todos os exames necessários

para dar uma geral na saúde, perde-se muito tempo em consultórios, laboratórios etc. E nem todo mundo sabe que tipo de exames são essenciais na hora de fazer um check-up. Foi com o objetivo de facilitar a vida de quem não tem tempo a perder que o Hospital do Coração de Natal criou o seu programa de Check-Up Executivo.

“ O Hospital do Coração foi pioneiro aqui no estado na realização dos check-ups. Dis-pomos do serviço desde 2008”, informou Dr. Lauro Arruda Câmara, diretor-administrativo do hospital. “Nossa ideia foi facilitar a vida das pessoas ocupadas, que têm muitos com-promissos, poucos horários livres, mas que precisam se cuidar. O objetivo do check-up é antecipar-se às enfermidades, detectando de modo precoce alterações no funcionamento do organismo, oferecendo um programa de diagnóstico integrado à identifi cação de fa-tores de risco e proporcionado melhor quali-dade de vida a nossos usuários”.

E como esse programa funciona? Em ape-nas um expediente (das 6h30 às 12h30) o pa-ciente faz quarenta exames diferentes, sem-pre acompanhando por um funcionário do hospital. Ao chegar, em jejum, começa a bateria de exames laboratoriais. Depois de fazer os exames que exigem o jejum, o paciente toma

o café da manhã no próprio hospital e segue realizando procedimentos como teste ergo-métrico, ecocardiografi a, eletrocardiologia, ultrassonografi as, radiografi as, audiometria, avaliação da função pulmonar etc. Com o resultado dos exames em mãos, o paciente é atendido por um cardiologista e também se consulta com um nutricionista. Ele recebe todos os retornos e laudos de seus exames e, se necessário, caso seja detectada alguma al-teração nas avaliações feitas, ele é orientado a procurar um especialista.

O programa de Check-Up do Hospital do Coração de Natal é utilizado por executivos de empresas como a Cosern, Alesat Com-bustíveis, Localiza, Capuche, Hotel Parque da Costeira. Outros usuários que procuram o serviço são os turistas estrangeiros que escolheram Natal como segunda moradia e que quando vêm para cá aproveitam as féri-as não só para curtir nossas belezas naturais mas também para fazer uma avaliação geral da saúde.

O serviço de Check-up Executivo não é feito através de convênios médicos. Os in-teressados em maiores informações ou em agendar um Check-up Executivo podem li-gar para o Hospital do Coração, nos telefone 4009-2410 ou 4009-2050.

Nesse período do ano, com as mudan-ças repentinas de clima – hora faz sol, de re-pente chove e muitas vezes esfria- aumenta o número de doenças infecto-contagiosas: com a chuva, o hábito de fi car em ambientes fechados aumenta, e proximidade entre as pessoas facilita a transmissão dos vírus em lugares muitas vezes não ventilados, onde as pessoas tossem, espirram, ou falam muito perto umas das outras.

Entre as doenças virais mais comuns, es-tão as gripes e resfriados, que são doenças diferentes, causadas por vírus diferentes, mas que partilham sintomas em comum, motivo pelo qual muitas pessoas acham que ambas são sinônimos. Não são. Apesar de serem parecidos, gripe é gripe, e resfriado é resfriado.

Vejamos as semelhanças:- Gripe e resfriado são infecções extrema-

mente comuns- Gripe e resfriado são causados por vírus.- Gripe e resfriado podem causar sinto-

mas respiratórios altos, como coriza, tosse e espirros.

- Gripe e resfriado apresentam forma de contágio semelhante e são facilmente trans-missíveis de uma pessoa para outra.

Pronto, as semelhanças param por aí. A gripe é uma infecção mais forte que o resfri-ado, costuma durar mais tempo e apresenta maior taxa de complicações, como pneumo-nia,. A gripe pode ser perigosa em idosos, bebês e pessoas com imunidade baixa. O resfriado raramente causa complicações.

Como distinguir gripe de resfriado?

A gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus da família infl uenza. Exis-tem vários subtipos de infl uenza, capazes de provocar quadros gripais mais ou menos

graves. O resfriado também é uma infecção respiratória viral, mas existem dezenas de vírus diferentes que podem provocar o resfriado,como Rinovírus, Adenovírus, Para-infl uenza . Mais à frente vamos falar mais de-talhadamente sobre esses vírus.

Duas das principais diferenças entre a gripe e o resfriado são a febre e o estado geral do paciente. Enquanto o resfriado não costuma provocar febre (exceto em crianças pequenas), na gripe a febre é comum e cos-tuma ser acima de 38ºC. Na gripe, o paciente apresenta-se prostrado, com dor de cabeça e, frequentemente, dor nos músculos e arti-culações. No resfriado, o paciente tem coriza, tosse e espirros, mas encontra-se mais ou menos bem disposto, apenas incomodado com os sintomas.

Sintomas do Resfriado

O resfriado é extremamente contagioso e a transmissão é feita através de aerossóis da tosse ou espirro e pelo contato com mãos infectadas. Os sintomas surgem de 24 a 72 horas após a transmissão. Costuma durar de cinco a sete dias, porém em 25 por cento dos casos, os sintomas persistem por até duas se-manas. A maioria das pessoas apresenta de três a cinco quadros de resfriado por ano.

Os sintomas mais comuns são rinite, tosse e espirros. Pode ocorrer dor de garganta de curta duração nos primeiros dias. A tosse seca pode durar até semana depois do fi m dos sintomas. Em adultos, raramente ocorre febre. O resfriado é contagioso apenas du-rante os três primeiros dias de sintomas.

As complicações são raras e incluem exa-cerbação de asma e presença de infecção bacteriana associada, sinusite ou otite.

Sintomas da Gripe

A gripe é causada pelo família do vírus Infl uenza e apresenta um quadro clínico mais rico que o resfriado, com febre alta, dores pelo corpo, dor de cabeça, mal estar, perda do apetite, dor de garganta e tosse. Na gripe, os sintomas costumam aparecer subi-tamente, ao contrário do resfriado, onde eles surgem gradualmente. A tosse e a febre são sintomas precoces.

O modo de transmissão é igual ao do res-friado, e o tempo de doenaç costuma ser de até duas semanas. O período em que o pa-ciente pode contaminar outras pessoas dura até sete dias ou 24 horas após a resolução da febre. A gripe apresenta maior taxa de com-plicações, como pneumonia pelo próprio In-fl uenza ou por bactérias oportunistas que se

aproveitam do estado debilitado do paciente para atacar seus pulmões.

Tanto a gripe comum quanto a gripe A (subtipo H1N1) apresentam quadro clínico e taxas de complicações semelhantes, sen-do impossível a sua distinção sem exames laboratoriais. Além da vacina contra a gripe, existem remédios contra o infl uenza. Esse tratamento específi co é indicado em pessoas do grupo de risco, que aprensetam maior chance de desenvolver complicações.

Apesar da imagem de doença branda, a gripe é responsável por milhares de mortes todos os anos, em todos os países, principal-mente quando atinge pessoas do grupo de risco, descrito acima. A taxa de mortalidade da doença é baixa ( 0,3 por cento dos doen-tes), mas como a gripe é altamente contagi-osa ( infecta mais de um bilhão de pessoas a cada ano), acaba causando muitas mortes.

É importante lembrar que a imensa maioria das pessoas vai ter vários episódios de gripe ao longo da vida sem desenvolver complicações,por isso, o tratamento com antivirais específi cos só deve ser feito após avaliação médica.

Prevenção da gripe e do resfriado Como já dissemos, as duas viroses são

altamente contagiosas. Quando se mora ou trabalha com alguém infectado, é quase im-possível não entrar em contato com o vírus. Algumas dicas de como reduzir o risco de transmissão:

- Evitar contato próximo com pessoas contaminadas ( pelo menos dois metros)

- Evitar contato direto das mãos com os olhos e boca sem antes as terem lavado.

- Lavar as mãos com água e sabão ( ou solução alcoólica apropriada) frequente-mente

- Evitar fi car em ambientes com pouca cir-culação de ar e com muitas pessoas

- Idosos e pessoas do grupo de risco de-vem ser vacinados anualmente

Conversamos com Dr. Elmano Marques, pneumologista e diretor do Hospital do Co-ração de Natal, que nos tira mais dúvidas so-bre as duas doenças:

É verdade que os vírus da gripe estão

em constante mutação e por isso não con-

seguimos criar uma defesa imunológica

permanente?

Dr. Elmano: - Sim, inclusive a vacina con-tra a gripe é alterada frequentemente, levan-do em conta esses novos vírus mutantes.

As pessoas resfriadas precisam ir ao

médico? Como devem se tratar, o que to-

mar? E no caso da gripe?

Dr. Elmano: - Sim, notadamente os idosos e pacientes com defi ciência imunológica, com a fi nalidade de receber orientações. Os

medicamentos serão prescritos de acordo com a sintomatologia oferecida pelo pacien-te. No caso da gripe a ida ao médico é funda-mental, já que a doença oferece muito mais riscos de complicações.

E a vacina contra a gripe, é efi caz?

Quem a toma está livre de contrair a

doença?

Dr. Elmano: -Sim, e além da vacina, já existem remédios específi cos contra a gripe que, quando indicados, devem ser admi-nistrados com no máximo 48 horas do início da doença. O mais conhecido é o Tamifl u . O tratamento específi co é indicado em crian-ças, idosos e pessoas com comprometimen-to do sistema imunológico. O Tamifl u não cura imediatamente a gripe, mas reduz seu tempo de duração e ajuda a prevenir compli-cações. Quem toma a vacina não está livre de contrair a doença porque o vírus da gripe so-fre alterações, por isso uma nova vacina tem que ser feita e utilizada ano após ano. E to-dos que fazem parte do grupo de risco, cita-do acima, devem tomar obrigatoriamente a vacina.

Quais as complicações que a gripe

pode trazer e como evitá-las? E no res-

friado?

Dr. Elmano: As complicações mais co-muns são otite média e pneumonia. A forma de evitá-las é tratando logo dos sintomas para que elas não aconteçam. No caso do resfriado, as complicações mais comuns são sinusite e otite média.

Diretoria

Dr. Lauro Arruda CâmaraDiretor Administrativo

Dr. Elmano MarquesDiretor Financeiro

Dr. Nelson Solano ValeDiretor Médico

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Vírus

Febre

Dor de Cabeça

Dores pelo Corpo

Coriza Nasal

Espirros

Dor de Garganta

Fraqueza

Tosse

Tempo de Incubação

Duração da Doença

Período Contagioso

Abertura do Quadro

Complicações Comuns

Rinovírus na maioria dos casos, mas também pode ser causado por Adenovírus, Vírus sincicial respiratório, Coro-navírus, Parainfl uenza, entre outros.

Pouco comum nos adultos, mas frequente em crianças pequenas. Costuma ser baixa.

Raro.

Raro, quando presentes são leves.

Muito Comum.

Muito Comum.

Muito comum e surge habitualmente já no 1º dia de doença.

Pouco comum.

Tosse seca leve a moderada.

24 a 72 horas.

3 a 7 dias na maioria dos casos, mas em 1/4 dos pacientes, a doença persiste por até 14 dias.

Inicia-se 12 a 24 horas após o primeiro contato com o vírus, mas o pico ocorre entre o 2º e 4º dias de sintoma.

Piora gradual ao longo dos 2-3 primeiros dias.

Otite média e sinusite.

São causados pela família do vírus Infl uenza.

Muito comum, geralmente acima de 38º. Em crian-ças, a febre pode passar dos 40º.

Muito comum.

Comum e habitualmente bem incômodas.

Pode haver ou não.

Pode haver ou não.

Pode haver ou não.

Muito comum e pode durar vários dias.

Comum, pode haver expectoração.

24 a 96 horas.

2 a 5 dias, mas a tosse e o cansaço podem durar se-manas para desaparecer.

Inicia-se 12 horas após o primeiro contato com o vírus, mas o pico ocorre entre o 1º e o 6º dias de sin-tomas.

Início súbito, com pico dos sintomas em poucas horas.

Otite média e pneumonia.

Caracteríticas Resfriado Gripe

Clotilde Tavares nasceu em Campina Grande, na Paraíba. É formada em medicina e especialista em epidemiologia pela UFRN, além de ter mestrado em Nutrição em saúde Pública pela UFPE. Já foi professora de Nu-trição na UFRN, e também ensinou Teatro no Departamento de Artes da UFRN.

Atualmente, suas atividades estão volta-das para o teatro, a literatura e os estudos so-bre cultura popular. Tem vinte obras publica-das de fi cção ou não, entre crônicas, contos, literatura infantil, poesia e holística, além de participação em antologias. Os mais conhe-

cidos são “Bilhetes Suicidas”, “A Botija”, “A Magia do Cotidiano”, “Natal, a Noiva do Sol”, “Coração Parahybano”, “Iniciação à Visão Holística”.

O livro que indicamos nessa edição, “For-mosa És: memórias do internato ( Editora Jovens Escribas), foi o mais recente escrito pela multifacetada Clotilde. Nele, ela fala so-bre o tempo que passou no colégio interno, quando ainda era criança.

As dúvidas, os sonhos e a solidão da me-nina de oito anos são contados com ternura e humor pela escritora.

Clotilde Tavares disse certa vez, no seu blog, que “es-creve por prazer e fi ssura. Nunca para fazer literatura”. E o leitor pode ter certeza: ler os livros de Clotilde é mes-mo um prazer.

“Formosa és: memórias do internato” , pode ser encontrado nas livrarias ou no site da editora (www.jovensescribas.com.br) .

“Formosa és: memórias do internato” - Clotilde Tavares

Coluna CulturalLeia um livro, veja um fi lme... divirta-se!

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