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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PRÓ-REITORIA DE ENSINO CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA BIGUAÇU JOYCE DE SOUZA VIEIRA A VOZ DO PAI NA FAMÍLIA RECASADA (Recasamento e parentalidade paterna) BIGUAÇU 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA BIGUAÇU

JOYCE DE SOUZA VIEIRA

A VOZ DO PAI NA FAMÍLIA RECASADA

(Recasamento e parentalidade paterna)

BIGUAÇU

2011

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JOYCE DE SOUZA VIEIRA

A VOZ DO PAI NA FAMÍLIA RECASADA

(Recasamento e parentalidade paterna)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito para obtenção do grau de Bacharel em

Psicologia na Universidade do Vale do Itajaí no

curso de Psicologia, orientado pela professora Ana

Paula Balbueno Karkotli.

BIGUAÇU

2011

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DEDICATÓRIA:

AOS TRÊS HOMENS DA MINHA VIDA...

Meu pai...

JOSÉ LUIZ

(in memorian, mas vivo no meu coração)

Meu marido...

JAAZIEL VIEIRA

(pai dos meus filhos, amor da minha vida)

Meu filho...

JONATHA KAWAN

(pai dos meus futuros netos, presente de Deus)

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AGRADECIMENTOS:

À Deus, Senhor da minha vida! Protetor, orientador, criador, majestoso e triúnico!

À Jemily, minha filha amada! Companheira, compreensiva, incentivadora, meu doce de

côco branco!

À minha igreja, Presbiteriana Renovada, fonte de motivação para cursar Psicologia!

À minhas colegas de turma, Carol e Marta, cinco anos de convivência que

possibilitaram desenvolver bons relacionamentos em meio às diferenças.

À minha orientadora, Ana Paula, motivadora, sensível e carinhosa!

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RESUMO

VIEIRA, Joyce de Souza. A Voz do pai na família recasada: recasamento e

parentalidade paterna. Trabalho de Iniciação Cientifica (graduação em Psicologia)

Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2011.

Este estudo apresenta como tema central a parentelidade paterna no recasamento, este é

fenômeno que se apresenta como um objeto estudo novo, e para sua compreensão foi

preciso construir um quadro teórico com os seguintes temas: Família: um sistema em

transformação; Recasamento: a família modificada; Parentalidade e relações familiares;

Pai: o seu lócus no recasamento. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, por

meio de estudo de caso de dois homens que vivenciam a paternidade no recasamento.

Para a coleta dos dados foi utilizada a entrevista semi estruturada e o genograma. A

análise ocorreu com a articulação do quadro teórico e falas dos entrevistados, para isso

foram criadas 10 categorias: 1- Paternidade no casamento; 2- Educação dos filhos no

casamento; 3- Percepção do desenvolvimento da função paterna no casamento; 4-

Motivação para o recasamento; 5- Percepção do desenvolvimento da função paterna no

recasamento; 6- Relacionamento com os filhos do recasamento (nossos); 7-

Relacionamento com os filhos do casamento (meus); 8- Relacionamento com filhos da

companheira (seus); 9- Facilidades na relação com os filhos (nossos, meus, seus); 10-

Dificuldade na relação com os filhos (nossos, meus, seus). A pesquisa confirmou a

relação distante entre pai e filhos do primeiro casamento (os meus), possibilitou

verificar que o pai na família recasada continua ocupando seu lugar de pai

tradicionalmente, repetindo o padrão do casamento, quando desenvolve sua

parentalidade paterna com os filhos do casal recasado (os nossos). Quanto aos filhos da

companheira (os teus), foi possível a verificação de que, a parentalidade paterna se

modifica, o pai ocupa um espaço limitado e indefinido para desenvolver seu papel e

função.

Palavras Chaves: Família, Recasamento, Parentalidade, Paternidade.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Genograma do S1 ................................................................................................ 23

Figura 2: Genograma do S2.................................................................................................24

Tabela 1: Símbolos utilizados na pesquisa ......................................................................... 22

Tabela 2: Categorias desenvolvidas a partir dos discursos dos sujeitos .............................. 25

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 6

2 REFERENCIAL TEÓRICO: .......................................................................................... 8

2.1 Família: um sistema em transformação ........................................................................... 8

2.2 Recasamento: a família modificada ............................................................................... 10

2.3 Parentalidade: a mescla de relacionamentos ................................................................ 12

2.4 Pai: o seu lócus no recasamento. .................................................................................. 14

3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 17

3.1 Tipo de pesquisa ........................................................................................................... 17

3.2 Sujeitos da pesquisa ...................................................................................................... 18

3.3 Instrumentos de coleta de dados.. .................................................................................. 18

3.4 Análise dos dados coletados. ....................................................................................... 19

3.5 Procedimentos ............................................................................................................... 19

3.6 Cuidados éticos ............................................................................................................. 20

4 APRESENTAÇÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA ................................................ 22

5 DEFINIÇÃO DAS CATEGORIAS .............................................................................. 25

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ..................................................................... 27

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 37

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 39

APÊNDICES ...................................................................................................................... 45

APÊNDICE A- ENTREVISTA S1 ................................................................................... 46

APÊNDICE B - ENTREVISTA S2 .................................................................................. 52

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – ENTREVISTA S1

Nome: S1

Idade: 65 anos

Quantidade de filhos: 3 filhos

Escolaridade: Ensino médio incompleto

Profissão: Técnico em eletrônica (aposentado)

SOBRE O PRIMEIRO CASAMENTO

Quanto tempo você esteve casado?

20 anos.

Teve quantos filhos?

2 filhos homens.

Como foi, durante o tempo que você vivenciava o primeiro casamento, a relação

com os filhos?

Sempre foi bom, com os meus filhos sempre foi bom. Hoje eles têm 36 e 37

anos.

Como desenvolvia suas tarefas de pai durante esse tempo de casamento?

Eu sempre procurei dar uma boa educação em termos de escola. Os dois fizeram

o jardim em colégio particular, eu tinha uma situação melhor que hoje. Eles fizeram os

quatro primeiros anos no colégio particular.

No quinto ano eles foram para um colégio estadual até o oitavo ano, e segundo

grau na escola técnica. Um fez curso técnico em eletrônica, e o outro tele comunicações.

Eles se formaram técnicos em eletrônica, e eu fiquei com eles mais um ano, ai eu me

afastei, eles já estavam com 19 e 18 anos, já estavam bem, ficaram preparados para

enfrentar a vida.

Depois que eu me afastei ele fizeram a faculdade sem a minha presença. O que o mais

moço, se formou em engenharia de comunicações, hoje ele trabalha em uma empresa

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grande, ele tá bem. O outro também estudou faculdade mas não formou-se, estudou

umas 4 ou 5 fases e desistiu, o mesmo curso (do irmão), mas fala inglês perfeitamente,

entende muito de programação de computador. Então esses são os dois.

Quando eu me afastei embora o casamento já estivesse uns sete, oito anos

deteriorado, eu permaneci ali até eles terem uma estrutura boa. Foi no sacrifício, não

tinha ambiente muito bom com a mulher, mas eu fiz o sacrifício ali, poderia ter ido

embora, mas eu queria que não tivesse uma cobrança deles, o pai abandonou a gente no

meio do caminho, por causa disso nós não somos o que somos, então eu fui até ali e

pronto. Agora estão bem, estão formados, estão capacitados, mas não tiro mérito deles

eles se formaram sozinhos, nisso eu não tive influência nenhuma, nem financeira.

Com a esposa sempre teve dificuldade, ela se dedicava muito aos filhos, o casal

se dedicava aos filhos, houve apoio tanto do pai como da mãe também.

SOBRE O CASAMENTO ATUAL

Quanto tempo está casado?

Com a M vai fazer oito anos em junho, ela foi morar comigo em junho de 2003.

Mas entre eu me separar e conhecer a M passou-se 5 anos, a M não foi causadora da

separação, eu ia me separar de qualquer jeito, estava com o casamento pelo pescoço.

Na minha idéia não queria outro compromisso tão cedo, na minha cabeça eu

queria passar cinco anos sozinho, sem nenhum envolvimento, poderia assim, ter

namoradinha vagamente sem compromisso. A última coisa que eu queria na vida era

outro casamento.

O que o motivou buscar o recasamento?

Depois de 5 anos mais ou menos sozinho a gente começa sentir falta de uma

companheira. Passados os 5 anos que estavam na minha cabeça, comecei a pensar em

outro envolvimento, em compromisso sério, pegar uma companheira levar para dentro

de casa para morar comigo. Eu tinha uma casa e morava sozinho, mas inda fiquei mais

dois anos morando sozinho.

Como está sendo viver o recasamento?

É tumultuado, existe uma diferença de idade muito grande, e também ela tem

uma filha que morou muito tempo comigo, (hoje ela mora em casa separada, mas no

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mesmo terreno), que trouxe alguns problemas, adolescente rebelde. Ai eu tinha duas

mulheres dentro de casa, e duas é demais, duas foi demais, se ela viesse sozinha era

mais tranquilo com certeza.

E eu não tinha experiência também, claro a gente nunca tem, a gente só vive

uma vez. Como seria levar uma mulher com uma filha para casa? A gente não sabe.

Eu digo que é quatro por um, um dia ruim e quatro não está rui, vai se levando.

Eu a acho que as dificuldade e por causa da filha dela, eu não sei o que ela esperava

desse casamento, eu não sei, talvez dar uma vida boa para a filha, tentar cuidar melhor

da filha, porque ela tinha dificuldade financeira, ela dava muita preferência à filha, mas

a filha não merecia tanta preferência, era rebelde as vezes chamava ela de burra.

Mas esses oito anos juntos é a prova que alguma coisa boa tem, desde o começo

quando nós namorávamos, um mês e pouco já tinha confusão, brigas. Uma vez ela disse

que se tivesse uma casa ia embora. Disse: Eu estou aqui porque não tenho uma casa. Ai

eu comprei uma casinha para ela, disse pronto agora tens uma casinha pode ir embora,

ela perguntou: Então eu vou ganhar quanto por mês? Eu disse não vais ganhar nada, tú

és nova tens que trabalhar, tem a tua casinha, mais ela disse: Então eu não vou, vou ficar

aqui.

Esses dias, um ano, dois anos ela disse que queria embora, ai disse é só ir, ela

disse mas eu quero oitenta mil para ir embora, oitenta mil eu não tenho. Ela dizia que

queria ia embora mas colocava uma coisa difícil para não ir. Nem tudo são flores mas a

gente tem muita coisa em comum também.

Quantos filhos são do recasamento?

Um menino.

Como é ser pai nesse momento?

Eu não queria ser pai, eu não esperava ser pai novamente quando eu me separei,

mas ai acabou sendo. Ser pai é uma tarefa difícil, não é fácil, mas a gente tem que

assumir e ser pai. Colocar essa qualidade de ser pai bem na frente.

Tem duas coisas que o homem dá muito valor o sorriso de uma mulher e de uma

criança, isso paga muitas coisas. Eu acho que todo homem é assim, a ternura tem que

estar sempre no homem, e ele nunca encontra a ternura sozinho, ela encontra a ternura

no sorriso de numa mulher, da mulher dele, e no sorriso de um filho.

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Como é o relacionamento com os filhos do primeiro casamento hoje?

É distante eles estão vivendo a vida deles, eu não interfiro, estão bem.

Como é o relacionamento com os filhos do casamento atual?

A dedicação em primeiro lugar, primeiro plano, tem que estar ali, pelo menos

até os 18 anos, ai depois o problema é dele. Mas até os 18 anos o pai tem que colocar o

filho na frente dele, na frente é filho, o filho, o filho.

Mas depois dos 18 anos já tem uma profissão, então agora se vira, ai dá uma

afastada, para cuidar um pouco de mim. Foi assim que eu fiz com os primeiros, dei

profissão, dediquei, ai cuidei de mim.

Com o M vais ser assim também até os 18 anos ele está na minha frente, ele vai

ter uma profissão, vai ser independente ai é com ele, ai o espaço é dele, porque a gente

vai ter pouca influencia nele depois.

Como é o relacionamento com os filhos da companheira?

Com o menino é distante ele mora com a avó paterna em outra cidade, nunca

morou com o casal, com a menina é muito conflituoso.

Quais os fatores facilitadores na relação com seus filhos?

O amor pelos filhos, renunciar a si próprio pelos filhos pequenos, isso tem ser

feito pelo pai, e o compromisso, fazer a função e papel de pai até o filho ser homem, até

poder se virar na vida sozinho.

Existe algum tipo e dificuldade na relação com os seus filhos, (com seus, com dela,

e com os de vocês)?

O que mais incomoda é a filha dela, incomoda mais que outros todos juntos,

porque vive ali com a gente. A gente ajuda ela também, eu ganho pouco mas todo mês

dou R$150,00 para ela, o pai dela não dá nada, sempre a gente ajuda.

Mas hoje está bom, hoje não está ruim não, ele teve filho agora, já é uma mãe, já

não faz mais maldade com o M, o momento está mais ou menos bom.

O que você faz como pai hoje?

Sempre que um filho faz uma coisa errada é obrigação do pai dizer isso esta feito

errado, não faz isso, estar sempre corrigindo, isso é obrigação. Aquele carinho maior, a

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mãe tem ser mais presente naquele carinho, naquele afago, naquele passar a mão. A M

em casa sempre troca a roupa dele, dá aquele banhozinho, acho que isso é mais mãe, o

pai pode fazer também, mas a mãe é mais ali.

A disciplina mais forte, quando tem que pegar mais pesado acho que é mais com

o pai. Então tem esse lado mais meigo da mãe, mas o pai tem que ser meigo também, o

lado de não mexe ai, não faz isso, o lado de ser mais forte é o pai, tanto é que ele

respeita mais o pai nessa hora do que a mãe, mas sente mais falta de uma mãe do que de

um pai. Não impede que a mãe seja durona em certos momentos. O pai tem que ser

mais durão e a mãe mais meiga.

Quanto tempo você passa com os filhos (com os seus, com os dela, e com os de

vocês)?

Com o M quase 24 horas por dia, eu não durmo fora, eu levo ele na escola todo

dia, vou buscar, eu tenho uma presença bem constante, os demais já são casados, quase

não tem contato.

Que tipo de atividades vocês desenvolvem juntos?

Passear na praia, levo no parque, para gastar as energias dele, fazer ele correr,

pular, pintar, isso a gente faz bastante. Uma terapia física. Como ele gosta de pintar, a

gente compra bastante lápis de cor, folha, eu não sei pintar, mas a gente dá baste lápis

de cor, bastante folha ele vai pintando.

O que você diria da forma como educa seus filhos?

A gente só vai saber se está certo ou está errado lá no fim. Se crescer um fruto

bom, então cuidou bem, se dá ruim onde é que eu errei?

Então os erros a gente só vê no futuro, a gente procura não errar, mas só vai

saber se errou. Eu levo ele na escola, compro material, converso com a professora, levo

nos profissionais da área da saúde, educadores, levo converso e procuro aplicar o que

eles dizem.

O M que é pequeno as vezes dou uns tapas na bunda, mas depois de 10 anos não

dá mais, quando é pequeno bato hoje, e amanhã já esquece, mas quando é grande mão

dá mais. Depois de 10 não pode ter mais nenhuma agressão, nem verbal, porque não

esquece mais, e quando é pequeno tem que ser assim mesmo.

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Como você se sente em relação aos seus filhos?

A responsabilidade maior é com o M, essa é a maior porque tem eu só ali, a Ma

está casada, os outros estão grandes, se eu for lá intervir, eles vão falar: Pai para com

isso! Realmente não tem nada com isso meso.

O outro que mora com a avó paterna, mora longe em outra cidade não tenho

influencia nenhuma com esse. Então a presença forte é com o M, que tem que cuidar

dele.

Como você se sente em relação aos filhos dela?

A esposa sempre disse: Ela é minha filha deixa que eu cuido dela. Ela queria

isso e eu também não, então não houve envolvimento como pai, ficava assim e agradava

a ambos.

Como você se sente em relação aos filhos de vocês?

Com muita responsabilidade de dar educação, profissão até os 18 anos, depois é

com eles, eles se viram.

Como você acha que seus filhos vêem seu papel de pai (os seus, os delas, e os de

vocês)?

O M praticante não vê, ele sente, ele vê, mas não diz nada, mas ele sente, quando

eu chego em casa, o pai chegou, ele vai ao meu encontro, quando eu passo um tempo

fora ele sente, ele não diz, mas ele sente.

Com os casados não tem influência, é outra vida, outras coisas, outras

preocupação. Os outros não me vêem como pai, eles tem o pai deles também, ela tem

pai, e ele tem pai, é o mesmo pai, eles não me enxergam como, me vêem como

namorado da mãe, no caso marido da mãe.

Se você tivesse a oportunidade de fazer algo diferente no seu papel de pai, o que

faria?

Com a Ma seria a mesma coisa, a não ser que ela me desse autoridade ai agiria

de outra maneira, mas se fosse a mesma situação faria a mesma coisa, tinha que ser feito

desse tipo. Eu procurei ser certo para não ter arrependimento mais tarde, com os filhos.

Agora se deu certo só lá na frente é que vai saber se fez certo, ou se não fez.

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APÊNDICE B - ENTREVISTA S2

Nome: S2

Idade: 56 anos

Quantidade de filhos: 3

Escolaridade: Ensino médio

Profissão: Técnico em edificações

SOBRE O PRIMEIRO CASAMENTO

Quanto tempo você esteve casado?

31 anos

Teve quantos filhos?

2 homens

Como foi, durante o tempo que você vivenciava o primeiro casamento, a relação

com os filhos?

De amigos, desde pequenos eu brinca com eles, jogava bola com eles, rolava no

chão com eles, sempre foi assim. O Jr, o mais velho, ele era um pouco mais distante de

mim, mais ligado com a mãe, mas o Ro até os 18 anos, ele não ia dormir sem antes dar

uma deitadinha comigo, era aquele parceirão, amigão.

Como desenvolvia suas tarefas de pai durante esse tempo de casamento?

Não tinha nada de especial, não lembro de nada de especial, lembro de tratar eles

da maneira como eu gostaria de ser tratado, se fosse eu que estivesse no lugar deles.

Não lembro de alguma coisa que eu tivesse forçado para parecer que era pai.

SOBRE O CASAMENTO ATUAL

Quanto tempo está casado?

3 anos.

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O que o motivou buscar o recasamento?

Porque na realidade eu não consigo viver sozinho, dizem que todo homem é

carente, né? Eu não sou aquela pessoa de vive assim sozinho. Eu sempre fui uma pessoa

que tinha muito amor para dar, e não tinha para quem dar, se eu chegasse nela (ex-

esposa) e a abraçasse, ela dizia: O que tu ta querendo? Alguma coisa tu aprontou.

Então poxa, eu tinha necessidade de ter alguém, de poder demonstrar meu

carinho por alguém, não sei sé normal, mas eu era assim.

Como está sendo viver o recasamento?

Eu posso dizer que é uma vida que eu sempre quis. Graças a Deus eu encontrei

uma pessoa certa. Tem pessoa que diz que os opostos se atraem, eu não sabia, até

achava que era verdade, hoje eu não acho que é verdade. A gente é muito igual, muito

parecidos. Então ela é do mesmo jeito que eu sou.

A gente não tem nem um problema de um chegar para o outro e dizer eu te amo,

não tem nem um problema. Não tem aquela coisa que vai ficar confiado, nada disso. Ela

tem a mesma necessidade que eu tenho de expressar o que sente.

Para teres uma idéia a gente está a 3 anos, nunca teve uma briga entre nós, a

gente não concorda com tudo, mas procura se adaptar, a gente se ajusta. Tem sido

assim, uma experiência, que na realidade é a vida que eu sempre sonhei.

Quando eu era guri eu sonhava, um dia vou casar, vou ter esposa, vou tratar ela

bem, vou amar ela, vai ser assim, vai ser a pessoa da minha vida, eu imaginava tudo

isso, e hoje eu encontrei essa pessoa que posso falar desse jeito. Embora com toda essa

diferença de idade que a gente tem. Mas olha foi a pessoa que Deus preparou para mim

mesmo.

Quantos filhos são do recasamento?

1 filho, e já fechou a fábrica.

Como é ser pai nesse momento? (Identificar as facilidades e dificuldades)

Ser pai está do mesmo jeito, né? Está a mesma coisa, minha relação de pai para

filho está a mesma coisa. Esse meu filho agora o G, é do mesmo jeito dos outros,

agarrado comigo demais. Se está eu e a mãe, ele estende o braço para mim.

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Como é o relacionamento com os filhos do primeiro casamento hoje?

Hoje é bom, no início foi difícil. No inicio o Jr foi totalmente a meu favor. O Ro

foi contra porque ele perdeu. Na época ele tinha 21 anos, eu pagava gasolina para ele,

eu ajudei comprar o carro, ele tinha tudo em casa, tudo que ele queria e estava ao eu

alcance eu dava. Depois que eu saí, ele sentiu a diferença.

Agora ele já tem 24 anos, então a gente convida um o outro para jantar junto,

para almoçar juntos, para sair juntos. De vez e em quando a gente está saindo junto, está

sempre envolvido assim. Eu sinto que ele gostaria que eu estivesse em casa, dá para

sentir, dá para perceber.

Mas quanto a nossa relação de pai para filho, no meu ponto de vista não vou

dizer que está ótima para ele, porque claro ele gostaria que eu estivesse em casa, mas a

gente está conseguindo levar a vida assim.

Como é o relacionamento com os filhos do casamento atual?

Maravilhoso, eu fico mais com ele, eu estou me dedicando mais a família.

Como é o relacionamento com os filhos da companheira?

Ele fica com a gente, e final de semana com o pai dele, mas durante a semana com a

gente. Então no início ele sentiu talvez, que eu estava ocupando o espaço dele. A gente

ia dormir, ele ficava lá no quarto dele, ficava lá chorando. Ele era muito novinho

ainda, hoje ele tem 10 anos, na época ele tinha 7. Então ficava chorando, eu via que a

Re se incomodava com aquilo pensando que eu ia me incomodar, ai eu levantava da

cama, eu ia lá conversava com ele, passava a mâo na cabeça dele. Ai eu falava: tua mãe

está cansada, ela quer dormir, ajuda ela, que tu queres? Quer que eu deixe a luz acesa?

Então eu procurava conversar com ele, e a gente começou se tornar amigos. Hoje a

somos bons amigos.

Ele está na idade do aborrecente, mas a gente continua amigos. Eu, como sou o

mais velho, tento ser a balança, porque ele não pensa como a gente pensa, guri pequeno

faz o que da na cabeça, então se a gente for levar tudo que ele fizer a trancos e

barrancos, e brigar com tudo que for feito, eu acho que não da certo. Tem que balançar

para ver o que dá para chamar atenção, o que dá para deixar passar. E conversar, eu sou

mais de acordo de sentar e conversar, eu acho que é por ai.

Essa parte se ele vai mal no colégio é com a Re, eu estou ali como apoio, ele

está me vendo como apoio , se a Re briga com ele vou lá e amenizo as coisas, se eu ficar

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brigando ele até pode dizer: Mas tu não é meu pai, meu já pai briga, minha mãe briga,

agora tu também briga? Derrepente ele vai se revoltar. Tem coisa que tem que chamar

atenção mesmo, mas essa parte eu deixo pra Re fazer.

Quando tem coisa para conversar eu saio vou lá no quarto, e ela conversa com

ele lá na sala, ai dá aquele barracão, eu faço de conta que não ouvi anda. Mas se precisa

conversar com ele, como eu disse pra ti, eu chamo ele no canto converso.

É interessante, eu não sei se tu já percebeu em outras famílias, se a mãe fala com

o filho ele não escuta, mas outra pessoa, um estranho fala, ele presta atenção, ele acata,

então é isso é o que está acontecendo. Se a Re fica brava fala com ele, ele fica bravo e

não escuta, se eu vou falo a mesma coisa... (risos).

A gente está vivendo uma união, está sendo bom para ele, ele não vê nem um

atrito entre eu e o pai dele, a gente procura trabalhar juntos na educação dele. Eu acho

que está sendo bom assim para ele, e para nós.

Quais os fatores facilitadores na relação com seus filhos?

Como sempre pensei acho que é a amizade, o fator amigo, ser amigo ajuda na realção.

Existe algum tipo e dificuldade na relação com os seus filhos, (com seus, com dela,

e com os de vocês)?

A dificuldade maior que eu vejo é da parte do Ro, de assimilar isso, a gente sai

juntos, vai à praia juntos, está tudo bem, aas derrepente ele briga por algum motivo,

porque tem essa, família tem briga. Ele briga por algum motivo ai ele descarrega tudo

que ele queria dizer, descarrega tudo, eu escuto não falo nada, no outro dia ele me liga

pedindo desculpa.

Para mim é bom assim porque pelo menos eu sei o que ele está pensando. A Re

gosta muito dele, faz tudo por ele, mas ele não consegue enxergar assim. Ele consegue

só ver a pessoa que tirou o pai dele. A coisa ficou melhor porque a namora dele,

trabalhava com a Re e pediu para ser madrinha do bebe, e ele padrinho, ai ele começou

a ficar mais presente.

Nessa época ele estava muito distante da gente. No início como eu falei foi

difícil para ele, ele ia no meu trabalho me dizia que estava tudo errado, ele achava que

eu poderia ter conseguido casar com outra pessoa, menos a Re.

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Hoje com o Ra é tranquilo, se for pra ele escolher entre ficar com pai dele e ficar

com a gente, ele prefere ficar com a gente, então não tem estresse nenhum, tranquilo,

beleza.

O que você faz como pai hoje? (identificar a função/tarefas)

Não consigo identificar alguma coisa diferente, única coisa que hoje está me

envolvendo é ter que pegar o menino no colégio, e levar para o colégio, aquela coisa

toda. A Re faz junto comigo, porque se tem algum problema no colégio, é difícil, é

muito difícil, mas se teve algum, a Re foi lá resolveu, o pai dele vai lá resolver.

O Ro já esta encaminhado na vida, o Jr também, esses ai não me dão problema.

Eu não tenho que fazer alguma coisa assim para eles, se eu puder fazer eu faço para

ajudar eles, mas não tem aquela tarefa. E o pequeno está começando agora.

Agora a gente faz tudo junto, no outro casamento era diferente, ai eu tinha minha

tarefa ela tinha a dela. Eu só trabalhava fora, dentro de casa eu não secava a louça, não

fazia nada, porque não tinha tempo, a minha vida era toda envolvida com o serviço fora,

eu tinha que botar dinheiro para dentro de casa, era o provedor.

Hoje nossa vida é fazer comida, o sustendo da família é fazer comida...(risos). A

So (ex-mulher) não trabalhava então ela fazia tudo. Eu não tinha interesse também de

fazer, não tinha interesse de aprender.

Hoje, teve uma época que eu me interessei em aprende, porque eu pensei,

derrepente a Re vai trabalhar e eu estou em casa sozinho, como nas férias eu tive que

ficar sozinho em casa, ai eu tenho que aprender fazer. Agora eu disse para ela vamos

colocar uma placa assim: faz-se bife para fora (risos). Já sei fazer bife, mamadeira do

bebê eu faço, se eu levantar mais cedo eu faço. Se ela não está, e tiver que trocar fralda

eu troco, se tiver que dar banho eu dou, banho quase todo dia eu dou banho nele, porque

ele toma banho comigo, eu coloco ele no colo e dou banho nele. Se ele está mexendo

em alguma coisa a gente diz que não é para mexer e tira ele dali, mas sem brigar.

Ele já esta entendo quando faz isso, para mim está sendo uma maneira nova,

porque eu estou mais presente com ele, do que talvez, era com meus filhos antes. Nessa

parte eu acho que estou bem mais presente, porque antes eu trabalhava mais, eu pensei

assim, eu trabalhei tanto não fiquei rico, então eu vou trabalhar menos e me dedicar

mais a família, hoje eu não trabalho mais até meia noite.

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Quanto tempo você passa com os filhos (com os seus, com os dela, e com os de

vocês)?

O Jr eu liguei para ele ontem, a gente fala muito por telefone. O Ro faz umas

duas semanas que eu não vejo, até eu ai convidar ele pra jantar em casa sexta-feira, mas

foi dia de colocar a casa em ordem, agora eu ajudo. Ela até prefere que eu fique deitado

com pequeno porque, enquanto ele não está atrapalhando é melhor, a maior parte das

vezes eu faço isso, eu fico no quarto deitado com ele, ela fecha o porta e dá um jeito na

casa. Eu estou dando mais tempo para a família do que antes.

Que tipo de atividades vocês desenvolvem juntos?

A gente chama de passeio, vamos passear, todo mundo quer passear. Por

exemplo, no meu aniversario a gente foi no Beto Carreiro, todo mundo só o pequeno

que não foi. Os Ro não foi porque ele não quis ir, foi eu o Ra e a Re, as atividades que

gente faz juntos é isso, passear sair juntos.

O que você diria da forma como educa seus filhos?

Com os dois primeiros eu errei bastante, principalmente com o Jr eu errei

bastante na educação, porque eu deixava mais para a So. A So que educou o Jr, ele era

bem distante. Então hoje eu procuro corrigir esse erro, mas é uma coisa assim que é tão

natural, para mim está sendo tão natural que eu não estou preocupado, vou educar desse

jeito, ou desse jeito. Eu estou simplesmente amando meu filho, de uma maneira natural,

eu acho que isso vai ajudar bastante.

Com os meus filhos eu sempre agi desse jeito, eu procurava mostrar para eles o

que eu não admitia. Sempre fui amigos deles, então eu percebia que eles tinham mais

medo de perder minha amizade, do que levar um tapa, uma coisa assim. Quando eu

brigava com eles e xingava, eles choravam, eu percebia no semblante deles que eles

estavam chorando de ver que a gente não estava com a relação legal, que tinha quebrado

aquele laço de amizade que a gente tinha.

Sempre dizia para eles assim, problema de drogas, problema de amizades que

não tem nada a ver com nosso meio, é uma coisa que vocês estão sujeitos a isso, estão

expostos ai no mundo. Só tem uma coisa, meu sobrinho já foi preso, a mãe fiz de tudo

para tirar, comigo vai ser diferente. Eu dou de tudo para vocês, tudo que eu puder dar eu

dou, se você que isso tá eu faço. Vocês não vão encontrar lá fora o que vocês tem aqui

dentro. Só que se vocês escolherem ficar lá fora, não contem com o pai. Se algum dia

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acontecer de se meterem com algum problema de droga e for preso, acabou, vocês vão

ficar sozinhos. Eu não vou nem contratar advogado, nem visitar na cadeia, porque meus

filhos não vão preso. Meus são aqueles que estão dentro de casa, quem vai preso é

ladrão é bandido.

Então isso eu coloquei bem claro para eles, a maneira da gente viver é essa

daqui, se você escolher outro caminho pode escolher sozinho. Eu não vou botar corda

no pescoço mão faz isso, não, vive a vida de vocês, só ai é por canta de vocês. Eu acho

que isso ai pesou bastante.

Como você se sente em relação aos seus filhos?

Amigo, como sempre foi, amigo.

Como você se sente em relação aos filhos dela?

Não vejo problema, ela cuida da educação eu dou o apoio.

Como você se sente em relação aos filhos de vocês?

Um pai babão, eu adoro ele, a gente tem uma atração muito grande. O único

problema, mas que a gente leva na brincadeira, tira de letra é que eu chego em algum

lugar ai me perguntam, é teu neto? Mas gente tira de letra.

Como você acha que seus filhos vêem seu papel de pai (os seus, os delas, e os de

vocês)?

Teria que perguntar para eles. A relação é boa, não sei se eles conseguem fingir

tanto para me enganar, parece que é realidade, é boa.

Se você tivesse a oportunidade de fazer algo diferente no seu papel de pai, o que

faria?

Acho eu estou fazendo tudo que eu gostaria de fazer. No passado eu errei vejo

que eles querem ter vantagem em tudo, acham que estão sempre certo, puxaram a mãe,

principalmente o mais velho. O Ga vai ser querido, amigo compreensivo.

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