A Voz do Povo - Ed 03 - 08/12/12

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CORAÇÃO ABERTO Em entrevista exclusiva, Mario Esteves revela possibilidade de uma reaproximação com o prefeito Zé Luiz Anchite A VOZ DO POVO Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição 03 - R$1,00 A VOZ PREMIADA Este é o terceiro dos seus cinco selos para concorrer a dois tablets Veja o regulamento na página 02 03 Página 09 08 06 ASSUSTADOR! Casa abandonada na Santana espalha medo e insegurança entre moradores BETHOVEN, BILL, BÉGUINHA E DOUGLINHA: QUARTETO FANTÁSTICO VAI PRA CADEIA Operação Jingle Bells prende quatro suspeitos de envolvimento com o tráfico na Califórnia #ALOKA Mulher sai dirigindo sem controle, atropela geral, bate em dois carros e deixa quatro feridos 11 11 ESQUECERAM DE MIM CRIANÇA DE 2 ANOS É ESQUECIDA SOZINHA DENTRO DE CRECHE Incidente que aconteceu no Jardim Escola Pequeno Polegar divide opiniões entre professores e internautas; psicólogo analisa o caso Reprodução/Internet AI, CARACA! Reprodução/Facebook

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Terceira edição do semanário A Voz do Povo do município de Barra do Piraí - RJ

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CORAÇÃO ABERTOEm entrevista exclusiva, Mario Esteves revela possibilidade de uma reaproximação com o prefeito Zé Luiz Anchite

A VOZ DO POVOBarra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição 03 - R$1,00

A VOZ PREMIADAEste é o terceiro dos seus cinco selos para concorrer a dois tablets

Veja o regulamento na página 02

03Página 09

08

06

ASSUSTADOR! Casa abandonada na Santana espalha medo e insegurança entre moradores

BETHOVEN, BILL, BÉGUINHA E DOUGLINHA:

QUARTETO FANTÁSTICO VAI PRA CADEIA

Operação Jingle Bells prende quatro suspeitos de envolvimento com o tráfi co na Califórnia

#ALOKAMulher sai dirigindo sem controle, atropela geral, bate em dois carros e deixa quatro feridos

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BÉGUINHA E DOUGLINHA:11

ESQUECERAM DE MIMCRIANÇA DE 2 ANOS É ESQUECIDA SOZINHA DENTRO DE CRECHE

Incidente que aconteceu no Jardim Escola Pequeno Polegar divide opiniões entre professores e internautas; psicólogo analisa o caso

Reprodução/Internet

ESQUECERAM DE MIMCRIANÇA DE 2 ANOS É ESQUECERAM DE MIMCRIANÇA DE 2 ANOS É ESQUECERAM DE MIM

Incidente que aconteceu no Jardim Escola Pequeno Polegar divide

AI,CARACA!

Reprodução/Facebook

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CNPJ: 17.150.485/0001-00Impressão: Gráfi ca Diário do Vale

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Editor-chefe: Felippe CarottaEditor Gráfi co: Elías Moura B. da Silva

Gestora Comercial: Soraia Soares

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Resultado na edição do dia 29/12

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Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 033 ESPECIAL

Mr. LockeO governo do prefeito José Luís Anchite (sem partido)

entrou, enfim, no último mês. E, segundo rola nos bastido-res do Palácio 10 de Março, o eterno Homem dos Suspen-sórios já estaria sentindo saudade de seus dias “de glória”.

◊ ◊ ◊

Em conversas com pessoas próximas, Zé Luiz teria con-fessado que a nostalgia já começou a bater, chegando até a demonstrar-se um pouco triste por deixar a cadeira de prefeito.

◊ ◊ ◊

Anchite supostamente admitiu que uns e outros, que on-tem mesmo viviam “babando” encima dele, já o deixaram de lado. “Zé, você sabe do Maércio? Essa é a pergunta que mais ouço”, choramingou o prefeito, segundo fontes oficiosas.

FuturoAinda sobre o Seu Zé, o comentário

é geral: provavelmente, ele será candidato a deputado nas eleições de 2014 – isso se conseguir reverter a rejeição de suas contas na justiça, é claro.

Mas, fontes próximas do prefeito me garantiram que ele não está nada empolgado com a hipótese de voltar à vida pública. Anchite teria revelado que deseja “descansar”, e que não seria mais candidato a cargo nenhum.

Alegria de uns...

Antes mesmo da posse dos novos vereadores, marcada para o próximo dia 1º, começou a dança das cadeiras na Câmara Municipal. Motivo: já é dada como certa nos bastidores da Casa a entrada de Cacá Muniz (PV), que não tinha se elegido porque seu partido não teria feito legenda.

Mas, mexe daqui, mexe dali, Cacá supostamente conseguiu, com um empurrãozinho dos advogados de sua coligação, modifi car o quadro.

...tristeza de outrosCaso se confi rme a entrada de

Cacá, um dos eleitos da coligação adversária terá motivos de sobra para chorar – e na cama, que é lugar quente.

Os nomes que estão na corda bamba para dar lugar a Muniz são Gerê (PSDC) e Nedino (PR). É esperar pra ver.

DetalheSe o candidato do PV tomar mesmo

posse na Câmara, a base aliada do futuro prefeito Maércio de Almeida (PMDB) ganhará um reforço – bastante necessário, por sinal. Como se sabe, Cacá é “peixe” de Zé Luiz e não faria oposição ao PMDB (a menos que seu “mentor” mandasse, é claro).

Caso as mudanças se concretizem, ainda assim Maércio terá a minoria na

Câmara, num “placar” de cinco eleitos por sua coligação contra dez do grupo que representava Mario Esteves (PRB).

ServiçoO assunto a seguir não tem

nada a ver com política, mas vale a solidariedade. As agências de Correios das cidades – inclusive de Barra do Piraí – já estão transbordando de cartinhas enviadas ao Papai Noel por crianças que sonham com a chegada da noite do dia 25 de dezembro.

Que tal dar uma passadinha ali no posto dos Correios, em frente à Santa Casa? Seja o Papai Noel de uma dessas crianças!

Os pedidos são tantos que cabem em qualquer bolso. Uma atitude dessas pode não mudar o mundo, mas, com certeza, fará uma grande diferença.

Oráculo ● Búzios revelam que o mundo não vai acabar e prevê que 2013 será de guerra

‘O que será o amanhã...’Barra do Piraí

Na concepção da Filosofi a, a palavra oráculo pode ser en-tendida como “uma mensa-gem misteriosa”, enviada por um deus como reposta a uma indagação feita por algum hu-mano; é uma revelação divina que precisa ser decifrada e interpretada. Segundo conta a história, fi lósofos “gigantes” como Sócrates e Platão sofre-ram fortes infl uências de seus oráculos.

O tempo passou e, com ele, veio a modernidade, mas, ainda hoje, há quem acredite que as divindades do univer-so queiram se comunicar com os seres humanos de alguma maneira. Os crentes nesse tipo de interação costumam procurar tarólogos, numeró-logos, astrólogos e até pais de santo, na ânsia de desco-brirem a mensagem que seu oráculo lhe reserva.

Foi um oráculo dos Maias que previu a fatídica data em que o mundo chegaria ao fi m: 22 de dezembro de 2012. Ou seja, daqui a pouco mais de duas semanas. Mas, se você, leitor, está desesperado com a possibilidade de a humani-

dade ir pras “cucuias”, aí vai uma notícia que pode animá-lo: o mentor espiritual Jorge Márcio de Nkosi Mavambo, lí-der de um Inzo localizado no bairro Vargem Grande teve a revelação de que o mundo não vai acabar.

Na tarde de segunda-fei-ra, 3, o espiritualista jogou os búzios diante da equipe de reportagem da VOZ, e previu que a vida continua após o dia 22. “As divindades nunca me revelaram o fi m do mun-do. Isso não vai acontecer. O fi m do mundo já está aconte-cendo, e é essas coisas que a gente vê por aí: guerras, pa-íses contra países, violência deliberada, tsunamis etc”.

Previsões

Já que aparentemente o mundo não acabará daqui duas semanas (ufa!), o pai Jorge Marcio viu, no jogo dos búzios, algumas pistas do que será o ano de 2013. O religioso iniciou explicando quais signos devem marcar os próximos 12 meses.

“O ano de 2013, por come-çar numa terça-feira, dentro da Kabala Nalunda, será re-gido por Nkosi, divindade re-

lacionada a conquistas, mas, também, a muita difi culdade e guerra. As pessoas devem ob-servar bem o futuro e se pre-parar, porque será um ano de muito enigma. Serão neces-sárias táticas para atravessar 2013”, disse.

“O positivo de Nkosi, que muita gente sabe, é a aber-tura de caminhos, de obter coisas boas. A face positiva de Nkosi realmente é essa, mas é necessário ver os dois lados da moeda. As pessoas terão que tomar decisões impor-tantíssimas, que vão envolver confl itos”, acrescentou o espi-ritualista.

Segundo o líder do Inzo, os búzios indicam possibilidades espirituais favoráveis para Barra do Piraí em 2013. “Os caminhos espirituais estarão abertos para o município, e vai depender das autoridades tra-balhar em prol da população”, afi rmou, lendo o resultado do “jogo”.

Pai Jorge lançou os búzios também para saber se alguma grande catástrofe aguarda o município. “A princípio, não. O cuidado maior que as divinda-des apontam é com a saúde, mas nenhum grande desastre aparece”, comentou. Amém.

Futuro: É bom se preparar porque, segundo os búzios, 2013 será um ano ‘porreta’

Felippe Carotta

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Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 03 4COMUNIDADEPONTE VERMELHA ● Moradores abraçam projeto de enfeites natalinos feitos à base de garrafas pet

Natal ReciclávelCarolina Araújo

Barra do Piraí

Está chegando o Natal. A neve cai branca na janela, a lareira está acesa e as crianças, lá fora, fazem bonecos, bolas e brincadeiras. Mas, passando à realidade brasi-leira, a proximidade do dia 25 de dezembro remete a coisas bem di-ferentes: o cheiro do Natal é sinô-nimo de sol, praia e Verão.

Em Barra do Piraí, as decorações natalinas estão por toda parte, no Centro e nos bairros. Os desfi les com personagens típícos dessa época acontecem, e as pessoas correm pra comprar as prendinhas que desejam colocar no sapatinho.

Nas comunidades, as iniciativas para decoração incitam curiosida-de. Como é o caso do aposentado Sandro Stholer e sua esposa, Gilda Stholer, moradores da Ponte Ver-melha. O casal abraçou a iniciativa de juntar garrafas pet e “reciclá-las”, transformando-as em enfei-tes natalinos.

“Tenho um grande amigo que vinha pra minha casa, me ajudar com as decorações e a montar a árvore de Natal. Ano passado, ele me deu a ideia de fazer tudo isso com garrafas pets. Comentei a su-gestão com pessoas próximas e, dias depois, começaram a surgir garrafas no meu quintal. Era uma média de mil por mês”, recordou.

Em visita à residência do casal, a reportagem da VOZ se sentiu in-vadida pelo espírito natalício revo-

lucionário, em que Papai Noel não dirige o famoso trenó com as re-nas, e sim um helicóptero. O quin-tal de entrada da casa já chamava a atenção, com árvore e algumas decorações feitas com garrafi nhas de plástico. Na parte de trás, a du-pla montou um ateliê – e é lá que a magia acontece.

Questionado sobre a originali-dade das esculturas e a origem de seu dom, Sandro responde que sua esposa é que é a “artista” da casa, ao que Gilda sorri, timidamente, sempre focada em seu trabalho, enquanto revela ser artesã desde que se conhece como pessoa.

“Minha mãe sempre me incen-tivou muito a criar. Já fi z muitas colchas e cortinas, que comecei a vender para amigos através de encomendas. Mas, agora, parei um pouco para ajudar meu espo-so”, relembrou, sorrindo, enquanto amarrava as letras de plástico nos ferros.

Mobilização

Ressaltando que fi cou fora de Barra do Piraí durante 35 anos, Sandro, sempre muito bem-hu-morado, relata: “Quando retornei, encontrei uma comunidade organi-zada. Para se ter uma ideia, a pri-meira chamada para que as pes-soas se envolvessem no projeto de decorar a rua foi de 250 fundos de garrafas. Uma semana depois, eu recolhia o material, já pronto. O tempo passou e já tinha tanta gen-te envolvida que fi zemos um muti-

rão às quartas e sábados”, contou. Mesmo sem um projeto no pa-

pel, o casal Stholer armazena tudo em casa, no “Barracão das Alego-rias”. “Tem sido uma loucura. As pessoas param e pedem para ver de perto. As crianças fi cam alvoro-çadas e querem brincar com tudo”, constatou.

Na sala mágica dos Stholer, há enfeites de garrafa pet por todo o lado, em formas diferenciadas, desde bolas, anjos, Papai Noel, ár-vore de Natal, guirlandas e velas, de todas as cores e tamanhos.

Na garagem, Sandro mostrou as enormes velas feitas de garra-fas de plástico. “Cada uma dessas velas tem uma lâmpada dentro, e cada morador que quiser uma perto de sua casa alimenta com energia elétrica, em vez de com-prar aquelas luzes pisca-pisca”, co-mentou, bastante empolgado com a ideia.

Como não poderia deixar de ser, os Stholer também aderiram às re-des sociais. No Facebook, eles têm uma página com fotos do passo a passo do projeto, e falam que as pessoas estão ansiosas para ver o resultado.

A “inauguração” da decoração de rua puxada por Seu Sandro e Dona Dina está marcada para amanhã, 8. Até lá, diz o casal, “esperamos que esteja tudo pronto”. Essa mes-ma esperança alimenta Sandro, que espera que isso traga algo de bom para a vida da comunidade, e que o espírito natalino envolva as pessoas.

Felippe Carotta

Símbolo: Papai Noel completamente à base de garrafas pet fará a alegria da criançada

FESTA DE NATAL ● Moradores da Ofi cina Velha não conseguem local público para realização de evento solidário

De pés e mãos atadosBarra do Piraí

O Natal nem sempre chega para todos, mas, felizmente, ain-da existem pessoas que têm força de vontade para conseguir con-cretizar os sonhos de quem não tem meios para realizá-los. Dois moradores do bairro Ofi cina Ve-lha, Uellvilaine Santiago e Bruno Barbosa da Cruz, iluminaram o Natal de muitos na comunidade, com a ideia de uma festa bene-fi cente, com o único objetivo de fazer sorrir aqueles que não têm a oportunidade de ter uma prenda no sapatinho.

“Queremos fazer uma festa de

Natal para a comunidade, princi-palmente para as crianças mais carentes que não têm condições de ter um Natal decente. E estou fazendo isso porque eu, quando era criança, não tinha condições também, e quero oferecer para as crianças o que eu não tive”, rela-tou a organizadora do evento, en-quanto gesticulava freneticamente pela revolta que sentia de estar encontrando (tantos) obstáculos para a realização da ação solidária.

O maior “pesadelo” tem sido Uellvilaine a liberação de um local público para a realização do even-to, pois o único lugar que ela vê como sendo “perfeito” é a quadra de esportes.

“Procuramos a Secretaria de Cultura para liberarem a quadra, mas não ouvimos uma resposta positiva. Não entendo o porquê, eu já vi eventos lá com outro tipo de fi nalidade e a nossa festa é de solidariedade, sem fi ns lucrativos nenhuns”, lamentou a jovem.

Até os moradores da Ofi cina Ve-lha já contavam com a festa de quadra natalícia. Alexandra Silva, mãe de três fi lhos, demonstrou indignação com a situação e até seus fi lhos fi caram tristes por não poderem ter um Natal animado.

“Quando me falaram que o evento corre o risco de ser can-celado por um motivo tão bobo, fi quei revoltada com as autorida-

des. Sempre fazem de um tudo na quadra e, agora, para uma festa de Natal benefi cente não querem liberar? É um absurdo”, desaba-fou.

Contatada pela VOZ, a secretá-ria de Cultura, Rosângela Abbud, confi rmou que tinha conhecimen-to do assunto. A gestora alegou o seguinte motivo para a não-libe-ração da quadra para Uellvilaine: “No dia previsto para a realização do evento, o local estará ocupado por um outro evento esportivo tra-dicional. Eu sugeri que fi zessem uma declaração assinada pelos moradores locais, visando o con-senso entre todos para a concilia-ção dos acontecimentos”.

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Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 035 CIDADEDESENVOLVIMENTO ● Barra do Piraí ‘amarga’ o 44º lugar em ranking estadual elaborado pela Firjan

Comendo poeira!

Barra do Piraí

Desde criança, uma das pio-res sensações que uma pes-soa pode sentir é a de fi car pra trás. Seja numa brincadeira, jogando Banco Imobiliário ou fazendo qualquer outro tipo de atividade, ninguém gosta de fi -car aquém do patamar alcança-do pelos “adversários”. Quando isso acontece, fi ca aquele gosto de “guarda chuva” na boca, e é mais ou menos esse sabor que deve estar no paladar de au-toridades do município, após a notícia de que a cidade “amar-gou” o 44º lugar no ranking estadual do IFDM 2012 (Índi-ce Firjan de Desenvolvimento Industrial). Os resultados da pesquisa foram divulgados na segunda-feira, 3, e o ano base adotado foi 2010.

O IFDM foi criado pelo Siste-ma Firjan (Federação das In-dústrias do Rio de Janeiro) para acompanhar a evolução socio-econômica dos pouco mais de 5,5 mil municípios brasileiros. As 92 cidades do estado par-ticipam da pesquisa, que leva em conta o desempenho de três setores: Educação, Saú-

de, Emprego e Renda. Este ano, em sua quinta edição, o indicador revelou que todos os municípios do Sul Fluminense apresentam nível de desenvol-vimento de moderado a alto.

Mas, nem a boa fase atraves-sada pela região foi sufi ciente para tapear os números que apontam Barra do Piraí atrás até de cidades consideradas “nanicas”. Rio das Flores (16º), Piraí (18º), Vassouras (39º) e Valença (41º), por exemplo, largaram na frente. Por outro lado, o município barrense con-seguiu, pelo menos, se desen-volver mais que Quatis, Miguel Pereira, Mendes, Pinheiral e Rio Claro – frise-se que a análise se baseia em dados forne-cidos pelo IFDM 2012, grifo nosso.

Os números

O IFDM 2012 de Barra do Piraí foi 0.7119 – líder do ranking, Porto Real pontuou 0.8655, grifo nosso. Curiosamente, a área em que o município bar-rense teve a melhor desenvol-tura foi Saúde, atingindo um marcador de 0.8336, conside-rado como “Alto Desenvolvi-

mento”. Já o desenvolvimento da área

do Emprego e Renda foi avalia-do como regular, demonstran-do-se, portanto, o calcanhar de Aquiles do município. Por fi m, a Educação fi cou no patamar do “Desenvolvimento Moderado”, com um índice de 0.7905.

Procurado na manhã de ter-ça-feira, 4, para comentar o assunto, o prefeito José Luís Anchite (sem partido) afi rmou desconhecer o resultado do IFDM 2012. O chefe do Executi-vo brincou dizendo que foi pego de “calça curta” com as per-guntas feitas pela reportagem da VOZ. Mesmo assim, após ser informado dos números, ele admitiu que a cidade se lascou no ranking.

“Antes de dar qualquer decla-ração, preciso analisar o IFDM, porque nem sabia da existência desse indicador. Para fazer uma avaliação mais profunda, é ne-cessário que, primeiro, eu me aprofunde na temática. Só o que posso dizer, de antemão, é que o 44º lugar não é a posição ideal para Barra do Piraí. Não é a pior, mas está longe de ser a melhor”, ponderou o político, por telefone.

Barra do Piraí - RJ (Ano 2010): IFCM 0.7119Reprodução/Internet

Palavra de Ânimopor Pastor Rogério Marques

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a exce-lência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribu-lados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Per-seguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos.

2 Coríntios, 4-7

Quero primeiramente agradecer a Deus por tudo que Ele tem feito em minha vida. Nesta oportunidade, quero passar para você, caro leitor, que não existem problemas ou difi culdades maiores do que o nosso Deus. Confi ando no poder Dele, toda muralha, toda barreira, cai por terra, no nome de Jesus.

Leia atentamente esta ilustração: conta-se uma história que um soldado foi pra guerra, e a guerra foi tão forte que o soldado fi cou ferido, muito ensanguentado, capengando. Então, ele pediu ao seu companheiro que o matasse, pois não queria ser uma derrota pra sua nação, para o rei, e não queria ser morto pelos seus inimigos, e preferia que o seu amigo o executasse.

Diante disso, o amigo lhe disse: “Jamais poderei eu fazer tama-nha atrocidade. Vou avisar ao rei da sua situação”. O companheiro chegou à presença do rei e lhe contou a situação do amigo ferido. O monarca, ao saber da notícia, lhe enviou uma carta, que foi levada até o soldado moribundo.

Ao abrir a carta, a mensagem dizia tão somente assim: “O rei con-ta com você”. Naquele instante, o soldado sentiu-se muito impor-tante e foi, mesmo ferido, enfrentar a guerra, com toda a motivação para agradar a sua nação e ao rei, e ganharam a guerra. Um abraço e até a próxima edição.

Como achar um amigo?por Professor Heraldo Bichara

Como é difícil, nos dias de hoje, dizermos com aquela afi rmativa de anos atrás que temos amigos, isto é, pessoas que participam conosco de uma amizade sólida, saudável, respeitosa, amável, que sempre estão ao nosso lado, de-fendendo-nos e protegendo em todos os momentos. O amigo ver-dadeiro é este indivíduo de con-fi ança que está pronto para tudo, não só nas alegrias, como nas tris-tezas.

Milton Nascimento diz com mui-ta sabedoria em sua canção “que amigo é coisa para se guardar dentro do coração, do lado es-querdo do peito”. E está certíssi-mo, pois amigo é aquela pessoa que está atenta e sempre pronta para nos acudir, espargindo amor, confi ança, capaz de num simples olhar, num sorriso sincero, trans-mitir uma mensagem de coragem, de determinação, seja na alegria, ou na dor.

Amigo é o que compartilha es-tas situações, e não tergiversa, jamais, de sua linha de conduta. Mas, nos dias de hoje, este perso-nagem parece estar em extinção. O que mais temos é Conhecido, ou seja, indivíduos com quem temos algum tipo de relação, um notó-rio. Cumprimentam-nos educada-mente, às vezes até com certa re-verência, e só. Não são capazes de

uma aproximação mais íntima, de uma convivência afetiva, não se importam em saberem como es-tamos se bem, ou mal, se algum problema nos afl ige. É o time do cada um para si.

Temos, ainda, o companheiro, o chamado colega. Está um pou-co mais próximo de se tornar um amigo de fato, e demonstra certo interesse pelo que fazemos. Cos-tuma fazer observações impor-tantes, e demonstra admiração pelos nossos acertos. Nos grandes grupos sociais, como partidos po-líticos, sindicatos, instituições e ou entidades, é onde mais se identifi -cam. Então, resta-nos a pergunta: “como achar um amigo”?

Confesso que nos dias de hoje é difícil, porém possível, desde que haja uma liga com os ingredientes citados no início deste artigo. De uma forma pessoal, tenho obser-vado que muita gente tem fugido destas regras, daí concluir que ter um amigo de verdade, está em processo de extinção, pois falta uma transmissão de amor, talvez até fé, porque para se atingir a tão sonhada felicidade, como seres gregários, que vivemos em socie-dades distintas, um amigo é es-sencial para nossa sobrevivência. Finalizando, penso que conhecidos temos muitos; companheiros, al-guns; amigos, pouquíssimos.

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Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 03 6CAPA

Felippe Carotta

Barra do Piraí

Tarde de segunda-feira, 3. Um dia comum no Jardim Escola Pe-queno Polegar, localizado na Vila Suíça. Dezenas de pais passa-ram para deixar seus xodozinhos e, depois, seguiram normalmen-te para seus fazeres rotineiros, na certeza de que os fi lhos esta-riam sendo bem cuidados pelos profi ssionais da creche. Porém, entre brincadeiras e sorrisos de criança, ninguém poderia pre-ver que um episódio mudaria de maneira drástica a relação entre pais e professores da unidade. No fi m daquela tarde, o susto: um menino, de apenas dois anos e 11 meses, foi esquecido, sozi-nho, pelos funcionários da esco-la, num escândalo que alcançou repercussão nacional.

Em entrevista a uma emissora de TV, a mãe da criança, Danie-le de Freitas Moura e Souza, 28, declarou que seu fi lho chegou a fi car cerca de meia hora esque-cido na escola. Ela ressaltou que não houve qualquer atraso de sua parte. Pelo contrário, a auxi-liar de enfermagem teria chega-do ao local antes do horário de fechamento.

“Quando eu fui pegá-lo, a es-cola estava toda fechada, ca-deado pro lado de fora até, as luzes todas apagadas. Eu come-cei a ligar pra creche, tocar a campainha, e nada de ninguém atender. Daí, comecei a chamar o nome dele. Nisso, ele saiu de dentro da salinha e veio, choran-do”, relatou a jovem à emissora.

Ao ver o estado do fi lho, Da-niele tentou acalmá-lo. “Pedi a ele que fi casse tranquilo, porque a mamãe já estava ali e ia tirá-lo da creche”, detalhou, ainda em entrevista para a televisão. Su-postamente, a criança foi esque-cida pelos funcionários enquanto dormia. De acordo com o depoi-mento da mãe, a vice-diretora foi encontrada fazendo compras num supermercado próximo ao jardim. Chamada por um mo-rador das redondezas, a educa-dora foi quem abriu os portões para o “resgate” da criança.

O pai da criança, Rafael José de Souza e Souza, responsa-bilizou a escola pelo ocorrido e deu a entender que moverá uma Ação de Responsabilidade Civil contra a direção da creche. O caso foi registrado na 88ª Dele-gacia de Polícia e comunicado ao

Conselho Tutelar.

Versão da diretoria

Na tarde de terça-feira, 4, a equipe de reportagem da VOZ foi até o Jardim Escola Pequeno Polegar, para uma tentativa de ouvir a versão dos fatos da di-retoria. Porém, os jornalistas fo-ram recebidos da porta pra fora.

A mulher que os atendeu iden-tifi cou-se como a vice-diretora da unidade, mas, nem sequer abriu o portão para conversar. “Estamos em uma reunião com todos os professores e não pos-so falar nada”, alegou, falando por entre as grades que cercam a entrada da creche.

Questionada sobre a possibi-lidade de chamar a proprietária do jardim, Patrícia Peres, para atender a reportagem, a vice-di-retora respondeu que sua chefe já tinha falado com outros veícu-los da imprensa, ignorando sole-nemente o pedido da equipe da VOZ. Porém, na entrevista que concedeu a uma emissora de TV, Patrícia afi rmou: “Foi um lapso o que aconteceu (o esquecimento do menino)”.

Já em declarações ao jornal DIÁRIO DO VALE, a diretora da creche mencionou detalhes do episódio. “Reconheço que foi um esquecimento, e que não poderia ter acontecido. A professora do menino avisou para nossa vice-diretora que ele estava dormindo. Ela se esqueceu de repassar a informação para mim e fomos embora com a criança no interior do prédio”, contou a professora à reportagem do DIÁRIO.

“Tenho 29 anos de profi ssão e oito como proprietária dessa escola. Os pais conhecem meu trabalho e sabem do meu com-promisso com seus fi lhos. Minha vice-diretora é uma excelente funcionária, mas quer deixar o trabalho por conta do fato. Eles (os pais) não me escutaram. Eu iria pedir desculpas e falar que o fato não vai se repetir, mas eles optaram por avisar todas as mí-dias”, acrescentou Patrícia, fi na-lizando a entrevista ao DIÁRIO.

Defesa

Desde o ocorrido com o fi lho de Rafael e Daniele, a Escola Pequeno Polegar virou vidra-ça, onde a maioria das pessoas joga pedras, acusando a direção do jardim de ser a responsável

pelo esquecimento da crian-ça. Por um chiste, a carreira da proprietária Patrícia Peres e até de seus funcionários corre o sé-rio risco de desmoronar, visto a repercussão do caso, que está alcançando ares de escândalo nacional.

Mas, ao que parece, nem tudo são “espinhos” para a direção da creche. A classe dos profes-sores, tanto de escolas públicas quanto particulares, dá indícios de que está solidária aos funcio-nários da unidade. Por exemplo, uma profi ssional da rede mu-nicipal de ensino, que preferiu não se identifi car, tentou aliviar a barra de Patrícia e dos demais envolvidos.

“Acredito que nós, profi s-sionais da educação, estamos suscetíveis a isso. Se o próprio pai esquece uma fi lha no carro – conforme ocorreu recen-temente em Volta Redonda, com a morte da criança, grifo nosso –, por que não poderia acontecer o mesmo numa cre-che?”, ponderou, acrescentan-do: “Mesmo assim, enquanto professora, atuante na Educação Infantil, acredito que esse caso foi um fato isolado. E que isso não é prática dentro das nos-sas escolas. Somos profi ssionais responsáveis e amamos o que fazemos”.

Na opinião da educadora, as cir-cunstâncias de o episódio ter ocor-rido numa creche particular não representam um agravante. “As pessoas têm essa mania de achar que por ser particular e estar pa-gando pode-se ou deve-se exigir mais. Oferecer educação de qua-lidade é dever do professor, seja na rede privada ou pública. Agora, repito: em qualquer das duas es-feras podem acontecer erros, não somos super-heróis e não há di-nheiro no mundo que nos impeça de falhar”, argumentou.

Redes sociais

O acidente ocorrido no Jardim Escola Pequeno Polegar tam-bém despertou a atenção dos internautas. Nas redes sociais, o buchicho é um só: a maio-ria dos “navegantes” querem a “cabeça” da diretora da creche, de preferência numa bandeja. Para se ter uma ideia de tama-nha repercussão, a notícia já foi compartilhada por pouco mais de 200 pessoas, desde que foi postada, terça-feira passada, na página do jornal no Facebook.

ESCÂNDALO ● Criança de 2 anos é esquecida dentro de creche; professores defendem a escola

A polêmica do momentoDe acordo com estatísticas da empresa, quase três mil usuá-rios visualizaram a publicação – dados levantados até o fe-chamento desta edição, grifo nosso.

A internauta Sylvanna Andra-de Soares foi uma das primeiras a dar seu pitaco sobre o episó-dio. “Nós, eu e minha nora, fo-mos lá (na Escola Pequeno Po-legar) tentar conseguir vaga pra minha neta. Fala sério, cadê a responsabilidade que a direto-ra pregou? E não é barato não, hein”, escreveu, demonstrando-se indignada.

Outra que se manifestou con-tra a creche foi a jovem Juliana Fraga. “Ia deixar minha fi lha nessa escola, mas, agora, de-pois de ver tamanha irresponsa-bilidade, fi cou difícil. Estou fora”, publicou. Logo abaixo, a usuá-ria Anna Luiza Peralta fez coro: “Quem é essa diretora? Gente, nada que ela falar vai justifi car. Como esquece uma criança den-tro da escola? Nossa, fi co pasma

com essas coisas”.E, por mais que pareça im-

provável, também houve quem defendesse a creche. “Se pais esquecem seus fi lhos dentro de carros, imagina uma diretora. É muito fácil julgar, óbvio que, se fosse com meu fi lho, ele ja-mais estudaria lá de novo. Mas, a verdade é a seguinte: quan-do entregamos nossos fi lhos a pessoas desconhecidas, temos que entregar nas mãos de Deus, pode acontecer com qualquer um”, postou Dry Mendes.

NOTA DA REDAÇÃO: Na ter-ça-feira, 4, a equipe de reporta-gem da VOZ foi diversas vezes até a casa de Daniele e Rafael, na Rua Cristiano Otoni, Centro. No entanto, nem de manhã, nem de tarde e nem de noite o casal foi encontrado para dar declarações ofi ciais ao jornal. Sendo assim, a reportagem co-loca-se à inteira disposição para ouvi-los, em qualquer tempo e lugar.

Reprodução/Facebook

Susto: Pais da criança, Rafael e Daniele devem ir até as últi-mas consequências para punir a escola

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Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 037 CAPA

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“Freud explica”. Para todo e qualquer confl ito que surge no dia a dia, a esperança de grande parte da população é na máxima de que o pai da Psicanálise, Sigmund Freud, tem a resposta ou explicação para todos seus medos e dilemas contemporâneos. E sobre o caso da criança esquecida dentro da Escola Pequeno Polegar, o que Freud diria? É para tentar preencher essa indagação que a VOZ procurou o psicólogo escolar, Rafael Nunes.

Inicialmente, o estudioso ponderou sobre as circunstân-cias que podem motivar lapsos de memória como esquecer um aluno dormindo ou até mesmo o próprio fi lho dentro de um car-ro.

“Vivemos em uma sociedade capitalista que pede o máximo de nós mesmos o tempo todo. A vida cotidiana está acelerada e não temos tempo para a refl e-xão e o exercício do pensamen-to. Trabalhamos de dia e ainda levamos trabalho para casa. Exercemos vários papeis e so-mos impossibilitados de fazer nossas próprias escolhas. Tudo nos é dado, e nada é questiona-

do. O ser humano nunca esteve tão alienado, mergulhado num estilo de vida que Karl Marx previu já em 1857, em sua obra ‘Elementos para a crítica econô-mica política’”, abordou.

Mesmo preferindo não tomar partido, Rafael não se furtou de comentar o polêmico episó-dio ocorrido em Barra do Piraí. “Analisando depoimentos e re-portagens sobre o fato ocorrido, devemos considerar que a mãe chegou antes do horário de fe-chamento da escola, que já se encontrava fechada. A esco-la não entrou em contato, por forma de bilhete ou até mesmo por telefone, informando que o horário de saída, no dia do ocor-rido, seria mais cedo. Sobre cul-pados e inocentes, a polícia irá investigar o fato (espero que de forma imparcial) e, então, teremos um parecer técnico”, opinou.

Questionado se existia algu-ma teoria psicológica específi ca para tentar compreender si-tuações semelhantes, o psicó-logo disse: “Na Psicologia não existem teorias para esse caso, mas, sim, discussões sobre re-lação escola-família nos dias

atuais. Há uma briga (por mais que não declarada) sobre o pa-pel de cada um no processo en-sino-aprendizagem da criança. É importante frisar que a famí-lia deve fazer parte do dia-a-dia escolar da criança, e a escola tem por obrigação facilitar essa participação. Como? Trazendo os pais para dentro do ambien-te escolar”.

O especialista mencionou, ainda, que há chances de o me-nino não sofrer nenhuma “se-quela” do incidente. “Diversos traumas podem se resultar de um caso como esse, mas, deve-mos nos atentar para a questão de que nem toda experiência deve ser dada como negativa e prejudicial”, sugeriu.

Por fi m, Nunes abordou o que considera a “falência da educa-ção”. “Vejamos: essa falência se dá porque as instituições de en-sino não se propõem a formar cidadãos com pensamento críti-co. O que seria isso? Seriam ci-dadãos que refl etissem sobre a prática da própria educação, da cidadania, que saibam dos seus direitos e deveres, que questio-nassem qualidade da saúde pú-blica oferecida”, arrematou.

‘A vida cotidiana está acelerada e não temos tempo para a refl exão’, pondera psicólogo

Pequeno Polegar: Jardim escola foi palco de uma das maio-res polêmicas de 2012 em BP

Felippe Carotta

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Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 03 8GERAL

A Voz das Comunidadespor Federação das Associações de Moradores

• Por iniciativa da diretoria da Famor/BP (Federação das Associações de Moradores de Barra do Piraí), procede a reformulação nas Associações de Moradores das nossas comunidades. Desta vez, foi no bairro São Luiz, onde, no domingo, 2, foram realizadas as eleições para a nova diretoria, que foi eleita e empossada para conduzir os trabalhos em benefício da comunidade local.

Tivemos duas chapas concorrentes ao pleito dentro de um clima po-pularmente democrático. A Chapa 1, encabeçada pelo senhor Elísio dos Santos, como presidente, e a senhora Pércia Ribeiro da Costa, como vice-presidente, tendo recebido 99 votos, e a Chapa 2 (dois) encabeçada pelo senhor Felipe de Almeida Rocha, como presidente, e a senhora Maria Apa-recida Nascimento Capluppi, como vice-presidente, que obtiveram 160 votos, sendo que 262 pessoas participaram, com três votos em branco. Ou seja, a Chapa 2 obteve a vitória para o mandato na Associação de Moradores do Bairro São Luiz.

• Com vista ao novo governo municipal que se instalará em janeiro próximo, temos como a próxima eleição para amanhã, 9, na comunidade do Parque Santana. Quando entraremos no período festivo do Natal e voltaremos os trabalhos em janeiro de 2013, acreditamos já estruturados e prontos para apon-tar algumas pendências, que vem atrofi ando a vida dos barrenses.

• Primeiro: que chamamos de “Garganta do Diabo”, que é o Viaduto Faria Lima; segundo: é a Rodoviária Roberto Silveira; e terceiro: é o trân-sito de Barra do Piraí, que está em determinadas horas, intransitável. Em consequência, o sobre o viaduto, entra prefeito sai prefeito, ninguém teve a coragem de tomar alguma providência a respeito, pelo menos, estudar uma possível alargamento de sua saída para a Praça Figueiredo, onde quando se encontram dois veículos de grande porte, há um grande con-gestionamento no local.

• Já a Rodoviária só tem capacidade para quatro ônibus e não tem as plataformas de embarques defi ni-das. Quem chega à frente é que pega o lugar. Às vezes, vemos ônibus em fi la dupla, onde congestiona o trânsito em geral, que já é caótico. Ainda, acreditamos e alertamos que se deva pensar na construção de uma ponte ligando o bairro do Matadouro ao bairro da Vila Helena ou a BR393, com a fi nalidade de desafogar o trânsito no centro de nossa cidade. Estes são alguns pontos que a nossa Diretoria, irá lutar com o objetivo de melhorar a vida de nossa população.

• Conselho Municipal de Educação tem o seu atendimento diário, à Rua Tiradentes, nº 122, Centro, Barra do Piraí/RJ, Tel.: (24) 2443-2545/2442-1302(fax), e-mail: [email protected] e as reuniões de plenárias (aber-ta ao público): segundas-feiras, às 18h30.

• Reunião da Famor/BP: Informamos que a nossa reunião mensal de Dezembro será hoje, 8, às 16h, nas dependências do Senat, à Rua Tiradentes, nº 132, na subida do Cemitério. Fortaleçam a nossa Federação com a sua presença e participação. Nosso endereço (escritório): Rua Tira-dentes, nº 50 – Sala 101 – Centro. Tel.: (24) 2442-2929.

Carolina Araújo

Barra do Piraí

A imagem de Jesus Cristo é uma constante na vida das pessoas desde há milhares de anos. A re-presentação da fé e do divino ha-bita na casa de brasileiros já não é de hoje, e vemos essa mesma imagem em muitos lugares, prin-cipalmente na igreja, onde muitas pessoas vão buscar respostas para suas perguntas.

A Catedral de Santana não é ex-ceção. Localizada praticamente no Centro, a igreja foi levantada em 1881, pelo III Barão do Rio Bonito, e representa um marco da história de Barra do Piraí. Todo aquele local é sinônimo de paz interior e porto seguro para quem almeja ser ab-solvido de seus pecados e procura conforto através da fé.

Mas, encontramos a represen-tação da divindade também em lugares improváveis, de todas as formas possíveis e inimaginá-veis, como é o caso de uma casa abandonada na Rua Franca Júnior, situada bem ao lado da igreja de Santana. Logo na entrada, a ima-gem de Jesus Cristo, desenhada na parede de frente para a porta, surge como uma aparição, mas, representa mesmo um pedido de socorro.

Abandonada, suja e comple-tamente esquecida, a casa mete medo em quem passa por perto. O sentimento de estar entrando num “antro de perdição” começa logo quando se pisa o chão des-truído pelo tempo, se olha para as paredes sujas e se sente o odor de “podre” no ar.

A única vontade é de voltar as costas e sair dali, mas o desenho parece estar “olhando por nós”. Dejetos, caixas de leite, calças jeans, restos de comida, garrafas, entre outros tipos de lixo, dominam os cantos da casa.

Nem o teto existe mais, só res-tam os suportes do telhado, cober-tos de plantas caídas que quase acertam a cara de quem se aven-tura a enfrentar a degradação da-quele imóvel que apodrece a céu aberto.

A construção, consumida pelo passar dos anos, está assustado-ramente suja, com suas paredes pintadas e desenhadas com iniciais como CV (Comando Vermelho) e TCP (Terceiro Comando Público) – nomes de facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas, grifo nosso. O cenário é realmente infer-nal. E os moradores o comprovam.

Depoimentos

Entrevistados pela VOZ, mora-dores da rua, que não quiseram ser identifi cados, afi rmam que têm medo de sair à noite, porque não sabem o que a casa “esconde”. E não é pra menos: a residência está aberta para quem quiser entrar e dar uma “olhadinha”, se tiver cora-gem e fôlego para tal.

“Tem vezes que os meus fi lhos chegam em casa tarde e tenho medo que alguém esteja ‘escondi-do’ na casa e os ataque. Já colo-caram chapas e madeira cercando as entradas, mas arrancaram tudo e agora a casa está toda aberta, qualquer pessoa pode entrar ali”, contou, falando através de uma ja-nela alta e gradeada.

Quando questionados sobre os proprietários da casa, os morado-res afi rmam ser os Cabalzar, uma família antiga que, de geração em geração, herdou a casa abandona-da. Mas parece não ser a sua única propriedade: “Todo esse bairro era deles, era uma propriedade enor-me, mas foi vendida à medida que o tempo passou. Os herdeiros es-tão no estrangeiro. Agora têm essa casa, o prédio em frente à padaria e a casa da esquina da Rua Franca Junior”, explicou uma das entrevis-tas.

Os fi lhos da moradora, que já têm suas vidas encaminhadas, ti-nham desejo de adquirir o imóvel supostamente pertencente à fa-mília Cabalzar, mas o fato de um dos herdeiros não querer vender em separado atrasa a resolução do problema da casa abandonada. “Meus fi lhos cresceram nessa rua e queriam comprar o terreno da casa abandonada, mas um dos herdei-ros, que está na Suíça, não quer vender os imóveis em separado, e é ele que embarga as vendas”, constatou.

‘Fantasmas’ do passado

A casa da esquina da rua, que cruza com a subida para o Belve-dere, é uma das primeiras imagens na chegada de Barra do Piraí. Uma casa enorme, com janelas altas e completamente fechada ao públi-co. Dá para imaginar que aquela casa pertencia a pessoas de dinhei-ro e poder. Nos dias mais atuais, a casa funcionou como residencial e ponto de turismo regional.

“A casa da esquina era alugada para uma senhora que fez uma

CASA ‘MONSTRO’ ● Moradores se dizem ‘cansados’ de reclamar de moradia na Santana

Divinamente profano

residencial para moças solteiras. A casa tem 18 cômodos e a senhora cuidava muito bem dela, mas há muito tempo que já não está alu-gada. Mas aquela casa está fecha-da e ninguém entra lá. Por isso é que o maior problema é essa casa aberta e abandonada. Já moraram mendigos ali dentro”, lembrou.

Realmente a casa já abrigou mendigos, que não tinham ou-tro local para morar senão casas abandonadas e abertas, para não se sujeitarem a morar na rua, de-baixo de sol e chuva, de calor e frio. Mas, chegou a um ponto que virou controvérsia, quando o corpo de um andarilho foi encontrado dentro das quatro paredes da casa.

“Esse terreno era bem fechado. Uma vez eu vi pessoal com placas de madeira e zinco cercando o local e ninguém entrava ali, mas des-

truíram tudo e agora está nesse estado. A prefeitura ainda veio e limpou, porque o lixo estava quase no teto, e o cheiro entrava até den-tro de casa. Até o cadáver de um mendigo encontraram aí”, relatou indignada atrás das grades de seu portão alto, enquanto o cachorro de raça Pastor alemão dava voltas no quintal incomodado com a pre-sença de pessoas estranhas.

A moradora conta, ainda, que os moradores fi zeram denúncis e um abaixo-assinado principalmente por causa da dengue, para aquela casa ter uma manutenção ou mes-mo um fi m, e até na época de elei-ção foi motivo de promessas infun-dadas, mas que a realidade é que o imóvel continua intacto e aberto como banheiro público, destoando de todos os outros que, na rua, se destaca pela negativa.

Só Jesus na causa: Paredes da casa mesclam inscrições de facção criminosa com imagem de Cristo

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Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 039 ENTREVISTAREVELAÇÕES ● Mario Esteves diz que foi muito caluniado durante a campanha e afi rma que grupo adversário fez ‘vale tudo’ pelo poder

Colocando as cartas na mesaBarra do Piraí

Faz pouco mais de dois meses que a campanha eleitoral terminou e, desde então, ele vem levando sua vida normalmente. Gosta de acordar cedo, para prati-car exercícios físicos, e cui-dar de seus “fi lhos” – fofos cachorrinhos que ele cria em casa, junto de uma ga-tinha charmosa. Frequenta com assiduidade as sessões ordinárias da Câmara Muni-cipal, de onde se despede este ano, após dois manda-tos enquanto vereador. Es-ses e outros hábitos de Ma-rio Esteves permanecem tal e qual sempre foram. Mas, dentro do peito, o jovem político carrega algo dife-rente: os resquícios, bons e ruins, da experiência que viveu disputando a prefeitu-ra do município. E é sobre isso (e muito mais) que Ma-rio conversou com a equi-pe de reportagem da VOZ, na tarde de quarta-feira, 5, numa entrevista exclusiva e inédita.

VOZ (V): Como se sabe, você disputou as eleições deste ano, tendo alcançado aproximadamente 18 mil votos. Uma pergunta que fi cou na cabeça de muitos dos seus eleitores é: qual foi a sensação de receber a notícia de que o povo havia escolhido Maércio para pre-feito, e não você? Chegou a chorar ou perder a tranqui-lidade em algum momento após o resultado?

MARIO ESTEVES (ME): Foi, é claro, um momento de impacto, afi nal, eu te-nho o ideal de ser prefeito por causa das mudanças que julgo fundamentais em benefício da população, e é triste saber que não poderei eu mesmo implementá-las, pelo menos nos próximos quatro anos. Mas, em ne-

nhum instante perdi a ca-beça, porque sempre soube que minha família estava ao meu lado, e também a população. Respeitei a von-tade do povo com absoluta serenidade.

V: Foram quase três me-ses de uma campanha ja-mais vista na história de Barra do Piraí, com ânimos exaltados, muito bate-bo-ca nas redes sociais, entre outros “agitos”. Em algum momento você sentiu que perderia o pleito? Se sim, quando? Até que ponto os ataques dos adversários te atingiam?

ME: A todo instante, tí-nhamos bem claro que, numa disputa, um ganha e o outro perde. Embora nos empenhássemos dia e noite para sair vitoriosos, todos os envolvidos na campanha sabiam que a palavra fi nal era da população. Agora, sendo muito sincero, eu não senti que perderia as elei-ções, até porque as pesqui-sas sempre apontavam uma leve vantagem nossa em relação ao candidato eleito.

Além disso, as manifes-tações de carinho e apoio eram muitas, por onde quer que eu fosse. Crianças, ido-sos, pais de família, enfi m, muita gente mesmo decla-rava que tinha escolhido o Mario Esteves como candi-dato. Me recordo que, em nosso último comício, quan-do colocamos quase 10 mil pessoas na Praça Nilo Peça-nha, vivi momentos ines-quecíveis, com manifesta-ções de afeto por todos os lados, o público chamando meu nome. É por essas e outras que a palavra “der-rota” nem passa pela minha cabeça.

Quanto aos ataques dos adversários, é natural que eu fosse atingido de alguma maneira, embora não dei-xasse transparecer em pú-

blico. As calúnias, em geral, não me preocupavam tan-to, porém, me senti frágil quando o pessoal do Maér-cio (de Almeida, prefeito eleito) começou a espalhar mentiras sobre a minha fa-mília. Foi duro, mas era ne-cessário seguir em frente.

V: Seja sincero: doía ser chamado de “forasteiro”, “Satanás”, entre outros apelidos “carinhosos” que seus adversários lhe de-ram? Como sua família e esposa lidaram com tudo isso?

ME: É claro que eu sofria com esses ataques, princi-palmente porque não refl e-tem quem eu sou de verda-de, nem a minha conduta enquanto pessoa ou verea-dor. Moro em Barra do Pi-raí há 12 anos, sou cidadão barrense, e nem passa pela minha cabeça ir embora da cidade. Aliás, ir embora pra onde? Minha casa é aqui, é aqui que vou constituir mi-nha família e viver com ela. Então, por que ser chamado de forasteiro?

Minha família e esposa fi cavam chateadas, ob-viamente, mas nunca se deixavam abater, porque foram muito guerreiras, sempre me dando forças. O pior, como eu já disse, é que independente da minha vida pública, somos tra-balhadores como outros quaisquer. Acima de tudo, o mais impor-tante é a consciência tranquila, e isso eu tenho de forma plena.

V: Em inú-meros mo-mentos da campanha, o eleitora-do se de-m o n s t r o u dividido, o que apontava

que seria uma disputa acir-rada. No entanto, o que se viu foi uma larga vantagem do candidato vencedor, re-sultado que surpreendeu muita gente. A que você atribui esse fator? O que contribuiu para que Maércio “disparasse” na sua frente?

ME: Costumo dizer que o medo venceu a espe-rança. Os correligionários do meu adversário viviam amedrontando as pesso-as a meu respeito, dizendo que eu ia acabar com isso ou aquilo, que ia trazer mi-licianos para Barra do Piraí, disseminando uma série de mentiras sórdidas a meu respeito. Creio que esse fa-tor foi crucial no momento do voto.

Outro detalhe que favoreceu a vitória do

candidato do P M D B

foi a

imagem do prefeito José Luís Anchite, e a forte popularidade dele. O fato de o Zé ter entrado de cabeça na campanha conquistou muitos votos para o Maércio, visto a alta aprovação de seu governo.

Por fi m, um terceiro e último obstáculo que tivemos foi o fato de a maior parte da imprensa barrense ter se aliado ao adversário, o que não nos deixou espaços de diálogo abertos com o eleitorado – apenas as redes sociais. As duas emissoras locais de rádio, pertencentes à família do vice do Maércio, se embrenharam numa campanha ferrenha contra mim, fazendo uso de inúmeros artifícios escusos na tentativa de denegrir a minha imagem. A falta de ética e o desespero foram tantos que eles conseguiram semear o medo no coração das pessoas.

V: Um de seus principais desafetos foi o radialista Willians Renato, o popular Gato Preto. O que você pen-sa sobre a atuação dele du-rante a campanha? No que ele te prejudicou, de fato? Em algum momento, você chegou a “temê-los”?

ME: É público e notório que o programa do Gato

Preto tem provavel-mente a maior audi-ência da mídia bar-rense. Milhares de pessoas ouvem a atração policial e, por isso, criaram uma intimidade com o jornalis-ta, que, ouso di-zer, nem merece ser tratado assim.

Ele fez uso desca-rado de uma con-

cessão pública para me atacar, disseminou

mentiras a meu respei-to, esquecendo-se ►

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Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 03 10ENTREVISTAcompletamente da ética e da moral que devem reger a prática da imprensa.

Ouvir os dois lados? O Gato Preto não sabe o que é isso. É um cara que sobrevi-ve às custas de fofocas, do falar mal das pessoas sem pensar nas consequências, de ridicularizar mulheres e homossexuais. Ele chegou a fazer a uma edição extra-ordinária do seu programa, no sábado (véspera da elei-ção), apenas para continuar com sua estratégia desleal de me enfraquecer.

Sendo bem sincero, é claro que isso me prejudi-cou, porque muitas pessoas acreditam piamente no que assistem na TV ou ouvem no rádio, sem ao menos investigar o conteúdo. Eu não tenho medo do Gato Preto, mas, tenho certeza que a atuação dele foi de-terminante para a vitória do Maércio. Por outro lado, sinceramente, eu prefi ro ter perdido a eleição a ganhar desse jeito: mentindo para as pessoas.

Ah, não poderia deixar de mencionar, nesse assunto, o jornalista Jeff erson Carnei-ro de Castro, o Jeff , que também pintou e bordou para tentar me prejudi-car. É inegável que, de alguma maneira, ele alcançou seu obje-tivo, mas lhe faltou credibilidade. As pessoas de Barra conhecem o Jeff , e sabem per-feitamente que a opinião dele muda como o vento, sopran-do de acordo com os ru-mos políticos do município. Não tenho nada mais a dizer sobre eles e até desejo sorte em suas carreiras.

V: E quanto ao proces-so que você está movendo contra o grupo do Maércio? Uns dizem que se trata de “choro de perdedor”. O que

acha disso?ME: Temos provas sufi -

cientes para provar que a coligação adversária fez uso indevido da máquina pública e dos meios de co-municação para infl uenciar na decisão do eleitorado. Diante disso, é justo recor-rer às instâncias competen-tes, para que averiguem os fatos apresentados. O pro-cesso não tem nada a ver com desrespeito à vontade do povo ou “choro de per-dedor”, mas, sim, com a possibilidade de as pesso-as terem votado com bases em falsos ar-gumentos apresen-tados pelo grupo opositor.

V: É verdade que você pre-tende ir embo-ra de Barra do Piraí? Quais são seus planos para o futuro? E a rela-ção com o prefei-to José Luís Anchite,

como fi ca?

ME: Conforme já disse, não existe isso de ir embora. Como diz aquela canção sertaneja: “É aqui que eu amo, é aqui que eu quero fi car”. E assim será, quer queiram meus adversários, quer não. A população me apoia, tenho pelo menos 18 mil barrenses ao meu lado, e vou continuar lutando pelo bem do meu povo.

Meus planos para o futu-ro são simples: seguir

contribuindo, ten-tando mudar a

vida das pes-soas para

melhor. Sou vereador até

o dia 31 de de-zembro deste ano e, a partir de então, co-meçarei a cola-

borar enquanto cidadão e empre-sário. Continuarei

colocando os ônibus e

brinquedos à disposição da comunidade, e ajudando no que for possível.

Na política, pretendo me candidatar a deputado, em 2014, e seguir fi rme com o ideal de ser prefeito da mi-nha cidade: Barra do Piraí. Não vou desistir do meu objetivo de ser um prefeito diferente, companheiro do povo, amigo das pessoas. Ou melhor: o melhor prefei-to da história do município.

Quanto à relação com o prefeito Zé Luiz, estarei sempre aberto ao diálogo com ele, afi nal, somos amigos, e o que aconteceu foi apenas um momento em que estivemos em palanques opostos. Se houver oportunidades, é claro que uma reaproximação com o Zé será bem vinda. Partici-pei ativamente dos oito anos do governo Anchite e, sem falsas modéstias, acredito ter dado minha parcela de contri-buição para que essa gestão fosse tão aclamada pela po-pulação. Portanto, o Zé Luiz será sempre um parceiro.

V: Considerações fi nais.ME: Primeiramente, agra-

deço, sobretudo, a Deus, pela oportunidade de ter vivenciado esse momen-to maravilhoso e enri-quecedor que foram as eleições deste ano. À população de Barra do Piraí, jamais será su-fi ciente dizer: muito obrigado! Em todos os momentos, con-tem com o amigo Mario Esteves. Eu estarei sempre, i n cond i c i ona l -mente, ao lado do povo. Quero agra-decer, ainda, ao meu amigo Luiz Roberto Coutinho, o Tostão, que foi um grande guer-

reiro e companheiro, um ótimo candidato a

vice. Por fi m, obrigado ao jornal A VOZ DO POVO

pela oportunidade. Que Deus abençoe a todos, feliz Natal e próspero ano novo. Boas festas.

ro de Castro, o Jeff , que

car. É inegável que, de alguma maneira, ele

tivo, mas lhe faltou

pessoas de Barra conhecem o Jeff ,

possibilidade de as pesso-as terem votado com

ção com o prefei-

Anchite,

ro são simples: seguir contribuindo, ten-

tando mudar a vida das pes-soas para

sário. Continuarei colocando os

ônibus e

deço, sobretudo, a Deus, pela oportunidade de ter

to maravilhoso e enri-quecedor que foram as

Piraí, jamais será su-fi ciente dizer: muito obrigado! Em todos

tem com o amigo

estarei sempre,

decer, ainda, ao

o Tostão, que foi

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Page 11: A Voz do Povo - Ed 03 - 08/12/12

Barra do Piraí, 8 de Dezembro de 2012 - Ano I - Edição nº 0311 POLICIAL

CALIFÓRNIA ● Operação prende quatro suspeitos de tráfi co

Xau, Papai Noel!Barra do Piraí

Nada de sininhos anunciando a proximidade do Natal. A Ope-ração “Jingle Bells” botou foi pra quebrar, na manhã de terça-feira, 4. Policiais da P2 (Serviço Reservado da Polícia Militar) e da 1ª Cia do 10º Batalhão fi zeram uma limpa no distrito da Califórnia, numa missão que visava inibir o tráfi co de drogas na região. Quatro suspeitos foram presos e farta quantidade de entorpecentes apreendida.

Segundo informações apuradas, participaram da operação o comandante-tenente Santana, os sargentos Guimarães, Bar-bier, Abilio, Alexandre Meireles, Neves, De Paiva, e o cabo Fiuza. Foram presos, por suspeita de tráfi co: Leandro Roberto de Frei-tas, o “Bethoven”, 23; Douglas de Souza Pereira, o “Douglinha”, 22; Ederson Junior da Silva, o “Bill”, 25, e Luiz Fernando Gonçalo da Silva, o “Béguinha”, 21.

A ação teria sido motivada por denúncias de que os suspeitos estariam reunidos na casa de Betoven, na Rua 5, Califórnia. No local e na casa de Zequinha, na Rua 3, os policiais apreenderam duas pedras de cocaína pura, 28 trouxinhas de maconha, 37 pa-pelotes de cocaína, um revolver calibre 38 municiado com sete cartuchos e seis aparelhos celulares. Foi encontrado, ainda, um carro Gol, supostamente utilizado na movimentação do tráfi co.

Pegos com a “boca na botija”, o “quarteto fantástico” foi preso e encaminhado à 88ª DP (Delegacia de Polícia de Barra do Piraí). Todo o material apreendido também foi levado para a unidade.

ACIDENTE ● Técnica de enfermagem dirige sem habilitação e atropela quatro pessoas na Ponte Metálica

Perigo sobre quatro rodasBarra do Piraí

Todas as pessoas sonham em ter o seu carro próprio e poder di-rigir para não depender de trans-portes públicos lotados, tendo a liberdade de poder se locomover para qualquer lugar. Mas para que tal sonho se torne realidade é ne-cessário obter a carteira de habili-tação. Ou, pelo menos, deveria ser assim.

No início da noite de quarta-fei-ra, 5, a técnica de enfermagem, Gláucia Cláudio, se aventurou nas ruas de Barra do Piraí sem a prá-tica e o documento necessários. O resultado dessa atitude, é cla-ro, não poderia ter sido outro: um grande tumulto na Ponte Metálica, além de quatro pessoas feridas e dois veículos danifi cados.

A fi lha de uma das vítimas, Ga-briella Dinelli, relatou o que, de fato, aconteceu naquela noite.

“Meu pai, José Cláudio, que pen-sava estar seguro atravessando a faixa destinada a pedestres, na entrada da Ponte Metálica, próxi-mo ao Mercado Municipal, foi sur-

preendido por Gláucia, que o atro-pelou, batendo em seguida em um carro. Chegando lá, encontrei ele caído no chão, com muita dor na perna. Claramente, podemos con-cluir, então, que houve omissão de socorro, e nós vamos buscar justi-ça”, disse a jovem.

Segundo relatos de testemu-nhas, não satisfeita em já ter dei-xado uma vítima, Gláucia teria continuado no volante, suposta-mente tentando escapar. Na “rota de fuga”, mais quatro pessoas foram surpreendidas por Gláucia, sendo que apenas uma delas con-seguiu escapar ilesa.

A jovem Aline Lopes foi a sor-tuda que conseguiu fugir do infor-túnio. Ela mesma fez questão de contar à VOZ “tim-tim por tim-tim” sobre as peripécias de Gláucia ao volante.

“Eu, minha mãe Rosângela e outros dois amigos, Lilia e Wesley, estávamos saindo normalmen-te, depois de um dia de trabalho, e caminhando para o carro para guardar umas bolsas, pois eles iriam estudar e eu pra academia.

Assim que chegamos na frente do carro, essa mulher descontrolada, chamada Gláucia, veio com tudo. Eu consegui fugir, porque esta-va mais na frente, no entanto, vi quando acertou em cheio minha mãe e meus amigos. Ao invés de ela parar e prestar socorro, conti-nuou fugindo e só foi parar quando bateu em um outro carro”, recor-dou Aline, ainda indignada com o ocorrido.

Desfecho

De acordo com testemunhas, após atropelar quatro pessoas, a técnica de enfermagem teria en-trado em pânico e, fi nalmente, decidido abandonar o carro. Su-postamente, ela seguiu tentando escapar, agora a pé, mas, logo foi intercedida e detida pelas autori-dades locais, que a encaminharam para a 88ª Delegacia de Polícia.

Na DP, Gláucia teria pago uma fi ança estimulada em R$ 1 mil para poder responder o processo em liberdade. Ainda segundo o depoimento de Aline, a revolta se

instalou na delegacia. “Fui para a delegacia, enquan-

to minha mãe e a Lilia seguiram para o hospital. A agressora não demonstrou um pingo de arre-pendimento e nem de humilda-de, e muito menos a família dela, que caçoava a todo o momento. Foi quando o delegado estipulou o valor da fi ança de R$ 1 mil. Logo, a Gláucia se gabou em dizer que tinha e que iria sacar no momento. Porém, a família chamou um vere-ador da cidade e pediu assistência fi nanceira. Apesar de ser advoga-do, ele não deveria usar de seu cargo para ter facilidade em algu-ma coisa”, revoltou-se Aline.

Na tarde de quinta-feira, 6, a equipe de reportagem da VOZ conversou com o delegado titular da 88ª DP, José Mário Salomão Omena. A autoridade policial con-fi rmou a veracidade dos aconteci-mentos, salientando, porém, que o atenuante no caso de Gláucia era o fato de não estar sob efei-to de álcool ou drogas, sendo que “somente” não possuía carteira de habilitação.

Deu ruim: Bandidagem toma prejuízo com apreensão de 28 trouxinhas de maconha e 37 papelotes de cocaína, entre outros

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Page 12: A Voz do Povo - Ed 03 - 08/12/12

DANDO CLOSE por RENANANDRADE

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● CLOSE DA SEMANA‘Estrelinha’ barrense

Emily Vieira. Guardem esse nome, porque ele promete trazer muitas alegrias para Barra do Piraí, levando a cidade às passarelas do Brasil intei-ro e, por que não dizer, do mundo. A modelo, de 9 anos, é fi lha da comer-ciária Rafael da Gama Ribeiro, que não esconde o orgulho da carreira que a menina está trilhando.

Emily venceu, este ano, o concurso “Miss Mirim Barra do Piraí”, promovi-do pela agência Republic Models, de Volta Redonda, comandada pelo competente Reginaldo Francis. Re-centemente, a “estrelinha” brilhou num desfi le, em Volta Redonda, e, segundo Rafaela, já assinou contra-to para integrar o elenco de apoio da novela “Rebelde”, da Rede Record.

A qualquer momento, Emily Viei-ra pode aparecer, ainda, na telinha da Globo, pois se cadastrou recen-temente no banco de fi gurantes da emissora. “Estou incentivando a car-reira da minha fi lha, porque ela adora desfi lar. Já virou o xodó da família. É o sonho da Emily ser modelo profi s-sional e a família está unida para tor-ná-lo realidade”, disse Rafaela.

Mês que vem, a menina voltará às passarelas, participando do “Miss Mi-rim Rio de Janeiro”, concurso no qual representará Barra do Piraí. Arrasa, Emily! Boa sorte e sucesso, que você brilhe cada vez mais e mais.

O cara

A coluna desta semana destaca o amigo Cleber Fajardo, competente membro da equipe de vendedores da loja “Salada de Frutas”. O jovem é morador da Ofi cina Velha, fi lho da popular Lena e pai de duas fofuras, Pedro Henrique e Ana Clara. Agora, fi ca aquela canjinha básica: neste Natal, faça suas compras com o Cle-ber, lá na “Salada”, porque ele é o cara e tenho certeza que te atenderá como você merece. Que moral, hein, amigo! Abafa.

● ● PARABÉNS PRA VOCÊ● 04/12 – Na terça-feira, quem

sorriu para a vida com idade nova foi uma amiga muito especial, a Bárba-ra Kaiser, mais conhecida como Babi. Ela é comerciante no Mercado Muni-cipal e dona de um sorriso mágico que tem o dom de cativar as pes-soas. Um grande beijo de sua fi lha Amanda e de toda a galera da VOZ.

● No mesmo dia, a festa foi de Rosicléia Guimarães, que completou 44 anos. Ela se destaca pelo jeito al-to-astral e simpático de ser. Um beijo especial pra você, tia Kekéia!

● 05/12 – A quarta-feira mar-cou a alegria dos 33 anos do querido amigo Marcelo Coutinho. Ele é fi sio-terapeuta na UTI de Barra do Piraí e professor universitário. Quem man-da um super beijo é o fi lhão Ítalo, que é seu maior amor. Aquele abra-ço, amigo!

● 06/12 – Quem colheu fl ores no jardim da vida, na quinta-feira, foi minha amiga Bianca Spindola, uma das melhores pessoas que tive a oportunidade de conviver. Bianca é estudante de Psicologia na USS e encanta a todos com o seu jeito especial de ser. Um grande beijo, amiga!