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Imunização racional? C C C C a a a a p p p p a a a a CORREIO B RAZILIENSE Brasília, domingo, 10 de maio de 2015 22 e 23 Nunca foi tão acirrado o debate em torno da eficiência e da segurança das vacinas. Entenda os pontos de vista dessa disputa e saiba quais promessas a medicina reserva para um futuro próximo

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Brasília, domingo,10 de maio de 2015

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PORCCAARROOLLIINNAA SSAAMMOORRAANNOO Umsurto naDisneylândia

O movimento antivacinação é uma preocupação nosEstados Unidos já há algum tempo. Alguns alegam mo-tivos religiosos — a decisão de contrair ou não umadoença caberia a Deus, e não à ciência —; outros têm ra-zões filosóficas; outros, ainda, têm medo: de que as vaci-nas causem reações adversas, autismo, esclerose múlti-pla. Lá, a consequência mais recente dessa onda foi osurto de sarampo que explodiu em dezembro passadona Disneylândia, na Califórnia, onde o movimento tembastante força, e que até fevereiro atingiu 121 pessoas,em 18 estados.“O sarampo é o maior indicador da situa-ção de um programa de imunização, porque é muitocontagioso. Quando você tem uma baixa na imuniza-ção, ele se espalha rapidamente”, comenta Paul Offit, di-retor do Centro de Educação de Vacinas no Hospital In-fantil da Filadélfia, nos Estados Unidos, e consideradoum dos maiores especialistas em vacinas do mundo.

Em outros países, como Paquistão ou Nigéria, ondedoenças controladas no mundo todo continuam en-dêmicas por falta de vacinação, a maior causa da nãoadesão é religiosa. No Brasil, os especialistas dizemque o problema, embora exista, ainda não é uma preo-cupação para as autoridades sanitárias, mas os radaresestão ligados. Com a facilidade das viagens internacio-nais, nunca se sabe quando uma doença “sob contro-le” dará as caras novamente.

A despeito de antivacinistas do mundo todo,os mé-dicos são quase unânimes ao declarar que as vacinasainda não perderam o posto de grande tacada da me-dicina moderna. Para a saúde pública, é um feito tãodecisivo quanto o advento da água tratada, como fri-sou o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dosEstados Unidos (CDC, na sigla em inglês) em um do-cumento publicado em 1999 e, ainda hoje, tido comoreferência. E, se as promessas de novas vacinas se con-cretizarem como os médicos torcem e acreditam, che-gando inclusive às doenças não infecciosas, como dia-betes e obesidade, o pódio deve ser mantido, comcomponentes cada vez mais modernos e seguros.

“Os benefícios das vacinas são óbvios. Nós estamosconversando agora, no momento em que a Opas (Orga-nização Pan-Americana da Saúde, órgão da OMS) anun-cia a erradicação da rubéola nas Américas. Isso é fruto davacinação. Significa o fim da síndrome da rubeóla congê-nita, que é grave”, comenta a infectologista Isabella Balla-lai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.“Permitiu a erradicação da varíola, que matava até 1973,1974. O sarampo está quase erradicado no Brasil. As vaci-nas são,sem dúvida,uma das melhores ferramentas deprevenção e investimento na saúde da população. Elasevitam doenças potencialmente graves, óbitos, interna-ções, mal-estar e perda de qualidade de vida”, completa.

Isabelly tem apenas 1 ano devida. O cartão de vacina está qua-se todo em dia — não fosse a se-gunda dose da vacina contra o ro-tavírus, um dos principais causa-dores de gastroenterite grave embebês, que ela deveria ter tomadoaos 8 meses de vida. A falta do ca-rimbo no documento não foi ne-gligência da mãe, a professoraEvelyn Rodrigues, 32 anos. Ao to-mar a primeira dose da vacina,nos primeiros meses, Isabelly te-ve uma reação adversa, poucashoras depois. A febre chegou aos40ºC e ela começou a eliminarsangue pela fezes. Foi a primeiravez que Evelyn lidou com uma si-tuação parecida. O irmão maisvelho da menina,Yuri, 10, seguiua cartilha de vacinação à risca. Avacina que fez mal à irmã, no en-tanto, ele não chegou a conhecer:a imunização contra o rotavírussó começou no Brasil em 2006,quando ele tinha 2 anos.

Com a filha doente, Evelyn pro-curou ajuda e foi informada pelomédico de que a febre alta da me-nina era consequência da vacina eque as fezes com sangue poderiamdurar até 40 dias.Os dias passarame a menina não melhorava. De re-pente, o problema era outro: osmédicos começaram a desconfiarque Isabelly tinha, na verdade,alergia à proteína do leite. Ela che-gou a ficar anêmica devido à perdade sangue, e Evelyn entrou numadieta restritiva para cuidar que oseu leite não fizesse mal à filha.“Foi uma saga. Fizemos tratamen-to para alergia, anemia. O sangra-mento durou 75 dias. Os médicosdiziam que era alergia, mas examealgum comprovou isso”, lembra amãe. Evelyn percorreu São Paulo,onde mora, atrás de um médicoque desse uma explicação razoávelpara o problema,até conseguir umlaudo de um pediatra atestandoque o que Isabelly teve foi, de fato,uma reação ruim à vacina contra orotavírus. Nada a ver com alergia.Foi ele quem a isentou, a custos dediscussões com o posto de saúde,da segunda dose da imunização.

A vacinação contra o rotavírusfoi licenciada nos Estados Unidosem 1998,200 anos depois da chega-da da primeira de todas as vacinas,a contra a varíola,criada pelo britâ-nico EdwardJennerno fim do sécu-lo 18.As duas representam grandesavanços aos olhos da medicina: asolução para uma doença que ma-tavamilharesdepessoastodosanose foi, inclusive, responsável pelaconstrução de hospitais de isola-mento(graçasàvacina,éconsidera-da erradicada pela OrganizaçãoMundial da Saúde desde 1980); euma arma poderosa na redução dehospitalizações por gastroenterite eda mortalidade infantil.Com doisséculos de história,recaem sobre avacinação conquistas importantes,comoocontroledosarampo,dapo-liomelite, da hepatite — inclusivecom a diminuição dos transplantesde fígado — e da rubéola,cuja erra-dicaçãodasAméricasfoianunciadapela OMS na semana passada.Mes-moassim,casoscomoosdeIsabellymostram que ainda há aspectospoucocompreendidos.

Isabelly voltou a se alimentarnormalmente com leite, recupe-rou-se da anemia e tem vida nor-mal hoje, mesmo sem ter con-cluído a imunização contra o ro-tavírus — exceto que, segundo amãe, desde a vacina, a meninaparou de ganhar peso no mesmoritmo e está sempre no limite dacurva, padrão que ela observa emoutros bebês que tiveram a mes-ma reação e que ela conheceu emum grupo on-line de pais que nãoaprovam a vacinação para o rota-vírus. Para Evelyn, ficou uma li-ção: vacina, agora só com muitainformação. “Não sou contra avacinação, mas sou contra a faltade informação, os riscos deve-riam ser informados”, comenta.“Eu jamais incitaria uma mãe anão vacinar, mas eu tive duas ex-periências: com o Yuri, que nãofoi vacinado e teve a doença; ecom a Isabelly, que foi vacinada eteve reação. E posso dizer que, nomeu caso, a reação foi muito piordo que a doença em si”, contou.

KarolyArvai/Reuters

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Guerra deversõesFalar emmovimento antivacinista

arregala olhos demédicos e sanitaris-tas. Eles consideram retrocesso, igno-rância, egoísmo e negligência. Con-trovérsias vêm de longe, basta lem-brar da chamada Revolta daVacina,contra o projeto de vacinação com-pulsória proposto pelo sanitaristaOswaldoCruzno iníciodoséculopas-sado. Muitos especialistas, porém,acreditam que o debate se acirrou apartir de 1982, quando umdocumen-tário chamadoDPT:Vaccine Rouletteassociou a vacina tríplice bacteriana,contra difteria, tétano e coqueluche, ainflamações crônicas cerebrais.Depois,em1998,obritânicoAndrew

Wakefieldpublicounaprestigiadarevis-tacientíficaLancetumestudofeitocom12criançascomautismo,dasquaisoitoteriamapresentadoosprimeiros sinto-masduassemanasdepoisdavacina trí-pliceviral,queprotegecontracaxumba,sarampo e rubéola. O estudo ganhoumanchetesemjornais importantespe-lomundo todo e causou umenormealarde.Asautoridades sanitáriasnorte-americanas calculamquemais de 100mil criançasdeixaramde receber a trí-plicenosEUAnaqueleano.Uma série de estudos desmentindo

Wakefield vieram em seguida, e umainvestigação por fraude foi aberta noConselho Britânico deMedicina. Em2010, o órgão acabou concluindo que

omédicoeraculpadoecassouoseure-gistroprofissionaldele.Aapuraçãodes-cobriuque,naverdade,Wakefieldhaviasidocooptadoporumescritóriodead-vocacia interessado em entrar comaçõescontraaindústria farmacêutica.Ainda hoje, alguns pais acreditam

queoautismode seus filhos esteja di-retamente relacionado à tríplice. Oestudomais recente sobre o assuntofoi publicado no mês passado, noJournal of the American Medical Asso-ciation. Os cientistas analisaram 95mil crianças de um banco de dadosde planos de saúde e concluíram quea aplicação da vacina não está asso-ciada a um maior risco de desenvol-ver transtornos do espectro autista,inclusive em crianças com irmãosmais velhos comodiagnóstico.“O índice de autismo entre os que

tomam a vacina e os que não tomamé exatamente omesmo. Milhares decasos já foram acompanhados e ab-solutamente nenhuma relação foiencontrada. Mas veja o estrago: empaíses como Inglaterra e França, vocêtem registro de surtos de sarampoporque houve diminuição na vacina-ção. E isso permanece, porque temefeito residual”, observa Guido Levi,diretor da Sociedade Brasileira deImunizações e autor do livro Recusade vacinas — causas e consequências.Alémdisso,existeoconsensodeque,

como grande parte das doenças queeramculpadas demilhares demortesantesdas vacinas já estão sobcontrole,elas deixaramde ser umaameaça aosolhosdospais.“Dizemosqueasvacinassão vítimas do seu sucesso. Existiamdoenças terríveis que devastavam omundo e que foram erradicadas oucontroladasdetalmaneiraqueapopu-lação já nem se lembra delas.Algunsdosmeusalunossóconhecemosaram-popelos livros. Eaí, quandoaspessoasse esquecemdos riscos das doenças,começamasepreocuparcomosefeitoscolateraisdasvacinas”,acrescentaLevi.Desdequeessaspessoasnão imuni-

zadas estejamdentrodeumamargemde erro calculada—que geralmentenão passa dos 5%—, o controle dadoença está garantido. É a chamada“imunização de rebanho”: quando a

Linha do tempo

Umhistóricodasvacinaspelomundo

11779966●O médico britânico Edward Jenner testa umaforma de imunização contra a varíola apartir do pus das feridas causadas peladoença nas vacas, que desenvolviam umaforma mais branda da doença. Eleconseguiu imunizar um garoto passando olíquido em cima de arranhões na pele domenino. Deu ao processo o nome devaccination, a partir do termo em latim,vacca. Foi a descoberta da vacina.

11888800●O surto de varíola no país leva à construção doHospital de Isolamento em São Paulo, hojeInstituto de Infectologia Emílio Ribas.

Na última década do século 19, 8,6 mil pessoasmorreram da doença no Rio de Janeiro.

11888844●Louis Pasteur cria a primeira vacina antirrábica.11992233●As vacinas contra difteria, coqueluche e tétanosão as primeiras a serem produzidas emmassa.

11996622●O polonês naturalizado norte-americanoAlbert Sabin desenvolve uma vacina oral, apartir de vírus vivo, contra a poliomelite. Afacilidade da imunização viabiliza ascampanhas de vacinação emmassa contra adoença.

11996633● Início da vacinação contra o sarampo nomundo.

11997799●A vacinação contra a coqueluche é suspensa naSuécia até 1996 por suspeitas quanto à suaeficácia. Como consequência, durante essesanos, 60% das crianças até os 10 anos de idadedo país contraíram a doença.

11998822●O documentário DPT: The Vaccine Roulette, querelaciona a vacine tríplice bacteriana a reaçõesadversas e inflamações crônicas, serve degatilho para omovimento antivacina nosEstados Unidos.

Handout/Reuters

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maioria das pessoas em uma comunidade estáblindada da infecção, elas acabam protegendopessoas ao redor não imunizadas, porque nãotransmitem a doença.

Outras polêmicas engrossam o caldo dos an-tivacinistas, como a relação entre a vacina dahepatite B e a esclerose múltipla e com a síndro-me de Guillain-Barré, uma doença autoimuneque causa paralisia aguda flácida. Para a última,algumas pesquisas estão em andamento. Para aesclerose, já existem estudos desvinculando asduas coisas. Nos anos 1990, começou a circularna França notícias sobre uma possível ligação e,como consequência, menos da metade dascrianças e dos adolescentes no país haviam to-mado as três doses da vacina até 2002. Foi verifi-cado que, o uso da vacina de hepatite B nomundo inteiro não resultou em um aumentoda ocorrência de esclerose múltipla. Além dis-so, o Comitê Nacional deVigilância Farmacoló-gica da França analisou receptores de milhões

de doses da vacina entre 1989 e 1997 e concluiuque a frequência de doença neurológica nesseperíodo, incluindo a esclerose, foi menor nessegrupo do que na população geral.

E o embate continua. Em 1982, foi fundadopor não médicos o National Vaccine Informa-tion Center (NVIC), movimento crítico ao siste-ma de vacinação em massa norte-americano.Os fundadores do NVIC acreditam que há riscosocultos na aplicação de vacinas, tais como crisesconvulsivas e paralisia de membros. “É impor-tante que os pais saibam que vacinas são pro-dutos farmacêuticos e trazem riscos que po-dem ser maiores em algumas crianças do queem outras,por isso é importante estar bem in-formado antes de tomar a decisão de vacinarseusfilhos”,consideraacofundadoradaorgani-zação, Barbara Loe Fisher, autora do livro DPT:AShot in the dark” (DTP:Um tiro no escuro), sobrea vacina tríplice bacteriana. Ela diz que, nos Es-tados Unidos, um programa de compensaçãopor problemas causados por vacinas já distri-buiu US$ 3 bilhões (R$ 9,1 bilhões) em indeniza-ções desde que foi criado, em 1986. “Existemmais pais nos EUA questionando se seus filhosrealmente precisam dessa quantidade de vaci-nas que o governo exige para que sejam saudá-veis e querem fazer escolhas informadas e vo-luntárias.Temos muitas centenas de novas vaci-nas sendo criadas por indústrias farmacêuticase por agências do governo. Quanto mais vacinascom riscos conhecidos ou não são adicionadasao nosso calendário obrigatório, mais precisa-mos proteger os princípios éticos de consenti-mento consciente.”

Informação também é a bandeira de C.C., 35anos, de São Paulo. A história dela e do seu be-bê, que hoje tem 11 meses, é parecida com a deEvelyn e Isabelly. O bebê tinha comportamento

normal até tomar a primeira dose da vacinacontra o rotavírus, aos 2 meses. Segundo a mãe,a criança apresentou reação no mesmo dia dadose: diarreia, cólicas, choro intenso e irritabili-dade. A reação de C. foi a mesma de muitas ou-tras mães: jogar os sintomas no Google e buscarresultados. Descobriu outros casos semelhan-tes ao seu. Aos 28 dias, ele passou a excretar san-gue nas fezes e a diarreia durou quase três me-ses. “Fiz dieta restritiva porque havia suspeitade alergia alimentar. Passei a consumir só ver-duras e legumes ou ficava de jejum, desespera-da para que ele melhorasse”, conta.

Depois de buscar ajuda médica, C. decidiunão dar a segunda dose da vacina. O bebê sómelhorou aos cinco meses e, mesmo assim,deixou de ganhar peso como antes. “Meu filhoera saudável antes da vacina”, insiste. Passado osusto, ela criou um grupo no Facebook contra aimunização do rotavírus, que conta com quase150 membros. “Sou a favor da prevenção e davacinação, desde que haja controle absolutosobre seus efeitos. Não recomendo essa vacina,porque são muitos os casos”, sublinha.

Algumas reações adversas são bem conhe-cidas. As mais comuns são dor e vermelhidãono local da aplicação. Febre baixa ocorre emcertos casos. Alergias graves, causadas princi-palmente pela gelatina e pelo ovo (algumasvacinas são cultivadas em ovos de galinha)vêm em seguida. Os riscos, no entanto, nãosuperam, segundo os médicos, as vantagensda vacinação. “As reações são de caráter indi-vidual, há uma predisposição de cada indiví-duo”, explica a infectologista Ana Rosa dosSantos, gerente médica do Sabin Vacinas.“Mas as vacinas estão cada vez mais seguras emenos reatogênicas. Os benefícios superamem muito os riscos”, complementa.

11999900●Último diagnóstico de poliomelite registrado no Brasil.11999911●Umsurto de sarampo tem início da Filadélfia a partir deduas igrejas fundamentalistas antivacinação, nas quaisnenhumdos seusmembros eram imunizados. Entre eles,foram486 casos e seismortes. A epidemia se espalhou pelacomunidade e infectou 938 pessoas, levando três àmorte.

11999988●Um estudo domédico britânico AndrewWakefield com 12crianças publicado na revista científica Lancet relacionoupela primeira vez a vacina tríplice viral, contra rubéola,caximbo e sarampo, ao aparecimento de autismo. Apesquisa gerou pânico, mas foi desmentida anos depois.

22000000●A OrganizaçãoMundial da Saúde anuncia que o sarampoestá sob controle nos Estados Unidos.

22000055●Contabilizados na Nigéria 20mil casos de sarampo e 600mortes após líderes religiosos fundamentalistasdesaconselharem a vacinação contra a doença.

22000099//22001100●Após a epidemia de gripe suína nomundo, começa acampanha de imunização contra o vírus H1N1.

22001100●O conselho britânico demedicina cassa o registroprofissional domédico AndrewWakefield depois deconsiderá-lo culpado pela divulgação de informaçõesfalsas na pesquisa de 1998. A revista Lancet tira o estudodos seus anais— fato inédito na história da publicação.

22001111●É registrado um surto de sarampo na Vila Madalena, emSão Paulo, a partir de uma escola em que uma dascrianças não era vacinada por opção dos pais.

22001122●São contabilizados 48,2 mil casos de coqueluche nosEstados Unidos, o maior número de infectados desde adécada de 1950 no país.

22001144●Um surto de sarampo tem início na Disneylândia, nacidade de Anaheim, na Califórnia, depois de crianças nãovacinadas se contaminarem. Até fevereiro deste ano, foramnotificados 121 casos em 18 estados norte-americanos.

22001155●Autoridades do Paquistão decidem punir com prisãocidadãos que, por motivos religiosos ou pessoais, não seimunizassem contra a poliomelite— a doença temcaráter endêmico no país e é um desafio para asautoridades de saúde paquistanesas. O governo anunciouque só liberaria os detidos se eles se comprometessem atomar a vacina.

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Criança e do Adolescente diz que éobrigatória a vacinação das criançasnos casos recomendados pelas autori-dades sanitárias, mas não há puniçãoespecificada para a infração. Os espe-cialistas dizem que há um motivo paraa atenção em torno das crianças quan-do o assunto é vacinação: em geral,são elas, ao lado dos idosos, as maioresvítimas das complicações mais gravesdas doenças — como no caso da gripe,que pode evoluir para pneumonia ouotite —, e são elas também as maiorestransmissoras de doenças, por porta-rem maiores cargas virais e convive-rem em escolas e creches desde cedo.Segundo um dado apresentado pelaSanofi no lançamento da vacina qua-drivalente contra a gripe, em abril,47% das crianças mortas por gripe noano passado tinham idade média de 5anos e eram previamente saudáveis.

A fisioterapeuta hospitalar FláviaMelo de Sampaio, de 32 anos, e o mari-do, o médico Antônio José Brandão,33, estão acostumados a ver de pertoas estatísticas. Talvez por isso, Bernar-do, de 3 anos, e Heitor, de 9 meses, es-tejam com as carteiras de vacinaçãotão carimbadas. Os dois nasceramprematuros, com 35 semanas, e, porisso, Flávia e o marido decidiram vaci-ná-los na rede privada, optando porvacinas acelulares, que são mais segu-ras a reações adversas.“Foi uma orien-tação do médico, na maternidade ain-da, como precaução”, conta a fisiotera-peuta. Esse tipo de vacina está dispo-nível também na rede pública apenaspara casos especiais, com recomenda-ção médica. A exceção das clínicas pa-gas para Bernardo e Heitor é para asvacinas que são idênticas no posto desaúde, como a da febre amarela.

Flávia e Antônio não conseguementender muito bem o que leva umpai a não vacinar os filhos. “Não mepreocupo com meus filhos na escoli-nha porque sei que eles estão protegi-dos. Eu me preocupo muito maiscom a ignorância dos pais que nãovacinam”, comenta Antônio. A famíliaembarca esta semana para os EstadosUnidos para curtir alguns dias de fé-rias. A notícia do surto de sarampopor lá ligou o pisca-alerta da família.“Fui atrás de reforçar todas as vacinasaqui de casa, inclusive a minha e a doAntônio”, comentou Flávia.

No passado, era apenas a varíola.Hoje, o calendário de vacinação deuma criança nos seus primeiros anosde vida inclui picadas contra mais de20 doenças. Sarampo, coqueluche, po-liomelite, rotavírus, meningite, hepati-te, febre amarela, HPV, varicela, rubéo-la, tétano, pneumonia, gripe etc. E a lis-ta continua. “Você não sabe o que é veruma criança com sarampo, uma doen-ça evitável”, comenta Ana Rosa dosSantos, do SabinVacinas. A despeito doquestionamento de alguns pais sobre aquantidade de picadas, a carteira devacinação cada vez mais recheada sig-nifica redução importante no númerode hospitalizações e da mortalidade in-fantil. “Se não fossem as vacinas, a po-pulação hoje estaria infinitamente me-nor do que ela é. É inquestionável a suaimportância”, complementa AroldoBrohmann de Carvalho, presidente do

Departamento de Infectologia da So-ciedade Brasileira de Pediatria.

E ele vai além: seria negligência seum médico contraindicasse uma va-cina, a não ser em casos especiais, co-mo crianças imunodeprimidas oucom outro tipo de restrição. “Umacriança não vacinada é risco nãoapenas para si mesma,mas para aspessoas ao redor dela. É papel do pe-diatra orientar os pais sobre as vaci-nas. Imagine o sentimento de culpadesse profissional se um paciente seunão toma a vacina, contrai umadoença grave e morre em decorrênciadela?”, questiona o médico.

Nos Estados Unidos, se uma crian-ça chega a uma escola com a carteirade vacinação incompleta, não se ma-tricula, embora a maioria dos estadospermita exceções de cunho médico oureligioso. No Brasil, o Estatuto da

Breno Fortes/CB/D.A Press

OcasalAntônio José eFlávia optoupor vacinar os filhos,Heitor eBernardo, na redeprivada: proteção suplementar

Entre picadas egotinhas

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Reforçonão é luxo

caxumba e rubéola; hepatite A e B; umreforço para a meningocócica, que ago-ra existe na versão combinada contraquatro tipos da doença (A, C,W eY); pa-ra catapora, caso ele ainda não tenha ti-do a doença; e uma segunda e últimadose para febre amarela.

“O sarampo tem complicações se-riíssimas em adolescentes, como ence-falite, cegueira, diarreia e pneumonia.A hepatite A também pode ser fulmi-nante. Na Argentina, eles conseguiramdiminuir significativamente o númerode transplantes de fígado depois de in-troduzir a vacina”, diz Ana Rosa. A mé-dica acrescenta que muitos adolescen-tes procuram atualizar a carteira de va-cinação por causa de intercâmbios,quando viajam a países que exigem va-cinas para doenças cuja vacinação nãoé feita nas campanhas nacionais.

Tais vacinas valem também para osadultos que nunca tomaram os refor-ços necessários. HPV e rubeóla mere-cem destaque. “É importante que tan-to o homem quanto a mulher se vaci-nem porque, mesmo que o homemnão manifeste a doença, ele é trans-missor e pode passar para mulheres. Acampanha de rubéola só teve sucessoporque o governo vacinou também oshomens”, frisa a especialista. Algumasvacinas ainda são recomendadas ape-nas para adultos — caso da contra oherpes zóster, licenciada apenas paramaiores de 50 anos.

Nemtodavacinaéparaavidatoda.As-sim como nem toda doença. O que signi-fica que a carteira de vacinação é docu-mentotambémparaadolescenteseadul-tos. Novos reforços e vacinas devem ga-nhar carimbos nas carteiras, emborapoucagenteatenteparaaimportânciadacontinuidade da vacinação depois da in-fância. “No Brasil, nós temos boa cober-tura para as crianças, mas também pre-cisamos pensar nos adolescentes e nosadultos”, reforça Isabella Ballalai, da So-ciedade Brasileira de Imunizações.

A má notícia é que, como adolescen-tes e adultos — salvo casos específicos,como gestação ou doença crônica —não estão nos grupos de maior risco paradoenças, as vacinas para essas faixas etá-rias quase nunca fazem parte do calen-dário público. O que não significa quenão sejam importantes. A coqueluche,por exemplo, tem crescido no mundo.Em 2013, foram quase 30 mil casos nosEstados Unidos. Em 2012, quase 50 milcasos foram reportados. Embora o dadopossa estar ligado a uma possível dimi-nuição na adesão à vacina, os médicoscomeçam a achar que, ao contrário doque se acreditava quando ela fez sua es-treia, a imunização que, por exemplo, elainduz não dura a vida toda.

“Faz 3 ou 4 anos que se discute emcongressos que a vacina para coquelu-che (ela faz parte da tríplice bacteriana)não é para a vida toda. Antes, acreditava-se que um último reforço, aos 6 anos deidade, era suficiente para imunizar umapessoa para o resto da vida”, explica a in-fectologista Ana Rosa dos Santos. “Hoje,sabe-se que, por volta dos 15 anos, aimunidade contra a doença cai. Por isso,é importante fazer um novo reforço noadolescente ou no adulto”, continua.

A vacina para o reforço dada hoje édiferente da distribuída na infância peloprograma do governo. É um tipo acelu-lar, menos suscetível a reações, e combi-nada ainda a uma dose de imunizaçãocontra a poliomelite, de vírus morto.Além disso, fazem parte da cartilha doadolescente a imunização contra o HPV,tanto para meninas quanto para meni-nos; a tríplice viral, contra sarampo,

Matemática da doença

Doençanão é ruimsópara quempassapor ela. Traz custoshospitalares para governos e deprodutividadepara empresas.Umestudo emumametalúrgicanorte-americana constatouque,em2001, afastamentos de funcionários por doenças do sistemarespiratório, comoagripe, custaramàempresaUS$ 150.865(R$460mil) no ano.Umestudoparecido feito dentro dohospital daUniversidade Federal de SãoPaulo em2005 chegouà conclusãoqueum funcionário queganhasse, na época, umsaláriomínimo, causariaà instituição, umprejuízo deR$50,31 por dia de atestadomédico.Alémdisso, em2009, aPrevidência Social divulgouqueo custo comdoenças respiratórios naquele ano representava0,5%doPIBnacional.Amédia de faltas no trabalhopor gripe hoje é de três a seis dias.

ShahMarai/AFP

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Handout/ReutersCCC C

aaa a ppp paaa a Entrevista//PaulA.Offit

Muitospais acreditamqueas crian-ças tomamumaquantidade exage-radade vacinasnosprimeiros anos.Tantasdoses emtãopouco temponão trazemalgumrisco?Não. E eu explico oporquê. Se você

olhar para 100 anos atrás, tínhamosapenasumavacina,paraavaríola.Hoje,nós protegemos as crianças contra 14doençasdiferentes em26doses.Masoque importanãoéaquantidadee, sim,onúmerode componentes na vacina,comoproteínasvirais,bacterianasetc.Éoquedesafia o sistema imunológico acriar proteções. Antigamente,mesmocommenos vacinas, esse número eramaiordoqueéagora.Avacinacontraavaríola tinha200desses componentes.Hoje, todasas 14 juntas têm160.As va-cinas avançaramemrecombinações,emtipos.Obebênabarrigaestáemumambienteestéril.Masquandoelepassapelo canal vaginal, não estámais.O arque você respira não é estéril. Nemaáguaquevocêbebeouoquevocê toca.Obebê se expõeamilharesdedesafia-dores imunológicos todososdias.Ava-cinaéumagotanesseoceano.

Mesmoassim,algunspaisoptampornãovacinaremseus filhos.Porquê?Porque eles não têm medo da

doença. Nos Estados Unidos, nós pe-dimos para as crianças se imuniza-rem contra 14 doenças nos primeirosanos de vida, são muitas doses. E ospais não entendem por que. Se elesnão veem a doença, eles não se sen-tem impulsionados a proteger suascrianças contra ela.

Adecisãodenãovacinar o seu filhopodeafetar outraspessoasna comu-nidade também,como,por exemplo,pessoas imunodeprimidasquenãopodemtomara vacina?Sim, claro. É uma decisão egoísta e

estúpida. Por que você colocaria seufilho ou o filho dos outros em risco? Ese vocêolhapara as pessoasnosEsta-dos Unidos que escolhem não vaci-nar seus filhos, elas têm educaçãouniversitária, trabalham, são profis-sionais e têm acesso a informação.Mas elas vão ao Google, digitam“va-cinas” e acatam todo tipo de conse-lho. Nem sempre as informações sãoverdadeiras.

Muitos achamqueéuma jogadada indústria farmacêuticaparalucrarmais…Vacinas não são grandes fontes

de dinheiro para as farmacêuticas. É

uma coisa que você toma uma ouduas vezes na vida. Financeiramen-te, émelhor para elas que as pessoastomem remédios. Quando as vaci-nas começaram nos EUA, tínhamos89 indústrias que as fabricavam.Hoje, temos apenas quatro, porquenão é lucrativo. Se fossem, elas nãoteriam deixado de fabricar vacinas.O setor mais rentável para elas é ode doenças crônicas, para as quaisvocê toma remédios toda a sua vida,como diabetes ou problemas car-diovasculares. Elas lucram, sim, éclaro. Mas não é o que mais dá di-nheiro a uma empresa.

Acredita quea vacinaçãocompulsória éumaalternativanecessária?Não deveríamos precisar. As pes-

soas deviam confiar nos seus médi-cos, nas suas autoridades sanitárias.Em alguns países, isso funciona, aspessoas se vacinam porque querem.No nosso país, se não tivéssemos aobrigação da vacinação, teríamospoucaspessoas vacinadas.Nãoéumalei, mas se você não as vacina, vocênão conseguematriculá-las em umaescola, por exemplo, a não ser em ca-sosde exceçãomédicaou religiosa.

Paul A. Offit tem um extenso currí-culo em assunto de vacinas. Ele é,atualmente, diretor do Centro deEducação de Vacinas no Hospital In-fantil da Filadélfia, na Pensilvânia,professor de vacinologia no InstitutoMaurice R. Hilleman e de pediatriana escola de medicina da Universi-dade da Pensilvânia. Além disso, éum dos coinventores da vacina Rota-Teq, contra o rotavírus. Em 1991, jáno hospital infantil, presenciou umsurto de sarampo que teve início emigrejas fundamentalistas contráriasa vacinação. Na época, mais de 1,5mil pessoas se infectaram e novemorreram. Não há dúvida, portanto,de que sua posição é em favor das va-cinas, e contra a propaganda antiva-cinista. Por telefone, ele conversoucom a Revista do Correio.

Siga ocalendário

Segundo dados doMinistério da

Saúde, o ProgramaNacional deImunizações

oferece 44 tipos deimunobiológicos

usados naprevenção e notratamento de

doenças. Ao todo,são 27 vacinas, dasquais 17 estão no

CalendárioNacional deVacinação, e 17soros para

tratamento dedoenças. Em 2014,foram introduzidasno cronograma doministério vacinascontra o HPV,hepatite A e a

tríplice bacterianaacelular (dTpa).

Page 8: aa aa pp pp a aa CC CC Imunização racional? · CC CC aa aa pp pp aa aa CORREIO BRAZILIENSE Brasília,domingo, 10demaiode2015 24e25 Guerrade versões Falaremmovimentoantivacinista

Oque vemaí

Aciência trabalhasemfreiosparacolocarnomercadonovasemaispotentesvacinas.Algumasdevemchegaràsclínicasparticularesaindaesteano.Outras seguememteste. Sãoelas:

●MMaalláárriiaaSegundo Guido Levi, da Sociedade Brasileira de Imunizações, avacina continua em teste, mas ainda tem uma taxa baixa deeficácia, entre 30% e 40%. Mesmo assim, ele diz que, em paísescomo a África, commilhares demortes por ano pela doença, opercentual já poderia representar uma quantidade importantede vidas salvas pela imunização.

●MMeenniinnggooccóócciiccaa BBDesde que oMinistério da Saúde incluiu no calendário deimunização a vacinameningocócica C, em 2010, os casos demeningite causada pela bactéria diminuíram. No entanto, ameningite B tem crescido em notificações. A vacina foilicenciada emmarço e chega às clínicas no segundo semestredeste ano.

●HHPPVV nnoonnaavvaalleenntteeHoje, a vacina dada no Brasil contra o papilomavírus humanoprotege contra quatro dosmais de 100 tipos de vírus existentes.Uma vacinamais potente, que imuniza contra nove tipos—inclusive os causadores das verrugas genitais— já foiaprovada nos Estados Unidos e a expectativa é que sejalicenciada no Brasil em breve.

●DDeenngguueeA vacina ainda não foi licenciada porque, segundoespecialistas, precisa demais testes. Mas já está em estágioavançado e a expectativa é que esteja disponível em 2016.

●HHeeppaattiittee EEJá existem vacinas para as hepatites A e B, masuma nova variedade, contra o tipo E, está sendo testada.No Brasil, a doença não é tão comum,mas tem altaincidência em países asiáticos, por exemplo.

182milhões

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