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Copyright© Carlos Conrado e Valdeck Almeida de Jesus

Capa: Kythão

Diagramação: Valdeck Almeida de Jesus

Revisão: Os autores

1ª edição

1ª impressão

(2010)

Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte desta edição pode

ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ou

forma,

nem apropriada e estocada sem a expressa

autorização de Carlos Conrado e/ou Valdeck Almeida de

Jesus.

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Sumário

ESCREVER OS TÍTULOS E PÁGINAS DO LIVRO

AQUI

Apresentação /00

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Apresentação

Segundo Raul Seixas, “um sonho que se sonha só é só um

sonho que se sonha só”. Os sonhos de Valdeck e de Conrado

se fundiram e viraram livro, escrito a quatro mãos. Apesar de

não ter sido planejado, pensado junto, escrito junto, tem uma

identidade, uma coesão, um formato, uma característica: o

desabafo, a denúncia, o grito que a maioria não tem coragem

de gritar.

Aqui o leitor vai se assustar, rir, se emocionar e querer

descobrir o que cada escritor tem a dizer. Para isso, será

necessária uma leitura das entrelinhas, uma pesquisa

aprofundada do contexto de vida de Conrado e de Valdeck.

Carlos Conrado, como Valdeck Almeida, nasceram em

cidades do interior da Bahia, assoladas pelo coronelismo,

pelas proibições, pelos preconceitos de toda ordem. Atentos e

contestadores, os dois autores sempre se posicionaram

contrários ao pensamento dominante, ao politicamente correto

e à hipocrisia reinante. Os textos deles expressam, sem

sombra de dúvida, a palavra sufocada, engasgada, abafada e

censurada de todas as bocas brasileiras...

O Editor

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CARLOS CONRADO nasceu em 02/04/1986 no município

de Jacobina-BA. Radicou-se em Sergipe no ano 2000. Artista

Plástico, Ator, Designer Gráfico e Poeta. Estuda Espanhol e

Alemão, tendo alguns textos traduzidos nestas línguas. É

autor dos livros: Poesia Condenada e O Aeronauta Entre a

Razão e a Loucura. É editor da revista Locozines – Revista da

Cultura Emergente. Organizou a antologia A Plêiade –

Tributo à Paz, em parceria com sua companheira Talita

Fontes.

Embaixador da Paz em Aracaju pelo Circle Univ. de la Paix –

Orange/França – Genebra – Suíça. Presidente do Movimento

Cultural Internacional A Plêiade; Assessor do Projeto Alma

Brasileira, Vice Presidente da Casa do Poeta Brasileiro de

Aracaju; Vice Presidente da Arcádia Literária, Cônsul do

Movimento Poetas Del Mundo em Aracaju. Sócio da

AAPLASA – Associação dos Artistas Plásticos de Aracaju.

Ex-Diretor de Comunicação da ASAP – Associação

Sergipana de Artistas Plásticos, Ex-Assessor da Academia

Sergipana de Letras, Membro do Recanto das Letras, Goethe

Institut e Overmundo.

Tem textos publicados em diversas antologias, entre elas:

Coletânea Eldorado/VI – Celeiro de Escritores; Coletânea

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Impressões – Arcádia Literária Estudantil; Antologia Poética

Ano 3 – Prêmio Valdeck Almeida de Jesus; Poetas pela Paz e

Justiça Social/ V.I e Antologias do Projeto “Alma Brasileira”.

Também possui publicações nas revistas: The Moon Ligth of

Corea (Corea do Sul) e ArtPoesia (Salvador–BA).

É colaborador do Jornal O Capital (Aracaju-SE).

Endereços Eletrônicos do autor:

www.conradoemtextos.blogspot.com

www.carlosconrado.multiply.com

www.locozines.blogspot.com

www.casadopoeta.aracaju.blogspot.com

www.vidasemcartas.blogspot.com

www.dichtershaus.blogspot.com

E-mail: [email protected]

MSN: [email protected]

Endereço no Twitter: www.twitter.com/LordSpykezem

Orkut: Conrado Spykezem

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Versos latinos

Estupendo! Así voy vivendo hablando con los vientos

Ellos hablando con mi corazon despierto, acierto

Mis pies en las curvas del las calles, mi cancion

Es lo corazon del la luna,

Joy soy las manos qué tocan

El cuerpo del la mujer amada.

............................................

Conocí las mujeres guapas del Tutancamon, conocí los

Calientes besos del la Medusa,

Conocí el Chille en mí

Sonidos, conocí el loco Neruda.

Voy connocer en mi nave

Todo el Universo!...

Conocí Dios, él eres lo Universo.

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Hóspedes

O ódio e o seu retrato

Estão hospedados em meu corpo,

Chamas de fúria crepitam

Sobre o meu espírito...

- Deixem que estes vermes

Tomem conta deste espaço,

Mostrem-lhes os caminhos do inferno...

Além das noites

Queremos possuir os dias,

Despertem filhos,

Atirem para os hipócritas

Os discos da desgraça...

Nossos olhos explodem de dor,

Fomos feridos, por que devemos sentir

Pena de quem nos atingiu?

Intitulem-nos demônios,

Ratos, vermes,

Nós não damos a mínima

Para esta porra...

Libertem a orgia,

Aprisionem o pudor...

Pudor... Este investe na putaria

E financia a droga que tu consomes...

Mas de quem estamos falando?

Somos apenas duas vozes sem temor,

Falamos o que der na telha...

Tragam-nos o cobertor

Queremos derramar este corpo

No leito das trevas.

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Prazer

Quero brindar contigo

Esta poesia condenada,

Com bons gramas de ópio

E algumas doses de desgraça...

Vês? A noite nos pertence,

Vamos tornar concreto o nosso ato,

Nada de deixar ensaios mal ditos,

Maldito é o nosso amor...

Somos a personificação dos pesares,

As trevas formam o nosso cenário,

Vai, deguste meu bem,

Os vermes que restaram

De uma sociedade esquecida

No canto do seu prato...

Sinta o sabor da intolerância

Arder em tua língua.

Para que a esperança

Se temos carnificina como sobremesa?

Apague estas velas

Quero despir-te na escuridão,

Gosto do teu corpo enegrecido...

Quero ouvir teus gemidos

Enquanto viajo em tuas curvas,

Quero ver a agilidade de tuas mãos,

Quero o néctar consumido...

Sussurres ao penetrar da minha espada,

Entrega-te à volúpia,

Dedica-te ao ato,

Esqueça o coração.

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O Fim de uma Doutrina

Matei o Papa numa noite de chuva,

Escarrei em sua túnica

O desprezo personificado...

Matei a hipocrisia avassaladora

Livrei a Terra de alguns males e pecados...

Explodi conventos, demoli igrejas,

Enforquei padres, freiras e

Livrei os seminaristas

Para que aprendessem a verdade

Sobre a doutrina que os recrutavam...

Queimei páginas da Bíblia

Em brasas de marihuana

Que o meu ser tragava.

Organizei facções,

Sitiei o Vaticano

Para tirá-lo do mapa e...

Deus viu tudo e ficou calado.

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Pai

Como parte dos despojos teus,

Eu, guardião de mim mesmo

E deste cruel e ingrato karma,

Aprendi extraindo dos meus versos,

Que um filho rejeitado

Não vive sob o domínio

Da graça...

Se eu for somente um desgraçado,

Quero nutrir-me da loucura

Que em meu corpo se abriga...

Quero ratos passeando

Em minhas chagas,

Quero que este corpo se desfaça

E que Deus aceite toda a culpa...

Tirano, como o pai de Kafka,

Maior inimigo do meu porvir,

Agradeço-lhe nobre crápula

Por toda a dor germinada em mim.

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Apolítica

Ó filho de uma Puta

Da Puta mais fudida,

Tuas ideias são tortas

Como a cabeça da minha pica...

Tu também és Puta, Política,

Mulher da Zona, Meretriz,

Cachorra depravada e corrompida...

Vem... vem... vem…

Abra as pernas para a Nação

Que de prazer geme e grita...

Quer mais? Quer...? Quer...? Quer...?

Balança o rabo, mostra o Cu e senta

Neste pau chamado Decência.

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Incêndio na Califórnia

No céu cinzento da Califórnia,

Voa a ferida águia americana...

Quisera tu, ser maior do que

A própria força e

Carregar o estandarte da glória.

Poder... poder... poder...

Este lema não mais te representa.

As unhas de tuas garras

Não mais cravam

Na carne dos omissos...

O fogo queima os teus sonhos,

Acende os sonhos,

Daqueles que foram humilhados

Nas asas do teu egoísmo.

Afegãos, africanos, japoneses,

Todas as tuas vítimas riem

Com a boca cheia de terra,

São sete palmos cobrindo o óbito

E representando a tua ignorância.

Maldita sejas tu!

Ó nação de merda.

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Deus e a América

- Olha para baixo, América,

Fixa teus olhos naquela cena...

O que vês?

- Vejo ossos andantes,

Seres desvairados!

- Esses ossos são retratos da fome,

Esses seres são teus filhos chateados...

Tua gula alimentou a minha ira,

Tu não és digna deste espaço.

- Não me culpes por um erro teu!

- Qual seria este erro

Inspiração de tuas ações?

- Destes a nós tamanha liberdade,

O poder de ter poderes.

- Um pai que ama não dá

Correntes de presente,

Não oferece símbolos da desgraça.

- Como podes falar em desgraça

Se todas tuas palavras são dissimuladas?

- Inadmissível aceitar que te criei,

Que blasfêmia desonrar o próprio pai!

- Às vezes, quando mais preciso de ti,

Tu viras a face e some nas sombras...

Se isso é amor, sou as rosas do campo

E a beleza de teus orvalhos.

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Senhora

Cansada da monotonia

De viver no trono estática,

Eu guardiã da verdade,

Resolvi radicalizar meus atos...

Condenei a tolerância,

A pureza e a honestidade.

Absolvi Hitler, Sadam e Bush,

Rebelei-me contra a fraqueza...

Investi na intolerância generalizada,

Matei a esperança para ser chamada

De Justiça Desequilibrada.