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AO ArCOVerde deram um chapéu ; a mim offereceram isto. que nem se pode pôr na cabev* fyd I^Í^D ^ 05"

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ARARA

ARARA Num. 44

SABBADO 9 DE DEZEMBRO DE 1905

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S. PAULO

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o chame de caipira susceptivel, de pelludo incorrigivel. Ver- dade seja que aquelles, que lá fora estão encarregados de manter os nossos créditos, pensam também que é um requi- sito de civilisação mostrar cara alegre ás balellas, que se espa- lham acerca da nossa gente e da nossa terra.

Agora, porém, deante da affronta do Panther e da enér- gica dignidade com que a repellimos, é bem possível que os fazedores de espirituosas blagues se convençam de que não somos simplesmente um paiz de riquezas deslumbrantes á mer- cê do primeiro aventureiro.

E que a lição, que acabamos de dar, nos sirva também para tomar um pouco mais serio as alfinetadas com que nos mimoséam de vez em quando 1 •

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ASTERISCOS

A nota da semana foi a brutalidade exercida, em Itajahy, por um grupo de marinheiros da canhoneira allemã Panther.

Foi tão insólita a aggressão, tão estúpido o attentado á nossa soberania, á dignidade do paiz, que a primeira impres- são recebida foi a de espanto, desse espanto que nos tira a falia, que não nos permitte o menor movimento de reacção.

Depois, passada essa impressão, a reacção fez-se. Não duma maneira espalhafatosa; mas calmamente dign , imperio- samente firme, como digna e firme é a consciência do nosso direito, da nossa independência.

E basta esta attitude para demonstrar aos que de fora nos contemplam que não somos uma republiqueta anarchica e desmantellada, á mercê dos caprichos e das violências do pri- meiro insolente que se lembra de nos offender.

Podem deturpar-nos a lingua, estragar-nos a chorogra- phia, emprestar-nos costumes e hábitos phantasticos.

A's tolices que sobre nós escrevem, temos respondido com o riso da troça; ao descrédito que movem á salubridade das nossas terras, á amenidade do nosso caracter, contentamo- nos em rir, rir sempre.

Ainda não ha muitos dias que um jornal publicou a es- tupefaciente noticia de que o Almanak Nacional, da França, inseria na lista dos commendadores da Legião de Honra os no- mes de dois presidentes da Republica do Brasil, presidentes que davam pelos nomes de Marianno Baptista e Alonso I. E nós recebemos a noticia com a gargalhada do costume.

Pouco antes, um diário parisiense permittira-se a liberda- de de tornar publicas as injurias lançadas contra as nossas au- toridades por uma cocotte, amante dum larapio reles, e por um rafeiro policial. E nós continuamos a achar muito engraçada a blague desses dois meliantes.

Ora, este je m'enfichisme esta índifferença pelo que nos interessa, está de tal modo enrraizado entre nós que, se al- guém se irrita contra essas perversidades, encontra logo quem

Dizem os almanaks que a 8 de dezembro de 1889, sob o regimen da dictadura de Deodoro, o ministro Campos Salles, decretou a separação da Egreja do Estado.

E, dezeseis annos depois, no anno de 1905 da era chris- tan, no 5665 da Judaica e 116 da Revolução Franceza, na ci- dade de Campinas, um juiz de direito, attendendo á represen- tação de um grupo de jurados, mandou collocar a ephigie do Christo crucificado na sala das sessões do tribunal do jury, para substituir talvez a imagem symbolica da Republica.

Campinas foi o berço dss propagandistas da Liberdade; Campinas sempre foi a terra das idéas novas; de Campinas partiram os maiores emprehendimentos, e é de Campinas que hoje, um juiz, calcando aos pés essa mísera carta constitucio- nal de 24 de fevereiro, derriba do seu pedestal o busto da Republica para implantar a figura dolorosa do grande Judeu, pregado ao infamanfe lenho. E a 8 de dezembro de 1889, a dictadura triumphante havia supprimido as relações do Es- tado com a Egreja Catholica e com todas as outras, estabele- cendo a egualdade e a liberdade de cultos I

.*

Mais intelligente foi a municipalidade de Jundiahy que, desejando render uma homenagem ao sr. senador Lacerda, vae inaugurar em sua sala nobre o retrato do político, a quem de- ve serviços. E' uma demonstração concentanea com estes tempos de engrossamento, pela qual, entretanto, o sr. Lacerda não é responsável: se a gente de Jundiahy quer provar que reconhece os benefícios que deve ao membro mais influente da Commissão Central, em que pese ao sr. Siqueira Campos, porque haveria elle de deixar de acceital-a?

Para quem fica mal o servilismo é para municipalidade, que o sr. Lacerda olha com o desdém de um monarcha pelo bobo da sua corte, ao qual de vez em quando dá a graça dum pontapé...

BALZAC.

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Um telegramma de Roma dá-nos a grata noticia de que a Congregação dos Ritos declarou que, d'ora em deante, S. Se- bastião, o das settas, será padroeiro da diocese de Pouso Ale- gre.

Decididamente, a Santa Sé ferrou de namoro com o Bra- sil, e agora a vereis! Já nos fez presente dum cardeal; no- meou diversos sacerdotes nossos camareiros e monsenhores; e, agora, dá-nos de mão beijada um padroeiro. Qualquer dia temos a Commissão Central feita qualquer coisa grande e im- portante no Vaticano, que só terá a ganhar com isso, porque a Commissão para uma eleiçãosinha é supimpa.

Ha, porém, no meio da alegria saltitante em que nos deixou a grata noticia, uma duvida que affrouxa um tanto o nosso enthusiasmo. S, Sebastião é, desde os tempos coloniaes, o padroeiro da mui leal cidade do Rio de Janeiro; ora, a Cons- tituição, o illustre pacto fundamental de 24 de fevereiro como lhe chama periphrasticamente o sr. Leopoldo de Freitas, pro- hibe as accumulações. Portanto, S. Sebastião terá de optar : ir para Pouso Alegre, uma tristonha cidade atrasada, onde pasa- rá os dias aborrecidos ouvindo as bisbilhotices das comadres resinguentas e más-linguas; ou ficar no Rio de Janeiro, fazen- do á tarde a Avenida Central, assistindo nas quartas-feiras ás pales- tras do ministro J. J. Seabra, ouvindo de vez em quando o verbo

MJ^T^-Ok

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ARARA

inflaramado e demagógico do sr. Barbosa Lima, e á noite, in- do ao theatro e passar o resto da noitada no salão modem style d'alguma Marion Delorme da rua Senador Dantas.

Nós, se a nossa opinião pudesse influir no animo do Santo, aconseihar-lhe-iamos a que se deixasse ficar peja' Capi- tal Federal.

A esculptura angulosa do seu corpo, macerado pelo je- jum, e as settas elegantemente cravadas no peito, atravez de cuja pelle pergaminhada transparecem as costellas, dão-lhe o ar dum Christo de Botticelli, o tnystico pintoi dst arte by- santina, posto em moda pelo snobismo dos pre-raphaelistas.

E, nos salões de Botafogo e das Larangeiras,' a sua ap- parição será sempre um successo.

Demais, agora que se está discutindo o vestuário mais apropriado ao clima carioca, o São Sebastião com o sendal de alvo linho manchando-lhe a suave côr de marfim velho da pelle, poderá dar a nota do vestuário mais commodo a supportar os 40 graus á sombra da temperatura tropical do Rio.

No emtanto, quer o Santo tome este alvitre, quer se re- signe á vida monótona e insipida de Pouso Alegre, é preciso que se decida o mais depressa possível.

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Na corda Annunciaram jornaes que o delegado de policia de Jacarehy

prendeu ha dias um individuo, naquella cidade, e o levara â presen- ça do sr. coronel Carlos Porto, para o fim de dar umas explicações necessárias a este conspicuo deputado do norte do Estado.

Mandou o coronel entrar o homem, interpellou-o com uma voz de stentor e, quando e pobre ia a aventurar uma contestação, estala- lhe uma castanha na bocca, perdão, recebe uma tremenda bofetada da mão forte do nobre coronel.

O caso produziu espanto em Jacarehy. E era natural, por so tratar de uma novidade, inaugurada no regimen policial e no regi men político da pacata cidade do norte.

Até aqui, sabia-se, os indivíduos delinqüentes eram mandados para a cadeia. Mas este próprio do Estado está tão infecto, tão arruinado e tem produzido tão grande mortalidade entre os presos alli existentes, que o delegado de policia e o coronel Porto, que é o chefe político do logar, por um sentimento de humanidade resolve- ram castígal-os de outra maneira.

Assim, commettído um delicto, quem o pratica e preso e imme- diatamente levado á presença do coronel Porto. Se s. s. está de mau humor, manda um dos seus creados buscar uma faca, corta um bocado de orelha ao preso, assenta-lhe doh formidáveis pontapés ao fundo das costas e manda-o em paz. Mas se s. s. está de bom humor, o caso é mais clemente um pouco: o preso leva apenas pelas ventas um formidável bofetão e é posto no meio da rua, depois de um ser- mão cheio de moral.

Não ha, portanto, como se vê, razão para que os jornaes gritem contra este facto novo de so "bater num preso.

O coronel Perto acha-o naturalissimo, acha-o de elevado alcan- ce hygienico e econômico, hygienico, principalmente, porque castigan- do summariamente os presos, estes não terão a desventura de ir aca- bar seus dias nas miasmaticas e lobregas prisões da cadeia publica.

Foi isto que nos disse um amigo defendendo o coronel Carlos Porto a quem denominou pittorescamente Pirolito que bale, que bate, e a quem nós, porém, chamaremos -Pirolito que já bateu!

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A questão das carnes congeladas promette muito. Já en- veredou pelo caminho das secções livres dos jornaes, embara- fustou.pelo Fórum, e Deus sabe até onde ella irá dar.

Se essas carnes são boas ou más, se vêm, realmente' concurrer para melhorar a alimentação do povo, sempre tão mal alimentado, é o que, por emquanto, não podemos dizer.

O certo é que já uma outra empreza se apresentou a disputar o terreno ao sr. W. Fowles. E nessa empreza parece que figuram dois vereadores, ura dos quaes se tornou celebre na ultima apuração de actas eleitoraes.

A questão das carnes congelladas vai ser discutida na Câmara Municipal. Não será rasoavel que esses dois vereadores se abstenhara de tomar parte na discussão e se retirep do recinto, quando se proceder á votação de qualquer coisa que diga respeito ás carnes congeladas?

Parece, não ha duvida; responderá toda a gente sensata.

Por isso isso mesmo, porém, é que talvez nada disto se dê.. E não deixará de ser edificante o caso dos dois vereadores tratarem de chegar a ! rasa á sua sardinha, em nome dos inte- resses do povo de que se dizem procuradores.

DIREITO... PARA RIR

Em uma. de suas visitas, ultimamente, ao Hospício de Ju- query, o dr. Jorge Tibiriçá, passando por um aposento gradea- do, em que se achava recolhido um louco furioso, ouviu que este discursava em voz retumbante, sobre o momentoso proble- ma da .^rise da lavoura.

Ouvir isto e parar, foi obra de um instante. —Quem sabe, disse o dr. Jorge Tibiriçá, se desse cére-

bro enfermo sairá, contra a geral espectativa, a solução que tanto ambiciono para a desgraçada depreciação do nosso prin- cipal produeto?

E começou a escutar. Mas diante da figura sublime e divina do chefe do Estado, o doido, como que por encanto, emmudeceu, fixando com insistência o olhar brilhante nos far- tos bigodes do eminente estadista.

Afinal este, entre enfiado efeurioso, dirigiu-lhe a palavra: —Então, que é mesmo que dizia o amigo sobre a va-

lorisação do café ? —Eu dizia, replicou o louco, que os bigodes hoje nada

valem, porque ha um grande excesso delles. V. Exa, por exem- plo, abusou do direito de ter bigodes. Se tivesse de vendel-o todo, não encontraria compradores, a não jser por preço ínfi- mo. E a propósito porque não o queima em parte ? Porque não queima ao menos esses fachos de cabellos que lhe irrom- pem das ventas?... Seria um remédio. Os pretendentes a pellos, dariam talvez mais pelo gene-ro no mercado.

Assim, porém, com essa bigodeira, é impossível fazer negocio vantajoso.

E, emquanto o doido fallava, o Presidente reflectia e murmurava comsigo mesmo :

—Sim, era este o projecto do Vicente, que puzémos á margem.

E em voz alta para o louco : —Isto em bons termos quer dizer que o amigo entende

estar todo o nosso mal no excesso de producção. Não é ver- dade?

—Sim, é possível, responde o doido. E retruca o Presidente: —Se assim é, como corrigir esse excesso ?... —Vendendo, queimando, cortando á navalha e até pondo

fora, dis o doido, porque ter tanto bigode assim já parece abuso de confiança.

—E se houvesse, insiste o dr. Tibiriçá disfarçando, uma só pessoa que comprasse todo o excesso de producção por bom preço, para depois vendel-o ao consummidor ?

O louco deu uma gargalhada e concluiu : —Esse sujeito ficaria coberto de cabellos e morreria co-

mido por parasitas. —E' se, em vez de bigodes, se tratasse de café? pergun-

ta o Presidente. —Nesse caso, em vez de João Felpudo, esse sujeito fi-

caria sendo um cafesal, mas não salvaria a lavoura, porque arrebentaria com elia, levando-a na enxurrada.

E, com esta ultima resposta, o Presidente retirou-se para fazer o lunch, regado por ódio ao Arbuckle, habitualmente, com chops a granel.

Excusado é dizer que o dr. Tibiriçá, prefere a opinião do louco, á do dr. Peixoto Gomide, consultor jurídico do go- verno e ainda para justificar a inserção destas linhas nesta secção da folha que elle... está no seu direito.

Ul.PIANO.

Os negócios de administração desta folha, somente, devem ser tratados com o seu director. Aproveitamos a oceasiáo para declarar que o sr. João de Sá Rocha nunca esteve nem está autorisado a receber contas desta folha ou angariar assigna- turas.

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Carolas e carolices 0 menino boi

Verdadeira imagem duma creança, que nasceu como

MBo?

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ARARA

I

1)e Campinas Um caso original neste fim de anno. Originalissimo! Os doentes da S. Portngueza de Beneficência, porque sahiu um

medico da direcção hospitalar e entrou outro, mandaram celebrar missa em acção de graças ! Como pilhéria é única!

Melhor já vi, peor também já vi; mas assim eu nunca vi!! * *

Abre-se o asylo de Inválidos, graças a ingentes esforços de di- versos cavalheiros de boa vontade. A pobreza mendicante ficará to- da na Republica; sim, porque é este o titulo da chácara onde foi instai lada a instituição.

Se eu não conhecesse os promotores do Asylo, poderia suppôr que ali havia laivo de epigramma!

Latet anguis in herhis? Mas, não; o accaso é que é de muita força !

De mais força ainda é o abraço que daqui pespégo no Centro de Sciencias, Letras e Artes. Estou satisfeito

Apesar da forte opposição da imprensa Correio e Cidade e da de alguns edis, o Instituto abiscoitou uma subvençãosita de quatro meios contos para alumiar o caminho da publicação de sua revista, que é um primor a espalhar por toda a parte o nome da terra onde elle floresce.

Dizem, entretanto, que não tem um assignante sequer, e nem é vendido exemplar algum!!

Vejam o que é não haver aqui gente, que enlenda de coisas boas!! Também uma terra onde florescem a bananeira e a abóbora, ao lado de tanta tolice!...

* * — Então? Que tal esteve a festa na sala do jury?

Soberba! Os catholicos ouviram o discurso official e, lá por certas alturas, torceram o nariz.

O orador deu a entender, ou disse que, isto de dogmas, não faz parte dos principies sobre os quaes se assentam os preceitos de Jesus!

—Na occasião a idéa, effectivamente, não serviu para que di- gamos como uma luva. E que mais ?

—Veio então a palavra do presidente e varreu as nuvenzitas, que pareciam toldar o ceu das crenças religiosas de muitos dos que alli estavam.

E a impressão evaporou-se, deixando mais vivo, mais intenso o perfume das flores que adornavam a sala do colendo tribunal.

E o A. Ribeiro, autor da idéa da cruz no jury, mostrava a physionomia i adiante de satisfacção

* * * —Conferências ! Conferências Eis o mot d'ordre dos intelle-

ctuaes —A praga dos gafanhotos Eis o espantalho dos lavradores. Esta, felizmente, ainda cá não chegou e, oxalá, não se lembre

disso. A outra, porém, já anda a rosnar pelos botequins... Diz-se que, a exemplo do que fizeram Bilac, Pujol, Netto e

outros, guardadas as distancias dê intellecto, pretendem alguns aqui realisar conferências.

Para que haja certa analogia entre as duas coisas, o primeiro conferentista, diz o Felippe, tratará deste assurapto de muita actuali- dade:

—Os gafanhotos na literatura Que idéa I que artista .

CYRANO.

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Caça e pesca João Phoca (Baptista Coelho) do Jornal do Brasil, já

por duas vezes nas suas chronicas, escriptas a bordo do Pátria, alludiu com muito espirito a umas botinas inglezas, de couro amarello, que eu levei daqui para Campinas,- pOr occasião das festas aos officiaes. '•

Essas botinas, a que João Phoca chama barbaramente bo- tifarras, serviram ao engraçado critico, numa hora matinal em que eu estava ausente, para o transportar á casa de banho e de lá ao seu quarto, que, diga-se de passagem, não ficava muito dis- tante.

Pois, èm vez de agradecer o serviço que as botinas lhe prestaram, João Phoca chama-lhes primeiro arca., de Noé e, de- pois, attribue a sua propriedade primitiva a Manasses, rei do Egypto.

Fiquei indignado com a troíá-, não por que a desmedida proporção dada pelo epistolographo ^as minhas botinas viesse atirar por terra com toda a minha elegância de 39 pontos, cer- tificados e comprovados pelo Júlio Rivas, fabricante de calça-

dos da Galeria de Crystal; mas pelo sentimento de desdém que Baptista Coelho por ellas mostrou... depois de ter toma- do banho.

Ora, já que o espirituoso redactor do Jornal do Brasil se permittiu a liberdade de troçar das minhas botinas, eu jul- go-me no direito de proclamar aqui, alto e bom som, que as botinas de Baptista Coelho são tudo o que ha de mais ridículo em toda a christandade, que anda calçada.

Em primeiro logar, essas botinns eram de bico tão fino, tão aguçado, que na primeira manhã ao despertar no quarto, em que eu e Baptista dormíamos, dando com os olhos mal abertos sobre uma dellas, tive a convicção de estar fitando um bico de papagaio. Mas, esfregando bem os olhos e fitando de novo a botina de Baptista Coelho, ella agora dava-me a idéa de uma mammadeira, tal o afusamento de talhe, que vinha mor- rer na extremidade da biqueira.

Eram pretas as botinas de Baptista Coelho. Lembro-me muito bem. E, se fecho os olhos, colloco-as por um poder de invocação dos sentidos, ao lado das minhas botinas, estas com o seu couro amaiello, os seus cordões de seda, a sua tromba larga, traduzem perante o mais descuidado analytico a nobre funcção de saberem pizar firme e certo, sem medo da chuva ou do sol, sem medo dos precipícios, sem medo de coi- sa alguma; ao passo que as outras, coitadas, todas esticadas, ao ponto de acabarem em forma conica, lembram-me dois pe- quenos urubus para alli atirados por formidável vendava!.

Mas ha mais : as minhas botifarras, como lhes chamou João Phoca, nunca me deram uma contrariedade, nem me causa- ram um desgosto ou concorreram para o meu mal estar physico e moral. Não.

Obedientes e passivas, tendo o mais alto respeito pelos meus nervos, mal lhes alargava os cordões e mettia os pés (39 pontos, é bom lembrar) era um instante em ficarem prom- ptas para o giro do dia.

Poderá o sr. Baptista Coelho, sem mentir com os seus poucos dentes, dizer o mesmo das suas botinas ? Não pôde, ora ahi está.

A prova tivemol-a todos quando, numa segunda-feira de manhã, partimos para a fazenda do barão Geraldo de Rezende. A's 7 horas, Baptista começou a calçar uma botina. Eu, que já estava prompto, puz-me a passear pelo terraço da casa em que foramos fidalgamente hospedados.

De repente, ouço gemidos, partindo do quarto. Era o Baptista a tentar introduzir a ponta do pé nas pequeninas pre- ciosas pretas.

Dou uma volta pelo terraço, demoro-me meia hora a con- versar com o amável cavalheiro de quem éramos hospedes, volto ao quarto e encontro Baptista vermelho como uma papou- la, suando que até parecia um chafariz.

—Oh, homem! Essas botinas não são suas. Devem ser de alguma das creanças cá de casa!

Em conclusão, ás nove horas da manhã, isto é duas ho- ras depois de ter deixado Baptista a calçar uma botina, Ba- ptista ainda não tinha calçado a outra!

Isto foi tão notado e accirrou de tal modo os companhei- ros, que Raphael Pinheiro, subindo ao quarto e vendo Baptis- ta claudicante, gritou-lhe :

—Nem um minuto mais de espera. Ha uma solução: vae descalço e dependura esses lindos trastes nas orelhas, se a questão é de quereres mostrar que tens um pé de chinez!

PASCHOAL.

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THEATROS Polytlieama

Durante a semana' os espectaulos correram pouco anima- dos. Também o programma, apesar das estréas annunciadas fom grande espalhafato, continua a ser pouco interessante.

Se a empreza não procurar tornar mais attrahentes os es- pectaculos, em pouco tempo terá o desgosto de vêr a casa en- tregue ás moscas. E, comtudo, o nosso publico é tão fácil de contentar que com bem pouca coisa a empreza manteria sem- pre concurridos os espectaculos, tanto mais apreciados agora nesta estação da canicula quanto não ha em S. Paulo, uma única casa de divertimentos, onde se possam passar algumas horas agradáveis. -

%m.

Aíl J^S^-J^

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ARARA

ALMEIDA NOGUEIRA Toda a sua vida tem sido um longo e commovente poema de

coufraternisayão dos homens o das coisas do sou tempo. No segundo império, em que os partidos politicos se degladia-

vam com furor, o sr. Almeida Nogueira suava as estopinhas para reconciliar conservadores e liberaes. A'quelles mostrava os benefícios do progresso e do liberalismo, as conquistas da sciencia esmagando o empirismo rotineiro; aos liberaes exhibia o vasto quadro da crea- çâo dos seres que, paulatinamente, vão evolindo ásombra amiga e be- nevola do aphorismo: natura non facit saltus. Na algibeira esquer- da do paletot, tinha uma antiga gravura representando um carro de bois, subindo custosamente uma escarpada montanha; esta gravura era para os liberaes. No bolso da direita, uma medalha ostentando uma bellissima figura de mulher, cabellos soltos ao vento, veste flu- ctuante, e desusando nums patins; em baixo tinha escripto: Comme sur de roulettes. Esta medalha era para os conservadores

E este amor pela synthese dos symbolos abeberou-lhe sempre a alma generosa. Assim se explica a sua entrada na Sociedade Re- creativa Esotérica Flor do Bom Retiro, onde elle, hoje, na ausência do sr. Horacio de Carvalho, pontifica sobre os mysterios da Kabala, explicando o sentido hermético do sino de Samão, do Kaf de João Ramalho e da perna de carneiro Rambouillet.

Veiu a Republica e o sr. Almeida Nogueira, movido d'aquelle amor ardente acima referido, fecha-se no seu gabinete de trabalho e desata a escrever uma circular a todos habitantes deste vasto paiz que, na opinião do sr. Tancredo do Amaral e outros geographos de menos nomeada, estende-se do Amazonas ao Prata e do Rio Grande ao Pará. Nessa circular, pedia-se a opinião da victima que a rece- bia, sobre a Republica, a nova forma de governo que o sr. Almeida Nogueira regeitava como conservador ferrenho e recebia de braços abertos, na qualidade de liberal adiantado.

Foi um sucesso nunca visto, todos aceitavam a Republica! E o sr. Almeida Nogueira, obediente e disciplinado, deante dessa opi- nião, curvou a cabeça, deixou rolar tranquillamente uma lagrima, e fez-se republicano duma vez por todas.

Mas, correram os tempos, o sr. Almeida Nogueira tomou gosto ás refregas da política; e pulando d'aqui, saltando d^lli, esmagando uns ao peso da sua dialectica triumphante, conquistando outros com os exaggeros da sua extrema amabilidado, elle attravessou os períodos mais agitados da Republica travessa e irriquieta com que elle sonha- va, e que lhe deve muito.

Ao tempo da revolta de 1893, fez-se soldado. E fazia gosto vel-o passear pelas ruas da cidade a sua farda vistosa de alferes de voluntários, distribuindo continências para a esquerda e pari» a di- reita a todas as pessoas sem distincção de sexo, edade e condição so- cial. Não foi para Itararé esperar as hostes de Gumercindo, porque perdeu o trem. Atrasara-se a fazer exercícios e as despedidas do es- tylo!

Aqvwllo amor de paz e concórdia, que delle fez um governista, se lhe causa dissabores também lhe proporciona momentos de prazer. E' assim que gosa da ventura de ser senador, jornalista e até ulti- ma hora, conferente.

Uma cousa, porém, o preocupa em meio de tantas victorias: é a abundância de gente que está embarcando na canoa governamen- tal. Que elle seja successivamente contra e a favor do sr. Affonso Penna, que excommungue e aceite o sr. Nilo Peçanha, ou repilla e acate a candidatura do sr. Campos Salles, são coisas que não lhe repugnam ao espirito, aliás, lúcido e duma profunda erudição; elle é um martyr do pacifismo ... Mas que outros pensem do mesmo modo ó que o faz desconfiar um pouco. D'ahi, o seu anathema contra os dissidentes. Todos podem contribuir para a salvação da pátria, para a prosperidade do Estado de S. Paulo; todos... men s os dissidentes. Também é único ponto escuro de intransigência, que pudemos desco- brir na luminosa vida política do sr. Almeida Nogueira. Não é per- feito; mas o próprio sol tem manchas.

E se, amanhã, por uma destas reviravoltas tão communs nesta época, amigos e não amigos se unirem outra vez; se os dissidentes entrarem de novo para a panellinha do governo, o sr. Almeida Nogueira, jéquitibá formoso da nossa política, esboçará o seu sorriso mais pala- ciano e1 deitará explicação, numa chronica do Commercio de S. Paulo, da sua attitude, toda amor e concórdia, no angu de quitandeira

.que se estiver cosinhando.

FOLHETIM DO «ARARA» (3)

O Coronel Arara (Romance <U» cosíium'»)

POR

Primo da Ribeira & Comp.

CAPITULO I

• (Continuação)

Houve, porém, um ponto no debate, quando o dr. Esmeraldi- no sustentava, que por essa nova estrada viria muito gado mineiro para a província do Rio, em que os apartes ferinos cortavam a sala como setas envenenadas.

Dizia o dr. Esmeraldino : Sr. Presidente. Esta estrada é uma obra de progresso e de

civilisação. De progresso, porque, aproximando duas províncias irmãs, reduzindo as distancias, ha de contribuir para o desenvolvimento e crescimento do commercio, a flor mais fina que a civilisação cultiva. De civilisação, porque, ligadas tão directa e tão intimamente duas províncias futurosas, como estas que a estrada projectada quer unir num abraço fraternal, nós teremos contribuído para a riqueza e bri- lho da nossa corte, sede querida e incontestada do nosso bem estar, da nossa fortuna, a flor mais fina cultivada pelo progresso.

— V. exa. não tem razão. Paliou bonito, mas não disse nada, aparteou o coronel Oliveira.

Porque combate v. exa. tão calorosamente a construcção des- ta estrada ?

— Porque, berra o coronel, porque por essa estrada não virá cá nenhum collega de v. exa. !...

Aparte tremendissimo. Soaram as campainhas, a confusão gene- ralisou-se, em todo o recinto. O coronel, boquiaberto, sem atinar com o porquê de tão grande barulho, ouviu, entre assustado e furio- so, os mais pesados epithetos. Deram-lhe vaias, ouviram-se assobios estridentes e phrases como estas :

— Que besta Forte animal ! Mas que arara'. Um horror ! A sessão foi suspensa por quinze minutos.

Reaberta, o coronel procurou o compadre Soares de Souza e lhe perguntou:

Que ouviram demais no meu aparte ? Eu offendi o sr. Esmeraldino ? Porque tanto barulho, tanta desconsideração á assem- bléa e a mim ?

— Ora, compadre, não fallemos nisso. O incidente acabou. Ha dias eu lhe pedi que não fizesse discursos. Hoje lhe supplico que não dê apartes. Seja mudo. Limite-se a receber o subsidio, nada mais. For- te amollaçâo !...

— Pois, então, seu compadre, eu hei de ser deputado que não falia nem aparteia ? Isiso ó que não. Então renuncio.

— Bem lembrado. — Pois renuncio. E renuncio satisfeito. Cahiu o projecto da

estrada, mas ficou o meu aparte. E creia, compadre, foi o meu apar- te que matou o projecto, porque desnorteou o Esmeraldino e todos Maldita estrada. Ora ahi tem.

* * * O coronel sentia-se abatido. Deram ás suas palavras uma in-

terpretação que ellas não tinham, não podiam ter — Que diabo ! Porque offender, aggredir o Esmeraldino! Sem

motivo ? Mas eu não sou tão mal educado... Nem tão arara 1... E um turbilhão de idéas desencontradas cançava o seu cére-

bro já fatigado. E uma torrente de sentimentos oppostos maltratava o seu coração já magoado. Surgiu-lhe então nitida, firme, bem contor- nada, a idéa da mudança de terra. Era preciso deixar a província do Rio, abandonar a querida Araruama, esquecer os bellos passeios á corte, e viver cheio de saudades, em outros logares, onde jamais a política o empolgasse, onde apenas se cuidasse d» vida pratica, do au- gmento e desenvolvimento da fortuna, do Dinheiro, o elemento segu- ro na victoria da Vida, o factor máximo de todas as coisas divinas e humanas.

— Eu hei de vingar-me da sorte inclemente. Hei de accnmular milhões, e o Jucá fará a política.

E, então, o seu coração de pae dilatava-se em effluvios de amor ideal, de amor puro, e o Juquinha, ainda tão criança, apparecia-lhe homem feito, formado, deputado, litterato, ministro, presidente de Conselho. E se a Republica viesse! Ah ! o jovem Oliveira seria com certeza um dos mais extraordinários presidentes da grandiosa nação brasileira.

(Continua).

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Dm intransigente

Se me aperUrem muito, ponho tudo vm pratos limpos

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