Abelhas e enxameação

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Economia 13 NOTÍCIAS DO DIA FLORIANóPOLIS, SáBADO E DOMINGO, 28 E 29 DE JANEIRO DE 2012 EDITOR: ANDRé LüCKMAN [email protected] @ND_ONLINE OLIVEIRA MUSSI [email protected] @Mussi_ND FLORIANÓPOLIS O ano de 2012 deve fechar com a primeira safra normal de mel desde que as abelhas catarinenses apresentaram uma mortan- dade anormal e começaram a sumir em 2008. Mais grave do que as safras de mel perdidas, no entanto, foi a possibilidade de desaparecimento de culturas frutíferas importantes à economia do Estado, como a da maçã, dependente das abelhas para poliniza- ção. Enquanto a produção anual de mel representa uma movimentação anual histórica de R$ 9 mi- lhões em média, as maçãs representam uma média histórica de R$ 400 milhões. O fruto hoje ocupa 20 mil hectares de terras catarinenses e já não tem mais polinizadores nativos, que foram dizimados por fatores como agrotóxicos, avanço de cidades ou de pastos para criação. Entre 2008 e 2010 houve uma perda de 30% das colmeias de todo o Estado, sendo que em al- guns municípios – como Matos Costa, Bom Reti- ro e outras cidades do Planalto Norte – a redu- ção chegou a 80%. Em Santa Catarina, cerca de 300.000 colmeias divididas entre 3.000 apicul- tores que dependem exclusivamente da atividade no Estado. Em 2010, os donos de pomares chega- ram a entrar na justiça porque os empresários que forneciam caixas de abelhas para polinização não conseguiam honrar os contratos. O consultor de agronegócios do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) James Ar- ruda Salomé explica que, quando tudo corre bem, períodos de safra e de entressafra são normais. Na apicultura, a entressafra não é contabilizada em es- tações do ano, e acontecem naturalmente quando há excesso de frio, escassez de alimento ou ocor- rência de pragas. Contudo, as entressafras dos úl- timos anos de fato consumiram mais colmeias do que as safras poderiam repor. Enxameação facilitou o retorno das abelhas Causa do desaparecimento envolve vários fatores Um dos fatores que influenciaram no colapso da estrutura das colmeias foi a ausência de pólen em 2008, que é a única fonte protéica desse animal. Já o mal que consumiu os enxames brasileiros no mesmo ano também havia sido registrado em 2007 nos Estados Unidos e na Europa, principalmente na Espanha. De acordo com Salomé, o problema foi causado inicialmente pelo ácaro Varroa destructor, que age como um carrapato nas abelhas. Ao se instalar nas abelhas e sugar a hemolinfa (o equivalente ao sangue no inseto), ele enfraquece o organismo do animal, deixando-o suscetível a pelo menos quatro tipos de vírus e ao fungo Nosema ceranae. O fungo ataca o trato digestivo do animal, impedindo-o de se alimentar e de alimentar a rainha, causando o colapso da colmeia. Contudo, a causa exata da mortandade é desconhecida até hoje. “Ainda não temos um diagnóstico conclusivo da causa do desaparecimento ou da mortalidade. Sabemos apenas que é um conjunto de fatores: clima, doença, manejo, ataque de pragas”, afirma Nésio Fernandes de Medeiros, presidente da Faasc (Federação das Associações de Apicultores de Santa Catarina). O processo de retomada das abelhas se iniciou ainda em 2009, principalmente pelo método de "enxameação". Trata-se de um processo natural das abelhas quando há alimentação farta e condições climáticas favoráveis. A enxameação ocorre quando as abelhas produzem mais larvas do que mel, causando uma superpopulação na colmeia. Com o aparecimento de uma nova rainha, a antiga rainha “se muda” com parte das abelhas, tornando-se um enxame voador. “Nesse momento os apicultores colocam caixas-iscas, onde o enxame fará uma nova colmeia”, explica o consultor do Sebrae James Salomé. Ele explica que essa é a forma mais acessível de retomar colmeias, apesar de apresentar fraquezas do ponto de vista genético. A falta de seleção genética, atitude vista em alguns apicultores, criaria resistência a doenças dos enxames capturados para os já existentes na propriedade. Essa possibilidade não afasta por completo um novo surto de desaparecimento das colmeias. Apicultura. Após mortandade ainda não totalmente explicada, mel volta a ter safra normal Abelhas voltam a produzir MÉTODOS Técnicas e prioridade ao uso de medicamentos naturais pode evitar novos problemas, diz o Sebrae 1. Aumento da população Quando há muito alimento (como o pólen), o enxame produz mais larvas e menos mel, levando a colmeia a uma superpopulação. 2.Sucessão de rainhas Uma das larvas passa a ser alimentada com geleia real, tornado- se uma nova rainha. Como não pode haver duas rainhas na mesma colmeia, a mais velha deixa de ser alimentada com geleia real num processo natural, e pode voar por algumas horas. 3.Abandono do lar Uma parte do enxame acompanha a rainha velha na procura de um local propício para construir uma nova colmeia, tornado-se neste momento um enxame voador. Colmeia Larvas Mel 4.Formação de nova colônia O apicultor monta caixas-iscas em locais estratégicos, por onde enxames voadores deverão passar. Quando eles encontram uma das caixas, montam sua colmeia ali. PLANO DE SOCORRO A enxameação é o processo mais barato e fácil para repopular os apiários (criações de abelhas). Foi o processo mais utilizado pelos apicultores de Santa Catarina após o sumiço das abelhas entre 2008 e 2010. A principal desvantagem do processo é que sempre se captura uma abelha velha, com menor longevidade e produção. O processo é desencadeado quando há fartura de alimento e condições climáticas favoráveis. INFOGRÁFICO: EDITORIA DE ARTE / ND / ROGÉRIO MOREIRA JR Coleta. As abelhas trazem o pólen em suas patas... Provável causa da mortandade. Ácaro (escuro) age como um carrapato no zangão em formação Manualmente. Com receio de novo surto de doença, Vera Cândido retira zangões do convívio Entrega. ...e o depositam na forma de pequenos grãos Apicultor perdeu metade da renda Sistema de Inteligência dá suporte gratuito Paulo Cullmann é apicultor desde 2000, com uma receita anual proveniente do mel de aproximadamente R$ 15 mil. Na entressafra, ele teve a produtividade reduzida pela metade. Esse ano o apicultor diz que a safra será regular, com produção de cerca de 500 quilos de mel. Sua produção é vendida em pequenos mercados de sua região, São Miguel do Oeste, por R$ 10 o quilo, sendo que no atacado oscila entre R$ 4 e R$ 5. Para recuperar seus enxames, utilizou o metodo de exameamento, mas pretende aumentar os métodos para divisão de colmeias, como o de enxerto de núcleos. O consultor de agronegócios do Sebrae James Arruda Salomé, diz que os métodos de divisão de enxames estão sendo trazidos da Argentina, país que está anos na frente do Brasil nas técnicas de apicultura. Contudo, são dispendiosos por exigirem tecnologia. Construído a partir da demanda de empresários, o SIS (Sistema de Inteligência Setorial) do Sebrae atende os setores da apicultura, calçados femininos, móveis de madeira e vestuário. Uma equipe de profissionais multidisciplinar orienta todo o processo, inclusive com consultorias presenciais. “Com informações estratégicas na mão, o empresário consegue tomar rumos mais acertados”, explica Douglas Luís Três, coordenador estadual do projeto. As informações, em forma de relatórios, ficam disponíveis no portal www.sebrae-sc.com.br/sis. O apicultor Paulo Cullmann diz que boa parte das ações que tomou para reestruturar seus enxames vieram do contato com o SIS, que não onerou seu trabalho além do tempo de estudo. “A gratuidade do projeto estimula a adesão, pois desonera a empresa de um custo que às vezes inviável de forma solitária”, afirma o coordenador. Produtivas. Desde setembro de 2010, 70% das colmeias perdidas foram recuperadas e as colmeias que sobreviveram ao período chuvoso estão apresentando ótima produtividade Dedicação ao recuperar colmeias do zero A apicultora Vera da Silva Cândido, 43 anos, não se importa em vestir no mínimo duas vezes por dia a abafada roupa de plástico para proteger-se das picadas de abelha. Trabalhando com a produção de pólen em um sítio localizado no bairro Colônia Santana, em São José, desde 2005, Vera nem calça mais as luvas. Ela garante que os ferrões ainda doem, mas as mãos já não incham mais. Assim como outros apicultores, Vera percebeu o aumento da mortandade de abelhas ainda em 2008. A apicultora que começou com 100 colméias – cada uma delas com quase 6.000 abelhas – viu sua produção cair a cinco colméias. “O que os técnicos da Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) nos falaram que esse sumiço das abelhas poderia ser comparado a uma gripe A. Mas é claro que agora estamos apreensivos, porque este inverno será a prova para definir se essa doença foi, ou não, embora das colmeias”, explica Vera, que em uma tentativa de se prevenir, tem feito a reprodução das caixas dentro do próprio sítio. Das cinco caixas que tinha na metade do ano passado, agora a apicultora consegue retirar o pólen de 17 colméias que ela mesmo fez a criação. “Em pesquisas e palestras que participei, soube que há estudos que garantem que os zangões são os responsáveis por transmitir as doenças que podem ser as responsáveis pela mortalidade das abelhas”, comentou a apicultora, que por garantia, retira um por um os zangões de dentro das caixas. Apesar das decepções com a criação de abelhas, dadas principalmente pela falta de apoio de órgãos públicos e da aprovação em utilizar remédios nas colméias para o controle das doenças, Vera diz que o trabalho com os delicados insetos é uma paixão. “Aprendi com as abelhas que tudo pode ser reaproveitado, acabo levando essas lições de reciclagem para minha vida também”, comparou a apicultora. Retomada. A partir de 2008, a produção de mel chegou a cair 80% em alguns municípios, ameaçando não apenas o setor que fatura R$ 9 milhões ao ano, mas também pomares de maçã, que faturam R$ 400 milhões FOTOS JOYCE GIOTTI/ND

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Economia 13notícias do dia Florianópolis, sábado e domingo, 28 e 29 de janeiro de 2012

ediTor: andré lückman [email protected] @nd_online

Oliveira [email protected]

@Mussi_ND

Florianópolis — O ano de 2012 deve fechar com a primeira safra normal de mel desde que as abelhas catarinenses apresentaram uma mortan-dade anormal e começaram a sumir em 2008. Mais grave do que as safras de mel perdidas, no entanto, foi a possibilidade de desaparecimento de culturas frutíferas importantes à economia do Estado, como a da maçã, dependente das abelhas para poliniza-ção. Enquanto a produção anual de mel representa uma movimentação anual histórica de R$ 9 mi-lhões em média, as maçãs representam uma média histórica de R$ 400 milhões. O fruto hoje ocupa 20 mil hectares de terras catarinenses e já não tem mais polinizadores nativos, que foram dizimados por fatores como agrotóxicos, avanço de cidades ou de pastos para criação.

Entre 2008 e 2010 houve uma perda de 30% das colmeias de todo o Estado, sendo que em al-guns municípios – como Matos Costa, Bom Reti-ro e outras cidades do Planalto Norte – a redu-ção chegou a 80%. Em Santa Catarina, cerca de 300.000 colmeias divididas entre 3.000 apicul-tores que dependem exclusivamente da atividade no Estado. Em 2010, os donos de pomares chega-ram a entrar na justiça porque os empresários que forneciam caixas de abelhas para polinização não conseguiam honrar os contratos.

O consultor de agronegócios do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) James Ar-ruda Salomé explica que, quando tudo corre bem, períodos de safra e de entressafra são normais. Na apicultura, a entressafra não é contabilizada em es-tações do ano, e acontecem naturalmente quando há excesso de frio, escassez de alimento ou ocor-rência de pragas. Contudo, as entressafras dos úl-timos anos de fato consumiram mais colmeias do que as safras poderiam repor.

Enxameação facilitou o retorno das abelhas

Causa do desaparecimento envolve vários fatoresUm dos fatores que influenciaram

no colapso da estrutura das colmeias foi a ausência de pólen em 2008, que é a única fonte protéica desse animal. já o mal que consumiu os enxames brasileiros no mesmo ano também havia sido registrado em 2007 nos estados Unidos e na europa, principalmente na espanha. de acordo com salomé, o problema foi causado inicialmente pelo ácaro

Varroa destructor, que age como um carrapato nas abelhas.

ao se instalar nas abelhas e sugar a hemolinfa (o equivalente ao sangue no inseto), ele enfraquece o organismo do animal, deixando-o suscetível a pelo menos quatro tipos de vírus e ao fungo Nosema ceranae. o fungo ataca o trato digestivo do animal, impedindo-o de se alimentar e de alimentar a rainha, causando o colapso da colmeia.

contudo, a causa exata da mortandade é desconhecida até hoje. “ainda não temos um diagnóstico conclusivo da causa do desaparecimento ou da mortalidade. sabemos apenas que é um conjunto de fatores: clima, doença, manejo, ataque de pragas”, afirma nésio Fernandes de medeiros, presidente da Faasc (Federação das associações de apicultores de santa catarina).

o processo de retomada das abelhas se iniciou ainda em 2009, principalmente pelo método de "enxameação". Trata-se de um processo natural das abelhas quando há alimentação farta e condições climáticas favoráveis.

a enxameação ocorre quando as abelhas produzem mais larvas do que mel, causando uma superpopulação na colmeia. com o aparecimento de uma nova rainha, a antiga rainha “se muda” com parte das abelhas, tornando-se um enxame voador. “nesse momento os apicultores colocam caixas-iscas, onde o enxame fará uma nova colmeia”, explica o consultor do sebrae james salomé.

ele explica que essa é a forma mais acessível de retomar colmeias, apesar de apresentar fraquezas do ponto de vista genético. a falta de seleção genética, atitude vista em alguns apicultores, criaria resistência a doenças dos enxames capturados para os já existentes na propriedade. essa possibilidade não afasta por completo um novo surto de desaparecimento das colmeias.

Apicultura. Após mortandade ainda não totalmente explicada, mel volta a ter safra normal

abelhasvoltam a produzir

MétodosTécnicas e

prioridade ao uso de medicamentos

naturais pode evitar novos problemas,

diz o Sebrae

1. Aumento da populaçãoQuando há muito alimento (como o pólen), o enxame produz mais larvas e menos mel, levando a colmeia a uma superpopulação.

2. Sucessão de rainhasUma das larvas passa a ser alimentada com geleia real, tornado-se uma nova rainha. como não pode haver duas rainhas na mesma colmeia, a mais velha deixa de ser alimentada com geleia real num processo natural, e pode voar por algumas horas.

3. Abandono do larUma parte do enxame

acompanha a rainha velha na procura de um local propício

para construir uma nova colmeia,

tornado-se neste momento um enxame voador.

Colmeia

Larvas Mel

4. Formação de nova colôniao apicultor monta caixas-iscas em locais estratégicos, por onde enxames voadores deverão passar. Quando eles encontram uma das caixas, montam sua colmeia ali.

PLAno dE SoCorroa enxameação é o processo mais barato e fácil para repopular os apiários (criações de abelhas). Foi o processo mais utilizado pelos apicultores de santa catarina após o sumiço das abelhas entre 2008 e 2010. a principal desvantagem do processo é que sempre se captura uma abelha velha, com menor longevidade e produção. o processo é desencadeado quando há fartura de alimento e condições climáticas favoráveis.

iNFOGRÁFiCO: eDiTORiA De ARTe / ND / ROGÉRiO MOReiRA JR

Coleta. As abelhas trazem o pólen em suas patas...

Provável causa da mortandade. Ácaro (escuro) age como um carrapato no zangão em formação

Manualmente. Com receio de novo surto de doença, Vera Cândido retira zangões do convívio

Entrega. ...e o depositam na forma de pequenos grãos

Apicultor perdeu metade da renda

Sistema de Inteligência dá suporte gratuito

paulo cullmann é apicultor desde 2000, com uma receita anual proveniente do mel de aproximadamente r$ 15 mil. na entressafra, ele teve a produtividade reduzida pela metade.

esse ano o apicultor diz que a safra será regular, com produção de cerca de 500 quilos de mel. sua produção é vendida em pequenos mercados de sua região, são miguel do oeste, por r$ 10 o quilo, sendo que no atacado oscila entre r$ 4 e r$ 5. para recuperar seus enxames, utilizou o metodo de exameamento, mas pretende aumentar os métodos para divisão de colmeias, como o de enxerto de núcleos.

o consultor de agronegócios do sebrae james arruda salomé, diz que os métodos de divisão de enxames estão sendo trazidos da argentina, país que está anos na frente do brasil nas técnicas de apicultura. contudo, são dispendiosos por exigirem tecnologia.

construído a partir da demanda de empresários, o sis (sistema de inteligência setorial) do sebrae atende os setores da apicultura, calçados femininos, móveis de madeira e vestuário. Uma equipe de profissionais multidisciplinar orienta todo o processo, inclusive com consultorias presenciais. “com informações estratégicas na mão, o empresário consegue tomar rumos mais acertados”, explica douglas luís Três, coordenador estadual do projeto. as informações, em forma de relatórios, ficam disponíveis no portal www.sebrae-sc.com.br/sis.

o apicultor paulo cullmann diz que boa parte das ações que tomou para reestruturar seus enxames vieram do contato com o sis, que não onerou seu trabalho além do tempo de estudo. “a gratuidade do projeto estimula a adesão, pois desonera a empresa de um custo que às vezes inviável de forma solitária”, afirma o coordenador.

Produtivas. desde setembro

de 2010, 70% das colmeias perdidas foram

recuperadas e as colmeias que sobreviveram ao

período chuvoso estão apresentando ótima

produtividade

dedicação ao recuperar colmeias do zeroa apicultora Vera da silva

cândido, 43 anos, não se importa em vestir no mínimo duas vezes por dia a abafada roupa de plástico para proteger-se das picadas de abelha. Trabalhando com a produção de pólen em um sítio localizado no bairro colônia santana, em são josé, desde 2005, Vera nem calça mais as luvas. ela garante que os ferrões ainda doem, mas as mãos já não incham mais.

assim como outros apicultores, Vera percebeu o aumento da mortandade de abelhas ainda em 2008. a apicultora que começou com 100 colméias – cada uma delas com quase 6.000 abelhas – viu sua produção cair a cinco colméias.

“o que os técnicos da cidasc (companhia integrada de

desenvolvimento agrícola de santa catarina) nos falaram que esse sumiço das abelhas poderia ser comparado a uma gripe a. mas é claro

que agora estamos apreensivos, porque este

inverno será a prova para

definir se essa doença foi, ou não, embora das colmeias”, explica Vera, que em uma tentativa de se prevenir, tem feito a reprodução das caixas dentro do próprio sítio.

das cinco caixas que tinha na metade do ano passado, agora a apicultora consegue retirar o pólen de 17 colméias que ela mesmo fez a criação. “em pesquisas e palestras que participei, soube que há estudos que garantem que os zangões são os responsáveis por transmitir as doenças que podem ser as responsáveis pela mortalidade das abelhas”, comentou a apicultora, que por garantia, retira um por um os zangões de dentro das caixas.

apesar das decepções com a criação de abelhas, dadas principalmente pela falta de apoio de órgãos públicos e da aprovação em utilizar remédios nas colméias para o controle das doenças, Vera diz que o trabalho com os delicados insetos é uma paixão. “aprendi com as abelhas que tudo pode ser reaproveitado, acabo levando essas lições de reciclagem para minha vida também”, comparou a apicultora.

retomada. A partir de 2008, a produção de mel chegou a cair 80% em alguns municípios, ameaçando não apenas o setor que fatura r$ 9 milhões ao ano, mas também pomares de maçã, que faturam r$ 400 milhões

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