Abelhas Solitarias Produzem Acerolas

7/21/2019 Abelhas Solitarias Produzem Acerolas

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Editor:Fundo Brasileiro para Biodiversidade - FUNBIO


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Este material foi produzido por Reisla Oliveira, Clemens Schlindwein, Celso Fei-

tosa Marns e Fernando Zanella, como parte do Projeto Conservao e Manejo de

Polinizadores para uma Agricultura Sustentvel, atravs de uma Abordagem Ecossis -

tmica. Este Projeto apoiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), sen-

do implementado em sete pases, Brasil, frica do Sul, ndia, Paquisto, Nepal, Gana eQunia. O Projeto coordenado em nvel global pela Organizao das Naes Unidas

para Alimentao e Agricultura (FAO), com apoio do Programa das Naes Unidas

para o Meio Ambiente (PNUMA). No Brasil, coordenado pelo Ministrio do Meio

Ambiente (MMA), com apoio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

FICHA TCNICA

Autores: Reisla Oliveira, Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, Departamento de Evoluo, Biodi-

versidade e Meio Ambiente, Ouro Preto; e-mail: [email protected] Celso Feitosa Marns, Universidade Federal da Paraba - UFPB, Departamento de Sistemca

e Ecologia, Joo Pessoa; e-mail: [email protected] Fernando Zanella, Universidade Federal da Integrao Lano-Americana - UNILA, Curso de

Biologia, Foz do Iguau; [email protected] Clemens Schlindwein, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Departamento de Bot-

nica, Belo Horizonte; [email protected]

Reviso: Ceres Belchior; Comit Editorial do Ministrio do Meio Ambiente

Projeto grco e diagramao: I Gracci Comunicao e Design

Tiragem: 1.000

Editor:Fundo Brasileiro para Biodiversidade - FUNBIO

A122 Abelhas solitrias produzem acerolas / Reisla Oliveira ... [et al.]. Rio de Janeiro:Funbio, 2014.

24 p. : il.ISBN 978-85-89368-14-8

1. Polinizao. 2. Agricultura sustentvel. 3. Abelhas - criao. 4. Acerola. I. Oli-

veira, Reisla. II. Ttulo.CDD 631.847

Catalogao na FonteFundo Brasileiro para a Biodiversidade - Funbio


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SUMRIO

COMO AS ACEROLAS SO PRODUZIDAS?.................................................................... 8Polinizao ............................................................................................................... 8O ciclo de vida de uma abelha solitria ................................................................... 8

COMO AS ABELHAS POLINIZAM FLORES DA ACEROLEIRA? ....................................... 10Flor de aceroleira (Malpighia emarginata, Malpighiaceae).................................. 10

POLINIZADORES DA ACEROLEIRA NO NORDESTE...................................................... 12Necessidades ecolgicas das abelhas-de-leo....................................................... 12Plantas fontes de nctar para abelhas-de-leo polinizadoras de aceroleira.......... 12PAU-DARCO (Handroanthus impeginosus)......................................................... 13CRAIBEIRA (Tabebuia aurea).................................................................................. 14CATINGUEIRA (Poincianella pyramidalis)............................................................... 15JUC ou PAU-FERRO (Libidibia ferrea)................................................................... 16JITIRANAS (Ipomoea spp.)...................................................................................... 17VIOLETEIRA (Duranta erecta)................................................................................. 18MALVA-ROXA (Melochia tomentosa)..................................................................... 19

IPZINHO-DE-JARDIM (Tecoma stans).................................................................... 20Plantas fontes de plen para abelhas-de-leo polinizadoras de aceroleira........... 21FEDEGOSO-GIGANTE (Senna alata) ...................................................................... 22PAU-DE-BESOURO (Chamaecrista sp.)................................................................... 23JURUBEBA (Solanum spp.)..................................................................................... 23

NINHOS PARA CENTRIS.............................................................................................. 24Ninhos-auxiliadores ............................................................................................... 24Dentro dos ninhos.................................................................................................. 25

Inimigos das abelhas.............................................................................................. 25Transposio de ninhos.......................................................................................... 25

PRTICAS DE MANEJO DA PLANTAO DE ACEROLEIRAS......................................... 26

BENEFCIOS DOS POLINIZADORES AO CULTIVO......................................................... 26

COLABORADORES...................................................................................................... 27


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APRESENTAO

Este livreto desnado aos agricultores e comunidades locais ligados ao culvo da

aceroleira e interessados em uma maior produvidade, baseada na proteo das abelhas

polinizadoras desta cultura e do seu ambiente.

A aceroleira (Malpighia emarginata famlia Malpighiaceae), planta originria da

Amrica Central, foi introduzida no Brasil na dcada de 1970. Hoje, culvos desta planta se

estendem por todo pas, sobretudo na regio nordeste, onde os recursos nanceiros gera-

dos pela comercializao de seus frutos in naturaou em polpa congelada so importantes

para a economia da regio.

Apesar de ser uma planta exca no Brasil, ou seja, que no nava do pas, suas

ores so procuradas por abelhas navas, dos gneros Centrise Epicharis, que coletam

plen e leo oral para alimentar suas crias. Enquanto coletam estes recursos em vriasores, essas abelhas levam consigo plen de uma or para outra, ferlizando-as e, por

consequncia, produzindo acerolas.

Como as acerolas se desenvolvem a parr dessas visitas? Qual a melhor espcie de

abelha como polinizadora da aceroleira no nordeste? Quais so as necessidades ecolgi -

cas dos polinizadores? Quais so os benecios que os polinizadores prestam cultura? E

como tratar a cultura associando produo de acerolas e proteo dos polinizadores e do

ambiente a eles associado?Estas questes sero discudas neste texto, tendo como base estudos realizados em

Pernambuco, Paraba e outros estados do Brasil e a experincia de vrios bilogos e es -

tudiosos das abelhas, das plantas e da biologia da polinizao. Nesses estudos foram ob-

servados os polinizadores da aceroleira, suas fontes de alimento, seus ninhos e a relao

entre os polinizadores e aceroleira.


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COMO ASACEROLAS SO

PRODUZIDAS?Polinizao

Para produzirem frutos e semen-

tes, as plantas com ores necessitam

que gros de plen1 de uma or se-

jam transferidos para o esgma2 da

mesma ou de outra or de uma planta

da mesma espcie. Esse processo detransferncia de gros de plen para

o esgma denominado polinizao.

Algumas plantas se autopolinizam, po-

dem se fecundar com plen prprio,

mas na maioria das espcies neces-

srio um carregador para transportar o

plen de uma or para outra. No caso

das aceroleiras, so as abelhas solit-rias navas que polinizam as ores.

O ciclo de vida de umaabelha solitria

Apesar das abelhas sociais, que

vivem em colnias e produzem mel,serem as mais conhecidas, a maioria

das espcies de abelhas solitria.

O ciclo de vida de uma abelha

inclui quatro fases: ovo, larva, pupa

1Plen: Pequenos gros que que contm o ma-terial genco masculino da or que quando seunem aos vulos (parte feminina) originam as

sementes2Esgma: parte da or que contm os vulos erecebe os gros de plen.

e adulto. Na fase adulta, as abelhas solitrias se alimentam principalmente de

nctar e as sociais de nctar e mel. Nctar um lquido composto por gua e

acares, produzido em ores. Contm carboidratos, fonte de energia para as

abelhas nesta fase de vida.

Machos e fmeas das abelhas solitrias podem copular nos arredores dosninhos, em ores ou, raramente, em voo. Quando fecundadas, as fmeas iniciam

a construo de ninhos. Apenas as fmeas cuidam da cria. Elas constroem ninhos

para proteo e nutrio de sua prole at a fase adulta.

Larva

Pupa

Adulto

Acasalamento

Coleta derecursos florais

(aqui pode

ocorrerpolinizao)

Construo de ninho,armazenamento do alimentolarval e postura do ovo

Ovo

Ciclo devida de

umaabelhasolitria


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A estrutura bsica de um ninho de uma abelha solitria consiste, geral -

mente, de uma entrada, um canal principal e uma ou vrias clulas de cria.

Cada clula abriga uma larva e seu alimento, coletado e armazenado pela me.

A cria pode ser alimentada com plen puro ou misturado com nctar ou leo.

Depois de comer o alimento larval, a abelha transformar-se- em pupa e no se

alimentar at a fase adulta.

Pelos de plantas, areia, resina, leos vegetais, folhas, ptalas e secrees

glandulares da fmea construtora so materiais ulizados na construo das pa-

redes dos ninhos.

Ninho no solo deuma abelha solitria

Uma fmea de abelha escavou

o solo e construiu duas ou trs

clulas.

Dentro de cada clula ela

depositou um ovo e uma

massa de plen.

Diferentes espcies de abelhas

solitrias constroem ninhos em

diferentes locais, com diversos

materiais de construo. Elas

podem alimentar suas crias

com plen misturado a nctar

ou a leo.

Os ninhos das abelhas solitrias

podem ser construdos no solo, em

cupinzeiros, formigueiros, madeira

seca ou em decomposio, gomos de

bambu ou em cavidades j existentes.

O ninho contm uma ou mais

clulas que abrigam a larva e seu ali-

mento que pode ser plen misturado

a nctar ou leo.


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COMO AS ABELHAS POLINIZAM FLORES DAACEROLEIRA?

Diferentemente de muitas outras plantas, nas aceroleiras, as ores produzem

leos. Estes so produzidos e armazenados em glndulas especiais, reconhecidas

por abelhas especializadas em colet-los. Estas abelhas sero a parr de agora cha -

madas de abelhas-de-leo. As fmeas das abelhas-de-leo agarram-se s ores

da aceroleira e raspam suas glndulas oleferas para coletar leo. Este levado para

o ninho e usado para impermeabilizar suas paredes e para alimentar a larva.

Flor de aceroleira (Malpighia emarginata,

Malpighiaceae)

Anteras com plen

Glndulasprodutoras

de leo

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Fmea de uma abelha-de-leo, Centris, coletando leo em or de umaplanta da mesma famlia da aceroleira.

As abelhas-de-leo tambm coletam plen nas o-

res da aceroleira. O plen coletado estocado num tufo

de pelos localizados nas duas lmas pernas, chamado de

escopa. A fmea coleta plen at encher as duas escopas,

quando voltar para armazen-lo no ninho.

Para encher as escopas, a abelha precisa coletar plende dezenas de ores da aceroleira. Se durante estas coletas

ela deposita alguns gros de plen sobre o esgma, uma

acerola ser formada!

O fruto, porm, no ser produzido se o plen for

da mesma planta. Isto porque, na aceroleira, uma or se

desenvolve em fruto apenas se for polinizada com plen

de outra planta (diferente genecamente). Portanto, para

haver acerolas, deve haver o cruzamento de ores de ps

diferentes e no entre ores da mesma aceroleira.

Este transporte de plen de ores de uma planta para

outra feito de forma muito ecaz pelos polinizadores na-

vos que habitam a rea do culvo.

Escopa, no lmo par de pernas, de uma fmea da abelha-de-leo Cen-tris tarsata.


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POLINIZADORES DA ACEROLEIRANO NORDESTE

Dentre as abelhas-de-leo, as dos gneros Centris e

Epicharisso polinizadoras da aceroleira. Entre elas, Centris

analis a espcie mais apropriada para manejo na Zona da

Mata de Pernambuco e Centris tarsatana Caanga (Semi-ri-

do). Isto porque estas abelhas esto entre os principais poli-

nizadores desta cultura no nordeste e so os ocupantes mais

numerosos de ninhos-auxiliadores instalados nas plantaes.

Necessidades ecolgicas deabelhas-de-leo

Centris analis e Centris tarsata

Como nas outras espcies de abelhas, adultos de

Centris analise C. tarsatanecessitam tambm de nctarcomo alimento. Como as ores da aceroleira no forne -

cem nctar s abelhas, elas tm que procur-lo em o-

res de outras espcies de plantas. Abaixo esto listadas as

principais plantas onde abelhas Centrise outras poliniza-

doras da aceroleria coletam nctar.

Plantas fontes de nctar para abelhas-de-leo polinizadoras de aceroleira

Bignoniaceae

Handroanthus heptaphyllus (Ip-amarelo)

Handroanthus impeginosus (Pau-darco)

Tabebuia aurea (Craibeira)

Tecoma stans (Ipzinho-de-jardim)

ConvolvulaceaeIpomoeaspp. (Jirana)

Fabaceae - Caesalpinioideae

Caesalpinia echinata (Pau-brasil)Libidibia frrea (Juc ou Pau-ferro)

Parkinsonia aculeata (Turco)

Peltophorum dubium (Canastula)

Poincianella microphylla (Canga-de-porco)

Poincianella pyramidalis (Cangueira)

Fabaceae - Faboideae

Bowdichia virgilioides (Sucupira)

Centrosema brasilianum

Chaetocalyx scandens

Dioclea grandiora (Mucun)

Georoea spinosa (Umarizeiro)

Machaerium hirtum (Chifre-de-bode)

Macroplium gracile

Platymiscium oribundum

Zornia brasiliensis

Fabaceae - Mimosoideae

Mimosa arenosa

Lythraceae

Cuphea ava

Malvaceae

Melochia tomentosa(Malva-roxa)

OxalidaceaeOxalis psoraleoides(Trevo-azedo)

Passioraceae

Passiora alata (Maracuj-au)

Passiora cincinnata(Maracuj-do-campo)

Plumbaginaceae

Plumbago scandens (Jasmim-azul)

VerbenaceaeDuranta erecta(Violeteira)


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PAU-DARCO(Handroanthusimpetginosus)

Outras ulidades:

Madeireira - construo naval e

civil; moures esteios, cruzetas,

postes e cabos de ferramentas;

Medicinal - a infuso da casca

tem aplicao no combate

sarna. Com propriedades

aninamatria e sedava;

Outras - ngimento de seda e

algodo.


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CRAIBEIRA(Tabebuia aurea)

Outras ulidades:

Madeireira - cabos de ferra-

mentas, mveis e construo

civil;

Arborizao.

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CATINGUEIRA(Poincianella

pyramidalis)Outras ulidades:

Madeireira - estacas e moures;

Medicinal - folhas, ores e cas-

cas so usadas no tratamento

de infeces respiratrias, diar-

reias e disenterias;

Outras - a cinza da madeira

usada para fabricao de sabo.


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JUC ou PAU-FERRO(Libidibia ferrea)

Outras ulidades:

Alimentao de animais de cria-o- folhas verdes e em fenos

para forragem. Vagens usadas

para todos os rebanhos;

Madeireira- cabos de ferramen-

tas, arcos, mveis que precisam

de dobradura, estacas;

Medicinal- a entrecasca e os fru-

tos so ancatarrais e cicatrizan-

tes. O ch das folhas, frutos ou

razes usado no tratamento de

diarria;

Outras- vagens maceradas po-

dem ser ulizadas na fabrica-

o de nturas naturais. Em

consrcio pode servir para me-lhoramento do solo.

Fmea de Centris aenea coleta nctar em orde Poincianella microphylla.

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JITIRANAS(Ipomoea spp.)

Outras ulidades:

Ornamentao


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VIOLETEIRA(Duranta erecta)

Outras ulidades:

Ornamentao

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MALVA-ROXA

(Melochia tomentosa)Outras ulidades:

Ornamentao.


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IPZINHO-DE-JARDIM

(Tecoma stans)Outras ulidades:

Ornamentao.


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As fmeas das abelhas-de-leo alimentam suas crias

com plen e leo. O plen rico em nutrientes como, prote-

nas, vitaminas e sais minerais, e os leos so fontes riqussimas

de energia, cerca de oito vezes mais energcos que o nctar.

Em um ambiente natural, fmeas de Centris analispo-dem coletar plen de plantas de dezenas de espcies. No

entanto, em plantaes de aceroleira elas ulizam quase

que exclusivamente plen desta cultura.

Para alimentar apenas uma larva com aceroleira,

alm de leo oral, uma fmea precisa coletar cerca de 2

milhes de gros de plen, quandade de gros condos

em 78 ores de aceroleira! Mas, uma abelha no consegue

coletar todo o plen de uma or visitando-a apenas uma

vez e outras abelhas tambm podem coletar na mesma or,

diminuindo a quandade de plen disponvel para outros

visitantes. Ento, para alimentar uma larva com plen, uma

fmea de Centris analis precisar visitar centenas de ores

de aceroleira, aumentando ainda mais seu potencial como

polinizador eciente da cultura.

Alm da aceroleira, outras plantas so fontes adicio-nais de plen para abelhas Centrise outras abelhas de leo,

complementando a dieta larval e ajudando na manuteno

de populaes fortes destas abelhas.

Plantas fontes de plen para abelhas-de-leo polinizadoras de aceroleira

Fabaceae - Caesalpinioideae

Chamaecrista amiciellaChamaecrista belemii (Flor-de-So-Joo)

Chamaecrista cysoides

Chamaecrista pascuorum

Chamaecrista ramosa

Senna alata (Fedegoso-gigante)

Senna aversiora

Senna macranthera (Cssia-de-besouro)

Senna obtusifolia (Mata-pasto-liso)Senna spectabilis

Senna spp. (Fedegoso-gigante)

Senna uniora (Mata-pasto-liso)

Senna veluna

Solanaceae

Solanum aculeassimum (Jurubeba)

Solanum gardneri (Jurubeba)Solanum paniculatum (Jurubeba)

Solanum stramoniifolium

Solanum variabile (Jurubeba)


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FEDEGOSO-GIGANTE(Senna alata)

Outras ulidades: ornamentao, forrageira

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PAU-DE-BESOURO(Chamaecrista sp.)

Outras ulidades:

forrageira

JURUBEBA (Solanum spp.)

Outras ulidades:

Vrias espcies de Solanumpossuem propriedades

medicinais; Solanum paniculatum (jurubeba), porexemplo, an-inamatria, descongesonante, di-

gesva e diurca, dentre outras.

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NINHOS PARACENTRIS

Vrias abelhas polinizadoras da

aceroleira constroem seus ninhos nosolo e apenas poucas usam oricios

encontrados em galhos secos ou em

paredes. Essas abelhas so de interes-

se especial para a polinizao da ace-

roleira, j que podem ser manejadas

para aumentar a taxa de polinizao.

Na natureza, fmeas de Centris

analise Centris tarsatanidicam em ca-

vidades encontradas em madeira, feitas

por larvas de besouros e outros insetos.

Na plantao, blocos de madei-

ra com cavidades arciais podem ser

usados para atrair fmeas destas abe-

lhas prestes a nidicar.

Esses blocos, que chamaremosde "ninhos auxiliadores", imitam as

cavidades naturais ulizadas pelas

abelhas e devem conter o dimetro

apropriado para as abelhas da espcie

escolhida pelo criador.

Cerca de um ms aps a instalao

dos ninhos arciais em plantaes de

aceroleira, fmeas de Centris analisj ini-ciam a ocupao dos ninhos, onde nidi-

cam por pelo menos oito meses do ano.

Fmeas de Centris tarsata, abe-

lhas mais frequentes em ninhos-auxi-

liadores na Caanga, constroem ninhos

tanto no perodo chuvoso quanto no

seco, mas a ocorrncia nos meses secos

pode ser limitada aos lugares com maiordisponibilidade de recursos orais.

Os ninhos-auxiliadores em blocos de madeira so os mais usados para se

capturar abelhas Centrise manter seus ninhos. Consistem de blocos de madei-

ra, com perfuraes tubulares de 7 a 8 mm de dimetro, o preferido por fmeas

de Centris analispara construo de seus ninhos, ou com 7 a 12 mm para as de

Centris tarsata.

A madeira para os blocos pode ser a do amarelo (cf Plathymenia reculata),

jatob (Hymenaea courbaril), angelim (Fabaceae), maaranduba (Manilkara sp)

ou outras madeiras resistentes de bras nas. Blocos de jatob tm ma dura-

bilidade, mas a madeira muito dura e brocas muitas vezes so quebradas quan-

do perfuram essa madeira. O amarelo tambm uma madeira resistente, mais

macia que o jatob, fcil de trabalhar e de alta resistncia ao ataque de cupins.

Os blocos devem ser instalados no meio e nos arredores da plantao, pen-

durados ou mandos em suportes, sempre protegidos de chuva.

Ninhos-auxiliadores


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Dentro dos ninhosInimigos das abelhas

As abelhas possuem inimigos naturais, como parasitides3, pilhadores de ni-

nhos (formigas, outras abelhas etc.) e parasitas (fungos e bactrias).

Aquelas abelhas que nidicam em ninhos-auxiliadores tambm esto sujei-

tas aos ataques por tais inimigos. As formigas invadem os ninhos, matam a larva e

roubam plen. Micro-vespas depositam dezenas de ovos sobre a larva da abelha.

As larvas desta vespa minscula se alimentam dos tecidos das larvas da abelha

hospedeira.

Estes invasores de ninho podem passar rapidamente de um ninho para ou-

tro e, em algumas semanas, todos os ninhos prximos podem ser invadidos.Algumas medidas podem ser tomadas para se evitar e combater a invaso

e/ou predao dos ninhos:

1. pendurar os ninhos por meio de os ou cabos de supercie lisa, onde

seja possvel aplicar leo queimado, que diculta a mobilidade de for-

migas at o ninho;

2. instalar grupos pequenos de ninhos, distantes a pelo menos 100 me-

tros uns dos outros, para se evitar a infestao de invasores vindos deninhos vizinhos.

Transposio de ninhos

Alm da instalao de ninhos-auxiliadores na plantao de aceroleira, o

criador das Centrispoder transpor ninhos ocupados em reas de vegetao

3

Parasitides: invasores de ninhos que matam a larva da abelha hospedeira e se apossam do ninho e doalimento que a fmea havia armazenado para sua cria. Em geral, os parasitides de abelhas so outrasabelhas e vespas

Material deconstruo

provisionamentolarval

Local ondeo ovo depositadopela me

Ninho de Centris analiscom trs clulas de cira


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nava para o interior da plantao ou dependendo do

tamanho da rea do pomar, de um ponto para outro da

plantao. As fmeas de Centris muitas vezes reocupamninhos-auxiliadores que estejam em sua rea de forragea-

mento. Deste modo, as novas crias emergidas dos ninhos

transpostos devem permanecer na plantao, caso o am-

biente da cultura atenda aos requerimentos ecolgicos

destes polinizadores.

PRTICAS DE MANEJO DAPLANTAO DE ACEROLEIRAS

Para manter um culvo produvo de acerolas, baseado

na preservao das abelhas polinizadoras, poucas mudanas

devem ser implantadas em relao ao modo de culvo tradi-

cional. Alm da instalao e monitoramento dos ninhos-auxi-

liadores em meio plantao, o agricultor poder:

1. Eliminar ou reduzir ao mximo o uso de insecidas

que alm dos insetos-praga, tambm matam as

abelhas polinizadoras quando estas visitam ores;

2. Deixar que o plano seja um ambiente mais natu-

ral, ou seja, que plantas, sobretudo as ervas, que

crescem ao redor dos ps de aceroleira permane-

am no culvo, pois muitas plantas consideradas

sem importncia favorecem as abelhas, forne-cendo-lhes plen ou nctar.

As plantas fontes de nctar e plen citadas anterior-

mente, alm de atrair polinizadores para o culvo, no in-

uem na sade das aceroleiras; fornecem alimento para as

abelhas adultas e complementam o suprimento de plen

para as fmeas alimentarem suas crias;

3. Utilizar no cultivo plantas que alm de fontesde nctar e plen para as abelhas polinizado-

ras, podem ser usadas para sombreamento,

quebra-vento, forragem, madeira, lenha etc.

Alguns exemplos so ip, pau-Brasil, pau-ferro,turco e sucupira.

BENEFCIOS DOSPOLINIZADORES AO CULTIVO

A aceroleira est entre as plantas que necessitam

obrigatoriamente das abelhas para produzirem seus frutos.Quanto maior o nmero de polinizadores estabelecidos no

culvo, maior o nmero de ores ferlizadas e, por conse-

qncia, de frutos produzidos;

Atrair polinizadores para um culvo com condies

ambientais propcias sua habitao signica aumentar o

nmero de ores polinizadas no apenas do culvo alvo,

mas dos outros culvos ou plantas com outras ulidades,

presentes nas redondezas, que tambm se beneciaro do

servio de polinizao. Como mencionado anteriormente,

h plantas de vrias espcies que so fontes de alimento

para as abelhas polinizadoras da aceroleira e que tambm

so polinizadas por esses insetos. Estas plantas tm outras

ulidades para o agricultor, como uso da madeira e para

ns medicinais;

As plantas fontes de plen e nctar para Centrisanalise Centris tarsatatambm o so para abelhas de ou-

tras espcies destes gneros, que tambm polinizam ores

da aceroleria. Centris analise C. tarsata foram escolhidas

para criao, porque estas abelhas nidicaram abundante-

mente em ninhos-auxiliadores instalados em plantaes,

podendo ser manejadas e replicadas. Contudo, estas no

so as nicas espcies responsveis pela produo de ace-

rolas, e um ambiente propcio a um polinizador, muitas ve -zes tambm para outros.


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COLABORADORESEste manual foi elaborado a parr dos resultados de estudos que contaram

com a parcipao de:Airton Torres Carvalho

Andr Gonalves Ferreira

Bruno Rodrigues

Emerson Veloso

Marccus Vincius Alves

Maria Teresa Aureliano Buril Vital

Marn Duarte Oliveira

Maxwell Souza Silveira

Polyhanna Santos

Roberta Pereira Ferreira

Rozileudo da Silva Guedes

A foto de fmeas de Centris analisocupando cavidades nos ninhos-auxiliado-res (Pag. 24) foi genlmente cedida por Airton Carvalho (UFERSA - RN)

A reproduo total ou parcial desta obra permida desde que citada a fonte. VENDA PROIBIDA.


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Realizao:

Abelhas Solitarias Produzem Acerolas

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