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ABIM 005 JV Ano X - Nº 82 - Fev/17

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ABIM 005 JV Ano X - Nº 82 - Fev/17

A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 29.542 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

www.revistaartereal.com.br - [email protected] - Facebook RevistaArteReal - (35) 99198-7175 Whats App.

Trata-se de uma coleção histórica de 22 edições publicadas, no período de jul/12 a fev/16. Nada tem a ver com a edição virtual. Confeccionada em 28 pg, em papel couchê, diagramação e edição de imagens de alto padrão. Solicite-nos através do e-mail [email protected]

Coleção CompletaR$ 199,00

frete incluso para todo o Brasil

PROMOÇÃO

Revista Arte Real

Edição Impresssa

22 exemplares

EditorialHá 10 anos, dávamos início a um projeto visando

difundir e tratar a cultura maçônica com seriedade que merece. Depois de tanto refletir sobre qual nome batizar esse novel periódico maçônico, escolhemos um, a princípio, que reunisse sua identificação com a arte da construção, com a arquitetura. Nascia, então, a Revista Maçônica Arte Real.

Tal nome, remeteu-nos, também, há tempos pretéritos, em que a arte de construir esteve sob a proteção dos reis, e seus trabalhadores - os Francos Maçons (Pedreiros Livres), o privilégio de empregar sua arte além das fronteiras de seu país, sem quaisquer restrições.

Porém, o que nos certificou que tal nome seria a perfeita identificação de nossa Revista, foi a origem alquímica e hermética do termo “Arte Real”, devido ao ouro ser considerado o rei dos metais. A alquimia é a arte de transmutação dos metais inferiores em ouro. Alquimia (Allah + Chemia = a química de Allah, a química de Deus) é a transmutação do estado inferior em superior.

Diante de tão nobres predicados, rendemo-nos em escolher tão significativo nome para que suas positivas vibrações servissem de sustentáculos para os nobres objetivos de nossa Revista, que ora completa seu primeiro decênio de fundação. Acreditando na máxima cabalística, em que tudo está “Medido, Contado e Pesado”, por isso, tivemos a preocupação de fundá-la no dia 24 de fevereiro, data reservada a uma nobilíssima efeméride, que o mundo profano, ainda, não tem a menor condição de concebê-la, tamanha é sua magnitude.

O propósito, portanto, de nossa Revista, além de difundir a cultura maçônica e os verdadeiros mistérios

da iniciação, é o de servir como “cadinho” iniciático aos nossos leitores, despertando-os, no sentido de buscarem transmutar, não o metal, mais sim o “mental”, o seu mental inferior em Mental Superior, o despertar de sua Quinta Essência, seu verdadeiro Eu, sede da Centelha Divina que habita cada um de nós.

Os temas seletivamente aqui tratados servem de ferramentas imprescindíveis para a reconstrução do leitor, auxiliando-o em seu processo iniciático, a fim de que, através do estudo e da pesquisa, tais ensinamentos possam-lhe estar disponibilizados para serem colocados em seu “Teatro da Vida”, na prática diária, a fim de que a transformação interna, de fato, possa acontecer, o que o levará à conscientização de seu nobre trabalho junto à Grande Obra dos Deuses na face da Terra.

Estamos conscientes de que os méritos de uma década de realizações não nos pertencem. Somos, tão somente, um veículo a serviço da Lei Justa e Perfeita. E, como tal, rogamos, diuturnamente, continuarmos dignos, enquanto for a Vontade dos excelsos Mestres da Sabedoria, de tão nobre empreitada.

Que mereçamos, por eternidades sem conta, estar colaborando com tão prazeroso ofício, sendo um arauto a despertar a consciência daqueles que depositam sua confiança em nossos escritos, cujo bailar de nosso grafite segue, a rigor, a cadência de uma melodia inaudível, que nos chega aos ouvidos de nossa alma, em forma de inspiração.

Opção, também, de aquisição de exemplares!

O Dia Internacional do MaçomNos dias 20, 21 e 22 de fevereiro de 1994, realizou-

se em Washington, nos Estados Unidos, a Reunião Anual dos Grãos-Mestres das Grandes

Lojas da América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México). Na ocasião, estiveram presentes, como Obediências Coirmãs (Sister Jurisdictions), a Grande Loja Unida da Inglaterra, a Grande Loja Nacional Francesa, a Grande Loja Regular de Portugal, a Grande Loja Regular da Itália, O Grande Oriente da Itália, a Grande Loja Regular da Grécia, a Grande Loja das Filipinas, a Grande Loja do Irã, no exílio; além do Grande Oriente do Brasil, com uma delegação chefiada por seu Grão-Mestre Francisco Murilo Pinto, que ali estava como observador.

Ao encerramento dos trabalhos, o Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal, Irmão Fernando Paes Coelho Teixeira, apresentou uma sugestão encampada pelos Grão-Mestres de todas as Grandes Lojas dos Estados Unidos e mais as do México e Canadá, no sentido de fixar o dia 22 de fevereiro como o Dia Internacional do Maçom, a ser comemorado por todas as Obediências reconhecidas, o que foi totalmente aprovado.

E por que 22 de fevereiro? Porque foi no dia 22 de fevereiro de 1732, em Bridges Creek, na Virginia (EUA), que nasceu George Washington, o principal artífice da Independência dos Estados Unidos. Nascido

pouco depois do início da Maçonaria nos Estados Unidos - o que ocorreu em 23 de abril de 1730, no estado de Massachussets - Washington foi iniciado em 04 de novembro de 1752, na “Loja Fredericksburg nº 4”, de Fredericksburg, no estado da Virginia; elevado ao grau de Companheiro em 1753, e exaltado a Mestre em 04 de agosto de 1754.

Representante da Virginia no 1º Congresso Continental (1774) e Comandante-Geral das forças coloniais (1775), dirigiu as operações, durante os cinco anos da Guerra de Independência, após a declaração de 1776. Ao ser firmada a paz, em 1783, renunciou à chefia do Exército, dedicando-se, então, a seus afazeres particulares. Em 1787, reunia-se, em Filadélfia, na Assembléia Constituinte, para redigir a Constituição Federal, e, Washington, que era um dos Delegados da Virginia, foi eleito, por unanimidade, para presidi-la. E, depois de aprovada a Constituição, havendo a necessidade de se proceder a eleição de um Presidente, figura nova na política norte-americana, Washington, por seu passado, por sua liderança, e pelo prestígio internacional de que desfrutava, era o candidato lógico, e foi eleito por unanimidade, embora, desejasse retornar à vida privada e dedicar-se às suas propriedades.

Como Presidente da República norte-americana, nunca olvidou a sua formação maçônica. Ao assumir

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o seu primeiro mandato, em abril de 1789, prestou o seu juramento constitucional sobre a Bíblia da “Loja Alexandria nº 22”, da qual fora Venerável Mestre, em 1788; em 18 de setembro de 1783, como Grão-Mestre pro-tempore da Grande Loja de Maryland, colocou a Pedra Fundamental do Capitólio - o Congresso norte-americano - apresentando-se com todos os seus paramentos e insígnias de alto mandatário Maçom. Falecido em 14 de dezembro de 1799, seu sepultamento ocorreu no dia 18, em sua propriedade de Mount Vernon, numa cerimônia Fúnebre Maçônica, dirigida pelo Reverendo James Muir, capelão da “Loja Alexandria nº 22”, e pelo Dr. Elisha C. Dick, Venerável Mestre da mesma Oficina.

Como se vê, a criação do Dia Internacional do Maçom representou uma homenagem, mais do que justa, a um grande maçom, além de, também, ser historicamente pertinente.

O Grande Oriente do Brasil, através do Decreto nº 003, de 10 de fevereiro de 1995, do seu Grão-Mestre Francisco Murilo Pinto, atendeu à recomendação da reunião das mais importantes potências Maçônicas do mundo, e passou a comemorar o Dia Internacional do Maçom em 22 de fevereiro, com plenas justificativas maçônicas e históricas.

No Brasil, comemoram-se, também, o Dia Nacional do Grande Oriente do Brasil, em 17 de Junho, data de sua fundação, e o Dia (Nacional) do Maçom, em 20 de agosto. Essa última surgiu, segundo nosso querido Confrade Hercule Spoladore, no seio da Loja Acácia Itajaiense, no Oriente de Itajaí-SC, propondo à Grande Loja de Santa Catarina, a data de sua fundação, 21 de abril. A proposta foi levada pela GLSC para a 5ª Mesa Redonda das Grandes Lojas (1957), reuniões que deram origem à CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, que apresentou a proposta, porém sem data. Na oportunidade, a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais apresentou a data de 20 de agosto, por entender que foi nesta data, no ano de 1822, em uma Assembleia do Grande Oriente do Brasil, que foi proclamada a Independência do Brasil, em Loja. Posteriormente, ficou provado que em tal data, jamais, foi realizada qualquer reunião daquela instituição, sendo fruto de grande confusão do calendário adotado pelo GOB, na época.

Citamos aqui o Dia Nacional do Maçom, apenas, a título de ilustração. Posteriormente, publicaremos uma matéria, com riqueza de detalhes, a fim de elucidar nossos leitores, fazendo luz sobre o assunto que, ainda, é para muitos, uma grande novidade.

Cerimônia Maçônica de Lançamento da Pedra

Fundamental do Capitólio, realizada em 1783.

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A Pedra

Filosofal

Francisco Ferreira

Quem já não ouviu falar acerca dos respeitáveis filósofos, médicos, químicos e intelectuais que passaram boa parte da sua vida diante de seu

laboratório alquímico tentando decifrar o enigma da Pedra Filosofal, tão comentada nos círculos iniciáticos da Idade Média? Classificavam esse trabalho como sendo a “Grande Obra”, em alusão ao trabalho executado pelo Princípio Criador, que resultou na confecção do universo que conhecemos. Em outras palavras, os alquimistas desejavam criar em pequena escala, assim como Deus o faz em grande escala. É nesse sentido que referiam-se ao homem como sendo um microcosmo, capaz de refletir, em partes, o potencial criativo do universal (Macrocosmo).

Alguns célebres alquimistas, revelaram em alto e bom tom que conseguiram a proeza de confeccionar a famosa Pedra Filosofal, capaz de transformar metais inferiores em ouro. Outros diziam ter descoberto um elixir capaz de curar todas as doenças e prolongar a vida por tempo indeterminado. Sem nos determos a uma discussão infrutífera acerca da confecção da tal pedra em seu aspecto material e grosseiro, vamos direto ao que realmente interessa, que são os resultados

alcançados pelos mais célebres alquimistas em seu próprio desenvolvimento espiritual.

É difícil analisar aqui, em poucas palavras, as vivências, experiências e descobertas que levaram tais homens concluírem que o processo de confecção da Pedra era mais subjetivo que objetivo. Apenas, para uma análise e conclusão superficial do processo de purificação alquímica, analisemos um dos mais importantes “modus operandi” dos antigos alquimistas em seus laboratórios: “O alquimista mistura alguns componentes químicos com reagentes e coloca tudo num destilador ou forno alquímico. Inicia-se um processo de destilação e obtém o que se convencionou chamar o “espírito” daqueles mistos. Em seguida, o resultado do produto destilado era, novamente, juntado aos restos do processo e iniciava-se o trabalho de purificação por inúmeras vezes. Dessa forma, agindo paciente e insistentemente nesse trabalho árduo, onde devia-se a todo tempo controlar a temperatura do forno, o alquimista entrava, inconscientemente, em estado de contemplação meditativa, onde alcançava uma elevação de seu ser.

Depois de anos de persistência, o alquimista descobria que tentando purificar os materiais, acabava

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purificando-se e melhorando sua própria personalidade. E, mudando sua personalidade para melhor, notava que tudo à sua volta mudava, haja visto que o preceito hermético prescrito numa esmeralda, por Hermes, estava certo. “Tudo o que está em cima é como o que está embaixo”. O alquimista descobria, também, com imensa alegria, que tudo o que estava fora era como o que estava dentro dele. Refletia como um espelho no mundo exterior as melhorias sensíveis em sua personalidade. Descobria assim, que era possível a transmutação dos metais, não apenas em seu aspecto físico, mas, principalmente, em seu aspecto espiritual, já que acreditava que os minerais, também, possuíam, por assim dizer, um “espírito”. Na maioria das vezes quando chegava a essa conclusão magnífica, o alquimista abandonava, de fato, a busca pelo processo de transmutação dos metais em ouro, já que havia descoberto um tesouro interior, que ofuscava o brilho de qualquer tesouro profano.

Como vemos, a descoberta da Pedra Filosofal, como o próprio nome já diz, consiste no conhecimento e reconhecimento dos segredos da sabedoria universal. Mais do que nunca, o alquimista espiritualizado torna-se consciente de sua capacidade de criar e modificar a natureza assim como Deus, já que fora, desde os tempos antigos, caracterizado como sendo criado à imagem e semelhança Daquele. Entretanto, a partir da

nova descoberta da Pedra Filosofal, torna-se capaz de dirigir de forma consciente a sua vontade, que é o verdadeiro instrumento da transmutação e da criação de todas as coisas. Eis o segredo da Pedra Filosofal dos alquimistas: esse é o poder capaz de elevar o homem à capacidade de criar, assim como Deus, através da vontade firme, persistente e inquebrantável, que pode, também, ser caracterizada pelos místicos como “fé”, tudo é possível.

A televisão, o rádio, o computador e todos os inventos que conhecemos surgiram desse processo alquímico de produção, que é a mente humana. Eis o verdadeiro forno alquímico capaz de processar as maiores transmutações, através da correta utilização do fogo do desejo e da vontade, e que é mantido ativo pela energia da fé. Tudo é possível ao que crê, já dizia Jesus, o maior alquimista de todos os tempos que, agindo em sintonia com o princípio criador universal, fora capaz de transmutar água em vinho para alegrar uma festa.

Se você se julgar audacioso o suficiente para iniciar pelos caminhos espinhosos do autoconhecimento, acesse o link abaixo indicado através da Internet, leia com atenção e medite profundamente nas palavras captadas de um discurso de Fulcanelli, personagem enigmático que viveu na Europa, nos anos do pós-guerra: www.acasadoaprendiz.com/fucanelli.htm

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Iniciação como

Objetivo de Vida

Eurico Reis

Muito se tem escutado e transmitido sobre este tema ao longo de várias eras, algumas confusões têm gerado é certo, mas, também,

muitas verdades têm sido reveladas. Umas transcritas a partir de personalidades que acabamos por assimilar e sobrescrever e outras, que, apesar de influenciadas pelas primeiras, são, deliberadamente, o resultado do nosso próprio trabalho interior.

Tal como Dante Alighieri, teremos que iniciar a descida ao interior de nós mesmos, ao Inferno das Paixões e dos Vícios, com a consequente luta contra os nossos próprios demónios, culminando na subida em direção a uma luz paradisíaca, que, apesar de inatingível, será, sempre, um objetivo para além mesmo deste ciclo temporal! VITRIOL - Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem (Visita o interior da Terra e, retificando, encontrarás a Pedra Oculta).

No entanto, não estamos sós… Teremos, sempre, um Virgílio que, sabiamente, guia-nos,

afastando-nos dos obstáculos difíceis e nos entrega nos braços da “Donna Angelicata” (da bela Beatriz). A Iniciação é, de fato, um ponto de viragem em nossa existência, neste plano. Nos antigos, a Iniciação era tratada como um conjunto de provas, que determinavam a capacidade de um jovem atingir a maioridade e as responsabilidades inerentes. As provas passavam pelo campo físico, intelectual, moral e, por vezes, espiritual, no caso de alguns eleitos.

O armar de um cavaleiro era precedido de um conjunto de provas de bravura no campo de batalha, que não se resumiam, somente, ao número de vidas ceifadas ao inimigo, mas a sua postura entre os demais, que lhe garantiam o respeito e a admiração – a honra. Assim como no passado, todos nós temos que vencer os 12 Trabalhos de Hércules, se pretendermos aspirar à Imortalidade, que é, objetivamente, o resultado da Iniciação. Para vos dar um exemplo prático deixo-vos as seguintes perguntas, que devemos permitir-nos sentir no silencio do nosso

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Ser: Quantas vezes, durante o dia, ousamos agir de forma correta, mesmo com aqueles que não o são conosco? Quantas vezes conseguimos resistir aos estímulos destrutivos da mente como a inveja, a cobiça, o ciúme, a raiva, a culpa ou o ressentimento? Quantas vezes sentimos felicidade na presença de coisas simples como um pôr-do-sol, uma obra de arte, um relacionamento estável?

Temos consciência que a Verdadeira Iniciação não é um processo fácil, nem igual para todos qualitativamente. Pode durar uma vida inteira para se ascender ao mesmo que outros, apenas, necessitam de um pequeno instante! Pode mesmo nunca chegar a manifestar-se. Meus Irmãos, de fato, não somos todos iguais! Somo-lo, apenas, na condição de seres humanos que ao baterem à porta do Templo, trouxeram dentro do seu coração a pretensão de ascender a algo superior, à realidade da qual vivemos, apenas, na sombra.

O desenvolvimento espiritual que se traduz na capacidade de sentirmos a voz interior, com uma intensidade e frequência cada vez maiores… é e, sempre, foi o que diferenciou os homens! Já alguém disse: “não há boas nem más pessoas, o que existe são pessoas mais ou menos conscientes, mais ou menos elevadas, espiritualmente”. Lembrem-se da alegoria da Caverna de Platão, e ousem olhar lá para fora! Recuando um pouco na trajetória individual, importa dizer que para iniciarmos o processo de Iniciação é preciso estar preparado, estar vigilante “não colocarás vinho novo em vasilhas velhas” diz na

Bíblia, o que isso quer dizer é que não se consegue implementar novas ideias em mentes cristalizadas e fechadas. Assim, a Iniciação tem que ser preparada com alguma antecedência “abrindo novos caminhos e veredas para o Messias que está para vir”.

O batismo Iniciático ritual é, objetivamente, um formalismo, tal como o são muitas das cerimônias que atravessamos ao longo da nossa vida. No entanto, de que valem as cerimônias formais se carecem, na sua essência, do poder de transformarem os seus participantes? O que importa a beleza da cerimônia do matrimônio se os nubentes, antecipadamente, não partilharem, verdadeiramente, do seu amor?

Meus Irmãos, nós não estamos na confraria dos aventais! Lembrem-se que de cada vez que entrarem num lugar sagrado estão a sofrer, por si só, uma Iniciação: “descalçai as sandálias pois o chão que pisas é sagrado”. Para isso, é vos exigido que venham preparados. Em suma, desde que o homem seja, realmente, livre e de bons costumes, já conseguiu fazer o seu caminho de preparação para ser Iniciado. Quando conseguir viver no dia a dia esses princípios, ouvindo e seguindo a voz interior, então sim, deixou de ser neófito!

Quer na forma quer no conteúdo, o batismo Iniciático tem, ainda, uma particularidade em relação, por exemplo, com o religioso. O primeiro, carrega o pretendente de uma responsabilidade, acrescida dado que prevê a participação de todas as faculdades do indivíduo no sentido do seu trabalho interior e da sua consequente elevação a Deus. O segundo,

Os seres humanos são iguais em essência, mas se diferem

em estado de consciência!Daí, o primoroso papel da

Verdadeira Iniciação na vida de cada um!

(Feitosa)

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pressupondo que o indivíduo ascenda à divindade, apenas, pela fé, pela sua humildade e obediência constante ao dogma corporativo, desresponsabiliza-se, parcialmente, da sua escolha (muitas vezes essa cerimônia é praticada por vontade única da família, pois acontece na idade em que o batisando não tem consciência do processo).

Em suma, nada há de completamente errado ou certo em nenhum deles, o que importa é que cada um sinta, verdadeiramente, qual é o seu verdadeiro caminho e o percorra em consonância, responsabilizando-se pelas escolhas feitas. O verdadeiro Mestre é aquele que, depois de passadas as suas provas iniciáticas, e fazendo uso da sua sabedoria (conhecimento aplicado), constrói o seu próprio dogma e o utiliza na edificação do seu templo interior.

Não esquecer que o dogma ou mesmo ideal é, apenas, uma visão da verdade, logo, dependente do seu criador – duas pessoas com o mesmo nível de elevação espiritual e cultural não terão, necessariamente, a mesma visão, quando muito serão convergentes! Meus Irmãos, em todas as épocas existiram Homens mais conscientes espiritualmente do que outros, e quando lhes foi concedido o poder temporal, eles lideraram a humanidade com

sabedoria, consequentemente, esta evoluiu saindo das trevas em que se encontrava.

No entanto, quando a liderança caiu nas mãos de inconscientes, obcecados pelos brilhos materiais, tudo regrediu e as instituições mergulharam na letargia ou foram completamente demolidas. Vejamos, como exemplo, o que aconteceu, historicamente, ao Templo de Salomão, à Ordem do Templo, bem como tantas outras mais: a responsabilidade pela queda da humanidade e suas instituições é de todos aqueles que, elevados espiritualmente, não souberam manter-se desse modo. É muito fácil, em qualquer ponto da nossa evolução interior, voltar a cair em patamares inferiores.

Se a subida da Escada de Jacob é difícil, mais difícil é, ainda, mantermo-nos lá em cima, porque maiores são os estímulos e maiores são as responsabilidades nas escolhas! E mais violentas serão as consequências! Essas são as fundações interiores que o Homem terá que consolidar, para que possam manifestar-se no exterior, no mundo material, com todo o sucesso que se pretende atingir neste plano de vida. As Ordens sendo instituições, são edificadas no mundo material – pórticos de matéria para o espírito, por isso, necessitam de homens renovados, pois só desses se espera a sua manutenção e evoluções futuras!

Na 68ª Convenção Internacional da Sociedade Brasileira de Eubiose, realizada em São Lourenço-MG, no período de 20 a 24 de fevereiro de 2016,

foi levado a efeito o lançamento do livro “Monumento Eubiose”. Tal obra literária é parte do projeto da construção de um Obelisco, com 11 metros de altura, a ser erigido na cidade de Cuiabá-MT – centro geodésico da América do Sul. Dentre outros mistérios, aquele estado abriga um dos Sistemas Geográfico do planeta, polos de irradiação de energias sutis para a face da Terra e a humanidade. Todos esses assuntos, e muito mais, estão revelados neste importante livro, que te a autoria de um grupo de diversos estudiosos no assunto, no qual me incluo.

Tenho, também, a honra de ser o criador de seu projeto gráfico, da capa e da diagramação. Além de seu valoroso conteúdo, os valores arrecadados, com sua venda, serão direcionados para custear a construção desse Monumento. Saiba mais em www.monumentoeubiose.com.br

Lançamento

Esta coluna “Lançamentos” é destinada, exclusivamente, aos escritores, a fim de que possam divulgar o lançamento de seus Livros. Os interessados, por gentileza, façam contato conosco, pelo e-mail [email protected] e divulguem sua obra para os nossos quase 30.000 leitores!

Revista Arte Real nº 82 - Fev/17 - Pg 09

A Maçonaria adquiriu o seu aspecto iniciático a partir do século XVIII. A singela recepção das Lojas Operativas foi transformando-

se, o ritual foi enriquecendo-se e complicando-se a Liturgia, durante todo o século XIX, até chegar à Iniciação Maçônica atual com o seu brilhante cortejo simbólico. Na verdade, o que a Ordem Maçônica pretende, através da Iniciação, é dar ao iniciado uma responsabilidade maior, não somente como ser humano com vida espiritual, mas, também, como homem e cidadão. E, isto, os antigos o faziam por meio de ritos iniciáticos. Os iniciados eram submetidos a exercícios mentais e intelectuais e, pela meditação e a concentração, eram conduzidos, paulatinamente, ao despertar de uma vida interior intensa e, assim, a uma compreensão melhor da vida.

Diz ARYAN, na introdução ao Livro “La Masoneria Oculta Y la Iniciacion Hermética”, de J. M. Ragon, que “os ritos não teriam nenhuma utilidade se os seus ensinamentos caíssem como água numa ânfora quebrada. O seu objetivo consiste em relembrar ao iniciado que deve dar, cada vez mais, predomínio à vida interior do que à atração dos sentidos. A promessa do Maçom de ser bom cidadão, de praticar a fraternidade não quer dizer outra coisa. Diodoro da Sicília dizia que “aqueles que participavam

dos Mistérios tornavam-se mais justos, mais piedosos e melhores em tudo”. Por isso, o primeiro passo da vida iniciática é a entrada em câmara ou cripta onde hão de morrer as paixões, para que o aspirante possa ser admitido no reino da Luz. Como dizia, faz séculos, Plutarco: “Morrer é ser iniciado”.

Há duas espécies de iniciação: a REAL e a SIMBÓLICA. A primeira, segundo escreve A. Gédalge no “Dicionário Rhea”, é o resultado de um processo acelerado de evolução que leva o Iniciado a realizar, em si mesmo, o que o homem atual deverá ser num futuro que não pode ser calculado. A segunda, é, apenas, a imagem da iniciação real.

Referindo-se à Iniciação Simbólica, o Manual de Instrução do primeiro grau da Grande Loja de França, citado por Paul Naudon em “La Franc-Maçonnerie et le Divin”, assim se expressa: “Os ritos iniciáticos não têm nenhum valor sacramental. O profano que foi recebido Maçom, de acordo com as formas tradicionais, não adquiriu só por este fato as qualidades que distinguem o pensador esclarecido do homem ininteligente e grosseiro. O cerimonial de recepção tem valor, unicamente, como encenação de um programa, que importa ao Neófito seguir, para entrar na posse de todas as suas faculdades.”

A Iniciação Real

José Inácio da Silva Filho

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Pela iniciação simbólica, segundo o sentido etimológico dado por Jules Boucher, no livro “Simbólica Maçônica”, o “iniciado” é aquele que foi “colocado no caminho”. Paul Naudon, em “La Franc-Maçonnerie”, referindo-se à iniciação simbólica, assim escreve: “O objetivo da iniciação formal é conduzir o indivíduo ao Conhecimento por uma iluminação interna. É a razão pela qual a Maçonaria usa símbolos para provocar esta iluminação por aproximação analógica. Vemos assim que “os verdadeiros segredos da Maçonaria são aqueles que não se

dizem ao adepto e que ele deve aprender a conhecer pouco a pouco soletrando os símbolos”. Não existe nisso nenhum incitamento à pura contemplação interior, ao êxtase, ao misticismo...

Cabe ao neófito descobrir o segredo. “Dentro da noite das nossas consciências, há uma centelha que nos basta atiçar para transformá-la em luz esplêndida. A busca dessa Luz é a Iniciação”.

“Nesta marcha ascensional em direção à Luz, onde a via intuitiva parece primordial é evidente que a razão não pode ser afastada. Em todos os ritos, a Maçonaria invoca sem cessar. É a lição dos símbolos, entre outras a do compasso, que se aplica, particularmente, ao Volume da Lei Sagrada, símbolo da mais alta espiritualidade, à qual aspira o Maçom.”

Essas ideias e pensamentos têm o objetivo fraterno e leal de incutir nos recém iniciados o

verdadeiro espírito maçônico; de fazê-los ver da responsabilidade assumida perante a família dos Irmãos conhecidos e desconhecidos espalhados pelo orbe da terra.

Que todos nós, indistintamente, aprendamos a conhecer o espírito maçônico afastando-nos da falsa ciência e do sectarismo, combatendo e esclarecendo todo cérebro denegrido pelo obscurantismo, para que possamos nos tornar dignos de sermos uma dessas Luzes ocultas que iluminam a humanidade.

Os verdadeiros sinais porque se reconhece o Maçom não são outros senão os atos da vida real, já nos ensinava o Irmão Oswald Wirth. O Maçom há que agir, equitativamente, como homem que cuida de se comportar para com outrem como deseja que se proceda a seu respeito. O Maçom distingue-se dos profanos pela sua maneira de viver; se não viver melhor que a massa frívola ou devassa, a sua pretensa iniciação na arte de viver se revela fictícia, a despeito das belas atitudes que finge.

Esforcemo-nos para que sejamos reconhecidos não pelo toque, pelo sinal ou pela palavra, mas por nossas ações no âmbito maçônico, social e profissional. “Sejamos homens de elite, sábios ou pensadores, erguidos acima da massa que não pensa”, porque, somente, desse modo é que poderemos alcançar a Iniciação Real.

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