Abnt Nbr 15527 Para Captação e Armazenamento de Água Da Chuva
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ABNT NBR 15527 PARA CAPTAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA - VOCÊ SABIA?
Os sistemas para aproveitamento de água de chuva são utilizados desde a antiguidade. Existem relatos do uso de água de chuva por vários povos como Incas, Maias e Astecas. Hoje a captação da água da chuva é uma prática muito difundida em países como a Austrália e a Alemanha, aonde novos sistemas vêm sendo desenvolvidos, permitindo a captação de água de boa qualidade de maneira simples e bastante eficiente em termos de custo-benefício.
A água de chuva coletada através de calhas, condutores verticais e horizontais é armazenada em reservatório podendo ser utilizada para consumo não potável, como em pias, em torneiras de jardim, para lavagem de veículos e de roupas, dentre outros. A viabilidade do sistema depende basicamente de três fatores: precipitação, área de coleta e demanda. O reservatório de água da chuva, por ser o componente mais dispendioso do sistema, deve ser projetado de acordo com as necessidades do usuário e com a disponibilidade pluviométrica local para dimensioná-lo corretamente, sem inviabilizar economicamente o sistema.
A água da chuva é contaminada pela poluição que se encontra no ar, variando conforme a intensidade de atividades poluidoras inseridas na região, podendo ocasionar a presença de partículas de arsênico, chumbo dentre outros poluentes, inclusive alterando seu PH gerando a chuva ácida. Uma vez que a chuva entra em contato com o telhado ou outra superfície de coleta, muitas impurezas como poeira, fezes de pássaros, bactérias e outros contaminantes podem ser lavados para dentro do sistema de armazenamento. Os principais critérios para análise de água potável são relativos à bactérias como salmonella, e-coli e legionella, e a contaminantes físicos como pesticidas, chumbo e arsênico. A água da chuva é livre da maioria destes danos.
Os contaminantes da água podem ser classificados em químicos, orgânicos e biológicos podendo gerar alterações em seu sabor e odor. A qualidade da água de abastecimento no Brasil é normalizada pelo Ministério da Saúde
Em 2007 foi regulamentada a ABNT - NBR 15527 (Esta Norma fornece os requisitos para o aproveitamento de água de chuva de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis e se aplica a usos não potáveis em que as águas de chuva podem ser utilizadas após tratamentoadequado como, por exemplo, descargas em bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, limpeza de pátios, espelhos d'água e usos industriais).
O que fazer: Projeto de engenharia, com anotação de responsabilidade técnica ART do CREA; Análise de séries históricas e sintéticas das precipitações onde será feito o projeto.(isso para
saber o dimensionamento do reservatório); Alcance do projeto e determinação da demanda. (é economicamente viável) Projetista vai definir os parâmetros de qualidade da água de acordo com o USO
(restritivo e não restritivo); Para uso restritivo atender a normatização: Cloro residual livre 0,5mg/L a 3mg/L
Verificação mensal; Turbidez < 2 uT e para usos menos restritivos <5 uT Mensal; Cor aparente <15 uH mensal; Coliformes totais e termotolerantes: ausentes em 100mL e análises semestrais; pH entre 6,0 e 8,0. (Você pode achar estranho, apesar de os fins não potáveis como a rega de jardins e a lavagem de pisos não terem contato direto com a pele e serem desconsiderados os tratamentos químicos, é recomendável fazê-los. As pessoas que manusearão a água captada para esses fins e para a lavagem de carros manterão contato direto
com aquela. O tratamento não precisa ser tão prolongado a fim de tornar a água potável, mas deve ser o suficiente para atender aos mínimos padrões de qualidade da água).
Assim o cálculo da quantidade de água a ser coletada em uma residência deve levar em
consideração o volume de chuva anual na região desejada, a superfície de cobertura por onde a água será coletada, a quantidade de água a ser coletada e a demanda do local. A instalação pode ser feita segundo a solução alemã, que supre a demanda de uso interno e externo, atendendo a áreas de maiores captação e sendo ideal para obras que ainda se encontram na fase de construção, ou a solução australiana, que oferece soluções mais simples e de menor custo, voltadas prioritariamente para o uso externo de obras já acabadas.
Algumas cidades brasileiras já transformaram em lei a captação da água pluvial. Como exemplo a lei municipal de Curitiba-Paraná nº. 10785 de 18 de setembro de 2003 e São Paulo, a lei estadual N.º 12526 de 2 de janeiro de 2007.
“Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma” (Lavoisier, 1743-1794).
Fontes:www.teclim.ufba.br/site/material_online/publicacoes/pub_art73.pdfwww.cecc.eng.ufmg.br/.../.www.prolifereciclagem.com.br/index.php/sustentabilidade/praticas-sustentaveis/83-sistemas-de-aproveitamento-de-aguas-pluviais-para-usos-nao-potaveiswww.upf.br/ppgeng/images/stories/2006andreiafaresin.pdfhttp://xa.yimg.com/kq/groups/15906970/1299768517/name/ABNT_NBR_15527__2007%2B-%2B%C3%A1gua%2Bda%2Bchuva%2B-%2Baproveitamento%2Bde%2Bcoberturas%2Bem%2B%C3%A1reas%2Burbanas.pdfPoderá também gostar de:
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Sistemas de aproveitamento de águas pluviais para usos não potáveis
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Um crescente número de grandes cidades e regiões metropolitanas brasileiras vive situação de escassez e
degradação dos recursos hídricos impondo a adoção de programas de conservação de água.
Entre os componentes de programas de conservação de água, figura o de substituição de fontes. Consiste
basicamente em utilizar novas fontes de recursos hídricos em substituição às existentes, especialmente sob
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condições em que a nova fonte sirva a usos menos exigentes (menos "nobres"). O aproveitamento de água da
chuva precipitada nas edificações do meio urbano se enquadra nessa categoria.
Três grandes virtudes são freqüentemente associadas ao aproveitamento da água de chuva em edifícios:
a) diminui a demanda de água potável;
b) diminui o pico de inundações quando aplicada em larga escala, de forma planejada, em uma bacia
hidrográfica;
c) pode reduzir as despesas com água potável.
Usos domésticos não potáveis
Usos domésticos são aqueles próprios ao ambiente da habitação ou moradia, embora possam estar presentes
também em edifícios industriais, comerciais, públicos e de serviços. Entre eles citam-se o uso da água para
simples ingestão, a lavagem e preparo de alimentos crus e cozidos, a lavagem de utensílios de cozinha, o
banho pessoal, a higiene corporal, a lavagem de roupas, a descarga de bacias sanitárias, a limpeza de pisos,
paredes, veículos, a rega de jardins, a higiene de animais domésticos. Podem ser incluídos usos como a
descarga em mictórios, a água de reserva para combate a incêndio e a água para aquecimento e acumulação
destinada ao banho e outros usos.
Entre os usos domésticos mencionados alguns exigem água cuja qualidade atenda aos padrões de potabilidade,
ou seja, à Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde. Entretanto outros usos domésticos não requerem
características de qualidade tão exigentes quanto a potabilidade. Esses usos, para os quais não é exigida a
potabilidade da água, são definidos como não potáveis.
Entre os usos domésticos citados pode-se dizer que a descarga de bacias sanitárias e mictórios, a limpeza de
pisos e paredes, a lavagem de veículos, a rega de jardins e a água de reserva para combate a incêndio,
enquadram-se como não potáveis.
Soluções de captação e condução de águas pluviais
A condução das águas precipitadas sobre as coberturas usualmente é feita por meio de calhas, condutores,
grelhas, caixas de amortecimento e outros componentes, projetadas da mesma forma que nas instalações
prediais de águas pluviais, segundo a norma brasileira NBR 10844/1989.
Três situações básicas podem ser consideradas quanto à relação entre a área de captação e o reservatório:
a) reservação somente com reservatório elevado;
b) reservação somente com reservatório inferior;
c) reservação dotada de reservatório inferior e superior.
No primeiro caso a cobertura, ou a parcela de cobertura destinada à captação deverá levar em conta a
possibilidade do escoamento da precipitação, por gravidade, para o reservatório superior. A figura 1 ilustra essa
solução.
Variantes dessa solução são apresentadas na figura 2. No segundo e terceiro caso a captação corresponderá à
área integral da cobertura, dotada de calhas ou canaletas e condutores verticais.
Uma configuração de simples implantação no caso de casas térreas existentes esta detalhado no video abaixo.
Trata-se de solução promissora para implantação massiva visando à atenuação do pico de cheias.
Soluções alternativas de calhas e condutores verticais incluem filtros de materiais grosseiros, conforme ilustram
as figuras 4 e 5.
Soluções de tratamento de águas pluviais
Estudos mostram que o tratamento da água pluvial captada é obrigatório devido aos riscos associados ao
material carreado pela água de chuva quando do escoamento sobre a cobertura. Observa-se a presença de
material grosseiro, como folhas, gravetos, sementes e sólidos suspensos e dissolvidos originados de fezes de
pássaros, gatos e roedores, além de material particulado fino sedimentado sobre as coberturas a partir de
suspensão aérea, além de microrganismos patogênicos presentes em águas de coberturas, conforme mostram
pesquisas em cursos no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) realizadas também
em outras instituições (May, 2004; Rebello, 2004; Gonçalves, 2006).
O tratamento para usos domésticos não potáveis é realizado visando alcançar características de qualidade
compatíveis com os usos desejados. A norma brasileira relativa ao aproveitamento de águas pluviais, NBR
15527/2007, estabelece que os padrões de qualidade "devem ser fixados pelo projetista de acordo com a
utilização prevista".
No que se refere à qualidade microbiológica da água, uma referência razoavelmente adequada é a Resolução
Conama 274/2000 que estabelece a qualidade da água para contato de toda superfície do corpo humano com a
água por tempo prolongado. Essa
Resolução estabelece que são consideradas satisfatórias as águas nas quais "em 80% ou mais de um conjunto
de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo
mil coliformes fecais (termotolerantes)... por 100 ml". Dessa forma, pode-se adotar como referência inicial de
qualidade microbiológica o máximo de mil coliformes termotolerantes por cada 100 ml de água pluvial. Amostras
para verificação desse indicador devem ser colhidas nos pontos de uso.
Com respeito aos parâmetros físico-químicos, podem ser adotados como referência inicial os valores
apresentados na norma brasileira (NBR 15527/2007, item 4.5) para o caso de usos mais restritivos.
De maneira genérica o tratamento de águas pluviais escoada de telhados é composto pelas seguintes partes:
filtração de materiais grosseiros;
descarte das águas de escoamento inicial;
filtração de materiais particulados finos;
desinfecção.
Filtração de materiais grosseiros
É obtida por meio de grades de barras ou telas metálicas com aberturas da ordem de 2 mm a 6 mm que são
interpostas no fluxo das águas pluviais captadas na cobertura e conduzidas pelos coletores.
Encontram-se no mercado diversas soluções desse tipo de filtração, usualmente importadas. A escolha dos
modelos existentes é função da área de cobertura a que vão servir. A figura 6 mostra um filtro de material
grosseiro importado instalado em trecho horizontal de tubulação.
A função de tais filtros é reter o material grosseiro (folhas, gravetos e particulados de maior dimensão) deixando
passar a água e sólidos grosseiros mais finos. Ensaios realizados no IPT mostram que, em geral, os sólidos
grosseiros são retidos na sua totalidade na maioria dos filtros, e que a eficiência no aproveitamento de água
tende a cair com o aumento da vazão.
Os filtros de material grosseiro podem funcionar de forma a lançar o material grosseiro para fora da tubulação ou
podem requerer limpeza manual periódica.
Descarte
Estudos do IPT mostram que o descarte das primeiras águas escoadas de coberturas é altamente
recomendado, particularmente após vários dias sem chuva como ocorre na estiagem de inverno, dada à
concentração de poluentes e microrganismos.
Segundo pesquisas realizadas no âmbito do Prosab, o volume de descarte corresponde ao escoamento do
primeiro milímetro de precipitação, ou seja, 100 l para cada 100 m² de cobertura. Um dispositivo de descarte
bastante prático é ilustrado na figura 7.
Os dispositivos de descarte podem contar com esvaziamento automático ou manual.
Filtro de finos
A operação de sistemas de aproveitamento de águas pluviais tem mostrado que mesmo as instalações dotadas
de filtro de grosseiros e aparelho de descarte podem requerer a filtração de material particulado mais fino.
Existem diversos fabricantes de filtros de areia ou de resina no mercado. Grande parte dos filtros de areia opera
com a água sob pressão e permite retrolavagem para remoção do material retido. Deve ser previsto reservatório
de água para retrolavagem, segundo a freqüência estabelecida pelo fabricante, ou ditada pela prática
operacional.
Em pesquisa em curso no IPT foi desenvolvido um filtro de fabricação simples e que não requer pressurização
da água para filtração. O filtro foi construído de modo a incorporar a filtração de material grosseiro na parte
superior e de material particulado fino na parte inferior utilizando areia como meio filtrante. A figura 8 ilustra o
esquema básico do filtro. O meio filtrante é de areia média lavada com 10 cm de espessura e taxa de aplicação
de 336 m3/m2/dia.
Desinfecção
A ocorrência de microrganismos em águas de chuva escoadas de coberturas recomenda fortemente a
desinfecção.
Os sistemas de desinfecção mais utilizados são os baseados na aplicação de cloro, ozônio ou raios ultravioleta.
A desinfecção com cloro permite manter ação mais prolongada por meio de concentração residual de cloro livre
que permanece efetiva por algum tempo.
Em instalações prediais prevê-se a aplicação de cloro através de dosadores de cloro líquido injetados na
tubulação que conduz a água pluvial ao reservatório, através de pastilhas ou de uma solução simplificada
desenvolvida no âmbito do Prosab, em que a desinfecção é obtida por difusão do cloro contido em uma garrafa
plástica perfurada colocada no fundo do reservatório (Daniel, 2001).
O ozônio é um agente desinfetante bastante eficiente, mas sua aplicação deve ser cuidadosamente projetada
para que ocorra a mistura completa da quantidade correta de gás no fluxo de água escoando. O emprego do
ozônio permite realizar a desinfecção na tubulação que conduz a água ao ponto de uso, ou por meio de sistema
cíclico conforme ilustra a figura 9.
Armazenamento de águas pluviais
O armazenamento de águas pluviais tem destacada importância dados os impactos arquitetônicos, estruturais,
financeiros e operacionais que envolve.
As soluções de armazenamento podem ser agrupadas nas três formas básicas já citadas anteriormente
(somente reservatório elevado, somente reservatório inferior e reservatórios inferior e superior).
O primeiro caso supõe que a alimentação do reservatório será feita a partir de cobertura, calhas e condutores,
situados em nível superior ao do reservatório. A figura 10 ilustra duas possibilidades de assentamento do
sistema de tratamento no caso de reservatório de águas pluviais elevado.
Experimentos realizados pela Universidade Federal da Bahia, em conjunto habitacional de baixa renda, levaram
à solução ilustrada na figura 11. Observa-se que o reservatório é alimentado diretamente a partir da cobertura e
situado em cota tal que permite o uso de água de chuva no tanque e em torneira de jardim.
O segundo caso corresponde à situação na qual os usos previstos possam ser atendidos com o posicionamento
do reservatório em cota relativamente baixa, como no atendimento de pontos situados em garagens.
O terceiro caso é, de certa forma, análogo ao sistema de água potável de um edifício de diversos andares. O
reservatório inferior de água pluvial conta com bomba de recalque que alimenta o reservatório superior. Deste
último deriva-se o barrilete para distribuição de água pluvial por meio de colunas de alimentação servindo aos
diversos pontos de uso (descarga de bacias sanitárias, lavagem de pisos e rega, por exemplo).
Em todos os casos de reservação de águas pluviais deve ser levado em conta que em períodos de estiagem
pode não haver água de chuva suficiente para a demanda. esse caso os reservatórios de água pluvial deverão
receber complementação do sistema de água potável, evitando-se o fenômeno da conexão cruzada. Para tanto
deve ser observada a norma brasileira de água fria NBR 5626 que exige uma separação atmosférica (gap) de
no mínimo 5 cm entre o tubo de alimentação de água potável e o reservatório de águas pluviais.
Inversamente, no período de cheias, o sistema deverá contar com extravasão compatível.
A complementação da alimentação por água potável pode ser feita no reservatório superior de água pluvial.
Nesse caso a água potável pode ser conduzida por gravidade do reservatório superior de água potável para o
reservatório superior de água pluvial ou, ainda, através de pequena bomba de recalque, conforme ilustra a figura
12.
O projeto dos reservatórios de águas pluviais deve ser elaborado tomando como diretrizes as normas
brasileiras: NBR 12217/1994 relativa aos reservatórios de distribuição de água para abastecimento público, NBR
5626/1998 aplicável à instalação predial de água fria e NBR 15527/2007.
Os reservatórios devem ser dotados de extravasor, dispositivo de esgotamento total, cobertura para evitar
entrada de pó, insetos e minimizar a radiação luminosa, dispositivos ou configurações que permitam inspeção,
manutenção e ventilação.
No caso dos reservatórios serem alimentados com água pluvial contendo sólidos em suspensão sedimentáveis
ou que flutuam, há necessidade de dispositivos e configurações específicas para minimizar o acesso de sólidos
às tubulações que servem os pontos de uso.
Para atenuar o risco de extração da mistura de água com esses sólidos finos presentes no reservatório no
momento do uso ou sucção, recomenda-se situar a extremidade da tubulação de tomada d'água a meia-altura
entre o fundo e a lâmina livre no reservatório. A alimentação deverá ser projetada para evitar turbulência no
interior do reservatório para que não ocorra ressuspensão de sólidos.
O dimensionamento do volume de reservação de água pluvial deve ser elaborado por método que leve em conta
a oferta e a demanda de água pluvial. A oferta é descrita pelas séries históricas de precipitação pluvial da
localidade ao longo do tempo. A demanda deve ser calculada a partir dos volumes aplicáveis aos usos não
potáveis previstos.
A norma brasileira NBR 15527/ 2007 e Gonçalves (2006) apresentam uma série de métodos de
dimensionamento do volume de reservação necessário. Alguns métodos levam a volumes excessivos e
onerosos. Recomenda-se o dimensionamento pela fórmula que utiliza o maior número de dias consecutivos sem
chuva e o volume diário demandado, apresentado por Gonçalves (2006), o método da simulação de
reservatórios ou o método prático australiano, sugeridos na norma brasileira.
O método de simulação de reservatórios e o método prático australiano são particularmente interessantes
porque permitem aquilatar em que grau será atendida a demanda de água pluvial, considerada a série histórica
de precipitações.
A expressão para o cálculo do volume de reservação baseado no número máximo de dias consecutivos sem
chuva para um dado período de retorno é dada por:
Onde:
VRES é o volume do reservatório (l);
QNP é a somatória das demandas de usos não potáveis (l/dias);
DS é o maior número consecutivo de dias sem chuva na localidade para um dado período de retorno (dias).
Para uma residência térrea de classe média com cinco habitantes situada em Florianópolis, cuja soma das
demandas de água para uso não potável totalizou 178,33 l/dia, a aplicação da última fórmula levou a um volume
de reservação de água pluvial de 1.783,3 l que foi arredondado para 2 mil l. O serviço de metrologia informou
que o valor de DS para a cidade, em série histórica de dez anos, é de dez dias. Considerando edifício de quatro
pavimentos com quatro apartamentos por andar na mesma cidade, a demanda de usos não potáveis foi
calculada em 2.218,676 l/dia. Resultou um volume de reservação de 22.186,7 l arredondado para 22 mil l
(Gonçalves, 2006). Observe-se que a eficiência de atendimento global de usos não potáveis da reservação
calculada por esse método requer verificação do índice de atendimento da demanda considerado o potencial de
oferta, ou seja, alturas precipitadas segundo série histórica.
Condução de águas pluviais em tubulações sob pressão
A condução de águas pluviais sob pressão em tubulações depende do posicionamento dos reservatórios,
considerando as três situações já mencionadas.
Para um edifício de diversos pavimentos, são ilustradas na figura 13 configurações das tubulações sob pressão
resultante do posicionamento de reservatórios de água pluvial e de água potável nas três posições
consideradas.
O dimensionamento das tubulações de água pluvial sob pressão é feito de maneira análoga ao das tubulações
de água potável, com base na norma brasileira NBR 5626/1998. Prevê-se a utilização de sistemas de comando
automatizados razoavelmente complexos no caso ilustrado.
Soluções relativas à utilização
A utilização da água pluvial tratada em usos domésticos não potáveis deve levar em conta as possibilidades de
uso indevido, como ingestão ou banho, e de acidentes que comprometam a segurança sanitária e operacional
dos sistemas prediais de água, especialmente tendo em conta a potencialidade de ocorrência da conexão
cruzada com o sistema de água potável.
No que tange ao uso indevido é necessário prever barreiras físicas e conscientização e treinamento do usuário.
Barreiras físicas incluem torneiras de engate rápido, torneiras sem volante ou com volante lacrado. A pintura das
tubulações e demais partes da instalação em cor convencionada serve de alerta para uma população usuária
previamente conscientizada e treinada.
Wolney Castilho Alves, engenheiro civil e sanitarista, Dr. pesquisador e professor do IPT e do Centro
Universitário Senac, e-mail: [email protected]
Luciano Zanella, engenheiro civil, Dr. pesquisador e professor do IPT,
e-mail: [email protected]
Maria Fernanda Lopes dos Santos, Bióloga, Dra. pesquisadora do IPT e professora do Centro Universitário
Senac, e-mail: [email protected]
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Uso Racional da Água em Edificações. R. F. Gonçalves (coord.). Prosab (Programa de Pesquisa em
Saneamento Básico). Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), Rio de Janeiro, 2006.
Processos de Desinfecção e Desinfetantes Alternativos na Produção de Água Potável. L. A. Daniel (coord.).
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em Instalações Prediais Residenciais. Rebello, G. A. O. Dissertação de Mestrado apresentada ao Mestrado em
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do IPT, 2004.
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NBR 15527 - Água de Chuva - Aproveitamento de Coberturas em Áreas Urbanas para Fins Não Potáveis -
Requisitos. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), 2007.
NBR 10844 - Instalações Prediais de Águas Pluviais. ABNT, 1989.
NBR 5626 - Instalação Predial de Água Fria. ABNT, 1998.
NBR 12217 - Projeto de Reservatório de Distribuição de Água para Abastecimento Público. ABNT.
FONTE: http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/133/artigo77982-1.asp
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