Abolicionismo Animal

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    Abolicionismo animal

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    Notcias Notcias

    Sbado, 07 de novembro de 2015

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    Para alimentar uma populao crescente de seres humanos mais de 60 bilhes de animais terrestresso mortos todos os anos e a escravido animal responsvel pelo confinamento de 19 bilhes degalinhas, 1,4 bilho de bovinos, 1 bilho de porcos, 1 bilho de ovelhas e um nmero considervel decabritos, bfalos, coelhos, capivaras, javalis, avestruzes, gansos, perus, patos, etc., segundo dadosda FAO. O sofrimento imposto s outras espcies imenso", escreve Jos Eustquio Diniz Alves ,doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em Populao, Territrio eEstatsticas Pblicas da Escola Nacional de Cincias Estatsticas ENCE/IBGE, em artigo publicado

    por EcoDebate, 06-11-2015.

    Eis o artigo.

    A invisibilidade da escravido e do sofrimento animal um fato real que a miopia humana fingedesconhecer. A dominao e a explorao animal uma realidade que o crebro evoludo,inteligentemente e egoisticamente, ignora. Por conta disto, o movimento abolicionista animal poucoconhecido e valorizado.

    O abolicionismo animal um movimento que defende os direitos das espcies, advoga a abolioda dominao e da explorao dos animais por meio de uma tica biocntrica que respeita a vida de

    todos os seres sencientes da Terra. Em geral, defende o veganismo e a educao no violenta ecriativa, como base moral da posio dos direitos animais.

    Para Peter Singer, grande nmero de animais so suficientemente semelhantes aos humanos,quando se adota o critrio da sencincia ou conscincia, com nfase na capacidade de sofrer dor eter prazer, merecendo uma considerao moral semelhante. Os animais sencientes no devem serinstrumentalizados pela racionalidade gananciosa do ser humano, mas sim devem ser sujeitos dedireito. O movimento pelo abolicionismo animal defende atitudes, tais como:

    Pela dietavegetariana;

    Pela dieta vegana;Pelo fim da comercializao do pat de fgado gordo o foie gras;Pelo fim da explorao e do enjaulamento animal;Pelo fim dos rodeios;Pelo fim da touradas;Pelo fim das corridas de cavalo;Pelo fim do uso de animais nos crcos;Pelo fim dos aqurios;Pelo fim da experimentao animal;Pelo fim dos zoolgicos;Pelo fim do mau trato animal;Pelo aumento das reas anecmenas;Pelo aumento das reas selvagens e pela liberdade animal;Etc.

    O grande economista ingls John Stuart Mill, alm de defender o Estado Estacionrio j em 1848,

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    tambm era adepto das ideias de Jeremy Bentham(que foi amigo de seu pai e fundador doutilitarismo). O utilitarismo reconhece o princpio hedonista segundo o qual a finalidade da vidahumana a felicidade e a fruio dos diferentes prazeres, aqueles ligados ao corpo, ou os prazeresligados ao esprito e aos sentimentos nobres da amizade, da honestidade, do amor, etc. Estesprazeres permitem ao ser humano encontrar a felicidade.

    A utilidade (princpio da maior felicidade), sustenta que as aes so certas na medida em que elastendem a promover a felicidade e erradas quando tendem a produzir o contrrio da felicidade. A

    felicidade um Bem Supremo e todas as atitudes moralmente boas surgem como instrumentos paraalcanar a felicidade. Por felicidade entende-se prazer e ausncia de dor, por infelicidade, dor eprivao do prazer. Sem ser antropocntrico, Stuart Millconsiderava que cabe s pessoasinteligentes escolher agir com retido no sentido do bem de todas as espcies.

    Mas os humanos, em geral, so narcisistas, egostas e egocntricos e menosprezam as demaisespcies do Planeta. O bilogo da Universidade de Harvard, Edward Osborne Wilson , duas vezesvencedor do Prmio Pulitzer, acredita que o ser humano est provocando um holocausto biolgico epara evitar a sexta extino em massa de espcies, ele prope uma estratgia para destinarMETADE DO PLANETA exclusivamente para a proteo dos animais. A tese tambm defendida pela

    jornalista Elizabeth Kolbertno livro The Sixth Extinction. A alternativa de reduo das reasecmenas seria uma forma de se contrapor ao humor humano, que varia entre o dio e a indiferenaem relao a existncia e a felicidade das demais espcies sencientes da Terra.

    Para alimentar uma populao crescente de seres humanos mais de 60 bilhes de animais terrestresso mortos todos os anos e a escravido animal responsvel pelo confinamento de 19 bilhes degalinhas, 1,4 bilho de bovinos, 1 bilho de porcos, 1 bilho de ovelhas e um nmero considervel decabritos, bfalos, coelhos, capivaras, javalis, avestruzes, gansos, perus, patos, etc., segundo dadosda FAO. O sofrimento imposto s outras espcies imenso. Alm disto, o boi e a vaca, por exemplo,so animais ruminantes cujo processo digestivo provoca uma fermentao que faz o animal liberarmuito gs metano. O metano o segundo gs que mais contribui para o efeito estufa, sendo 21

    vezes mais poluente do que o gs carbonico (CO2). Cada animal bovinoadulto libera cerca de 56quilos de metano por ano. Portanto, os 1,4 bilho de bois e vacas do mundo liberam algo em torno de78 milhes de toneladas de metano por ano, o que uma contribuio significativa para oaquecimento global.

    No dia 26/10/2015, a Agncia Internacional de Pesquisa do Cncer ( IARC, na sigla em ingls) daOrganizao Mundial da Sade (OMS) anunciou a classificao das carnes processadas comoprodutos carcinognicos, ou seja, que causam cncer, e das carnes vermelhas como produtosprovavelmente carcinognicos. Como mostra Martn Caparrs, em matria do jornal El Pas(31/10/2015), comer um bife/chuleta/fil, um grande pedao de carne, uma das formas mais eficazes

    de validar e aproveitar um mundo injusto: Consumir animais um luxo: uma forma muito clara deconcentrao da riqueza. A carne acumula recursos que poderiam ser compartilhados: sonecessrias quatro calorias vegetais para produzir uma caloria de carne de frango; seis para produziruma de porco; dez calorias vegetais para produzir uma caloria de vaca ou de cordeiro. A mesma coisaacontece com a gua: so necessrios 1.500 litros para produzir um quilo de milho, 15.000 para umquilo de carne de vaca. Isto , quando algum come carne se apropria de recursos que,compartilhados, seriam suficientes para cinco, oito, dez pessoas. Comer carne estabelecer umadesigualdade brutal: sou eu quem pode engolir os recursos de que vocs precisam. A carne umestandarte e uma mensagem: que este planeta s pode ser usado assim se bilhes de pessoas seresignarem a us-lo muito menos. Se todos quiserem us-lo igualmente no pode funcionar: aexcluso condio necessria e nunca suficiente.

    Como mostraram Luiz Carlos Susine Gilmar Zampierino livro A vida dos outros: tica e teologiada libertao animal (So Paulo: Paulinas, 2015), a relao entre humanos e animais sempre foicruel: mas com o incremento da indstria da carne, ovos, leite e seus derivados, com a indstria docouro, pele, com indstria dos cosmticose produtos qumicos testados em animais, aumentou

    http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/548501-por-uma-teologia-da-libertacao-animal-entrevista-especial-com-luiz-carlos-susin-e-gilmar-zampierihttp://www.ihu.unisinos.br/noticias/548521-a-era-da-carnehttp://www.ihu.unisinos.br/noticias/528028-reduzir-a-populacao-de-bovinos-para-combater-o-desmatamento-e-o-aquecimento-global-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alveshttp://www.ihu.unisinos.br/noticias/42901-arroto-do-boihttp://www.ihu.unisinos.br/noticias/538176-para-evitar-o-holocausto-biologico-aumentar-as-areas-anecumenas-e-reselvagerizar-metade-do-mundohttp://www.ihu.unisinos.br/noticias/506692-por-que-o-ser-humano-precisa-de-insetos-entrevista-com-edward-wilsonhttp://www.ihu.unisinos.br/noticias/512083-a-nossa-busca-da-felicidade
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    assustadoramente, a ponto de o prmio Nobel de literatura, J.M. Coetzee, em seu livro A vida dosanimais (So Paulo: Companhia das Letras, 2002), sugerir uma instigante analogia entre o holocaustohumano perpetrado aos judeus na segunda guerra mundial, e o holocausto animal imposto,diariamente, pelo homem aos indefesos e inocentes animais. A concluso que o termo campos deconcentrao o que melhor define a nossa relao com os outros animais. A primeira parte do livrose debrua sobre esses campos de concentrao (estimao, pesquisa, instrumentos,entretenimento, alimentao) mostrando como os animais, no atual estgio da indstria, socoisificados, sem considerao para com seus interesses e direitos (IHU, 01/11/2015).

    No d para ignorar o holocausto animal. No d para ser feliz com base na infelicidade alheia.Utilitarismo diferente de utilidade. O princpio da utilidade deveria valer para todos os seressencientes. Como disse Brian Dominick: absurdo pensar que uma sociedade que oprime animaisser capaz de se tornar numa sociedade que no oprime pessoas. Ou seja, a sociedade humana

    jamais ser feliz, com base na infelicidade das comunidades de animais sencientes.

    Referncias:

    ALVES, JED. Dia Mundial pelo fim do Especismo: 22 de agosto. Ecodebate, RJ, 19/08/2015ALVES, JED. Dia Mundial do Meio Ambiente: vergonha de ser humano. Ecodebate, RJ, 04/06/2014

    OLIVEIRA, Gabriela D. A teoria dos direitos animais humanos e no-humanos, de Tom Regan.Ethic@,Florianpolis, v.3, n.3, p. 283-299, Dez 2004Brasil est atrasado em direito dos animais, diz ONG que coloca o tema em debate, Ecodebate,02/10/2015CAPARRS, Martn. A Era da Carne, El pas, 31/10/2015http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/30/internacional/1446220690_355590.htmlPor uma teologia da libertao animal. Entrevista especial com Luiz Carlos Susin e Gilmar Zampieri,IHU, 01/11/2015SINGER, Peter. Libertao animal, Martins Fontes, 1975SMAJE, Chris. Re-wilding: Joined-up Thinking Needed, Resilience, Oct 29, 2015

    Instituto Abolicionista AnimalANDA Agncia de Notcias de Direitos AnimaisANDRADE, Rodrigo. Introduo ao Abolicionismo Animal, 2012Pelo fim da Escravido AnimalEscravido animalEradicating EcocideDia mundial (22/08) contra o Especismo:

    tica e Direitos Animais Snia T. FelipeA Carne Fraca documentrio completo

    Carne Sofriboi, do chargista Maurcio RicardoDocumentrio Linha de DesmontagemSe os abatedouros tivessem paredes de vidro com Paul McCartney (dublado em portugus)Ser humano espcie invasora e praga sobre a Terra?

    Abolicionismo Pelos Animais 1/3Meat The Truth: https://youtu.be/u7LBPHtOBnk

    Adicionar comentrio

    https://youtu.be/u7LBPHtOBnkhttp://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/30/internacional/1446220690_355590.htmlhttp://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/505942-haveria-sociedades-humanas-tal-qual-nos-as-conhecemos-sem-a-participacao-dos-animais-entrevista-especial-com-caetano-kayuna-sordi-barbara-dias-e-daniel-braga-lourenco-http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/30357-a-dor-da-carne
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