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PATRÍCIA SOARES BRASILEIRO ABORDAGEM EXPERIMENTAL INVESTIGATIVA DO FENÔMENO DA CORROSÃO PARA O ENSINO DE QUÍMICA Monografia apresentada ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Ciências da Natureza Licenciatura em Química. Orientador: Prof. Dr. Leonardo Munaldi Lube. Campos dos Goytacazes/RJ 2013/ 2

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PATRÍCIA SOARES BRASILEIRO

ABORDAGEM EXPERIMENTAL INVESTIGATIVA DO FENÔMENO DA CORROSÃO

PARA O ENSINO DE QUÍMICA

Monografia apresentada ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, como

requisito parcial para a conclusão do Curso de

Ciências da Natureza – Licenciatura em Química.

Orientador: Prof. Dr. Leonardo Munaldi Lube.

Campos dos Goytacazes/RJ

2013/ 2

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PATRÍCIA SOARES BRASILEIRO

ABORDAGEM EXPERIMENTAL INVESTIGATIVA DO FENÔMENO DA CORROSÃO

PARA O ENSINO DE QUÍMICA

Monografia apresentada ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, como

requisito parcial para a conclusão do Curso de

Ciências da Natureza – Licenciatura em Química.

Aprovada em 25 de março de 2014.

Banca Avaliadora:

....................................................................................................................................................................

Prof. Dr. Leonardo Munaldi Lube (orientador)

Doutor em Ciências Naturais - UENF

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

....................................................................................................................................................................

Prof. Dr. Hélio Júnior de Souza Crespo

Doutor em Produção Vegetal - UENF

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

....................................................................................................................................................................

Prof. Me. Luiz Claudio Gomes de Abreu

Mestre em Cognição e Linguagem - UENF

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

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Dedico este trabalho monográfico e toda

minha formação aos meus pais.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Leonardo Lube por ter me orientado e contribuído para a realização de

meu trabalho monográfico.

A todos os docentes que fizeram parte e que contribuíram de forma positiva para

minha formação, vida profissional e pessoal. Levo todos seus ensinamentos comigo.

Aos meus pais pela estrutura que me deram, pela ajuda e incentivo. Ao Vinícius

Lacorte pelo incentivo e apoio. A Tia Alice por toda ajuda prestada.

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O conhecimento exige uma presença curiosa do

sujeito em face do mundo. Requer uma ação

transformadora sobre a realidade. Demanda uma

busca constante. Implica em invenção e em

reinvenção.

Paulo Reglus Freire

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RESUMO

Os expressivos avanços tecnológicos e a larga acessibilidade à informação impõe um desafio

à escola: conseguir capacitar os indivíduos dessa sociedade para conseguir dar significado às

informações as quais têm acesso. Para isso, a escola deve buscar metodologias educacionais

que propiciem uma maior autonomia aos seus educandos e que os capacitem para atuar

ativamente na sociedade promovendo mudanças que gerem melhorias necessárias para o

desenvolvimento. O conhecimento da disciplina Química se posiciona como um dos pilares

para o desenvolvimento econômico e tecnológico da sociedade e, portanto, é uma ciência de

destaque na educação escolar. Contudo, o ensino de química no ambiente escolar se encontra

muito distante da realidade do estudante e da sociedade, ficando restrito à memorização de

fórmulas, nomenclaturas e teorias, sendo ineficaz no seu propósito, que é formar o estudante

para a sociedade. Visando encontrar alternativas para o quadro em que o ensino de química se

encontra atualmente, foi implementada nesse trabalho a estratégia de ensino baseada na

experimentação por investigação e contextualização do conteúdo para a abordagem do tema

corrosão em uma turma de alunos do terceiro ano do ensino médio do IF Fluminense

Campos-Centro e avaliada a eficiência da estratégia a partir da comparação da avaliação de

conhecimentos desses estudantes antes e depois de passarem pela abordagem pedagógica

proposta. Os resultados indicam que uma abordagem experimental que coloca o estudante em

uma posição mais ativa pode trazer ganhos significativos de conhecimento, estímulo e

envolvimento nas atividades acadêmicas, além de recolocar o aluno como protagonista de sua

formação.

Palavras-chave: Experimentação. Investigação. Contextualização. Ensino de Química.

Corrosão.

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ABSTRACT

The expressive technological advances and the wide accessibility of information impose a

challenge to school: get empower individuals to achieve this society to give meaning to the

information which they have access. For this, the school must seek educational methodologies

that provide greater autonomy to their students and to enable them to act actively promoting

changes in society that generate improvements necessary for development. The knowledge of

chemistry stands as one of the pillars for economic and technological development of society

and, therefore, is a science of great importance in school education. However, the chemistry

teaching in the school environment is far from the reality of the student and society, being

restricted to memorizing formulas, classifications and theories being ineffective in its purpose,

which is to graduate the student to society. Aimed at finding alternatives to the way where the

teaching chemistry stands today, was implemented in this work a teaching strategy based on

experimentation by research and contextualization of contents to the approach of the subject

corrosion in a class of students of the third year of high school at IF Fluminense Campos-

Center, and assessed the efficiency of the strategy based on the comparison of the evaluation

of knowledge these students before and after passing by the proposed pedagogical approach.

The results indicate that an experimental approach that places the student in a more active

position, can bring significant gains in knowledge, encouragement and involvement in

academic activities, plus replace the student as the protagonist of their education.

Keywords: Experimentation. Research. Contextualization. Chemistry. Teaching. Corrosion.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Caricatura do método bancário de ensino .............................................................. 244

Figura 2 - Rolos de aço recém-fabricados .............................................................................. 312

Figura 3 - Alguns dos metais mais comuns ............................................................................ 323

Figura 4 - Ponte Point Pleasant, na Virgínia/ EUA em operação e depois do desabamento

gerado pela corrosão da estrutura de aço.................................................................. 345

Figura 5 - Corrosão do aço ilustrada por (a) deterioração de uma embarcação e (b) lataria

de um automóvel enferrujada ................................................................................... 356

Figura 6 - Processo de oxidação do ferro em presença de água ............................................. 367

Figura 7 - Aula experimental no laboratório .......................................................................... 423

Figura 8 - Experimento de verificação da dependência do meio para a ocorrência da

corrosão .................................................................................................................... 434

Figura 9 - Experimento de verificação da participação do oxigênio atmosférico para a

ocorrência da corrosão.............................................................................................. 445

Figura 10 - Experimento de verificação de corrosão de outros materiais .............................. 456

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - O que você compreende quando ouve falar em corrosão?.............................. 48 49

Gráfico 2 - Onde ocorre a corrosão? Em que tipo de materiais? ...................................... 49 dos

Gráfico 3 - Porque a corrosão ocorre em certos materiais e em outros não e qual a

diferença entre os materiais que sofrem e não sofrem corrosão? ........................ 50 11

Gráfico 4 - Há alguma forma de impedir que a corrosão aconteça nos materiais?

Explique............................................................................................................... 51 252

Gráfico 5 - A corrosão depende do ambiente em que esses materiais se encontram?

Explique............................................................................................................... 52 11

Gráfico 6 - Como visto nos experimentos, como se caracteriza a ocorrência da

corrosão no material? Qual é o produto da corrosão? ......................................... 57 114

Gráfico 7 - A corrosão se faz presente em seu dia-a-dia resultando em diversos

prejuízos. Há alguma forma de impedir ou reduzir o processo de corrosão nos

materiais?............................................................................................................. 58 111 58

Gráfico 8 - O meio (solução) em que o material se encontra interfere no processo de

corrosão? Explique .............................................................................................. 5911 1

Gráfico 9 - A atmosfera em que o material se encontra interfere no processo de

corrosão? Explique .............................................................................................. 60 000

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Gráfico 10 - Como você explica a corrosão da lata de alumínio? ..................................... 61 000

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 13

1 A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NO ENSINO DA QUÍMICA ................................... 19

1.1 O papel da escola para intervir na sociedade do conhecimento ......................................... 19

1.2 Inovação no ensino de Química e sua importância ............................................................ 20

1.3 Estratégias de ensino para tornarem as aulas de Química local de criação ........................ 21

2 ACUMULADORES DE CONHECIMENTO X CONSTRUTORES DO SABER .............. 23

2.1 Aprendizagem mecanizada ................................................................................................. 23

2.2 Aprendizagem significativa ................................................................................................ 25

3 ENSINO DE QUÍMICA: EXPERIMENTAÇÃO PROBLEMATIZADORA ...................... 28

3.1 O despertar dos alunos para o ensino de Química .............................................................. 28

3.2 Experimentação nas aulas de Química como recurso de aprendizagem ............................ 29

4 O FENÔMENO QUÍMICO DA CORROSÃO DO AÇO ..................................................... 31

4.1 Aço: sua definição e importância ....................................................................................... 31

4.2 Definindo o fenômeno da corrosão .................................................................................... 33

4.3 O tema corrosão trabalhado nas aulas de Química através da experimentação

problematizadora e contextualizado ........................................................................... 37

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5 METODOLOGIA .................................................................................................................. 40

5.1 Metodologia de investigação dos conhecimentos prévios com uso de questionário .......... 40

5.2 Apresentação de uma aula expositiva acerca do tema corrosão ......................................... 41

5.3 Abordagem experimental investigativa problematizadora acerca do fenômeno da

corrosão do aço e outros metais ................................................................................. 41

5.4 Investigação dos conhecimentos após a aula com o uso da metodologia aplicada com

uso de questionários ................................................................................................... 46

5.5 Avaliação dos resultados .................................................................................................... 46

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 47

6.1 Avaliação dos conhecimentos prévios ................................................................................ 47

6.2 Implementação da abordagem experimental investigativa ................................................. 53

6.3 Avaliação do ganho de conhecimento após a implementação da abordagem

experimental investigativa .......................................................................................... 57

7 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 63

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 65

APÊNDICES ............................................................................................................................ 68

APÊNDICE A - Questionário 1................................................................................................ 69

APÊNDICE B - Questionário 2 ................................................................................................ 70

APÊNDICE C - Plano de aula ................................................................................................. 71

APÊNDICE D - Gabarito das respostas do Questionário 1...................................................... 75

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APÊNDICE E - Gabarito das respostas do Questionário 2 ...................................................... 76

APÊNDICE F –Conhecimentos prévios dos alunos no Questionário 1 ................................... 77

APÊNDICE G –Conhecimento dos alunos pós aula no Questionário 2 .................................. 83

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INTRODUÇÃO

Com o passar dos tempos, significativos avanços ocorreram na sociedade, e mais

recentemente devido ao rápido desenvolvimento tecnológico. Com isso a sociedade acabou

sofrendo efeitos por estar inserida nesse mundo de avanços, descobertas e mudanças. O

sistema educacional busca se adequar à sociedade atual e tem como tarefa, segundo Coutinho,

“tentar garantir a primazia da construção do conhecimento, em uma sociedade onde o fluxo de

informação é vasto e abundante”. Nesta escola o educador deve deixar seu papel de

transmissor de conhecimento e passar a mediar a aprendizagem (COUTINHO, 2011, p. 10).

A cada minuto novas informações atingem os mais variados lugares sem encontrar

obstáculos como a distância, alcançando os diferentes grupos sociais e econômicos. Contudo,

deve haver uma melhor preparação das pessoas para receberem essas informações, para que

possam dar significados a elas e transformá-las em algo útil, servindo-as como instrumentos

que as ajudem a entender, participar e interferir no ambiente em que vivem. A escola deve

preparar indivíduos capazes de desenvolver “competências para participar e interagir num

mundo global, altamente competitivo que valoriza o ser flexível, criativo, capaz de encontrar

soluções inovadoras para os problemas de amanhã” (COUTINHO, 2011, p. 5). As pessoas

devem adquirir uma preparação para lidar com essa grande quantidade de informação. Essa

preparação se dá por meio de uma boa educação que favoreça o desenvolvimento da

sociedade (COUTINHO, 2011, p. 5).

A educação, em boa parte, é trabalhada pela escola. Escola que deve estar sempre se

atualizando de acordo com as mudanças e necessidades da sociedade em que está inserida.

Em meio a tantas transformações sociais e tecnológicas, “cabe à escola adaptar-se às novas

realidades e [...] cumprir seu papel fundamental de preparar indivíduos capazes de promover

novas mudanças sociais” (MORETTO, 2003, p. 96). Durante o processo formativo dentro do

ambiente escolar, o educando se depara, na maioria das vezes, com estratégias de ensino

pouco eficientes diante das demandas sociais atuais. Para caminhar com esta sociedade o

ensino não pode mais se configurar de maneira rígida, moldado e engessado em sua forma

tradicional, em que o conhecimento é adquirido e acumulado, muitas vezes sem sentido e

funcionalidade. Ao contrário, este deve estar aberto a mudanças, participação e construção de

uma nova escola, em que seus participantes possam construir o conhecimento e juntos dar-lhe

sentido.

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O ensino tradicional, ainda muito presente nas escolas é, de acordo com Moretto, um

processo em que o educador exerce papel de transmissor de informações, se tornando

mediador da relação entre o conhecimento e o educando. Neste tipo de método, são colocadas

para os alunos verdades já prontas, em que estes têm o dever de repetir essas informações para

mostrar que aprenderam, sem muitas vezes terem sido compreendidas e até mesmo ter algum

significado para eles. Diante disso, a escola e os educadores tem o dever de romper o

paradigma da formação do “aluno receptor-repetidor” e conseguir formar cidadãos que sejam

capazes de participar ativamente da sociedade na qual estão inseridos (MORETTO, 2003, p.

100).

Contrapondo-se ao ensino tradicional, novas estratégias podem ser inseridas para criar

um ambiente transformador, em que os alunos participem, investiguem, criem e desenvolvam

seu próprio conhecimento, possibilitando-lhes dar valor e significado ao que aprendem, sem

acumular informações sem sentido. Nessa ótica, o processo de ensino-aprendizagem torna-se

facilitador e a educação enriquecedora. Uma dessas estratégias é a utilização da

contextualização no ensino, por meio da qual os conhecimentos ensinados aos alunos estão

presentes em sua vivência, de acordo com seu contexto social.

Como foco principal deste trabalho monográfico, propõe-se que os professores devam

utilizar novos métodos para o ensino da Química, diversificando suas abordagens formativas,

visto que esta ciência possui grande importância sobre todos os aspectos da sociedade,

principalmente no que diz respeito à tecnologia, possibilitando uma melhor compreensão do

mundo. Assim sendo, o ensino de Química, adequadamente trabalhado em sala de aula,

possibilitará aos alunos a terem uma conexão significativa com esta ciência, visto que:

A Química pode ser um instrumento da formação humana que amplia os

horizontes culturais e a autonomia no exercício da cidadania, se o

conhecimento químico for promovido como um dos meios de interpretar o

mundo e intervir na realidade, se for apresentado como ciência, com seus

conceitos, métodos e linguagens próprios, e como construção histórica,

relacionada ao desenvolvimento tecnológico e aos muitos aspectos da vida

em sociedade (BRASIL, 2002, p. 87).

A Química é uma matéria escolar que contém muitas fórmulas, símbolos, nomes e

informações, o que faz com que o aluno encontre dificuldade em estabelecer uma conexão

com seu mundo real, muitas vezes não criando laços significativos com o que estudou. Esses

conteúdos acabam se tornando maçantes, sendo, muitas vezes, apenas decorados e aceitos

como uma verdade absoluta, sem questionamentos. O resultado disso é que depois de um

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tempo são esquecidos sem ao menos serem utilizados. Diante disso, podem-se empregar

estratégias de ensino que dêem sentido aos conhecimentos químicos e que torne válida sua

aprendizagem. Estratégias como contextualização, problematização e experimentação foram

abordadas e investigadas neste trabalho a fim de constatar se realmente causam algum efeito

de melhoria no ensino de Química.

Para que se possa fazer um trabalho dentro da linha proposta e objetivando o efetivo

aprendizado da Química nas escolas de Ensino Médio, optou-se por focar esta pesquisa

através do seguinte questionamento: a metodologia didática de

contextualização/problematização é eficiente e atinge aos objetivos propostos pelo educador?

Diante destes questionamentos, optou-se por elaborar uma aula experimental

investigativa cujo tema é: como e o que intensifica a corrosão do aço e de outros metais? O

objetivo dessa abordagem é possibilitar ao educando acessar o conhecimento de como se

processa o fenômeno físico-químico da corrosão, correlacionando-o com os conhecimentos

que já detenha, na tentativa de que se estabeleça uma conexão com o conhecimento formal

apresentado, mostrando como a contextualização dentro do ensino da Química é essencial

para seu entendimento e aceitação dos fenômenos naturais.

Assim, esta monografia tem como tema A abordagem experimental investigativa do

fenômeno da corrosão para o ensino de Química. Sua relevância se faz presente ao constatar-

se que o ensino da ciência Química tem sido desvinculado do cotidiano do aluno, não

possibilitando a este perceber a relação direta entre os elementos da disciplina e o contexto

social ao qual está inserido. Dessa forma, é essencial que esta ligação seja efetivada para que

este aprendizado tenha influência em sua vida, passando a fazer parte do seu dia a dia.

Este trabalho foi criado e desenvolvido com o objetivo principal de avaliar a eficiência

de uma abordagem experimental investigativa contextualizadora, pautada em um enfoque

teórico cognitivista no estudo do fenômeno da corrosão do aço e outros metais. Utilizou-se

esse tema por estar bem presente no cotidiano dos alunos, ter uma vasta aplicação e ser de

simplificada investigação experimental, inclusive permitindo uma investigação autônoma do

educando assim como seu posicionamento ativo diante da construção de seu conhecimento.

Esta abordagem teve como alvo alunos do 3ọ ano do Ensino Médio e sua eficiência foi

verificada de maneira qualitativa, tendo como forma de avaliação, o nível de compreensão e

conhecimento desse grupo de educandos antes e depois de passarem pela estratégia de ensino

proposta.

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Diversos autores afirmam que tanto a contextualização como a problematização são

essenciais para que o ensino da Química faça sentido no cotidiano do educando. O presente

trabalho apresenta linha de pensamento alinhada com o dos seguintes autores: Salvadego,

Laburú, Guimarães e Ferreira.

Salvadego e Laburú (2009) procuraram demostrar, em sua publicação, a relevância da

experimentação no ensino da química. Eles apontam que a experimentação deve estar

presente no processo de ensino/aprendizagem, pois, por meio dela os alunos podem

estabelecer inter-relações entre teoria e prática, sendo a experimentação mantida como uma

importante atividade pedagógica, a qual permite que os conceitos químicos possam ser

desenvolvidos, repensados e ganhem sentido, além de despertar nos educandos seu lado

investigativo. Esses experimentos servem como um aparato da construção do conhecimento

dos alunos, auxiliando na compreensão dos fenômenos químicos, cabendo ao professor os

prepará-los e apresentá-los de forma adequada para um bom desempenho em aula.

Guimarães (2009) relaciona os métodos da abordagem tradicional com os da

abordagem cognitivista. De maneira geral, o tradicional é mostrado como um método ineficaz

frente às necessidades da educação nos dias de hoje, se encontrando sob a forma de

aprendizagem mecânica e automática. Opostamente, a aprendizagem cognitivista significativa

defende que o aluno seja construtor de seu próprio conhecimento e o professor ao ensinar

deve correlacionar os conteúdos com as informações já existentes na estrutura cognitiva dos

educandos. Ele defende ainda que, a experimentação se torna uma estratégia eficiente para

que possam ser criados e trabalhados problemas reais em aula, permitindo assim, incluir a

contextualização no ensino de Química. Contudo, essas aulas experimentais não devem ser

baseadas em “receitas de bolo” e sim em um método em que os alunos são levados a

questionar, raciocinar e levantas suas próprias hipóteses e opiniões. Assim, por meio da

contextualização é possível aproximar a Química da sala de aula com o que o educando

vivencia, aprendendo diante de situações concretas.

Ferreira (2010), também afirma que a experimentação é um recurso pedagógico

importante no auxílio da construção de conhecimentos, que esta deve ser abordada de forma

contextualizada e investigativa, e que ela “propicia aos alunos libertarem-se da passividade de

serem meros executores de instruções, pois busca relacionar, decidir, planejar, propor,

discutir, relatar etc., ao contrário do que ocorre na abordagem tradicional.” (FERREIRA,

2010, p. 102). Para o autor essa experimentação contextualizada vai além de uma mera

ilustração dos conceitos químicos ensinados, ela busca aproximar a realidade da sala de aula.

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A contextualização e experimentação no ensino da Química se fazem necessárias na

medida em que visam o melhor entendimento do problema proposto. Segundo Izquierdo e

colaboradores, a experimentação serve como parâmetro para vários procedimentos tais como:

elaboração de atividades práticas, como meio investigativo ou ilustrativo e ainda testar

hipóteses ou afirmações que são apresentadas como conceitos e leis da ciência. Mas no

entender destes autores é a investigação que mais se faz presente e imprescindível para

proporcionar ao aluno uma melhor aprendizagem (IZQUIERDO et al., 1999 apud

GUIMARÃES, 2009, p. 198).

Através do art. 35 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), nº

9394/96, entende-se que a contextualização deve fazer parte do cotidiano escolar do educando

para que os ensinamentos recebidos possam ser revertidos em conceitos que agreguem valores

significativos à sua aprendizagem, ao estabelecer que o aluno ao concluir o Ensino Médio

“tenha uma formação ética com o desenvolvimento de sua autonomia intelectual e seu

pensamento crítico” (BRASIL, 1996, art. 35). E ainda reforça este conceito no art. 36 ao

determinar que “educação tecnológica básica com a compreensão do significado da ciência,

das letras e das artes, além do processo histórico de transformação da sociedade e da cultura”

(BRASIL, 1996, art. 36), estabelecendo, assim, que a contextualização é essencial ao processo

ensino/aprendizagem.

Nos PCNEM, a contextualização é estabelecida como um dos princípios para a

organização do currículo por meio de temas da vivência dos alunos. A abordagem temática,

no ensino de Química, tem sido recomendada com o objetivo de formar o cidadão. Todavia,

nesta perspectiva, a sua finalidade não é apenas motivar o aluno ou ilustrar aplicações do

conhecimento químico, mas desenvolver atitudes e valores que propiciem a discussão das

questões ambientais, econômicas, éticas e sociais (BRASIL, 2002).

A contextualização no ensino é fundamental para uma realização significativa do

aprendizado, visto que contextualizar é incorporar vivências concretas e diversas, construir

significados que não sejam neutros e que proporcionem ao educando a compreensão dos fatos

sociais que ocorrem no contexto social, cultural, político e econômico no qual está inserido.

A metodologia discutida será trabalhada em uma aula experimental contextualizada

investigativa com o tema gerador: a corrosão do aço e de outros metais, envolvendo

conceitos físico-químicos. Corrosão é um termo referente à degradação de metais pelo

ambiente em que se encontra, sendo usado para designar “o processo de destruição total,

parcial, superficial ou estrutural dos materiais por um ataque eletroquímico, químico ou

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eletrolítico” (MERÇON, 2004, p. 11). Esse fenômeno se apresenta como uma situação

comum no dia a dia do educando, sendo um tema que pode ser facilmente contextualizado,

possibilitando uma relação entre a Química, envolvendo conceitos tais como cinética,

equilíbrio, termodinâmica e o cotidiano.

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1 A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NO ENSINO DA QUÍMICA

1.1 O papel da escola para intervir na sociedade do conhecimento

A escola de hoje está presente em um contexto bem diferente de tempos atrás, devido

esta estar inserida na “sociedade do conhecimento”. Em vista aos grandes avanços e

mudanças, a sociedade vem sofrendo muitas transformações. Assim, Os indivíduos devem

estar preparados para fazerem parte deste ambiente, a fim de intervirem e participarem dela de

forma construtiva e interativa. O instrumento que permite a interação homem-sociedade se faz

através da educação. Segundo Giancaterino, a educação é um meio articulador da relação

entre o homem e a sociedade, pois “o saber é um meio, é um instrumento do ser cidadão”.

Nessa perspectiva, a escola “não ensina para responder às necessidades do mercado. O saber,

como instrumento do ser cidadão, é cada vez mais a matéria-prima que move a nova

sociedade do conhecimento” (GIANCATERINO, s.d., s.p.).

Segundo Amorim e Moreira, o cenário atual da educação é completamente diferente do

passado devido ao rápido “desenvolvimento do mundo do conhecimento”, fazendo-se

necessária a existência de uma escola mais abrangente, que permita a inserção das pessoas na

sociedade e que possa construir indivíduos que sejam capazes de se relacionar com o mundo à

sua volta. Para isso, o cidadão deve desenvolver suas competências e habilidades de modo

que possa se valer dos conhecimentos que foram aprendidos para colocar em prática na sua

vida, trabalhando em prol de suas necessidades. Estas competências são a “capacidade que as

pessoas desenvolvem de articular e relacionar os diferentes saberes, conhecimentos, atitudes e

valores, construídos por intermédio de sua vivência e por meio dos conhecimentos

construídos em sala de aula” (AMORIN, MOREIRA, s.d., p. 2).

Nesse contexto, a escola exerce papel fundamental, pois é o meio educacional mais

abrangente e modificador, meio este que deve preparar para a vida em sociedade, devendo

esta sempre mudar de forma consciente e responsável para se adequar a este “mundo do

conhecimento”. Assim, a educação fornecida pela escola deve ser repensada, transformada e

adequada às necessidades hoje demandadas (AMORIN, MOREIRA, s.d., p. 4).

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1.2 Inovação no ensino de Química e sua importância

Por muito tempo o ensino de Química ficou baseado em experimentos com roteiros a

seguir, observações de experimentos, transferência de informações do professor para o aluno,

limitados aos conceitos prontos e determinados pelos livros didáticos. No entanto, devido aos

avanços tecnológicos e seus impactos, a sociedade demanda de um novo indivíduo que seja

capacitado para trabalhar o conhecimento adquirido para interferir no local em que vive.

Desta forma, surgiu a preocupação de ensinar Química para formar cidadãos que estejam

preparados para usar seus conhecimentos para uma participação efetiva na sociedade

(SOUZA, 2011, p. 30).

De acordo com Guimarães, em sua obra Experimentação no Ensino de Química, as

críticas ao modo tradicional de ensino surgem devido à atitude passiva do aluno, que age

como mero ouvinte das informações que são passadas pelo professor. As informações, em sua

maioria, não se relacionam com “os conhecimentos prévios que os alunos construíram ao

longo de sua vida” (GUIMARÃES, 2009, p. 198). Assim, surge a necessidade de utilizar

estratégias de ensino que possam tornar a aprendizagem mais significativa, preferencialmente

abordando problemas reais e concretos, para que os aprendizes visualizem a aplicação do

conhecimento e passem a ser protagonistas da construção do próprio conhecimento. Desta

maneira, devem ser trabalhadas nas escolas estratégias de ensino eficientes para promover a

mudança necessária, que leva o aluno passivo ao posicionamento ativo, a ser o próprio

construtor de seu conhecimento. Como proposta, Guimarães expõe em seu trabalho a

necessidade da experimentação, que pode ser usada como uma estratégia para trabalhar

problemas e situações reais que permitam a “contextualização e o estímulo de

questionamentos de investigação” (GUIMARÃES, 2009, p. 198).

A inovação nas estratégias de ensino deve ser adotada para que a escola alcance uma

educação de qualidade e que seus alunos consigam vivenciar o que é ensinado em sala de

aula, dando significado ao conhecimento e despertando maior interesse pelo aprendizado. A

escola tem a responsabilidade de “ajudar a preparar gerentes da informação e não meros

acumuladores de dados” (MORETTO, 2003, p. 11).

Diante da diversidade tecnológica e das inúmeras e avançadas formas de

entretenimento, é um grande desafio conquistar os educandos para o aprendizado na escola e

nas aulas de Química. O ensino de Química é de grande importância. Contudo, quando é

trabalhado exclusivamente com fórmulas, teorias abstratas, símbolos e nomenclaturas

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distantes do cotidiano, acabam por não despertar o interesse do educando e não cumpre seu

papel formativo. O problema é intensificado quando o conteúdo ainda não é trabalhado com

correlação ao cotidiano dos alunos, o que acaba por transformar a Química em uma ciência

“excessivamente abstrata” (COSTA, 2005, p. 11).

Este é um triste cenário para o ensino de Química, pois é uma disciplina que estuda tudo

que está presente no universo, nas atividades diárias, a energia que move o mundo, os

produtos consumidos e em outras importantes áreas para a sociedade. Como propõe os

PCNEM para o ensino de Química, todo ensino que leva à memorização, aprendizado do

ensino de forma fragmentada e desvinculada da realidade deve ser inutilizado. No ensino

deve-se propor que:

O aluno reconheça e compreenda, de forma integrada e significativa, as

transformações químicas que ocorrem nos processos naturais e tecnológicos

em diferentes contextos, encontrados na atmosfera, hidrosfera, litosfera e

biosfera, e suas relações com os sistemas produtivo, industrial e agrícola”

(BRASIL, 2002, p. 87).

Deve-se inserir no ensino a necessidade de vincular o conhecimento científico aos

valores sociais e éticos, indo além de somente aprender teorias e fatos isolados, para preparar

o indivíduo para o exercício da cidadania.

1.3 Estratégias de ensino para tornar as aulas de Química local de criação

A contextualização oferece ao aluno a possibilidade de enxergar a importância do que é

estudado em seu cotidiano, mostrando a aplicação e a importância do que ele aprende em sua

vida. A abordagem desta ciência em seu âmbito social, econômico, cultural oportuniza aos

alunos, a possibilidade de criarem ferramentas para resolver situações problemas, até então

desconhecidas por eles, tornando-os seres críticos ao invés de acumuladores de conhecimento.

Compreender e utilizar os conhecimentos químicos a seu favor é dominar uma parte do

universo, pois a Química é uma ferramenta transformadora que está presente de forma micro e

macroscópica em todos os seres vivos e na matéria inanimada. Além disso, a Química se

encontra na base do desenvolvimento tecnológico e econômico, sendo de grande importância

para as áreas da saúde, alimentos e materiais, entre outros. A Química é uma ciência que

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“amplia os horizontes culturais e a autonomia no exercício da cidadania” (BRASIL, 2002, p.

87).

No ensino de Química, deve ser evitado oferecer teorias e verdades já prontas, e sim

situações que estimulem o senso crítico, o questionamento e a investigação por parte do

educando. A experimentação problematizadora pode ser uma estratégia de ensino que

trabalhada de forma a criar problemas reais que levem os alunos a desenvolverem seu lado

investigativo e auxiliá-los na compreensão dos fenômenos químicos, levando a “estreitarem o

elo entre motivação e aprendizagem” (FRANCISCO JÚNIOR et al., 2008, p. 34).

A adoção de uma postura inovadora por parte dos educadores pode contribuir para as

demandas escolares atuais. Dessa forma, professores precisam se capacitar, pesquisando e se

atualizando, para a utilização de novas estratégias de ensino, para se tornarem mediadores

eficientes de um processo de ensino-aprendizagem efetivo, auxiliando, adequadamente, o

aluno a aprender a relação entre teoria e prática. Com isso poderão instigar seus alunos a

buscarem, construírem e utilizarem seus conhecimentos, como afirma Freire:

O conhecimento exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo.

Requer sua ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca

constante. Implica invenção e reinvenção. Educar é conhecer, é ler o mundo

para poder transformá-lo. Conhecer não é acumular conhecimentos,

conhecer implica mudança de atitudes, saber pensar e não apenas assimilar

conhecimentos (FREIRE, 1983, p. 1).

A experimentação problematizadora e a contextualização são recursos que tornam a

aula de Química um local de criação, na qual os indivíduos envolvidos na aprendizagem são

estimulados pelo conhecimento significativo, afastando a imagem de uma ciência abstrata em

que predomina a memorização.

O tema da corrosão é um conhecimento importante. Este deveria ser trabalhado de

maneira associada ao conhecimento de eletroquímica. Diversas estratégias de ensino são

discutidas na literatura como formas diferenciadas de atuação docente, sempre na tentativa de

ajudar o professor a desenvolver o assunto e a explorá-lo de forma com que conseguisse

aproximar o conhecimento científico da realidade dos alunos, para que esses consigam criar e

estabelecer uma conexão entre o que é aprendido e o que é vivenciado. O aluno poderá

enxergar este acontecimento ao seu redor, refletir e solucionar possíveis problemas por meio

do seu senso crítico e raciocínio. Para isso será trabalhada uma aula de Química em que

métodos como problematização e investigação serão empregados junto a assuntos

contextualizados.

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2 ACUMULADORES DE CONHECIMENTO VERSUS CONSTRUTORES DO

SABER

2.1 Aprendizagem mecanizada

Em sua obra, de 1970, Paulo Freire mostra uma escola com uma educação muito

próxima da presente nas escolas atuais, relatando a presença do chamado “ensino bancário”.

Segundo Freire, relatar a realidade de forma parada ou não falar sobre algo que se

conecte com experiências vivenciadas pelos educandos vem sendo “a suprema inquietação

desta educação”. A relação educando-educador necessita ser reavaliada para poder se

repensada, a fim de desenvolver uma aula mais dinamizada, devido esta ser trabalhada de

forma muito narrativa e engessada. Os conteúdos são postos distante da realidade ou sem

muita integração com esta, ou quando relacionados a ela aparecem de forma estática,

compartimentada. Quando relacionados à vivência do aluno, dificilmente conseguem atingir o

objetivo de fazer com que o aluno crie uma conexão sólida com a sua vivência e utilize esses

conhecimentos adquiridos em sala de aula como ferramenta útil para sua vida (FREIRE, 1970,

p. 33).

Devido às grandes descobertas da ciência, o conteúdo de Química se tornou muito

amplo. Com isso, para possibilitar que os professores conseguissem trabalhar toda essa

ciência de maneira prática, o conteúdo precisou ser fragmentado. O ideal seria trabalhar o

conhecimento de forma que o aluno conseguisse, ao final, conectá-lo ao seu mundo,

enxergando o real significado e o que isso implica em sua vida. Contudo, ocorre que, ao longo

das aulas, esta conexão acaba não sendo formada nem o conteúdo é problematizado e aplicado

em situações reais.

Tornaram-se comuns ambientes de aprendizagem em que a matéria é dada de forma que

aluno tenha que absorver o máximo possível do conteúdo, devido sua vasta quantidade, em

pouco tempo da aula, neste cenário o aluno acaba por ocupar posição de mero espectador

diante do ensino. Freire utiliza o termo “educação bancária” ao se referir ao modelo de ensino

no qual o professor age como o sujeito que deposita todo o conhecimento na cabeça do aluno

sem se preocupar se eles darão significado para o que aprenderam. Este professor tem a tarefa

de preencher a mente dos educandos com os conteúdos vindos de suas narrativas, conteúdos

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estes retalhados, isolados da realidade e que poderiam ganhar significado se trabalhados de

maneira construtiva (FREIRE, 1970, p. 33).

Freire ressalta que uma característica deste ensino baseado na dissertação é “a

sonoridade da palavra e não sua força transformadora”, em que o que vale mais é a quantidade

do conteúdo transmitido, no qual o aluno é levado a absorver a matéria, memorizar, repetir e

no fundo não descobriu a real importância do que foi estudado e muito menos em que se

aplica (FREIRE, 1970, p. 33).

O aluno passa a arquivar tudo que foi passado em aula sem despertar seu lado criativo,

sem desenvolver suas habilidades, não havendo transformação, não havendo saber. Com isso

não desenvolve a consciência crítica de sua função no mundo, muito menos compreende

como se tornar um ser transformador (FREIRE, 1970, p. 34).

Nesta visão, os alunos são tidos como pequenas vasilhas onde o educador tem a função

de “depositar” nelas todo conhecimento. E, ao final, quanto mais depósitos o educador

realizar, melhor ele será e quanto mais cheios de “depósitos” os alunos ficarem, mais eles

terão aprendido. Freire conclui que “a educação se torna um ato de depositar, em que os

educandos são os depositários e o educador o depositante” (FREIRE, 1970, p. 33) .

Figura 1 - Caricatura do método bancário de ensino

Fonte: LIMA, Márcio Roberto. Disponível em: http://

cibereducacao.wordpress.com/tag/educacao-bancaria/.

Acesso em: 11 mar. 2014, às 20h 33min.

Quando o ensino é trabalhado distante da realidade dos alunos, de forma abstrata e sem

destacar sua relevância e utilização, os alunos, muitas vezes, desenvolvem um aprendizado

mecânico nesta relação de ensino-aprendizagem. Neste aprendizado mecânico, os alunos não

são levados a criarem uma conexão com seus conhecimentos prévios, o que é importante para

poder construir um conhecimento sólido e significativo. Neste momento, os educandos são

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levados à reter e decorar o conteúdo até fixá-lo. De acordo com Ausubel, os conteúdos podem

até “relacionar-se com a estrutura cognitiva, mas apenas de uma forma arbitrária e literal que

não resulta na aquisição de novos significados” (AUSUBEL, 2000, p. 4).

O educador que se mantém na posição de depositante do saber, ocupará sempre uma

posição rígida em que se impõe que ele é sempre o que sabe enquanto os educandos serão

sempre os que nada sabem. Isso contribui para alimentar a ignorância e alienação dos alunos

diante do processo de aprendizado. De acordo com Freire, acaba-se negando a educação como

um processo de busca, pois cria indivíduos estáticos diante do processo de aprendizagem,

indivíduos dispostos apenas a reter as informações e arquivá-las (FREIRE, 1970, p. 34).

2.2 Aprendizagem significativa

Para haver construção do saber o aluno precisa despertar seu lado curioso e

investigativo, desenvolver seu lado criativo e racional. O aluno só irá aprender quando tiver a

oportunidade de estar presente em um meio que o permita inventar, reinventar e buscar seu

conhecimento. Para isso é preciso abrir mão dos velhos “depósitos” e passar a construir junto

ao aluno seu conhecimento. Para que seja possível reverter essa situação se faz necessário

superar essa educação “bancária” e fazer uma nova educação, baseada em uma construção

mútua de saber na qual educando e educador aprendem e ensinam juntos, cada qual com seu

conhecimento e experiência (FREIRE, 1970, p. 34).

Ausubel, em sua obra, apresenta como os indivíduos constroem significados diante do

conhecimento, auxiliando desta forma na criação de eficientes estratégias de ensino que

podem levar à um aprendizado efetivo. A aprendizagem se torna significativa quando o aluno

durante o processo de ensino-aprendizagem cria uma conexão sólida entre a nova informação

e seus conhecimentos prévios. Segundo o autor, “a aprendizagem significativa envolve uma

interação seletiva entre o novo material de aprendizagem e as ideias preexistentes na estrutura

cognitiva [...], as ideias subordinantes preexistentes fornecem ancoragem à aprendizagem

significativa de novas informações” (AUSUBEL, 2000, p. 3).

A aprendizagem significativa não se apresenta de forma com que se criem ligações

simples entre a informação adquirida e o conhecimento prévio do educando, ao contrário da

aprendizagem mecanizada, e sim, para haver uma efetiva aprendizagem devem ocorrer

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ligações substantivas que possibilitem modificações, ou nas novas informações ao se

conectarem com o cognitivo do aluno ou no conhecimento prévio ao adquirir novas

informações, pois onde há aprendizado deve haver transformação cognitiva, em que a

construção de um novo saber implica mudanças. De acordo com Ausbel:

Na aprendizagem significativa, o mesmo processo de aquisição de

informações resulta numa alteração quer das informações recentemente

adquiridas, quer do aspecto especificamente relevante da estrutura cognitiva,

à qual estão ligadas as novas informações. Na maioria dos casos, as novas

informações estão ligadas a um conceito ou proposição específicos e

relevantes (AUSUBEL, 2000, p. 3).

É importante um ambiente escolar que proporcione a relação dos conteúdos trabalhados

“com as ideias relevantes existentes na estrutura cognitiva do aprendiz, de uma forma não

arbitrária e substantiva”, sendo necessário o professor, em suas aulas, trabalhar em cima dos

conhecimentos já existentes na estrutura cognitiva dos alunos, pois possibilitará a

aprendizagem significativa, a qual se torna um propulsor facilitador do processo de ensino-

aprendizagem. É importante que o aluno reconheça a utilidade do conteúdo proposto, seus

objetivos e que a aula seja trabalhada de forma motivadora. Para isto deve-se trabalhar o

aprendizado com estratégias escolares eficientes (AUSUBEL, 2000, p. 2).

O ensino problematizador cria questionamentos acerca de problemas reais,

possibilitando os alunos a se libertarem do senso comum e a raciocinarem para responder os

problemas impostos em aula. Nesta, o aluno deve estar numa busca permanente pelo

conhecimento. Esta educação é o oposto ao arquivamento de conhecimento, pois necessita

que o aluno, ao adquirir o que lhe foi ensinado, raciocine e questione junto ao educador

construindo, assim, seu aprendizado (FREIRE, 1970, p. 39).

Para Ausubel, o ensino através da aprendizagem significativa concede ao aluno algumas

vantagens em relação à aprendizagem mecanizada, em que o conhecimento adquirido de

forma significativa é retido e lembrado por mais tempo, possibilita compreensão mais fácil de

outros conteúdos e se for esquecido, facilita a aprendizagem seguinta, a “reaprendizagem”

(Ausubel apud Coelho, s.d., p. 4).

No ensino de Química, se faz necessário trabalhar de forma contextualizada e

problematizadora devido a esta ciência possuir um vasto conteúdo que se encontra bastante

fragmentado. Os alunos acabam arquivando o que é aprendido nas aulas de Química e não

sabendo como utilizar depois o que foi aprendido. Os conhecimentos químicos são

armazenados sem serem raciocinados. Informações que acabam se perdendo sem que tenham

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sentido. Deve-se dar fim às aulas puramente expositivas no ensino de Química em que

somente o professor tem a voz e os alunos acumulam o conteúdo. Deve-se criar um ambiente

no qual o aluno possa entender, raciocinar e conhecer. Como afirma Freire:

Não pode haver conhecimento pois os educandos não são chamados a

conhecer, mas a memorizar o conteúdo narrado pelo educador. Não realizam

nenhum ato cognoscitivo, uma vez que o objeto que deveria ser posto como

incidência de seu ato cognoscente é posse do educador e não mediatizador

da reflexão crítica de ambos (FREIRE, 1970, p. 40).

Deve-se despertar na escola um novo aluno que desenvolva uma nova postura, um

aluno questionador, que seja curioso, que vá em busca de respostas, que investigue. Essa

escola de trabalhar para que um aluno, diante do conteúdo de Química abordado, seja capaz

de compreender o que é estudado, criar conexões com conhecimentos prévios e tornar o que

foi aprendido em ferramenta útil para sua vida e que com ela possa interagir no ambiente em

que está inserido é o desejado. Segundo Freire, o “educador problematizador refaz,

constantemente, seu ato cognoscente, na cognoscibilidade dos educandos” (FREIRE, 1970, p.

40). E estes educandos passam a assumir um novo papel ao invés de serem recipientes vazios

a serem preenchidos; são agora “investigadores críticos em diálogo com o educador,

investigador crítico também” (FREIRE, 1970, p. 40).

O conteúdo programático sugerido pela escola deve, então, ser trabalhado pelo

“educador-educando” de forma além da exposição, de forma problematizadora, pois o

conteúdo não é uma imposição (FREIRE, 1970, p. 40). Desta maneira a escola exerce seu

papel transformador, criando a possibilidade de formar cidadãos com o potencial de intervir

de forma construtiva e consciente na sociedade em que vivem.

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3 ENSINO DE QUÍMICA: EXPERIMENTAÇÃO PROBLEMATIZADORA

3.1 O despertar dos alunos para investigar a Química

Os professores buscam meios de tornar suas aulas mais atraentes e interessantes a fim

de despertar a curiosidade e o envolvimento dos alunos, já que nas aulas de Química, devido à

grande quantidade de informações que englobam fórmulas, conceitos, símbolos e leis, os

alunos, algumas vezes, acabam por ficar desestimulados. Esses alunos, por sua vez, não se

envolvem totalmente com o aprendizado, mantendo uma postura passiva diante das

informações expostas pelo professor. Essas informações, quase sempre, não são trabalhadas

de forma que o aluno possa criar uma ligação com seus conhecimentos prévios, que foram

construídos ao longo de sua vida, muito menos proporcionam que se estabeleça uma conexão

entre o que é aprendido e sua realidade. Desta forma Guimarães afirma que “quando não há

relação entre o que o aluno já sabe e aquilo que ele está aprendendo, a aprendizagem não é

significativa” (GUIMARÃES, 2009, p. 198).

Sabem os professores, que a utilização da experimentação nas aulas de Química

desperta forte interesse dos alunos e que este método aumenta a capacidade de aprendizado,

uma vez que age como um meio que os envolve no conhecimento, e que estes atribuem à

experimentação “um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos”

(GIORDAN, 1999, p. 43).

Como modo de alcançar empenho no processo de ensino-aprendizagem, o docente que

utiliza do método da experimentação está formando alunos capazes de elaborar um

pensamento científico, tornando-se um cidadão crítico. Este método permite que o educando

desenvolva características que dificilmente seriam desenvolvidas em uma aula expositiva

normal. Como afirmado por Giordan, “a experimentação ocupou um lugar privilegiado na

proposição de uma metodologia científica, que se pautava pela racionalização de

procedimentos, tendo assimilado formas de pensamento características, como a indução e a

dedução” (GIORDAN, 1999, p. 44).

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3.2 Experimentação nas aulas de Química como recurso de aprendizagem

Segundo Guimarães, a experimentação se torna um eficiente instrumento no

aprendizado, pois permite a criação de problemas reais presentes na vida do aluno e o

estimula a produzir questionamentos e serem pesquisadores do próprio conhecimento

(GUIMARÃES, 2009, p. 198).

Quando um problema é estabelecido, procura-se realizar experimentos que levem a

“fazer observações cuidadosas, coletar dados, registrá-los e divulgá-los [...] numa tentativa de

refinar as explicações para os fenômenos subjacentes ao problema em estudo” (GIORDAN,

1999, p. 44).

Em sua obra, Guimarães diz que o experimento não deve ser realizado com a intenção

dos alunos obterem as respostas esperadas pelo professor, pois quando isso ocorre, na verdade

não há problema algum a ser resolvido e “o aluno não é desafiado a testar suas próprias

hipóteses ou encontrar inconsistência entre sua forma de explicar e a aceita cientificamente”,

tendo ao final apenas que constatar a teoria e ignorar o que ele percebe (GUIMARÃES, 2009,

p. 198). Ressalta a fala de Izquierdo e colaboradores (1999), ao colocar que “a

experimentação na escola pode ter diversas funções como a de ilustrar um princípio,

desenvolver atividades práticas, testar hipóteses ou como investigação. No entanto, essa

última, acrescentam esses autores, é a que mais ajuda o aluno a aprender” (IZQUIERDO et

al., 1999 apud GUIMARÃES, 2009, p. 198).

A experimentação nas aulas de Química deve, então, auxiliar no processo de

significação do mundo. Esta pode ser empregada para demonstrar os conteúdos trabalhados.

Contudo, para tornar a ação do educando mais ativa, deve-se utilizá-la como instrumento para

resolução de problemas. Com esta proposta os alunos são desafiados a enfrentar problemas

reais, devem ser motivados e ajudados a superar problemas que pareçam difíceis, permitindo a

cooperação e o trabalho em grupo. Assim, se torna possível o estabelecimento de uma

aprendizagem significativa, pois “uma nova informação ancora-se a conceitos relevantes

preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz” (GUIMARÃES, 2009, p. 200).

A aula de Ciências, trabalhada de forma fragmentada, não fortalece a ligação existente

entre a teoria, a prática e a resolução de problemas. Uma aula voltada mais para a

problematização que leva o aluno a investigar e a pesquisar respostas para questionamentos

reais torna a aula mais interessante e fortalece o aprendizado do educando. Uma aula focada

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na problematização do conteúdo e que utilize a investigação por parte do aluno é uma

eficiente estratégia no ensino de Química. Nessa ótica, é necessário que se realizem variadas

atividades que envolvam situações reais, que levem os alunos a questionarem e dialogarem

em busca da resolução do problema, para que construam seu próprio conhecimento

(AZEVEDO, 2004, p. 20).

Ao se deparar com um questionamento o aluno se vê diante de um novo desafio que

necessita ser resolvido, as atividades geradoras de problemas reais em aula devem despertar o

interesse do aluno e fazê-lo ir em busca da resposta. A resolução dos problemas deve estar

fundamentada na ação dos alunos que estarão pautados em seus conhecimentos já adquiridos

ao longo dos tempos, dando autonomia para estes serem pesquisadores do próprio saber. O

professor deve criar um ambiente favorável para que o aluno seja construtor do próprio

conhecimento (FERREIRA, 2010, p. 101).

A aula investigativa não deve se limitar a uma aula que gere apenas observação e

trabalho de manipulação. Ela deve levar o aluno a assumir a posição de um cientista em que

seja levado a refletir, raciocinar e questionar. É necessário que a atividade investigativa faça

sentido para o aluno, que ele reconheça a importância do que está sendo estudado para ter

conhecimento do que está fazendo, para que não se crie um conhecimento vazio, “de modo

que ele saiba o porquê de estar investigando o fenômeno que a ele é apresentado”

(AZEVEDO, 2004, p. 21).

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4 O FENÔMENO QUÍMICO DA CORROSÃO DO AÇO

4.1 Aço: sua definição e importância

A Química como ciência, pode ser “um instrumento de formação humana”, quando é

capaz de ampliar o conhecimento e a autonomia no exercício do papel da cidadania. Isto é

possível quando esta ciência é entendida e aplicada como um dos “meios de interpretar o

mundo e intervir na realidade”, quando for “relacionada ao desenvolvimento tecnológico e

aos muitos aspectos da vida em sociedade” (BRASIL, 2002, p. 84). Para isso, esta deve ser

contextualizada e trabalhada com conteúdos que se fazem presentes na realidade da

sociedade, afim de que possibilite maior participação crítica e fundamentada por parte dos

alunos.

O aço, a metalurgia e a corrosão, são importantes conteúdos a serem abordados no

ensino de Química, já que materiais metálicos se encontram por toda a parte e são necessários

para a vida em sociedade hoje, principalmente sob os aspectos econômicos e tecnológicos

(COSTA et al., 2005, p. 32).

O aço é uma liga metálica formada essencialmente por ferro (Fe) e carbono (C), em que

este último elemento é adicionado para fornecer maior resistência ao material (ROMEIRO,

1997, p. 12). É infinita a quantidade de objetos e materiais feitos de aço e outros metais

presentes no cotidiano. O motivo de o aço ser tão utilizado é devido às tecnologias que

permitem fabricá-lo da forma que se deseja e necessita.

Figura 2 - Rolos de aço recém-fabricados

Fonte: SOBRINHO, Paulo Silva. Disponível

em:http://www.galvabrasil.com.br/?noticias=vantagens-do-aco-

com-maior-vida-util. Acesso em: 11 mar. 2014, às 20h 52 min.

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Considerando que os metais se apresentam na forma de substâncias simples que têm a

característica marcante de conduzirem corrente elétrica e calor, de serem facilmente

transformadas em lâminas e em fios, se encontram em estado sólido em condições ambientes

(25C° de temperatura e pressão equivalente ao valor médio da pressão atmosférica ao nível do

mar), exceto as substâncias formadas pelo metal mercúrio (Hg) que se encontram em sua

forma líquida nestas condições. Pode-se ter como exemplos de substâncias simples formadas

por metais, comuns no cotidiano, o papel-alumínio (alumínio), pregos (ferro), fios elétricos

(cobre) entre outros (PERUZZO, CANTO, 2003, p. 97).

Figura 3 - Alguns dos metais mais comuns

Fonte: HEARTJOIA. Disponível em:http://heartjoia.com/2987-

metais. Acesso em: 11 mar. 2014, às 21h.

Com essa grande gama de possibilidades, facilmente encontra-se aço nas estruturas de

prédios e casas, nos automóveis, nos utilitários domésticos, em aparelhos médicos, entre

outros lugares. Dificilmente se teria a vida que se tem hoje sem as possibilidades que o aço

oferece. Porém, este material tão importante está sujeito a sofrer deteriorações, o que causa

grandes impactos em todos os setores. Esta deterioração é designada na Química como

corrosão. A definição deste fenômeno químico é, segundo Gentil, identificada como sendo “a

deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio

ambiente aliada ou não a esforços mecânicos” (GENTIL, 2003, p. 1).

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4.2 Definindo o fenômeno da corrosão

A corrosão é um fenômeno que ocorre em diversos lugares e está intensamente presente

no dia-a-dia. Pode-se ver a corrosão acontecendo nos portões de ferro, nos automóveis, nos

concretos, em equipamentos metálicos, nas indústrias e outros lugares, englobando classes de

matérias como os metais, polímeros, cerâmicas e compósitos. Contudo, neste trabalho o

destaque será apenas a corrosão do aço. Este fenômeno compromete a durabilidade e

desempenho dos materiais e demanda esforços e recursos para uma manutenção contínua.

O estudo do fenômeno da corrosão possui grande interesse científico, social e industrial,

devido ao seu impacto sobre a economia, o meio ambiente, a segurança das pessoas e a

qualidade de vida de todos, se tornando um importante alvo de estudos (TOMAS, 1995, p.

14).

A corrosão do aço pode causar a degradação da matéria por meio da ação de substâncias

oxidantes, gerando enorme prejuízo econômico devido ao gasto com a necessidade de repor

peças ou equipamentos danificados, custo de manutenção de processos de proteção e

paralisação de atividades. Há, também, a questão da segurança pessoal, em que este fenômeno

coloca em risco a vida das pessoas devido a estruturas abaladas, meios de transportes

danificados, vazamentos em tubulações. Além disso, o fenômeno da corrosão pode ser o

responsável por eventuais casos de poluição ambiental devido aos vazamentos em tanques,

dutos e tubulações que contém produtos prejudiciais ao meio ambiente (GENTIL, 2003, p. 2).

Um exemplo que aborda a insegurança pessoal é o caso da queda da ponte Point

Pleasant, construída em 1928 sobre o rio Ohio, na West Virginia (EUA). Em dezembro do

ano de 1967, em pleno horário do rush a ponte desabou resultando na morte de 46 pessoas. O

motivo foi a formação de uma rachadura que cresceu devido ao processo de corrosão interna

(Figura 4). Este fato ilustra de forma clara o resultado deste fenômeno (TOMAS, 1995, p. 30).

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Figura 4-Ponte Silver Bridge,na Virgínia - EUA: em operação e depois do desabamento

gerado pela corrosão da estrutura de aço

Fonte: WIKIPÉDIA. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Silver_Bridge.Acesso em:10 jan.

2014 às 20h.

Esse fenômeno, geralmente, é uma ação natural indesejável, pois torna os objetos

inadequados para uso já que a durabilidade e desempenho dos mesmos deixam de satisfazer

os fins a que se destinam. A corrosão acontece de forma espontânea no momento em que os

materiais alvos deste fenômeno reagem com líquidos e gases presentes no meio, em que se

tem “a destruição completa dos materiais”. Em sua obra, Gentil afirma que a corrosão se

origina através de “reações químicas e eletroquímicas que se passam na superfície do metal”

sendo esta “o inverso do processo metalúrgico, cujo objetivo principal é a extração do metal a

partir de seus minérios ou de outros compostos, ao passo que a corrosão tende a oxidar o

metal” (GENTIL, 2003, p. 1).

Nos minérios de ferro, o ferro, principal componente do aço, é comumente encontrado

em sua forma de óxido. A hematita (Fe2O3) é a sua forma mais comum. O produto da

oxidação do aço é conhecido como ferrugem. A ferrugem é o Fe2O3 hidratado (Fe2O3 . nH2O),

isto é, o metal tentando voltar à sua forma mais estável (GENTIL, 2003 p. 1). Como os metais

possuem muitos elétrons livres e tem a tendência de doá-los, estes são encontrados com

frequência em seus minérios com número de oxidação positiva (a oxidação indica a perda de

elétrons). Para que o ferro possa ser obtido do minério e transformado em sua forma

comercial, ele é levado para as metalúrgicas onde sofre processo de redução, indo de Fe2O3

(metal no minério) à Fe (metal em sua forma simples). Para essa transformação, é adicionada

energia ao sistema. Assim, o ferro que antes se encontrava estável em sua forma de óxido,

após o processo, passa a adquirir forma instável. Sendo assim, a corrosão é um processo

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natural, que tende a oxidar os metais para que estes adquiram novamente estabilidade. O

processo metalúrgico é exatamente o inverso (ROMEIRO, 1997, p. 6).

Como afirma Costa, a corrosão é o caminho inverso do processo metalúrgico, já que

este “promove a extração do metal a partir de seus minérios e de outros compostos, a corrosão

induz à oxidação do metal, formando óxidos metálicos que, muitas vezes, são semelhantes aos

minérios que originaram o metal” (COSTA, 2005, p. 32).

Uma imagem muito comum deste processo de corrosão é a de materiais feitos de ferro

ou aço que, por ação do meio, acabam enferrujando como pregos, carros abandonados e

outros objetos (Figura 5).

Figura 5 - Corrosão do aço ilustrada por (a) deterioração de uma embarcação (b)

lataria de um automóvel enferrujada

(a)

(b)

Fonte:FOGAÇA, Jennifer. Disponível em: http://www.brasilescola.com/quimica/maresia-corrosao-

dos-metais.htm.Acesso em: 11 mar. 2014, às 21h 34 min.

De acordo com a descrição presente no livro didático Química na abordagem do

cotidiano, de Francisco Peruzzo e Eduardo do Canto, utilizado na disciplina de Química, no

ensino médio:

O ferro na presença de água isenta de ar (ausência de gás oxigênio) ou na

presença de ar seco (ausência de umidade) praticamente não enferruja

(ausência de corrosão). Contudo, o que ocorre normalmente é o ferro ficar

exposto à água contendo oxigênio dissolvido, e é aí que está o problema

(PERUZZO, CANTO, 2003, p. 104).

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A ferrugem formada é uma modificação não desejada que ocorre na superfície destes

objetos, podendo estar ou não ligada a esforços mecânicos, e que envolve uma reação de

oxirredução. A palavra oxidação é empregada para “caracterizar a perda de elétrons por uma

espécie química” (PERUZZO, 2003, p. 63) e “o processo oposto ao da oxidação é

denominado redução” (PERUZZO, 2003, p. 64).

Desta forma, na formação da corrosão, os processos de oxidação e de redução ocorrem

de maneira simultânea. Como colocado por Peruzzo, “quando um ou mais elementos sofrem

variações nos seus números de oxidação no transcorrer de uma reação química, dizemos que

se trata de uma reação de oxirredução” (PERUZZO, 2003, p. 64).

Assim, como exemplo, quando um prego feito de ferro é deixado exposto a um

ambiente úmido (onde possui água que contenha oxigênio dissolvido), os átomos de ferro (Fe)

nele contidos reagem com a umidade (1/2 O2 + H2O) e acabam perdendo dois de seus elétrons

(e-), Figura 6.

Figura 6 - Processo de oxidação do ferro em presença de água

Fonte: QUIUMENTO, Francisco. Disponível em:

http://knowledgeispowerquiumento.wordpress.com/article/corrosao-galvanica-

2tlel7k7dcy4s-92/. Acesso em: 11 mar. 2014, às 21h 29 min.

As equações mostradas abaixo representam o que ocorre na corrosão do ferro:

Oxidação do Ferro: Fe(s) Fe2+

(aq) + 2e-

Redução do O2: ½ O2(g) + H2O(l) + 2e- 2 OH

-(aq)

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Precipitação de Fe(OH)2: Fe(aq) + 2OH-(aq) Fe(OH)2(s)

Soma das equações anteriores: Fe(s) + ½ O2(g) + H2O(l) Fe(OH)2(s)

Oxidação do Fe(OH)2: 2Fe(OH)2(s) + ½ O2(g) + H2O(l) 2Fe(OH)3(s)

De acordo com Peruzzo, “a ferrugem que pode ser encarada como uma mistura de

Fe(OH)2 e Fe(OH)3, ao ser formada na superfície do ferro ou do aço, solta-se em flocos,

deixando o ferro novamente exposto e sujeito à oxidação” (PERUZZO, 2003, p. 104).

Através de diversos estudos científicos, foram reconhecidas formas de retardar e inibir a

corrosão. Um desses possíveis procedimentos para proteger o ferro dessa ação corrosiva

quando este se encontra presente em ambientes úmidos é a galvanização. “Galvanizar o ferro

ou o aço consiste em revesti-los com zinco metálico (como se fosse uma fina película de tinta)

para evitar sua corrosão”. No ferro é normalmente usado o zinco (Zn), por este ser um redutor

mais forte que o ferro (Fe), como mostrado a seguir (PERUZZO, 2003, p. 105):

Zn2+

(aq) + 2e- Zn(s) Eº = - 0,76 V

Fe2+

(aq) + 2e- Fe(s) Eº = - 0,44 V

Como descrito por Peruzzo, “o zinco reveste a superfície do ferro como se fosse uma

camada de tinta, impedindo seu contato com o ar úmido ou com a água que contém oxigênio

[...] como o zinco tem mais facilidade para se oxidar que o ferro (pois tem maior potencial de

redução), ele tende a se oxidar preferencialmente, mesmo que o ferro esteja exposto”, atuando

assim como um metal de sacrifício. Este tipo de proteção é empregado em automóveis, navios

e em outros materiais sujeitos a corrosão (PERUZZO, 2003, p. 105).

4.3 A abordagem do tema corrosão nas aulas de Química através da

experimentação problematizadora e contextualizada

Durante o acompanhamento de uma aula experimental sobre a corrosão na abordagem

da cinética química, Costa e colaboradores (2005) procuraram correlacionar conteúdos

programáticos de Química com seus envolvimentos tecnológicos e estes com a sociedade.

Eles selecionaram a corrosão do alumínio devido ao seu grande uso no cotidiano e por sua

aplicação prática à aula experimental. A aula experimental foi aplicada em turmas da segunda

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série do Ensino Médio e buscou o emprego de materiais de baixo custo e presentes no

cotidiano dos alunos. O experimento proposto possibilitou aos alunos acompanhar o consumo

do alumínio metálico. Além disso, foi possível introduzir uma discussão sobre o processo de

corrosão dos metais. Por fim, os autores relataram que “desta forma associaram-se os danos

que o processo corrosivo causa à sociedade, desde a destruição de utensílios domésticos até a

degradação de monumentos históricos, às modificações na forma e estrutura do metal”.

O conteúdo corrosão envolve diversos conhecimentos e também permite relacionar a

Química aos aspectos econômicos, sociais e ambientais além de possibilitar o

desenvolvimento de atividades interdisciplinares. Sendo importante fazer com que o aluno

reconheça onde este fenômeno se faz presente em nosso cotidiano e como usar o que foi

estudado como ferramenta útil, já que ao estudar o fenômeno corrosão, o aluno se depara com

situações comuns em seu dia-a-dia, como danos em equipamentos domésticos e automóveis,

monumentos históricos e construções. Desta forma, este tema permite desenvolver outros

conteúdos como reações de compostos inorgânicos, reação de oxirredução, cinética química e

eletroquímica.

Isso mostra que o ensino experimental associado ao cotidiano possibilita ao aluno

relacionar o que está sendo analisado, à sua realidade. Ressaltam, também, que “este

momento foi importante para se iniciar uma discussão com os alunos das relações entre o

processo químico e os aspectos econômicos, sociais, históricos e ambientais envolvidos”, o

que acaba enriquecendo e dando significado ao que foi aprendido além de permitir a

interdisciplinaridade entre conteúdos. Os autores concluem que o emprego do tema do

fenômeno da corrosão como tema contextualizador proporcionou uma fácil ligação e

interação dos conteúdos da Química com a realidade e vivência dos alunos através da

abordagem e discussão de temas relacionados às questões sociais e finalizam dizendo que “as

associações e discussões desenvolvidas ao longo da aula foram fundamentais para demonstrar

a importância do ensino de Química para a formação de uma sociedade crítica e capaz de

modificar sua realidade” (COSTA et al., 2005, p. 34).

Conteúdos trabalhados nas aulas de Química muitas vezes não são abordados de forma

contextualizada, tornando o assunto discutido distante da vivência dos alunos. Nos livros

didáticos trabalhados nas escolas, o assunto Corrosão geralmente é encontrado dentro do

capítulo de Eletroquímica e seus aspectos são abordados em um tópico, sendo pouco

explorado e contextualizado. Com isso, sendo um assunto de grande interesse e importância,

fica como um conteúdo meio vago e limitado que poderia ser mais explorado e trabalhado.

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A proposta feita aqui nesse trabalho é que o tema corrosão seja lecionado por meio de

uma abordagem experimental investigativa e contextualizada. Espera-se com esse tipo de

estratégia de ensino que: o aluno possa indagar, observar e aprender sobre o fenômeno

estudado, tirando suas próprias conclusões baseadas em observações e suportá-las em

conhecimento científico erguido sobre os pilares de sua base cognitiva. Além disso, esse tipo

de abordagem busca desenvolver seu lado crítico e investigativo, pré-requisito para que esse

discente seja ativo da construção de seu conhecimento, e permite se apropriar daquele

conhecimento de maneira significativa, uma vez que cria conexões com a realidade e dá

significado ao que foi estudado.

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5 METODOLOGIA

Esta pesquisa foi desenvolvida no Instituo Federal Fluminense, na cidade de Campos

dos Goytacazes – RJ, junto a uma turma de terceiro ano de Ensino Médio com 24 estudantes,

com o objetivo de implementar uma aula pautada na metodologia experimental investigativa

problematizadora e comparar os resultados de questionários passados para a turma antes e

após a aula, para análise da eficácia da aula aplicada no ensino de Química.

5.1 Metodologia de investigação dos conhecimentos prévios com uso de

questionário

O primeiro contato com o grupo de estudantes alvo do estudo foi com a aplicação de um

questionário. Este questionário teve como propósito obter informações sobre o nível do

conhecimento dos alunos antes da aula realizada. De acordo com Parasuraman, o questionário

nada mais é que uma ferramenta de coleta de informações que visa gerar dados necessários

para atender os objetivos do trabalho (PARASURAMAN apud CHAGAS, s.d., p. 1).

O questionário inicial contou com cinco perguntas discursivas, em que estão dispostas

em ordem crescente de aprofundamento. A análise das respostas possibilitou tomar ciência do

nível de conhecimento do aluno sobre o assunto corrosão, sobre o quanto ele vê esse assunto

inserido em seu cotidiano e sua importância (apêndice A).

A primeira questão buscou saber o que os alunos compreendem quando ouvem sobre o

assunto corrosão. O que possibilitou saber as informações que eles trazem consigo sobre o

tema principal da aula, o que auxiliou na elaboração e condução da aula.

A segunda questão buscou saber dos alunos o ambiente onde este fenômeno ocorre e

que tipo de materiais são afetados. Neste momento eles precisaram ter uma visão maior e ter

de enxergar o ambiente ao seu redor, reparando nos fatos que acontecem em seu dia-a-dia.

A questão seguinte visou levar o aluno a um questionamento, porque a corrosão ocorre

em certos materiais e em outros não?, levando o aluno a despertar seu lado crítico e a

comparar as diferentes características dos materiais que sofrem dos que não sofrem a

corrosão.

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A penúltima questão lançada para o aluno foi se há alguma forma de impedir com que a

corrosão aconteça nos materiais e de que forma poderia ser feita, também vem contextualizar,

pois a resposta é uma ação presente no cotidiano em todos os setores.

A última questão procurou saber se o aluno reconhece se a corrosão depende do

ambiente em que os materiais se encontram.

Com este questionário respondido, pode-se obter informações necessárias para saber

como se encontra o nível de conhecimento dos alunos antes da aula ministrada, para que

pudesse comparar posteriormente com resultados de outro questionário passado após a aula.

Esse nível de conhecimento não diz respeito apenas se o aluno sabe conceituar o assunto em

pauta, mas sim como ele utiliza seu conteúdo. Em posse do questionário respondido, pode-se

analisar os efeitos que uma aula tradicional causa no aprendizado do aluno comparando-se a

mesma com uma aula com metodologia diferenciada.

5.2 Apresentação de uma aula expositiva acerca do tema corrosão

Após a aplicação do primeiro questionário foi marcada uma aula com a turma para

exposição do tema. Foi preparado um material expositivo para dar início à aula. Esse

material contou com uma apresentação de slides bem ilustrativa e informativa, mostrando

conceitos, reportagens para contextualizar o assunto, informações gerais para relembrar o

assunto aos alunos. Ao longo da aula foram feitos questionamentos aos alunos fazendo com

que estes participem da aula e contribuam para o desenvolvimento desta, levando-os a

refletirem, a raciocinarem e a despertarem seu interesse pela ciência.

Nesta aula foram apresentados conceitos necessários para o aluno desenvolver o

raciocínio para investigar e obter respostas problemas que possam surgir sobre o assunto.

5.3 Abordagem experimental investigativa problematizadora acerca do fenômeno

da corrosão do aço e outros metais

Essa etapa consistiu em uma aula experimental ministrada à 24 alunos do 3ọ ano do

Ensino Médio do IF Fluminense Campus Campos-Centro sob a presença do professor da

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turma em um laboratório de ensino de química que contava com carteiras de estudante,

quadro branco, televisor com computador e nas laterais da sala bancadas de laboratórios com

os recursos necessários para a aula prática.

Figura 7- Aula experimental no laboratório

Fonte: Elaboração própria.

Durante a elaboração da aula, buscou-se empregar situações comuns e provavelmente já

presenciadas pelos alunos e a utilização de materiais acessíveis e presentes no cotidiano.

Anteriormente ao início dos experimentos foi realizada uma aula introdutória acerca do

assunto para melhor entendimento por parte dos alunos. Os recursos empregados na aula

foram um conjunto audiovisual para apresentação de slides, quadro branco e caneta, usados

para abordar o conceito e contextualizar o tema corrosão. Nesse início expositivo, a todo

tempo houve uma abertura para que os alunos participassem e esses se envolveram no

conteúdo tirando dúvidas e até mesmo complementando o assunto com suas vivências.

Para início da parte experimental, foram passadas regras básicas de segurança de

laboratório. Os materiais necessários para execução da tarefa foram organizados nas bancadas

e os alunos divididos em grupos. Foram trabalhadas situações-problema sobre corrosão,

presentes na realidade dos alunos a fim de envolvê-los na atividade e despertar seu interesse

para pesquisarem e participarem na construção de seu próprio conhecimento.

Foram elaboradas três linhas investigativas baseadas em questionamentos que os alunos

puderam desenvolver de maneira independente que nas quais manipularam materiais

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presentes em seu cotidiano. Essas linhas investigativas não eram compostas de roteiro. A

partir dos questionamentos a cerca do fenômeno chave de cada linha investigativa os

estudantes criaram seu próprio procedimento investigativo, avaliaram seus resultados e

tiraram suas conclusões.

A primeira linha investigativa foi norteada pelo seguinte questionamento: a corrosão do

aço dependente do ambiente em que o material se encontra? Para investigar esse

questionamento foram discutidas situações em que condições ambientais aceleram a corrosão.

Para simular essas condições foi avaliada com qual velocidade uma amostra de palha de aço

se oxidava frente a diferentes soluções: água pura (H2O), simulando a chuva; solução salina

(NaCl(aq)), simulando a maresia; vinagre (ácido acético) e água sanitária (hipoclorito de

sódio), simulando ataque por substância químicas ácida e oxidante respectivamente, Figura 8.

De maneira geral, os estudantes colocaram amostras de palha de aço imersas nessas diferentes

soluções dentro de béqueres e avaliaram, dentro de certo período de tempo (cerca de dez

minutos), a ação corrosiva de cada meio. Ao longo da aula expositiva foi trabalhada a

influência que o meio causa nos metais quanto à corrosão. Este experimento os levou a refletir

as diferentes composições do meio que afetam a corrosão de um material, se existem meios

em que este fenômeno ocorre de maneira mais rápida e em outros mais lenta.

Figura 8 - Experimento de verificação da dependência do meio para a ocorrência

da corrosão

Fonte: Elaboração própria.

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A segunda linha investigativa teve como questionamento: será realmente que o

oxigênio do ar atmosférico oxida o aço?. Foram discutidas ideias se seria possível oxidar uma

amostra de aço em um ambiente com concentração de oxigênio quase nula, ou zero como no

vácuo, ou se haveria maior corrosão de um material em uma atmosfera mais oxigenada.

Seguidos por este questionamento eles simularam um ambiente fechado com um volume

conhecido de ar atmosférico e implementaram neste ambiente reações corrosivas em amostras

de aço. Molharam dois chumaços de palha de aço, um em água outro em vinagre, e colocaram

cada amostra em uma seringa. Posicionaram cada seringa em cima de um becker contendo

água com o auxílio do suporte para seringa e observaram as alterações. Após a corrosão do

aço, analisariam se houve algum consumo de oxigênio no ambiente fechado. Este

experimento teve como objetivo levar os alunos a comprovarem o consumo de oxigênio

durante a reação de oxidação e se esse consumo varia de acordo com o meio oxidante usado.

Figura 9 - Experimento de verificação da participação do oxigênio atmosférico

para a ocorrência da corrosão

Fonte: Elaboração própria.

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A terceira linha investigativa contou com dois questionamentos: é seguro consumir

produtos enlatados com sua embalagem danificada? e será só o aço que sofre corrosão?. A

partir destas questões foi discutido sobre o que poderia ocorrer com o produto dentro de uma

lata amassada, se haveria algum tipo de contaminação do alimento ou não e também a

possibilidade de outros metais comuns no dia-a-dia sofrerem processo corrosivo. Para buscar

as respostas os alunos simularam uma situação em que uma lata íntegra seria danificada com

amassados e fissuras internas, o que afetaria sua camada protetora interna. Em posse de

reagentes químicos, os alunos prepararam uma solução a partir do sulfato de cobre sólido

(CuSO4 (s)) com o sal de cozinha (NaCl(s)) em água (H2O(l)) para simular os líquidos

conservantes que ficam dentro das latinhas. Posteriormente, retiraram a parte superior da

latinha com o auxílio do abridor de latas e com a ponta da tesoura fizeram fissuras na parede

interna da lata, defasando sua proteção. Em seguida despejaram a solução dentro da lata

metálica e deixaram em repouso por um tempo até observarem alterações. Durante a aula

expositiva foi trabalhada com os alunos a questão da importância de se olhar bem uma latinha

de condimento em um supermercado antes de comprar e consumir para ver o estado de

conservação desta. Este experimento possibilitou aos alunos refletirem que existem muitos

metais propícios a sofrerem corrosão e como a corrosão pode interferir em nossa vida, até em

situações comuns como na escolha de um produto enlatado que esta diretamente ligada à

nossa saúde.

Figura 10 - Experimento de verificação de corrosão de outros materiais

Fonte: Elaboração própria.

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5.4 Investigação dos conhecimentos após a aula com o uso da metodologia aplicada

com uso de questionários

Uma semana após a execução da atividade experimental investigativa, os estudantes

foram avaliados através de um questionário que teve a finalidade de finalidade reconhecer o

que a aula com a metodologia aplicada agregou ao seu conhecimento. Esse questionário

contava com cinco questões discursivas baseadas nos fenômenos investigados na aula

(apêndice B).

As questões procuravam saber do aluno se estes sabem identificar, caracterizar a

ocorrência da corrosão em um material e qual produto é formado por este fenômeno. Se eles

sabem discutir formas de impedir ou minimizar o processo corrosivo nos materiais. Se o meio

em que o material se encontra interfere no processo da corrosão e se também a atmosfera

interfere. E também pede uma explicação sobre os fenômenos trabalhados nos experimentos,

como a corrosão da lata metálica e a formação de cobre metálico.

5.5 Avaliação dos resultados

Os resultados dos questionários foram analisados e dispostos em tabelas. As respostas

qualitativas foram avaliadas individualmente e comparadas com um gabarito. Estas receberam

uma nota dentro da escala de 0 a 4. Em que 0 significa nível de conhecimento não alcançado

(muito baixo) e quatro significa nível de conhecimento alcançado (alto). Estes valores foram

dispostos em gráficos. Foram comparados gráficos referentes às questões do primeiro

questionário com gráficos das questões do segundo questionário.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Avaliação dos conhecimentos prévios

O presente trabalho teve como objetivo desenvolver uma aula com metodologia

diferente da tradicional, que mostrou a possibilidade de correlacionar um tema do conteúdo de

Química com suas implicações tecnológicas e sociedade, juntamente com o cotidiano dos

educandos e realizar uma aula experimental problematizadora e contextualizada, em que o

conteúdo trabalhado foi a Corrosão dos metais.

Uma semana antes da aula foi aplicado um questionário, na turma com 24 alunos a ser

trabalhada, contendo cinco questões discursivas, as quais objetivavam avaliar os

conhecimentos prévios dos alunos acerca do tema trabalhado e possibilitar fazer uma

comparação com os resultados do questionário passado após a aula, para avaliação da

metodologia trabalhada. O questionário foi formulado de acordo com o nível de entendimento

de alunos de Ensino Médio. As cinco questões apresentaram-se em grau crescente de

aprofundamento temático. O questionário iniciava-se arguindo quanto ao que se compreende

sobre conceito de corrosão, até os locais que este fenômeno ocorre, se há formas de impedir e

até se varia de um ambiente para outro.

Após a aplicação do primeiro questionário pôde-se analisar quantitativamente os

resultados. As respostas receberam notas que variaram de 0 à 4, onde 0 era a menor nota e 4 a

maior, indicando auto grau de conhecimento sobre o que foi arguido. Os resultados foram

dispostos em gráficos para serem melhores visualizados. No eixo Y foram dispostos os

números de aluno e no eixo X o valor da nota da questão.

O primeiro questionário contou com cinco questões discursivas. A primeira questão

estava relacionada ao conhecimento geral do assunto corrosão em que era pedido sua

definição. Nesta buscou-se saber o nível de relação entre o aluno e o tema a ser trabalhado.

Nesta questão pouco mais de 58% dos alunos alcançaram a pontuação média e 33% ficaram

abaixo e 8% acima da média, como visto no Gráfico 1:

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Gráfico 1: O que você compreende quando ouve falar em corrosão?

Fonte: Questionário 1: questão 1. Elaboração própria.

A corrosão é definida como a transformação ou degradação de um metal devido reações

químicas ou eletroquímicas em que o metal retorna ao seu estado original (processo inverso à

metalurgia). A maioria dos alunos relacionou a corrosão à ação da água e da atmosfera sobre

os materiais, descreveram uma das situações que este fenômeno ocorre ao invés de defini-lo

como na seguinte resposta: “A corrosão é a ação da umidade atmosférica em certos materiais,

degradando-os”. Outros relacionaram a corrosão generalizando com aparecimento de

ferrugem ou quando há a presença de um ácido: “eu entendo corrosão como ferrugem”; “é

quando um ácido atua desgastando um certo material”. Assim, os alunos mostraram ter uma

percepção ainda não muito concreta e definida a cerca do tema.

A segunda questão buscou saber dos alunos se estes tem consciência do local que

ocorre o processo de corrosão e quais tipos de materiais são afetados. Nesse ponto, 75% dos

alunos apresentaram-se com conhecimento abaixo de um nível apropriado (nota 1) enquanto

21% apresentaram nível de conhecimento razoável (nota 2)e somente 4% apresentaram

conhecimento, apropriado identificando corretamente os aspectos arguidos, como mostrado

no Gráfico2:

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Gráfico 2:Onde ocorre a corrosão? Em que tipo de materiais?

Fonte: Questionário 1: questão 2. Elaboração própria.

Esta questão tinha o objetivo de analisar se o aluno é perceptivo em relação ao ambiente

a sua volta para identificar os possíveis materiais que estão sujeitos à corrosão, se esses

materiais são comuns em seu cotidiano e em que situações eles sofreriam este fenômeno. O

processo de corrosão ocorre na superfície de materiais expostos, sem proteção, à um ambiente

propício a corroê-los. Este fenômeno pode ocorrer em diferentes materiais como compósitos,

metais, borrachas, cerâmicas, etc. Boa parte dos alunos tinha ideia de que a corrosão afeta

somente metais e basta estar apenas em contato com o ar que a corrosão ocorre: “geralmente

com metais que ficam expostos ao ar livre”; “a corrosão ocorre em metais”; “a corrosão

ocorre em metais e ocorre geralmente em materiais que estão expostos ao ambiente”.

Diante do que foi analisado, constatou-se que eles não possuem um conhecimento de

que toda matéria pode ser afetada pela corrosão, não somente os metais, e que não depende

apenas da atmosfera para este fenômeno ocorrer, mostrando que houve uma baixa percepção

do ambiente a sua volta.

A terceira questão buscava saber dos alunos, se eles teriam senso crítico para responder

por que a corrosão ocorre em certos materiais e em outros não, se saberiam distinguir as

características que diferem estes materiais. O que já exigia um pouco mais de aprofundamento

crítico e teórico do assunto. A análise das respostas dadas pelos alunos mostrou que 95,8%

deles não apresentam conhecimento algum sobre o que foi arguido, Gráfico 3:

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Gráfico 3: Porque a corrosão ocorre em certos materiais e em outros não e

qual a diferença entre os materiais que sofrem e não sofrem corrosão?

Fonte: Questionário 1: questão 3. Elaboração própria.

Existem certos materiais na natureza que já se encontram em sua forma mais estável,

como os metais nobre ouro, prata e platina. Assim, esses metais dificilmente sofrem processos

corrosivos. Já os metais mais propícios à corrosão são encontrados na natureza em sua forma

oxidada (corroída) devido esta ser sua forma mais estável. Com os processos metalúrgicos

esses óxidos são transformados nos metais que utilizamos hoje. Por isso, com a ação do

tempo e de agente químicos, estes metais tendem a oxidar-se voltando a sua forma

estabilizada. Uma característica química que os difere é: os materiais que sofrem corrosão

possuem alto potencial de oxidação e os que dificilmente sofrem possuem baixo potencial de

oxidação e consequentemente alto potencial de redução.

Na maioria das respostas os alunos disseram não saber ou não lembrar a resposta, outros

deixaram apenas resposta vagas como: “pois a composição química é diferente”; “porque

assim como existem materiais que tem a tendência de reagir, tem outros que não tem essa

tendência”. Apenas um estudante citou sobre a necessidade dos metais se estabilizarem: “pois

há certos materiais que tendem a se estabilizar (voltar ao natural). Os que sofrem corrosão são

os materiais expostos ao meio que têm substâncias reagentes”.

Com esta questão constatou-se que os alunos não possuem aprofundamento quanto ao

tema. Isso nos induz a acreditar que os questionamentos não são habituais ao longo de sua

trajetória escolar, uma vez que o aprofundamento no tema refletiu na total falta de

conhecimento diante do que foi arguido. Isso indica que, sob certos aspectos, as discussões se

limitam ao superficial apresentado pelos livros e pelo professor.

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A quarta questão objetivava saber dos alunos se estes conheciam algum modo de

impedir os efeitos da corrosão nos materiais. Esta levaria aos alunos a pensarem sobre os

problemas que a corrosão poderia causar em seu ambiente e a importância de retarda-la,

levando-os a utilizar de seus conhecimentos para ajudar na resolução de problemas cotidianos

em prol dos benefícios da sociedade. Como analisado no Gráfico 4, 15 alunos apresentaram

pouco ou nenhum conhecimento e 9 alunos apresentaram algum conhecimento sobre formas

de impedir a corrosão.

Gráfico 4: Há alguma forma de impedir que a corrosão aconteça nos materiais?

Explique

Fonte: Questionário 1: questão 4. Elaboração própria.

Há meios de mitigar os efeitos da corrosão, como ela é um processo espontâneo e

natural, não há como impedir este fenômeno de ocorrer por completo. Para evitar prejuízos

econômicos, em patrimônios, danos à saúde e ao meio ambiente, algumas ações são tomadas a

fim de proteger os materiais sujeitos à corrosão, como manutenção, limpeza, lubrificação,

aplicação de barreiras protetoras como tintas orgânicas, galvanização e até a aplicação de

barras anódicas como no caso de navios e equipamentos submarinos, entre outros.

Alguns alunos não souberam responder à questão e outros responderam como se o

fenômeno tratasse de um ácido em que diziam para usar um reagente que neutralizasse. Parte

disse que tem como impedir a corrosão e outra mostrou refletir sobre o enunciado e disseram

que não há como impedir e sim minimizar os efeitos. E deram algumas soluções como

comentar apenas que existem produtos disponíveis para isso e na maioria foi “passar tinta” ou

agentes anti-oxidantes nos materiais: “existem produtos os quais servem para preservar os

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materiais contra a corrosão”; “não, existe apenas formas de atrasar essa corrosão, como por

exemplo, uma tinta”.

Com esta análise mostraram conhecer uma maneira mais comum de prevenir, que seria

criar uma barreira entre o material e o meio externo com o uso de camadas

impermeabilizantes de tinta. Contudo, essa não é uma aplicação válida para todas as

situações. Eles não criaram uma conexão maior com seu cotidiano, relembrando situações

simples como lubrificar peças de uma bicicleta ou automóvel, limpar superfícies de materiais

retirando possíveis substâncias que viriam a corroê-la, secar certas superfícies onde a umidade

provocaria corrosão entre outros. Situações vividas cotidianamente e que não foram

conectadas ao que eles estudam em sala de aula.

A quinta questão questiona se o processo corrosivo depende do meio ambiente onde o

material se encontra. Esta questão também leva aos alunos a repensarem e refletirem sobre a

ação do ambiente em que vivem neste fenômeno químico, sobre o que no meio externo

afetaria a ocorrência do fenômeno. Seriam levados a analisar os diferentes ambientes por onde

eles passam e suas experiências do dia-a-dia. De acordo com o Gráfico 5, 54% apresentaram-

se na média, 29% abaixo dela e 17% acima.

Gráfico 5: A corrosão depende do ambiente em que esses materiais se encontram?

Explique

Fonte: Questionário 1: questão 5. Elaboração própria.

Alunos que mostraram respostas vagas responderam: “Sim. Os materiais tendem a

reagir com o meio” e “Sim, porque para haver a corrosão, o material deve ter contato com o

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agente corrosivo”. Grande parte dos alunos apresentaram respostas razoáveis, confirmando

que o ambiente interfere na reação química e que ainda apresentam fatores que possibilitam a

aceleração deste processo como o alto teor de umidade no ar, de salinidade, alta temperatura.

Além disso, ainda contextualizaram com o exemplo mais comum que é da maresia presente

nos litorais praianos: “sim, depende da umidade e da salinidade do ar”; “sim. Em um

ambiente em que o metal fica perto da praia por exemplo o material corrói muito mais rápido,

por conta da maresia”.

Com isso os alunos, ao receberem-se depararem com este questionamento, criaram uma

conexão com uma situação mais comum em sua vida, podendo reconhecer a atuação do meio

externo no fenômeno da degradação dos materiais.

Com este primeiro questionário pode-se analisar que os alunos traziam consigo um

aprendizado relativamente mecanizado e que ao se aprofundar mais no assunto, o que exigia

mais reflexão, eles já não obtiveram êxito.

6.2 Implementação da abordagem experimental investigativa

A estratégia da abordagem experimental investigativa teve como base questões acerca

do fenômeno da corrosão. Cada questão era acompanhada de uma linha investigativa visando

responder tal questionamento. A primeira etapa de investigação experimental surgiu a partir

do questionamento de a corrosão do aço depender ou não do ambiente em que ele se encontra

e por que certo material se corrói mais lentamente em um ambiente e de forma mais rápida em

outro, caso comum com materiais ferrosos na cidade e em locais praianos, com materiais

metálicos que são higienizados apenas com água e outros com produtos químicos, etc.

Lançado este primeiro questionamento, os alunos foram levados a discussão e investigação.

Em posse dos materiais presentes nas bancadas, os alunos simulares situações cotidianas em

que poderiam afetar um material metálico. Criaram três diferentes cenários. Um moldava um

ambiente em que o metal sofria ação da água de chuva, introduzindo uma amostra de lã de

aço em um Becker contendo água (H2O); outro ambiente simulava metais em contato com

águas salgadas de praia ou a presença de maresia, introduzindo a amostra de palha de aço em

um Becker contendo solução salina (NaCl); outro cenário simulava ações diárias como

limpeza doméstica de metais utilizando ácido (ácido acético) e água sanitário (hipoclorito de

sódio), em que amostras de palha de aço foram colocadas em beckers separados cada um

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contendo vinagre e outro água sanitária. Após certo tempo, os alunos voltaram a observar e

analisaram, após a amostra reagir, chegaram à conclusão que há certas características que

aumentam o grau de corrosão em um ambiente, acelerando-o. A reação na água sanitária foi a

mais vigorosa, levando a uma oxidação visivelmente superior aos demais meios, enquanto a

presença de água pura gerou uma corrosão pouco significativa durante o período de

observação. Com esta linha investigativos alunos puderam simular e comprovar a ação de

diferentes ambientes sobre o fenômeno e tirar suas próprias conclusões quanto a característica

de cada agente químico sobre a lã de aço.

A segunda etapa investigativa levantou questionamento quanto ao consumo de oxigênio

nas reações químicas de corrosão. Foi questionado se realmente o oxigênio presente no ar

participa do processo oxidativo dos metais. A proposta investigativa também possibilitava

uma observação quanto a estequiometria da reação de oxidação do metal. Desta forma, os

alunos prepararam o seguinte cenário para testar suas ideias: com o uso de duas seringas, dois

béqueres, suporte para as seringas, dois chumaços de lã de aço, eles realizaram o teste

mergulhando uma amostra de lã de aço em água e outra em vinagre e depois introduziram nas

seringas separadamente. Com as seringas vedadas pelo embolo no nível máximo, foram

penduradas no suporte e com sua ponta submersa em Becker com água. Eles observaram que

ao longo da reação do com as soluções a lã se corroía ocorrendo entrada de água na seringa

para compensar a diminuição do volume de oxigênio consumido. O processo se deu mais

rapidamente com a lã que foi imersa no vinagre, devido a condição ácida que eleva a

diferença de potencial redoxi e acelera o processo, assim o consumo de oxigênio nesta seringa

era mais rápido, fazendo com que a água entrasse mais rapidamente nessa seringa. Com isso,

foi constatado que o consumo de oxigênio atmosférico na corrosão em ambas as amostras, e

que na amostra de vinagre a reação ocorreu mais rápido devido à ação catalítica do ácido

acético presente no vinagre (apêndice E, foto 3).

Oxidação do Ferro em água (H2O):

4Fe(s) + 3O2 (g) + 6H2O(l) → 4Fe(OH)3(s)

2Fe(OH)3(s) + (n-3)H2O(l) → Fe2O3.nH2O(s)

Oxidação do Ferro (Fe(s)) no vinagre (ácido acético=CH3COOH):

2Fe(s) + O2(g) + 4H+(aq) → 2Fe

2+ (aq) + 2 H2O(l)

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4Fe2+

(aq) + O2 (g) + 4H+ (aq) → 4Fe

3+ (aq) + 2H2O (l)

Esta reação é acelerada devido a presença do ácido acético do vinagre que aumenta o

número de íons H+ no meio, acelerando a oxidação do Ferro (palha de aço).

A terceira etapa investigativa baseada no questionamento se é ou não arriscado

consumir produtos enlatados em que sua embalagem esteja danificada, amassada ou estufada.

Nesse contexto foi possível discutir tanto fenômenos químicos quanto biológicos. Com este

assunto bem presente no cotidiano, os alunos refletiram, discutiram entre eles e chegaram à

conclusão de que é prejudicial à saúde consumir enlatados com a lata estufada, pois de acordo

como aprenderam nas aulas de biologia, significa que nestas latas houve a proliferação de

bactérias aeróbicas divida à contaminação. Desta forma, ao encontrar uma lata amassada

pode-se ter a possibilidade de ocorrer uma desproteção interna devido as ruptura do verniz de

proteção contra a oxidação. Isso fragiliza o metal levando a oxidação, que pode ocasionar

pequenos furos na lata, permitindo a entrada de micro-organismos patogênicos e

contaminação do alimento.

Para investigar se uma lata amassada se torna mais sensível à corrosão a linha

investigativa foi avaliar a oxidação de uma lata de alumínio por uma solução de sulfato de

cobre. Para isso, os alunos promoveram arranhões no interior das latas para retirar o verniz

protetor, deixando o alumínio exposto. Após isso, os alunos prepararam uma solução de

sulfato de cobre (CuSO4 (aq)) 0,5 M/L com 2 colheres de sal de cozinha (NaCl(s)) que simulava

o material de conserva presente nas lata se inseriram a solução. Foi observado que surgiram

fissuras exatamente nos locais onde a lata foi arranhada. A solução reagiu com o material

exposto e no local em que houve a fissura acorreu a formação de um material alaranjado,

decorrente da redução do cobre. Dessa forma, comprovou-se que latas amassadas podem ser

fragilizadas, possibilitando a contaminação do alimento.

Reação de oxi-redução do metal alumínio com sulfato de cobre:

2Al(s) + 3CuSO4(aq) –> Al2(SO4)3(aq) + 3Cu(s)

O material de coloração alaranjada era o cobre (Cu(s)) metálico que se formou, o sal foi

usado como agente catalítico (acelerando a reação) e as bolhas formadas eram de hidrogênio

(H2), outra parte do alumínio exposto reagiu com a água da solução, segundo a reação:

Reação de oxi-redução do metal alumínio com água da solução (H2O):

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2Al(s) + 6H2O(l) –> 2Al(OH)3(s) + 3H2(g)

Com estes problemas e experimentos, foi possível introduzir uma discussão sobre a

presença da Química no cotidiano, da corrosão em utensílios domésticos e também em

monumentos e construções, como este fenômeno afeta a sociedade, a economia, o ambiente e

como minimizá-lo. Essa discussão foi realizada ao longo da aula, o que fez os alunos

participarem mais e discutir em suas ideias e conhecimentos sobre o assunto, proporcionando

que eles se desenvolvam e procurem sempre conhecer mais, questionar e pesquisar sobre o

que é estudado, a fim de ampliar sua visão acerca da ciência Química inclusive de onde ela se

faz presente.

Ao longo dessas aulas o professor deve ter a preocupação de garantir que o aluno pense

certo, o que, segundo Paulo Freire, é pensar com entendimento, e esse entendimento não é

transferido do professor para o aluno e sim construído pelos dois:

A grande tarefa do sujeito que pensa certo não é transferir, depositar,

oferecer, doar ao outro, tomado como paciente de seu pensar, a

intelegibilidade das coisas, dos fatos, dos conceitos. A tarefa coerente do

educador que pensar certo é, exercendo como ser humano a irrecusável

prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica e a quem

comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo educado (FREIRE,

1996, p. 38).

Este tipo de metodologia, em que a aula foi desenvolvida, acaba não somente fazendo

com que o aluno compreenda mais facilmente o assunto, como o ajuda a desenvolver

habilidades. A aula experimental além de motivar, concretiza o que foi aprendido

teoricamente.

6.3 Avaliação do ganho de conhecimentos após a implementação da abordagem

experimental investigativa

Uma semana após a implementação da abordagem experimental investigativa foi

aplicado um segundo questionário contendo cinco questões discursivas. Este questionário foi

avaliado da mesma forma que o questionário de verificação de conhecimentos prévios. As

questões desse foram formuladas de acordo com a aula trabalhada e cada questão apresentava

nível compatível com as questões dos primeiro questionário. Cada resposta foi avaliada com

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notas de zero a quatro, na qual quatro representava um alto nível de entendimento sobre os

fenômenos envolvidos na situação problema. Os resultados da avaliação das respostas desse

questionário foram dispostos em gráficos para facilitar a discussão acerca do ganho de

conhecimento resultante.

A primeira questão do questionário foi baseada na percepção visual do processo de

corrosão. Essa questão indagava ao aluno sobre como se caracteriza a corrosão em um metal,

quais características visíveis o fazem perceber que um objeto está corroído e qual produto é

formado no final. Essa questão leva o aluno a reconhecer no físico a presença deste fenômeno

podendo ser observado ao seu redor.

De acordo com o gráfico analisado, 79% dos alunos pontuaram da média para cima,

enquanto 21% ficou abaixo da média.

Gráfico 6: Como visto nos experimentos, como se caracteriza a ocorrência da

corrosão no material? Qual é o produto da corrosão?

Fonte: Questionário 2: questão 1. Elaboração própria.

Boa parte explicou que reconhece a corrosão em um material devido certas

características como sua deterioração, desgaste chegando a perder fragmentos, mudança na

coloração e com a formação de óxido. Baseados na aula deram exemplo do ferro que ao

oxidar-se forma o óxido de ferro, conhecido como ferrugem: “a corrosão ocorre quando um

material está exposto a um ambiente corrosivo ou seja, com maresia, umidade, etc. O metal se

deteriora e fragiliza, o produto da corrosão do ferro é o óxido de ferro”.

A segunda questão buscou saber se o aluno tem consciência dos efeitos que o processo

corrosivo causa na sociedade, dos danos e prejuízos por ele gerados, e se para isso há alguma

prevenção para combater tais problemas. Como no primeiro questionário, o aluno é levado a

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responder se existem formas de combater esse processo corrosivo ou não. Nesta questão, 25%

apresentaram conhecimento mediano, enquanto 21% ficaram abaixo da média e 54%

mostraram ter conhecimento acima da média.

Gráfico 7: A corrosão se faz presente em seu dia-a-dia resultando em diversos

prejuízos. Há alguma forma de impedir ou reduzir o processo de corrosão nos

materiais?

Fonte: Questionário 2: Questão 2. Elaboração própria.

Esta questão teve como objetivo fazer com que o aluno reconheça e reflita sobre o

problema existente e pense na melhor forma de solucionar, vendo que dotados de

conhecimento eles podem solucionar problemas cotidianos. O processo corrosivo em um

material pode ser minimizado quando tratado adequadamente, para isso pode-se usar metais

de sacrifício que se oxidam no lugar do material que se deseja preservar, barreiras de proteção

como camadas de tinta, a galvanização, entre outros modos. Em relação ao primeiro

questionário, mostraram boa melhora em relação ao assunto como atenuar a corrosão,

podendo estes agora observar melhor este fenômeno ao seu redor e solucioná-lo, através de

simples atitudes. Tendo como uma das respostas: “há como minimizar, pintando o material

sem deixar nenhuma parte sem pintar pois, se a corrosão começar em algum ponto, vai se

espalhar. Outro método é o metal de sacrifício, processo no qual a oxidação ocorre nesse

metal e os materiais em volta não são muito afetados, com a galvanização, e até mesmo

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limpeza dos materiais retirando umidade e lubrificando peças”. E até outras respostas mais

superficiais como: “sim, através de materiais que sofrem maior corrosão”.

A terceira pergunta buscou saber do aluno se este tem a percepção de se o ambiente em

que o material se encontra interfere em seu processo corrosivo e de que maneira. Baseados

nos fatos que eles observaram na prática experimental, boa parte dos alunos conseguiram

responder melhor este assunto que quando perguntado no questionário 1. De acordo com o

gráfico, 17% mostraram conhecimento mediano, enquanto 33% mostraram saber pouco sobre

o assunto e 50% alcançaram pontuação acima da média, mostrando conhecer mais sobre o

assunto em questão.

Gráfico 8: O meio (solução) em que o material se encontra interfere no processo de

corrosão? Explique

Fonte: Questionário 2: Questão 3. Elaboração própria.

O objetivo desta questão foi fazer com que o aluno ativasse sua percepção, analisando

os diferentes ambientes que um material pode ficar sujeito à corrosão quando exposto à um

ambiente propício. Cada ambiente pode apresentar características diferentes, um pode

apresentar alto teor de umidade, enquanto outro, alto teor de alcalinidade, os materiais

também podem ser expostos a reagentes químicos como os produtos de limpeza, etc.

Baseados nesta questão os alunos relembraram a simulação realizada, onde “criaram”

diferentes cenários como a chuva, o mar e o momento da limpeza de metais, em que puderam

visualizar melhor a ação do meio sobre os materiais metálicos. Uma das respostas acima da

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média: “Sim, porque o material pode estar em uma solução que acelere sua corrosão. Além de

conter água que acelera a corrosão, pode conter salinidade, muito oxigênio dissolvido, etc.”.

A quarta questão muda o cenário para a atmosfera, para não formar uma visão nos

alunos de que somente ocorro corrosão quando o material está inserido em alguma solução. O

agente corrosivo também pode estar presente no ar que nos rodeia. Nesta, questiona-se se a

atmosfera que nos cerca interfere no processo de corrosão. De acordo com o Gráfico 9, 33%

dos alunos mostraram conhecimento sobre o assunto na média (pontuação com nota 2), 21%

não alcançaram a média, adquirindo pontuação abaixo da média e 46% atingiu pontuação

acima da média.

Gráfico 9: A atmosfera em que o material se encontra interfere no processo de

corrosão? Explique

Fonte: Questionário 2: Questão 4. Elaboração própria.

Esta questão fez com que o aluno percebesse que há muitos sistemas que podem

interferir na corrosão de um material, não somente quando ele esta imerso em alguma

solução, mas também pelo simples fato de estar exposto ao ar atmosférico ele já corre risco de

se oxidar. O ar atmosférico que rodeia toda a matéria pode conter substâncias que aceleram o

processo corrosivo, como sais e água. Os alunos mostraram conhecer mais do assunto,

sabendo que existe no ambiente agentes externos que interferem nesse processo. Eles

procuraram responder esta questão sempre contextualizando a atmosfera com a das regiões

praianas, como exemplo mais comum: “Sim, pois em ambientes em contato com água, por

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exemplo, os metais sofrem corrosão mais rápido. Em locais com maresia também por causa

da salinidade, metais em locais praianos tendem a oxidar mais rápido”.

A quinta questão se baseou na terceira linha investigativa que abordou a utilização de

embalagens metálicas danificadas. Com a simulação criada pelos alunos de como ocorreria a

corrosão dentro de uma latinha de alimento, foi possível discutir e refletir com eles o que

poderia ocorrer com os alimentos dentro destas embalagens e os possíveis danos à saúde que

poderia ser causado, o que os levou a reconhecer a presença da corrosão em atividades

simples do cotidiano e o impacto que a mesma pode causar. Baseado na pesquisa prática e nos

resultados que eles tiveram, a última questão pedia para eles explicarem o fenômeno ocorrido

no interior da lata de alumínio. De acordo com o gráfico, 25% apresentou nível médio de

conhecimento, 46% ficaram com nível de conhecimento baixo e 29% mostraram conhecer

bem o assunto.

Gráfico 10: Como você explica a corrosão da lata de alumínio?

Fonte: Questionário 2: Questão 5. Elaboração própria.

Neste experimento, após a fissura interna na lata o metal alumínio ficou totalmente

exposto e em contato com a solução de sulfato de cobre eles reagiram formando como

produto o óxido de cobre, de coloração alaranjada, que se sobrepôs nas fissuras formadas. Na

reação também houve liberação de gás hidrogênio que foram as bolhas observadas na solução.

Uma das respostas dos alunos foi: “Houve reação de oxi-redução, o alumínio reagiu com o

sulfato de cobre e formou óxido de cobre”. Nesta última questão houve um maior número de

alunos que não tiveram êxito, tirando pontuação 0, nestes responderam que não sabiam ou

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deram respostas errôneas como: “pois o sulfato de cobre acelera a corrosão devido a sua

composição”. Foi visto que os alunos ao se colocarem de frente com uma situação para

explicar quimicamente o processo, estes não conseguem desenvolver seu raciocínio, o que

mostrou defasagem no aprofundamento do conhecimento químico.

Com esta aula experimental, os alunos puderam participar de forma construtiva do seu

conhecimento por meio de indagação, experimentação, reflexão e tirando suas próprias

conclusões sobre o que foi pesquisado. Mostraram mais desenvoltura ao responder o

Questionário 2, em que mostraram uma percepção maior do assunto em estudo. Desta forma,

os resultados após a aula aplicada mostraram-se mais satisfatórios, onde o valor das notas teve

uma evolução significativa, o que leva a crer que houve um possível rendimento no

aprendizado dos alunos na aula trabalhada.

Mesmo diante dos bons resultados gerados e analisados através dos questionários, o

desempenho da aula não deve ser mensurado apenas por meio destes. Também deve ser

avaliada a participação na aula, desempenho, envolvimento e evolução comportamental para

uma postura mais ativa. É aconselhado que este processo de avaliação aconteça durante um

acompanhamento mais longo com os alunos, ao longo do bimestre, semestre ou período

letivo, o que mostrará um resultado ainda maior.

Esta metodologia funciona muito bem quando aplicada da maneira correta. Ao utilizar

desta metodologia em sala de aula, o professor deve elaborá-la de acordo com a necessidade e

características dos alunos que se pretende ensinar. O assunto da aula deve ser trabalhado de

forma contextualizada de acordo com a realidade deles, pois não seria eficiente ensinar algo

baseado em fatos fora da vivência dos alunos. O professor deve associar o conteúdo a ser

estudado com a realidade concreta, para dar mais significado e valor ao objeto em estudo

(FREIRE, 1996, p. 30).

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7 CONCLUSÃO

A aula foi planejada de forma a abordar o tema corrosão de maneira contextualizada e

sob o aspecto investigativo por meio da experimentação, a qual permitiu ao aluno reconhecer

a intervenção da Química no cotidiano. A estratégia experimental investigativa foi elaborada a

partir da reflexão sobre em que momento o tema abordado se faz presente no cotidiano e as

interferências que ele promove, com isso foi possível trabalhar com exemplos reais e

vivenciados pelos alunos, o que causou um bom desenvolvimento da aula. Assim, do mesmo

modo como se fez com o tema corrosão, esta metodologia pode ser aplicada para diferentes

conhecimentos químicos que se fazem presentes em situações cotidianas e que estão

alinhados á conteúdos programáticos do Ensino Médio.

O questionário de verificação de conhecimento prévio possibilitou conhecer o nível de

entendimento dos alunos sobre o assunto abordado. A partir destes resultados foi possível

traçar um plano de aula de acordo com as características e o nível de conhecimento deles. Ao

final, pode-se comparar estes primeiros resultados com o do segundo questionário e analisar o

efeito da aula aplicada sobre o aprendizado dos alunos, podendo assim, verificar sua eficácia.

Nesta abordagem didática, notou-se que houve um bom envolvimento dos alunos, onde

estes participaram ativamente, mostrando-se curiosos diante das indagações envolvendo os

fenômenos químicos, e empenhados com a possibilidade de obter as respostas por meio de

uma investigação estruturada pela atividade experimental investigativa, proposta como

estratégia didática.

No questionário de verificação de ganho de conhecimento, foi verificada uma

significativa melhora no nível de entendimento pelos alunos, visto que a metodologia aplicada

proporcionou um bom rendimento à aula, na qual os alunos mostraram um bom

aproveitamento do que foi trabalhado através de suas atitudes em sala e de acordo com os

dados finais da pesquisa.

Conclui-se que os experimentos investigativos nas aulas de Química despertam o

interesse dos alunos pelo que esta sendo ensinado, quebrando a velha rotina do livro e quadro

das aulas ditas tradicionais. Adicionalmente, pode-se notar que os alunos desenvolvem suas

habilidades de comunicação em grupo, de criatividade, de investigação e resolução de

problemas, elevando o interesse pela construção do seu conhecimento.

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A aula experimental unida à situações-problemas adequadas, se faz um importante

método pedagógico das aulas de Química, quando não é trabalhada como um recurso

alternativo para sair da rotina das aulas puramente expositivas, a qual vem complementar e

dar significado ao que é estudado, proporcionando o aprendizado dos educandos. Por meio

dela, o aluno ilustra e testa suas teorias, desenvolve suas habilidades, além de despertar seu

interesse pela Ciência.

Frente aos desafios da educação atual no país, é necessário adotar novas metodologias

didáticas que enriqueçam as aulas, tendo sempre como base os objetivos da Química e sua

importância para a formação das pessoas. Além da análise dos questionários em que os

alunos mostraram ter uma significativa melhora, o que foi percebido ao comparar os

resultados graficamente, e analisar as respostas onde estes se mostraram mais conectados ao

assunto e menos mecanizados, eles também foram analisados e avaliados durante a aula, o

que mostrou bom progresso devido sua participação e interação. Conclui-se que a

metodologia trabalhada ao longo deste projeto mostrou ser eficaz na aula aplicada, todavia

esta metodologia não deve ser trabalhada somente em um momento da vida educacional do

aluno e sim, deve-se fazer presente nas aulas desde as séries iniciais até a formação do aluno,

para que esse se familiarize desde cedo com a metodologia diferenciada e vá ao longo de sua

educação se desenvolvendo e aperfeiçoando suas habilidades, para melhores resultados

futuros.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO 1

Pesquisa para trabalho de conclusão de curso Questionário sobre corrosão

Licenciatura em Ciências da Natureza Aluna Patrícia Soares Brasileiro

Nome: Turma:

1. O que você compreende quando ouve falar em corrosão?

2. Onde ocorre a corrosão? Em que tipo de materiais?

3. Porque a corrosão ocorre em certos materiais e em outros não? Quais as características

diferentes entre os materiais que sofrem a corrosão daqueles que não sofrem?

4. Há alguma forma de impedir com que a corrosão aconteça nos materiais? Explique.

5. A corrosão depende do ambiente em que esses materiais se encontram? Explique.

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO 2

Pesquisa para trabalho de conclusão de curso Questionário sobre corrosão

Licenciatura em Ciências da Natureza Aluna Patrícia Soares Brasileiro

Nome: Turma:

1. Como se caracteriza a ocorrência de corrosão em um material? Qual é o produto da

corrosão?

2. A corrosão se faz presente em seu dia-a-dia resultando em diversos prejuízos. Há

alguma forma de impedir ou reduzir o processo de corrosão nos materiais?

3. O meio (solução) em que o material se encontra interfere no processo de corrosão?

Explique.

4. A atmosfera em que o material se encontra interfere no processo de corrosão?

5. Como você explica a corrosão da lata de alumínio quando esse material é exposto à

solução de sulfato de cobre.

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APÊNDICE C – PLANO DE AULA

Licenciatura em Ciências da Natureza

PLANO DE AULA

Ano letivo: 2013.1

I – Identificação:

Escola: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Campos.

Disciplina: Química.

Modalidade: Ensino MédioAno de escolaridade: 3º Turma: 302 Turno: Tarde.

Professor titular da turma:

Aluna: Patrícia Soares Brasileiro.

Licenciatura em Ciências da Natureza –Química Período: 8º Turno: Tarde.

Conteúdo: Físico-Química – Corrosão.

Número de aula (s): 2 (duas) Data: 29/08/2013Hora da aula: 14h às 16h.

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II – Objetivos:

Geral: Compreender, através de uma aula experimental contextualizada, o fenômeno

da corrosão.

Específicos:

- Definir o que é a corrosão, onde ocorre e seus impactos ambientais, sociais e econômicos;

- Aprender a identificar qual o método eficaz que pode retardar a deterioração dos materiais;

- Reconhecer onde este fenômeno está presente em nosso cotidiano e como usar o que foi

estudado como ferramenta útil.

III – Estudo da realidade:

- Conhecer algumas propriedades físicas dos metais;

- Saber diferenciar redução de oxidação;

- Conhecer alguns termos químicos;

- Conhecer e diferenciar meio ácido, alcalino e básico.

IV – Organização de conteúdo:

(Mapa conceitual)

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V – Aplicação do conhecimento:

- Iniciar a aula lendo a reportagem sobre combustíveis adulterados, onde serão levantados

alguns questionamentos;

- Descrever no PowerPoint e no quadro branco os diferentes métodos de separação de

misturas;

- Retornar a reportagem visando responder a algumas questões levantadas no início da aula,

fazendo uso de um experimento;

- Momento avaliativo: propor que a turma se divida em dois grupos para que seja aplicado um

jogo de cartas com perguntas contextualizadas acerca do conteúdo estudado.

VI – Recursos utilizados:

- Quadro branco e pincel;

- Reportagem;

- Apostila;

- Televisão;

- Computador;

- Power point;

- Vidrarias: funil de decantação, três beckers, proveta e bastão de vidro;

- Jogos de cartas.

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VII – Referências:

MARTINS; Lucas. Destilação simples e fracionada. Infoescola. Disponível

em:http://www.infoescola.com/quimica/destilacao-simples/. Acesso: 21 abr. 2012.

PERUZZO, Francisco Miragaia. Química na abordagem do cotidiano: Química Geral e

Inorgânica. V.1, 3.ed.São Paulo:Moderna, 2003.

SARDELLA, Antônio. Química. 5. ed. v. único. São Paulo: Ática, 2003.

USBERCO,João; SALVADOR, Edgard.Química Essencial.1.ed.v. único. São Paulo:

Saraiva, 2001.

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APÊNDICE D - GABARITO DAS RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO 1

1- O que você compreende quando ouve falar em corrosão?

É a deterioração (desgaste) dos materiais pela ação química ou eletroquímica do meio

em que se encontram.

2- Onde ocorre a corrosão? Em que tipo de materiais?

Na superfície de materiais expostos, sem proteção, a um ambiente propício a corroê-los.

Este fenômeno pode ocorrer em diversos materiais como compósitos, metais, borrachas,

cerâmicas.

3- Porque a corrosão ocorre em certos materiais e em outros não? Quais as

características diferentes entre os materiais que sofrem a corrosão daqueles que não

sofrem?

Porque há certos materiais que já se encontram na natureza em sua forma mais estável,

como os metais nobre ouro, prata e platina. Os materiais que sofrem corrosão possuem

alto potencial de oxidação e os que dificilmente sofrem possuem baixo potencial de

oxidação.

4- Há alguma forma de impedir que a corrosão aconteça nos materiais? Explique.

Há como minimizar o processo corrosivo. As mais comuns é aplicar barreiras inibidoras

como tintas e utilizar metais de sacrifício (como anodos).

5- A corrosão depende do ambiente em que esses materiais se encontram? Explique.

Sim, ambientes mais úmidos (presença de água) tendem a promover a corrosão,

atmosferas com alto teor de salinidade (maresia) tente a acelerar o processo corrosivo,

ambientes de alta temperatura também tendem a acelerar o processo, etc.

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APÊNDICE E - GABARITO DAS RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO 2

1- Como visto nos experimentos, como se caracteriza a ocorrência da corrosão no

material usado? Qual é o produto da corrosão?

Quando esse material apresenta sua superfície desgastada, exposta e com a formação de

um óxido sobre ele. O produto é o metal oxidado.

2- A corrosão se faz presente em seu dia-a-dia resultando em diversos prejuízos. Há

alguma forma de impedir ou reduzir o processo de corrosão nos materiais?

Há como minimizar o processo corrosivo através de variados artifícios anti-corrosivos

com o uso de tintas para revestir superfícies e metais de sacrifício.

3- O meio (solução) em que o material se encontra interfere no processo de corrosão?

Explique.

Sim. A solução em que o material metálico está inserido pode conter substâncias que

acelerem o processo corrosivo como exemplo nos experimento: a solução salina acelera

a corrosão, assim como soluções ácidas (como o vinagre) por conter íons H+ que

auxiliam na oxidação.

4- A atmosfera em que o material se encontra interfere no processo de corrosão?

Explique.

A atmosfera também interfere no processo corrosivo. A elevada presença de água

(umidade) e de sais (salinidade) acelera este processo, junto com a alta temperatura e

pressão.

5- Como você explica a corrosão da lata de alumínio?

A parte interna da lata ao sofrer desgaste e adquirir uma fissura deixou o alumínio

exposto. A solução de sulfato de cobre ao entrar em contato com o alumínio sofre

reação de oxi-redução em que o cobre foi oxidado formando óxido de cobre (de cor

alaranjada) que recobriu a fissura feita.

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APÊNDICE F – CONHECIMENTOS PRÉVIOS DOS ALUNOS NO QUESTIONÁRIO

1

1- O que você compreende quando ouve falar em corrosão? Notas

1 É quando um ácido atua desgastando um certo material. 1

2

Corrosão é um processo químico que ocorre em materiais metálicos e

ametálicos, onde este material é exposto a um ambiente propício a

intempéries do ambiente ou a materiais corrosivos.

2

3 É quando algum tipo de material sofre um processo de oxi-redução. 2

4 A corrosão é a ação da umidade atmosférica em certos materiais,

degradando-os 2

5 Corrosão é um processo no qual os materiais, em especial os metais,

sofrem uma reação de oxi-redução. 2

6

Ocorre através do contato de alguns materiais com elementos corrosivos,

como quando ocorre a oxidação, em que o material fica exposto ao

oxigênio.

1

7 Quando um ácido toca uma matéria, deteriorando a mesma. 1

8 Ó o desgaste de um material, quando este se deteriora. 1

9 Corrosão ocorre quando o metal sofre oxidação, tanto sujeito à agua ou

oxigênio, sem uma proteção. 2

10 É um processo que ocorre com todos os materiais quando esse material é

danificado por meio de ações externas. 2

11 Desgaste físico de algum material por algum tipo de reação química. 3

12 Corrosão é o processo da química que ocorre a oxidação dos metais. 2

13 Uma reação entre materiais que geram a destruição ou oxidação de um

material. 2

14 É a degradação/ desgaste de um objeto ou material ou até mesmo a

transformação do mesmo. 2

15 É a oxidação de um material metálico em contato com o ar atmosférico. 2

16 A deterioração dos materiais que sofrem corrosão. 1

17 É um processo químico em que um material sofre oxidação. 3

18 Corrosão é o desgaste sofrido pelos materiais, na maioria das vezes em

metais 2

19 Eu entendo corrosão como ferrugem. 0

20 É o desgaste de um material. 1

21 É um processo de deterioração de um metal. 2

22 É a deterioração de algum material. 2

23 É um processo de deterioração de um determinado material. 2

24 Corrosão é a mudança do material quando entra em contato com a água. 0

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2- Onde ocorre a corrosão? Em que tipo de materiais? Notas

1 Em materiais que ácidos consigam atuar. Não sei. 0

2

Na maior parte dos casos ocorre na superfície dos materiais, porém pode

ocorrer de dentro para fora, ex.: tubos. A corrosão pode ocorrer em

materiais metálicos e ametálicos.

2

3 Ocorre em todos os ambientes que estão em contato com o oxigênio.

Ocorrem nos metais de um modo geral. 2

4 Em materiais expostos. Metais. 1

5 A corrosão ocorre em materiais em diversos ambientes em que haja

contato com o oxigênio, ocorre em metais preferencialmente. 2

6

Geralmente na superfície dos materiais, porém em alguns casos ocorre de

dentro para fora. Ocorre em materiais que reagem quimicamente com os

agentes corrosivos.

1

7 Em metais, ametais, materiais a base de carbono, etc. 1

8 A corrosão ocorre em metais e ocorre geralmente em materiais que estão

expostos ao ambiente. 2

9 Em aço, materiais feitos de metal. Em locais onde os materiais metálicos

ficam expostos a salinidade, água, pode ocorrer a corrosão 3

10 Em materiais metálicos e ametálicos. 1

11 Em materiais que tem tendência a reagir com substâncias corrosivas

particulares. 0

12 Em materiais que oxidam. Metais. 1

13 Geralmente com metais que ficam expostos ao ar livre. 1

14 Em qualquer lugar aberto principalmente em metais expostos ao oxigênio

e materiais expostos. 1

15 Quando o oxigênio entra em contato com um material metálico e oxida

esse material. 0

16 A corrosão ocorre onde há materiais metálicos, de concreto. O fenômeno

da corrosão ocorre principalmente em locais mais úmidos (litoral). 2

17 Em materiais que são mais suscetíveis a sofrer corrosão. 0

18 A corrosão ocorre em metais. 1

19 Em materiais metálicos. 1

20 Especialmente em metais, na parte externa. 1

21 Ocorre em qualquer material que entre em contato com um agente

corrosivo. 0

22 Em materiais metálicos. 1

23 Ocorre geralmente em superfícies de materiais que entra em contato com

agentes corrosivos. 1

24 A corrosão ocorre em materiais metálicos, em concreto. 1

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79

3- Porque a corrosão ocorre em certos materiais e em outros não?

Quais as características diferentes entre os materiais que sofrem a

corrosão daqueles que não sofrem?

Notas

1 Por causa da afinidade química. Não sei. 0

2 Não lembro. 0

3

A corrosão ocorre de acordo com o tipo de ligação que ocorre entre os

materiais. Os metais por terem mais elétrons livres tem mais facilidade em

sofrer corrosão.

0

4 Não sei responder. 0

5

A corrosão ocorre em materiais que possuem elétrons menos atraídos ao

núcleo e que portanto tendem a sair destes materiais. Há materiais que

possuem menor atração ao núcleo portanto não sofre o processo.

0

6

Por causa da falta de interação, ou seja, o material corrosivo consegue

interagir com alguns materiais e outros não, de acordo com seu nível de

pH, sua composição química.

0

7 Alguns materiais tem uma reatividade maior que outros. 0

8

Porque alguns materiais mesmo tendo a mesma composição, se um estiver

exposto a fatores como a maresia por exemplo acaba acelerando o

processo, as características eu não sei.

0

9 Não sei responder. 0

10 Não sei. 0

11 Porque assim como existem materiais que tem a tendência de reagir, tem

outros que não tem essa tendência. 0

12 Não sei. 0

13 Os materiais que sofrem corrosão são materiais que reagem com H+. 0

14

Pois alguns materiais são mais propícios ao desgaste ocorrido pela

passagem do tempo e também aos agentes externos, os materiais que não

possuem características metálicas com o alto nível de condução de energia

não sofrem corrosão.

0

15 É de acordo com uma ligação que um material pode fazer, um exemplo é

que os metais tem elétrons livres e são fáceis de oxidar. 0

16

Porque existem materiais que reagem com a água e sofrem corrosão.

Dentre as diferenças entre os materiais que sofrem corrosão e os que não,

está no fato de reagirem coma água.

0

17 Não sei. 0

18 Pois a composição química é diferente. 0

19 Não sei 0

20 Não sei. 0

21 Não sei 0

22 Não sei. 0

23

Pois há certos materiais que tendem a se estabilizar (voltar ao natural). Os

que sofrem corrosão são os materiais expostos ao meio que têm

substâncias reagentes.

1

24 A corrosão ocorre em materiais que podem sofrer oxidação. Materiais que

não podem ser corroídos são inertes em contato com a água. 0

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4- Há alguma forma de impedir que a corrosão aconteça nos

materiais? Explique. Notas

1 Sim. Colocando alguma solução básica ou uma película que impeça a

reação do ácido com o material. 0

2 Não sei. 0

3 Sim. Tem umas "barrinhas" que são colocadas nos navios para evitar a

corrosão e tem também uma tinta laranja que se passa em portões. 1

4 Não, existe apenas formas de "atrasar" essa corrosão, como por exemplo,

uma tinta. 1

5 Sim, é possível proteger o material passando uma tinta em seu corpo,

protegendo da reação de oxi-redução. 1

6

Protegendo o corpo do material com tinta, evitando contato com o

oxigênio.

1

7 Protegendo este material com uma camada não reativa, ou oferecendo uma

substância mais reativa como sacrifício. 1

8

Não. Você não pode impedir, você pode amenizar dependendo do lugar

que o material está exposto. Alguns fatores agilizam o processo de

corrosão.

1

9 Não, acho que pode prevenir passando algum produto, mas não impedir

completamente. 1

10 Existem produtos os quais servem para preservar os materiais contra a

corrosão. 1

11 Usando substâncias que neutralizam esse processo corrosivo. 0

12 Não é possível impedir a corrosão, pois é um fenômeno da natureza, tentar

impedir a corrosão seria como impedir a chuva. 0

13 Não sei. 0

14 Sim, utilizando um material de nível de corrosão mais alto que o que está

sofrendo a ação de corrosão e ele sofrerá corrosão no lugar do outro. 2

15

Pode-se colocar outros materiais que são mais fáceis de oxidar para se

sacrificar por esse metal utilizado. Um exemplo é a colocação de placas

em navios para evitar a oxidação do casco.

2

16 Protegendo os metais da oxidação. 0

17 Sim. Colocando um material que tem mais facilidade de corrosão em volta

do material em que você não quer que sofra a corrosão. 2

18 Sim, passando anti-corrosivo (zarcão), isso irá retardar, mas não impedir a

corrosão 2

19 Tem como usar metal de sacrifício para que a corrosão não atinja o

material mais importante, uso de zarcão. 2

20 Não, existem formas de retardar esse processo de corrosão. 1

21 Sim. Pode ser protegido com um agente anti-corrosivo, como zinco. 2

22 Sim, com camadas impermeabilizantes, metais de sacrifício. 3

23 Sim, aplicando uma camada protetora, ou seja, uma camada de certa

substância que não reaja com o meio que se encontra. 2

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24

Sim, há substâncias usadas em produtos que são comercializados para

impedir a corrosão, como o zarcão, por exemplo, e há objetos fabricados

com artifícios para impedir esse processo, como as folhas de Flandres,

usadas para revestir o interior de latas, além de certas construções, como

navios, que são protegidos por metais de sacrifício.

3

5- A corrosão depende do ambiente em que esses materiais se

encontram? Explique. Notas

1 Sim, ambientes com mais elementos que tenham afinidade para reagir com

ácido. 0

2 Sim, pois se o ambiente possuir materiais corrosivos os materiais expostos

serão corroídos mais rápidos. 1

3 Sim, porém não sei explicar. 0

4

Sim, existem materiais que estão mais expostos que outros. Como por

exemplo, uma geladeira em uma casa de praia sofrerá corrosão mais rápido

do que uma em uma casa de campo, devido a ação da maresia.

2

5

Sim, há ambientes em que esse processo ocorre mais rápido, por exemplo,

em praias e lugares em contato com a água, pois o oxigênio desse

elemento intensificará a reação que já existe com o ar.

2

6

Sim. Por exemplo, um portão de uma casa na praia se for de material

metálico irá ter muita facilidade para corroer devido à exposição frequente

à maresia.

2

7 Sim. As condições de pressão, volume, temperatura, etc. influem

diretamente no acontecimento ou não da reação. 2

8

Sim. Por exemplo uma geladeira que está ha tempos numa casa de praia

tem mais facilidade para a corrosão do que uma que não está. O local em

que se encontra interfere sim.

2

9 Sim. Em um ambiente em que o metal fica perto da praia por exemplo o

material corrói muito mais rápido, por conta da maresia. 2

10

Não, todos os materiais não sofrem corrosão a partir de sua exposição ao

ambiente, em alguns ambientes há uma maior corrosão como por exemplo

em beira de praia, onde tem maresia.

1

11 Quando o material é exposto à situações em que tem a presença de

substância corrosivas, que estão presentes no ar, assim como o oxigênio. 1

12 Sim, na praia por exemplo a corrosão é maior por causa da maresia. 1

13 Sim. Pois há materiais que sofrem corrosão mais rápido quando são

expostos a certos ambientes que tem umidade do ar alto. 2

14 Sim. Pois quanto mais oxigenado o ambiente, mais rápido é feita a

corrosão do material que está sofrendo a ação das partículas de oxigênio. 2

15 Sim, por exemplo à beira mar é mais fácil ocorrer oxidação por causa da

água salgada do mar (maresia). 2

16 Sim, depende da umidade do ar, da salinidade. 3

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17 Sim, pois em lugares como por exemplo na praia onde existe mais

corrosão por causa da maresia. 2

18 Sim. Os materiais em uma praia por exemplo vão corroer muito mais

rápido do que no meio urbano pois há presença de maresia. 2

19 Sim, depende da umidade e da salinidade do ar. 3

20 Sim, nas praias onde a maresia ajuda nesse desgaste. 2

21 Sim, porque para haver a corrosão, o material deve ter contato com o

agente corrosivo. 0

22 Sim, depende da umidade do ar, da salinidade. 3

23 Sim. Os materiais tendem a reagir com o meio. 0

24 Sim, pois depende de fatores como a umidade do ar, por exemplo, o

processo de corrosão pode ser acelerado. 2

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APÊNDICE G – CONHECIMENTOS DOS ALUNOS PÓS-AULA NO

QUESTIONÁRIO 2

1- Como visto nos experimentos, como se caracteriza a ocorrência da

corrosão no material usado? Qual é o produto da corrosão? Nota

1

A corrosão ocorre quando um material está exposto a um ambiente

corrosivo ou seja, com maresia, umidade, etc. O metal se deteriora e

fragiliza, o produto da corrosão do ferro é o óxido de ferro.

3

2 Não sei. 0

3 Quando o material começa a oxidar perdendo sua coloração e até mesmo

pequenos fragmentos, o produto da corrosão é a ferrugem. 2

4 O ferro sólido se transforma em óxido de ferro. 2

5

A corrosão é a transformação do ferro em óxido de ferro. O contato do

ferro com o oxigênio e o ambiente propício faz com que essa corrosão

ocorra.

2

6 Corrosão é a oxidação do material, que fica frágil, desgastado e muda de

cor. O produto da corrosão da palha de aço (ferro) é o óxido de ferro. 3

7 Forma ferrugem, pois o ferro oxida. Forma o óxido de ferro. 2

8

Com a oxidação dos materiais, ou seja, a perda de elétrons para um outro

material ou meio. O produto será o material que sofreu corrosão, que

perderá elétrons.

1

9 Ocorre pelo contato de um material ferroso com o oxigênio. Óxido de

ferro. 2

10 O oxigênio em contato com o ferro, reage com o ferro e forma óxido de

ferro. 2

11 Processo em que ocorre oxidação do metal, em que o mesmo volta à sua

forma original. O produto é a ferrugem. 3

12 A ocorrência de corrosão em um material caracteriza-se pelo

avermelhamento causado pela oxidação deste. 2

13 É o desgaste de um determinado material exposto a um certo tipo de

ambiente que há uma afinidade à reação. 0

14 É a tendência do ferro a voltar ao seu estado natural, como encontrado na

natureza. Óxido de ferro. 2

15 Quando este material perde elétrons ao reagir com outro, geralmente o

oxigênio. 1

16

O material corroído apresenta desgaste, mudança na coloração, em que

seu produto final é um óxido. No caso da corrosão do ferro forma-se

óxido de ferro, a ferrugem.

4

17 O aparecimento de ferrugem. 1

18

A corrosão se dá quando o material em um meio propício sofre uma

reação de oxi-redução, o metal fica frágil e se deteriora, como produto

produz um material corroído. O ferro corroído é a ferrugem.

3

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19

O material ao entrar em contato com o meio corrosivo faz com que ele

mude de forma, cor e se deteriora. O produto da corrosão é a volta da

substância ao seu estado original, encontrado na natureza. O ferro sofreu

corrosão e formou óxido de ferro.

4

20 O produto da corrosão é o óxido de ferro (ferrugem). A corrosão pode ser

caracterizada com o aparecimento da ferrugem nos materiais. 2

21

O produto da corrosão é sempre um óxido. Isso surge através da reação

com o oxigênio com qualquer outro material. Podemos ver isso mais

claramente na ferrugem que ocorre no ferro.

3

22

Caracteriza-se pela perda de material pelo desgaste feito pela oxidação e

mudança na estrutura como cor, espessura. O ferro quando sofre corrosão

forma o óxido de ferro (ferrugem).

4

23

O material corroído se deteriora, muda de cor, perde massa. O produto do

metal corroído é o óxido desse metal. O ferro quando é corroído volta a

sua forma natural, o óxido de ferro.

4

24

O material apresenta sua superfície desgastada e danificada, muda sua

coloração e solta fragmentos. A palha de aço que se oxidou formou a

ferrugem que é o óxido de ferro.

4

2- A corrosão se faz presente em seu dia-a-dia resultando em diversos

prejuízos. Há alguma forma de impedir ou reduzir o processo de

corrosão nos materiais?

Nota

1 Sim, um meio muito utilizado é a pintura que forma uma barreira entre o

material e o ambiente. 2

2 Não sei. 0

3 Usando metais de sacrifício ou usando zarcão, pinturas. Só há como

retardar, não há como impedir. 3

4 Sim, através de materiais que sofrem maior corrosão. 1

5 Sim, com pinturas e revestimentos que impeçam que o metal entre em

contato com o oxigênio e usando metais de sacrifício. 3

6 Algumas formas são metal de sacrifício. 1

7 Sim. Protegendo o material com pinturas, formando uma capa protetora

que corrói no lugar do material, usando um metal de sacrifício. 3

8 Sim. Armazenar os materiais em lugares adequados para que o meio não

interfira, lugares em que não haja reação. 1

9

Pode-se amenizar o processo corrosivo com o uso de inibidores de

corrosão, materiais de sacrifício que se corroem primeiro que o material

que se quer proteger, usando tintas para proteger o material, galvanização,

e outros meios.

4

10

Há como minimizar, pintando o material sem deixar nenhuma parte sem

pintar pois se a corrosão começar em algum ponto, vai se espalhar. Outro

método é o metal de sacrifício, processo no qual a oxidação ocorre nesse

metal e os materiais em volta não são muito afetados, com a

galvanização, e até mesmo limpeza dos materiais retirando umidade e

lubrificando peças.

4

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11 Existem recursos que diminuem a corrosão, como inibidores de corrosão,

tintas, galvanização. Mas não é possível impedir totalmente a corrosão. 3

12

Sim. Um processo muito comum é a pintura dos materiais. Há mais

processos avançados e técnicas como a galvanização, onde se coloca

acima da superfície dos materiais outros elementos, como o zinco que se

oxida mais rápido que o ferro.

3

13 Sim. Usando metais de sacrifício, protegendo a pintura. 2

14 Sim. Usando pinturas e anodos de sacrifício. 2

15

Existem meios de retardar a corrosão como a utilização de camadas

protetoras nos materiais como tintas, galvanização, anodos de sacrifício,

etc.

4

16 Sim. Pode se proteger o metal com uma camada de zinco, assim o zinco

será afetado pela corrosão, protegendo o metal principal. 2

17

Sim. Através de estratégias como a utilização de metais de

sacrifício,processo de galvanização, revestir com tintas protetoras e

proteção anódica por exemplo.

4

18 Sim. Por exemplo, a galvanização, ou seja, uma espécie de pintura

protetora do metal, o uso de um metal de sacrifício que oxida mais rápido. 2

19 Sim. Usando uma proteção, até mesmo um outro material que seja mais

corrosivo. 2

20

Existem maneiras de reduzir o processo de corrosão nos materiais, como

por exemplo, o uso de tintas anticorrosivas, a galvanização, uso de anodos

de sacrifício.

3

21 Pode se reduzir utilizando pinturas, metais de sacrifício, barras com

metais mais fáceis de oxidar, etc. 3

22 Sim, utilizando um bloqueio entre o material e o ar, como pinturas e

usando materiais de sacrifício. 3

23

Sim, tem como minimizar o efeito. Usando camadas que protegem o

material de entrar em contato com o ambiente como tintas e galvanização.

Usando materiais de sacrifício como anodos.

4

24 Passar tinta ou outros produtos anti-corrosivos. 1

3- O meio (solução) em que o material se encontra interfere no

processo de corrosão? Explique. Nota

1 Sim, pois quanto maior for o nível de oxigênio e sais na solução, maior

será a corrosão sofrida pelo material 3

2

Interfere, pois o meio pode conter agentes que reagem com o metal

fazendo com que corroa. A água do ar, a salinidade e temperatura no

ambiente aceleram a corrosão.

4

3 Sim. Se estiver na presença de um ácido ou vinagre por exemplo. 1

4 Sim, pois existem meios aquosos onde a presença de oxigênio é maior ou

menor, o que acaba interferindo no processo de corrosão 2

5 Sim, alguns meios que são estáveis e não liberam oxigênio para o 0

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material e outros.

6 Sim. Pois se na solução tiver muito oxigênio e salinidade, o material fica

sujeito a oxidar. 3

7 Sim. Há compostos que reagem mais em meio aquoso. 1

8 Sim. Há meios em que o processo de corrosão acontece mais rápido. 0

9 Sim. Pois os meios podem conter substâncias que podem retardar ou

acelerar o processo. 2

10

Sim. Por exemplo o experimento feito com o becker com vinagre, um

com água, só o pedaço de palha de aço que estava no becker com vinagre

sofreu corrosão.

1

11

Sim , num meio onde há maior quantidade de água, como em áreas

próximas a regiões litorâneas com umidade elevada com maresia, há mais

chances de ocorrer corrosão porque o fato da água contem oxigênio ajuda

neste processo.

3

12

Sim pois devido as substâncias existentes no meio, podem reagir ou não

para voltar ao estado natural em que a substância que encontrava. O meio

tendo água e oxigênio, o metal é corroído.

3

13 Sim. Porque se a solução oferecer umidade e oxigênio necessário, o

material em contato sofre corrosão. A salinidade ajuda a acelerar. 4

14 Sim, a solução pode facilitar ou dificultar a reação entre o material e o

oxigênio. 0

15 Sim, pois em um meio que apresenta salinização e água, neste local a

oxidação do material será acelerada devido ao sal presente no meio. 3

16 Sim, porque em certas situações, nessas soluções existem moléculas de

oxigênio livres e prontas para reagir com o material a ser oxidado. 2

17 Sim, pois o material pode ter tudo para oxidar, mas se o meio não for

propício, ou seja, não facilitar, o processo não ocorrerá. 1

18

Sim, porque existem meios que possuem alta umidade, grande quantidade

de oxigênio, salinidade e alta temperatura, o que ajuda a acelerar a

corrosão nos materiais.

4

19

Sim, por exemplo se colocarmos um pedaço de palha de aço em um copo

com água, a corrosão acontecerá de forma mais lenta do que se

colocarmos o mesmo pedaço em um copo com vinagre.

2

20 Sim, pois naquele meio pode ter um material que propicie a reação. 0

21

Sim, alguns meios podem ter grande concentração de oxigênio, umidade e

salinidade, o que é necessário para que ocorra o processo de corrosão.

Ambientes com pouco oxigênio, umidade e sais, o corrosão é lenta.

4

22

Sim, porque o material pode estar em uma solução que acelere sua

corrosão. Além de conter água que acelera a corrosão, pode conter

salinidade, muito oxigênio dissolvido, etc.

4

23 Sim, pois é preciso um meio propício para a corrosão ocorrer como a

água e oxigênio. 3

24 Sim, pois a salinidade e alta concentração de oxigênio influenciam na

corrosão acelerando a reação. 4

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4- A atmosfera em que o material se encontra interfere no processo de

corrosão? Explique. Nota

1

Sim. Se a atmosfera for muito oxigenada, bastante úmida e conter alta

salinidade, interfere na corrosão que será maior que uma atmosfera com

baixa presença de oxigênio, água e sais.

4

2 Não sei. 0

3 Sim. Se ele estiver em um ambiente com grande presença de oxigênio e

umidade, a corrosão irá ocorrer mais rapidamente. 3

4 Sim, em atmosfera com maior concentração de oxigênio ocorre maior

corrosão e vice-versa. 2

5 Sim. 1

6 Sim. Como na solução, se a atmosfera for muito umida e com muito

oxigênio e sais, como no litoral das praias, a corrosão ocorre bem rápido. 4

7 Interfere sim. 1

8

Sim, pois em ambientes em contato com água, por exemplo, os metais

sofrem corrosão mais rápido. Em locais com maresia também por causa da

salinidade , metais em locais praianos tendem a oxidar mais rápido.

3

9 Sim. A umidade do ar interfere. 2

10

Sim, pois o oxigênio contido nessa atmosfera será responsável pelas

reações químicas e pelo processo de corrosão, junto com a umidade. A

presença de salinidade também acelera a corrosão

3

11

Sim. Atmosfera muito úmida e com muito oxigênio permite que ocorra

maior índice de corrosão. Em locais de praia a maresia aumenta a

velocidade da reação.

4

12

Sim. A presença de água na atmosfera de áreas litorâneas e a maresia faz

que haja interferência no processo de corrosão, corroendo metais mais

rápido.

3

13 Sim, pois quanto mais substâncias que reagem com o material tiver na

atmosfera, mais rápida ocorre a corrosão. 2

14 Sim, pois quanto mais rica em oxigênio for a atmosfera, mais propícia a

corrosão será. 1

15 Sim, uma maior umidade, salinidade e temperatura aceleram a reação de

corrosão. 3

16 Sim. Como a maresia nas praias, ela acelera a corrosão. 1

17 Sim. Existem meios propícios para que ocorra essa corrosão, como por

exemplo, a maresia que fica exposta uma casa de praia. 2

18 Sim, pois uma atmosfera com mais oxigênio e água (úmida) é mais

propensa a corroer do que uma que apresente baixa concentração. 3

19 Sim, pois uma região pode ser mais salina e úmida que a outra,

influenciando no processo. 2

20

Sim, materiais que se encontram em regiões praianas estão mais propícios

a sofrerem corrosão do que materiais que se encontram nas cidades, devido

a ação da maresia.

2

21 Sim, a atmosfera litorânea por exemplo, devido a maresia que é a presença

de sais no ar. Essa maresia acelera o processo de corrosão do metal. 2

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22 Interfere. Porque existem substâncis na atmosfera que auxilia na oxidação

da matéria, como a umidade e o oxigênio. 3

23 Sim, a umidade do ar ajuda na oxidação do metal exposto. 2

24 Sim. Todo material exposto sem proteção na atmosfera esta sujeito a

corroer se o ar for úmido e muito oxigenado. 3

5- Como você explica a corrosão da lata de alumínio? Nota

1 Não lembro. 0

2 A lata corroeu porque ouve reação na fissura que deixou o alumínio

exposto. Onde formou óxido de cobre. 2

3 Pois o sulfato de cobre acelera a corrosão devido a sua composição. 0

4

Quando a lata sofre fissura, o alumínio ficou exposto e reagiu com o sulfato

de cobre. Depois da reação de oxi-redução, formou óxido de cobre em cima

das fissuras da lata. O alumínio foi para a soluação.

0

5

O alumínio ficou sem proteção então em contato com a solução de sulfato

de cobre, eles oxi-reduziram, formando o produto óxido de cobre no final.

Deixando a latinha mais frágil e corroída.

4

6 Houve reação entre o alumínio exposto e a solução, formando óxido. 1

7 Não sei. 0

8 Houve reação de oxi-redução, o alumínio reagiu com o sulfato de cobre e

formou óxido de cobre. 3

9 O alumínio que ficou exposto reagiu com a solução, formando óxido. 2

10 Não sei. 0

11 O alumínio ficou exposto e em contato com o sulfato de cobre ele reagiu. 2

12 A corrosão na lata de alumínio ocorreu devido ao elemento alumínio

exposto reagir com a solução de sulfato de cobre, formando cobre metálico. 3

13

Não deve consumir latas amassadas porque o alumínio fica desprotegido e a

reação com a solução contamina o alimento. Na reação formou-se óxido de

cobre.

3

14 Pela reação de oxi-redução, onde se formou um material alaranjado que era

o óxido de cobre. 2

15 Ao danificar a lata a solução entrou em contato com o alumínio e eles se

reagiram fazendo com que formasse óxido de cobre. 4

16 Houve reação de oxi-redução entre o alumínio da lata e o sulfato de cobre

da reação. Formando um óxido no final. 3

17 A camada protetora da lata foi danificada, o sulfato de cobre e o alumínio

tiveram reação de oxi-redução, na fissura formou óxido de cobre. 4

18 A lata sofreu uma fissura, portanto o alumínio da lata ficou exposto em

contato com a solução que reagiu e formou o óxido de cobre. 4

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19 O alumínio exposto reagiu com o sulfato de cobre. O cobre se oxidou,

retornando ao seu estado original encontrado na natureza. 2

20

O sulfato de cobre faz com que a corrosão ocorra de forma muito mais

rápida, tornando visível no mesmo momento em que ambos são colocados

no mesmo recipiente.

0

21 Ocorre a reação do alumínio e o ferro com o cobre formando sulfato de

ferro e de alumínio. 0

22 O alumínio em contato com a solução sofreu reação de oxi-redução,

corroendo a lata. 2

23

Provou que não devemos consumir latas amassadas porque a fissura

desprotegeu o alumínio que reagiu com a solução dentro da lata, no final

formou um óxido que recobriu a fissura da lata, óxido de cobre.

4

24

Houve reação de oxi-redução do alumínio presente na fissura da lata com o

sulfato de cobre, que teve como produto a substância alaranjada que é o

óxido de cobre.

3