ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16...

99
13 FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG SAULO JANUÁRIO PEREIRA ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA E MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIAS MÚSCULOESQUELÉTICAS. CASCAVEL

Transcript of ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16...

Page 1: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

13

FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG

SAULO JANUÁRIO PEREIRA

ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANA AVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO

DEALUNOSQUE INGRESSAMNASACADEMIASDEGINÁSTICA E

MUSCULAÇÃOCOM PATOLOGIASMÚSCULOESQUELÉTICAS.

CASCAVEL

Page 2: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

14

2005

SAULO JANUÁRIO PEREIRA

ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANA AVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO

DEALUNOSQUE INGRESSAMNASACADEMIASDEGINÁSTICA E

MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIASMÚSCULOESQUELÉTICAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoCurso de Graduação em Fisioterapia, comorequisito para obtenção do título de Bacharel emFisioterapia da Faculdade Assis Gurgacz - FAG.

Orientador:Prof.Esp.Mário J. Rezende.

Page 3: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

15

Cascavel2005

SAULO JANUÁRIO PEREIRA

ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANA AVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO

DEALUNOSQUE INGRESSAMNASACADEMIASDEGINÁSTICA E

MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIASMÚSCULOESQUELÉTICAS

Trabalho apresentado à Banca Avaliadora como requisitopara a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia daFaculdade Assis Gurgacz – Fag de Cascavel.

BANCA AVALIADORA

_________________________________

Orientador: Prof. Esp. Mario José de Rezende

__________________________________

Prof. Esp.Rodrigo Jucá

__________________________________

Prof. Esp.Alexandre Badke

Page 4: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

16

A Deus e a minha mãe Maria (in memoriam),

pois, acredito que eles tenham uma participaçãoimportante.

À minha família, pois, contribuíram para arealização deste trabalho.

A minha namorada Marcela, que amo e muito meapoiou

Aos professores, que demonstraram muitoconhecimento ao longo do curso.

Ao orientador, pela sabedoria na orientação

e por sua amizade dispensada.

E a minha filha Sara, que com seu amor memanteve sempre motivado em busca da formação.

Page 5: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

17

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por tudo que sou e tenho. Sua presença durante esta caminhada

acadêmica.

Aos meus familiares aos verdadeiros amigos, ao apoio de todos conhecidos.

Aos alunos da academia que sempre me admiraram na busca desta formação.

Aos meus colegas de estágio(Bruno,Silmara,Danielle,Cristiane e Hudimara), que

neste um ano e meio de convivência, compartilhamos momentos inesquecíveis.

A minha namorada Marcela, que nos momentos difíceis os quais enfrentei, esteve

sempre presente como uma parceira e companheira de todas as horas.

Ao meu orientador Professor Mario Rezende por ter acreditado na realização deste

trabalho e por sua dedicação e paciência.

Em especial a minha Mãe Maria do Carmo Pereira, que mesmo longe, junto aos anjos

esteve presente em meus pensamentos, de onde retirei energia para enfrentar esta jornada.

Page 6: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

18

“Em contrapartida, solicitamos dos homens, sobretudo em se tratando

de uma tão grandiosa restauração do saber e da ciência, que todo aquele

que se dispuser a formar ou emitir opiniões a respeito do nosso trabalho , quer

partindo de seus próprios recursos, da turba de autoridades, quer por meio de

demonstrações (que adquiriram agora a força das leis civis),

não se disponha a fazê-lo

de passagem e de maneira leviana.

Mas que, antes, se inteire bem do nosso tema; a seguir, procure acompanhar

tudo o que descrevemos e tudo a que recorremos;

procure habituar-se à complexidade das coisas,

tal como é revelada pela experiência;

procure, enfim,

eliminar, com serenidade e paciência, os hábitos pervertidos,

já profundamente arraigados na mente.

Aí então, tendo começado o pleno domínio de si mesmo,

Page 7: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

19

querendo,

procure fazer uso de seu próprio juízo.”

(BACON, 1979, p.9)

Page 8: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

20

RESUMO

Em academias de musculação e ginástica, os alunos frequentemente referem dor, tanto antesquanto após a atividade física. Sendo agravada pelo exercício físico. Dores oriundas depatologias pré-existentes ou não, sendo necessário o uso de medicamentos para conte-las; damesma forma as inflamações ou até a interrupção prematura da atividade física. Paraminimizar o número destes casos presentes nas academias, o presente trabalho propõe oatendimento de saúde interdisciplinar, nas academias, pois com diferentes profissionaistrabalhando juntos é possível obter um atendimento de alta qualidade e funcionalidade aospraticantes portadores de algum tipo de patologia musculoesquelética. Esta é uma pesquisaexploratória e bibliográfica, que utilizou como instrumento de coleta de dados, umquestionário estruturado, aplicado através de entrevista individual. A pesquisa abordousituações simples, mas de desconhecimento dos praticantes de exercícios bem como doeducador físico. Com os resultados obtidos, observou-se a necessidade da união dofisioterapeuta e educador físico no ambiente de academias. Os principais resultados dainvestigação identificam que, grande parte dos praticantes dos exercícios não possui muitasinformações a respeito dos diversos fatores pesquisados, assumindo a sua posição deindivíduos não conscientes da fragilidade do corpo humano. Demonstra também, anecessidade da produção e da incorporação interdisciplinar dos profissionais de área noprocesso de desenvolvimento das atividades físicas, para minimizar os problemas ocasionadosaos praticantes. Os resultados obtidos confirmam a necessidade desta conciliação e o desejodos profissionais e dos freqüentadores.

Palavras-Chaves: fisioterapeuta, academia,patologias, educador físico.

\

Page 9: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

21

ABSTRACT

In academies of bodybuilding and gymnastics, the trainees usually refer to pain, bothbefore and after the physical activity, being the later increasead by the physical exercise. Topain resulting from pre-existent pathologies or not, is necessary the using of medicines tocontain them in the same way as inflammations or even the premature interruption of physicalactivity. To minimize the number of cases this work suggests the interdisciplinary health care,in the academies, because with several professional working together, is possible to obtain ahigh quality attendment and funcionality to the trainees that have some kind of mucleskeletalpathology. This is a exploratory and bibliografical research, that used as data colecting tool,an estructured quiz, applied through individual interview. The research will abord simplesituations, which are unknown to the trainees as well to the trainer. With the result of thecollected data, were observed the need to the union of physiotherapist and trainer in theacademic environment. The main results of the investigation identify that, the greatest part oftrainees don´t have much information regarding to the several appointed factors, expressingan opinion that makes sure the lack of knowledge about the matter, assuming the position ofnon conscient individuals about the fragility of the human body. Appoints, also the necessityo production and interdisciplinar incorporation of the professionals of area in the productionand development of physical activities, to minimize the incrising of problems produced to thetrainees. The obtained results make sure the necessity of this conciliation and confirm thedesire of professionals and attenders, situation that is a reality in other countries.

Keywords:Physiotherapist,Academy,Pathologies,Trainers

Page 10: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

22

LISTA DE ILUSTRÇÕES

Ilustração 01 - Teste Tendinite Supra-espinhoso……………………….......................29

Ilustração 02- Teste de Coçar de Apley .........................................................................30

Ilustração 03 - Teste de Apertar o Botão ....................................................................... 31

Ilustração 04 - Teste de Dawbarn ................................................................................. 31

Ilustração 05 - Teste de Dawbarn ................................................................................. 31

Ilustração 06 - Teste de Cozen .......................................................................................32

Ilustração 07 - Teste de Cozen ...................................................................................... 32

Ilustração 08 - Sinal de Tínel ........................................................................................ 33

Ilustração 09 - Triagem da Escoliose (Posição de Adam) ............................................. 34

Ilustração 10 - Teste de Instabilidade Segmentar .......................................................... 35

Ilustração 11 - Teste de Instabilidade Segmentar .......................................................... 35

Ilustração 12 - Teste do Piriforme ................................................................................. 36

Ilustração 13 - Teste de Laségue ................................................................................... 37

Ilustração 14 - Teste de Laségue ................................................................................... 37

Ilustração 15 - Teste do Balanço Pélvico ...................................................................... 38

Ilustração 16 - Teste do Flamingo ................................................................................. 40

Ilustração 17 - Teste do Flamingo ................................................................................. 40

Tabela 3.1 - Escala de dor de Magee ............................................................................ 50

Tabela 5.1- Resumo Das Patologais Encontradas dos Procedimentos e ResultadosObtidos Após Analise dos Dados............................................................... 74

Tabela 5.2 – Resultados do Exame Físico ..................................................................... 76

Tabela 5.3- Cuidados Basicos Ao Prescrever Exercicios Físicos Aos Futuros AlunosPortadores De Patologias Musculoesqueléticas ......................................... 78

Gráfico 1- Modalidades em porcentagem mais procuradas nas academias ................. 69

Gráfico 2- Objetivos mais almejados com a pratica de atividades em academias em

porcentagem (ambos os sexos) .....................................................................70

Page 11: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

23

Gráfico 3-Porcentagem de pesquisados quanto a pratica de outra atividade física fora

das academias ............................................................................................... 70

Gráfico 4- Porcentagem de pesquisados que somente apresentam uma só patologia ..71

Gráfico 5- Porcentagem de pesquisados que procurarão o médico com relação a

patologia apresentada .................................................................................. 71

Gráfico 6 – Porcentagem de pesquisados que apresentaram agnóstico médico e/ouexames complementares ............................................................................ 72

Gráfico 7-Porcentagem de pesquisados que já apresentavam a patologia antes da

prática de atividade física nas academias ..................................................... 72

Gráfico 8-Porcentagem de pesquisados que estão realisando ou ja realizarão algum

tipo de atendimento Fisioterapêutico ............................................................ 73

Gráfico 9 - Porcentagem de pesquisados que sentem dor relacionada a patologia

pré-existente,segundo escala de dor de MAGEE(2005)............................. 73

Gráfico 10- Porcentagem de pesquisados que sofrem de alguma limitação na

realizaçãode alguma atividade ................................................................... 74

Page 12: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

24

LISTA DE ABREVIATURAS

ADM Amplitude de Movimento

MMII Membros Inferiores

MMSS Membros Superiores

IMC Índice de Massa Corporal

D Direita

E Esquerda

Page 13: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

25

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13

1 FUNDAMENTACO TEORICA .............................................................................. 15

1.1 Músculo.................................................................................................................... 15

1.1.1 Sistema Esquelético .............................................................................................. 15

1.1.2. Cartilagem ........................................................................................................... 16

1.1.3 Ligamentos ........................................................................................................... 17

1.1.4 Músculo Esquelético: Estrutura e Função ............................................................ 19

1.1.5 Tendões ................................................................................................................. 21

1.1.6 Sinóvia e Bursas ................................................................................................... 23

1.1.7 Fáscias .................................................................................................................. 24

1.1.8 Articulações ...........................................................................................................25

1.1.9 Avaliação Músculoesquelética ............................................................................. 26

1.1.10 Testes Ortopédicos ............................................................................................. 28

1.1.11 Diagnóstico por Imagem .....................................................................................40

1.2 Atividade Física e Saúde ........................................................................................ 40

1.2.1 Benefícios da atividade física ................................................................................43

1.2.2 Musculação ...........................................................................................................44

1.2.3 Ginástica ............................................................................................................. 47

1.2.4 Treinamento Físico versus Especificidade ......................................................... 48

1.2.5 Exercício que Reabilitam .......................................................................................46

1.3 Patologias do Sistema Musculoesquelético ...........................................................49

1.3.1 Dor ........................................................................................................................ 49

Page 14: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

26

1.3.2 Dados da Organização Mundial da Saúde ............................................................ 50

1.3.3 Problemas músculoesqueléticos ........................................................................... 51

1.3.4 Algumas patologias musculoesqueléticas ........................................................... 52

1.3.5 Distúrbios Metabólicos e Endócrinos ................................................................... 61

4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 67

5 RESULTADOS ......................................................................................................... 69

6 DISCUSSÃO ............................................................................................................. 80

7 CONCLUSAO ........................................................................................................... 83

8 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 85

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................ 87

APENDICE 1 – QUESTIONARIO DA PESQUISA ................................................ 88

APENDICE 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO ................................................. 90

APÊNDICE 3 – ÀS ACADEMIDAS .......................................................................... 91

APENDICE 4 – FICHA DE AVALIACAO FISIOTERAPÊUTICA ..................... 92

Page 15: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

27

Page 16: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

28

INTRODUÇÃO

Sempre que alguém sente dores na coluna, torce o tornozelo ou tem problemas no

joelho, rapidamente lembra-se do fisioterapeuta. A função deste profissional, no entanto, vai

muito além desses problemas cotidianos.

O movimento humano e suas disfunções são os objetos de estudo da Fisioterapia. O

profissional que atua na área da reabilitação física dos indivíduos garante-lhes qualidade de

vida e re-inserção social. Na busca pela reabilitação dos pacientes, o fisioterapeuta utiliza de

vários recursos tais como: exercícios (cinesioterapia), eletrotermofototerapia e massagens

(massoterapia). No Brasil, à algum tempo, as atividades físicas em academias vêm

aumentando de forma surpreendente colocando o país em 4º lugar em número de academias e

3º lugar em número de praticantes. Segundo MOURA, (2002), a crescente busca dos

estudiosos em aprofundar conhecimentos nessa área e esclarecer questões polêmicas deve-se

em parte a incessantes buscas pela prática de academias. Entre as modalidades mais

procuradas atualmente temos a musculação e a ginástica.

Com isso, aqueles que optam por esta forma de exercício físico esperam, e devem

receber uma orientação adequada por parte dos profissionais que atuam na área. Alguns

autores (MOURA, 2002), concordam que os objetivos desejados pelos alunos levam a procura

destas modalidades. Existem os que optam pela modalidade com fins estéticos, com

finalidade de melhorar a estética corporal, bem como há indivíduos que buscam uma melhora

na qualidade de vida. Entretanto, para que os objetivos dos indivíduos praticantes sejam

alcançados de maneira segura e eficaz, principalmente os que já são portadores de alguma

patologia musculoesquelética, alguns aspectos devem ser levados em consideração. Estes

Page 17: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

29

alunos já possuem uma patologia pré-existente e se esta não tiver um diagnóstico correto,

seguindo um plano de treinamento que envolva avaliação e controle fisioterapeuticos, podem

ser agravadas pela prática indiscriminada de exercícios inadequados para aquele paciente

levando até a uma piora do quadro.

Sendo assim com intuito de aprimorar o atendimento aos alunos, esta pesquisa vem de

encontro às novas propostas de atendimento de saúde interdisciplinar, tentando unir

fisioterapeuta e educador físico. Estes diferentes profissionais, trabalhando juntos poderão

alcançar um atendimento de alta qualidade e funcionalidade no ambiente das academias.

Situação de desejo dos profissionais e dos freqüentadores, já realidade em outros países. No

entanto, com o crescimento do número de praticantes de academia no país e a fisioterapia se

expandindo por várias áreas, são necessárias pesquisas para demonstrar através de dados

científicos o quanto é importante e necessário esta união.

Com finalidade de contribuir no campo da pesquisa, este trabalho apresenta dados que

fundamentam e acrescentam informações a outros estudos da área.

Page 18: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

30

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Músculo

1.1.1 Sistema Esquelético

O sistema esquelético é tão essencial à vida, quanto qualquer outro sistema orgânico,

pois desempenha um papel imprescindível na homeostase mineral, abriga os elementos

hematopoiéticos, oferece sustentação mecânica aos movimentos e protege e determina os

atributos do tamanho e forma corporais.

O sistema esquelético é composto de 206 ossos que variam em tamanho e forma(tubular, plano, cubóide), e esta diversidade é um exemplo de como a forma reflete afunção. Os ossos são interconectados por uma variedade de articulações quepermitem uma extensa gama de movimento e, ao mesmo tempo, garantem aestabilidade (APPLEY, 2002).

O osso é um tipo de tecido conjuntivo, sendo singular porque é um dos poucos tecidos

que normalmente se mineralizam. Bioquimicamente, é definido por uma mistura especial de

matriz orgânica (35%) e elementos inorgânicos (65%). O componente inorgânico,

hidroxiapatita de cálcio, é o mineral que confere força e resistência aos ossos, sendo o

armazém de 99% do cálcio corporal, 85% do fósforo corporal e 65% do sódio e magnésio

corporais (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).

Para Appley (2002), o processo envolve o desencadeamento e a indução de

mineralização pela matriz orgânica e é estreitamente regulado por numerosos fatores, muitos

dos quais ainda desconhecidos. A taxa de mineralização varia, mas normalmente a um tempo

de retardo de 12 a 15 dias entre a formação da matriz e sua mineralização. Segundo o mesmo

autor o osso que não está mineralizado é conhecido como osteóide.

Page 19: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

31

1.1.2. Cartilagem

A cartilagem é um tecido conjuntivo com jeito de células (condroblastos e

condrócitos) que produz uma matriz extracelular de proteoglicanos e de fibras colágenas com

um alto teor hídrico. A resistência tênsil da cartilagem é fornecida pelo componente colágeno.

Sua resistência à compressão é dada pela capacidade do proteoglicano em atrair e manter a

água. Os tipos de cartilagem incluem a cartilagem articular ou hialina; a fibrocartilagem, que

existe nos locais de inserção de ligamentos, nos tendões e nos ossos; a cartilagem

fibroelástica, encontrada nos meniscos e nos discos intervertebrais; e a cartilagem da placa de

crescimento, localizada na epífise de ossos imaturos (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).

Com o passar da idade, a cartilagem tende a decrescer no seu conteúdo hídrico e a aumentar

as ligações cruzadas entre as moléculas de colágeno. O resultado é que o tecido cartilaginoso

se torna mais quebradiço, menos maleável e menos capaz de resistir a cargas tênseis,

torsionais e compressivas. Assim, a cartilagem torna-se mais vulnerável á lesões com a idade.

(FRONTERA et al, 2001).

Para o mesmo autor acima citado, a cartilagem articular reveste os espaços nas

articulações sinoviais. Está ligada ao osso subjacente por uma interdigitação complexa,

análoga à de um quebra-cabeça. A regeneração dessas cartilagem são bastante lenta e

inconsistente em termos de restauração da integridade articular. Pode ser substituída por uma

fibrocartilagem menos eficiente mecanicamente após a ocorrência de lesões. Não há vasos

sanguíneos dentro da cartilagem articular, e a nutrição está somente na dependência da carga e

descarga da articulação, o que permite que nutrientes hidrossolúveis e produtos eliminados

entrem e saiam da matriz cartilaginosa por uma camada de superfícies porosa.

Page 20: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

32

A cartilagem fibroelástica do disco intervertebral permite um movimento mínimo

entre as vértebras adjacentes, ao mesmo tempo em que provê absorção a choques. Por causa

da orientação das fibras, elas são mais vulneráveis a flexão e a forças rotacionais. A

cartilagem fibroelástica está também presente nos meniscos do joelho. Nesse caso, ela

funciona não apenas para absorver choques, mas também para aumentar a área de superfície

articular funcional, proporcionando, assim, estabilidade extra. Por causa de seu conteúdo de

elastina, a cartilagem fibroelástica é resistente e capaz de retornar ao seu formato anterior

após uma deformação, afirma FRONTERA et al (2001).

1.1.3 Ligamentos

O autor Appley (2002) afirma que os ligamentos são os estabilizadores estáticos das

articulações que conectam ossos á ossos. Os ligamentos e as outras estruturas capsulares da

articulação são feitos de tecido conjuntivo denso e organizado. Os ligamentos contêm

colágeno e uma quantidade variável de elastina. O colágeno fornece força tênsil aos

ligamentos e a elastina provê elasticidade. As fibras de colágeno estão arranjadas mais ou

menos paralelas às forças contra as quais o ligamento deve resistir. A maioria dos ligamentos

e dos tecidos capsulares penetra no osso como uma progressão a partir de fibras colágenas

para fibrocartilagem, desta para a cartilagem calcificada e, então, finalmente para o osso.

Ainda segundo Appley et al (2002) alguns ligamentos (e tendões) prendem-se

primeiro ao periósteo, que então se liga ao osso. O local de falência do ligamento é uma

Page 21: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

33

função da carga que ela experimenta. Os ligamentos resistem mais a uma carga lenta do que a

uma rápida. Assim, a carga rápida pode produzir uma lesão intraligamentar, enquanto um

padrão de carga mais lenta criará lesões no nível ou perto da interface osso-ligamento. Para

Herbert & Xavier (2003), a elastina é uma proteína que permite a ocorrência de recuo elástico

em um tecido. Alguns ligamentos, como o ligamento cruzado do joelho, contêm pouca

elastina. Outros ligamentos, como o ligamento amarelo da coluna, contêm grandes

quantidades de elastina. Pelo fato de conter mais colágeno que elastina, o ligamento cruzado

pode resistir a cargas tênseis com pouco alongamento. Dessa forma, o ligamento cruzado

anterior serve bem ao joelho como uma estrutura de estabilização. Por outro lado, o ligamento

amarelo da coluna, sendo composto principalmente de elastina e com pouco colágeno, pode

ser bastante estirado antes de romper, mas pode resistir somente a cargas tensionadas bastante

fracas. Ainda segundo o mesmo autor os ligamentos funcionam para limitar o movimento

articular e para guiar os ossos ao se moverem. Em geral apresentam uma estrutura interna

dupla, de forma que podem estabilizar a articulação em ambos os extremos do movimento. Os

ligamentos são mais frouxos na porção média do movimento articular.

Para Appley (2002), os ligamentos têm pouca vascularização, assim cicatrizam

precariamente. Entretanto, eles apresentam inervação, que pode ser útil para quantificar a

gravidade de uma dada lesão ligamentar. Quando a integridade estrutural de um ligamento

estiver comprometida por completo (entorse grau III), relativamente pouca dor é produzida ao

se tentar estirar o ligamento machucado de forma passiva. Isso ocorre porque nenhuma carga

tensional pode ser criada por meio de um ligamento completamente rompido. Entretanto, em

uma ruptura parcial menos grave (entorse grau I), uma dor “severa” e intensa será produzida

quando a tensão for aplicada através da estrutura lesada. Ainda segundo o mesmo autor esse

padrão doloroso paradoxal (menos dor é igual a uma entorse mais grave) pode ser um indício

Page 22: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

34

diagnóstico significativo, obtido durante o exame físico de um ligamento recentemente

lesado. Isso também tem uma importância decisiva na definição do prognóstico do paciente e

na determinação de um plano de tratamento.

1.1.4 Músculo Esquelético: Estrutura e Função

O movimento humano depende da transformação da energia química do trifosfato de

adenosina (ATP) em energia mecânica através da contração dos músculos esqueléticos.

Segundo Gould III (1993) as forças musculares que agem sobre o sistema de alavancas ósseas

do corpo fazem com que um ou mais ossos se movimentem ao redor de seu eixo articular, isso

permite a uma pessoa impulsionar um objeto, movimentar o próprio corpo ou realizar essas

duas ações simultaneamente.

Para Gould III (1993) cada fibra muscular é envolta e separada das fibras vizinhas por

delicada camada de tecido conjuntivo que recebe a designação de endomísio. Outra camada

de tecido conjuntivo, o perimísio, circunda um feixe de até 150 fibras denominado fascícula.

Circundando todo o músculo existe uma fáscia de tecido conjuntivo fibroso conhecida como

epimísio. Essa bainha protetora se afunila em sua extremidade distal, ao misturar-se e unir-se

às bainhas do tecido intramuscular para formar o denso e resistente tecido conjuntivo dos

tendões. Os tendões unem ambas as extremidades do músculo à cobertura mais extrema do

esqueleto (o periósteo).

Segundo Herbert et al (2003), os tecidos do tendão estão entrelaçados com as fibras

colágenas dentro do osso. Isso forma uma poderosa conexão entre o músculo e o osso, cuja

Page 23: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

35

separação é extremamente difícil, exceto durante um estresse intenso, quando então pode ser

seccionada ou literalmente arrancada do osso. Quando o tendão se fixa na extremidade de um

osso longo, este se adapta ampliando essa extremidade a fim de produzir uma união estável.

Dependendo do tamanho do osso, esse crescimento excessivo recebe a designação de

tubérculo, tuberosidade ou trocanter. A força da contração muscular é transmitida diretamente

da couraça de tecido conjuntivo do músculo para os tendões, que por sua vez exercem tração

sobre os ossos em seus pontos de inserção. A força exercida nas inserções tendinosas em

várias condições de esforço muscular varia de aproximadamente 20 a 50 newtons (195Kg a

487Kg) por cm2 de área em corte transversal. A região na qual o tendão alcança uma parte

esquelética relativamente estável é a origem do músculo; o ponto de fixação distal ao osso

móvel é a inserção.

Por debaixo do endomísio e circundando cada fibra muscular existe o sarcolema. Esta

membrana fina e elástica envolve o conteúdo celular da fibra. É formada por uma membrana

plasmática (plasmalema) e uma membrana basal. A membrana plasmática é uma estrutura

lipídica de duas camadas cuja principal função consiste em conduzir a onda eletroquímica de

despolarização sobre a superfície da fibra muscular. Essa membrana possui também a

propriedade de isolar uma fibra das outras durante o processo de despolarização. A membrana

basal contém proteínas e filamentos de fibrilas colágenas existentes na cobertura externa do

tendão. Entre a membrana basal e a membrana plasmática existem células satélites, que

desempenham uma importante função no crescimento celular regenerativo e na recuperação

após lesão. O protoplasma aquoso da fibra, ou sarcoplasma, contém enzimas, partículas de

gordura e de glicogênio, os núcleos (aproximadamente 250 por milímetro de o comprimento

da fibra), as mitocôndrias e várias outras organelas especializadas. Dentro do sarcolema fica

embutida uma extensa rede longitudinal interligada de canais tubulares e vesículas,

Page 24: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

36

conhecidos como o retículo sarcoplásmico. Este sistema altamente especializado confere à

célula integridade estrutural e permite a propagação rápida da onda de despolarização da

superfície externa da fibra para o meio ambiente interno, a fim de iniciar a contração muscular

(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).

1.1.5 Tendões

São estruturas intermediárias entre o músculo e o osso, portanto, atuantes no

movimento. Segundo JUNQUEIRA & CARNEIRO (1999) o tendão é constituído por

fibroblastos e intermediado por fibras colágenas (30%), por fibras elásticas (2%) e o restante

por água. São estruturas aparentemente vascularizadas, mas suficientemente nutridas para

promover o processo reparativo. Os pontos de rotura são limitados a determinadas zonas do

tendão, atribuindo-se à hipovascularização a causa desse fenômeno. O estudo experimental da

irrigação intrínseca e extrínseca particular dos tendões tem sido objeto de preocupação. O

trajeto dos tendões em túneis, cujo assoalho é ósseo e o teto é constituído de tecido inelástico,

como fáscias e os retináculos, podem produzir o “efeito-polia”. Esse efeito, no qual os tendões

têm a sua melhor efetividade funcional pode produzir desgaste mecânico pelo atrito.

Coincidentemente, é nessas regiões que ocorre a maior incidência de roturas (GOULD III,

1993).

Ainda segundo Gould III (1993) o processo de reparação é notável e desenvolve-se à

partir de moléculas de colágeno no período de 6 à 14 dias. No início, as fibras são

Page 25: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

37

desordenadas e, mais tarde, tornam-se paralelas às solicitações de tração, apresentando

também ligações cruzadas entre elas. Fica evidente que a movimentação precoce ajuda no

alinhamento das fibras e, dessa forma, melhora mais rapidamente a resistência à tração. Com

base nesse conceito, o período de imobilização prolongada deve ser evitado. Os exercícios de

treinamento durante a idade ativa de jovens e adultos favorecem as forças de tração e as

forças estáticas dos tendões pelo estímulo à síntese de colágeno, ao número e ao tamanho das

fibras e à concentração de enzimas metabólicas. Por outro lado, Appley (2002), afirma que a

inatividade dos idosos promove a senescência, entendida como um processo fisiológico que

inevitavelmente produz alterações degenerativas dos tendões. Embora seja objeto de estudos

histoquímicos, não se tem ainda pleno conhecimento desse processo. É provável que a

redução de enzimas essenciais na formação do colágeno ocorra com a idade, caracterizando a

maior lentidão dos processos reparativos dos tendões. O tecido colágeno torna-se endurecido,

as fibras encurtadas, e os tendões friáveis. A capacidade de suportar pesos e a resistência à

trações têm o máximo desempenho em torno da terceira década e decrescem com a idade.

Durante a ação muscular dos tendões são submetidos a forças de tração edeformação, mas retornam ao seu tamanho original. Essa propriedade viscoelásticafaz o tendão suportar forças de tração maiores que as dos músculos, concluindo-seque não há força de contração muscular capaz de romper um tendão normal(FRONTEIRA,2001).

O autor acima citado proclama que o fenômeno fisiopatológico em resposta aos

esforços de repetição consiste na adaptação da matriz celular a esses estímulos. Uma brusca

sobrecarga ou sobrecargas acumulativas podem quebrar o ciclo de resposta adaptativa e

ocasionar a microrrotura. A partir daí, ocorre degeneração da estrutura, progredindo para a

rotura parcial e, finalmente, secção completa.

Gould III (1993) afirma que os fatores constitucionais, ditos intrínsecos, são

Page 26: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

38

relacionados com o trajeto anatômico, com a função exercida, com o atrito e com as

compressões contra as estruturas adjacentes e com a irrigação peculiar. Os fatores ambientais

relacionados às atividades por esforços de repetição, as doenças sistêmicas, o tabagismo, a

influência dos hormônios, o tipo sangüineo O e a utilização de antibióticos, como as

quinolonas e a ciprofloxacina, têm sido apontados como fatores predisponentes do

comprometimento tendíneo.

Para Appley (2002), do ponto de vista epidemiológico, cada tendão tem prevalência

específica. Dessa forma, é notável a maior incidência de tendinopatias do calcâneo no sexo

masculino contrariamente às tendinopatias do tibial posterior, que acomete as mulheres com

mais freqüência. Além disso, a patologia degenerativa do tendão tibial anterior é

diagnosticada em pacientes do sexo masculino e em idosos, assim como a faixa etária dos 40

aos 50 é a mais suscetível às roturas do tendão do calcâneo. Ainda, considerando-se a

incidência equivalente de tendinopatias dos fibulares, são reconhecidas duas etiopatogenias,

nas quais a maior incidência em homens se deve ao fator traumático e, nas mulheres, aos

processos degenerativos de causas não-traumáticas. As populações de risco são, portanto, as

que exercem atividades com alta demanda dos tendões e as faixas etárias avançadas em

virtude do envelhecimento (APPLEY, 2002).

1.1.6 Sinóvia e Bursas

Segundo Appley (2002) o tecido sinovial fica na parte interna das articulações

Page 27: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

39

sinoviais e dos sacos bursais. Tem duas funções: produzir fluídos lubrificantes e fagocitar

(remover) fragmentos estranhos. A sinóvia é altamente vascularizada e inervada. Assim,

quando traumatizado ou inflamado, o tecido sinovial rapidamente aumenta e produz dor

significativa.

Segundo Herbert et al (2003), os sacos busais servem para reduzir a fricção. Assim,

estão localizados sempre que houver necessidade de movimento em proximidade a estruturas.

Por exemplo, a bursa olecraniana fica entre o processo olecraniano da ulna e a pele sobre a

parte posterior do cotovelo. A bursa subacromial fica entre o arco acromioclavicular acima e

os tendões do manguito rotator por baixo. A inflamação do tecido sinovial ou da bursa por

trauma, por processos inflamatórios ou por materiais estranhos é denominada sinovite ou

bursite.

1.1.7 Fáscias

Segundo Herbert et al (2003), existem três tipos de tecidos fasciais: superficial,

profundo e subseroso. A fáscia é composta de tecido conjuntivo frouxo a denso. A superficial

está sobre a pele. A fáscia profunda esta sob a superficial e também envolve a cabeça, tronco

e membros. A subserosa envolve órgãos no tórax, no abdome e na pelve. A fáscia superficial

contém gordura, vasos sanguíneos e nervos. É de consistência frouxa e muito fina e está

inserida na superfície inferior da pele. Ainda segundo o mesmo autor a fáscia profunda é

densa e resistente e apresenta duas camadas. Envolve regiões do corpo e divide-se para

Page 28: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

40

envolver músculos superficiais como o sartório e o tensor da fáscia lata. O periósteo, o

perimísio e o pericôndrio são todos elementos da camada mais profunda da fáscia profunda, a

qual serve para interconectar diferentes grupos musculares. Sendo contínua, pode prover

tensão em um local distante quando tracionada por músculo em contração. Alguns músculos

originam-se da fáscia, uma pressão anormalmente alta dentro de um compartimento fascial

pode comprometer a função dos nervos e dos vasos sanguíneos que atravessam esse

compartimento. Isso pode resultar em sério comprometimento dos tecidos supridos por esses

nervos e vasos. A fáscia pode, como outros tecidos, experimentar uma reação inflamatória, a

fasceíte. Essa condição pode ser acompanhada por desconforto moderado ou mesmo grave e

por tecido cicatricial. A fibrose pode levar à rigidez e à restrição de movimentos.

1.1.8 Articulações

As articulações são construídas para propiciar movimentos e sustentação mecânica.

Sua anatomia está diretamente relacionada à sua função, e elas são classificadas em sólidas

(não-sinoviais) e cavitárias (sinoviais). As articulações sólidas, conhecidas como sinartroses,

proporcionam integridade estrutural e permitem movimentos mínimos. Não possuem espaço

articular e são agrupadas segundo o tipo de tecido conjuntivo (tecido fibroso ou cartilagem)

que une as extremidades dos ossos; as sinartroses fibrosas incluem as suturas cranianas e as

junções entre as raízes dos dentes e o osso mandibular; as sinartroses cartilaginosas

(sincondroses) são representadas pelas sínfises (manubrioesternal e púbica). As articulações

sinoviais, em contraste, possuem um espaço articular que possibilita uma grande amplitude de

Page 29: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

41

movimentos. Situadas entre as extremidades de ossos formados por ossificação endocondral,

elas são fortalecidas por uma densa cápsula fibrosa reforçada por ligamentos e músculos. O

limite do espaço articular é formado pela membrana sinovial, que está firmemente ancorada à

cápsula subjacente. Seu contorno é liso, exceto próximo à inserção óssea, onde exibe

numerosas pregas vilosas. O revestimento superficial de células cubóides ou sinoviócitos é

disposto em uma a quatro camadas celulares. Essas células não estão presentes sobre as faces

articulares (HEBERT et al 2003).

1.1.9 Avaliação Músculoesquelética

Segundo o autor Magee (2002), para a avaliação de um indivíduo, é importante

realizar um exame sistemático apropriado e minucioso. Um diagnóstico correto depende de

um conhecimento de anatomia funcional, um histórico preciso do paciente, observação

diligente e um exame detalhado. Segundo, Cipriano (1999), para avaliar com precisão as

condições ortopédicas, relacionadas a ortopedia,o avaliador deve possuir uma compreensão

completa dos princípios básicos e biomecânicos, para se compreender a relação entre a

estrutura e função e o papel que ela desempenha na avaliação das disfunções ortopédicas, o

avaliador deve também estar familiarizado com as variações anatômicas e biomecânicas que

podem ser normais para um individuo em particular.

Para Foss e Ketyan (1998), a extensão de qualquer avaliação física depende em parte

da intensidade do programa pretendido e do estado de saúde da pessoa que está sendo

Page 30: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

42

aconselhada Ainda segundo os mesmos autores, antes de se prescrever um programa de

exercícios ,deve se considerar no mínimo, se pessoa que esteja sendo aconselhada esteja

recebendo algum tipo de triagem ou avaliação médica antes de engajar-se nesse exercício.

Roteiro para avaliação segundo SALTER (1999):

Anamnese: com o fim de obter uma história completa e exata, você deve escutar com

discernimento e perguntar com inteligência. Ademais, deve adotar certas atitudes mentais

com relação ao seu paciente. Elas devem incluir um interesse sincero e caloroso por ele,

como um ser humano amigo, além de compaixão, compreensão, paciência e tato.

Queixa principal: é um sintoma central ou grupo de sintomas mais importantes que leva o

paciente a buscar em você ajuda e conselho. As queixas mais relacionadas ao sistema

musculoesquelético são: dor, diminuição da função e aspecto físico.

História da moléstia atual

História moléstia pregressa: é importante obter-se o histórico dos antecedentes

patológicos, lesões traumáticas prévias e tratamentos anteriores relacionados, incluindo

operações. Seu paciente pode ter tendência a atribuir sintomas ou sinais presentes a um

incidente específico, tal como uma doença, trauma ou tratamento prévios, considerando

que você poderá verificar que, e fato, o incidente serviu meramente para voltar a atenção

do paciente para processos preexistentes e que não eram reconhecidos.

Exame físico:Sinais vitais; pressão arterial, pulso, freqüência cardíaca, freqüência

respiratória, temperatura.

a) Inspeção Geral: pele e fâneros

b) Palpação: observa-se a temperatura da pele, pulso, dor provocada, natureza das

Page 31: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

43

tumefações, características da excrescência ou massa, massa muscular, relações anormais

das superfícies articulares.

c) Avaliação da mobilidade articular: avaliar o movimento ativo e passivo, a amplitude

anormal de um movimento articular, tanto ativo quanto passivo, deve ser registrada.

d) Ausculta: Sons precedentes de ossos, articulações ou na ação muscular.

e) Sistema músculo-esquelético: fácies atípica, postura atípica, também avaliamos a presença

de contraturas ou encurtamentos musculares por meio de variadas manobras

propedêuticas,amplitude de movimentos articulares dos vários segmentos do corpo, ativa

ou passiva, força muscular grau 3 é um nível considerado mínimo para a função da

amplitude de movimento avaliado.

f) Reflexos osteotendíneos: Biciptal, patelar, aquileu, através da percussão com o martelo;

g) Exame neurológico: avaliação do sistema motor, do sistema sensorial, dos reflexos

(tendinosos e plantar) e do tônus do esfíncter retal.

h) Diagnóstico por imagem: radiologia diagnóstica convencional e outras modalidades de

obtenção de imagens em seção cruzada como a ultra-sonografia, a tomografia

computadorizada, ressonância magnética...

1.1.10 Testes Ortopédicos

Seguem-se os testes ortopédicos, segundo CIPRIANO (2005).

A) TESTE PARA SUPRA ESPINHOSO:

Page 32: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

44

TESTE TENDINITE SUPRA ESPINHOSO:

Procedimento: com o paciente sentado, instruí-lo para abduzir o braço a 90º como

braço entre abdução e flexão para a frente. Instruir o paciente para abduzir o braço contra

resistência (Ilustração 1).

Fundamentar: resistir à abdução de ombro tensiona principalmente o músculo deltóide

e o músculo e tendão supra-espinhoso. Dor na inserção do tendão supra-espinhoso pode ser

indicadora de tendinite degenerativa do tendão supra-espinhoso ou de um músculo deltóide

distendido.

Ilustração 1 – Teste Tendinite Supra-espinhoso

Fonte: CIPRIANO, 2005

TESTE DE COÇAR DE APLEY

Procedimento: com o paciente sentado, instruí-lo para colocar a mão no lado do ombro

afetado atrás da cabeça e trocar no ângulo superior da escápula oposta. A seguir instruir o

paciente para colocar a mão atrás das costas e tentar tocar no ângulo inferior da escápula

Page 33: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

45

oposta (Ilustração 2).

Fundamento: ao tentar ativamente tocar na área superior e inferior da escápula oposta,

está sendo posta tensão nos tendões do manguito rotador. Exacerbação da dor paciente indica

tendinite degenerativa de um dos tendões do manguito rotador, usualmente o tendão supra-

espinhoso.

Ilustração 2 – Teste de Coçar de Apley

Fonte: CIPRIANO, 2005

B) TESTES ORTOPÉDICOS PARA BURSITE:

TESTE DE APERTAR BOTÃO:

Procedimento: Com o paciente sentado, aplicar pressão à bolsa subacromial

Fundamento: Dor localizada é sugestiva de inflamação da bolsa subacromial, ou

bursite.

Page 34: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

46

Ilustração 3 – Teste de Apertar o Botão

Fonte: CIPRIANO, 2005

TESTE DE DAWBARN

Procedimento: Com o paciente sentado, aplicar pressão imediatamente abaixo do

processo do acrômio no lado que está sendo testado. Observar se há dor espontânea ou à

palpação. A seguir, abduzir o braço do paciente além de 90º com pressão ainda aplicada no

ponto abaixo do acrômio (ilustrações 4 e 5).

Fundamento: o ponto abaixo do acrômio é a porção palpável da bolsa ou bursite.

Quando o braço for abduzido, o músculo deltóide cobrirá aquela área abaixo do acrômio. Ao

cobrir essa área, a pressão sobre a bolsa diminuirá, consequentemente diminuindo a dor à

palpação se inflamação da bolsa estiver presente. Uma diminuição na dor à palpação naquele

ponto é indicadora de bursite subacromial.

Page 35: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

47

Ilustrações 4 e 5- Teste de Dawbarn

Fonte: CIPRIANO, 2005

C) TESTES ORTOPÉDICOS COTOVELO TENISTA

TESTE DE COZEM

Procedimento: com o paciente sentado, estabilizar o antebraço. Instruir o paciente para

fechar o punho e estende-lo. A seguir, forçar o punho estendido para flexão contra resistência

(ilustrações 6 e 7 ).

Fundamento: os tendões que estendem o punho são fixados no epicôndilo lateral. Eles

são o extensor radial curto do carpo, o extensor dos dedos, o extensor do dedo mínimo e o

extensor ulnar do carpo. Se o próprio côndilo ou tendões extensores comuns que se fixam nele

estiverem inflamados, então, ao forçar o punho estendido para flexão, a irritação do

epicôndilo lateral e seus tendões inseridos é reproduzida. Se for provocada dor no epicôndilo

lateral, deve-se suspeitar da sua inflamação (epicondilite).

Page 36: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

48

Ilustrações 6 e 7 – Teste de Cozen

Fonte: CIPRIANO, 2005

SINAL DE TÍNEL

Procedimento: com o paciente sentado, percutir local desejado (ilustração 8 )

Fundamento: este teste é destinado a provocar dor, causada por uma neurite ou

neuroma . A sua presença é indicadora de um teste positivo. O tendões podem ser lesado de

uma das seguintes maneiras: uso excessivo ou lesões ou traumas repetitivos do cotovelo.

Ilustração 8 – Sinal de Tínel

Fonte: CIPRIANO, 2005

Page 37: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

49

D) TRIAGEM DA ESCOLIOSE ( Cripiano, 2005).

POSIÇÃO DE ADAM

Procedimento: Com o paciente em pé, ficar diretamente atrás dele e inspecionar e

palpar a extensão completa da espinha, procurando escoliose, cifose ou cifoscoliose. A seguir,

instruí-lo para flexionar para a frente nos quadris. Novamente, inspecionar e palpar quanto a

escoliose, cifose ou cifoscoliose (ilustração 9).

Funcionamento: Se escoliose, cifose ou cifoescoliose estiverem presentes na posição

em pé e o ângulo reduzir-se com a flexão para a frente, a escoliose é uma adaptação funcional

da coluna e de estruturas de tecidos moles circunvizinhas. Ela pode ser causada por má

postura, excessivo desenvolvimento unilateral da musculatura espinhal e/ou de uma

extremidade superior, comprometimento de raízes nervosas, deficiência de comprimento de

pernas ou contratura do quadril. Este tipo de escoliose usualmente é brando a moderado,

medindo menos de 25º.

Se escoliose, cifose ou cifoescoliose estiverem presentes na posição em pé e o ângulo

não se reduzir com a flexão para a frente, então é suspeitada uma deformidade estrutural, tal

como hemivértebra, fratura de compressão de um corpo vertebral ou escoliose idiopática.

Page 38: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

50

Ilustração 9-Triagem da Escoliose (Posição de Adam)

Fonte: CIPRIANO, 2005

E) TESTE DE DISFUNÇÃO LOMBARES:

TESTE DE INSTABILIDADE SEGMENTAR

Procedimento: por o paciente na posição de pronação com as pernas para fora da mesa

de exame e os pés repousando sobre o solo. Aplicar pressão para baixo na coluna lombar. A

seguir, instruir o paciente para levantar as pernas o solo, e novamente aplicar pressão para

baixo sobre a coluna lombar (Ilustração 10 e 11 ).

Fundamento: quando o paciente levanta as pernas do solo, os músculos paravertebrais

lombares retesam-se, causando defesa muscular na coluna lombar. Um teste é positivo

quando há dor no momento em que é aplicada pressão à coluna lombar com os pés no solo, e

a dor desaparece quando os pés ficam fora do solo e os músculos paravertebrais são retesados.

Ao serem elevados os pés do solo, a defesa muscular mecânica protege a instabilidade lombar

subjacente, tal como uma espondilolistese.

Page 39: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

51

Ilustrações 10 e 11-Teste de Instabilidade Segmentar

Fonte: Cipriano, 2005

F) TESTE PARA CIATALGIAS:

TESTE DO PIRIFORME

Procedimento: instruir o paciente par deitar-se de lado junto da borda da mesa de

exame. Fazer com que ele flexione o quadril e o joelho a 90º. Colocar a sua mão sobre a pelve

do paciente para estabilizar e com a sua mão oposta fazer pressão para baixo sobre o joelho

dele (ilustração 12).

Fundamento: este teste tensiona os músculos rotatores externos e o piriforme estiver

em espasmo, qualquer destas situações poderá afetar o nervo ciático e reproduzir a dor na

nádega ou dor radicular para dentro da extremidade.

Page 40: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

52

Ilustração 12-Teste do Piriforme

Fonte: Cipriano, 2005

TESTE DE LASÉGUE

Procedimento: com o paciente na posição supina, flexionar o quadril com a perna

fletida. Mantendo o quadril flexionado, estender a perna (Ilustração 12 e 13).

Fundamento: este teste é positivo para radiculopatia ciática quando: a) nenhuma dor é

provocada quando o quadril é flexionado e a perna é flexionada; ou b) dor está presente no

momento em que o quadril é flexionado e a perna é estendida.

Quando ambos, o quadril e a perna, estão flexionados, não há nenhuma tensão sobre o

nervo ciático. Quando o quadril é fletido e a perna é estendida, o nervo ciático é tensionado e,

se irritado, causará dor ou exacerbará dor existente na perna.

Page 41: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

53

Ilustrações 13 e 14 -Teste de Laségue

Fonte: Cipriano, 2005

G) TESTES DE DISFUÇÃO DA SACROILÍACA

TESTE DO BALANÇO PÉLVICO (TESTE DE COMPRESSÃO ILÍACA)

Procedimento: com o paciente deitado de lado, exercer uma forte pressão para baixo

sobre o ílio. Efetuar este teste bilateralmente (Ilustração 15).

Fundamento: colocar uma pressão para baixo sobre o ílio transfere uma pressão de

compressão para as superfícies articulares das articulações sacroilíacas. Dor em qualquer

articulação sacroilíaca indica uma lesão de articulaçãosacroilíaca, tal como um processo

inflamatório nas superfícies articulares no lado afetado.

Page 42: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

54

Ilustração 15- Teste do Balanço Pélvico

Fonte: Cipriano, 2005

TESTE DO FLAMINGO

Procedimento: com o paciente em pé, instruí-lo para ficar de pé sobre uma perna de

cada vez. Instruir o paciente para saltar, o que aumenta o esforço sobre a articulação

(Ilustrações 15 e 16).

Fundamento: Este teste aumenta a pressão na articulação do quadril, sacroilíaca e da

sínfise púbica. Dor aumentada em qualquer destas articulações pode indicar um processo

inflamatório no lado da perna de apoio. Dor secundária a trauma pode indicar uma fratura

dentro da articulação suspeita. Dor na articulação do quadril também pode indicar uma bursite

troncanteriana.

Page 43: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

55

Ilustrações 16 e 17- Teste do Flamingo

Fonte:CIPRIANO, 2005

1.1.11 Diagnóstico por Imagem

Vários métodos de exame por imagem têm sido colocados à disposição dos médicos

ortopedistas. Associados aos dados clínicos e ao exame físico, têm contribuído para aprimorar

o diagnóstico (CIPRIANO, 2005). São técnicas que incluem o uso dos raios X e de radiações

Page 44: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

56

não-ionizantes, como a ultra-sonografia e a ressonância magnética.

Ainda segundo CIPRIANO,(2005),essas técnicas estão fundamentadas primeiramente

no conhecimento anatômico da região examinada; a seguir, pelo conhecimento das

características que cada método permite mostrar e, finalmente, pelo conhecimento das

alterações que cada enfermidade provoca.

Exame Radiológico

O exame do sistema musculoesquelético através dos raios X (exame radiográfico) é,

em certo sentido, uma extensão do exame físico. O examinador, deve considera-lo uma forma

de inspeção interna e, como tal, de extremo valor não só para obter um diagnóstico exato dos

distúrbios e traumatismos do sistema musculoesquelético, mas também para seguir a evolução

destes processos. Nas radiografias, o osso aparece relativamente branco (radiopaco), enquanto

os tecidos moles aparecem relativamente escuros (radiotransparentes). A densidade

radiográfica de um tecido depende de sua espessura e peso anatômico. Quanto mais espesso é

um tecido e maior o seu peso anatômico, menos radiação penetra no tecido para impressionar

a película; o mais branco irá então aparecer. Inversamente, quanto mais fino o tecido e menor

o seu peso anatômico menos radiação será absorvida e, portanto, mais radiação penetra pelo

tecido para expor o filme; o mais escuro irá então aparecer.

Tomografia Computadorizada (TC)

Segundo Salter (1999), a tomografia providencia imagens de uma série de secções ou

cortes dos tecidos de várias profundidades da superfície da pele. Tais cortes, cada um é

focalizado num nível específico, são particularmente úteis na avaliação da anormalidade

Page 45: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

57

dentro de tecidos de contraste alto, como osso, por exemplo lesões destrutivas no osso,

pseudo-artrose de fraturas ou a consolidação ou união óssea sobre uma área de artrodese

(fusão articular). Mesmo que a tomografia convencional tenha sido substituída extensamente

pela tomografia computadorizada e ressonância magnética, principalmente em centros em que

estas modalidades bem mais caras não estão disponíveis.

Ultra-Sonografia

Segundo Salter (1999), a ultra-sonogragia ou ultra-som diagnóstico, que não envolve o

uso de radiação ionizante, é útil na detecção de derrames articulares, nas lesões de músculos e

tendões e na relação precisa entre a cabeça femoral cartilaginosa não-ossificada e o acetábulo

em recém-nascidos com suspeita de luxação ou subluxação do quadril (displasia de

desenvolvimento do quadril). A ultra-sonografia também têm sido usada como um método

seguro e não- invasivo para fazer a diferenciação entre lesões sólidas de tecidos moles e

lesões císticas cheias de fluido (como um cisto poplíteo).

Ressonância Magnética (RM)

Conforme citado por Salter (1999) o desenvolvimento de RM nos anos 80 foi mais um

avanço na área de imagem diagnóstica. Os avanços mais significantes da RM sobre a TC são

que ela usa radiação de radiofreqüência não-ionizante. Usando um campo magnético forte, a

RM providencia imagens de cortes com uma resolução maior que a CT e produz melhor

imagens do cérebro e medula. Ela pode melhor diferenciar os vários tipos de tecidos moles

uns dos outros e providenciar dados fisiológicos e anatômicos (especialmente quando usada

em junção com agentes de contraste e espectroscopia).

Page 46: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

58

Exame Laboratorial

Uma fonte de dados ou pistas que podem ser requeridos, pelo menos em alguns casos,

para solucionar o problema do diagnóstico é o exame de laboratório de amostras de fluídos e

tecidos. Estes exames ou provas envolvem hematologia, bioquímica, imunologia,

bacteriologia e patologia. Da multiplicidade de exames de laboratório de que se dispõem, os

de maior valor no diagnóstico das alterações do sistema musculoesquelético são os seguintes:

sangue,hemoglobina, contagem de hemácias, leucometria, esfregaço sanguíneo, velocidade de

hemossedimentação (SALTER, 1999)

1.2 Atividade Física e Saúde

1.2.1 Benefícios da atividade física

A atividade física e a participação em atividades esportivas são importantes

componentes da vida diária de indivíduos normais e deficientes .historicamente,pelo menos

desde grécia ântica ,o exercício físico tem sido louvado como um adjunto da boa saúde.A

atividade física é conhecida como capas de trazer várias mudanças benéficas tanto

fisiológicas como psicológicamente (FOSS & KETEYIAN, 1998).

As adaptações fisiológicas benéficas resultantes de exercícios de resistência incluem

as seguintes. (1) aumento da capacidade de trabalho fisico; (2) aumento da resistência

Page 47: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

59

muscular a fadiga; (3) redução da adiposidade; (4) mudanças nos lipídios e nas lipoproteínas

sangüíneas, entre outros. Todas estas mudanças resultaram em indivíduos mais saudáveis.

(KRUSEN, 1994).

Os benefícios psicológicos do exercício regular são difíceis de serem medidos

objetivamente; contudo, a prática regular de exercícios é conhecida como capaz de aliviar a

tensão muscular, faz a pessoa sentir-se e dormir melhor, aumenta o nível de vigor e alerta, e

pode ajudar na motivação para melhorar outros hábitos de saúde incluindo mudanças

alimentares e cessação do hábito de fumar. (KRUSSEN, 1994). Inúmeros são os benefícios

proporcionados á saúde com a prática de atividades físicas, isto demonstra o quanto um

programa de exercícios ajudaria concometivamente á um tratamento fisioterapêutico,

respeitando as limitações e cuidados necessários , sendo assim o inverso é verdadeiro.

1.2.2 Musculação

Segundo GIANOLLA (2003), a história da musculação é muito antiga, existem relatos

históricos que datam do início dos tempos e que descrevem a prática da ginástica com pesos.

Em escavações foram encontradas pedras com entalhes para as mãos, permitindo aos

historiadores intuir que pessoas utilizavam o treinamento com pesos. Temos esculturas

datadas de 400 anos a.C. que relatam formas harmoniosas de mulheres, mostrando

preocupação estética na época. Relatos de jogos de arremessos de pedras datam de 1896 a.C.

Paredes de capelas funerárias do Egito mostram 4.500 anos atrás homens levantando pesos na

Page 48: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

60

forma de exercícios.

O levantamento de peso (exercícios de resistência) é feito através de equipamentos

móvel, fixo e auxiliar. Quanto a esses equipamentos, o móvel deve ser de tal natureza que

possa ser seguro com a mão ou afixado em algum segmento do corpo para ser movimentado

durante a realização de um exercício.

Os equipamentos fixos podem ser do tipo compacto ou amplo, incluindo unidades com

estações de módulos e aglomerados destinados a desenvolverem vários grupamentos

musculares (BITTENCOURT, 1984). Ainda segundo Bittencourt (1984), quando bem

orientada, a musculação representa uma importante profilaxia em relação ás lesões músculos-

articulares.

A musculação como forma de competição onde se exibem os músculos tem como

dado oficial o registro da primeira competição em 1901 em Londres. Possivelmente existiram

outros campeonatos, mas este é o que parece ter dado início ao esporte. Esta competição foi

intitulada “The Great Competition” e foi idealizada por Eugene Sandow (Ilustração 17 ), com

o objetivo de escolher o físico mais fabuloso. Hoje esta competição se equivale ao Mr.

Olympia (GIANOLLA , 2003)

Ilustração 17-Eugene Sandow

Page 49: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

61

Fonte: Schwazneger, 2001

Hoje, a educação física não trabalha o movimento humano a partir da visão restritiva

que observamos por muitos anos, mas atua junto á cultura relacionada às expressões do

movimento humano. Portanto todos os profissionais que trabalham com o movimento humano

não podem mais se restringir à sua dimensão biológico-motora, devendo, sim, entende-lo

como uma forma de expressão da cultura do indivíduo que realiza a atividade física,

humanizando-o. Quanto mais sedentárias, apressadas, estressadas e debilitadas pelo modo de

vida moderno, mais as pessoas procuram um idílio de paz e saúde, que lhes é traduzido pela

Page 50: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

62

prática do exercício físico (SABA, 2001).

Os exercícios com pesos são facilmente aplicados aos mais diversos tipos de pessoas –

basta pararmos para pensar que podem ser mais suaves que andar ou permanecer em pé. Uma

pessoa que não consegue permanecer em pé e sustentar o próprio corpo pode, no próprio leito,

praticar exercícios contra resistências para ganhar força e conseguir levantar-se, sustentar o

peso corporal e se locomover. Os exercícios com peso são facilmente adaptáveis aos mais

diversos tipos de pessoas, desde um doente até um atleta de altíssimo nível, pelo fato de

apresentarem diversas variáveis que podem ser facilmente ajustadas (GIANOLLA, 2003).

1.2.3 Ginástica

A dança como expressão manifesta-se simplesmente por impulso natural do homem,

sem que necessariamente esteja envolvido o empenho técnico de fazê-la. Segundo Bloise

(2001), foi uma modalidade física que teve seu auge nos anos 80 nas academias,chamada até

então de ginástica aeróbica praticada por inúmeras personalidades da época,onde atraiu

multidões com a promessa de mudança radical da performance física,com o passar dos anos

sofreu inúmeras inovações. Criação de novas coreografias, músicas de diferentes estilos, uso

de implementos como bastões, caneleiras, halteres, o que a manteve sempre como uma das

atividades físicas mais praticadas nas academias (MOURA, 2002).

Page 51: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

63

1.2.4 Treinamento Físico versus Especificidade

O conceito de “especificidade de treinamento” indica que nem todos os indivíduos

devem ser treinados da mesma maneira, mas que seus programas de exercícios devem ser

adaptados especificamente para atenderem melhor suas necessidades, isto inclui como

prescrever com segurança os programas de exercícios para adultos e os efeitos benéficos

dessas prescrições sobre o estado global de saúde (FOSS& KETYIAN, 1998).

1.2.5 Exercício que Reabilitam

Para Frontera et al (2001), embora o exercício como auxiliar à intervenção médica não

faça parte do entendimento da população, uma “mania por exercícios” vem tomando conta do

público em geral nos últimos anos. Nos Estados Unidos, a preocupação com o baixo

condicionamento físico começou a crescer na década de 50, quando o Teste Krause-Weber de

crianças escolares evidenciou uma performance desanimadora por essa população norte-

americana, em comparação com as européias, e tanto o presidente Eisenhower (1952-1960)

quanto Kennedy (1960-1963) transformaram o condicionamento físico em uma preocupação

nacional. Hoje a OMS considera o sedentarismo como doença e que traz muitos prejuízos pela

doenças associadas como obesidade, problemas cardíacos entre outros.

Educadores, autores de trabalhos sobre condicionamento e defensores do exercício,

Page 52: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

64

como Bonnie, Pruden e Kenneth Cooper, começaram a oferecer orientações específicas sobre

exercícios e condicionamento aos leitores leigos. O programa de exercício “Aeróbico” de

Cooper tornou-se imensamente popular. Clubes de saúde e centros de condicionamento

cresceram em número e em popularidade à medida que a geração do baby boom crescia, nas

décadas de 60 e 70.

Enquanto isso, os regimes de exercícios com supervisão médica introduzidos nas

décadas de 40 e 50 para lesões de guerra e epidemias de pólio expandiram-se, a fim de

atender pacientes com acidente vascular cerebral, doenças cardíacas ou pulmonares e muitas

outras incapacidades.

Hoje em dia, existe uma grande rede de instalações de reabilitação médica, uma

indústria igualmente em expansão de clubes de saúde e centros de condicionamento

(academias), um movimento mundial medicina esportiva, grupos específicos com

acompanhamento médico em academias como de idosos. Contudo, muitos profissionais de

cuidados em saúde fora dessas áreas permanecem pouco ou mal-informados sobre como

prescrever exercícios como parte de um plano de tratamento (FRONTEIRA et al, 2001).

1.3 Patologias do Sistema Musculoesquelético

1.3.1 Dor

Page 53: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

65

Um dos sintomas mais comuns a atrair pacientes para o médico é a queixa de dor. A

dor que ocorre no momento da lesão tecidual e durante o processo de cura é conhecida como

dor aguda. A dor que persiste além do prazo previsível de cura é conhecida como dor crônica

está relacionada à duração e não à intensidade. Sob certas condições como a artrite

reumatóide, pode haver episódios de dano tecidual ou inflamação recidivante associados com

episódios recidivantes de dor aguda. A importância da distinção entre esses tipos é que o

tratamento usado para um pode não ser útil para o outro. Na verdade, modalidades de

tratamento usadas para dor aguda algumas vezes agravam a dor crônica.

1.3.2 Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Uma sondagem efetuada por incumbência da OMS revela que um em cada cinco

adultos sofre de dores crônicas de caráter não-maligno, que geralmente ocorrem nas costas, na

cabeça, nas articulações e nos membros (GUREJE et al, 1998).

Segundo Magee (2002), funcionalmente, a dor pode ser dividida em 7 níveis,

especialmente para condições que envolvem esforços repetitivos, conforme abaixo citado na

tabela 3.1.

TABELA 3.1- ESCALA DE DOR DE MAGEE:Nível 1 após atividade especifica

Nível 2 após atividade especifica que desaparece com o aquecimento

Nível 3 Durante e após atividade específica que não afeta o desempenho

Page 54: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

66

Nível 4 Durante e após atividade específica que afeta o desempenho

Nível 5 com atividade da vida diária (AVD)

Nível 6 surda constante em repouso que não perturba o sono

Nível 7 surda constante que perturba o sono

Fonte: MAGEE, 2005

1.3.3 Problemas músculoesqueléticos

Respondem por significante dor e sofrimento, bem como por bilhões de dólares para

tratamento geralmente inadequados. Todos estes problemas podem ser tratados ou prevenidos

com a atividade. Segundo Hebert et al (2003) o sistema musculoesquelético é composto de

ossos, cartilagens, ligamentos, músculos, tendões, sinóvias, bursas e fáscias, sendo composto

de tecidos duros e moles. Moléstias e lesões do sistema musculoesquelético causam dor,

deformidade, e perda da função. Elas limitam a atividade e causam incapacitação em maior

número de pessoas que os distúrbios de qualquer outro sistema do organismo. (WEINSTEIN,

2000).

Segundo Weinstein, (2000), a estabilidade e mobilidade do corpo dependem dos

tecidos que formam o sistema musculoesquelético – osso, cartilagem, tecido fibroso denso, e

músculo. Esses tecidos diferem em vascularidade, inervação propriedades mecânicas e

biológicas, e composição, mas partilham a mesma origem comum, de células

mesenquimatosas indiferenciadas. A compreensão das moléstias e lesões do sistema

Page 55: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

67

musculoesquelético e seu tratamento necessariamente dependem do conhecimento desses

tecidos.

Disfunções musculoesqueléticas

No conhecimento de Weinstein (2000), as disfunções do sistema músculoesquelético

podem ser traumáticas, reumáticas ou desportivas. E as causas dos distúrbios

músculoesquelético são: traumatismo e moléstias imunológicas, inflamatórias, degenerativas,

neoplásicas, psicológicas, endocrinológicas, neuromusculares, hereditárias e do

desenvolvimento.

O termo reumatismo, a rigor, não trata de uma doença em particular, mas de um

grande número delas, todas atuantes no sistema músculo-esquelético. Este é o sistema que dá

a sustentação (ossos) e mobilidade (músculos) ao nosso corpo. Sua estrutura é muito

complexa, pois é composto por mais de 230 ossos e cerca de 639 músculos, que

desempenham funções variadas, como proteger órgãos vitais (crânio e costelas), sustentar-nos

na posição ereta e permitir atos como andar, pegar, pular etc. (CONTRAN et al, 2000).

1.3.4 Algumas patologias musculoesqueléticas

Epicondilite lateral

É a inflamação da inserção dos músculos responsáveis pela extensão e supinação do

antebraço ( HERBERT et al, 2003). A doença é desencadeada por uso excessivo, estiramento

Page 56: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

68

excessivo ou carga excessiva, o inicio é crônico mas pode ser agudo, a fraqueza muscular é

pequena a moderada, incapacidade é pequena a grande, espasmo , edema, dor à contração

isométrica e isotônica, apresenta dor ao alongamento, é possível apresentar crepitação e a

amplitude de movimento esta diminuída (WEINSTEIN& BUCKWALTER,2000).

Cisto Sinovial

Embora em percentagem variável de série para série, é o mais freqüente dos tumores

nesse segmento do corpo, podendo estar presente em qualquer articulação e/ou tendão, apesar

das localizações mais comuns serem no punho dorsal, no punho volar e na bainha dos

flexores ( GOULD III, 1993).

A etiologia do cisto sinovial, a despeito das várias hipóteses, continua obscura e

desconhecida. Entre as muitas explicações existentes para origem dessa tumoração, as mais

consideradas são degeneração mucóide, tecidos periarticulares embrionários e até mesmo

esforço e traumatismos (HERBERT et al, 2003).

A maioria dos cistos sinoviais é assintomática, mas alguns pacientes referem dor,

principalmente aos esforços ou movimentos de repetição. Pode ter ocorrência súbita ou

evoluir arrastadamente ao longo de meses, podendo aumentar ou diminuir de volume ou

mesmo permanecer inalterado indefinidamente. De forma arredondada, costuma ter

consistência firme, mas pode ser mole e flutuante, dependendo da consistência de seu

conteúdo. Profundamente aderido, mas móvel sob a pele, apesar de não ser comum, pode

algumas vezes levar a compressão vascular e/ou nervosa, conforme já verificamos clínica e

cirurgicamente e como atesta a literatura. Pode ocorrer em qualquer década e sexo, sendo, no

entanto, mais frequentemente entre a segunda e a quarta décadas e no sexo feminino.

Page 57: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

69

O tratamento do cisto sinovial por método não-cirúrgico foi descrito há muito tempo, e

várias são as técnicas (punção e infiltração, destruição por pressão, transfixação). No entanto,

todas elas têm mais valor histórico que resolutivo, uma vez que o alívio é apenas por um

período variável de tempo. O tratamento cirúrgico, por sua vez embora apresente uma alta

taxa de recidiva (20%), é o mais efetivo e está indicado para os pacientes que se queixam de

dor persistente. A conduta que adotamos nos casos clinicamente silenciosos é de demover o

paciente da idéia de cirurgia, explicando tratar-se de uma lesão benigna cujo tratamento não

assegura solução definitiva.

Tendinite do periforme

Segundo FRONTERA (2001), são lesões como inflamação do tendão dos músculos,

rotatores externos de quadril (piriforme), e pode ocorrer por uso excessivo, estiramento

excessivo ou carga excessiva. O início é agudo, mas pode ser crônica, a fraqueza muscular é

pequena a moderada, apresentam espasmo, edema e dor ao alongamento. A amplitude de

movimento está diminuída e na maioria dos casos, a ciatalgia está presente.

Hérnia de disco

Embora seja mais freqüente na região lombar, trata-se de uma afecção que pode

ocorrer em qualquer lugar da coluna vertebral.

O fator inicial para degeneração discal parece ser uma diminuição no conteúdo dos

proteoglicanos do disco intervertebral, que são os principais responsáveis pela hidratação do

núcleo pulposo, dando suas propriedades de gel que, dessa forma, distribui as pressões no anel

de modo uniforme. Em um trabalho clássico de 1930 Paschall, demonstrou que disco no

Page 58: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

70

indivíduo jovem apresenta cerca de 88% de seu conteúdo de água, enquanto no adulto, cai

para 69%.

Segundo COX (2002) com a diminuição da pressão de embebição do disco, maior

pressão é transmitida às fibras do ânulo, o núcleo perde suas propriedades hidráulicas, de

verdadeiro amortecedor das pressões, e as fibras do ânulo tornam-se mais suscetíveis de

ruptura.

Segundo HERBERT et al ( 2003) na fase de degeneração discal, entre 30 e 50 anos de

idade, é mais freqüente a hérnia discal com distribuição das pressões de forma desigual, após

essa fase, pela maior perda de água do disco, o núcleo deixa de transmitir tais pressões,

diminuindo, consequentemente a chance de ocorrer hérnia. Além disso, o efeito da postura

ereta adotada pelo homem durante a evolução pode ser comprovada em um trabalho

experimental no qual ratos foram tornados bípedes mediante a amputação de suas patas

dianteiras, fazendo com que eles apresentassem amputações discais semelhantes à de

humanos. Outro dado interessante foi comprovado por um trabalho realizado na Suécia, em

voluntários, no qual foi medida a pressão intradiscal em diferentes posições, observando-se

pressão maior na posição sentada e menor em decúbito dorsal, ou seja, quanto mais se inclina

o tronco anteriormente, mais aumenta a pressão.

Pope, em 1992 em um estudo instrumental e por meio de modelo matemático

demonstrou que o disco se rompe em flexão e rotação associada e resiste bem à compressão

pura. Além desses fatores também a ação de fatores biomecânicos locais é importante, pois

determinados níveis são mais suscetíveis à ocorrência de hérnia discal, na coluna cervical

entre C5 e C6 – nível de maior mobilidade - na coluna torácica no terço inferior, que é mais

Page 59: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

71

móvel que sua porção superior, e na coluna lombar entre L4- L5 e L5-S1.

Assim a hérnia de disco é na verdade uma combinação de fatores biomecânicos,

alterações degenerativas do disco e situações que levam o aumento de pressão sobre o disco.

Um exemplo que mostra como o disco sadio resiste bem às pressões é observado em crianças

e adolescentes, nos quais, quando ocorre grande sobrecarga na região lombar, o disco resiste.

Por fim, acaba ocorrendo uma avulsão da placa cartilaginosa (COX, 2002).

Distúrbios Reumáticos

Doença Reumática é um termo geral que reúne um número de condições que causa dor

e inchaço crônicos das articulações e bainhas tendinosas. Isto não implica uma conexão

causal, mas elas partilham certas manifestações patológicas:

(1) mecanismo imune defeituoso;

(2) uma resposta inflamatória que persiste quase indefinidamente;

(3) lesão progressiva das juntas e tendões.

Dentre estas apresentam-se:

! ARTRITE REUMATÓIDE

Segundo Contran et al (2000), artrite reumatóide é uma doença inflamatória sistêmica

na qual as alterações são mais acentuadas no tecido sinovial dos tendões e articulações. É

caracterizada por uma polissinovite simétrica crônica, enrijecimento matinal, elevação do

VHS e aparecimento de globulinas anti-Ig G (fatores reumatóides) no soro. Afeta cerca de 3%

Page 60: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

72

da população, geralmente começando na quarta década de vida, e é três vezes mais comum

em mulheres do que em homens. Tanto a prevalência como a manifestação clínica variam em

diferentes populações: é mais comum ( e geralmente mais grave) nas comunidades urbanas da

Europa e América, mas é raramente vista nas populações tribais da África.

Causa

Algum antígeno – possivelmente um vírus – inicia uma cadeia de eventos, sugerindo

uma resposta imune seriamente perturbada. Este tipo de reação pode ser geneticamente

predeterminada, porque os pacientes apresentam freqüências aumentadas de certas

histocompatibilidades de antígeno (HLA-CW3 e HLA-DW4). Uma seqüência importante é o

aparecimento de complexos antígeno-anticorpo nas juntas, os quais após a ativação do

complemento, estimulam uma reação fagocítica local, liberação de enzimas lisossômicas e

inflamação. Estes imunocomplexos provavelmente estimulam também a produção de auto-

anticorpos, que aparecem no fluido sinovial e no sangue como fator reumatóide antiglobulina.

Patologia

A condição é generalizada, afetando tecidos por todo o corpo e deveria ser

denominada doença reumatóide. Entretanto, o impacto do ataque localiza-se na sinóvia. A

manifestação constante e característica é uma inflamação crônica; uma lesão inconstante,

porém patognomônica, é o nódulo reumatóide.

Espondilite Anquilosante

Esta doença inflamatória crônica da coluna e articulações sacroilíacas é caracterizada

por dor e rigidez lombares, com envolvimento variável das articulações periféricas

Page 61: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

73

(THOMSOM et al, 1994). Sua prevalência é de aproximadamente 0,1% na Europa ocidental,

mas é muito mais baixa nos negros americanos e africanos. Os homens são afetados mais

frequentemente do que as mulheres (as proporções variam de 4:1 a 10:1) e a idade mais

comum de início são entre o 15 e 25 anos ( HERBERT et al, 2003).

Causa

A predisposição genética é importante. A doença é muito mais comum entre membros

de uma mesma família do que na população em geral, e o HLA-B27 está presente nos

pacientes e na metade de seus parentes de primeiro grau. Mas como somente uma fração de

pessoas com HLA-B27 desenvolve espondilite anquilosante, deve haver algum “gatilho”

adicional. Uma vez que a espondilite anquilosante clássica é algumas vezes associada a

infecção geniturináia ou intestinal e que distúrbios como a doença de Reiter e colite ulcerativa

causam alterações vertebrais e sacroilíacas indistinguíveis das da espondilite anquilosante,

pensa-se que a drenagem linfática para a coluna pode ser de importância(COLLINS et al,

2000).

Patologia

Existem duas lesões básicas: sinovite das articulações, tipo diartroses, e inflamação

nas junções fibro-ósseas nas articulações do tipo sindesmoses e nos tendões.

A sinovite das articulações sacroilíacas e vertebrais causam destruição da cartilagem

articular e do osso periarticular. As articulações costovertebrais também estão frequentemente

envolvidas, conduzindo à diminuição da excursão respiratória. Quando as articulações

periféricas forem afetadas, as mesmas mudanças ocorrerão.

Page 62: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

74

A inflamação nas articulações fibro-ósseas afetam os discos intervertebrais, os

ligamentos sacroilíacos, a sínfise pubiana, o manúbrio esternal e as inserções ósseas dos

grandes tendões. As alterações patológicas ocorrem em três estágios: (1) uma reação

inflamatória com infiltração de tecido de granulação e erosão do osso adjacente; (2)

substituição do tecido de granulação por tecido fibroso e (3) ossificação do tecido fibroso,

levando à anquilose da articulação(COLLINS et al, 2000).

A ossificação sobre a superfície do disco dá origem a pequenas pontes ósseas ou

sindesmóficos ligando os corpos vertebrais adjacentes. Se muitas vértebras estiverem

envolvidas, a coluna poderá se tornar absolutamente rígida. As articulações não são

infectadas; a sinovite é o estágio final de uma resposta imune anormal à infecção em qualquer

outra parte ou aos produtos desta infecção.

Artrose

É uma doença degenerativa crônica caracterizada pela deteriorização da cartilagem e

pela neoformação óssea nas superfícies e margens articulares. Outros termos podem ser

usados para designar essa doença como osteoartrose, doença degenerativa articular, artrite

degenerativa. No quadril pode ser chamada de coxoartrose ou malum coxae senilis(COLINS

et al, 2000).

Epidemiologia

A artrose ocorre com uma freqüência aumentada em pessoas idosas (COTRAN et al,

2000). Entretanto, a relação entre idade e artrose não está esclarecida. Embora a artrose possa

iniciar em uma idade relativamente precoce, o seu progresso torna-se clinicamente aparente e

Page 63: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

75

mais prevalente com a idade. De forma alternativa a artrose pode ocorrer quando mudanças na

cartilagem trazidas pela idade predispõem a uma degeneração articular em resposta a fatores

externos, como um estresse biomecânico. Quase todas as formas de lesão ou de doenças

articulares podem iniciar o processo que resulta na artrose.

A artrose pode seguir-se a uma agressão mecânica, a uma doença articular inflamatória

(HERBERT et al, 2003). Esse conhecimento leva à diferenciação da artrose em dois tipos

principais: primária, quando o processo ocorre sem causa aparente, e secundária, quando o

processo ocorre por uma causa conhecida ou preexistente. Entretanto, essa forma de avaliação

é um tanto simplista, porque o desenvolvimento de algumas formas da doença secundário

depende de uma variedade de fatores de risco, que incluem idade, sexo, raça,, peso e história

familiar. Existe notadamente uma predisposição genética na artrose poliarticular, sendo que

esta ocorre raramente antes dos 35 anos de idade. Condições climáticas podem piorar lesões

pré-existentes, por meio de espasmo muscular ou de influências no mecanismo da dor.

Doenças sistêmicas como artrite reumatóide, espondilite anquilosante, diabetes, doença de

paget, alcaptonúria, hemacromatose, entre outras, podem ser causa da artrose. A obesidade

não está comprovada como intidade causadora de artrose, mas parece claro que o peso

corporal excessivo acelera o desgaste das articulações que suportam peso. Fatores locais,

como o traumatismo de repetição sobre a articulação, condrólise, necrose da cabeça femoral,

artrite séptica, seqüelas de epifisiólise ou de doença de Perthes, bem como displasia do

desenvolvimento do quadril, podem estar envolvidos na causa da artrose.

Fisiopatologia

Segundo COLINS et al 2000, a degeneração cartilaginosa que ocorre na artrose é

Page 64: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

76

caracterizada por alterações profundas na superfície articular. Fibrilação, fissuras e erosões

são eventos que podem estar presentes na superfície articular. Essas mudanças ocorrem

devido a alterações na atividade biossintética dos condrócitos e na composição bioquímica.

Os proteoglicanos, encontrados na cartilagem, formam uma família diversa de

glicoproteínas com a característica comum de possuir no mínimo uma cadeia de

glicosaminoglicanas ligada à proteína central. Os condrócitos sitetizam e secretam

proteoglinas na matriz extracelular. O resultante da ligação de algumas dessas substâncias é a

formação de um agregado hidrófilo supramolecular, que é o responsável primário pela

superfície com baixo coeficiente de atrito pela resistência à compressão da cartilagem

articular.

Súbitas mudanças na bioquímica dos proteoglicanos cartilagíneos – eventos iniciais no

desenvolvimento da artrose.

1.3.5 Distúrbios Metabólicos e Endócrinos

Para Cotran et al (2000), osso não é meramente um suporte; tem também a importante

função de manter a concentração dos íons cálcio estável no fluido extracelular. Apesar de toda

sua solidez, está num estado contínuo de fluxo, e o controle da formação osteoblástica e da

absorção osteoclástica está ligado, inevitavelmente, às trocas de cálcio.

Nas crianças, o crescimento epifisário é seguido pela ossificação e remodelamento,

Page 65: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

77

enquanto que a diáfise tubular aumenta pela aposição no subperiósteo e reabsorção do

endósteo (HERBERT et al,2003). Até os quarenta anos, a formação óssea continua a exceder

a perda óssea, de modo que os córtex tubulares tornam-se mais grossos e o osso poroso mais

denso. Este estado ósseo persiste por alguns anos, mas, após o climatério (por volta dos 50

anos nas mulheres e dos 65 nos homens), há uma perda intensa e progressiva da espessura

cortical e da massa óssea; as cavidades aumentam e as trabéculas tornam-se mais finas,

fazendo com que o esqueleto se torne progressivamente mais frágil.

Estas alterações, à longo prazo, da reserva mineral são complementadas pelas

alterações rápidas que ocorrem a todo momento durante a vida. Dentre estas doenças

apresenta-se a:

Osteoporose

Na osteoporose, a composição óssea é normal, porém a quantidade de osso por

unidade de volume é menor que o normal ( KOTTKE & LEHMANN,1994).. Com esta

definição, qualquer pessoa a partir dos quarenta anos gradualmente acelerado. A involução

gonodal é o fator mais importante e as mesmas alterações ocorrem em mulheres mais jovens

após a ooforectomia.

Em adição à perda óssea relacionada com a idade, há muitas doenças nas quais a

osteoporose generalizada é uma manifestação (COTRAN et al, 2000). Uma classificação

clínica é apresentada, embora, para manter um senso de perspectiva, algumas verdades

práticas devam ser reconhecidas:

Page 66: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

78

1. A maioria dos casos e osteoporose permanecem inexplicadas, mesmo após

investigações extensas.

2. A osteoporose é tão comum em pessoas idosas que é impraticável investigar todas as

causas possíveis (embora doenças malignas, insuficiência na dieta e fatores

iatrogênicos devam ser sempre excluídos).

3. Os pacientes abaixo dos 45 necessitam de completa investigação; uma causa comum

nesta idade é o mieloma múltiplo.

4. Em qualquer caso particular, muitos fatores poderão estar envolvidos.

5. A perda radiológica da densidade óssea poderá ser causada pela osteomalácia ou pela

ostoporose, ou uma combinação das duas.

Bolsite

Os anatomistas do século XVIII utilizaram o termo bursa para designar pequenas

quantidades de fluídos embolsados entre os tendões e o osso. A função dessas bolsas seria

diminuir o atrito entre tendões e músculos sobre proeminências ósseas. Existem, no mínimo,

13 bursas constantemente presentes na região do quadril, mas as de maior interesse de estudo

são a troncantérica, a iliopectínia e a isquiglútea(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999).

Segundo Herbert et al (2003) a bursa está sujeita a todo tipo de condição inflamatória

que afeta as articulações sinoviais verdadeiras, como artrite reumatóide, gota, infecção e

inflamação pós-traumática. A bursite trocantérica é a mais importante clinicamente, e costuma

ser uma das maiores causa de dor e de inflamação na região do quadril. Existem três bursas

trocantéricas, a maior e mais importante localiza-se entre o glúteo máximo e o tendão do

glúteo médio. A apresentação clínica dos sintomas é variável, mas, em geral, descreve uma

Page 67: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

79

dor contínua, localizada e profunda, que pode piorar com a posição e com a atividade do

paciente. Normalmente, a dor piora à noite e o paciente tem dificuldade para dormir. Essa

patologia acomete freqüentemente os idosos, e o lugar comum de localização da dor é atrás e

posteriormente ao trocanter maior, e uma pressão firme sobre o local desencadeia um intenso

desconforto, auxiliando o diagnóstico. Os exames radiográficos são negativos; entretanto,

algumas vezes podem identificar a presença de calcificações.

O tratamento mais efetivo para a bursite trocantérica localizada é a aspiração do

conteúdo da bursa e injeção de uma mistura de corticóide com anestésico local. O anestésico

ajuda a diferenciar a patologia de outros problemas. O uso de antiinflamatórios também pode

estar indicado. Nos casos de bursite crônica refratária ao tratamento conservador, o tratamento

cirúrgico pode estar indicado (THOMSOM et al,1994).

Tendinite Calcárea do Supra Espinhoso

Segundo HERBERT et al (2003) depósito de sais de cálcio nos músculos do manguito

rotador é uma patologia comum de etiologia ainda desconhecida, o que, de certa forma é

embaraçoso para o médico, já que a pergunta clássica em consultório é: “doutor, como esse

cálcio foi parar aí no meu ombro?”. O curso natural da doença mostra que os depósitos de

cálcio são reabsorvidos ao longo do tempo e os músculos cicatrizam o processo inflamatório.

Esse processo pode ocorrer sem qualquer sintomatologia dolorosa em alguns casos, ou com

quadros de dor aguda durante os períodos de reabsorção do cálcio.

Fisiopatologia:

Não estão completamente esclarecidas a razão do depósito de cálcio na região de

Page 68: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

80

inserção do músculo supra-espinhal, que é uma zona de hipovascularização, e a compressão

mecânica entre o acrômio e a grande tuberosidade(COLINS et al, 2000).

Escoliose

A escoliose é o mais deformante problema ortopédico com que se confronta a criança.

É uma condição potencialmente progressiva que afeta crianças durante a fase ativa de

crescimento. As alterações estruturais finais podem ser corrigidas apenas cirurgicamente:

portanto, são necessários reconhecimento precoce e tratamento agressivo. Para Kottke &

Lehmann (1994) A escoliose é a curvatura lateral não fisiológica da coluna a partir da linha

média. Devido ao alinhamento vertebral, ao alinhamento mecânico das articulações

posteriores e às restrições ligamentares e musculares da coluna vertebral, a curvatura lateral é

gradualmente acompanhada de rotação simultânea dos corpos vertebrais em direção ao lado

convexo da curva. A curvatura a princípio é funcional pelo fato de ser reversível e

desaparecer em decúbito, porém gradualmente sofre alterações graduais. Uma escoliose

estrutural é uma curva fixa que não se corrige com a inclinação lateral ou com o decúbito

dorsal. A rotação lombar é leve em sua aparência estética: contudo, em virtude das costelas

estarem firmemente presas às vértebras torácicas, as costelas sofrem deformidades estruturais

rotatórias na rotação torácica. A escoliose lombar tende a causar lombalgia (COX, 2002).

Lombalgias Idiopáticas

O tipo de lombalgia que confronta mais comumente o fisioterapeuta é a de origem

mecânica benigna. O conhecimento da anatomia funcional normal, a história detalhada e o

exame apropriado revelam a alteração que está causando a dor e incapacidade. A

possibilidade de doenças orgânicas que causem sintomas de lombalgia deve sempre ser

Page 69: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

81

considerada. Estas incluem entidades como alterações pagetóides, invasão metastática,

infecção ou dor referida. Testes laboratoriais adequados revelam estas condições(MAGEE,

2002).

As causas benignas mecânicas são divididas nos tipos estático (postural) e cinético

(biomecânica defeituosa). Das causas estéticas, a mais comum é a hiperlordose, na qual há

excessiva sustentação de peso pelas facetas e fechamento foraminal. Por outro lado, posturas

fletidas prolongadas diárias podem causar migração posterior do núcleo, resultando em

lombalgia e provavelmente radiculopatia ciática(COX, 2002).

Para Herbert et al (2003) o diagnóstico definitivo depende da história e do exame

físico no qual a dor é reproduzida. Os estudos radiológicos podem revelar degeneração discal

e artrite nas facetas, mas o diagnóstico é clínico.

O tratamento é direcionado para a causa da dor. Tanto a flexão ou extensão é prescrita

com esta base. A mecânica corporal continua a ser mandatória para melhorar a postura e

modificar posturas em pé e de trabalho(COX, 2002).

Page 70: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

82

4 METODOLOGIA

Este estudo está consolidado na pesquisa exploratória e descritiva com abordagem

quali-quantitativa. A pesquisa qualitativa trabalha com um universo de significados, motivos,

aspirações, crenças, valores e atitudes, que para ser estruturado e aprofundado precisará

também ter características quantitativas, objetivas (MINAYO, 2001).

Para o mesmo autor acima citado, o conjunto de dados quantitativos e qualitativos,

porém não se opõem ao contrário, se complementam, pois a realidade abrangida por eles

interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.

Segundo MYNAIO 2001, a análise dos dados coletados será feita de modo a

proporcionar uma compreensão sobre a pesquisa, confirmando ou não os dados pressupostos

da pesquisa e/ou respondendo as questões formuladas, também de modo a ampliar o

conhecimento sobre os pacientes pesquisados. Os dados serão analisados e tabulados para

descrever a pesquisa.

Este estudo foi realizado no período de Julho de 2005, a Agosto de 2005 com futuros

praticantes de musculação e ginástica de quatro academias da cidade de Cascavel, PR. Na sala

de avaliação de cada academia, foram entrevistados três alunos de ambos os sexos, com faixa

etária variando entre 15 a 50 anos, perfazendo um total de doze alunos.Como um dos critérios

de inclusão,somente foram aceito indivíduos que chegaram para se matricular nas academias

dizendo portar algum tipo de patologia pré-diagnosticada, desta maneira os indivíduos foram

selecionados no ato da matrícula com o diagnóstico médico e/ou exames complementares

apresentados pelos mesmos, portando alguma patologia musculoesquelética.

Page 71: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

83

A coleta de dados deu-se a partir da aplicação de um questionário composto por onze

questões das quais apresentaram-se questões abertas e fechadas, e a realização de uma

avaliação fisioterapêutica (Apêndice 4) feita uma única vez nas próprias academias, na sala de

avaliação física baseado em protocolos (CIPRIANO,2005). Pode-se destacar, que não houve

uma pergunta específica para embasamento da pesquisa, pois todas as questões formuladas

são de total importância para uma avaliação adequada. Para a melhor compreensão do leitor o

questionário aplicado está apresentado no Apêndice 1 deste trabalho. Quanto à utilização dos

dados, foi elaborado um termo de compromisso (Apêndice 2), para obtenção da aprovação do

entrevistado. Todos receberam informações sobre a pesquisa (Apêndice 3), e houve uma

aceitação bastante significativa e muito interesse por parte dos entrevistados, comprovado

com o preenchimento de todos os questionários.

Todas as academias usadas para entrevistas tem uma infra-estrutura adequada para

realização de bom trabalho de musculação e ginástica, tais como: exigência de exame médico,

ficha individuais de treinamento, equipamentos próprios para o desenvolvimento das

modalidades, ambiente bem iluminado, boa ventilação e som ambiente. Todas têm em seu

quadro de profissionais o professor de educação física que ministra as aulas de musculação e

ginástica.

Como materiais utilizados foram usados:

Goniômetro da marca CARCI;

Martelo para reflexos osteotendíneos da marca ABC;

Fita métrica da marca GW-L138S

Page 72: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

84

5 RESULTADOS

Os resultados serão apresentados em porcentagem para um melhor entendimento, e

com base nas informações obtidas com os questionários destaca-se as de maior importância,

para em partes fundamentar a discussão.

Dentre as modalidades mais procuradas nas academias, estão a ginástica e a

musculação, conforme demonstrado no gráfico á seguir.

Gráfico 1- Modalidades em porcentagem mais procuradas nas academiasFonte: autor

GINÁSTICA

0%

20%

40%

60%

80%

MUSCULAÇÃO

Page 73: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

85

Dentre os objetivos almejados pelos alunos na procura pelas academias estão a

estética, melhora da saúde e outros (gráfico 2).

Gráfico 2- Objetivos mais almejados com a pratica de atividades em academias emporcentagem (ambos os sexos).

Fonte: autor

Quanto as atividades de outras atividades físicas fora das academias , o resultado foi

de 755 conforme descrito no Gráfico 3.

Gráfico 3-Porcentagem de pesquisados quanto a pratica de outra atividade física foradas academias

Fonte: autor

MELHORIADE SAÚDE

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

ESTÉTICA

OUTROS

SIM

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

NÃO

Page 74: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

86

Dos pacientes entrevistados 100% apresentavam uma só patologia ( gráfico 4).

Gráfico 4- Porcentagem de pesquisados que somente apresentam uma só patologiaFonte: autor

De todos os pesquisados, 100% já tinham procurado o médico com relação á patologia

que apresentavam (gráfico 5)

Gráfico 5- Porcentagem de pesquisados que procuraram o médico com relação a patologiaapresentada.Fonte: autor

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM

Page 75: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

87

Já quanto apresentarem diagnostico médico e exames complementares, somente 60%

apresentaram (Gráfico 6)

Gráfico 6 – Porcentagem de pesquisados que apresentaram diagnóstico médico e/ou examescomplementares

Fonte: Autor

Todos os pesquisados apresentavam as patologias antes de freqüentarem academias

( Gráfico 7).

Gráfico 7-Porcentagem de pesquisados que já apresentavam a patologia antes da prática deatividade física nas academias

Fonte: Autor

SOMENTEDIAGNÓSTICO MÉDICO

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

DIAGNÓSTICO MÉDICO EEXAMESCOMPLEMENTARES

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM

Page 76: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

88

Referente ao atendimento fisioterapêutico antes de freqüentarem as academias deginástica, 45% já haviam feito (Gráfico 8).

Gráfico 8-Porcentagem de pesquisados que estão realizando ou já realizaram algum tipode atendimento Fisioterapêutico

Fonte: Autor

Referente a dor, 45% dos pesquisados sentem dor relacionada á patologia, segundoescala de dor de Magee(Gráfico 9).

SEM

GRADUAÇÃO

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%NÍVEL 5(ESCALAMAGEE)

NÍVEL 3(ESCALAMAGEE)

Gráfico 9-Porcentagem de pesquisados que sentem dor relacionada a patologia pré-existente,segundo escala de dor de MAGEE(2005).

Fonte: Autor

0%

10%

20%

30%

40%

50%

estão realizando

Já realizaram

Nunca realizaram

Page 77: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

89

Sobre a limitação de alguma atividade, 45% relataram ter (Gráfico 10).

Gráfico 10- Porcentagem de pesquisados que sofrem de alguma limitação na relizaçãode alguma atividade

Fonte: Autor

Após a análise dos dados coletados pode-se observar (TABELA 5.1) que os futuros

praticantes estudados, apresentam comprometimento nas diversas estruturas

musculoesquéticas (ossos, tendões, músculos, ligamentos, bolsa). As patologias encontradas

foram todas detectadas em função da análise dos questionários respondidos, com base no

diagnóstico médico, exames complementares e avaliação fisioterapêutica (critérios de

inclusão), para comprovação dos achados .

TABELA 5.1 – RESUMO DAS PATOLOGAIS ENCONTRADAS DOSPROCEDIMENTOS E RESULTADOS OBTIDOS APÓS ANALISEDOS DADOS:

Paciente Patologia DiagnósticoMédico

ExamesComplementares

TestesOrtopédicos

1 Hérnia Discal Hérnia DiscalLombo-Sacra

RNM: mostramhérnia discalpóstero lateraldireita L5-S1

Teste flexãoposterior (+)

Teste laségue35 a 70 (+)

2 Bolsite Bolsite Teste apertar

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

SIM NÃO

Page 78: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

90

Subacromial botão (+)

Teste Dawbarn(+)

3 Artrite ArtriteReumatóide

Prova Sanguíneo:fator reumatóide +

4 EspondiliteAnquilosante

EspondiliteAnquilosante

RaioX panorâmico:bacia mostrouestreitamento do

espaçocartilaginoso daarticulaçãosacroilíaca

Teste Flamingo(+)

5 EpicondiliteLateral

Cotovelo deTenista

Teste Cozen(+)

Teste Tínel(+)6 Escoliose Escoliose

LombarEspinha Bífida

RaioX AP,perfilColuna tóraco-Lombar mostrouescoliose lombar

directa

TriagemEscoliose(+)

7 LombalgiaIdiopática

LombalgiaIdiopática

Raio-X AP, PerfilColuna Lombar(*)

Teste deInstabilidadeSegmentar (+)

8 TendinitePiriforme

TendinitePiriformeEsquerdo

Teste Piriforme(+)

Teste delaségue 35 a 70

(+)9 Tendinite

CalcáriaSupra-espinhoso

TendiniteCalcáriaSupra-espinhoso

Raio- X APCalcificação Etendão músculosupra espinhoso

Teste Supra-espinhoso (+)

Teste CoçarApley (+)

10 Cisto SinovialPunho

Cisto SinovialPulso Direito

Teste de Tinel(+)

11 Artrose Ósteo ArtroseJoelho Direito

Raio X AP/PerfilRedução do espaçofêmoro tibial

lateral diminuidocom pequeno

osteófito marginale esclerose doplatô tibial

12 Osteoporose Osteoporose Densitometria

Page 79: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

91

pós-menopausica

óssea

Fonte: O Autor( * ) Alinhamento Lombar Normal, ossos estruturas, densidades contornos normais, espaçosintervertebrais, pedículos e apófise sem alteração

Foi também realizado o exame físico,em que os resultados estao dscritos na tabela áseguir (TABELA 5.2).

TABELA 5.2 – RESULTADOS DO EXAME FISICOPatologia Inspeção Palpação Goniometria Força

muscularReflexososteotendíneos

Tendinitecalcárea dosupraespinhoso

Restriçãoescapular

Dor no trajetosupraespinhoso;escapula presa;diminuição damobilidadeescapular

Abdução 110°

Flexão 140°

Abdução:3Flexão: 3Extensão:4

Biciptal +Triciptal +

Bolsite Restriçãoescapular

Dor empalpação debolsasubacromial ediminuição demobilidadearticular

Abdução 105°

Flexão 130°

Abdução:3Flexão: 3Adução: 4

Biciptal +Triciptal +

Osteoporose TendênciaáobesidadeIMC:30

Tônus normal Amplitudenormal:tronco,MMSSMMII

Tronco,MMS eMMII: 4

Biciptal +Triciptal +Patelar +Aquileu +

Cistocinovial

Cisto emdorso dopunhoesquerdo

Cisto em dorsodo punhoesquerdo e dor ápalpação

Flexão punho:55°

Extensão depunho: 50°

Extensãoe flexãopunho: 4

Estilo radial +Bicipital +

Lombalgiaidiopática

Leveretificaçãolombar

Tônusaumentado emregião lombar

Flexão detronco:60°

Extensão detronco:35°

Força deflexão eextensãode tronco:4

Patelar +Aquileu +

Escoliose LevegibosidadeD

Tônus etemperaturanormal

Flexão: 55°

Extensão:40°

Flexão lateral

D:25° e E: 25°

Força deflexão eextensãode tronco:4

Patelar +Aquileu +

Artrose Dor Dor em Extensão: 150 Força de Patelar +

Page 80: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

92

durante amarchaem joelhoesquerdo

palpaçãopatelar, ediminuição namobilidadepatelar

Flexão: 150° extensores:4Flxores dejoelho:3-4

Aquileu +

EspondiliteAquilosante

TendênciaáobesidadeIMC: 31

Dor emflexão,extensãoe abdução dequadril; dor emcompressãoilíaca

Flexão eextensão dequadril: -10°

Flexores,extensore,abdutorese adutoresde quadril:4

Patelar +Adutor+Aquileu+

Tendinite dopiriforme

Espasmoem flexãode joelho,restriçãona rotaçãointerna dequadril

Dor e espasmona palpação dopiriforme

RI quadril:30°RE quadril:40°

Abdução: 23°

Adução: 38°

RIquadril:3REquadril3

Patelar +Adutor+Aquileu+

Hérnia dedisco

Marchalenta eantálgica

Espasmo emextensores detronco,quadradolombar eflexores dequadril

Flexãotronco:50Extensão:40Flexãoquadril:13Extensãoquadril:10Flexão lateraltronco D e E:20

Flexão eExtensaotronco: 3

Patelar +Adutor+Aquileu+

Epicondilitelateral

Edema emorigemnosextensoresde punho

Dor á palpação Flexão eextensão decotovelo:normal

Extensãopunho:4Flexãopunho:5

Estilo radial:+Biciptal+

Artritereumatóde

ObesaIMC: 33Edema evaricosesem MMIIe edemaem mãos ededos

Dor á palpaçãode joelhos D eE e namobilizaçãoativa detornozelo emetacarpofa-langeanas

Diminuição daADM deMMSS e MMII

EmMMSS eMMII: 4

Biciptal+Tricipital+Patelar+Aquileu +

Foi levado em conta também a importância dos cuidados básicos ao prescreverexercícios físicos aos futuros alunos, sendo eles portadores de patologias musculoesqueléticasbaseado em FLECK(1999), FOSS (2000), KOTKE,(1994).(TABELA 5.3).

Page 81: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

93

TABELA 5.3- CUIDADOS BASICOS AO PRESCREVER EXERCICIOS FÍSICOS AOSFUTUROS ALUNOS PORTADORES DE PATOLOGIASMUSCULOESQUELÉTICAS

Patologia Agravantes Preconizar

Tendinite Piriforme Exercícios que exija flexão detronco e joelho,rotação internae externa,abdução e flexão dequadril contra resistência

Alongamento de flexores dejoelho, rotadores interno dequadril e paravertebraislombares

Lombalgia idiopática Flexão, extensão de troncocontra resistência, exercíciosque exijam desenvolvimentode força sentidolongitudinal,sustentação decarga em ombro, cervical porperíodo prolongados

Alongamento e fortalecimentomuscular de abdominais ,paravertebrais e MMII

Hérnia discal Flexão, extensão de troncocontra resistência, exercíciosque exijam desenvolvimentode força sentidolongitudinal,sustentação decarga em ombro, cervical porperíodo prolongados

Alongamento e fortalecimentomuscular de abdominais ,paravertebrais e MMII

Escoliose Exercício que exija flexão erotação lateral de tronco contraresistência e sustentatação decarga em cervical e ombro porperíodo prolongado

Alongamento e fortalecimentomuscular de abdominais ,paravertebrais e MMII, ealongamento do lado daconvexidade da escoliose

Espondilite Anquilosante Flexão, extensão de tronco,abdução e adução de quadrilcontra resistência , eimpactação contra MMII.

Alongamento deparavertebrais, lombares eabdominais

Artrite Reumatóide Exercícios de grandesresistências e que exijam autilização de MMSS e MMII

Alongamento de tronco,MMSS e MMII.

Tendinite Calcárea doSupra Espinhoso

Exercícios que exigem,abdução e flexão de ombroacima de 90 contra resitência

Alongamentos de músculos dacintura escapular efortalecimento

Bolsite Abdução e flexão de ombroacima de 90 contra resistência

Alongamentos de músculos dacintura escapular efortalecimento

Epicondilite lateral Extensão e flexão punho contragrandes resistências

Alongamento de extensores eflexores de punho

Cisto sinovial Extensão e flexão punho contragrandes resistências

Alongamento de extensores eflexores de punho, uso de faixacompressiva.

Page 82: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

94

Artrose Flexão e extensão de joelhocontra grande resistência;sustentação de peso com MMIIpor tempo prolongado; grandeimpactação na articulação dejoelho

Alongamento de MMII,impactação na articulação dejoelho menos controlada

Osteoporose Exercícios que exijam grandeimpactação articular,sustentação de cargas emudanças de posição porcurtos período de tempo(impulso),movimentos bruscoscontra resistências

Exercícios que exijasustentação de cargas porlongos períodos, edesenvolvimento de resitênciamuscular

Page 83: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

95

6 DISCUSSÃO

Embasando-se nos resultados apresentados pela pesquisa, admite-se que os futuros

praticantes, iniciaram as atividades físicas portando algum comprometimento

musculoesquelético, e que este comprometimento além de lhes causarem dor, os limitam em

algumas das realizações das atividades da vida diária. Para Robergs & Roberts (2002), as

pessoas que possuem melhor condições clinicas e/ou de saúde apresentam menor risco para

ter um problema durante o exercício. Comenta-se ainda, sobre estas disfunções e a prática de

exercícios, a relação quanto ao agravamento destas lesões, quais seriam as conseqüências a

curto, ou até mesmo a longo prazo, já que MOURA (2002) relata, que o objetivo maior que

levam as pessoas a procura da pratica das atividades físicas em academias é com a finalidade

de melhorar a estética corporal, comprovados também na pesquisa (60% dos entrevistados), e

não o tratamento em si das disfunções, e sabe-se para que este aprimoramento estético ocorra

tem-se á necessidade da manutenção da pratica e utilização de vários princípios de

treinamento.

Dentre estes destaca-se o princípio da sobrecarga (BITTENCOURT,1984),esta

entendida como: aumento dos pesos, repetições, maior numero de exercícios,tudo isto

objetivando maiores adaptações a níveis de tecido muscular,adiposo (hipertrofia,diminuição

% gordura corpórea,aumento de força,...). Ainda segundo KOTTKE & LEHMANN (1994),

desde que não haja nenhum comprometimento; articular, tendíneo, muscular, somente

treinamentos mais pesados e mais freqüentes e por no mínimo três messes serão suficientes

para atingir mudanças de tamanho em fibras de contração rápida ou lenta ,aumento

Page 84: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

96

significativos de força e diminuição na porcentagem de gordura corpórea

Para Mcardle, Katch & Katch(1998),as complicações mais prevalentes relacionadas

aos exercícios físicos são de natureza musculoesquelética. A escassez de estudos

desenvolvidos com intuito de orientar e verificar a magnitude do agravamento de patologias

musculosesqueléticas relacionadas aos exercícios físicos , nos guia segundo alguns autores

dentre estes, Weinstein (2000), que a compreensão das moléstias e lesões do sistema

musculoesquelético e seu tratamento necessariamente dependem do conhecimento desses

tecidos. Para Frontera (2001) quando realizado de forma correta, com supervisão adequada e

respeitando os padrões de segurança e eficiência preconizados pela literatura, a atividade

física será um fator determinante da melhora funcional da população.

Em sua gênese a fisioterapia tem como objetivo restaurar ao máximo a capacidade

funcional e independência do indivíduo, conjuntamente com outros profissionais de saúde.

Para Rebelatto & Botomé (1999) o COFFITO reconhece o fisioterapeuta, como profissional

de saúde, promotor e responsável por suas ações junto à sociedade, sendo suas ações

importantes nas fases, primárias, secundárias e terciárias da saúde. É papel do fisioterapeuta,

restaurar, desenvolver e conservar as capacidades físicas, tratar distúrbios cinéticos funcionais

intercorrentes de órgãos e sistemas do corpo humano gerados por alterações genéticas traumas

e por doenças adquiridas (decreto lei n° 938 de outubro de 1969).

Reconhece ainda, que por sua formação acadêmica profissional, pode o fisioterapeuta,

atuar juntamente com outros profissionais nos diversos níveis de assistência á saúde, na

administração de serviços, na área educacional, esportiva e no desenvolvimento de pesquisas.

Isto nos permite lançar reflexões relacionadas a necessidade do profissional fisioterapeuta,

Page 85: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

97

trabalhar em conjunto com o profissional do exercício. Sendo uma equipe multidisciplinar no

ambiente das academias, destinados ao planejamento, implementação, ao controle e execução

de treinamentos, respeitando as limitações funcionais dos praticantes já acometidos,

prevenindo as instalações de processos agravantes destas patologias nos futuros praticantes de

exercícios físicos. E com esta união entre educador físico e fisioterapeuta, aprimorar os

procedimentos de avaliação e assistência na pratica das atividades físicas; verificando

constantemente o desempenho dos alunos e sua evolução funcional ,assim estes profissionais

estarão contribuindo em prol do bem maior, chamado saúde.

Page 86: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

98

7 CONCLUSÃO

No capítulo anterior procurou-se transpor a hipótese central da pesquisa, buscando

corroborar o tema e buscar a solução para o problema objeto de estudo. Neste capítulo, far-se-

ão as considerações sobre o estudo realizado, que nessa busca, feita com critérios científicos

propiciou demonstrar a verdade e estabelecer evidenciação dos fenômenos estudados.

Quanto ao objetivo principal de identificar através de dados (avaliação, análise de

exames médicos com laudo) os alunos das academias de musculação e ginástica que iniciam a

prática da atividade, portando patologias musculoesqueléticas foi atendido com o resultado da

pesquisa.

Quanto aos objetivos específicos de identificar os diversos fatores de risco, demonstrar

a necessidade de prevenir o agravamento das patologias musculoesqueléticas e fornecer

fundamentação teórica às abordagens para recomendações dos diferentes exercícios, pode-se

afirmar-se que foram satisfeitos com base no quadro elaborado pelos profissionais

(educadores físico e o autor da pesquisa), conforme descrito na tabela 5.3.

Conclui-se, portanto que a atividade física contribuiu como parte integrante para o

desenvolvimento de ser humano. Por meio dos exercícios físicos, dos esportes, cada indivíduo

utiliza e desenvolve o seu físico e sua motricidade, o que atua direta e /ou indiretamente nos

aspectos motor, afetivo e cognitivo.

Através da pesquisa exposta, foi possível demonstrar a importância que existe de uma

conscientização sobre a prática da atividade física orientada, a participação interdisciplinar de

Page 87: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

99

profissionais na prescrição e acompanhamento dos exercícios.

Através destes pontos solucionados, pois foi constatado nos dados levantados deste

trabalho que é possível minimizar o agravante de doenças e promover uma melhoria nas

condições de saúde geral dos praticantes.

Page 88: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

100

8 BIBLIOGRAFIA

APPLEY, A.G.; SOLOMON, L. Ortopedia e Fraturas em Medicina e Reabilitação. 6ª ed.São Paulo: Atheneu, 2002.

BLOISE, D.M. Ginástica Localizada: 1000 Exercícios Com Acessórios. 2ª ed. Rio deJaneito: Sprint, 2001.

BITTENCOURT, N. Musculação: Uma Abordagem Metodológica. 2ª. ed., Rio de Janeiro:Sprint, 1984.

CIPRIANO, J. J.; Manual Fotográfico de Testes Ortopédicos e Neurológicos. 4 ed.,Barueri: Manole 2005.

COTRAN,R. S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. ;Robins. Patologia Estrutural e Funcional. 6ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000

COX, J. M. Dor Lombar-Mecanismo, Diagnóstico e Tratamento. 6 ed.,São Paulo: Manole,2002.

Decreto-Lei n.º 938 de 13/10/1969 artigo 3.º

FLECK,S. J. ; KRAEMER, W. J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. PortoAlegre: Artes Médicas, 1999.

FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Fox: Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. 6ª. ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

FRONTERA, W. R.; DAAWSON, D. M.; SLOVIK, D. M. Exercício Físico e Reabilitação.1. ed., Porto Alegre: Artmed, 2001.

GIANOLLA, F.;Musculação Conceitos Básicos. 1 ed., Barueri: Manole, 2003.

GIL, ANTÔNIO CARLOS.Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas,1999.

___. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1994.

GOULD III, J. A. Fisioterapia na Ortopedia e na Medicina do Esporte. 2.ed. SãoPaulo: Manole, 1993.

GUREJE, O., VON KORFF, M., SIMON, G., GATER, R. Dor persistente e bem-estar: Umestudo realizado pela OMS nos Cuidados Primários. Cidade: JAMA,1998.

Page 89: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

101

HERBERT, S., XAVIER, R., PARDINI JR, A. G., BARROS, T. E. P. Ortopedia etraumatologia – princípios e prática. 3.ed, Porto Alegre: Artmed, 2003.

JUNQUEIRA,L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 9ª. ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 1999.

KOTTKE, F. J.; LEHMANN, J. F. Tratado de Medicina Física e Reabilitação deKrussen. vol.1 e vol. 2, 4. ed., São Paulo: Manole, 1994.

MAGEE, D. J.; Avaliação musculoesquelética. 3. ed, Barueri : Manole, 2002.

ÓRGÃO OFICIAL DO CONFEF, ano v n.17 setembro 2005

PAULA, G.Uma Proposta Ampla de Retenção de Cliente. Revista Empresário Fitness. SãoPaulo: ano II, n. 11, p. 30, jul/ago. 2004.

PIRES, D. A.; et. al.; Motivos para práticas de atividades físicas por indivíduosexercício-dependentes. XXVII Simpósio Internacional de Ciências do Esporte. p.9,2004.

PRESTES, M. R.; et.al.; Estudo exploratório sobre prescrição, orientação e avaliação deexercícios físicos em musculação. Revista Kinesis, n. 26 p.22-33, maio 2002.

REBELATO, J. R.; BOTOMÉ, S. P.; Fisioterapia no Brasil. São Paulo: Manole, 1999.

ROBERGS, R. A.; ROBERTS, S. O. Princípios Fundamentais de Fisiologia de ExercícioPara Aptidão, Desempenho e Saúde. 1 ed. São Paulo: Phorte Editora LTDA, 2002.

ROSSI, V.Malhação Democrática. Muscle Form, n.44, p.52-3, out 2005.

SABA, F.; Aderência à Prática do Exercício Físico em Academias. 1 ed. Barueri: Manole,2001.

SALTER, R. B.; Distúrbios e Lesões do Sistema Musculoesquelético. 3 ed. Rio de Janeiro:Medsi, 1999.

SCHWARZENEGGER,A. Encicloplédia de Fisiculturismo e Musculação. 2 ed. PortoAlegre:Artmed, 2001.

SARKEY, B. J.Condicionamento Físico e Saúde. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

THOMSON,A.; SKINNER, A.; PIERCY,J. Fisioterapia de Tidy. 12 ed. São Paulo: Santos2002.

WEINSTEIN, S. L.; BUCKWALTER, A. J. Ortopedia de Turek: princípios e sua

Page 90: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

102

aplicação. 5.ed., São Paulo: Manole, 2000.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

OLIVA,O.J.;BANKOFF,A.D.P.;ZAMAI,C.A. Possíveis lesões musulares e ou articularescausadas por sobrecarga na pratica da musculação. Revista Brasileira Atividade Física&Saúde. Vol.3. Num.3, 1998.

Page 91: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

103

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Nome:______________________________________________________

Idade:______________Profissão:__________________Sexo:_____

1-Qual tipo de modalidade a ser praticada na academia?

________________________________________

2-Qual seu objetivo com a prática desta modalidade na academia?

_________________________________________

3-Pratica outro esporte?

Sim ( ) Não ( )

Qual?____________________________________

4-Apresenta alguma doença?

Sim ( ) Não ( )

Qual?____________________________________

5-Procurou o médico por causa da doença?

Sim ( ) Não ( )

6-Qual o diagnóstico médico?

________________________________________

Page 92: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

104

7-Foram feitos exames complementares?

Sim ( ) Não( )

Quais?___________________________________

8-Já apresentava esta doença antes da prática de atividade na academia?

Sim ( ) Não( )

A Quanto Tempo?

_________________________________________

9-Você sente dor relacionado a esta doença?

Sim( ) Não( )

10-E esta dor o(a) limita na realização de alguma de alguma atividade?

Sim( ) Não( ) Qual(ais)___________________

11-Você já teve algum atendimento fisioterapêutico relacionado a esta doença?

Sim ( ) Não( )

Por quanto tempo?

_________________________________________

Page 93: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

105

Page 94: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

106

APÊNDICE 2

TERMO DE CONSENTIMENTO

Declaro que fui satisfatoriamente esclarecido pelo pesquisador, em relação a

minha participação no projeto de pesquisa ABORDAGEM FISIOTERAPEUTICA NA

AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE ALUNOS QUE INGRESSAM NAS

ACADEMIAS DE GINÁSTICA, MUSCULAÇÃO COM PATOLOGIAS

MUSCULOESQUELÉTICAS. Serei submetido aos seguintes procedimentos: entrevista sobre

minha condição de saúde física ao matricular-me na academia de musculação ou ginástica,

serei avaliado através dos seguintes métodos: questionário realizado pelo acadêmico do 10º

período de fisioterapia , Saulo Januário Pereira.

Estou ciente e autorizo a realização dos procedimentos acima citados e a utilização

dos dados originados destes procedimentos para fins didáticos e de divulgação em revistas

científicas brasileiras ou estrangeiras. Desta forma, concordo voluntariamente e dou meu total

consentimento, sem ter sido submetido a qualquer tipo de pressão ou coação.

Cascavel, 14 de setembro de 2005

__________________________Assinatura do Participanteou Representante Legal

___________________________ __________________________________Mario Rezende Saulo J. PereiraOrientador Acadêmico

Page 95: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

107

APÊNDICE 3 – ÀS ACADEMIAS

Objetivo da pesquisa

Um estudo da OMS revela que uma em cada 5 pessoas adultas sofrem de dores

crônicas de caráter não maligno, que geralmente ocorre nas costas, cabeça, articulações e

membros.Em academias de musculação e ginástica, os alunos frequentemente referem dor

persistente, antes ou após a atividade física, sendo agravadas pelo exercício, oriundas de

patologias pré-existentes ou não, sendo necessário o uso de medicamentos contra estas dores e

inflamações ou a interrupção prematura da atividade física.

Uma triagem baseada em avaliação musculoesquelética do aluno realizada pós-

matricula, onde educador físico, fisioterapeuta unidos ao bem comum, favorece a

identificação de alunos que iniciam a pratica portando alguma patologia,da suporte cientifico

ao educador físico na elaboração de protocolos de exercícios em especial aos praticantes

portadores de patologias musculoesqueléticas,possibilita a diminuição do alto índice de

desistências que ocorre nas academias.Este trabalho propõe o atendimento de saúde

interdisciplinar, os diferentes profissionais trabalhando juntos para obter um atendimento de

alta qualidade e funcionalidade

Page 96: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

108

Page 97: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

109

APÊNDICE 4 - FICHA DE AVALIAÇÀO FISIOTÊRAPEUTICA

Nome: _______________________________________ Telefone: ______________

Idade: _________ Sexo:________ Data de Nascimento: __/__/___DATA_________

Profissão Atual: _________________ Profissão Anterior: _____________________

DiagnósticoClínico:_____________________________________________________________

Queixa do Paciente:

AnamneseAtual:

Anamnese Pregressa:

Exames Complementares:

Page 98: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

110

Exame Físico:

Inspeção:

Palpação:

Escala de dor segundo Magee (2002):

Nível 1: dor após atividade física( )

Nível 2: dor após atividade física que desaparece com o aquecimento( )

Nível 3: dor durante e após atividade específica que não afeta o desempenho( )

Nível 4: dor durante e após atividade específica que afeta o desempenho( )

Nível 5: dor com atividades da vida diária (AVD)( )

Nível 6: dor surda constante em repouso que não perturba o sono( )

Nível 7: dor surda constante que perturba o sono( )

Diagnóstico Fisioterapêutico:

___________________________________________________________________________

Page 99: ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICANAAVALIAÇÃOEACOMPANHAMENTO ... · 2017-06-07 · 16 ADeuseaminhamãeMaria(inmemoriam), pois, acredito que eles tenham uma participação importante. À

111

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________