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ISSN 0100-1485 Ano 12 Nº 56 Abr/Mai 2015 O FUTURO DAS TINTAS ANTICORROSIVAS O FUTURO DAS TINTAS ANTICORROSIVAS NOVAS TECNOLOGIAS NOVAS TECNOLOGIAS ENTREVISTA Fernando Cotting, pesquisador da USP Fernando Cotting, pesquisador da USP ENTREVISTA

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ISSN 0100-1485

Ano 12Nº 56Abr/Mai 2015

O FUTURO DAS TINTASANTICORROSIVASO FUTURO DAS TINTASANTICORROSIVAS

NOVAS TECNOLOGIASNOVAS TECNOLOGIAS

ENTREVISTA

Fernando Cotting,pesquisador da USPFernando Cotting,pesquisador da USP

ENTREVISTA

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Sumário

4Editorial

Commodities, até quando?

6Entrevista

Inibidores de corrosão inteligentesrevolucionam o setor de corrosão

8Novas Tecnologias

O futuro das tintas anticorrosivas

18Notícias do Mercado

26Cursos

Calendário 2015 – De Junho a Novembro

34Opinião

Vença 4 medos e tenha bons negóciosAlan Pakes

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A Revista Corrosão & Proteção é uma publicação oficialda ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, fundadaem17 de outubro de 1968. É editada em parceria com aAporte Editorial com o objetivo de difundir o estudo dacorrosão e seus métodos de proteção e de controle e con-gregar toda a comunidade técnico-empresarial do setor.Tem como foco editorial compartilhar os principaisavanços tecnológicos do setor, tendo como fonte entidadesacadêmicas, tecnológicas e de classe, doutores mestres eprofissionais renomados do Brasil e do exterior.

Av. Venezuela, 27, Cj. 412Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892www.abraco.org.br

Diretoria Executiva – Biênio 2015/2016PresidenteDra. Denise Souza de Freitas – INT

Vice-presidenteEng. Laerce de Paula Nunes – IEC

DiretoresAécio Castelo Branco Teixeira – química uniãoAna Paula Erthal Moreira – A&Z ANÁLISES QUÍMICASFernando Loureiro Fragata – Consultor/InstrutorM.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta – PETROBRASMaria Carolina Rodrigues Silva – EletronuclearEng. Pedro Paulo Barbosa Leite – PetrobrasSegehal Matsumoto – Consultor/Instrutor

Conselho Científico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTECM.Sc. Hélio Alves de Souza JúniorDra. Idalina Vieira Aoki – USPDra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTECEng. João Hipolito de Lima Oliver –PETROBRÁS/TRANSPETRODr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPEDr. Luís Frederico P. Dick – UFRGSM.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPTDra. Olga Baptista Ferraz – INTDr. Pedro de Lima Neto – UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – FrançaDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ

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Diretores e EditoresJoão Conte – Denise B. Ribeiro Conte

Projeto Gráfico/EdiçãoIntacta Design – [email protected]

GráficaAr Fernandez

Edição nº 56 de Abril/Maio de 2015ISSN 0100-1485

Circulação nacional – Distribuição gratuita

Esta edição será distribuída em junho de 2015.

As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição darevista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ouparcial das ma térias e imagens publicadas sem a prévia auto -ri zação da editora responsável.

Artigos Técnicos

20Autorreparação em resina

contendo microcápsulas cominibidores de corrosão

Por Fernando Cotting e Idalina V. Aoki

27As cores em tintas anticorrosivas

Por Celso Gnecco

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tudo começou assim: A fim de não deixar o Brasil totalmente abandonado, Portugal ini-ciou a exploração de vários produtos naturais da colônia: madeira, especiarias, sementes, ervasme di cinais, muitas vezes, obtidos dos índios, em troca de colares, pentes, machados… Passados

500 anos, será que índio ainda quer apito?É fácil verificar que hoje carregamos algo dessa herança histórica quando observamos nossa tendên-

cia de continuar sendo um país eminentemente gerador de commodities. Só para lembrar, commodity éa palavra inglesa, empregada aqui também para classificar produtos de baixo valor agregado, “matériaprima”, insumos utilizados na elaboração de outros produtos. Dentro dessa linha, o Brasil se destacamundialmente por sua grande exportação de commodities como café, laranja, petróleo e minério.

Dados recentes do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM – Março/2015) confirmam o impres-sionante crescimento da extração de minérios no Brasil neste século: 420 % entre 2001 e 2014!Obviamente, o apoio à produção de algumas commodities como, por exemplo, o minério é responsá velpor atrair grande volume de investimentos externos e tem colaborado para vitaminar nosso superavit

comercial, mas será que cinco séculos não foram suficientes paraalterarmos essa trajetória de atividade primária e passarmos aostentar um patamar mais elevado de industrialização?

Quando começaremos efetivamente a agregar valor ao nossopa trimônio não re no vável e não apenas fornecer nossas reservasprimá rias para que outros as transformem? Quando passaremos aexportar o aço e não o minério de ferro?

É inegável que nossas universidades e centros de pesquisa e de -senvolvimento tecnológico têm revelado a excelência de nossos

cientistas e profissionais para o mundo, como demonstra os inúmeros trabalhos apresentados nos even-tos de nosso setor de corrosão.

Somos detentores de tecnologias avançadas. Então, o que nos falta? Não podemos colocar toda aresponsabilidade sobre os ombros da política econômica. A consistente melhoria da qualificação da mãode obra e da infraestrutura de transportes, assim como a agilização de processos burocráticos devemfazer parte da agenda de desenvolvimento do país. Somente dessa forma, o Brasil poderá ga nhar com-petitividade no momento atual e potência para alavancar seu futuro.

O futuro das tintas anticorrivas – Com a participação de renomados profissionais, empresas e enti-dades de tecnologia do setor, são discutidas as novas tecnologias de combate e controle da corrosão emequipamentos e estruturas metálicas. Essa matéria contou com a consultoria técnica de Celso Gneccoe Fernando de Loureiro Fragata. Ver página 8.

A pesquisa sobre autorreparação em resina contendo microcápsulas com inibidores de corrosão,desenvolvida por Fernando Cotting e Idalina Vieira Aoki, poderá ser apreciada na página 20.

A partir desta edição, os trabalhos voltados à divulgação de material informativo, de caráter práticoe dirigido ao dia a dia dos profissionais da área, passam a ser parte integrante do conteúdo editorial darevista na seção Orientação Técnica. Na página 27, o leitor poderá tomar conhecimento do trabalhoapresentado por Celso Gnecco.

Esta edição será distribuída na Conferência sobre Tecnologias de Equipamentos a ser realizada de15 a 19 de Junho, em Cabo de Santo Agostinho, PE.

Boa leitura!

Os editores

Commodities, até quando?

Carta ao leitor

Será que 500 anos não foram suficientes

para alterarmos a trajetória de atividade

primária e alcançarmos um patamar

mais elevado de industrialização?

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Inibidores de corrosão inteligentesrevolucionam o setor de corrosão

Nanotecnologia é utilizada como ferramenta fundamental para dotar de “inteligência”

novos produtos de prevenção e combate contra a corrosão

Entrevista

raduado em Química In -dustrial pelas FaculdadesOs waldo Cruz em 2008,

Fernando Cotting foi laureadona 6ª edição do Prêmio Pe tro -bras de Tecnologia, dentro dotema Tec nologia de Logística ede Trans porte de Petróleo, Gáse derivados, com sua disserta -ção de mes trado sobre revesti-mento com efei to de autorrepa -ração para sis te mas de transpor -te e armazenamento de petróleoe gás, que pu blicamos na página20 desta edi ção.

Iniciou seu curso de pós-gra duação em 2009 e conheceusua atual orientadora, a profes-sora Idalina Vieira Aoki, quelhe apresentou o tema de reves-timentos inteligentes.

Apaixo nou-se de imediatopelo assunto e, desde então,tem-no ex plo rado com avi dez.Em 2012, ob teve o título demestre pelo De partamento deEngenha ria Quí mica da USP e,desde 2013, é doutorando namesma instituição.

Neste mesmo ano, fundoujuntamente com sua orientado-ra e seu amigo, Tia go Sawczen,a Nano corr, em presa de dicada àcriação de aditivos in teligentes esoluções contra cor rosão.

Para relatar as perspectivas desua pesquisa, Fernando Cottingrecebeu a Revista Corrosão &Proteção. Acompanhe.

la boratório usando bé queres e es -pátulas, e tivemos que começar ausar baldes, pás, reatores e toda aparafernália de um ambiente deprodução industrial.

Na época, foi aventada a pos-sibilidade dessa pesquisa pas-sar para outro patamar e levarao desenvolvimento de ummé todo de autorreparação dapró pria camada danificada detin ta. O que ocorreu nessesentido des de então?Cotting – Esta é a minha atualli nha de pesquisa e posso dizerque já obtivemos alguns resulta-dos preliminares bem promissores.Creio que dentro de alguns anosjá estará concluída. Estamos en -cap sulando os dois componentes(A e B) de uma tinta epóxi sepa-radamente em microcápsulas po -li méricas para serem aditivadasem tintas de alto desempenho.

Em seu trabalho de disser-tação, foi utilizada a polimeri -zação em emulsão para produ -zir as microcápsulas. O que olevou a escolher esse métodoao invés de spray drying ou apolimerização interfacial?Cotting – Este método foi escolhi-do devido à natureza do inibidorde corrosão encapsulado. No pro -cesso de encapsulamento um dosprincipais fatores que irá deter-minar o processo a ser utilizado é

Há dois anos atrás, sua pes -quisa sobre inibidores de cor-rosão inteligentes foi conside -rada um marco e o fez ganharo Prêmio Petrobras de Tecno -lo gia. Qual foi a repercussãoPrêmio Petrobras no meioaca dêmico e empresarial?Fernando Cotting – Houve umgrande reconhecimento tanto domeio acadêmico como empresari-al, porém os empresários foram osque mais entraram em contatoco migo, pois queriam saber se atecnologia já estava disponível nomercado ou, então, em quantotem po ela poderia estar.

O processo já está sendo reali -zado em escala industrial?Cotting – Sim. Atualmente, eleestá sendo implementado emescala piloto pela Nanocorr.

Foi constatado algum proble-ma quando o processo saiu dolaboratório de nanotecnolo-gia e passou para a produçãoem larga escala?Cotting – Não houve grandesproblemas ao produzir o produtoem uma escala diferente do que ade laboratório. É claro que sem-pre aparece um problema aquiou ali, mas, no geral, foi tudotranquilo. Talvez a maior difi-culdade foi a de nos adaptar auma escala maior, pois estávamosacostumados com o dia a dia de

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Fernando Cotting

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se o seu material ativo (interior dacápsula) é solúvel ou insolúvel emágua. Como o nosso inibidor é so -lúvel em água e estávamos buscan-do um método que fosse viável eco-nomicamente para a produção in -dustrial, nós optamos por usar omé todo de extração de solvente poremulsão múltipla. A polimeri za çãointerfacial é mais usada pa ra o en -capsulamento de substâncias hi dro -fóbicas e o spray drying é um pro -cesso mais caro muito utilizado naindústria de alimentos e fármacos.

Como está a Nanocorr hoje?Cotting – A Nanocorr foi fundadano final do ano de 2013 com oúnico objetivo de sairmos da escalade laboratório e levar a ino vaçãopara o uso comercial.

Quais são suas linhas de atu-ação?Cotting – Hoje, a Nanocorr pro-duz, em escala piloto, diferentestipos de microcápsulas para algu-mas aplicações e distribui amos traspara o mercado. Além disto, tam-bém trabalhamos com a produçãode aditivos em escala piloto para aintrodução deles no mercado na -cio nal de aditivos para tintas.

O que tem sido desenvolvidono Brasil e no mundo na áreade na no tecnologia que deveráfirmar-se co mo tendência nosdez próximos anos?Cotting – Em minha opinião, abusca pelo desenvolvimento demateriais “inteligentes” será bemexpressiva, pois há um grande in -teresse de que não haja tanta in -terferência ou paralizações nosequipamentos para a manu ten -ção preventiva e a grande maio -ria dos materiais inteligentes de -sen volvidos utiliza a nanotecno -lo gia como ferramenta ou, pelome nos, está enveredando por estecaminho. Com isto, iremos di mi -nuir os impactos econômicos eam bientais devido à redução daperiodicidade de manutenção.

Como está a nanotecnologiano Brasil comparada a outroscentros tecnológicos interna-cionais mais desenvolvidos?Cotting – Devido aos meios atuaisde comunicação, o conhecimentohoje é disseminado na ve locidadeda luz. Eu diria que o Brasil nãofica atrás em relação aos ou troscentros tecnológicos ao redor domundo, nem em qualidade de nos-sos pesquisadores nem em re cursosque temos disponí veis. Mui tas ve -zes já ouvi pes qui sa dores de grandescentros de pes quisa internacionaiselogiarem os trabalhos realizadosaqui em nosso país.

E a longo prazo, o que você es -pera que aconteça na área denanotecnologia inteligen te?

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dendo até mesmo melhorar o de -sempenho da tinta. Durante o de -senvolvimento do meu trabalho,observamos que na primeira horade imersão as microcápsulas pre -judicaram o efeito barreira do fil -me aplicado, porém as microcáp-sulas protegeram o metal a partirde quatro horas de imersão devi-do ao efeito autorreparador. Istoocor reu porque trabalhamos commicrocápsulas e não com nano -cáp sulas, mas mesmo assim estadiminuição do efeito barreira nãofoi tão grave para o nosso caso.

Quais são as principais áreasde aplicação da nanotecnolo-gia atualmente?Cotting – As que mais se destacamsão: a área de materiais, quí mica,

O Brasil não fica atrás dos ou tros centros de pesquisa ao

redor do mundo, nem em qualidade de nossos pesquisadores

nem em re cursos que temos disponí veis. Mui tas vezes já ouvi

pes qui sa dores de grandes centros de pes quisa internacionais

elogiarem os trabalhos realizados aqui em nosso país

“”Cotting – Acredito que, com um

conhecimento maior sobre estatec nologia, faremos coisas quenem conseguimos imaginar nosdias atuais, mas sei que haveráum grande avanço em pesquisasna área de materiais, medicina ena aplicação de fármacos. Pro -vavel mente, quando este dia che -gar, um novo leque de uma novatecnologia já estará em nosso ca -minho também.

Qual é o diferencial competi-tivo da nanotecnologia em re -la ção às outras metodologiasconvencionais?Cotting – Do ponto de vista deaditivos inteligentes para tintas, aprincipal vantagem é a de que es -te aditivo, em escala nano mé tri -ca, não irá interferir nas princi-pais propriedades da tinta, prin ci -palmente na função barreira, po -

medicina, farmácia, ele trônica,energia, agrícola e am biental.

Atualmente, está se dedicandoa outras pesquisas? Em casoafirmativo, em que área?Cotting – Continuo trabalhandocom o desenvolvimento de revesti-mentos autorreparadores e desen-volvendo sistemas que, cada vezmais, diminuem a necessidade derepintura das peças metálicas. Es -tou também em busca da autor-reparação de sistemas à base deresina epóxi e do sistema poliure-tano, através do en cap sula mentodos monô me ros e en dure cedoresdestes siste mas. Além dis to, meutraba lho tem-se estendido até aprodução destes aditi vos em es calapi loto, pois espero que possam serintroduzidos no mer cado nacio -nal de aditivos para tintas em fu -turo próximo.

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Novas Tecnologias

raças à sua engenhosidade, o homem conseguiu extrair dominério bruto metais com alto teor de pureza. Contudo, amãe natureza não se dá por vencida e constantemente

"chama seus filhos" de volta ao seu estado original. Assim, ferro eaço, por exemplo, têm a tendência natural de combinar-se com ooxigênio e a água e formar ferrugem, isto é, óxidos de ferro hidrata-dos, similares aos que encontramos na composição do minério deferro original. Trata-se, portanto, de um combate contra a própriana tureza, o qual o homem é obrigado a travar devido aos efeitosperniciosos da corrosão em suas obras.

Embora o fenômeno corrosivo ocorra de várias formas, nesteartigo iremos abordá-lo de modo a dar subsídios ao nosso tema cen-tral que é a emergência de novas tecnologias, das novas armasarquitetadas pelo homem e que pro me tem "encurralar" a corrosãopor períodos cada vez mais longos.

Proteção contra a corrosão por pinturaA pintura é, sem dúvida, um dos métodos mais econômicos e

eficientes para proteção de estruturas e equipamentos de aço contraa corrosão. A facilidade de aplicação e de manutenção faz da pintu-ra o método mais viável para a proteção destas superfícies.

Chamamos de tintas anticorrosivas aquelas que são exclusivaspara proteção de superfícies metálicas e que podem ser mono oubicomponentes. Podem ser de alto ou baixo sólidos, de alta ou baixaespessura e à base de água ou de solventes orgânicos ou mesmo semsolvente. Quando são tintas de fundo ou dupla função, isto é,fundo e acabamento (epoximastic), é necessário que tenham pig-mentos anticorrosivos em sua composição.

Tintas de secagem rápidaO tempo de secagem das tintas anticorrosivas é um dos fatores

que limitam a entrega de um serviço de pintura. Em obras degrandes estruturas e grandes equipamentos, esta situação torna-secrítica, pois não há como acelerar sua cura em estufas por causa dasdimensões das peças.

Hoje em dia, já estão disponíveis no mercado tintas de secagemao ar extremamente rápidas que agilizam a li be ração de áreas ouequipamentos para produção e com isto viabilizam a retomada dotrabalho mais rápido, proporcionando um maior faturamento ou,em caso de manutenção, a mini mização do custo da parada.

“Os fatores que mais contribuíram para chegar a este grau deevolução da tecnologia das tintas anticorrosivas de secagem rápidafoi o desenvolvimento de solventes com maior poder de solvência emais voláteis, a diminuição ou até mesmo a eliminação dos sol-ventes, re sinas mais reativas com agentes de cura também maisreativos e aditivos ativadores que aceleram a reação de cura da

Onipresentes na vida do ser humano, as tintas, principalmente as de prevençãoe combate à corrosão, estão hoje entre os materiais mais pesquisados no mundo

O futuro das tintas anticorrosivas

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resina”, explica Celso Gnecco,gerente de treinamento técnicoda Sherwin Williams do Brasil.

Por causa destas melhorias,a vida útil da mistura das tintas,também conhecida como potlife, foi reduzida e houve ele-vação do custo de sua aplica -ção, pois muitas des sas misturasne ces sitam equi pa men tos espe-ciais, co mo, por exemplo, ossistemas de pulverização sem arde vários componentes (AirlessPlural Component).

Embora, à pri meira vista,es sas restrições possam ser con-sideradas desvantajosas, elas sãoamplamente compensadas pelamelhora da relação custo-be -nefício obtida. Trata-se de umatecnologia cujos avanços técni-cos e econômicos certamentede verão tornar-se uma tendên-cia para os próximos anos.

Além do tempo de secagemou de cura mais rápido, outravan tagem destas tintas é queum esquema de pintura com -ple to, com todas as suas de -mãos, pode ser aplicado em umperíodo de trabalho em que ascondições climáticas são favorá -veis (em certas épocas do ano édas 8 h às 18 h).

Com as tintas convencio -nais, muitas vezes, o tempo depintura tem de ser estendido eo trabalho acaba avançando esendo realizado em períodoscon siderados críticos, em quehá restrições de aplicação porcau sa da temperatura e da umi-dade relativa do ar. Nesses ca -sos, a aplicação de uma novade mão não é aconselhável e de -ve ser postergada para o dia se -Fo

tos:

Weg

Tin

tas

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se cagem ou cura a qualidade das tintas não diminuiu, muito pe locontrário, estas tintas apresentam desempenho fantástico em relaçãoà sua resistência con tra a corrosão em ambientes de extrema agressãoquímica e física”, salienta Gnecco.

Tintas inteligentes?Talvez, inteligência não seja o melhor termo para descrever o

processo que se desenvolve em determinadas tintas que são sinteti-zadas atualmente, mas o adjetivo pegou. Trata-se de um conceitorela tivamente novo que já foi implementado em escala industrialpor alguns pesquisadores no mundo e é considerado por muitoscomo a grande promessa para o combate e controle da corrosão.

A tinta inteligente pode ser definida como qualquer tinta quealtera as propriedades do material em resposta a um estímulo exte-rior. Há pesquisas avançadas sobre tintas que podem não apenasreduzir a corrosão, mas também revelar os primeiros indícios de suainstalação no sistema.

Um sistema de pintura com tintas inteligentes, baseado emmicrocápsulas sensíveis à diferença de pH, já foi desenvolvido paradetectar a corrosão em seu estágio incipiente, inibi-la e autorreparara área afetada. Assim, a tinta ganha propriedades curativas que sãoativadas imediatamente após o início do processo de corrosão nosistema.

As técnicas de aplicação de inibidores de corrosão que visam aautorreparação da tinta podem ser obtidas por vários métodos,cujas limitantes são a so lubilidade do inibidor, os custos e as difi-culdades técnicas aliadas à sua implementação em escala industrial.

guinte, o que significa atraso naobra e queda na produtividade.

Esta nova tecnologia permi -te também que uma única de -mão de tinta corresponda a du -as ou até três das convencionais,devido à sua alta espessura. Istose traduz na diminuição do cus -to total do trabalho, pois reduzo custo da mão de obra.

“O interessante é que mes -mo com a re dução do tempo de

Celso Gnecco, gerente detreinamento técnico da SherwinWilliams do Brasil

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silanol. As microcápsulas po -dem ser adicionadas à tinta du -rante sua fabricação ou seremmisturadas antes da pintura.Quando a superfície metálicaso fre algum tipo de impacto, asmicrocápsulas se rompem e asubs tância inibidora começa aentrar em ação.

A pesquisa levou-o ao de -sen volvimento de um sistemade en capsulamento dos ini bi -dores de corrosão que são adi-cionados às tintas. Em geral, osini bidores costumam ser mistu-rados diretamente com as re -sinas, porém nem sempre elessão com patíveis, o que prejudi-ca seu desempenho e pode atéestragar sua formulação. Con -tudo, uma vez encapsulado, oinibidor de corrosão fica isola-do, pois as paredes da cápsulaimpedem sua interação com atin ta em condições normais.

A bola de cristal da corrosãoCientistas americanos da Battelle Memorial Institute desen-

volveram uma microesfera que não apenas detecta a corrosão, maslibera uma carga que auxilia a reparar as fissuras microscópicas cau-sadas pelo processo corrosivo.

As esferas têm aparência de um pó branco e fino que pode sermisturado com os revestimentos, usados para proteger tubulações eoutros equipamentos de infraestrutura, sujeitos à corrosão. As es -feras inteligentes de autorreparação detectam e revelam a corrosãoque está se formando, antes que ela se torne visível a olho nu. Umavez ativadas, elas liberam um produto químico patenteado quepreenche as fissuras.

As esferas tornam-se fluorescentes na presença de corrosão epodem ser vistas com uma luz especial. Isso proporciona uma indi-cação precoce de que a corrosão já está em andamento, emboraainda não dê sinais visíveis, e também cria uma oportunidade deestudar o problema e tomar medidas de proteção mais amplas,enquanto as esferas cuidam dos primeiros reparos e detêm o desen-volvimento do processo.

Case de sucesso no BrasilFernando Cotting, mestre em química pela USP, criou um

revestimento inteligente feito com microcápsulas, capazes de inibira corrosão de metais, quando incorporadas a tintas. Essas microcáp-sulas de poliestireno são processadas de modo a conter cério e

Somos especializados em revestimentos, com técnicas modernas para preparação de superfície por hidrojateamento e aplicação de tintas anticorrosivas, minimizando os resíduos e os danos ambientais.Atuamos na manutenção de plataformas marítimas e navios de petróleo.

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Quando ocorre o defeito, ela serompe e imediatamente disparao processo de proteção.

O inibidor utiliza uma mis-tura de cério e silanol. O silanolé um composto químico análo-go ao metanol em que o car-bono é substituído pelo silício.Já o cério é um metal de terrasraras, utilizado como uma alter-

nativa ambientalmente amigável na substituição dos inibidores decorrosão clássicos e tóxicos, pois ele oferece uma proteção prolon-gada ao substrato.

O cério também é muito utilizado na aditivação de filmes finos(silanos) que aumentam a proteção contra a corrosão. “O que fize-mos em nosso traba lho foi algo que não havia sido feito antes: mis-turamos um silanol (silano hidrolisado) com 50 ppm de íons decério (outros trabalhos utilizam 1000 ppm quando utilizam apenaso cério) e obtivemos uma eficiência na inibição da corrosão do açocarbono em NaCl 0.1 mol.L-1 de aproximadamente 98 %. Nestascondições, o aço ficou intacto mesmo após três dias de imersão nasolução agressiva”, ensina Fernando Cotting.

A vantagem destes compostos consiste em sua ação sinérgica ena utilização de uma concentração menor de cério, metal poucoabundante na natureza, que leva à redução dos custos de fabricaçãosem afetar a eficiência do produto.

O inibidor é encapsulado pelo método de polimerização ememulsão. Na primeira etapa, o composto de cério e silanol emsolução aquosa é misturado com poliestireno dissolvido em sol-vente orgânico. Também é utilizado um tensoativo para garantir aestabilidade da mistura, na qual se formam micelas esféricas queservem de molde para a formação das futuras microcápsulas.Depois que o poliestireno dissolvido envolve o inibidor, formandoas micro cápsulas, a solução passa por no va emulsão, com adição demais água, que é aquecida para permitir a separação do solven te e a

Fernando Cotting, mestre emengenharia química pelaUniversidade de São Paulo

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demão. Como conseqüência,ocorre redução do custo, tantopela menor perda de solventesquanto pela maior eficiência napintura, pois a espessura pordemão pode chegar ao dobro deuma tinta convencional.

Impacto ambientalÀ medida que o homem se

tornou mais consciente dosdanos que ele mesmo estavagerando ao meio ambiente de -vido ao seu modus vivendi, elecomeçou a tentar interromperou mesmo rever ter determina-dos processos comprovada-mente perniciosos que podemafetar sua saúde.

Hoje, agências reguladorasem todo o mundo tentam coi -bir a fabricação de substânciasque representam perigo à saúdedo operário que as fabrica, doconsumidor final e do meio

consolidação da parede das microcápsulas.O método de encapsulamento abre muitas possibilidades de

uso. Pode ser útil em tinta e resina epóxi, em algumas tintas de usoindustrial e até na indústria automotiva. As mi cro cápsulas podemser adicio nadas à tinta durante sua fabricação ou serem disponibi-lizadas separadamente e misturadas an tes da pintura. Qualquersetor industrial, em que a pintura seja o método utilizado para evi-tar a corrosão e prolongar a vida útil dos equipamentos, pode uti-lizar o inibidor encapsulado.

Devido à grande espessura de suas paredes, as microcápsulas sãomais resistentes ao sistema de pintura airless, utilizado em estruturasmetálicas. O emprego de camadas de tinta com efeito de autor-reparação, além de aumentar a proteção, reduz a frequência dasinterfe rências para manutenção.

Este trabalho pode ser lido na íntegra na página 20 desta edição.

Alto teor de sólidosO atual desenvolvimento dos polímeros permite formular tintas

com elevado teor de não-voláteis – são as chamadas tintas de alto-sólidos. Estas tintas são possíveis graças ao desenvolvimento depolímeros de baixa viscosidade que possibilitam a formulação detintas com alta concentração de sólidos, mas com viscosidadesemelhante a de uma tinta convencional.

As vantagens são óbvias: primeiramente a redução na emissão desolventes na atmosfera e, segundo, maior espessura de filme por

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Tintas oferecendo proteção total. www.weg.net

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dedicada aos diversos tipos de tratamento de superfície – do manual

mecânico ao jateamento abrasivo. O WEGPOXI BLOCK HPP 402 proporciona incomparável proteção química e anticorrosiva ao

substrato em relação aos epóxis de alto desempenho, utilizados na

manutenção de estruturas expostas à ambientes altamente agressivos.

PROTEÇÃO TOTAL PARA

ESTRUTURASMETÁLICAS

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ambiente.A indústria química de tin-

tas é uma das que mais temcolaborado nesse sentido, poispossui um amplo espectro deprodutos agressivos ao meioambiente. O foco tem sidodetectar os produtos que geramos Compostos Orgânicos Volá -teis (COV). Estes compostospossuem, sob condições nor-mais, uma pressão de vapor tãoalta que volatizam e entram naatmosfera. Uma das maioresfontes de COVs são os sol-ventes, cuja função é reduzir aviscosidade para facilitar a apli-cação e manter a secagem ho -mogênea. Enquanto a tinta se -ca, os COVs são liberados noambiente.

Contudo, o atual desenvolvi-mento dos polímeros já possibili-ta formular tintas com elevadoteor de não-voláteis. Es tas tintassão possíveis graças ao desenvol -vimento de polí meros de baixaviscosidade e que, por isso, per-mitem formular tintas com altaconcentração de sólidos, mascom viscosidade semelhante à deuma tinta convencional. Esta éuma tendência crescente em pin-tura de equi pamentos e máqui -nas em linhas de produção.

À base de águaOutra tendência são os re -

vestimentos hidrossolúveis. Hávárias pesquisas para desen-volver resinas solúveis, novospigmentos e aditivos para tintas

à base de água, mas a substitui ção de solventes orgânicos por águanão é muito simples. A boa notícia é que quase todos os tipos con-hecidos de tintas à base de solventes orgânicos já têm sua versão àbase de água no Brasil.

O perigo do isocianatoAs resinas epóxi sozinhas não têm propriedades interessantes

para tintas. É necessário reagi-las com outra resina chamada decatali sador, agente de cura ou endurecedor. Um desses catalisadoresé o chamado isocianato. A presença de isocianato também repre-senta um perigo à saúde humana. As tintas epóxis curadas com iso-cianato são utilizadas como primer de aderência, o famoso N-2198,em superfícies de aço galvanizado, alumínio, aço inoxidável ou ou -tros materiais não-ferrosos.

“No caso das tecnologias ultrapassadas, enquadram-se, entreoutras, a norma N-2198. O mercado já desenvolveu primers epóxicom desempenho igual ou superior. Esse fato, aliado ao própriodesempenho limitado dessa tinta quando aplicada so bre substratoscomo, por exemplo, os galvanizados, os aços inoxi dáveis e outrasligas metálicas, levou a Petrobras a optar pelo cancelamento dessanorma, passando a exigir jateamento abrasivo e aplicação do esque-ma de pintura que melhor se enquadra na con dição de operação”,esclare ce Joaquim Pereira Quintela, consultor técnico da Petrobras.

O caso do alcatrão de hulhaAs tintas à base de epóxi-alcatrão de hulha também vêm des-

pertando preocupação com a saúde e segurança dos trabalhadoresenvolvidos com sua fabricação e aplicação. Por se tratarem de anti-corrosivos relativamente baratos e eficazes, essas tintas têm sidomuito utilizadas para proteção anticorrosiva, onde se necessita re -sistência à corrosão provocada por água salgada ou doce e re sis -tência a alguns tipos de agentes químicos.

As tintas epóxi-alcatrão de hulha têm boas propriedades dealongamento e flexibilidade e, por serem de natureza oleosa,aderem bem sobre superfícies contaminadas. O alcatrão de hulha defato contém hidrocarbonetos aro má ti cos policíclicos (PAH), classifi-cados como canceríge nos, bio-acumuláveis e tóxicos.

"As tintas modificadas com alcatrão de hulha se enquadram notópico meio ambiente e saúde ocupacional. Apesar de apresentaremdesempenho incontestável nas condições de imersão em água salga-da e na atuação em conjunto com sistemas de proteção catódica, ocaráter cancerígeno do alcatrão de hulha levou à a proibição de suautilização em tintas em nível mundial. A Petrobras, ciente do peri-go, também cancelou e alterou normas, visando solucionar esseproblema", informa Quintela.

O fator humano nas novas tecnologiasA atividade de inspeção de pintura é fundamental para que haja

um controle adequado de qualidade do todo o processo.O inspetor de pintura nível 1 é um profissional que atua direta-

mente na obra ou em fábrica executando o controle e acompa -nhamento do processo de pintura, na preparação, durante o proces-so e após a finalização, fazendo a medição e controle da qualidade,baseado nos parâmetros estabelecidos nas normas e instruções deexecução e inspeção de pintura. Já o inspetor de pintura nível 2,além das atribuições do inspetor nível 1, é o profissional responsá -

14 C & P • Abril/Maio • 2015

Joaquim Pereira Quintela,consultor técnico da Petrobras

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Matsumoto, engenheiro quími-co e instrutor da Abraco.

Após o lançamento do casco,boa parte da pintura está pronta,em áreas externas faltando o aca -bamento que é aplicado antes daentrega.

Nos estaleiros de reparo oude docagens, o inspetor de pin-tura faz o papel de inspetor do

vel pela elaboração das instruções e procedimento do processo depintura, assim como, pela qualificação deste procedimento e dopessoal responsável. “A Espe cificação de Pintura é um dos docu-mentos mais importantes, senão o mais importante, do projeto deproteção anticorrosiva, por isso tem que ser objetiva, clara e semmargens para dúvidas”, destaca Roberto Mariano, especialista téc-nico em Protective Coatings da Akzo Nobel.

Pintura marítimaNo segmento de pintura marítima, por exemplo, a figura do

inspetor de pintura é antiga e sua atuação difere do inspetor de pintu-ra industrial por ser um suporte técnico em tempo integral nas obrasde construção e manutenção de navios.

O inspetor de pintura em estaleiros trabalha em conjunto com ocontrole de qualidade, fazendo inspeção de todo o processo de pintu-ra durante a fase de montagem.

“A primeira inspeção começa quando as chapas vindas das si -derúrgicas recebem o jateamento abrasivo e são pintadas com umatinta de proteção temporária conhecida como shop primer. Estas cha-pas pintadas são cortadas e soldadas, formando blocos. Com a junçãodestes blocos faz-se a edificação do casco do navio. O inspetor deveacompanhar todo o processo de pintura des ses blocos que recebem oesquema avançado, isto é, aplica-se toda especificação de pintura nosblocos, deixando apenas a região onde vão ser soldadas, que serão reto-cadas após a edificação no dique ou na carreira”, orienta Segehal

Roberto Mariano – especialistatécnico em Protective Coatings daAkzo Nobel

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Segundo a equipe de corrosão do Cepel – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, entre os métodos de preparação desuperfície, pode-se citar o jateamento abrasivo seco, o jateamento abrasivo úmido, o hidrojateamento a alta e ultra-altapressão, com ou sem abrasivo e os métodos de limpeza por meio de ferramentas mecânicas e manuais. Todavia, nem sempre épossível utilizá-los. Neste caso, é comum o tratamento mecânico ou manual para obter o grau de limpeza St3, conformenorma ISO 8501-1 e empregar um esquema de pintura tolerante a este tipo de superfície.

Em função do grau St3 ainda deixar óxidos na superfície, atualmente, há uma tendência por parte de especificadores deesquemas de pintura em exigir graus de limpeza mais eficientes do que o St3, para superfícies oxidadas. Esta exigência é maiscrítica, sobretudo se há contaminação de sais de cloreto ou sulfato nas chapas. Sabe-se que tais compostos são responsáveis porgerar empolamento no esquema de pintura em condições de alta umidade, acelerando o processo corrosivo sob o revestimentoaplicado. E, como fator complicador, os sais se alojam no interior dos alvéolos formados e dificilmente são removidos com estetratamento, que ainda deixa óxidos na superfície. Neste sentido, novas ferramentas elétricas e pneumáticas vêm sendo desen-volvidas com o propósito de atender normas mais rígidas, em termos de limpeza de superfície, como a norma SSPC SP11.

Quando há sais solúveis residuais entre a superfície metálica e o esquema de pintura, em condições de umidade ou imer-são, os sais aceleram a permeação de água através do revestimento, hidratam-se e aceleram o processo corrosivo sob o revesti-mento, ocasionando o aparecimento de empolamento na película. Dessa forma, torna-se importante uma avaliação dalimpeza de superfície anteriormente a aplicação da pintura, sobretudo quanto à presença de sais solúveis, denominados conta-minantes “invisíveis”. Alguns métodos para quantificar os contaminantes salinos solúveis podem ser citados: extração a quentecom métodos titulométricos, “swabbing”, teste de sais C-S-N e método Bresle, sendo este o mais utilizado em campo. Aextração a quente, seguida de métodos titulométricos para dosar cloreto e sulfato é a forma mais eficiente de extração de con -taminantes salinos solúveis, em que a superfície a ser avaliada é imersa em água em ebulição para gerar o extrato aquoso aser analisado. Porém, devido às condições operacionais, este método só é possível de ser realizado em laboratório.

Os demais métodos citados podem ser utilizados em campo. O teste “swabbing” consiste em usar um algodão para esfre-gar a superfície, utilizando água deionizada. A solução de lavagem recolhida é analisada, por meio de papéis dosadores decloretos (até 40 ppm), de íons ferrosos (até 3 ppm) e de pH. O teste de sais C-S-N permite analisar teores de cloretos (até60 ppm), de sulfato (até 100 ppm) e de nitrato (até 50 ppm). Também se utiliza água deionizada como meio de solubiliza-ção dos sais, dentro de uma célula de borracha que é fixada na superfície metálica. A célula deve ser massageada por fora,com o auxílio dos dedos, de forma a gerar um esforço mecânico na superfície e aprimorar a solubilização dos sais. Após desta-camento da célula da superfície, a solução gerada é analisada, sendo o teor de cloreto obtido por titulometria com um tubotitulador graduado, o de sulfato obtido por turbidimetria e o de nitrato obtido com o uso de papel indicador.

O método Bresle usa uma célula de borracha e seringa com agulha para admitir a água deionizada para dentro da célu-la e o procedimento de medida está estabelecido nas normas ISO 8502-6 e ISO 8502-9. A solução obtida é analisada emtermos de sua condutividade eletrolítica e, distintamente dos demais métodos, não se obtém o teor de um sal específico, massim a salinidade total, que é proporcional à condutividade da solução. Por esse motivo, é importante o uso de um condu-tivímetro de boa qualidade, aferido e, sobretudo, que determine a temperatura.

Cada método tem sua particularidade e uma capacidade própria de extração de contaminantes salinos solúveis. É impor-tante ter em mente que quanto melhor o grau de limpeza, não só na remoção de óleos, graxas e óxidos, mas também na eli -mi nação ou diminuição dos sais solúveis, maior a garantia de um bom desempenho anticorrosivo do esquema de pintura.

Presença de sais solúveis em superfícies a ser pintadas e os métodos de determinação

Equipe Cepel, da esq. para dir: Marcos Sá, Cristina Amorim, Elber Bendinelli e Alberto Pires Ordine

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• Inspeção e análise defalhas em pintura naval,industrial por meio deInspetor Certificado.

• Perícias sobre corrosão eintegridade de estruturase equipamentos de aço.

• Elaboração deespecificações parapintura em projetosindustriais.

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INSPEÇÃO DE PINTURA

começou a atuar no campo a par-tir da norma Petrobrás N-2004,que fundamentou a montagemdo cur so pa ra ins pe tor de pinturada Abraco. Hoje, há quase mil ins -petores com certificação Nível 1.

O aprendizado dos inspeto -res de pintura deve ser constantedevido à evolução da preparaçãode superfície com novos méto-dos e equipamentos.

armador. O foco da pintura du rante as docagens é o casco ex ternocomposto pelo costado, a linha d'água e o fundo. Chama-se docagemao período em que a embarcação é colocada em con dições semel-hantes às usu fruídas du rante sua construção.

A tinta antiincrustante normalmente utilizada é à base de copo -límero de autopolimento, ou seja, a espessura do filme de tinta vaidiminuindo à medida que o navio vai navegando e, portanto, éimportante que seja aplicada na espessura projetada para o períodoentre docagens para que não ocorra desgaste total da tinta.

O fabricante da tinta calcula a quantidade de tinta a ser aplicada eo inspetor de pintura, através do plano de expansão de chapeamentodo navio, divide a área do fundo em partes, calcula a quantidade detinta necessária para cada área e passa a instrução para o estaleiro. Oinspetor, então, acompanha a aplicação checando constantemente oconsumo da tinta durante a aplicação para assegurar que toda tinta foiaplicada na região determinada.

“Em termos de corrosão, o calcanhar de Aquiles do navio são ostanques de lastro, local de difícil acesso para a manutenção. Quan do sefala que o navio acaba de dentro para fora pela corrosão é de vido a essestanques”, alerta Matsumoto. A IMO (International Maritime Organi -zation) determina inspeção rigorosa dos tanques de lastro. Por isso, oinspetor de pintura deve ter qualificação aceita pela IMO em todosestaleiros do mundo. No Brasil, inspetores de pintura nível 2, forma-dos pela Abraco e certificados no SNQC, têm seu reconhecimentogarantido da IMO. Na pintura industrial, o inspetor de pintura

Segehal Matsumoto, engenheiroquímico e instrutor

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Notícias do Mercado

A arte do improvável

Como arquitetura e design caminham demãos dadas, o designer carioca, Albenzio Al -meida Als quared desenvolveu uma série depeças com as paisagens do Rio de Janeiro emesculturas flutuantes. Esse trabalho consiste emoxidar seus desenhos em ferro pela água do mar,o que dá a cada obra características únicas. Olançamento dessa coleção foi durante a CasaCor 2014 onde teve grande destaque.

O artista quebra paradigmas quando encon-tra na corrosão a manifestação de seu trabalhocri ativo, tendo como fonte de inspiração umpro cesso agressivo. Levando em consideração ovisual de gra dan te da oxidação, sua arte se en -contra no limi te do improvável.

Albenzio também está lançando um novoprojeto, a coleção Sharp. É a nova fase de umtraba lho e apresenta uma coleção abstrata, tra -zendo formas orgânicas à solidez do ferro, uti-lizando um novo material na composição, amadeira de demolição.

“Arte visual é meu grande estímulo e desafio.Agora estou arriscando em novos projetos, na qualapresento um ama du recimento de um trabalho

A unidade de negócios Protective Coatings daAkzoNobel, uma das empresas líderes mundiaisem revestimentos de proteção industrial com a li -nha de produtos International®, lançou uma novatecnologia para aperfeiçoar trabalhos e processos.

Com foco na inovação e na oferta dos me lhoresserviços, a companhia desenvolveu o InterplanMo bile – uma solução online em rela tório deinspeção de pintura das condições de corrosão eproteção contra fogo, capaz de gerar documentosdetalhados com imagens e dados dos locais ins -pecionados de for ma a permitir uma avaliaçãocompleta das con dições das plantas industriais,plataformas, entre outros ativos.

Segundo Ricardo Leite, coordenador da as -sistência técnica da AkzoNobel, “o aplicativo con - clui uma inspeção de pintura local até 40 % maisrápido do que as operações tradicionais, con -duzidas manualmente”, finaliza.

Essa tecnologia reforça o compromisso dacompanhia - que opera em mais de 80 países emsegmentos como petróleo e gás, mineração,infraestrutura e energia, e tem experiência de maisde 100 anos em tintas e revestimentos, com pro-dutos disponíveis mundialmente, em buscar as

melhores alternativas para seus clientes, com efi-ciência de produto e soluções inovadoras.

Dotada de uma rede global de assistência téc-nica e especialistas em manutenção capacitados, aAkzoNobel oferece a solução mais confiável e se -gura no mercado, sempre alinhada com o seu pilarde Sustentabilidade, cujo objetivo é desenvolvermais soluções com o mínimo de desperdício.

A AkzoNobel é uma companhia global líderem tintas e revestimentos e uma das principaisprodutoras de especialidades químicas. Contandocom vários séculos de experiência, fornecemospara indústrias e consumidores em todo o mundoprodutos inovadores e tecnologias sustentáveis.

O Brasil é o quarto maior mercado para aAkzoNobel no mundo. A empresa conta comcerca de 2.900 colaboradores, distribuídos em 15fábricas em seis estados e divididos em três princi-pais áreas: Tintas Decorativas, PerformanceCoatings e Especialidades Químicas. Cada áreapossui unidades de negócios dedicadas a serviçosespecíficos.

Mais informações:[email protected]

AkzoNobel traz Interplan Mobile para a América do Sul

que começou em 2014, mas que leva a bagagemdos meus 25 anos de experiência”, afirma Albenzio.

Sua exposição, Energia das Marés, será apresen-tada de 12 de junho a 5 de julho próximos, comvernissage em 11 de junho às 19 horas no Museudo Ingá no Rio de Janeiro.

Informações: www.albenzio.com/portfolio.html

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O 26º Congresso Brasileiro do Aço & ExpoAço 2015, que acontecerá de 12 a 14 de julho,noTransamérica Expo Center, em São Paulo, terá como uma de suas novidades o Espaço Conhecimento,área com capacidade para 100 pessoas onde os expositores poderão oferecer palestras gratuitas para osvisitantes. Entre os temas já definidos, destacam-se “Impactos da Crise de Água – Caminhos e Soluções”e “A Cadeia Produtiva como Motor da Reindustrialização”.

As inscrições para as palestras, que terão duração de 45 minutos cada uma, devem ser feitas no sitedo evento. No final do processo de preenchimento o interessado pode selecionar até duas para assistir.

Após duas edições no formato corporativo, com foco exclusivo na discussão dos rumos da indústriado aço, o maior evento da cadeia sidero-metalúrgica no Brasil volta ao modelo de Congresso eExposição. Na última edição do evento nesse porte, mais de 3.500 pessoas circularam pelos estandes.Foram mais de 45 expositores entre empresas e entidades de classe. As inscrições para as palestras, queterão duração de 45 minutos cada uma, devem ser feitas no site do evento.

Mais informações:www.acobrasil.org.br/congresso2015

Instituto Aço Brasil divulga programa de palestras

C & P • Abri/Maio • 2015 19

A Eritram Paint Consultancy é formada porprofissionais com grande experiência no seg-mento de tintas industriais, envolvendo desde aescolha das matérias primas utilizadas em tintase vernizes, formulação, processos de fabricaçãoaté a ciência da aplicação e a garantia de quali-dade dos revestimentos industriais, percorrendoassim todas as etapas necessárias para obtençãodo sucesso desejado nestas operações.

Atua também em empresas que utilizampintura industrial, qualificando fornecedores ema teriais, desenvolvendo processos de pinturaeficientes ou promovendo melhorias existentes.

Com o acúmulo de experiências no setor,tem atuado no monitoramento do desempenho de matérias, tintas e demais insumos, principal-mente nos utilizados em sistemas anticorrosivos, elaborando soluções e métodos para melhorias daspropriedades da pintura.

Seu principal membro é o engenheiro químico Nilo Martire Neto, reconhecido internacional-mente pelo conhecimento adquirido ao longo de muitos anos de trabalho no segmento de pin-turas anticorrosivas.

A Eritram é associada à Chemark Consulting Group dos Estados Unidos, empresa de consul-toria que há 24 anos presta serviços na gestão de atividades táticas e estratégicas nas áreas de tintas,adesivos, seladores, matérias primas e produtos químicos especiais.

A empresa está capacitada a atuar em tecnologias, desenvolvimento e aplicação de pré-trata-mento de metais e plásticos, fosfatização, eletro anódica e cacatódica, autodeposição, tintas líquidasindustriais reticuladas em estufa, catalizadas ou ao ar, tintas em pó, sistemas UV e robótica.

Oferece também cursos e treinamentos com metodologia moderna utilizando um novo con-ceito de treinamento técnico e gerencial, capacitando e/ou atualizando os profissionais das áreastécnicas e de serviços junto ao cliente a desenvolver sistemas inovadores.

Entre as áreas principais encontra-se as de desenvolvimento de produto, formulação, gestão deP&D, planejamento estratégico técnico, processos de manufatura de tintas, meio ambiente entreoutras atividades.

Mais informações:[email protected]

Eritram: excelência em consultoria tecnológica de tintas

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Artigo Técnico

Autorreparação em resinacontendo microcápsulas com

inibidores de corrosão

metals against corrosion we canhighlight the use of polymeric coat-ings, capable of creating a physicalbarrier between the metal andaggressive agents. Paint systemscommonly have defects, facilitatingthe contact of aggressive specieswith the metallic substrate. Thishas led to the development of moreefficient paint systems, ensuring theprotection of metal. The encapsu-lation of corrosion inhibitors inpolymeric microcapsules are anattractive alternative for self-heal-ing systems as confer long-term pro-tection to the substrate. Onceobtained, the microcapsules aredoped in the paint system. Whenthe paint system is damaged cap-sules are ruptured, releasing theprotective agent in the damagedsite. The objective of this work isthe production of polymeric micro-capsules containing corrosioninhibitors, targeting the self-heal-ing effect in an epoxy resin based.It has been observed both by thesalt spray test and electrochemicalimpedance spectroscopy (EIS)measurements the release of thecorrosion inhibitors, reducing thecorrosion rate of carbon steel in theaggressive environment.

IntroduçãoA corrosão é responsável por

sérios danos em estruturas me -tálicas podendo causar a rupturado metal. Esta ruptura em tan-ques de estocagem ou de dutos,leva ao vazamento do pro dutode interesse, gerando sérios im -pactos ambientais, so ciais e eco -nômicos. A utilização de siste -mas de pintura sobre os metais éum dos métodos mais emprega-

dos para diminuir os danos gera-dos por conta da cor rosão me -tálica. Porém, é mui to comumque os sistemas de pintura apre-sentem defeitos devido a danosfísicos, químicos ou até mesmopelas falhas apresentadas durantea sua aplicação. Isto tem levado abusca por sistemas de pinturaque pos sam ser mais eficientes,assegurando a proteção do subs -trato. Os cromatos são excelentesna proteção prolongada de subs -tratos metálicos, mas como já éde consenso mundial, os com-postos derivados do cromo sãoaltamente cancerígenos e tóxicospara o meio ambiente e para asaúde dos seres vivos. Por esta ra -zão, pesquisadores têm buscadoo desenvolvimento de sistemasde pintura capazes de se autor-reparar, levando a uma proteçãoprolongada do substrato, e quenão sejam nocivos. A técnica deencapsulação de substâncias co -mo inibidores de corrosão emmicrocápsulas poliméricas é umaatraente alternativa em sistemasde autorreparação e ambiental-mente amigável quando com-parada aos sistemas à base decromo 1,2. Após a encapsulaçãodestas substâncias em uma pare -de polimérica, as microcápsulassão aditivadas em um primer eaplicadas sobre um substratometálico 1-8. Quando o revesti-mento é danificado pela açãoquímica, física ou até mesmo pe -la degradação devido à radiaçãoultravioleta, as cápsulas são rom -pidas, liberando o agente prote-tor no local, assegurando a inte-gridade do metal por um perío-do de tempo maior 1. O objetivo

Por FernandoCotting

ResumoDentre as maneiras utilizadas

para a proteção dos metais con-tra a corrosão se destacam o usode revestimentos poliméricos,pois são responsáveis por criaruma barreira física entre o metale os agentes agressores. É muitocomum que os sistemas de pin-tura apresentem defeitos, facili-tando o contato de espéciesagres sivas com o substrato me -tálico. Isto tem levado à buscapor sistemas de pintura que pos-sam ser mais eficientes, assegu-rando a proteção do metal. Atéc nica de encapsulamento desubstâncias como inibidores decorrosão em cápsulas poliméri -cas, são uma atraente alternativaem sistemas de autorreparação,pois conferem uma proteçãopro longada ao substrato. Apósse rem obtidas, as microcápsulassão aditivadas no sistema de pin-tura. Quando o sistema de pin-tura é danificado, as cápsulas sãorompidas, liberando o agentepro tetor no local. O objetivodes te trabalho é a produção demicrocápsulas poliméricas con-tendo inibidores de corrosão emseu núcleo para o efeito de au -tor reparação em uma resina àba se de epóxi. Foi observadoatravés dos ensaios acelerados emcâmara de névoa salina e medi-das de espectroscopia de impe -dân cia eletroquímica, EIE, a li -beração dos inibidores de cor-rosão, diminuindo a velocidadede corrosão do aço carbono nomeio agressivo.

AbstractAmong the ways used to protect

Coating self-healing effect by loading microcapsules with corrosion inhibitors

Co-autora:Idalina V. Aoki

20 C & P • Abril/Maio • 2015

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deste trabalho é a produção demicrocápsulas poliméricas con-tendo inibidores de corrosão emseu núcleo para o efeito de autor-reparação em uma resina epóxi.As microcápsulas obtidas forampressionadas sobre uma lâminade vidro e levadas a um micros -cópio óptico, a fim de se verificara liberação dos inibidores de cor-rosão encapsulados. O efeito au -tor reparador destas microcápsu-las foi avaliado por EIS e ensaiosacelerados de corrosão em câma -ra de névoa salina.

Metodologia

Preparação dos inibidores decorrosão

A mistura de inibidores decorrosão encapsulada foi previa-mente preparada segundo os se -guintes passos. Em uma soluçãosolvente água/etanol (50/50 %em massa), com o pH na faixade 4 – 5 ajustado com ácidoacético glacial foram adicionados400 ppm do sal cloreto de cério(CeCl3.7H2O). Foi adicionado aesta solução 4 % em massa do

silano octiltrietoxissilano; o sis-tema ficou sob agitação por 24horas, para que o silano se hi dro -lisasse por completo. Tendo co -mo produto final a mistura deini bidores de corrosão o oc til sila -nol aditivado com íons de Ce3+.

Preparação das microcápsulasPara encapsular os inibidores

de corrosão em microcápsulas depoliestireno, foi utilizado o mé -to do de encapsulamento poreva poração de solvente de umaemulsão múltipla conforme ilus-tra a Figura 1.

Preparação dos corpos deprova

Os corpos de prova de aço-carbono 1020 foram lixadoscom lixas de gramaturas 120,320, 400 e 600 sequencial-mente e imersos em acetonaon de fo ram submetidos à lim -peza em ba nho ultrassom porcinco minutos. Por fim, os cor-pos de prova fo ram imersos emuma solução de NaOH 2,5 %,por 10 minutos, para a ativaçãoal ca lina da superfície.

Aplicação da resina aditivadaCom o auxílio de um exten-

sor quadrangular uma resina àba se de epóxi foi aplicada sobre oaço-carbono. A espessura úmidada camada aplicada foi de apro -ximadamente 120 μm.

Realização dos defeitosCom o auxílio de um durô -

me tro para plásticos foram reali -zados defeitos mecânicos sobre aresina para avaliar a liberação dosinibidores de corrosão aprisiona-dos nas microcápsulas.

Ensaios eletroquímicosForam realizados ensaios de

es pectroscopia de impedânciaele troquímica (EIS) em uma cé -lula de três eletrodos onde umele trodo de Ag/AgCl/KCl(sat)foi utilizado como eletrodo dereferência, uma folha de platina

C & P • Abril/Maio • 2015 21

Figura 1 – Representação do método de encapsulamento por extração desolvente de uma emulsão múltipla (Adaptado de Benita, 2006) 9

Figura 2 – Produto final (pó) obtido através do método de encapsulação por extração de solvente de uma emulsão múltipla

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Teste físico para verificar oencapsulamento dosinibidores de corrosão

As microcápsulas obtidas fo -ram colocadas em uma lâminade vidro e foram pressionadascom o auxílio de uma espátula.Na Figura 4 é possível observarque após serem pressionadas, asmicrocápsulas dei xaram um ma -terial líquido sobre a lâmina Fi -gura 4 B, o que indica que o ini -bidor de corrosão (silanol + íonsCe3+) foi encapsulado através dométodo utilizado.

Microscopia eletrônica devarredura (MEV)

As imagens obtidas porMEV das microcápsulas de po -liestireno obtidas são apresen-tadas na Figura 5. Pode-se ob -ser var, pelas imagens, que foipos sível a obtenção de partícu-las esféricas com uma parede derecobrimento sem poros e es -pessa. Também se pode obser-var que as micro cáp sulas obti-das possuem uma cavidade in -terna, que provavelmente é uti-lizada para o alojamento dosini bidores de corrosão.

Espectroscopia de impedân-cia eletroquímica (EIE)

Os corpos de prova revesti-dos com a resina aditivada e nãoaditivada com as microcápsulasforam avaliados através de ensai -os de EIE durante um períodode imersão de cinco dias emNaCl 0,05 mol/L. A Figura 6ilustra os diagramas de impedân-cia obtidos. Através dos diagra-mas de Nyquist (Figura 6 A)pode-se observar que, para qua-tro horas de imersão, o sistemaem que não há aditivação com asmicrocápsulas apresentou arcoscapacitivos de maior diâmetroem comparação ao sistema aditi-vado com microcápsulas. Istoocorre devido à formação dedefeitos na resina na presençadas microcápsulas de maior ta -manho (em torno de 100 kμm),

Resultados e discussão

Aplicação da resina epóxicom as microcápsulas depoliestireno obtidas

As microcápsulas obtidaspelo método de extração de sol-vente de uma emulsão múl tiplaestão apresentadas na Figura 2.

Estas microcápsulas foramadicionadas em uma resina à ba -se epóxi tipo clear (sem cargamineral ou pigmentos) na pro-porção de 30 % em massa embase úmida. Após a cura destesistema com ou sem aditivaçãodas microcápsulas, os corpos deprova foram levados ao micros -cópio óptico, Figura 3, sendopossível observar que as micro -cápsulas estão bem distribuídasno sistema aditivado, mostrandoque toda a resina fica uniforme-mente carregada com esta pro-teção adicional.

com área exposta de aproxima -damente 10 cm2, como contraeletrodo e o eletrodo de traba -lho com uma área exposta detrabalho de 3,3 cm2.

Foi utilizada uma pertur-bação no potencial de20 mVrms numa faixa de fre-quência de 50 kHz a 5 mHz. Oeletró lito utilizado foi umasolução de NaCl 0,05 mol/L.

Ensaios acelerados emcâmara de névoa salina

Foram realizados ensaiosace le rados de corrosão em umacâ mara de névoa salina seguin-do a norma ASTM B117-09 10.

Os defeitos nos corpos deprova fo ram realizados com oauxílio de um estilete. Foramrea lizados de fei tos de 8 centí -metros em cada corpo de prova.O tempo de ex posição foi de144 horas.

TABELA 1 – AVALIAÇÃO DA MIGRAÇÃO SUBCUTÂNEA DOS CORPOS DE PROVAAPÓS 144 HORAS DE EXPOSIÇÃO

Amostra Migração subcutânea ObservaçõesResina Pequena área com

contendo 8,3 ± 0,2 formação de bolhasmicrocápsulas

Resina Grande área comsem 19,3 ± 0,2 formação de bolhas

microcápsulas

Figura 3 – Imagens obtidas através da microscopia ótica com a objetivade 20X, das amostras de aço-carbono revestido com resina epóxi A) comaditivação de 30% de microcápsulas e B) sem a aditivação

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carbono neste meio, resul tan dotambém em um menor nú merode bolhas formadas pró ximo aodefeito realizado na resi na.

Ensaios acelerados emcâmara de névoa salina

Foram realizados ensaios ace -le rados de corrosão em câmarade névoa salina com o propósitode avaliar a liberação dos inibi -dores de corrosão contidos nasmicrocápsulas de poliestireno. AFigura 8 apresenta os corpos deprova após o ciclo de 144 horasna câmara de névoa salina.Através das imagens obtidas,observa-se o mesmo comporta-mento obtido através dos ensaioseletroquímicos. É possível obser-var que para a condição semmicrocápsulas na região do de -feito há uma maior quantidadede produtos de corrosão em re -lação à condição em que há mi -crocápsulas, por conta da libe -ração dos inibidores de corrosãono local com o rompimento dasmicrocápsulas.

A resina sem as microcápsu-las apresentou um maior desta-camento do substrato em relaçãoà resina aditivada, podendo serobservado nas Figuras 8B e 8Duma região mais clara ao redordo defeito, principalmente paraa amostra sem microcápsulas.Es ta região mais clara ocorre de -vido à penetração da soluçãoagressiva no filme, levando aoseu destacamento e consequen -temente à corrosão do substrato.Para a condição aditivada com asmicrocápsulas, quase não se ob -ser va esta região mais clara, po -dendo ser relacionada à liberaçãodos inibidores de corrosão no lo -cal, impossibilitando o avançodas espécies agressivas.

Foram observados para acon dição aditivada alguns pon-tos de ataque ao substrato emregiões fora do defeito, provavel-mente porque a presença das mi -crocápsulas criaram caminhos naresina que facilitaram a pene-

defeito mecânico em relação àre sina aditivada, porém, fica vi sí -vel também que, ao sofrer umdefeito mecânico, há a liberaçãodos inibidores de corrosão mini-mizando os processos de degra -dação do substrato, fazendo comque ao longo do tempo a resinaaditivada com as microcápsulasapresente maior módulo de im -pe dância na região de baixa fre-quência, em relação à resina nãoaditivada.

A Figura 7 ilustra os corposde prova após a imersão por 120horas em NaCl 0,05 mol/L, eatravés das imagens dos corposde prova pode-se observar que aresina aditivada com as micro -cáp sulas ao sofrer um defeito me -cânico levou a uma maior pro te -ção contra a corrosão para o aço-

diminuindo a resistência globalda resina aditivada. Em razãodis so, a aditivação precisa ser fei -ta sempre no primer ou primeiracamada do sistema de pintura.Porém, com o passar do tempo,podemos observar uma mudan -ça neste comportamento, emque a resina aditivada apresentaarcos capacitivos maiores em re -la ção à resina que não está aditi-vada, mostrando que os inibido -res de corrosão foram liberados eestão atuando na proteção doaço-carbono para este meio,man tendo esta proteção mesmoapós 120 horas de imersão.

Pelos diagramas de Bodelogk|Z|k x log f fica claro que aresina sem as microcápsulasapre senta uma maior resistênciaquando não está submetida a um

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Figura 4 – Imagens obtidas através do microscópio óptico. A) cápsulas antes de serem pressionadas com aumento de 10X e B) após serem pressionadas (imagem com objetiva de aumento de 50X)

A B

Figura 5 – Imagens obtidas por MEV das microcápsulas de poliestirenoobtidas através do método de evaporação de solvente de uma emulsãomúltipla

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tração de espécies agressivas nes -tes locais. Esta observação revelaque as microcápsulas necessaria-mente devem ser aplicadas noprimer, pois as camadas seguin -tes irão preencher estes cami -nhos criados pela presença dasmicrocápsulas.

Após os ensaios acelerados decorrosão em câmara de névoa sa -lina, foi medido o avanço damigração subcutânea nos corposde prova. Para a caracterizaçãoda migração subcutânea foramrea lizadas dez medidas para cadacorpo de prova. Os resultados damigração subcutânea estão apre-sentados na Tabela 1, avaliadosconforme a norma ASTM D714 11. Através dos valores daTabela 1 é possível dizer que acondição em que há microcáp-sulas protegeu o aço carbono das

espécies agressivas do meio, poisa área danificada pelos agentesagressivos foi inferior quandocomparada a área danificada pa -ra a condição sem microcápsu-las, comprovando o efeito de au -torreparação 5,7,12-14.

ConclusõesA obtenção de microcápsu-

las de poliestireno através dométodo de evaporação de sol-vente de uma emulsão múltiplase demonstrou eficaz, uma vezque foram obtidas microcápsu-las esféricas, que quando pres-sionadas, liberaram um materi-al líquido podendo ser vistocom o auxílio de um microscó-pio óptico.

Através dos ensaios de EIEfoi possível observar a liberaçãodos inibidores de corrosão após

um defeito mecânico ser realiza-do sobre a resina, diminuindo avelocidade de corrosão do siste -ma. Este mesmo comportamen-to não foi possível observarquando a resina não estava aditi-vada com as microcápsulas.

Os ensaios acelerados de cor-rosão em câmara de névoa salinamostraram o mesmo comporta-mento obtido através dos ensaiosde EIE e revelaram que a nãoaditivação das microcápsulas naresina leva a uma maior migra -ção subcutânea.

Assim, ficou provado que orevestimento aditivado com asmi crocápsulas apresentou a ca -pa ci dade de autorreparação.

Referências bibliográficas1. GHOSH, S. K. Functional Coatings.

Weinheim: Wiley-VCH, 2006.

Figura 6 – Diagramas de EIE a) Nyquist, b) Bode IZI x log f e c) Bode θ x log f para o aço-carbono em meiode NaCl 0,05 mol/L revestido com uma resina a base de epóxi aditivada ou não com microcápsulas de polie-stireno contendo inibidores de corrosão e com um defeito provocado

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2. GHOSH, S.K. Self-Healing Materials.Fundamentals, Design Strategies andApplications. Weinheim: Wiley-VCH,2009.

3. SAMADZADEH, M.; BOURA,S.H.; PEIKARI, M.; KASIRIHA,A.M.; ASHRAFI. A review on self-healing coatings based onmicro/nanocapsules. Progress inOrganic Coatings, v. 68, p. 159-164,2010.

4. HUGHES, A. E.; COLE, I.S.;MUSTER, T.H.; VARLEY, R.J.

Designing green, self-healing coatingsfor metal protection. NPG Asia Mater,v. 2, p. 143-151, 2010.

5. KUANG, F.; SHI, T.; WANG, J.;JIA, F. Microencapsulation technolo-gy for thiourea Corrosion Inhibitor.Journal of Solid State Electro -chemistry, v.13, p. 1729- 1735,2009.

6. KUMAR, A.; STEPHENSON,L.D.; MURRAY, J.N. Self-healingcoatings for steel. Progress in OrganicCoatings, v. 55, p. 244-253, 2006.

7. MEHTA, N.K.; BOGERE, M.N.Environmental studies of smart/ self-healing coating system for steel. Progressin Organic Coatings, v. 64, p. 419-428, 2009.

8. SAUVANT-MOYNOT, V.; GON-ZALEZ, S.; KITTEL, J. Self-Healingcoatings: An alternative route for anti-corrosion protection. Progress inOrganic Coatings, v. 63, p. 307-315,2008.

9. BENITA, S. MicroencapsulationMethods and Industrial Applications.2ª Edição. New York: Taylor &Francis Group, 2006.

10. ASTM B 117 – 09 Standard Praticefor Operating Salt Spray (Fog)Apparatus.

11. ASTM D 714 – Test Method forEvaluating Degree of Blistering ofPaints.

12. GARCÍA, S.J.; FISCHER, H.R.;WHITE, P.A.; MAREDL, J.;GONZÁLEZ-GARCÍA, Y.;MOL, J.M.C, HUGHES, A.E.Self-Healing anticorrosive organiccoating based on an encapsulatedwater reactive silyl ester: Synthesisand proof of concept. Progress inOrganic Coatings, v. 70, 2011. P.142-149.

Figura 7 – Aço carbono revestido com resina a base de epóxi A) aditiva-da com microcápsulas de poliestireno e B) sem aditivar. Com defeitomecânico e imersão em NaCl 0,05 mol/L por 120 h

Figura 8 – Imagens dos painéis de aço carbono revestidos com a resina a base de epóxi A) e B) aditivada com microcápsulas e C) e D) sem aditivar com microcápsulas, obtidas após 144 horas de permanência em câmara de névoa salina

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13. SHCHUKIN, D.G.; ZHELUD-KEVICH, M.; YASAKAU, K.;LAMAKA, S.; FERREIRA.M.G.S.; MÖHWALD, H. Layer-by-Layer Assembled Nanocontainersfor Self-Healing Corrosion Protection.Advanced Materials, v. 18, 2006. P.1672-1678.

14. CHO, S.H.; WHITE, S.R.;BRAUN, P.V. Self-Healing PolymerCoatings. Advanced Materials, v, 21,2009, p. 645-649.

15. LAMAKA, S.V.; ZHELUDKE-VICH, M.L.; YASAKAU, K.A.;SERRA, R.; POZNYAK, S.K.;FERREIRA, M.G.S. Nanoporoustitania interlayer as reservoir of corro-sion inhibitors for coatings with self-healing ability. Progress in OrganicCoatings, v. 58, 2007, p. 127-135.

16. SZABÓ, T.; MOLNÁR,-NAGY,L.; BOGNÁR, J.; NYIKOS, L.;TELEGDI, J. Self-Healing micro-capsules and slow release microspheresin paints. Progress in OrganicCoatings, v. 72, 2011, p. 52-57

Fernando CottingBacharel em Química Industrial. Mestre eDoutorando em Engenharia Químicapela Escola Politécnica da Universidadede São Paulo.

Idalina Vieira AokiBacharel em Química com atribuições tec-nológicas pela Universidade de São Paulo,mestrado em Engenharia Química pelaUniversidade de São Paulo e doutoradoem Engenharia Química pelaUniversidade de São Paulo. Professoradoutora da Universidade de São Paulo nodepartamento de Engenharia Química.

Contato com o autor:[email protected]

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Cursos

Calendário 2015 – De Junho a Novembro

1 Turma somente aos sábados2 Revisão de Aulas Práticas3 Curso Intensivo (para alunos

não aprovados no cursoregular ou como revisãopara prova de qualificação)

Mais informações: [email protected][email protected]

Cursos horas Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro

Pintura IndustrialInspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 88 13 a 24 10 a 21 14 a 25 19 a 30 23/11 a 4/12Inspetor N1 – Macaé / RJ 88 8 a 19Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 1 88 18/7 a 3/10, exceto 5/9Inspetor N1 – São Paulo / SP 88 27/7 a 7/8 30/11 a 11/12Inspetor N1 – Salvador / BA 88 28/9 a 9/10Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 2 8 27 12 28Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 3 40 27 a 31 9 a 13

Pintor e Encarregado de Pintura Ind.Curso – Rio de Janeiro / RJ 40 3 a 7Curso – Macaé / RJ 40 19 a 23

Atenção: Calendário sujeito a alterações

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Orientação Técnica

As cores em tintas anticorrosivas

0,5 μm a 1,0 μm (lembrandoque 1 μm = 1 milésimo de mm).Os pigmentos podem ser bran-cos, pretos, coloridos, incolores,metálicos, anticorrosivos e iner -tes (chamados de cargas).

Pigmentos coloridosOs pigmentos coloridos po -

dem ser inorgânicos ou orgâni-cos. As cores dos pigmentosmais importantes são: branca,preta, ver melha, laranja, ama -re la, ver de, azul e púrpura,Tabela 1.

As cores do arco-íris sãosete: vermelha, laranja, amare la,ver de, azul, índigo ou anil evioleta. Elas podem ser classifi-cadas co mo cores primárias ousecun dá rias. As cores secundá -rias são com postas pela associ-ação de co res primárias, comopode ser vis to no diagramaapre sentado na Figura 2.

As combinações de cores sãoinfinitas. Basta misturar os pig-mentos coloridos primáriospara obter a cor que desejar. Porexemplo, Vermelho Quinacri -do na com Amarelo Benzidinare sul ta em laranja. Utilizandomais vermelho do que amarelo,a cor fica abóbora e maisamarelo do que vermelho a corfica um la ranja claro. Outroexemplo: Ama relo Benzidinacom Azul Fta locianina resultaem verde e com um pouco debranco, um verde claro e comum pouco de preto, um verdemais escuro. Não há necessi-dade do fabricante de tintas dis -por de um estoque com mil-hares de cores, basta ter as coresprimárias, o branco e o preto.

Padrões de coresUm dos padrões mais utiliza-

dos no Brasil é o SistemaMunsell.

MunsellHenry Albert Munsell (Fi -

gura 3) foi um pintor e profes-sor, que desenvolveu na pri -meira década do século XX, umsistema de cores, pois não seconformava com o fato das pes-soas se referirem a elas comnomes de objetos ou coisas na -turais. Por exemplo, um deter-minado ver de, era chamado deverde folha, mas quantos tonsde verde há nas folhas? Existemfolhas de diversas cores, inclu-sive verde. Para se referir commais precisão a uma determina-da cor, criou o sistema Munsell,que através de notação alfa -numérica define as cores de ma -neira racional, sem necessidadede associações com coisas natu-rais. Hoje, as cartelas de coresMunsell são usadas para efeitode padronização, calibra ção echecagens.

A notação Munsell indicauma cartela que pertence a umlivro com cartelas de cores pa -dronizadas destacáveis. O sis-tema de cores de Munsell é co -mercializado desde 1917 e oseu catálogo, também chamadode Livro Munsell é uma refe -rência muito precisa da cor.Existem du as versões, uma bri -lhante (glossy) e outra fosca(matte). A mais usada é a versãobrilhante.

O livro Munsell é composto pordois volumes, com um total de 40páginas, sendo 20 com car telas de

Por CelsoGnecco

Algum poeta já disse que luzé cor e cor é vida. Os técnicosconcordam com esta opinião,pois no escuro não há cor. Dizerque cor é vida, também faz sen-tido, pois as cores sinalizam, ad -vertem e auxiliam na segurança epreservação da vida na indústria.Mas não é só isso, as cores orga -ni zam as atividades, permitemeco nomia e produtividade equando bem escolhidas, com suapsicodinâmica, tornam os ambi-entes mais agradáveis. Onde to -dos trabalham felizes há maisqualidade. As cores claras aju-dam na manutenção da higiene.Também podemos falar emMarketing, pois uma fábrica bempintada e conservada convencede que seus produtos tem quali-dade. A pintura com tintas anti-corrosivas coloridas é a maneiramais fácil e econômica de apli-cação de cores nas industrias.

A composição básica das tin-tas anticorrosivas é: resina, pig-mento, solvente e aditivos, con-forme Figura 1. As resinas sãotransparentes, os solventes, alémde serem transparentes, não per-manecem na tinta depois de se -ca, pois são voláteis. Os aditivosentram em pequenas quantida -des e praticamente não alteram acor das tintas. Portanto, a cor dastintas anticorrosivas é responsa -bilidade dos pigmentos coloridosque são usados nas fórmulasdestas tintas.

PigmentosSão pós muito finos, insolú -

veis tanto no solvente como naresina, que possuem massa etêm diâmetro de partículas de

Am bientes com cores bem selecio nadas trazem bem-estar e contribuem para

a qualidade dos produtos e das atividades in dus triais

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Cor Inorgânico OrgânicoBranca Dióxido de Titânio –Preta Negro de Fumo –

Vermelha Óxido de Ferro Vermelho Vermelho QuinacridonaLaranja Laranja Molibdato –Amarela Amarelo Cromo Amarelo BenzidinaVerde Óxido de Cromo Verde FtalocianinaAzul Ferrocianeto Férrico Azul Ftalocianina

Violeta – Violeta Quinacridona

cores básicas e 20 com co res inter-mediárias, totali zando mais de1.600 cartelas (Fi guras 4 e 5).

As cores no livro Munsell sãoreferidas pelas suas letras iniciaisem inglês, Tabela 2.

Cada cor básica ou inter-mediária tem quatro páginascom numeração de 2,5 em 2,5(Figura 6). Por exemplo, 2,5 R; 5R; 7,5 R e 10 R ou 2,5 GY, 5GY, 7,5 GY e 10 GY).

As 40 páginas estão distribuí-das nos dois volumes da formamostrada na Figura 7.

O sistema de cores de Mun -sell é um sistema de ordena-mento de cores uniforme quepossibilita um arranjo tridi-mensional das cores num es -paço cilíndrico de três eixos eque permite es pecificar umadeterminada cor através de trêsdimensões.

Dentro do Sistema de Mun -sell, os relacionamentos da corestão baseados em três dimen-sões: Tonalidade (Hue), Refle -tância (Value) e Saturação(Chroma) (Figuras 8, 9 e 10).

Tonalidade (hue): É o atribu-to que expressa a cor (vermelha,laranja, amarela, etc.)

Refletância (value): É oatributo por meio do qual a cor éjulgada refletir mais ou menosluz (mais clara ou mais escura)

Saturação (chroma): Expres -sa o grau de pureza de umatonalidade (mais viva ou maispálida). Na coluna da Saturaçãonão existe o (/0) que seria a co -lu na dos cinzas, cujas cartelas(N) são apresentadas à parte,Tabela 3.

TABELA 1 – CORES DOS PIGMENTOS INORGÂNICOS E ORGÂNICOS

Figura 1 – Desenho esquemáticoda composição de uma tinta anti-corrosiva

Figura 2 – Diagrama de cores secundárias obtidas a partir de coresprimáriasFigura 3 – Henry Albert Munsell

Básicas ou Inglês Letra Cores Inglês Letrasprimárias Intermediárias ou secundárias

Vermelha Red R Amarela/Vermelha (laranja) Yellow/Red YRAmarela Yellow Y Verde/Amarela (verde amarelada) Green/Yellow GYVerde Green G Azul/Verde (azul esverdeada) Blue/Green BGAzul Blue B Púrpura/Azul (azul avermelhada) Purple/Blue PB

Púrpura Purple P Vermelho/Púrpura (vermelha azulada) Red/Purple RP

TABELA 2 – GRUPOS DE CORES BÁSICAS E INTERMEDIÁRIAS DO SISTEMA MUNSELL DE CORES

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Como localizar uma cartelano livro Munsell?

Por exemplo, a cartela do ver-melho segurança, 5 R 4/14(Figura 11).

A cor para tubulações de in -cên dio é a Vermelha 5 R 4/14.Para localizar a cartela no livroMunsell, deve-se procurar a pá -gina 5R (Tonalidade). Nesta pá -gina procura-se nas li nhas deRefletância (horizontal) o (4/) enas colunas da Saturação (verti-cal), o (/14).

Com estas coordenadas loca -li zamos a cartela 5 R 4/14, quepode ser retirada do livro e com-parada visualmente ou através decolorímetro computadorizado,com a cor do lote da tinta pro-duzida ou para reproduzir a coratravés de uma formulação comos pigmentos disponíveis noestoque.

A linguagem Munsell é uni-versal e pode ser usada parapadronizar as cores, como porexemplo, nas tabulações – Nor -ma ABNT NBR 6493 (Figura12), ou na segurança do trabalho– Norma ABNT NBR 7295(Figura 13).

Cores para canalizações:Norma ABNT NBR 6493/94

Esta Norma fixas as con di -ções exigíveis para o empregode cores na identificação detubulações para a canalizaçãode fluidos e material fragmenta-do ou condutores elétricos,Figura 7 – Cartelas Neutras e distribuição das cores

Figura 4 – Os dois volumes do Livro Munsell Figura 5 – As páginas do Livro Munsell

Figura 6 – Distribuição das páginas do livro Munsell

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com a finalidade de facilitar aidentificação e evitar acidentes,Tabela 4.

Cores para segurança:Norma ABNT NBR 7195/95

Esta Norma fixa as cores quedevem ser usadas para prevençãode acidentes, empregadas paraidentificar e advertir contra ris -cos, Tabela 5.

Norma Petrobras N-1219A norma N-1219 padroniza

as cores empregadas na pinturade identificação visual das insta-lações terrestres e marítimas daPetrobras, Tabela 6. Nesta nor maas cores são reunidas em seis gru-pos:

a. neutros (códigos 0010 a0170);

b. vermelhos a alaranjados(códigos 1523 a 1867);

c. amarelos (códigos 2273 a2586);

d. verdes (códigos 3263 a3583);

e. azuis (códigos 4845 e4882);

f. azul-PETROBRAS (códi-go 5134).

Exemplos do uso de coresem instalações industriais

Os tanques podem ser pin-tados integralmente com a tintade acabamento na cor conve-niente, como por exemplo pre -ta para absorver calor (Figura14) ou branca para, ao con-trário, refletir o calor (Figu -ra15) ou também para indicar oconteúdo dos tanques Porquestões de estética, podem serpintadas apenas faixas verticais(Figura 16) ou horizontais (Fi -gu ra 17).

Outro uso interessante dacor é na pintura de telhados,on de a cor branca (N 9,5) po detrazer conforto térmico com adiminuição da temperatura eeconomia de energia com me -nor necessidade de ar condicio -nado ou ventiladores. Figura 9 – Distribuição das cores ao redor do eixo dos cinzas

Figura 8 – Distribuição das cores ao redor do eixo dos cinzas

TABELA 3 – CORES NEUTRAS (N), AS CORES DO EIXODOS CINZAS (DO PRETO AO BRANCO)

Cor Munsell Neutra Refletância Observações

N 9,5 90,0 Branca

N 9 78,7 Branca

N 8 59,1 Cinza clara

N 6,5 36,2 Cinza média

N 5 19,8 Cinza média

N 3,5 9,0 Cinza escura

N 2 3,1 Preta

N 1 1,2 Preta

Nota: Quanto mais clara é a cor, maior é quantidade de luz refletida(refletância)

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Figura 10 – Cores nas três dimensões, hue, value e chroma

Figura 11 - Exemplo de uma página do Livro Munsell com a localiza-ção da cor 5 R 4/14

Figura 12 – Exemplo de tubu-lações industriais pintadas comcores padronizadas (ABNT NBR6493)

Figura 13 – Exemplo de engrena-gens e corrimãos pintados con-forme ABNT NBR 7195

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TABELA 5 – ALGUMAS DAS CORES PADRONIZADAS PARA SEGURANÇASEGUNDO ABNT NBR 7195/95

Vermelho 5 R 4/14 Para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteçãocontra incêndio e combate a incêndio

Amarelo 5 Y 8/12 Indica “atenção”. Assinala partes baixas de escadas portáteis, cor-rimãos, parapeitos, pisos, partes inferiores de escadas que apre-sentam perigo etc.

Azul 2,5 PB 4/10 Indica “cuidado”. Seu emprego é limitado a avisos contra uso emovimentação de equipamento fora de serviço, caixa de con-troles elétricos, estufa, andaimes, escadas etc.

Preto N 1 Coletores de resíduos. É usado em substituição ao branco oucombinado com este, quando as condições locais o aconse -lharem

Laranja 2,5 YR 6/14 Indica partes móveis e perigosas de máquinas e equipamentos.Face externa de engrenagens. Face interna de caixa protetora dedispositivos elétricos.

Verde 10 GY 6/6 Indica “segurança”. Identifica caixa de equipamento de socorrode urgência, chuveiros de segurança, macas, quadros paraexposição de cartazes e avisos de segurança.

TABELA 4 – ALGUMAS DAS CORES PADRONIZADAS PARA CANALIZAÇÕESSEGUNDO ABNT NBR 6493/94

Vermelho 5 R 4/14 Materiais destinados a combate ao incêndioAmarelo 5 Y 8/12 Gases não liquefeitosAzul 2,5 PB 4/10 Ar comprimidoCinza N 6,5 VácuoBranco N 9,5 VaporAlumínio Gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade

(óleo diesel, gasolina, querosene, solventes etc.Laranja 2,5 YR 6/14 Produtos químicos não gasosos em geralVerde 2,5 G 3/4 Água Cinza N 3,5 Eletrodutos Preto N 1 Inflamáveis e combustíveis de alta viscosidadePúrpura 10 P 4/19 Álcalis (usual mas não consta da Norma ABNT). Está na NR 26

– Sinalização de Segurança, no ítem 26.1.5.10 Lilás. (126.011-1 /I2). O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que con-tenham álcalis. As refinarias de petróleo poderão utilizar o lilás naidentificação de lubrificantes. A NR 26 não adota a notaçãoMunsell.

Figura 14 – Pintura de tanquede óleo combustível com acaba-mento preta (N 1) para aquecer oproduto, facilitar bombeamento eeconomizar energia

Figura 15 – Pintura de tanque de fração leve de petróleo com acaba-mento branca (N 9,5) para diminuir o aquecimento do produto e mi -ni mizar perdas por evaporação

ConclusãoAs cores são importantes,

pois advertem, evitam aciden -tes, tornam os ambientes maisse guros e agradáveis. Na pintu-ra de tubulações e tanquesiden tificam o seu conteúdo, or -ganizando as atividades e au -mentando a segurança. A cor éusada também para gerar eco -nomia, quando na pintura detanques di minui as perdas deproduto por evaporação oueconomiza energia no bombea-mento do produto e no caso depintura de telhados e tetos, trazconforto térmico e economiade energia. As tintas propor-cionam as cores neces sárias àsatividades industriais. Indús -trias bem pintadas e conserva -das, com cores adequadas mos -tram a qualidade de suas ins -talações e isso é marketing. Am -bientes com cores bem selecio -nadas trazem bem-estar e con-tribuem para a qualidade dosprodutos e das atividades in -dus triais.

Referências bibliográficas• ABNT NBR 6493/94 - Cores para

canalizações• ABNT NBR 7195/95 - Cores para

segurança• PETROBRAS – N 1219 - Cores

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Figura 16 – Pintura de tanque de ácido sulfúricocom tinta cinza clara e faixa laranja

• NR 26 – Sinalização de Segurança• www.altmann.com.br• munsell.com• www.coralis.com.br/novo/

index.php/produtos/munsell.html• www.cis.rit.edu/research/mcsl2/

about/munsell_mac.gif• www.mastcom.com.br

Celso GneccoEngenheiro, Gerente Treinamento Técnicoda Sherwin-Williams do Brasil –Unidade Sumaré

Contato com o autor:[email protected]

TABELA 6 – PADRÕES FUNDAMENTAIS

Código Denominação Notação “Munsell”0010 Preto N 10035 Cinza-Escuro N 3,50065 Cinza-Claro N 6,50080 Cinza-Gelo N 80095 Branco N 9,50170 Alumínio –1523 Vinho 5 R 2/61547 Vermelho-Segurança 5 R 4/141733 Óxido de Ferro 10 R 3/61822 Marrom-Canalizações 2,5 YR 2/41867 Alaranjado-Segurança 2,5 YR 6/142273 Creme-Canalizações 10 YR 7/62287 Amarelo-Ouro 10 YR 8/142386 Amarelo-PETROBRAS 2,5 Y 8/122392 Creme-Claro 2,5 Y 9/42586 Amarelo-Segurança 5 Y 8/123263 Verde-Segurança 10 GY 6/63355 Verde-PETROBRAS 2,5 G 5/103582 Verde-Pastel 5 G 8/43583 Verde-Emblema 2,5 G 3/44845 Azul-Segurança 2,5 PB 4/104882 Azul-Pastel 2,5 PB 8/45134 Azul-PETROBRAS 7,5 PB 3/8

Obs.: O padrão de cor para o Alumínio não existe no Sistema Munsell.É possível encontrar padrão para o Alumínio no Sistema RAL como porexemplo RAL 9006 – alumínio claro e o RAL 9007 – alumínio maisescuro.

Figura 17 – Pintura de tanque para produtos alcali-nos com tinta branca e faixa púrpura

C & P • Abril/Maio • 2015 33

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Opinião

verdade é que o sucessoestá acenando para você, ecabe a você decidir se ele

está dando tchau ou te chaman-do para perto.

A seguir, veja quatro medosque fazem você acreditar que osucesso está dando tchau.

1. Falta de dinheiroO que muitas pessoas fazem

quando elas não têm dinheiro su -ficiente para atender às suas ne -cessidades? As opções são muitas,mas estão aqui três exemplos:• Compram com o cartão de

cré dito sem planejamento (po -dendo gerar dívidas perigosas)

• Pedem dinheiro emprestado(as dívidas perigosas continu-am sendo uma ameaça)

• Se desesperam e lamentamPoucos são os que juntam di -

nheiro e menos ainda são os quecorrem atrás de uma nova formade fazer dinheiro.

A boa notícia é que você po -de, sim, começar negócios doze ro, e a internet é uma das me -lho res ferramentas para realizaresse sonho.

2. Falta de tempoNovos projetos, como a cri-

ação de um produto, ou até mes -mo algo simples como ir à aca-demia, demandam tempo.

Se você reclama de falta detem po, seja para investir maisener gia na sua empresa ou parapoder criar um negócio, é bemprovável que o motivo seja a máadministração do tempo.

A primeira coisa a fazer é es -tabelecer prioridades e identifi -

Alan Pakes

Vença 4 medos e tenha bons negóciosÉ difícil encontrar pessoas que consigam dizer que a vida delas é um grande sucesso. Sempre há

queixas como “trabalho muito”, “não ganho o suficiente”, “não tenho tempo”…

Alan PakesEngenheiro de computação, formado pela USP em 2002, e expert em empreendedorismo emarketing digital.Con ta to: [email protected]

car o que está fazendo você perder tempo. A dica que eu dou é: vejacomo empreendedores de sucesso trabalham em equipe com o tempodeles. Muitos acordam cedo, fazem exercícios, possuem horáriosespecíficos para atender chamadas…

Isso tudo é feito por conta de uma priorização das atividades. Adica especial é que você leia um livro chamado “Trabalhe 4 horas porsemana”. Vários empreendedores recomendam e dizem que esse livromudou a vida deles.

3. Suas expectativasHá quem desista depois de algum tempo por achar que suas expec-

tativas não foram cumpridas. Conheço empreendedores que investi-ram em um projeto, fracassaram, foram para outro projeto e con-seguiram o sucesso.

Desistir é confirmar uma derrota, enquanto persistir é dar umachance para o sucesso. Pode ser clichê, mas é a verdade. Para evitar quevocê tenha grandes frustrações e perca tempo, que tal estabelecermetas de curto, médio e longo prazo? Através delas você conseguirámedir o desempenho de seu projeto e será capaz de fazer mudançascaso perceba que há algo de errado com o andamento dele.

4. Equilíbrio entre sua vida profissional e pessoalEquilíbrio é a chave, mas muitas pessoas não trabalham, de forma

eficiente, esse pon to. Na busca de construir algo de valor para suafamília, elas acabam trabalhando demais e esquecem totalmente que apresença e a afetividade podem ser tão ou mais importantes do queuma vida financeira confortável.

O tempo que você reserva para a sua família não é algo bom sópara eles, é ótimo para você também. Afundar a cabeça no trabalhopode causar estresse, seguido de falta de produtividade e criatividade.Para que você tenha um tempo livre recorrente para a sua família e olazer, não deixe de exercitar dois princípios fundamentais já comenta-dos: criação de metas e definição de prioridades.

Todos os itens citados neste artigo podem, à primeira vista, pare-cer óbvios, mas esta percepção nem sempre é levada em consideraçãoe é por isso que você deve sempre se lembrar de que é preciso domi-nar com disciplina esses obstáculos para começar um empreendimen-to do zero ou expandir ainda mais os seus negócios já em atividade.

34 C & P • Abri/Maio • 2015

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