JORNAL CIDADE PAISAGEM Ano XX - nº 300- Piquete, abril de 2011 - Preço R$1,00 - Distribuição gratuita promocional

A SERVIÇO DE PIQUETE E REGIÃO

Editorial

CharCharCharCharCharggggge do mêse do mêse do mêse do mêse do mêsDêivison Frederique

Veja nesta ed i ção :Ve ja nesta ed i ção :Ve ja nesta ed i ção :Ve ja nesta ed i ção :Ve ja nesta ed i ção :Coluna da SueliColuna da SueliColuna da SueliColuna da SueliColuna da Sueli ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 0 20 20 20 20 2E agora prefeito? Quem não deve não teme!!!E agora prefeito? Quem não deve não teme!!!E agora prefeito? Quem não deve não teme!!!E agora prefeito? Quem não deve não teme!!!E agora prefeito? Quem não deve não teme!!! .......................................................................................................................................................................... 0 30 30 30 30 3Coluna do EdvaldoColuna do EdvaldoColuna do EdvaldoColuna do EdvaldoColuna do Edvaldo .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 0 40 40 40 40 4Coluna do EdwaldsColuna do EdwaldsColuna do EdwaldsColuna do EdwaldsColuna do Edwalds ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 0 40 40 40 40 4Coluna do Joaquim (novo)Coluna do Joaquim (novo)Coluna do Joaquim (novo)Coluna do Joaquim (novo)Coluna do Joaquim (novo) .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 0 40 40 40 40 4Coluna da DóliColuna da DóliColuna da DóliColuna da DóliColuna da Dóli ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 0 50 50 50 50 5Coluna da AbigaylColuna da AbigaylColuna da AbigaylColuna da AbigaylColuna da Abigayl ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 0 50 50 50 50 5

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Permita-me a nossa colunista Abigayl Léada Silva utilizar as sábias palavras da epígrafeacima (veja artigo na página 05), para discorrersobre a ausência de justiça presente nasdecisões políticas que afetam a vida cotidianade nosso país e de nossas cidades.

No início de maio, o prefeito de Piquete,Otacílio Rodrigues da Silva, poderá ter seumandato cassado se a Câmara assim o quiser.O motivo da possível cassação se deve aorelatório elaborado pela CGU, que apontadiversas falhas na administração do Prefeito.Como disse o próprio relator da CGU, trata-se de irregularidades passíveis de seremsanadas. Portanto, nada, comprovadamente,condena o Prefeito.

Certamente, em consequência do relatório,os órgãos governamentais farão as cobrançasdevidas, quando, então, se for o caso, teremostodas as provas em mãos para acionar o poderjudiciário e punir devidamente os culpados.

Como já dissemos em outro editorial, aimplantação da Comissão Processante pela

Decisões Políticas“Em um país democrático, Política é a arte de promover a paz pela

implantação da justiça”. (Abigayl Léa da Silva)

Câmara ocorreu em momento de grande euforiada parte de alguns oposicionistas que viram,nesse episódio, a oportunidade de umapossível cassação.

A cassação, se houver, será uma decisãopolítica. Decisões políticas, como sabemos,são alimentadas, em sua maioria, porinteresses pessoais. A subjetividade impera.Não há, tecnicamente falando, fundamentojurídico e tampouco sombras de justiça emtais decisões. Há somente achismos einteresses que visam, entre outros objetivos,tumultuar a vida administrativa da cidade.

Há que se ressaltar que as falhas doExecutivo apontadas pela CGU também sãofalhas do Legislativo, pois pressupõe-se quenão houve a devida fiscalização dos atos doprimeiro.

Infelizmente, no Brasil, ainda vemos aclasse política promovendo a discórdiavisando benefíc ios pessoais , quandodeveria, como escrito na epígrafe acima,promover a paz pela implantação da justiça.

JORNAL CIDADE PAISAGEM Pag 02Ed. no 300 - ABRIL 2011

Fundado em 15 de novembro de 1990 por Claudinei de Barros Magalhães

CNPJ - 04.441.411/0001-73 - End: Rua Cel José Mariano,228 - CEP 12 620-000 - Piquete-SP Tel.: (12) 31563498 - jc.paisagem@yahoo.com.brProprietários: ................................................................................................... Ireana Ferreira de Melo Silva e Arany Norberto da SilvaRedator: ............................................................................................................................................................... Paulo Roberto da SilvaDiagramação: ....................................................................................................................................................... Paulo Roberto da SilvaGráfica: ................................................................................................................ Jornal Guaypacaré Ltda. CNPJ 45.383.528/0001-25Tiragem: ......................................................................................................................................................................... 1.500 xemplaresPeriodicidade: ......................................................................................................................................... Mensal - Circulação Regional

A editoria não é responsável por artigos assinados nem solidária com os conceitos emitidos nos mesmos.

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QUITANDA SÃO MIGUEL

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Aciap em açãoO mar é o mesmo. De um azul que

somente “Ele” soube pintar.As praias, onde a areia quente chega a

queimar os pés sob o sol de 40°, estão lotadas.O povo, colorido na pele e na roupa, é

só alegria.Moças de corpos esculturais, rapazes

sarados e crianças saudáveis desfilampelas ruas fechadas aos domingos eferiados perto da orla.

Lá no alto, o Cristo abençoa e perdoaos pecados dos que estão aqui em baixo.

O verde das matas se espalha no meiodas pedras cinza e colossais nas encostas,parecendo desafiar os prédios que sobemcada vez mais.

No Leblon, onde estamos, parece quetodos se conhecem como numa cidade dointerior.

Atletas de cabelos brancos jogamvolley, onde uma faixa avisa: - Somentepara maiores de 60 anos! É o Baixo Vovô!

Logo adiante, dezenas de carrinhos debebês formam fila para serem enfeitados combandeirinhas e bolas com as cores do Fla x Flu.

É o Baixo Bebê, como é conhecido oPonto e onde até fraldas descartáveis sãodistribuídas aos mais desprevenidos.

E o Rio de Janeiro, continua lindo?Então o Rio de Janeiro continua lindo?Certamente, não fosse a presença

maciça de cães.E êles são dezenas, centenas, milhares,

de todas as raças e tamanhos transitandoem meio a esse povo seminu, num perigoconstante, além de deixarem toda sujeiranas areias e calçadas.

Logo, logo, um “golden retriever”estará fazendo parte dessa populaçãocanina carioca. É o “Simba”, nomeescolhido por minha neta, sua dona, nomede rei, tamanha é a beleza de seu porte.Émole?

Mas não seria proibido por lei?A lei existe mas não é cumprida,

responde um carioca conformado.

Em Tempo:

Parabéns ao Sabará, agora treinando osub 15 do Esporte Clube Mantiqueira deGuaratinguetá.

Nossa torcida pela recuperação dajudoca campeã do Palmeiras, a queridapiquetense “Isabela”

Suely Villar Torino

Outrora, nossos vereadoresdeveriam, dentre muitas obrigações edireitos, fiscalizar o executivo, para quefalhas como as apontadas pelo CGU nãoviessem acontecer. Falhas estas que, como andar da carruagem, seriam e serãoconsertadas, pois com pouca verba emuito trabalho, acontecem.

Muito trabalho é sinal de muito gasto,e quem faz gastos tem que pagá-los. Éisto, que até o final do mandato,aconteceria, é claro!

Só que fomos sorteados a serfiscalizado e falhas foram encontradas,porém sem duvida seriam e serãosanadas, é só dar um tempo para que istoaconteça!

Não devemos fazer mal julgamento de

“Eu só quero ver onde estáo ninho da Tuvira”

ninguém, pois quem assim o faz terá, semduvida, a réplica sem a tréplica. Seria éticoe disciplinado que a Câmara, ao receber taldenúncia, fizesse o julgamento em votaçãosolicitando ao órgão fiscalizadorprovidências cabíveis, e não ficar depicuinha com o executivo municipal. Nomomento é bom ter calma e trocar o malmaior pelo mal menor, pois quem usa o maujugo, será julgado com o jugo pesado!

Finalizando, farei como Pilatos: Lavoas minhas mãos; atire a primeira pedraaquele que nunca deveu, ainda que fossenecessário!

Boa sorte, prefeito Otacílio, poisquem crê em Deus não perecerá.

Manoel Uchôas Filinho

Piquetense compõe música em homenagem à Xuxa,a Rainha dos Baixinhos.

Acesse: http://www.youtube.com/ - Em pesquisa, escreva brilho-xuxa e tecle enter

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JORNAL CIDADE PAISAGEMEd. no 300 - ABRIL 2011 Pag 03

Claudinei de Barros Magalhães - E-mail: claudineidojornal@yahoo.com.br

C oment á r i o s . . .Domingo de Páscoa

Meus filhos já são crescidos, mas tenhotrês netos pequenos que, com certeza,aguardam ansiosos o Domingo de Páscoa.Quem tem crianças na família sabe daexpectativa em torno dos ovos dechocolate, trazidos pelos coelhinhosfelpudos – leiam-se pais e avós. O apelocomercial é pesado. Começa semanasantes em tudo que é mídia. A meninadafica ouriçada, cobiçando as doces delícias,cada vez mais atraentes aos olhos dospequeninos. E de muitos marmanjostambém. Para a economia de mercado, éformidável. Aquece a indústria emovimenta o comércio. Para o bolso doscoelhinhos felpudos, nem tanto. Haja paide família fazendo das tripas coração paraadoçar os pequenos na Páscoa. Com todorespeito ao chamariz comercial da data eaos olhinhos brilhantes da criançada, peçouma pausa para falar do real significadoda Páscoa. Longe das maravilhas docacau, o Domingo de Páscoa marca aressurreição de Jesus Cristo. É a festa dorenascimento Daquele que deu a vida paraderramar o perdão divino sobre o nossomundo de mortais pecadores.Então, antesde saborear a tradicional bacalhoada ouuma deliciosa sardinha nesta Sexta-FeiraSanta, vamos refletir um pouco sobre osofrimento de Jesus. Visto como ameaçapelos poderosos, Ele foi crucificado por serdiferente. Por ser um líder imbatível, porquepregava o amor incondicional. Amor aDeus, aos pais, aos filhos, aos amigos, aoscompanheiros, aos desconhecidos, aos

inimigos.A Sexta-Feira da Paixão deve nosinspirar a refletir. E mais que isso. Devenos conduzir à reconciliação. Com aquelesa quem magoamos, com aqueles que nosmagoaram. É um dia para o perdão. Nacruz, à beira da morte física, Jesus elevouo pensamento ao Pai e pediu que Deusperdoasse seus algozes. Quem somos nóspara negar perdão? Ou para não pedirperdão?Lembro-me de Judas, o traidor quevendeu o Mestre. A criançada faz a farrano Sábado de Aleluia, faturando balas comum boneco de pano – surrado aos montese, às vezes, com a identidade de alguémvisto como vilão. Brincadeira à parte,porque a vingança jamais seria umensinamento de Jesus, vamos, nóstambém, malhar os ‘Judas’ das nossasalmas. Vamos expulsar a pauladas todo equalquer sentimento ruim que habite emnossos corações. Vamos fazer uma faxinainterior e tirar de nós tudo o que sejacontrário à bondade, paz, solidariedade eao amor.Aí, sim, no Domingo de Páscoa,estaremos preparados para celebrar aressurreição de Jesus. Com ou sem ovosde chocolate, tanto faz. O fundamental éacalentar nossas almas com o mais purosentimento de felicidade. Jesus está vivoem nós. E que Ele renasça, a cada dia,em nossos corações, fazendo-nos praticaras lições que ensinou. É com este profundoe sincero desejo que envio a vocês meusvotos de Feliz Páscoa!

Junji Abe, Deputado Federal pelo DEM

Parabéns aos aniversariantes de maioParabéns aos aniversariantes de maioParabéns aos aniversariantes de maioParabéns aos aniversariantes de maioParabéns aos aniversariantes de maio01/05. ..................................................................................................... Maria Izabel da Silva.01/05. .............................................................................................. Maria de Fátima da Costa.02/05. ....................................................................................... Ander José Correa de Morais.03/05. ............................................................................................... Rodrigo Taborda da Silva.04/05. .................................................................................................................. Marcial Stein.04/05. ................................................................................................ Leandro Gomes de Lima.06/05. .................................................................................................... Suelen Cristina Xavier.06/05. ............................................................................................. Thaislaine Patrícia Amaral.06/05. ........................................................................................... Ariani do Nascimento Silva.07/05. ................................................................................................... Ana Julia Batista Faria.08/05. .................................................................................................. José Vanderlei Martins.09/05. ............................................................................................. Vera Lúcia Uchôas Vezaro.12/05. ................................................................................................................... Carla Bastos.14/05. .......................... Aniversário de Casamento de Daniela Freitas (tucá) e Jurandir Neto.14/05. ................................................................................. Tainá Maduro da Silva Magalhães.15.05. ............................................................ Casamento de Karina Leal e Everton Machado.16/05. ..................................... 23 anos de união de Lucia Maduro e Sidnei Magalhães (gato).19/05. .................................................................................. Maria Fátima Gonçalves da Rosa.21/05. ....................................................................... Sidneia Aparecida de Andrade Bernardo.22/05. ...................................................................................................... Francis Torres Costa.22/05. ..................................................................................... Antonio Carlos Oliveira (Toni).23/05. ..................................................... José Ferreira de Souza (Ferreira – Rádio Natureza).24/05. .................................................................................. Deividy Raphael Pereira da Silva.25/05. .................................... Aniversário de casamento de Patrícia Abreu e Fabiano Araújo.28/05. ....................................................................................... Julie Helena Domingues Pinto.

“QUEM VOCE É FALA TÃO ALTO QUE NÃO DÁ PARA OUVIR O QUE VOCE ESTÁ DIZENDO”

Nos últimos dias tenho sido questionadopor diversos cidadãos sobre os fatosenvolvendo a possível cassação doprefeito de Piquete, Otacílio Rodrigues daSilva, em virtude de denúncia calcada norelatório da Controladoria Geral da União,que apontou diversas irregularidades naadministração da Prefeitura de Piquete.Tenho muitos motivos para me opor aoprefeito Otacílio, mas torço para que osVereadores busquem a verdade dos fatos eprocurem fazer justiça deixando as querelaspolíticas de lado, pois apesar dos apesaressó quem perde com a politicagem oportunistasão as cidades e seus munícipes.Não estou Vereador e a minha posição emnada contribuirá contra ou a favor doprefeito, todavia, devemos respeitar asinstituições sejam elas compostas depessoas despreparadas ou não, pois,afinal, cada um tem a sua missão no cenáriodemocrático.As manobras da defesa do prefeito sãoválidas; no entanto, a falta de respeito coma instituição Câmara Municipal, através desua Comissão Processante que tem odever de apurar os fatos e ouvir as partesenvolvidas, é gritante e não contribui comnada para o exercício da democracia.No meu caso e do meu irmão Gato, em queatuei como advogado, embora afrontado,

nos nossos direitos pelos membros daComissão Processante e por algunsVereadores, cumprimos todos os prazos ejamais fugimos das nossasresponsabilidades. Infelizmente, fuiprejudicado e estou aguardando decisão doSuperior Tribunal para reaver o meumandato, mas o meu irmão foi reintegradoquase que imediatamente, evidenciando quequem não deve não pode temer a nenhumtipo de julgamento, mesmo que seja injustoe alicerçado em solos arenosos.Portanto, como já falei nesta coluna, pordiversas vezes, o prefeito Otacílio tem assuas virtudes, que não são poucas, mas oseu maior defeito é não ser amigo dos seusamigos e não respeitar as funções desses,pois como já disse, cada um tem o seudever e merece ser respeitado para quepossa exercê-lo com independência.Enfim, tenho andado tão ocupado notrabalho e com tantos problemas familiares,que estou por fora dos fatos envolvendoo prefeito, porém, se as denúncias foremcomprovadas, que seja aplicada a puniçãoaos culpados; mas se ficar evidenciadoque não houve desonestidade, que searquive o processo e vida longa aoadministrador.

Afinal, QUEM NÃO DEVE NÃO TEME!

E agora, prefeito?Quem não deve não teme!!!

Pag 04 JORNAL CIDADE PAISAGEMEd. no 300 - ABRIL 2011

Edwalds Marques - diwas@bol.com.br

Nada dera certo naquele dia. Dormirapouco. Tivera alguns pesadelos. Acordaracom o peso do mundo nas costas. Saíraatrasado de casa e no serviço brigara como chefe.

O dia parecia que não tinha fim.Arrastava-se como uma serpente nodeserto árido da vida. O consolo seriachegar a casa e tomar um café para serefazer. Gostava de prepará-lo como secumprisse um ritual: a chaleira, o bule, ocoador, o borbulhar da água, o pó, oaroma...

Caminhou cabisbaixo como quemprocura o próprio ser nas entranhas daterra. Istmo fim do começo. Clarividênciadiáfana da alma.

Chegou diante do portão. O cachorronão estava ali para lhe sorrir latindo oucantar em uivos a canção da fidelidade.Mas via perfeitamente nítida a imagemdaquele que um dia o acompanhou.Entrou, e a casa lhe parecia vazia. Tinhacheiro de guardada. Guardada para quê?Guardada para quem, meu Deus?

O filho estava inerte no computador.Só seus dedos trabalhavamfreneticamente. Pela tela pôde ver sua faceingênua. Encerrava ainda as espinhasimpudicas. Ensaiou um “oi”, “olá”, “boatarde”, talvez, mas calou-se diante dainfâmia de sua invisibilidade.

Foi para a cozinha. Agora estava emseu reino. Regozijava-se de seu poder.Olhou em volta. Tinha o pensamento fixo

O caféno café. Buscou pela chaleira, e não aencontrou. Mastigou uns grunhidos.Abriu o armário e, quando a puxou, outrasvasilhas despencaram sobre sua cabeça.Não fez nenhuma menção em se proteger.Ficou estático sendo lavado pelo alumínio,que escorria pelo seu corpo. Ainda ouviuo tilintar dos utensílios na cerâmica antesde sentir o sangue percorrer todo o seucorpo e explodir em suas faces rubras. Umrugido gutural ecoou por toda a casa. Nãoaguentou e começou a chutar tudo.Panelas, chaleira, bule, coador, tudo voavacomo se a vida estivesse ali.

O barulho era infernal, e o infeliz foiarqueando, se abaixando, chafurdando.Nem percebeu que o filho acorria à porta eo observava atônito.

- Pai. Pai! PAI!!!Assustou-se quando viu o menino

bem maior do que era.- Tá acontecendo alguma coisa?Ele não respondeu nada, apenas

colocou as mãos no rosto.O filho chegou até o pai, estendeu-lhe

as mãos e o levantou.- Vem cá, pai. Você está nervoso...Agora, o garoto tomava a dimensão

de um gigante que o abraçava e o envolvia.Sentia-se protegido. Queria ficar assim portoda uma eternidade.

- Calma, papai, vai dar tudo certo, viu?Suas mãos infantes acariciaram a

cabeça daquele que um dia o pegou nocolo.

No mundo encantando da fábula, eisuma estória inverossímil. Época em que osobjetos andavam, falavam e sentiam.

Como era engraçado ouvir o garfodiscutir com a colher. Um queria engolir ooutro. E a briga do lápis com a caneta,saíam garatujas pra todos os lados. Axícara, sempre esteve de asa aberta em cimado pires.

A fábula que vamos contar passou-senuma cidade praiana:

“Numa linda manhã de verão, Sombralpegou sua prancha de surfe, colocou-a nabagageira do carrão e foi praticar seu esportefavorito na praia do Boqueirão, local de ondasestonteantes. Era um guarda-chuva jovem, deum único dono. Armação de varetas móveis,cromadas, pano de náilon azul turquesa, hasteautomática e cabo carminado - era uma estirpeatraente e cobiçada. Suscitava inveja nosguarda-sóis e avivava admiração nassombrinhas. O dia em que resolvia ficar à mostrapelas areias, os sombreiros fechavam-se deciúmes, e ele, muito aberto, exibia toda suaformosura. Foi num desses dias que deparoucom uma sombrinha irresistível: de sedamulticor, fímbria rendada, hastilha e varolasprateadas, cabo de marfim. Um encanto deperdição. Apaixonou-se completamente. Elaestava esticada na areia, exposta ao sol,quando ele se aproximou; cheio de lero-leroesbanjou sua bicaria:

- Bom dia! Você é nova por aqui? Corada, respondeu:- Ah! Sou sim!- Meu nome é Sombral! E o seu?- Chamo-me Umbela. Estou fazendo

temporada. Eu moro longe daqui.- Lindo o seu nome! E você é linda

também! Deve morar numa cidadeencantadora, igual a você!

- É, sim! Minha cidade é bonita,próspera e muito grande. Talvez, seja amaior cidade das cidades que existem poraí. O ruim lá é o ar e a água. Do trânsito

Amor de praia não sobe serratambém não gosto! Sempre esbarro emalguma coisa.

- Por isso moro aqui, onde a brisaacalenta, o mar envolve e o amor domina.Por que você não muda pra cá?

- Não posso! Minha dona reside,trabalha e tem sua vida lá em cima. Estamosaqui de férias, só curtindo esse marzãomarulhoso.

E a conversa rolou como as ondas. Àsvezes, alguns respingos d’água tocavamos panos, mas logo o sol os secava.

A atração um pelo outro forasimultânea. Ambos se abriram em juras.

No dia seguinte, ela bronzeava-sequando ele chegou.

- Oi! E foi dando-lhe um beijinho nafranja, que a deixou afogueada. Elagostou, sorriu e contribuiu.

- Olá, e você, tudo bem? respondeu ela.- Tudo bem! A cada minuto pensando

em você.Ela estava doce, solta e descontraída.

O amor tem a propriedade de embelezartudo, até os objetos inanimados.

Os dias decorreram. Eles ficaram juntosaté ao final da temporada. Foi um romanceenvolvente. Numa despedida plangente,lágrimas escorreram.

Umbela subiu a serra, deixou oendereço eletrônico e o coração.

Sombral, meio caidão, no outro diaperambulou cabisbaixo pela praiarecordando-se dos lugares em que estiveracom ela: das caipirinhas, dos banhosabraçadinhos, do sol ardente queestorricava seus panos e dos beijossensuais que trocaram.

Para ele, praiano, acostumado com o ire vir das sombrinhas, esse romance foimais um, logo outras Umbelas virão - e oamor vai continuar lá embaixo.

De posse da prancha foi bulir com asondas...”

Edival da Silva Castro

Você, irmã, deixou-nos, e eu não choro,pois guardo você no meu coração com umsorriso franco, olhar sereno e gestos tranquilos.

Queridinha, obrigada por tudo que fezaqui por nós. Conceda-me forças para irradiara Paz e o Amor que você nos ensinou.

Sinto muito a sua falta. A saudade que meenvolve neste silêncio em que me angustio eque é feito de lágrimas contidas, sofridas.

Deus não a separou de nós, ocultou-aem seu coração para que estivesse maisperto do nosso.

Dulce, a vida é eterna, apenas asformas envelhecem e morrem.

Nada neste mundo faz sentido se nãotocamos o coração das pessoas. Se a gentecresce com o golpe duro da vida, tambémpodemos crescer com os toques suaves naalma. É assim que você era, querida amiga.

Meus filhos oram sempre para vocêcom muito amor, pois foi assim que você

Um mês sem nossa querida Dulce

os ensinou.Obrigada por tudo; que você esteja

sempre perto de Deus.Amém, beijo no seu coração.

Lélia, Thiers, Amanda, Guilherme e mãeDeolinda

Palavras simples, mas que abrigamsentidos tão complexos. Todos osindivíduos têm direitos e deveres. Devemoslutar para que os direitos sejam respeitados,e, ao mesmo tempo, ter consciência dosdeveres e cumpri-los. Na ConstituiçãoBrasileira, os artigos referentes a esseassunto podem ser encontrados no CapítuloI, Artigo 5º, que trata Dos Direitos e DeveresIndividuais e Coletivos. Cada um de nós temo direito de viver, de ser livre. Qualquer serhumano é nosso companheiro porque temos mesmos direitos que nós temos. Essesdireitos são sagrados e não podem sertirados de nós; se forem desrespeitados,continuamos a ser gente e podemos edevemos lutar para que eles sejamreconhecidos. Às vezes cidadãos se veemprivados de usufruír de seus direitos porquevivem cercados de preconceito e racismo; éincrível, mas ainda nos dias de hojeencontramos pessoas que se sentem nodireito de impedir os outros de viver umavida normal. Nós, cidadãos brasileiros, temosdireitos e devemos fazer valer os mesmos,independente do que temos ou somos.Ainda bem que, a cada dia que passa, muitas

Cidadão brasileiro, sociedade,direitos e deveres.

pessoas estão se conscientizando eacabando com o preconceito, e aquelas queacabam sofrendo por isso estão correndoatrás de seus direitos.

Mas, como cidadãos brasileiros, nãotemos apenas só direitos, mas deverespara com a nação, além de lutar pelosdireitos iguais para todos, de defender apátria, de preservar a natureza, de fazercumprir as leis e muito mais. Ser cidadão éfazer valer seus direitos e deveres civis epolíticos, é exercer a sua cidadania.

Por fim, se realmente queremos sercidadãos plenos e conscientes de nossosdeveres de cidadania, temos que lutar paraque cada cidadão cumpra a sua parte.

Joaquim Alves Junior

Carta do LeitorSr Editor

Ed. no 278 - Junho 2009 JORNAL CIDADE PAISAGEM Pag 05Ed. no 300 - ABRIL 2011

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Estão dizendo por aí que vivemos emdois países: o do que cobra impostos, váriose, principalmente altos, e o do que paga osmesmos em troca de muito pouco. Ou seja,o que recebe se acha na condição admitidade bem resolvido, e até vangloriado pelos láde fora (a imprensa internacional), enquantoo povo, o que paga, reclama dos serviçosmal atendidos e dos não atendidos.

E para comparar com um dos outrospaíses membros dos chamados emergentesna economia mundial, a China vai de ventoem popa no setor de transportes, dentreoutras modalidades já bem estimuladas.Consta pelas estatísticas que a China nosúltimos sete anos construiu 100.000quilômetros de autoestrada e 8.000quilômetros na rede ferroviária, ematendimento aos trens de alta velocidade.

E por aqui, além dos muitos projetos,quantos concretamente?

Parece que nada. Imposto alto foiregozijo no governo federal anterior, pelacombinação imposto alto, país rico. Só nascontas de luz, pagamos de impostos 45%do total – o que seria dado como positivonão fossem os eventuais apagões nãosatisfatoriamente explicados. Os holofotese microfones, além das câmaras de TV,voltados para o ministro Edson Lobão, dasMinas e Energia, registraram explicações.

De outro lado, contabilizamos umembate para procurar contornar a ameaçade concorrência desleal da China a nosoferecer produtos similares aos de nossasindústrias por preços mais baixos, poisconta com mão-de-obra barata einvestimentos externos. Além disso,enquanto o real está valorizado frente aodólar, o Yuan é mantido sem a valorizaçãoexigida pelos grandes mercadosmonetários. Alega-se que na China osempregados nos setores produtivos sãomal pagos, e até vistos como “escravos”,dado que é resultado de grande número demigrantes nas áreas urbanas. Estes, nãoespecializados, são apenas treinados paraexecutar tarefas que exigem somente

treinamento. Enquanto isso, o Brasil é vistocomo o país que melhor atende à populaçãode baixa renda e tira, cada vez mais,contingentes humanos das linhas depobreza e de miséria. Os programas sociaissão apanágio dos governos petistas, cujodomínio político se expande e se configuracomo vitorioso. Mesmo que a novapresidente esteja usando o mecanismo dofreio, sabe que esse exige cuidado, porconhecer muito bem a reação da lei dainércia. Particularmente nas lides políticas.

Os americanos, liderados pelopresidente Obama, têm uma maneirapeculiar de abordar esse problema,tentando direcionar as escolhasbrasileiras, e, para tanto, uma visita foiprogramada por ele ao Brasil.

Se Lula teve momentos de rebeldia paracom essa espécie de “tutela”, Dilma Rousseff,mantém-se na expectativa para escolher afórmula mais adequada. Parece não ser fácil.Afinal, os alinhamentos internacionais sãomais equilibrados horizontalmente na área doAtlântico Norte, ou seja, dos EUA para aEuropa ocidental, principalmente agora,quando estão redefinidas as propostas dedefesa entre Inglaterra, França e Alemanha.E não só geopoliticamente, pois a geopolíticanão está isolada das questões econômicas.Já o sentido vertical, o do norte-sul, é maiscomplicado, visto as questões dosinteresses na área do Atlântico sul, pois ascontinentais se constituem por países cujahistória é comum – a da colonialidade, ouseja, da dependência.

E do ponto de vista do grande eixoeconômico atlântico versus a mudançapara o Pacífico, dada a pretensahegemonia chinesa, um dificílimoquestionamento a ser enfrentado.

Pois bem. Dilma Rousseff na China,em abril, em visita oficial, buscaoportunidade para acertos comerciais edefinição das políticas ligadas aosprodutos trocados e aos valores cambiais.Vejamos o que vem por aí.

Dóli de Castro Ferreira

Em um país democrático, Política é aarte de promover a paz pela implantaçãoda justiça. Implantar a justiça é administrarinteresses e recursos de tal modo que asáreas de conflito sejam eliminadas ou, pelomenos, se mantenham engajadas em umininterrupto processo de eliminação.

Uma área de conflito no Brasil de hojeé a dos partidos políticos.

Nas últimas eleições dos EstadosUnidos, um analista político americanoafirmou que cada parlamentar de seu paísnão expressa a própria opinião nem a deuma parcela da população – expressa odesejo de, pelo menos, cinquenta lobistas.

Somos criticados porque preferimosvotar em pessoas, não em partidos. Éexplicável – podemos analisar a competência,a probidade e a atuação das pessoas.

E dos partidos políticos? Vemospartidos políticos se multiplicarem pormera vaidade pessoal. As coligações nosdeixam arrepiados tal a disparidade defeições dos partidos que se unem emépoca de eleição.

A Queda do Muro de Berlim inaugurouuma nova ordem na Política. É preciso queos partidos redesenhem a própria face.Como dizem os esteticistas, pelo menosdeem relevo aos seus pontos positivos.

Salário é outra área de conflito.No parecer do sociólogo Florestan

Fernandes, o salário mínimo só deixará deperder o seu poder de compra no momentoem que servir de base para a composiçãodos grandes salários.

O salário do servidor público é pagopelo povo brasileiro.

O maior salário deste setor estágirando em torno de R$27.000,00. O saláriomínimo ideal, segundo o Dieese(Departamento Intersindical de Estatísticae Estudos Socioeconômicos), giraria emtorno de R$2.700,00. Logo: o maior salárioé dez vezes maior que o mínimo queatenderia às necessidades básicas dotrabalhador.

Que tal congelar os grandes saláriosaté que o atual mínimo atinja o décimodesejado?.

Se isto fosse concretizado, seria maisfácil calcular as faixas salariais.

Por exemplo: empregos de nívelfundamental – de 1 a 3 salários mínimos(com as frações 0,25, 0,50 e 0,75);empregos de nível médio – de 3,25 a 7salários mínimos; empregos de nívelsuperior – de 7,25 a 10 salários mínimos.

Também é área de conflito a incidênciade impostos sobre produtos de primeiranecessidade. São eles: cesta básica dealimentos, cesta básica de remédios, cestabásica de materiais de construção, água,energia e telefone.

A incidência de altos impostos sobre Abigayl Léa da Silva

Re f o r m u l a ç õ e sestes produtos consome os ganhos dotrabalhador acarretando intranquilidadeno seu dia dia a dia.

Aliás, a telefonia já virou loteria. Éprêmio pra cá, desconto pra lá. O cálculoda conta telefônica deve ser efetuadoapenas com o preço justo sobre os minutosutilizados, acrescentado de um impostorazoável.

Ainda uma área de conflito – aeducação.

A creche (até 4 anos de idade) temcaracterísticas distintas: não háobrigatoriedade de matrícula nem depermanência durante todo o ano.

Com 4 anos completados no anoanterior a criança deve ingressar no ensinofundamental e aí permanecer até os 12 anos.

Isto se faz necessário tendo em vista queo adolescente deve iniciar quanto mais cedopossível o ensino médio. Assim, o pico dacrise da adolescência já o alcançará no meiodo curso. Embora mais longe, dos 13 aos 17anos, a perspectiva de um bom emprego,garantida pelo ciclo profissionalizante,livrará o aluno do desânimo, responsávelpela alta evasão escolar nesta fase.

Vencida a crise da idade e ultrapassadoo obstáculo de mais um período escolar, ojovem se perguntará – sentindo-sedesafiado a galgar mais um patamar: porque não a universidade?

Os empresários brasileiros já sãorespeitados em todo o mundo. Sãorespeitadores da Lei, mesmo quando oGoverno os penaliza com pesadosencargos.

Devem ser relevantes, portanto, osmotivos que justifiquem a presença doGoverno na área empresarial.

A tecnologia de ponta envolve muitosriscos e grandes investimentos. O Governo,neste caso, deve tomar a iniciativa e criaruma empresa estatal. Mas, logo que ainiciativa privada demonstre interesse, deveprivatizá-la, porque são muitos os setores– como o da Segurança Nacional - em que oprogresso exige uma atitude responsável,para que o Brasil não perca sua voz e vez.

Identificar, equacionar e dar a melhorsolução aos reclamos da cidadania é omodo de a Política responder por suasobrigações.

Política não é poder, é dever. Democracianão é para alguns, é para todos.

Desejamos ardentemente que o Brasilseja um país democrático.

As áreas de conflito não se resolvempor um passo de mágica.

Mas o povo brasileiro é ordeiro etrabalhador. Espera sua hora e vezconfiando na dignidade e competência dasmulheres e homens que escolhe pararepresentá-lo.

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