Acaso o Judaismo Acredita Em Demonios

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Acaso o judaísmo aprova a crença num demônio? Traduzido do texto do Inglês por Bentzion Rodrigues. Escrito por Mordechai Housman De fato, nem os cristãos compreendem como é que um anjo de D’us tentou e seduziu outros a desobedecer ao próprio D’us. Esta idéia é completamente contrária a tudo o que o Judaísmo ensina! Nós estudiosos das Escrituras Hebraicas rejeitamos esta teoria de forma plena. O quê, então, o Judaísmo explica com relação ao Satán? Pra começar, a palavra hebraica “ ןןןSatán” significa literalmente “Inibidor/ Evitador/ Impossibilitador”. Inibir quer dizer, tentar impedir alguém de realizar algo. Disso aprendemos que D’us foi quem criou as diversas dificuldades, obstáculos da vida; os quais temos que enfrentar neste mundo, exatamente para nos conduzir a auto- superação, e para nos levar ao progresso. Satán é o responsável por tornar as coisas difíceis, por desafiar e assim colaborar para que tenhamos a chance de vencer a nós mesmos; para PASSAR-MOS no teste. Satán é um Maláh (por hora, entenderemos como Anjo) cujo propósito é especificado por D’us. A “tentação” existe dentro nós, por intermédio dos dois instintos que D’us mesmo criou no homem , tanto o inclinando ao bem como ao mal. O mais importante, é que SOMENTE esta habilidade de escolha absoluta torna possível que façamos o bem e o mal, COM TOTAL e absoluta decisão pessoal. Temos a PLENA capacidade de recusar fazer o mal. Esta é a noção EXATA de que temos o direito que escolher tanto o bem como o mal. A habilidade de escolher entre o bem e o mal é o que nos garante a noção de livre arbítrio . Portanto, para nos induzir à escolher o bem é que HaShem nos oferece o bem no mundo vindouro, e para que mereçamos isso, é preciso que algo nos iniba, algo que tente nos impedir e que tenhamos que superar. Satán, portanto é nossa inclinação ao mal (Ietzer Hará). E a inclinação ao mal

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Acaso o judaísmo aprova a crença num demônio?

Traduzido do texto do Inglês por Bentzion Rodrigues.Escrito por Mordechai Housman 

 De fato, nem os cristãos compreendem como é que um anjo de D’us tentou e seduziu outros a desobedecer ao próprio D’us. Esta idéia é completamente contrária a tudo o que o Judaísmo ensina!Nós estudiosos das Escrituras Hebraicas rejeitamos esta teoria de forma plena. O quê, então, o Judaísmo explica com relação ao Satán? Pra começar, a palavra hebraica שטן “Satán” significa literalmente “Inibidor/ Evitador/ Impossibilitador”. Inibir quer dizer, tentar impedir alguém de realizar algo.  Disso aprendemos que D’us foi quem criou as diversas dificuldades, obstáculos da vida; os quais temos que enfrentar neste mundo, exatamente para nos conduzir a auto-superação, e para nos levar ao progresso. Satán é o responsável por tornar as coisas difíceis, por desafiar e assim colaborar para que tenhamos a chance de vencer a nós mesmos; para PASSAR-MOS no teste. Satán é um Maláh (por hora, entenderemos como Anjo) cujo propósito é especificado por D’us.A “tentação” existe dentro nós, por intermédio dos dois instintos que D’us mesmo criou no homem, tanto o inclinando ao bem como ao mal. O mais importante, é que SOMENTE esta habilidade de escolha absoluta torna possível que façamos o bem e o mal, COM TOTAL e absoluta decisão pessoal. Temos a PLENA capacidade de recusar fazer o mal. Esta é a noção EXATA de que temos o direito que escolher tanto o bem como o mal. A habilidade de escolher entre o bem e o mal é o que nos garante a noção de livre arbítrio.Portanto, para nos induzir à escolher o bem é que HaShem nos oferece o bem no mundo vindouro, e para que mereçamos isso, é preciso que algo nos iniba, algo que tente nos impedir e que tenhamos que superar. Satán, portanto é nossa inclinação ao mal (Ietzer Hará). E a inclinação ao mal tentando nos impedir de fazer o bem, pois HaShem tem ordenado a ele fazer exatamente isso. Porque? Para nos garantir livre arbítrio. Para que nossa escolha pelo bem seja sempre voluntária. Cada um de nós, todos os dias luta contra seu mau instinto. Todos temos várias tentações que se manifestam durante o dia.A habilidade de escolha entre o bem e o mal nos garante a

liberdade. E assim como no exemplo de Iáacov (Jacó), temos a capacidade de vencer até mesmo os Malahím (entendamos como anjos por enquanto) se assim nos prepararmos.Porque? Porque temos livre arbítrio.

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Portanto, o Talmud nos ensina que os homens são, neste sentido; mais importantes que os anjos, pois nós podemos lutar com qualquer anjo e até vencê-lo. Um anjo não pode mudar a nossa VONTADE.O Satán não é - como pensam os cristãos - um anjo rebelde. Tal coisa é simplesmente impossível. Ao anjos são seres de matéria elevada e sagrada porque foram criados desta forma, assim como os animais são animais porque foram criados desta maneira. Os anjos estão constantemente contemplando a irradiação de HaShem por toda parte. Agora, acaso uma pessoa poderia estar no mar sem se molhar? Do mesmo modo um anjo não pode evitar a Divina Presença  e por isso, não consegue deixar de ser sagrado.A santidade de toda criação, de todo o universo é contemplada de foram elevada pelos seres que são neste sentido, elevados; e por isso eles não podem parar de servir ao ETERNO, nem podem escolher não fazê-lo. Eles não possuem o livre arbítrio. Não podem contemplar outra coisa senão o ETERNO diante de si. Além disso, seres humanos tem o mal instinto para tentá-los. Mas “anjos” não tem agentes que possam tentá-los... Afinal, quem seria o Satán do próprio Satán? Um ultra Satán? A verdade é que o Satán tem uma missão a cumprir como todo e qualquer “anjo”. E “anjos” não possuem livre arbítrio para escolher suas missões. Eles são apenas reflexos da vontade de D’us, sistemas que foram criados para propósitos específicos. Um homem certa vez, veio até um grande rabino, muito preocupado. Ele disse ao rabino: “Por favor, faça uma oração à Hashem para que remova minha má inclinação. Eu cometo muitos pecados e eu desejo parar!” O rabino respondeu: “Mas então, qual será o seu propósito do mundo quando você não mais tiver má inclinação? Se o seu propósito é viver para vencer sua má natureza?! Foi pra isso que você foi criado! HaShem já tem anjos o bastante nos céus! Ele não precisa de outro. Ele te criou humano, para que você progrida na senda da justiça”. Seres humanos podem melhorar a si mesmos, e este é seu propósito no mundo. Os “anjos”, não podem melhorar nem progredir, assim como os animais não progridem moralmente. Não é este, sequer; o propósito da sua existência. Por isso, anjos são descritos como seres constantemente, “em pé diante de HaShem”. Eles não podem fazer melhor que isso, não podem se elevar nem se diminuir. Eles então são descritos como estáticos. Seres sem personalidade. É sobre isso que Ieheskél (Ezequiel) estava falando quando disse:

�ת, ַא�ְר�ַּב��ע ה ��מּו �מ�ת�ּו�ָכ�ּה�--ְּד �ת ּו ��מּו יּה�ן--ְּד �ּה, מ�ְר�ַא� �ֶז �ּו�ת; ּו ��ּה ַח�י ַא�ְּד�ם, ָל�ּה�ָּנ .5 E no meio da chama algo que se assemelhava a quatro [tipos de] animais do campo; e sua aparência parecia com a de seres humanos,

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�ַא�ְר�ַּב��ָע�ּה ו �ַא�ְר�ַּב��ע ּו �ים, ָל�ַא�ַח�ת; ּו �ָפ�ִים, ָל�ַא�ַח�ת ָפ�ָּנ ��ָּנ ָל�ּה�ם ָכ .6 mas cada um tinha quatro rostos, e quatro asas,

�ָל�יּה�ם, ְר�ֶג�ָל ז �ְר�ֶג �ָכ�ף ּו �ָׁש#�ְר�ּה; ּו ��ָכ�ף י �ָל�יּה�ם, ָכ ��ָע�ין ְר�ֶג�ָל ְר�ֶג �ָּנ�ִצ�ִצ�ים, ָכ �ַח�ָׁש#�ת ָע�ֶג�ָל, ּו ָק�ָל�ָל ָּנ .7 seus pés eram retos e suas plantas eram como as das patas de um bezerro, e brilhavam como a cor do cobre polido.

�ַח�ת ּויְּדּו ח י( ַא�ְּד�ם, מ�ת� �יְּד� �ָפ�יּה�ם, ָע�ָל, ַא�ְר�ַּב��ָע�ת )ּו ��ָּנ �יּה�ם ָכ �ָפ�ָּנ �ָפ�יּה�ם, ָל�ַא�ְר�ַּב��ָע�ת��ם ְר�ַּב�ָע�יּה�ם; ּו �ָכ�ָּנ ּו . 8 Sob suas asas tinhas mãos humanas nos quatro lados,

�ָפ�יּה�ם: ַא�ָׁש#��ּה ַח�ַּב�ְר�ת ט ��ָּנ � ַא�ָל-ַא*ַחּו�ת�ּה�, ָכ ַּב�ּו יָׁש# ָל�ַא-ִיַּס�� �ן, ַא� �יּו ַא�ָל-ָע�ַּב�ְר ַּב�ָל�ָכ�ת� �ָּנ � ָפ� �ָל�ָכּו י .9 e elas estavam unidas entre si. Quanto aos rostos, estes não se viravam quando os seres caminhavam, voltados sempre para frente.

�ת י �ְּד�מּו �י ּו �ָּנ �יּה�ם, ָפ� �ָּנ �י ָפ� �ָפ�ָּנ �ּה ַא�ְּד�ם, ּו ין ַא�ְר�י ��מ� �י-ָׁש#ּו�ְר ַא�ָל-ּה�י �ָפ�ָּנ �ם, ּו מ�ּה�ָׁש-��מ�ַאּוָל ָל�ַא�ְר�ַּב��ָע�ת� �ן �ָׁש#�ְר, ָל�ַא�ְר�ַּב��ָע�ת� �י-ָּנ �ָפ�ָּנ �ן; ּו .ָל�ַא�ְר�ַּב��ָע�ת�

10 Tinham a aparência do rosto de um homem, e os quatro tinham a aparência de um leão do lado direito, de um touro do lado esquerdo, mas tinham também a cara de uma águia.Estes seres com aparência humana e animal estão descritos destas forma, para descrever a missão destes anjos entre os homens, exatamente como a missão dos animais; servir aos propósitos do ser racional, o ser humano.O profeta Ieshaiáhu (Isaías); quando descrevendo suas visões celestiais, disse que “Acima [para atendê-los], se postavam Sefarins...” (Ieshaiah 6:2).Ora os Serafins são os “anjos” elevados e considerados superiores. E eles são descritos como parados em pé, no nível que HaShem lhes determinou.Seres humanos são completamente diferentes. Humanos podem melhorar-se e elevar-se. E por isso o profeta Zehariáh {Zacarias} disse ao Sumo Sacerdote, “Assim disse o ETERNO dos Exércitos: Se andares no Meu Caminho e cumprires Meus Mandamentos, praticares justiça em Minha casa e Guardares os Meus pátios, darei a ti livre acesso entre os [“anjos”] que estão à nossa volta”. (Zehariah 3:7)Em outras palavras, Hashem estava dizendo que prometia ao Sacerdote a existência no mundo vindouro, em meio aos justos que lá estavam e que neste próximo mundo, eles caminharão entre os que estão à nossa volta [parados], ou seja, os “anjos”. E do mesmo modo que anjos são seres perpetuamente estacionados, nós somos os que nos movemos rumo a um estágio mais elevado. E nosso propósito é especialmente, mover-nos rumo ao progresso moral e espiritual.  Como nós poderemos fazer isso? Sendo constantemente teimosos em procurar vencer nossa má inclinação. Em observar os Mandamentos de D’us.Portanto é preciso revisar os conceitos de muitos sobre o que as Escrituras Ensinam sobre o Satán.Satán não é, e nem poderia ser um anjo caído. Satan é apenas um anjo com um trabalho que pra nós é desafiador. Satán não tem um reino paralelo. Satán não está competindo com D’us nem está atrapalhando a criação. Ele sequer se satisfaz quando

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a pessoa se deixa vencer pela má inclinação. Ele sequer decide suas próprias missões.Satán é um anjo que nos impõe desafios, à mando de D’us; um anjo que não permite que enganemos a nós mesmos com falsa modéstia ou hipocrisia moral; um anjo que traz a punição divina ao homem; que executa a correção do Criador. Satán não tem aparência maquiavélica, nem chifres, nem pele vermelha, nem rabo, nem mora em chamas, nem mesmo se veste de terno e gravata!Satán é uma força, impessoal, enviada para nos desafiar, uma prova, uma avaliação que temos que superar para provar nosso valor, nossa real escolha. Satán pode ser percebido por meio de um desejo impróprio DENTRO de você.Claro, não existem coisas criadas justamente para nos fazer errar. Nós é que escolhemos errar. A possibilidade do erro faz-nos sentir a necessidade de melhora e nos induz ao progresso para o qual fomos criados. Mas tudo depende das escolhas que fazemos. O Satán executa sua missão de se opor a nós, por meio das coisas que nós mesmos valorizamos no mundo.Então, se uma pessoa vem ao seu encontro e lhe oferece um objeto roubado por um preço insignificante, por exemplo; esta pessoa não é o Satán e nem está sendo “usada” pelo Satán. Esta pessoa é uma que não resistiu a sua própria má inclinação, e não resistindo a oposição do Satán, por fim decidiu fazer o mal. Não foi obrigada a isso, mas foi desafiada nas suas convicções morais e testada em sua fé na justiça e no bem. Se esta pessoa falhou e não passou na prova, esta pessoa que cometeu o pecado, quer cometer outro; como dizem os sábios, a recompensa de um pecado é outro pecado, e agora seria a sua vez de escolher.Como pecou, esta pessoa estará melhor internamente se convencer a si mesma, de que o pecado é algo normal que todos fazem. Se você tratar esta situação como normal, é reflexo da sua decisão, e a forma como tal erro se apresenta em sua mente, e conseqüentemente o resultado da sua escolha também. Todo ser humano deve tentar vencer o mal que há em si. E muita gente tenta fazer prevalecer sua idéia para aliviar a si mesmo da culpa. Ninguém quer pecar sozinho. E pode até ser que a pessoa queira cometer um crime com sua ajuda!Ou talvez a pessoa tenha a satisfação de ver que não está só no erro, ou de ver você contradizer suas convicções; o que seria uma pessoa muito perturbada; porém muito freqüente em nossa sociedade.A pessoa pode ter mil motivações ao pecado. Do mesmo modo, a figura da serpente no Éden, não se referia ao Satán; a quem os cristãos gostam de atribuir. Cobras não são diabos! São apenas cobras, répteis e nada mais. É apenas uma figuração da própria tentação humana, desenvolvida na mente do primeiro homem e da primeira mulher, motivada pela curiosidade e devaneios de ambos. E como uma pessoa deve evitar sucumbir quando for testada pelo Satán enviado sob ordem de D’us? Vivendo uma vida de Torá, uma vida de acordo com a Lei Eterna.

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Isso envolve uma séria de fatores que trabalham juntos. Posso até mencionar alguns:1 - Estudar a Torá diariamente, melhorando tanto quantitativamente quanto qualitativamente seus estudos, sua busca por conhecimentos. 2 - Ser humilde e aceitar instrução dos sábios que receberam e preservam a Sagrada Tradição até hoje. 3 - Procurar desenvolver suas qualificações morais. 4 - Exercitar a introspecção, e o auto desenvolvimento na observância dos Mandamentos.É impossível classificar tais conselhos por ordem de importância, e isso dependerá no nível moral e urgência de cada pessoa. Nenhum de nós é capaz de destruir o Satán. O que nós devemos fazer é usar a oportunidade do desafio para vencer a nós mesmos, procurando compreender onde o Satan foi enviado a servir-nos de opositor, sabendo então que é exatamente nesta determinada qualidade que devemos agora nos superar. O Talmud nos instrui que a nossa Inclinação ao Mal constantemente tenta nos destruir espiritualmente, e HaShem constamente nos ajuda a vencer nossas fraquezas, pelo simples fato de lutarmos pelo bem.Quando este mundo terminar, o mundo vindouro, o julgamento da história acontecerá. Após isso, a função do Satán estará cumprida neste mundo. Ele não mais precisará guiar as pessoas rumo ao progresso por intermédio das dificuldades que impõe, pois atingiremos o nível desejado por HaShem para este mundo. Uma vez terminado o julgamento, não precisaremos mais da expiação da morte, e conseqüentemente o Satán não mais será o agente da morte biológica, nem um opositor frente à escolha humana. Satán terá então a sua existência anulada, pois atingirá o propósito para o qual foi criado. E isso não será uma injustiça com o Satán. Será como desligar uma máquina por não mais precisar usá-la. Acaso alguém choraria por desligar sua TV por não querer mais assisti-la? Do mesmo modo que máquinas, “anjos” não são seres conscientes, como nós humanos somos; não possuem nem emoções nem desejos. Eles apenas existem para seguir as instruções de HaShem e é exatamente isso que fazem. Nisso, eles se assemelham aos animais e por isso nas visões, são comparados como tais.Portanto, Satán foi criado para nos desafiar e nós podemos escolher vencer todos os desafios e conseqüentemente, vencer a nós mesmos, ou não.Mas, não foi sem propósito que todo ser foi criado. Sejam os animais ou os anjos! Quando nós lutamos contra nós mesmos, controlando-nos e aprendendo a superação, nós somos recompensados e juntamente conosco o Satán que cumpriu sua missão. A recompensa do Satán é a própria continuidade da sua existência! Que por fim atingirá seu ápice e será anulada quando não for mais necessária.  

 

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A Idéia Original acerca do Satán.Rabino Iossef (Joe) Markel

Pra começar, Satán é um conceito judaico, que os cristãos usurparam, deturparam, modificaram, corromperam e antropoformizaram.Como dissemos, a palavra hebraica remete-nos a um inibidor, opositor, adversário [humano; jamais de D’us!]Segundo o Judaísmo, ele é um Maláh (Um ser espiritual autômato enviado por D’us para específicas missões, cuja indicação missionária está no título {nome} que é dado ao ser. Podemos no momento entender este ser simplesmente como “anjo”.) Um anjo, neste contexto é um princípio de força guiada pela Inteligência Suprema, D’us. A função ou missão do Satán é explicada no Talmud da seguinte forma: Esta entidade é o Ietzer Hará.Esta entidade é o Satán.Esta entidade é o Maláh HaMávet (Anjo da Morte). Começando pela primeira explicação, quando falamos de Ietzer Hará, estamos nos referindo à má inclinação; às NOSSAS idéias estranhas ao nosso próprio objetivo ético e moral; ao desejo de cometer ações contrárias à Lei divina, e às justificativas mentais que são geradas POR NÓS enquanto decidimos sobre fazer ou não fazer aquilo que ferirá os princípios da Lei de D’us que decidimos observar.Do mesmo modo que temos dentro de nós o Ietzer Hará o Instinto ao Mal, temos na mesmíssima medida o Ietzer HaTov o Instinto ao Bem. Do mesmo modo, este nosso lado se mostra presente quando manifestamos pensamentos e conceitos que nos levam a agir à favor do bem  e da justiça. Ambos estão dentro de nós na mesma medida.Assim, por exemplo; se uma pessoa se levanta contra você para te matar, e você subitamente se vê motivado a se defender e proteger sua vida, mesmo que custe a vida daquele que primeiro se levantou contra você, esta é a motivação do Ietzer HaTov (o que é diametricalmente contrário ao conceito de “dar a outra face”, isto é; fazer mal a si mesmo). A essência do Ietzer Hará é o “fervor do sangue”. E a arma do Ietzer Hará é a imaginação, o devaneio. Mas o Ietzer Hará por si mesmo, não é mau, assim como a Imaginação ou o devaneio não é mal por si mesmo. O que ocorre é que a pessoa é aquela que caracteriza as forças dentro de si, tornando-as boas ou más. Outro conceito importante é que somente o ser humano pode ser mau.Portanto, o Ietzer Hará é a natureza humana voltada - pela própria pessoa - para o mal.

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Em si mesmo, não é mais que uma força neutra que podemos utilizar para o que desejarmos, inclusive para temas espirituais bons e de caráter justo. Já a natureza animal/emotiva precisa ser controlada pelo intelecto. Após estar convencido de fazer o mal, a decisão da pessoa é levada pelo Satán diante da Corte Celestial para o veredicto. Então ele pode voltar com a missão de punir a pessoa, ou mesmo como a missão de ser o Maláh HaMávet (“anjo” da morte) e por um fim na vida de crimes vivida pela pessoa.Tudo isso são temas de caráter espiritual e portanto, NÃO PODEM SER COMPREENDIDOS LITERALMENTE. Todas estas colocações são meros exemplos de conceitos puramente espirituais!  Uma outra alegoria que explica o que dizemos, é o que é dito em Kabalá:O ar dos céus e o ar do inferno estão sempre nos rodeando. Quando uma pessoa faz uma boa ação esta é escrita no ar dos céus. Quando faz uma má ação é escrita no ar do inferno.A completa explicação destas alegorias é maior do que o que posso oferecer por agora, mas o ponto principal disso tudo, é que Satán não é mesmo o cara com chifres.As Escrituras Hebraicas deixam bem claro, que o Altíssimo colocou no mundo, tanto o bem como o mal como está Escrito:Devarim {Deuteronômio} 30:15,Vê que pus diante de ti hoje a vida e o bem, a morte; e o mal. Em Ieshaiáhu {Isaías} 45:7, o profeta descreve o plano da criação de D’us expressando que,Eu formo a luz e crio a escuridão; Eu faço a paz e Sou Eu quem cria o mal; EU SOU o ETERNO que tudo faz.  Estes versos declaram abertamente que o único responsável pelo que chamamos de mal é D’us. Estes versos apóiam e comprovam a idéia judaica sobre o balanço espiritual perfeito entre o que denominamos “bem e o mal”, que toda alma confronta. Este é o plano de criação de seres conscientes, realizado pelo D’us o Altíssimo. Ieshaiáhu 45:7 e Devarim 30:25 apresentam problemas teológicos ao Cristianismo, que mantém que D’us haveria criado o Satán, o anjo que ficou mal.De acordo com a doutrina cristã, o Satán teria sido um anjo elevado, o qual; por um ato de corrupção espiritual e rebelde desobediência, tornou-se o chefe adversário e caluniador de D’us, e teria sido ele quem introduzira o mal no mundo. Na teologia cristã D’us não criou aquilo que chamamos mal, ELE somente seria o autor do que chamamos bem.Portanto - dizem os cristãos - D’us jamais criaria algo tão sinistro como o diabo. Ao invés disso, foi o diabo mesmo que teria se tornado perverso e se transformado no diabo que é hoje.Esta concepção é completamente estranha ao pensamento hebreu (de onde a idéia de Satán se origina), e obviamente não tem suporte nos textos originais hebraicos; nem no sistema legal judaico. Afinal, sugerir que D’us teria criado o Satán perfeito, mas mesmo sendo “perfeito” o Satán ainda pudesse se rebelar contra D’us, mostra que D’us fez algo “perfeito” de forma “imperfeita”. Afinal, se D’us cria somente o bem, o mal é algo fora do seu plano, ou seja; uma conseqüência inesperada, que O levou

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para um “plano B”...E se o Satán tirou de dentro de si mesmo, sua própria rebelião, então não era de fato perfeito. Satán teria então, um “defeito de fábrica” que transferiria a responsabilidade para D’us, em última análise!  Ignorando esta contradição por enquanto, o Judaísmo ensina que o propósito da criação do Satán é justamente o sugerido por seu nome “ser um inibidor do homem”. Como servo de D’us, o Satán leva adiante os propósitos divinos em todos os seus detalhes. Satán é um dos “anjos” mencionados nas Escrituras Hebraicas. Em momento algum ele é chamado de diabo ou demônio. Em momento algum a palavra hebraica Maláh que significa mensageiro é usada nas Escrituras Hebraicas para referir-se a seres diabólicos! Não existe um único exemplo nas Escrituras Hebraicas, sobre o Satan seja inimigo de D’us ou tenha um reino paralelo ao de D’us. O Satán jamais se opõe a vontade de D’us!Em parte alguma da Bíblia Hebraica isso é mais evidente do que o livro de Ióv (Jó). No primeiro capítulo, Satán aparece juntamente com outros anjos diante de D’us, e sugere que a fé a fidelidade de Ióv poderia ser simples resultado da sua falta de dificuldades. Então propõe que Ióv fosse testado em suas convicções. D’us concorda com a elaboração de Satán, e não somente permite que ele realize o que sugeriu, mas ainda lhe concede instruções específicas, que ele por sua vez observa religiosamente. Ou seja, não estamos diante do relacionamento de dois inimigos! Estamos diante de D’us e uma de suas criaturas! Numa alegoria que procura nos revelar um pouco mais do caráter espiritual do mundo.Em última análise, todo o sofrimento de Ióv foi a vontade de D’us para ele. Enquanto em termos de interpretação (leia, deturpação) cristã, o triunfo pessoal de Ióv é algo teologicamente impossível (Ex: eles jamais dizem aos seus fiéis que conseguem vencer por si mesmos o diabo) enquanto que, em termos autenticamente judaicos sua história (a de Ióv) é apenas o reflexo da própria missão humana, e o modelo do projeto de D’us para a humanidade. Em Devarim {Deuteronômio} 30:15  a Torá declara abertamente sobre D’us colocar o que chamamos “mal” diante de nós, enquanto que em Ieshaiáhu {Isaías} 45:7 este mesmo conceito está vivo no Judaísmo ecoando a mensagem da Torá de que D’us mesmo é o criador do bem e do mal.E como tais conceitos obviamente foram problemáticos para os “tradutores” cristãos, eles preferiram modificar (leia, deturpar) o sentido das frases “adaptando” o texto à sua própria “teologia”. Como pode a Igreja insistir que o homem é irremediavelmente depravado quando D’us Mesmo declara ter colocado no mundo tanto o bem como o mal?Como pode a Igreja sustentar a doutrina de eleição e predestinação em face do livre arbítrio que o ser humano deve expressar?Como podem os cristãos manter a opinião de que D’us não criou o mal, se as Escrituras Hebraicas declaram que sim, ELE criou o mal?É até compreensível que os “tradutores” - por exemplo – da Bíblia Católica Ave Maria, ao invés de traduzir corretamente a palavra Hebraica “ráh” (mal) registrada em Ieshaiáhu {Isaías} 45:7 escrevam ao invés disso:  7. formei a luz e criei as trevas, busco a felicidade e suscito a infelicidade. Sou eu o Senhor, que faço todas essas coisas. 

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As palavras “felicidade” e “infelicidade” foram eleitas para deturpar o conceito original do termo que nada mais é que o reflexo do próprio pensamento hebreu no uso da palavra “ráh” que significa literalmente Mal.Isso não incomoda nem mesmo os protestantes, e apenas demonstra o mau uso e desonestidade dos cristãos em geral no uso das Escrituras Hebraicas.Se existem Bíblias que procuraram traduzir corretamente este trecho em particular, não deixam de usar outros para continuar impondo seu sistema particular de pensamento em frente ao texto original hebraico.Agora, vale a pena mencionar que o Cristianismo apresenta Ieshaiáhu {Isaías} 14:12 como se fosse uma referência sobre a mitologia de um demônio rebelde que teria caído do céu, um anjo caído. Eles argumentam dizendo que Ieshaiáhu {Isaías} teria usado o termo “estrela da manhã” como uma referência ao tempo, no qual Satán falido será jogado num lago de fogo segundo o vigésimo capítulo de Apocalipse. Temos aí sérios problemas com tais alegações.Primeiro, caso cristãos mantenham que a expressão “estrela da manhã” seja uma referência ao Satán exclusivamente; como é que irão explicar que no seu próprio livro religioso, em Apocalipse 22:16 o Jesus é chamado “estrela da manhã” também?   Em segundo lugar, uma leitura atenta de Ieshaiáhu {Isaías} 14 revela que ele está se referindo a Nevuhadnetzar (Nabucodonosor), o perverso rei da Babilônia e não ao Satán.Em 14:4 o profeta explicitamente menciona diretamente do rei da Babilônia como o tema da sua profecia:

�ָׁש-�ַאת� ד �ָּנ ��ּה, ָע�ָל ּה�מ��ָׁש#�ָל ּו �-ּה�ֶז �:--ַּב��ַּב�ָל מ�ָל�ְך ְר�ת� �ַא�מ� � ּו יְך ְּד�ּה�ַּב�ּה ָּנ�ֶג�ָׁש-, ָׁש#�ַּב�ת�ּה ָׁש#�ַּב�ת ַא� מ� .Que pronunciarão esta parábola sobre o rei da Babilônia: Como o opressor cessou de oprimir e como se esgotou sua arrogância?  Por intermédio de todo este capítulo e do capítulo anterior, o profeta prediz o levante e a queda deste arrogante rei, que usou seu poder para atacar Jerusalém e destruir o Templo; mas que no fim; sofreria também uma queda cataclísmica. Em 14:12 Nevuhadnetzar é comparado ao planeta Vênus, cuja luz ainda pode ser vista no começo da manhã, mas que finalmente se esvai quando surge o sol. Assim como a luz de Vênus, Nevuhadnetzar reinaria e brilharia com um curto período de tempo, mas como o profeta disse, ele seria ofuscado pela luz de Israel que perduraria para além de seu tempo, e ofuscaria toda sua glória arrogante. Rabi Tovia Singer   

LUCIFER: Um problema para o Cristianismo

Texto mencionado no SITE “Christianity Revealed” (http://jdstone.org/cr/index.html) de Autor desconhecido

 A palavra “Lucifer” que aparece na Bíblia cristã em Isaías 14:12 apresenta um pequeno problema para a doutrina cristã. E se torna um problema maior com literalistas, tais como os Mórmons.

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Vejamos uma boa explicação feita por John J. Robinson (ELe foi o fundador do Centro de informação Maçônico, formado na Marinha Americana, agricultor, executivo e autor de diversos livros de interesse especial por História Medieval Britânica e sobre os Cruzados. Morreu em 1996), no seu livro “A Pilgrim’s Path”, pp 47-48: Como tens caído do céu, O Lucifer, filho da manhã! Como fostes cortado ao solo, tu que despertava as nações!  O primeiro problema aí é que Lucifer é um nome Latino. Então, como eles encontraram um modo de introduzir isso nos manuscritos hebraicos; escritos antes mesmo da existência da Língua romana?Para encontrar a resposta, eu consultei um estudioso na Livraria do Hebrew Union College (Colégio Hebreu Unido) na cidade de Cincinnati (EUA).Que nome hebreu – eu perguntei – foi dado ao Satán neste capítulo de Ieshaiáhu {Isaías}, e que descreveria o anjo que caiu e se tornou chefe do inferno? A resposta foi surpreendente.No texto original, o capítulo 14 de Ieshaiáhu não fala nada sobre anjo caído algum, mas sobre a queda do rei da Babilônia; que durante a sua vida havia perseguido os judeus. Não há menção alguma de Satán como diabo, nem por nome, nem por referência. O estudioso do colégio somente foi capaz de especular que alguns escribas cristãos escreveram isso em Latim, idioma usado pela Igreja, porque decidiram por si mesmos contar a estória do anjo caído; uma criatura que sequer é mencionada no texto original, e a quem eles resolveram batizar de “Lucifer”. Porque especificamente Lucifer? Porque segundo a astronomia romana, Lucifer é o nome da estrela da manhã (a estrela que nós passamos a conhecer pela –então considerada - deusa romana Vênus). Os romanos prestavam culto aos planetas. E a estrela da manhã aparece nos céus pouco depois de amanhecer, e some ao surgir o sol. O nome deriva do termo Latim Lux Ferros, “aquele ilumina”, “gerador da luz”.No texto original hebraico, a expressão usada para descrever o rei da Babilônia antes da sua queda é  Helál, filho de Shahár, o que é traduzido em Português como “estrela do dia, filho do crepúsculo”.O nome evoca a fama da bela roupa real repleta de jóias, bem como da corte (assim como do seu prestígio pessoal, como a própria apelação – por exemplo – feita com referência ao Rei Luiz XIV da França, intitulando-o “O Rei Sol”). Aqueles que foram autorizados pelo Rei James I a traduzir a Bíblia em Inglês não usaram o texto original, mas versões já traduzidas por (São) Jerônimo no quarto século. Jerônimo já havia deturpado a

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metáfora hebraica “estrela do dia, filho do crepúsculo”, por “Lucifer” e por centenas de anos esta metamorfose tomou lugar.Lucifer, a estrela da manhã; tornou-se então o tal do anjo desobediente, lançado fora do céu para reger eternamente o Inferno.Teólogos, escritores cristão, e poetas misturaram isso ao mito da doutrina da Queda, e na tradição cristã, Lucifer passou a ser o nome próprio do Satán, o tal demônio, e ironicamente, o Príncipe das Trevas.  Entretanto, “Lúcifer” nada é além do antigo nome Latino da estrela da manhã literal: Vênus. Isso confunde cristãos que identificam este título demoníaco com o próprio “cristo”, dizendo que ele é o que traz a “luz”, pois eles mesmos identificam Jesus como a estrela da manhã, termo usado constantemente por eles. Além dos líderes cristãos usarem o mesmo termo em referência ao tal diabo e em referência ao tal Jesus, em apocalipse 22:16 é dito:“Eu Jesus enviei o meu anjo para testificar estas coisas às Igrejas. Eu sou a raiz da descendência de Davi e a estrela da manhã”... Então é melhor terem mais cuidado com a sua falsa tradução de nossas Escrituras, pois cristãos podem estar chamando Lúcifer de Jesus e a estrela da manhã de Satán e vice versa.Henry Neufeld (um cristão que comenta dificuldades bíblicas) discursou sobre isso da seguinte forma:“Esta passagem é às vezes referida ao Satán, e um pensamento similar é expresso em Lucas 10:18 por Jesus quando Israel é restaurado e eles irão “e pronunciarão esta parábola sobre o rei da Babilônia...” Como a confusão neste verso surgiu? A passagem em Hebraico contém, “Heleyl, Ben Shahar” o que pode ser literalmente traduzida como “luminoso, filho do crepúsculo”. Esta frase refere-se, novamente literalmente, ao Planeta Vênus quando aparece pela manhã. Na Septuaginta, tradução do terceiro século das Escrituras Hebraicas para o Grego, esta frase é traduzida como “heosphoros”, que significa “Vênus” a tal estrela da manhã. E como a tradução para “Lucifer” surgiu? Esta palavra veio por meio de São Jerônimo na sua Vulgata Latina. Foi um erro de Jerônimo? Não! O nome Latim “Lucifer” refere-se mesmo a Vênus, a tal estrela da manhã. Isaías estaria usando esta metáfora, porque esta luz pequena seria adequada para comparação com o reino da Babilônia que logo cairia.Entretanto o termo Lucifer jamais foi comparado ou atribuído ao Satán, até o período posterior à Jerônimo. Não foi então um erro de Jerônimo pessoalmente. Cristãos posteriores (e Mórmons) foram os que atribuíram Lúcifer ao Satán.  Então, porque isto é um problema para o Cristianismo? Cristãos agora alegam que acreditam que Satán (ou demônio ou Lucifer que eles imaginam) é um SER que sempre existiu! E portanto, eles

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pensam (leia, fantasiam) que os profetas hebreus acreditavam nesta tal criatura imaginária!A versão deturpada das Escrituras de Ieshaiáhu {Isaías} que eles usam é apresentada como se fosse uma prova. Como Elaine Pagels (Elaine Pagels, 13 de fevereiro de 1943, Palo Alto, Califórnia) foi professora de religião na Universidade de Princeton e tem Ph.D. da Universidade de Harvard.) explica, que o conceito Cristão de Satán apareceu com o tempo, e os primeiros elaboradores da própria Bíblia cristã não acreditaram em tais alegações.A ironia está naqueles que acreditam que “Lucifer” refere-se ao Satán tendo o mesmíssimo título (estrela da manhã) que o próprio Jesus em 2Pedro 1:19; onde os textos gregos usam o exato termo “phos phoros” – “gerador de luz”.E este mesmo termo é o que é usado em referência à Jesus em Apocalipse 22:16. Então, porque é Lucifer; um problema ainda maior para Mórmons? Mórmons alegam que um manuscrito antigo (no livro dos mórmons) foi escrito em meados de 600 após a Era Comum; e o autor em 600 após a Era Comum supostamente teria copiado Ieshaiáhu {Isaías} dos “manuscritos originais”. Quando Joseph Smith pretendeu traduzir o suposto manuscrito antigo, ele incluiu o termo Lucifer no verso registrado no livro de Mórmon.Obviamente então, ele não estava copiando o que Ieshaiáhu escreveu. Ele estava copiando a Bíblia versão King James.Outro livro de Mórmon, a Doutrina e Convênios, leva adiante este problema em 76:26 quando reafirma esta falsa doutrina Cristã, dizendo que o tal Lucifer seria o Satán. Esta incorreta doutrina também teria se espalhado no terceiro grupo de escrituras Mórmons, a Pérola de Grande Valor; que descreve a guerra no céu, baseada em parte, na incorreta interpretação do próprio Joseph Smith na palavra Lucifer que ele usa em Isaías. (uma claríssima fraude dos Mórmons).   1. Existem pelo menos cinco versos no livro de Mórmom, Capítulo 2, 2 Nefi (se preferir Nephi abrev, em Inglês), que estabelece que o autor está provendo “as palavras do próprio Isaías” (2 Nephi 6:4 & 5, 11:2 & 8 and 12:1)2.  2 Nefi 24:12: Como tens caído dos céus, O Lúcifer, filho da manhã! Tens sido cortado à terra, quem despertava as nações!3. D&C 76: 25 E isto também vemos, e continuamos a registrar, que o anjo de D’us (no texto aparece o “e” mas aqui não usamos por respeito à D’us) o qual estava em autoridade na presença de D’us, o qual se rebelou contra seu Filho unigênito o qual o Pai amou e o qual estava no regaço de seu pai, foi lançado fora da presença de D’us e do Filho, 26 e foi chamado Perdição, pois os céus choraram por ele – ele foi Lucifer, um filho da manhã, 27 e nós testemunhamos, e eis, ele caiu! Está caído, mesmo o filho da manhã! 28 e enquanto nós estávamos em espírito, o Senhor nos ordenou que nós

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escrevêssemos a visão; pois nós testemunhamos Satán, a antiga serpente, o mesmo demônio, que se rebelou contra D’us, e tentou tomar o reino de nosso D’us e de seu Cristo...

 

Quem foi Lucifer?LUCIFER DE CAGLIARI?

Por Yhoshua Trachtenburgh  Eu imagino que o senhor Cagliari  [Bispo Católico que morreu em 371 EC] cujo nome era LUCIFER CALARITANUS desaprovava o mau uso do seu nome, porque SIMPLESMENTE assim foi nomeado por seus parentes Latinos.Entretanto, Lucifer foi o nome do demônio para São Jerônimo na sua Vulgata, a tradução do então já considerado “velho” testamento e “novo” Testamento para o Latim.A Vulgata se tornou a tradução Oficial Católico Romana e continua assim.Em Ieheskél (Ezequiel) existem algumas passagens sobre uma tal estrela da manhã, o título do rei da Babilônia Nevuhadnetzar (Nabucodonosor) que passou a se considerar como um “deus” e por isso foi forçado por D’us a descer de sua glória, comer grama e agir com loucura. (São) Jerônimo traduziu esta “estrela da manhã” como Lucifer, referindo-se àquele conceito Latim que mencionados, o “gerador de luz”, um nome do Planeta Vênus, a tal estrela da manhã.Ele entretanto, deturpou a passagem acreditando que estava falando do tal anjo imaginário que seria rival de D’us e teria sido jogado pra baixo e virado o demônio. Assim, Lucifer seria o nome adotado no seu período pré-demoníaco... Pelo fato de Lucifer ter sido adotado como nome próprio do demônio, outras tradições  suscitaram acerca dele que em algum lugar na Bíblia, onde houvesse o termo estrela da manhã, Lucifer em Latim, apareceria também como referência ao tal demônio.Por exemplo, os cristãos passaram a acreditar que o trabalho do Satán seria liderar o exército de anjos rebelados, porque Ióv (Jó) tem um verso que diz, “...enquanto cantavam juntas as estrelas da manhã (Lucifers) e soltavam exclamações de júbilo todos os anjos de D’us - Ióv (Jó) 38:7”. Ironicamente, esta pequena confusão do Jerônimo levou a algumas passagens cômicas do Novo Testamento, como 1°Pedro 1: 19 advertir a Igreja de que, “E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da manhã surja em vossos corações” o que a vulgata traduz, “et habemus firmiorem propheticum sermonem cui bene facitis adtendentes quasi lucernae lucenti in caliginoso loco donec dies inlucescat et lucifer oriatur in cordibus vestris”.E a declaração de Jesus no livro da revelação 22:16, “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas a favor das igrejas. Eu sou

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a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.”. Na vulgata, Jesus usa a palavra Lucifer também. Estranho....muito estranho....

  

 

Cegos pelo DemônioPor Hugh Fogelman

 Todo aquele que debate com um cristão, sua resposta na ausência de respostas sempre é cheia da grosseria típica, pelo jargão “o demônio cegou você”.Esta simples argumentação ignorante soa bem pra eles. Eles preferem voltar-se pra fé cega a enxergar os fatos. Eles estão ecoando as palavras que Paulo disse em 2 coríntios: E mesmo se o nosso Evangelho é encoberto, é encoberto para os que perecem. O deus deste século cegou as mentes dos incrédulos para que eles não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de D’us”. (2 coríntios 4:3) A Bíblia de Estudo NIV (New internacional Version) explica: O deus deste mundo é o demônio, que é o arquiinimigo de D’us e o poder invisível por trás de todos os incrédulos e inaceitável. Aqueles que o seguem o tornaram então seu deus, nesta era. “Cegado a mente dos incrédulos” – Paulo continua usando a imagem que supostamente encobriria a história de Jesus para que aqueles que rejeitam, para que não consigam ver. Simplesmente porque, o demônio te fez cego – a menos que você acredite cegamente - você não vai entender.....muito estranho....   Eles portanto, querem acreditar que Ieshaiáhu (Isaías) disse: ELE cegou suas mentes e endureceu-lhes o coração; para que não veja com seus olhos, não entendam com o coração e se convertam, e Eu os cure. Estas coisas disse Isaías, quando ele viu sua glória e falou dele........(João 12:39-41). O apoio da Bíblia de Estudo Cristã diz:Os JUDEUS continuam incrédulos, explicando o verso 40 dizendo que “estas palavras de Isaías 6:10 são citadas por Jesus em Marcos 4:12, Mateus 13:14-15, Lucas 8:10 e por Paulo em Atos 28:26-17. Ieshaiáhu escreveu isto mesmo? E sobre este assunto? Vamos então ver a versão Judaica desta estória toda dita pelos cristãos, e contemplar o que exatamente disse o famoso Profeta

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Ieshaiáhu: (tradução do livro The Book Of Isaiah, volume one, Judaica Books of the Prophets, pp 59 Judaica Press):

�ַא�ָׁש#�מ�ע ח י ַא�ת-ָקּו�ָל ּו �י, ַא�מ�ְר, ַא�ת-מ� י ַא*ְּד�ָּנ �מ� �י ַא�ָׁש#�ָל�ַח, ּו �ָּנ �ַא�מ�ְר, ּה�ָּנ �; ּו �-ָל�ָּנּו �ָל�ְך �י י ָׁש#�ָל�ַח�ָּנ .8 Ouvi a voz do ETERNO, dizendo: A quem enviarei, quem há de ir por nós? – e eu exclamei: “Aqui estou. Envia a mim!” (Profeta Isaías falando!).

� ט ��ַאמ�ְר, ָל�ְך �י � ּו ְר�ת� �ַא�מ� ��ּה: ָל�ָע�ם ּו � ּה�ֶז � ָׁש#�מּו�ָע� ָׁש#�מ�עּו �ְר�ַאּו �, ּו �ַּב�יָּנּו �ַא�ָל-ת� � ְר�ַאּו� ּו �ְּד�עּו �ַא�ָל-ת� ּו .9 E disse: Vai e fala a este povo: Certamente escutais, mas não compreendeis; olhais, mas não vos apercebeis.

ן י �יּו ָל�ַּב-ּה�ָע�ם ּה�ָׁש#�מ� �ָּנ ֶז �ַא� ��ּה, ּו �יּו ּה�ָכ�ַּב��ְּד ּה�ֶז �ָע�יָּנ �ן-ִיְר�ַא�ּה ּה�ָׁש#�ע: ּו �יּו ָפ� �יּו ַּב�ָע�יָּנ �ָּנ ֶז �ַּב�ַא� �ָל�ַּב�ַּבּו� ּו �ַּב�ין ִיָׁש#�מ�ע, ּו י �ְר�ָפ�ַא �ָׁש#�ַּב--ּו ָלּו� ּו .

10 Tem engordado o coração deste povo, e seus ouvidos se tornado pesados, e seus olhos se tornado selados; que vejam com seus olhos, e ouçam com seus ouvidos, e que seu coração entenda e ele se arrependa e seja curado. No Verso 8 Isaías ouve a voz de D’us dizendo “a quem enviarei?”. Ora, D’us evidentemente já havia enviado Amos, e Miháh (Miquéias) [contemporâneos de Ieshaiáhu] e o povo não ouvia. Quem enviaria agora dentre os demais profetas?Os sábios de Israel explicam: O povo se recusava a dar ouvidos aos profetas; e esta mensagem era uma advertência para incentivar aos demais profetas a melhorar sua performance. E Isaías disse à D’us: Aqui! Eu! Envia a mim! Ele também queria tentar. No Verso 9 D’us instruiu Isaías a dizer ao povo judeu, certamente vocês ouvem [o que os demais profetas falaram] mas nem tentaram entender [o que eles queriam dizer]. E vocês viram os milagres realizados para seu benefício na hora da necessidade, mas nem por isso voltaram para agradecer à D’us. No Verso 10 o tema é claramente o convite ao arrependimento. Pois devido ao próprio peso (literalmente à gordura) do coração, seu pesado (resistente) ouvido, e sua atitude de fechar (ignorar) seus olhos para impedir que se arrependessem; expressões estas que desejam transmitir a idéia de que eles não entendiam as mensagens dos profetas porque sequer pensavam em se arrepender ou sequer reconheciam o seu erro.Como resultado disso, seus próprios pecados; D’us decretou no próximo verso, que o arrependimento posterior a esta mensagem não seria aceito, como válido o suficiente para anular a punição divina sobre eles. No próximo verso D’us explica que eles não se arrependeriam  sinceramente até que a retribuição viesse sobre eles, levando-os ao exílio, e suas cidades sendo deixadas sem habitantes.E para compreendermos os termos corretos das Escrituras Hebraicas, é muito importante ler os versos antes dos cristãos lerem e interpretarem (leia deturparem) pra você! 

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Concluindo, encontramos 3 fundamentos para inibir a ilusão dos cristãos neste texto: 1 – Use a lógica e pense por si mesmo, desafie os pregadores nos púlpitos quando eles tentarem alegar tolices de que o demônio teria cegado justamente você ao invés dele mesmo...Nunca aceite fundamentos infundados forçados pela fé cega que só eles vêem.2 – Não importa o que alegam, Cristianismo NÃO É UMA RELIGIÃO MONOTEÍSTA. Pense sobre isto – esqueça por um momento apenas que eles acreditam em Trindade ou Jesus como deus – Simplesmente porque o Cristianismo acredita no Demônio, como uma força paralela que luta contra D’us, chamando-o até de “deus deste mundo”, é porque acreditam que exista um deus no céu e outro na terra! Paulo escreveu que Satán é um deus deste mundo (2 Coríntios 4:4). Em Efésios Paulo diz que D’us batalha contra os poderes e potestades das trevas (6:12). Novamente em Atos, Paulo diz que ele teve seus olhos abertos e que teria sido liberto do “poder” de Satán (26:18)3 – Toda vez que os autores imaginários do chamado novo Testamento derem referências de algo escrito nas Escrituras Hebraicas, eles via de regra, estarão isolando um verso, deturpando o significado pela “tradução”, e arrancando o texto do seu contexto para forçar Jesus a entrar na história. Como Shmuel Golding escreveu “Tudo o que seja bom no novo Testamento, não é novo porque já foi dito na Lei; e tudo o que é novo no novo Testamento, não é bom”. Em se tratando de Cristianismo, sempre é bom ter em mente o que foi dito pelo grande filósofo do século 20, George Constanza: “Lembre-se, não será tão mentira se você realmente acreditar que é verdade.” 

 

Diabo, Demônios e Inferno

 A crença num demônio é essencial para o Cristianismo, conceito conhecido como “fator do medo”. O demônio aparece exclusivamente no chamado Novo Testamento onde ele é considerado páreo duro para D’us. Nós estamos em pleno século 21, mas os fundamentos do Cristianismo continuam na Idade Média. Este conceito sempre foi considerado por mentes racionais como um mito, superstição e conto; mas Cristãos fundamentalistas o defendem, e reverenciam como se fosse algo divinamente inspirado.  Fazendo uso de uma declaração do Paulo em Atos 17:30:“Mas D’us, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam”. Desde que existe o novo Testamento, existem os pregadores do inferno, da danação e enxofre. O “Demônio” - dizem-nos - ruge ao nosso derredor como um leão buscando a quem possa tragar (1 Pedro 5:8). Os fundamentalistas em particular são os Pentecostais,

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que vão tão longe nisso, que se acreditam tão versados nas “escrituras” sobre demônios e diabo, que parecem saber mais sobre isso que o próprio D’us, que nada ordenou que fosse escrito sobre o assunto.  Na verdade os fundamentalistas até elevam o demônio. Eles são ensinados pelo seu novo testamento que o “deus deste mundo” é o demônio, é que é este demônio quem rege sobre todos os reinos do mundo. O Novo testamento ensina que Jesus, como um deus encarnado num homem, estava sendo tentado pelo tal deus-demônio para receber os reinos que eram dele (do demônio) se somente o adorasse. (Mateus 4:9) E a concordância de Cruden (Alexander Cruden (8 de Junho de 1699 – 1 de Novembro de 1770), também chamado (auto-intitulado) Alexander, o Corretor, foi o autor da Concordância para a Bíblia.) estabelece que: “O demônio caiu do céu com uma grande companhia de demônios, os quais D’us jogou pra baixo como punição por seu orgulho maldade e malícia, pecado, morte e outros demônios vieram ao mundo”. E continua que “Ele é um espírito mentiroso na boca dos falsos profetas, que ele e seus demônios atormentam e possuem pessoas, e inspiram-nas a maus atos e foram os que tentaram Davi a contar os israelitas e a Judas a trair o senhor, e Ananias e Safira a combinar o preço do seu campo. Numa palavra, que ele é o inimigo de D’us e do homem, e usa de toda sua astúcia para lutar contra a glória de D’us e as almas dos homens.”  Quando qualquer pessoa do sistema de crença Pentecostal está doente, eles culpam o demônio; e os Mórmons, por “imposição de mãos” tentam afastar imaginários espíritos demoníacos. Eles têm um demônio pra cada coisa. Um pra luxúria, um pra ambição, um pra desonestidade, etc. Em suas mentes obscurecidas até uma pessoa com epilepsia tem um demônio dentro de si (pleno absurdo!), e uma pessoa com câncer teria também um demônio na raiz da sua doença. Um alcoólatra também teria um demônio e etc.Para alguém que acredita que o diabo é o deus deste mundo, lhe atribuir tremendo poder e sucesso em suas realizações, é um verdadeiro Louvor; que o novo testamento criou, elogiando o “imaginário deus deste mundo” por um poder que não tem por sequer existir. Para atacar todas as doenças, o demônio é usado para alimentar o ego cristão, e caso o cristão veja que o demônio tem vencido, vai acreditar que é porque então ele tem pouca fé. Eles têm feito desta figura imaginária um ser com palavra e atos, e trouxeram à suas mentes imagens e personalidade do que simplesmente jamais existiu. Culpam o demônio por catástrofes naturais, por doenças da humanidade, pela maldade de todas as pessoas más, dando-lhe tanto onipotência quanto onipresença em todo o mundo ao mesmo tempo.

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O novo testamento abunda de expressões demoníacas, de danação e inferno com força colossal que eles empregam em seus púlpitos. Vale lembrar que tais declarações como demônio, danação e inferno podem APENAS ser encontradas no dito novo testamento. Nada disso existe nas Escrituras Hebraicas.  Somente o que é cegamente crente e geralmente iletrado, pode ser convencido por medo de um inferno imaginário, crendo num demônio e nos demais mitos neotestamentários.Mas, triste é dizer, que muitos pregadores sádicos das igrejas evangélicas alegam que tais loucuras são escritas na bíblia Hebraica!Então, vamos examinar algumas das passagens alegadas para demonstrarmos brevemente sua completa falta de fundamento:  a) Bereshit {Gênesis} 3:15 – Na crença cristã o demônio teria se manifestado primeiramente na serpente. A concordância de Cruden diz: ...o demônio é chamado “serpente” porque se escondeu no corpo da serpente real e seduziu a primeira mulher, e por causa da sua serpentina disposição, sendo enganoso, fraudulento e perigoso inimigo da humanidade. Em Bereshit {Gênesis} 2, nós temos a história da serpente do Éden, mas em nenhum lugar neste relato lemos sobre o demônio. Em lugar algum nas Escrituras Hebraicas, a serpente é o símbolo ou refere-se ao demônio, seja um anjo caído ou não.É claramente expresso, que a serpente é um animal do campo,e  que “o ETERNO havia criado”. Os cristãos não concordam que D’us tenha criado o “demônio” já demônio!Além disso, nós também vemos que a serpente estava completamente impotente perante a repreensão, e teve que aceitar sua punição, que foi sobre ela e não sobre o suposto demônio que estaria “usando-a”... Os fundamentalistas acreditam que Bereshit {Gen.} 3:15 foi cumprido em Jesus.Eles dizem que ele foi a “semente da mulher” (Maria, no caso) e a serpente sendo o demônio  teria ferido Jesus na cruz. Mas então, se esse fosse o caso; o verso estabelece que ele foi ferido na morte. Se Jesus foi ferido quando morreu, quando ele feriu a cabeça do demônio?1 João 3:8-9 declara, Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo, e Hebreus 2:14 diz para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo.Mas todo mundo sabe que o pecado e a morte continuam a existir e portanto, é claríssimo que as tais “obras de Satán” não foram eliminadas de forma alguma, e que Jesus morrendo não conseguiu impedir que Satán seja o tal deus deste mundo como disseram os discípulos de Jesus!

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E Paulo ainda atribui poder ao Satán após a morte de Jesus quando diz: pelo que quisemos ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas, e Satanás nos impediu......(I Tessalonicenses 2:18). b) Ieheskél {Ezequiel} 28:2-20 – Na opinião dos fundamentalistas, este capítulo descreveria o demônio que se comparou com D’us, “Eu sentarei no trono de D’us”. De acordo com os teólogos, ele é visto com  um anjo do profundo abismo, o qual [supostamente] corresponderia ao verso 8 de Ezequiel 28, “Eles te trarão ao abismo” na versão cristã. Na segundo parte desta profecia que começa no verso 11 no texto original, os fundamentalistas erroneamente acreditam que a passagem continue falando sobre a mesma pessoa, e até pensam que a pessoa pode entender este texto como uma lamentação, apenas demonstrando sua ignorância; colocando estas palavras como se fossem referencia ao seu demônio: Estiveste no Éden, jardim de Deus.... (Verso 13) Eu te coloquei com o querubim da guarda (Verso 14). Para a mente dos fundamentalistas, estes versos ensinariam sobre o anjo com a espada flamejante que aparece como guardião da árvore da vida, (Bereshit {Gênesis}: 3:23-24).E que tinha este lugar antes de se tornar o Satán e elevar seu orgulho e ser lançado fora, e então, esta seria a razão do verso 17 “por terra te lancei” e comentando isso Jesus teria dito que (Lucas 10:18) Respondeu-lhes ele: Eu via Satanás, como raio, cair do céu. E no fim da lamentação Ieheskél {Ezequiel} 28:19 “e não mais existirás, por todo o sempre”, porque eles acreditam que Jesus irá vencer o Satán numa guerra (Romanos 16:20). Mas este capítulo de Ieheskél {Ezequiel} contém 2 (duas) profecias e não uma!A primeira é endereçada ao príncipe (Hebr. נגיד Naguid) de Tyro.Esta palavra hebraica vem da raiz hebraica NAGAD: estar diante de um líder, representar um líder.A segunda lamentação, a partir do verso 11 é endereçada ao Rei (Hebr. מלך Méleh). A expressão “Eu sou um deus” refere-se ao orgulho do príncipe, e não pretende alegar que ele era mesmo um deus! [óbvio!] Ele se considerava um deus -homem tal como fizeram a maioria dos lideres pagãos, incluindo os Caesares.E a palavra hebraica usada no texto e traduzida como “deus” / “el” significa literalmente “força/poder” como vemos em Ieheskél {Ezequiel} 17:13 os poderosos da terra (Ezequiel 31:11). Portanto não é uma referência exclusiva de D’us. E além disso este príncipe terreno é lembrado no mesmo trecho de que “tu és um homem” (verso 2).

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E os fundamentalistas transformam “um homem”, num espírito demoníaco? Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura (verso 17) quer dizer que ele se imagina todo poderoso, um deus para seu povo. Mas este poder não era sobrenatural, eram suas riquezas, sua prata e muitos tesouros; seu poderoso exército (verso 4). Caso este príncipe fosse o demônio, então quem seriam os “estranhos os mais terríveis das nações” (verso 17) que viriam e conquistariam seu reino?Além disso, Éden, o jardim de D’us, é uma  descrição do seu glorioso palácio que era como o Éden, cheio de árvores frutíferas. E o Querubim da guarda deste verso (o Príncipe de Tyro) não pode se referir ao Querubim do Jardim do Éden que estava guardando-o com a espada flamejante, afinal quem estaria guardando o jardim agora? E devemos notar que a palavra Hebraica para Querubim simplesmente significa “guardião, protetor” e portanto, pode ser normalmente comparada a um príncipe humano que era o protetor de tudo o que possuía. E Caso o demônio fosse a serpente que tentou Eva como dizem os fundamentalistas, então devemos lembrar que ele foi punido por se arrastar sobre o ventre e como isso é possível se o demônio poderia imediatamente voltar a forma de anjo? Até D’us foi enganado pelo demônio também? Como ele se mostrou depois como Querubim da guarda? “Eu tenho te lançado abaixo” significa que D’us iria humilhar este poderoso homem, tirando dele o seu poder. Não há menção de queda do céu como raio. De fato, esta nem é uma profecia, mas uma repreensão, um poema sobre algo que aconteceu anos antes, durante o reinado de Hiran, Rei de Tyro, como vemos em Ieheskél {Ezequiel} 27:32-36.  c) Em Daniel 10:13, o texto hebraico descreve um "sar malkut”, um príncipe real do reino da Pérsia. Este príncipe é apresentado como alguém que tenta impedir que uma mensagem chegue até Daniel. Mihael (Miguel) o arcanjo; vem pra ajudar o anjo mensageiro a levar a mensagem, porque este príncipe da Pérsia - dizem os Cristãos - deve ser o demônio.O que vemos aqui entretanto é simplesmente o anjo guardião da Pérsia atrasar a mensagem de Daniel por 21 dias.Ele não é apresentado como um demônio, pelo contrário, ele descrito como um príncipe real e estava fazendo o seu dever. Proteger os Persas enquanto D’us lhes permitisse existir.  d) Ieshaiáhu {Isaías} 14:12 –os fundamentalistas citam 14:12 para alegar que este verso estaria se referindo ao demônio e até estaria o mencionando pelo “nome”: " Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! "etc. Talvez seja esta a passagem que Jesus estivesse se

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referindo quando disse, eu vejo o Satán como um raio caindo do céu. (Lucas 10:18)Para surpresa de muitos, NÃO EXISTE MENÇÃO DE LUCIFER no verso Hebraico!O verso é referido a alguém descrito como Heilel Ben Shahar “filho da estrela matutina”. E a palavra Hebraica Heilel vem da raiz Y’hal, Iluminar, e é o nome hebraico do planeta Vênus cuja luz pode ser vista pela manhã.Os reis dos tempos antigos eram freqüentemente apelidados com nomes de estrelas e planetas (considerados deuses), reis humanos e imperadores eram adorados como deuses, e na linguagem dos antigos, o rei da Babilônia era um deus; e portanto se nomeou como um planeta. Caso os fundamentalistas observarem com mais atenção o verso 4 verão que está claramente dito a quem esta profecia está sendo endereçada “proferirás esta parábola contra o rei de Babilônia”. Mais claro que isso impossível. e) Zehariáh {Zacarias} 3:1-2 " Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. Mas o anjo do Senhor disse a Satanás: Que o Senhor te repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda! Não é este um tição tirado do fogo?

 Estes versos não são uma profecia sobre Jesus evidentemente. Hagai {Ageu} 1:1 claramente diz, que Iehoshua {Josué} o Sumo Sacerdote era quem estava sendo mostrado na visão, e ainda cita em quais dias ele viveu: no segundo ano de Dariavesh (Dario) o rei, no sexto mês, no primeiro do mês, a palavra do ETERNO veio a Hagai {Ageu} o profeta para Zerubavel o filho de Shealtiel governador de Iehudá e para Iehoshua o filho de Iahotzadak o sumo sacerdote.... A passagem de Zehariáh {Zacarias} não descreve um acontecimento literal; é somente um sonho, uma visão profética (Cap 4:1) Aqui a passagem que nós temos nos leva ao correto entendimento sobre o Satán. Ele é um adversário que testa quem trabalha de acordo com a vontade de D’us, e não um deus paralelo inimigo e/ou páreo de D’us. É um oficial da corte celestial, um promotor de justiça cujo dever é acusar o criminoso de seus crimes perante o Juiz que é D’us.Vemos em Ióv {Jó} 1:6….que o Satán não está tentando nem à D’us nem Jó mas apenas seguindo as instruções que lhe foram dadas. Em lugar nenhum da Bíblia Hebraica ele é descrito como adversário de D’us ou anjo rebelado. Acreditar que ele seria um ser que regeria os céus e a terra materiais, um deus deste mundo em oposição ao D’us espiritual, e então nomeá-lo demônio é aceitar pluralidade, o politeísmo. A Bíblia Hebraica declara que somente existe D’us (Devarim {Deut} 6:4) e ELE é quem comanda nos céus e na terra sozinho (Devarim {Deut} 4:39; Shemot {Exod} 9:29; 19:5) Ele criou sozinho tanto o bem como

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o mal. Portanto toda divindade é DELE e todas as coisas boas e ruins vem da mesma fonte, o único D’us.  Ieshaiáhu {Isa} 45:7 "eu formo a luz e criou as trevas, eu faço a paz e crio o mal, eu o ETERNO faço todas estas coisas.” Irmiáhu {Jeremias} 4:6  "Arvorai um estandarte no caminho para Sião; buscai refúgio, não demoreis; porque eu trago do norte um mal, sim, uma grande

destruição." Irmiáhu {Jeremias} 6:19 "Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei o mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras; e quanto à minha lei, rejeitaram-na”.E mais, a Bíblia Hebraica declara abertamente, que D’us tem a seu serviço, espíritos que nos fazem mal, como vemos em I Samuel 16:15 “Então os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora um espírito maligno da parte de D’us te atormenta” e ELE tem também a Seu Serviço, espíritos que fazem erras aos falsos profetas, como vemos em I Reis 22:22 “Respondeu ele: Eu sairei, e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Ao que disse o Senhor: Tu o induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim”.  A palavra “Satán” em hebraico – novamente – significa “inibidor, oponente”; e jamais é citada sugerindo que Satán seja inimigo de D’us.Em Melahím א {I Reis} 11:23 D’us levantou contra Salomão ainda outro

adversário(a palavra usada é “Satán’), Rezom, filho de Eliadá, que tinha fugido de seu senhor Hadadézer, rei de Zobá. 24 Pois ele ajuntara a si homens, e se fizera capitão de uma tropa, quando Davi matou os de Zebá; e, indo-se para Damasco, habitaram ali; e fizeram-no rei em Damasco. 25 E foi adversário (palavra usada novamente: “Satán”) de Israel por todos os dias de Salomão, e isto além do mal que Hadade fazia; detestava a Israel, e reinava sobre a Síria.  Veja também Melahím א {1 Reis} 11:14 “O Senhor levantou contra Salomão um adversário )novamente: Satán(, Hadade, o edomeu; o qual era da estirpe real de Edom”.  Divrei HaIamim א {I Crônicas} 21:1 "Então Satán se levantou contra Israel e incitou David a recensear o povo de Israel”.  Agora para aqueles que acreditam que Satán é um ser sobrenatural, a deidade deste mundo que contesta contra D’us, nós vemos que o Satán provocou David para que contasse Israel sob o contraste de Shemuel ב {2 Samuel} 24:1 diz, que a ira do ETERNO se acendeu contra Israel e ELE moveu David para ir e numerar Israel e Iehudá.I Samuel 29:4 ainda diz, “Mas os chefes dos filisteus muito se indignaram contra ele, e disseram a Áquis: Faze voltar este homem para que torne ao lugar em que o puseste; não desça ele conosco à batalha, a fim de que não se torne nosso adversário no combate; pois, como se tornaria este agradável a seu senhor? porventura não seria com as cabeças destes homens?” Quem é descrito como o adversário (Satán) é David  que se tornou rei em Israel.  

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1 Sam 29:5: “Este não é aquele Davi, a respeito de quem cantavam nas danças: Saul feriu os seus milhares, mas Davi os seus dez milhares?”  D’us, quem criou o que chamamos mal é capaz de controlá-lo por Si Mesmo, sem ajuda de outro deus. Satán, sempre que mencionado na Bíblia Hebraica, consulta a D’us, fazendo sempre a vontade de D’us, e limitado pelas regras impostas por D’us como no caso de Jó. Mas o cristianismo tem modificado grosseiramente isto tudo, e profanado o NOME de D’us. A igreja tem feito de Jesus de do demônio seus deuses, na sua mitologia, e atribuído duas forças, regentes no mundo.A Idéia de demônio é um conceito pagão pura e simplesmente.  A doutrina sobre o demônio ser um poder que confronta à D’us, veio da Pérsia acerca de 650 Antes da Era Comum. A crença que prevaleceu naqueles dias é que Ahvra Mazda, o “chamado” senhor da luz, estava em poder de lutar contra Ahriman o príncipe das trevas.O príncipe das trevas causou todo o mal no mundo e tornou o homem essencialmente mau. Paz e amor foram destruídos e a humanidade foi deixada pra morrer, e perecer no inferno. Então “deus” falou a Gosurvan a alma do sagrado boi dizendo eu o produzirei o qual trará a salvação as criaturas da terra. Então Zoroastro nasceu. Quando Zoroastro nasceu uma grande estrela no Oriente brilhou, e a criança foi considerada luz do mundo.        Os espíritos maus tentaram destruí-lo e falharam e aos 12 anos Zoroastro tornou-se grande sábio e ensinava os caminhos de “deus”. Ele cresceu e suas características foram ainda mais refinadas e ele teria ajudado as pessoas em todas as suas necessidades, e curado enfermos, e alimentado famintos. Depois; seus discípulos escreveram as boas novas sobre ele registrando suas palavras, pensamentos e ações. Seus “evangelhos” são chamados, Avesta e sua teologia foi a primeira do mundo a conter a crença em um deus do bem e outro do mal. Um deus do céu e outro da terra. Este dualismo foi depois aceito pelos Gregos e durante o helenismo se tornou ensino fundamental do cristianismo. Libertando sua mente dos ensinamentos de Zoroastro, que ensina sobre o perverso demônio, a pessoa fica livre das fantasias infernais e compreende que o bem e o mal estão ao nosso redor sempre, colocados ali por D’us mesmo, e portanto nos dando a chance contínua de errar ou acertar. O Ietzer Tov (Instinto ao bem) e o Ietzer Hará (Instinto ao Mal) são proporcionados por D’us para nos oferecer a escolha: Mas sobre Ti está o seu desejo, e sobre eles deves dominar.(Bereshit {Gênesis} 4:7).