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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (36-179), 2014 ISSN 18088597 ACESSIBILIDADE DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA OU MOBILIDADE REDUZIDA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE JONAS MANOEL DIAS EM SÃO LUÍS DE MONTES BELOS - GO 1 Daniele Cristina Nascimento Silva 2 Thaynara Macedo Silva 2 Mariane Santos Nogueira 3 Rafael M. Custódio Mendonça 4 Pedro Henrique Faria Valente 5 Rafael Ferraz Araújo 6 Aleandro Geraldo Alves 7 Fernanda A. Vargas de Brito e Alves 8 RESUMO: As pessoas com deficiência apresentam limitações físicas, sensoriais ou mentais que podem acarretar dificuldades e impossibilidades na execução de tarefas simples, dificultando o deslocamento de um lugar para o outro. A acessibilidade consiste em um dos fundamentos principais para a qualidade de vida e o pleno exercício da cidadania pelas pessoas portadoras de deficiências. O objetivo da pesquisa foi avaliar as condições ergonômicas de acessibilidade dos portadores de deficiências físicas ou com mobilidade reduzida em uma unidade de saúde. Este estudo de caráter quantitativo e descritivo foi realizado Na Unidade Básica de Saúde Jonas Manoel Dias, na cidade de São Luís de Montes Belos, estado de Goiás. Foram examinados os seguintes itens: acesso principal a edificação, sanitários e consultórios. Estes itens foram confrontados com a NBR 9050 da ABNT. A partir da análise dos parâmetros, foram verificadas irregularidades como ausência de piso antiderrapante e corrimões na rampa de acesso, falta de sinalização da acessibilidade, presença de altura inferior do assento e das barras horizontais nos sanitários. Conclui-se que a escassez da acessibilidade nos serviços de saúde interfere no direito de ir e vir do cidadão, comprometendo sua qualidade de vida. PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade. Deficiência Física. Mobilidade Reduzida. Ergonomia. Saúde Pública. ACCESSIBILITY OF PHYSICAL DISABILITIES OR REDUCED MOBILITY IN BASIC HEALTH UNIT JONAS MANOEL DIAS IN SÃO LUIS DE MONTES BELOS - GO ¹ ABSTRACT: People with disabilities have physical, sensory or mental limitations that can lead to difficulties and impossibilities in performing simple tasks, making it difficult to shift from one place to another. Accessibility is one of the main reasons for the quality of life and full citizenship for people with disabilities. The research objective was to evaluate the ergonomic conditions of affordability with disabilities or reduced mobility a health facility. 1 Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia da Faculdade Montes Belos 2 Concluintes do Curso de Fisioterapia da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected] Email: [email protected] 3 Colaboradora, Fisioterapeuta, Esp. e Docente da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected] 4 Colaborador, Fisioterapeuta, Esp. e Docente da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected] 5 Colaborador, Fisioterapeuta, Esp. e Docente da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected] 6 Colaborador, Fisioterapeuta, Esp. e Docente da Faculdade Montes Belos.Email: [email protected] 7 Colaborador, Fisioterapeuta, Mestre e Docente da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected] 8 Orientadora, Fisioterapeuta, Mestre, Coordenadora e Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected]

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (36-179), 2014 ISSN 18088597

ACESSIBILIDADE DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA OU

MOBILIDADE REDUZIDA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE JONAS MANOEL

DIAS EM SÃO LUÍS DE MONTES BELOS - GO1

Daniele Cristina Nascimento Silva 2

Thaynara Macedo Silva 2

Mariane Santos Nogueira3

Rafael M. Custódio Mendonça4

Pedro Henrique Faria Valente5

Rafael Ferraz Araújo6

Aleandro Geraldo Alves7 Fernanda A. Vargas de Brito e Alves

8

RESUMO: As pessoas com deficiência apresentam limitações físicas, sensoriais ou mentais

que podem acarretar dificuldades e impossibilidades na execução de tarefas simples,

dificultando o deslocamento de um lugar para o outro. A acessibilidade consiste em um dos

fundamentos principais para a qualidade de vida e o pleno exercício da cidadania pelas

pessoas portadoras de deficiências. O objetivo da pesquisa foi avaliar as condições

ergonômicas de acessibilidade dos portadores de deficiências físicas ou com mobilidade

reduzida em uma unidade de saúde. Este estudo de caráter quantitativo e descritivo foi

realizado Na Unidade Básica de Saúde Jonas Manoel Dias, na cidade de São Luís de Montes

Belos, estado de Goiás. Foram examinados os seguintes itens: acesso principal a edificação,

sanitários e consultórios. Estes itens foram confrontados com a NBR 9050 da ABNT. A partir

da análise dos parâmetros, foram verificadas irregularidades como ausência de piso

antiderrapante e corrimões na rampa de acesso, falta de sinalização da acessibilidade,

presença de altura inferior do assento e das barras horizontais nos sanitários. Conclui-se que a

escassez da acessibilidade nos serviços de saúde interfere no direito de ir e vir do cidadão,

comprometendo sua qualidade de vida.

PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade. Deficiência Física. Mobilidade Reduzida.

Ergonomia. Saúde Pública.

ACCESSIBILITY OF PHYSICAL DISABILITIES OR REDUCED MOBILITY IN

BASIC HEALTH UNIT JONAS MANOEL DIAS IN SÃO LUIS DE MONTES BELOS

- GO ¹

ABSTRACT: People with disabilities have physical, sensory or mental limitations that can

lead to difficulties and impossibilities in performing simple tasks, making it difficult to shift

from one place to another. Accessibility is one of the main reasons for the quality of life and

full citizenship for people with disabilities. The research objective was to evaluate the

ergonomic conditions of affordability with disabilities or reduced mobility a health facility.

1 Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia da

Faculdade Montes Belos 2 Concluintes do Curso de Fisioterapia da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected] Email:

[email protected] 3 Colaboradora, Fisioterapeuta, Esp. e Docente da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected] 4 Colaborador, Fisioterapeuta, Esp. e Docente da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected] 5 Colaborador, Fisioterapeuta, Esp. e Docente da Faculdade Montes Belos. Email: [email protected]

6 Colaborador, Fisioterapeuta, Esp. e Docente da Faculdade Montes Belos.Email: [email protected] 7 Colaborador, Fisioterapeuta, Mestre e Docente da Faculdade Montes Belos. Email:

[email protected] 8 Orientadora, Fisioterapeuta, Mestre, Coordenadora e Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Montes

Belos. Email: [email protected]

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (37-179), 2014 ISSN 18088597

This study was quantitative and descriptive study conducted at the Health Post Jonas Manoel

Dias, in São Luís de Montes Belos city, state of Goiás The following items were examined:

the main building, toilets and offices access. These items were faced with ABNT NBR 9050.

From the analysis of the parameters, irregularities such as lack of non-slip floors and handrails

on the ramp, signaling a lack of accessibility, presence of lower seat height and horizontal

bars in the toilets were verified. We conclude that the lack of accessibility in health care

interferes with the right of movement of citizens, impairing their quality of life.

KEYWORDS: Accessibility. Physical Disability. Disabled. Ergonomics. Public Health.

INTRODUÇÃO

A deficiência consiste na perda ou

anormalidade de estrutura ou função

psicológica, fisiológica ou anatômica,

temporária ou permanente e incapacidade

de desenvolver atividades consideradas

habituais ao homem (AMIRALIAN et al.,

2000). Deficiência física abrange

alterações completas ou parciais de um ou

mais segmentos do corpo humano, que

causam comprometimento das funções

físicas, sejam elas por deformidades

congênitas ou adquiridas, exceto as que

não geram dificuldades ao desempenhar

tarefas (ARAGÃO, 2004).

A Organização Mundial de Saúde

(OMS) define a pessoa com deficiência

como sendo aquela que porta algum tipo de

comprometimento físico, sensorial e

mental, gerando limitação e a colocando

em situação de desvantagem em relação às

pessoas consideradas “normais”. A

Classificação Internacional de

Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

(CIF) representa uma transformação no

ponto de vista sobre a deficiência, sendo

resultado de uma interação complexa das

pessoas com a sociedade. Com esse olhar

considera-se a deficiência uma parte ou

expressão de uma condição de saúde, mas

não indica, necessariamente, a presença de

uma doença ou que o indivíduo seja

considerado doente. Por exemplo, a perda

de um membro trata-se de uma deficiência

na estrutura do corpo, mas não é uma

perturbação ou uma doença (OMS, 2004).

As pessoas com deficiência

apresentam limitações físicas, sensoriais ou

mentais que muitas vezes acarretam em

dificuldades e impossibilidades na

execução de tarefas simples às outras

pessoas, dificultando o deslocamento de

um lugar para o outro (BRASIL, 2012).

Segundo a Norma Brasileira (NBR) 9050,

os portadores de deficiência ou que

possuem mobilidade reduzida precisam

estar em constante interação com o meio

sociocultural para gozarem de uma vida

plena e autônoma (ABNT, 2004).

Nota-se, então, que a sociedade é

um importante elemento para o processo

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de inserção das pessoas com deficiência.

Devendo acomodar indivíduos com

diferentes padrões e situações; reduzir o

gasto energético necessário para utilizar os

produtos no meio; tornar os ambientes e os

produtos mais compreensíveis para os

deficientes e pensar em produtos e

ambientes como sistemas, para melhorar o

atendimento aos portadores de deficiência

(MACHADO JUNIOR, OLIVEIRA &

SILVA, 2005).

A Constituição Federal assegura

aos portadores de deficiência o exercício

efetivo da cidadania e da convivência

social, garantindo o direito ao trabalho,

educação, saúde e lazer. A Lei n° 10.098,

p. 1, de 19 de Dezembro de 2000,

estabelece normas, critérios e exigências

para a promoção da saúde e a

acessibilidade das Pessoas com

Necessidades Especiais (PNE) em

qualquer lugar, que possuem mobilidade

reduzida, seja ela adquirida ou nata, devem

ser eliminadas a supressão de barreiras e de

obstáculos nas vias e espaços públicos, no

mobiliário urbano, na construção e reforma

de edifícios e nos meios de transporte e

comunicação (BRASIL, 2000). A OMS

acentua a importância de garantir direitos

básicos a toda população por meio de

acesso a cuidados médicos, reabilitação, e

outros serviços que dispõe a aumentar a

autonomia a todos com deficiência física.

No entanto, a Organização Pan –

Americano da Saúde (OPAS) relata que

apenas 2% da América Latina de 85

milhões de pessoas com deficiência

recebem atendimento médico apropriado

(BREDEMEIER, FAM & FLECK, 2012).

De acordo com os dados do Censo

de 2010 (IBGE, 2010) há mais de 45

milhões de pessoas com algum tipo de

deficiência no Brasil, cerca de 23% da

população. Para Neri et al., (2003) no

Brasil, a cada seis pessoas, uma tem algum

tipo de deficiência, essa afirmação mostra

o quanto se faz necessária a inclusão

social, já que não é comum vermos essas

pessoas circulando nas ruas. Sendo assim,

é possível observar a desatenção dos

órgãos públicos envolvendo a questão da

acessibilidade nos centros urbanos.

No Brasil, a deficiência visual, não

necessariamente cegueira total, é o mais

presente, representando quase a metade

(48,1%) da população com deficiência.

Logo em seguida estão as deficiências

motoras e físicas que, em conjunto, somam

27,1%. A terceira maior incidência é a

deficiência auditiva (16,6%) –

considerando os diferentes graus de perda

auditiva, desde a surdez leve até anacusia

(surdez total) – e por fim, aparece a

deficiência mental, que atinge 8,2% do

total de indivíduos com deficiência

(FEBRABAN, 2006).

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De acordo com o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (2010)

a proporção de pessoas com deficiência

aumenta com a idade, passando de 4,3%

nas crianças até 14 anos, para 54% do total

das pessoas com idade acima de 65 anos.

Esta análise reflete a ideia de que com o

aumento da expectativa de vida e o

consequente envelhecimento populacional,

a proporção de pessoas com deficiência

está se elevando. Os dados revelam ainda

que há predominância do sexo masculino

com deficiência física, mental e auditiva,

provavelmente relacionado com o tipo de

atividade exercida e ao risco de acidentes

de natureza diversa. Enquanto que a

prevalência em mulheres está relacionada

com as dificuldades motoras (incapacidade

de caminhar ou subir/descer escadas) ou

visuais.

O Censo Demográfico de 2010

mostra que os estados com as maiores

taxas de Pessoas Portadoras de

Deficiências (PPD’s) são: Paraíba

(18,76%), Rio Grande do Norte (17,64%),

Piauí (17,63%), Pernambuco (17,4%) e

Ceará (17,34%). Os cinco estados que

apresentam as menores taxas de PPD’s

são: São Paulo (11,35%), Roraima

(12,5%), Amapá (13,28%), Distrito

Federal (13,44%) e Paraná (13,57%)

(IBGE, 2010).

É aptidão da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios zelar da

saúde e assistência pública, protegendo e

preservando as pessoas com deficiência

(BREDEMEIER, FAM & FLECK, 2012).

Segundo Deliberato et al., (2006) a

expressão acessibilidade originou-se em

meados de 1960, quando surgiu no setor de

arquitetura dos Estados Unidos da América

(EUA) e dos países da Europa a

caracterização sobre barreiras, enfatizando

na deficiência física e na dificuldade de

circulação, que afetava principalmente os

usuários de cadeiras de rodas. O ato de

aceitar a igualdade genérica pode ser

entendido como uma postura de omissão.

A acessibilidade consiste em um

dos fundamentos principais para a

qualidade de vida e o pleno exercício da

cidadania pelas pessoas portadoras de

deficiências. No entanto, por mais que se

tenha consciência do regulamento que

determina a eliminação de barreiras

arquitetônicas e urbanas, nota-se que a

acessibilidade nos espaços em geral é

muito restrita no país. Sendo assim, muitos

portadores de deficiência encontram

dificuldades de locomoção nas vias

públicas e de acesso aos transportes

públicos. Esses indivíduos são vítimas de

inúmeros constrangimentos, que

inviabilizam o exercício pelos direitos à

educação, à saúde e ao trabalho (AVELAR

& CARVALHO, 2010). O acesso

corresponde às características da oferta de

serviços que facilitam ou impedem a sua

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utilização pelos usuários, além de

representar a capacidade de oferta de

produzir serviços e responder às

necessidades das pessoas (CHAVES,

ELIAS & MONTEIRO, 2007).

Toda construção, ampliação ou

reforma de edifícios públicos ou privados

designados ao uso comum deverão ser

executadas de forma que sejam ou se

tornem acessíveis aos portadores de

necessidades especiais (BRASIL, 2000). A

acessibilidade dos indivíduos às áreas

individuais, coletivas ou privadas deve

empregar a concepção moderna e abordar

o tema da deficiência, permitindo a entrada

e as condições mínimas para a utilização,

com segurança e independência, das

edificações, espaços diversos, mobiliários

e equipamentos urbanos, sobretudo os

referentes à utilidade pública, obedecendo

às legislações e às normas existentes

(DELIBERATO et al., 2006).

A ergonomia é uma palavra de

origem grega que significa ergon

(trabalho) e nomos (regras). É a disciplina

que se preocupa em alcançar o bem-estar

físico, mental e social, com base em

pesquisas e estudos em saúde do

trabalhador. Sua meta principal é a

humanização do trabalho por meio das

adaptações das condições laborais às

características psicofisiológicas dos

trabalhadores (DEMARZO, HAAS &

HENRIQUE, 2009). Segundo Deliberato et

al., (2006) a ergonomia busca melhorar o

conforto, a segurança, a saúde, a eficiência

no trabalho e as condições de vida em

geral, considerando as capacidades,

limitações físicas e as restrições

psicológicas da pessoa, podendo prevenir

acidentes e corrigir falhas. Para qualquer

tipo de construção pública ou privada é

significativa a presença de um profissional

da saúde, além do arquiteto e engenheiro,

para que a construção tenha os padrões

ergonômicos, proporcionando segurança,

conforto e autonomia a todas as pessoas.

A ergonomia representa um papel

fundamental na acessibilidade, visto que

durante a realização do projeto

arquitetônico, a construção disponha de

condições de portabilidade (FONSECA &

RHEINGANTZ, 2009). Para CODE

(2006), ao projetar edificações para o

deficiente físico, é fundamental considerar

critérios de ergonomia para os

deslocamentos e uso do espaço construído

e dos equipamentos. A maneira

aconselhável para unir ergonomia e

arquitetura é durante o projeto, pois este é

o momento ideal para incorporar os

princípios da ergonomia à concepção do

ambiente físico. De acordo com Santos

(2008), o ambiente deve estar

ergonomicamente adequado aos

funcionários e usuários, para que estes

possam realizar suas tarefas com conforto,

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eficiência e eficácia, sem danos a

saúde física, psicológica e cognitiva.

Para um ambiente possuir uma boa

acessibilidade espacial, ele deve

proporcionar ao indivíduo condições de ir

e vir com total independência, dispondo de

conforto e segurança. É preciso que haja

uma boa orientação, onde as placas, sinais

ou qualquer tipo de informação estejam

bem acessíveis; boa condição quanto ao

deslocamento, seja no sentido horizontal

ou vertical, enfatizando as escadas,

corredores, rampas e elevadores; e que o

usuário não necessite de qualquer

treinamento prévio dos equipamentos

disponíveis (DISCHINGER, ELY &

PIARDI, 2012). Com isso, a presença de

pisos irregulares, degraus, elevadores, e

banheiros não adaptados são considerados

barreiras arquitetônicas, as quais dificultam

a locomoção das pessoas com limitações

(ALMEIDA et al., 2008).

No que se refere à acessibilidade

aos serviços de saúde há dois aspectos a

serem considerados: a dimensão sócio-

organizacional, que caracteriza a oferta do

serviço e a dimensão geográfica, que se

associa à distância e ao deslocamento

(ALVES et al., 2012). Quando se trata das

unidades básicas de saúde (UBS), são

muitas as dificuldades encontradas para se

obter estruturas adequadas aos portadores

de deficiências. Até mesmo as construções

mais recentes e projetadas para acolher

UBS estão na mira de críticas negativas

dos usuários por não garantirem livre

acesso às pessoas (FACCHINI et al.,

2009).

Uma maior adequação de

ambientes, construções, espaços públicos e

principalmente de locais que prestam

serviços de saúde faz-se necessária para a

promoção da qualidade de vida da

população (MACHADO JUNIOR,

OLIVEIRA & SILVA, 2005). Os

impedimentos que uma pessoa com

limitação física enfrenta ao ingressar os

serviços públicos de saúde são notórios

desde o percurso casa-instituição até a

locomoção dentro desta. Sendo assim, a

remoção de barreiras arquitetônicas

constitui um importante passo para a

integração dos portadores de deficiência na

atividade humana (PAGLIUCA &

VASCONCELOS, 2006). Todas as

construções públicas ou privadas devem

ser adaptadas para que todas as pessoas

com ou sem necessidades especiais possam

estar desfrutando destes, com a convicção

de que são reconhecidas como cidadãos

(FRAGNAN & VIANA, 2009).

A realidade do sistema de saúde

apresenta dificuldades que impedem a

satisfação das necessidades de assistência à

saúde da população. É lamentável perceber

que a falta de acessibilidade atinge até

mesmo as unidades de saúde, as quais

deveriam oferecer toda a assistência

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necessária para o usuário do

serviço. Sendo assim, é essencial

proporcionar a essa população ambientes

acessíveis sem riscos de acidentes. O

interesse em desenvolver o estudo na

unidade básica de saúde ocorreu em função

da importância do mesmo para uma melhor

atenção ao paciente e por haver escassez de

material sobre o tema.

O objetivo do presente estudo foi

avaliar as condições ergonômicas de

acessibilidade aos portadores de

deficiências físicas ou com mobilidade

reduzida nas unidades básicas de saúde.

1. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa

quantitativa e descritiva, cuja finalidade é

observar, registrar e avaliar as

características ergonômicas de

acessibilidade das Unidades Básicas de

Saúde através de um levantamento.

O estudo foi direcionado a

Comissão de Ética em Pesquisa da

Faculdade União de Goyazes (CEP/FUG)

localizada na Rodovia GO-060, Km 19, N°

184, Setor Laguna Park, Trindade-Go,

CEP 75380-000, seguindo todas as normas

estabelecidas pela Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde para análise e

parecer ético. A pesquisa foi aprovada pelo

CEP/FUG com o protocolo 068/2013-2 em

24 de Agosto de 2013 (ANEXO 1).

Foram inclusas no estudo apenas as

Unidades Básicas de Saúde próximas a

locais que possuem atendimento

fisioterapêutico público.

A exclusão consistiu em Unidades

Básicas de Saúde que não se localizam

próximas a áreas que possuem atendimento

fisioterapêutico público.

A pesquisa foi realizada na Unidade

Básica de Saúde Jonas Manoel Dias,

localizada na Rua Amapá, S/N, Qd. 19,

Setor Aeroporto, na cidade de São Luís de

Montes Belos-GO. As pesquisadoras estão

de posse de uma carta de autorização para

realização da pesquisa (APÊNDICE A),

assinada pela responsável do local.

Os funcionários e responsáveis pela

unidade de saúde receberam uma

explicação detalhada sobre o projeto de

pesquisa em questão, e após lida e assinada

a Carta de Autorização para Realização da

Pesquisa (APÊNDICE A) pela

coordenadora é que a unidade pode

participar do projeto.

O espaço foi analisado verificando

as medidas referentes à entrada principal,

acesso aos banheiros e aos consultórios. A

avaliação foi realizada observando os itens

abaixo e confrontando-os com a Norma

Brasileira 9050 (NBR 9050) da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

• Acesso principal a edificação: 1.

rampa (presença de rampa e piso);

2. presença de corrimão (diâmetro,

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• altura, distância da parede e

localização); 3. piso externo

(superfície regular, estável e

antiderrapante); 4. porta de acesso

principal (visor, puxador, e largura

do vão livre); 5. indicação visual de

acessibilidade;

• Sanitários: 1. bacia sanitária (altura

do assento, barras horizontais e

válvula de descarga); 2. piso

(superfície regular, estável e

antiderrapante);

• Consultórios: 1. dimensões da porta

e mesa.

O material usado para a

mensuração dos parâmetros foram duas

fitas métricas comuns de dois metros e

duas trenas metálicas comuns de cinco

metros. E para os registros fotográficos

utilizou-se uma câmera fotográfica digital.

Toda avaliação dos itens acima foi

realizada pelas pesquisadoras, tendo como

referência a NBR 9050, destinada a

acessibilidade a edificações, mobiliário,

espaços e equipamentos urbanos.

A verificação dos dados busca

mostrar se há adequação dos itens à norma.

O desenvolvimento da pesquisa ocorreu no

dia 13 de setembro de 2013, sendo

executado na sexta-feira, às 14h.

Todos os dados coletados serão

utilizados somente para fins científicos. As

informações obtidas serão armazenadas em

local reservado, tendo acesso somente às

pesquisadoras, por um período de cinco

anos e após, reciclados, conforme

orientação da Resolução do Conselho

Nacional de Saúde n° 196/96.

2. RESULTADOS

A UBS Jonas Manoel Dias foi

avaliada conforme a descrição acima. Os

resultados foram obtidos de acordo com o

mapeamento da área física, englobando o

acesso principal da edificação, banheiros e

consultórios estabelecidos na NBR 9050 da

ABNT, que garante o direito da

acessibilidade aos locais com segurança e

independência.

A UBS pesquisada foi construída

para atender principalmente as pessoas

com necessidades especiais. Porém não

atinge todos os requisitos da NBR 9050,

que será mostrado neste estudo por meio

de ilustrações dos locais para facilitar a

visualização e percepção dos resultados.

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Figura 01- Acesso Principal do Edifício.

A figura 01 corresponde à entrada

principal do edifício. As medidas da rampa

estão dentro dos parâmetros exigidos pela

NBR 9050. Porém a ausência de corrimões

e piso antiderrapante não atende as normas.

Estas determinam que é necessário ter

corrimões em ambos os lados para permitir

boa empunhadura e deslizamento.

Os pisos devem possuir superfície

regular, firme, estável e antiderrapante sob

qualquer condição, que não provoque

trepidação em dispositivos com rodas. Na

figura acima, a rampa não apresenta piso

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antiderrapante tornando-se propícia a

quedas ou outros incidentes. A porta de

acesso principal está adequada às normas

sendo do tipo vai-e-vem com altura de 2,15

m, vão livre de 1,40 m, com puxador de

porta apropriado.

Observa-se ainda a inexistência do

símbolo internacional indicando a

acessibilidade do prédio. A representação

do símbolo internacional de acesso

consiste em um pictograma branco sobre

fundo azul. Esta sinalização deve ser

afixada em local visível ao público,

informando-o que o local é livre de

barreiras arquitetônicas. Essa comunicação

visual é uma importante contribuição para

a inclusão social.

Figura 02 – Sanitário.

A figura 02 representa as

instalações dos sanitários feminino e

masculino, que possuem as mesmas

medidas. A altura do assento foi 0,40 m, a

altura do acionamento da descarga com

1,05 m, a altura da barra lateral com 0,63

m, e a barra de fundo com 0,64 m. O

comprimento da barra lateral com 0,51 m,

e a barra de fundo com 0,69 m. Os pisos

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (46-179), 2014 ISSN 18088597

dos sanitários possuem superfície regular,

estável e antiderrapante.

Os itens analisados acima

apresentam irregularidades, exceto a altura

do acionamento da descarga e altura do

assento, cujas medidas obtiveram

alterações insignificantes comparadas com

os parâmetros da NBR 9050. Os demais

itens configuram falhas relevantes, pois

possuem valores inferiores ao

recomendado. Com isso, podem interferir

na autonomia com segurança da utilização

dos sanitários, e causar constrangimento

dos usuários caso necessitem de auxílio de

outros.

Na pesquisa, essas características

foram observadas conforme apresentada na

Tabela 1, o qual compara os valores

obtidos com os referentes à NBR 9050.

Itens UBS NBR 9050

Altura do assento 0,40 m 0,45 m

Altura do acionamento da descarga 1,05 m 1 m

Altura da barra lateral 0,63 m 0,75 m

Altura da barra de fundo 0,64 m 0,75 m

Comprimento da barra lateral 0,51 m 0,80 m

Comprimento da barra de fundo 0,69 m 0,80 m

Tabela 1 – Condições de acesso ao sanitário.

A figura 03 ilustra o consultório

médico da unidade. Foram verificadas as

dimensões da porta e mesa. As alturas da

porta e do vão livre foram respectivamente

2,07 m e 0,88 m. A altura da maçaneta

corresponde a 1,07 m. Em relação à mesa,

com formato de “L”, a altura foi de 0,75 m

e o comprimento foi de 1,58 m na

horizontal e 1,49 m na vertical.

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (47-179), 2014 ISSN 18088597

Figura 03 – Consultório Médico.

As medidas da porta e mesa

referentes ao consultório médico

encontram-se dentro dos parâmetros da

NBR 9050. Sendo assim, os indivíduos

com deficiência física ou mobilidade

reduzida deparam-se com um ambiente

acessível visando um melhor atendimento.

O piso possui característica antiderrapante

que contribui para uma circulação segura

no local.

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Figura 04 – Consultório de Enfermagem. Figura 05 – Consultório Odontológico.

As figuras 04 e 05 mostram os

consultórios de enfermagem e

odontológico. Foram analisadas as

dimensões da porta e mesa. Ambas

apresentaram as mesmas medidas. As

alturas da porta, do vão livre e da maçaneta

foram respectivamente 2,07 m, 0,88 m e

1,07m. Enquanto que a altura e

comprimento da mesa foram de 0,75 m e

1,23 m, nessa ordem.

As medidas referentes às portas e

mesas dos consultórios não obtiveram

alterações significativas. A altura da

maçaneta deve estar entre 0,90 m e 1,10 m.

Já a altura da porta e o vão livre precisam

ser de 2,10 m e 0,80 m, respectivamente. E

a mesa com as seguintes medidas: 0,73 m

de altura e 0,30 m de comprimento no

mínimo.

As condições dos consultórios

verificados oferecem medidas

antropométricas adequadas,

proporcionando espaço suficiente para a

inserção de uma cadeira de rodas. Porém

há uma proximidade da mesa com a porta e

também com mobiliário que poderá

dificultar o acesso do cadeirante ao local

de atendimento, bem como sua

translocação.

3. DISCUSSÃO

Garantir a acessibilidade para todos

é uma tarefa difícil, pois se devem

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (49-179), 2014 ISSN 18088597

abranger as necessidades espaciais de

pessoas com as mais diferentes restrições,

ou seja, pessoas com limitações em

desempenhar atividades devido as suas

condições físicas associadas às

características dos ambientes

(DISCHINGER, ELY & PIARDI, 2012).

A acessibilidade inadequada aos

serviços de saúde pode fazer com que a

pessoa com deficiência enfrente obstáculos

que inviabilizem o seu acesso (CASTRO et

al., 2011).

Almeida, Aragão e Freitag (2007)

constataram que em quatro hospitais do

estado Ceará havia ausência de faixas para

pedestre e apenas um apresentava

rebaixamento de meio-fio em pontos

estratégicos; calçadas com buracos e

desnivelamento; metade das avenidas

livres de buracos; placas de sinalização de

trânsito visíveis em três dos hospitais;

percurso para instituição sinalizado.

Quanto a UBS Jonas Manoel Dias percebe-

se a presença desses itens citados, porém

há ausência de pisos antiderrapantes e

corrimões na rampa. Além disso, a entrada

não dispõe de sinalização que informe a

acessibilidade do local.

A ausência de rampas com

corrimãos nas UBS constitui um problema,

oposto ao que determina as normas de

acessibilidade da ABNT, que prevê que os

locais de utilização pública e privada de

uso comunitário devem ser adaptados, com

o objetivo de promover a maior

acessibilidade possível aos indivíduos, e

que as rampas não podem ter pisos

escorregadios e obrigatoriamente devem

ter corrimãos (ABNT, 2004).

A falta de corrimões conjuga uma

importante barreira arquitetônica.

Confirmado pelos autores Dischinger, Ely

e Piardi (2012) que relatam que uma boa

acessibilidade deve proporcionar ao sujeito

condições de ir e vir com total

independência, atuando sempre com

conforto e segurança.

Bittencout et al., (2004) realizou

um estudo sobre a acessibilidade na

Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

e constatou que as escadas e as poucas

rampas existentes não possuíam corrimãos

adequados às normas, afetando os acessos

dos usuários com mobilidade reduzida.

Para Araújo, Cândido e Leite (2009), a

ausência de rampas com corrimões

impossibilita a independência do usuário

que possivelmente precisará de ajuda ao se

locomover pela mesma.

As pessoas com deficiência motora

têm sua liberdade de caminhar preservada

quando empunham o corrimão e

transferem parte do peso para o apoio fixo

(ALMEIDA, ARAGÃO & FREITAG,

2007).

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Segundo a NBR 9050, a indicação de

acessibilidade das edificações, do

mobiliário, dos espaços e dos

equipamentos urbanos deve ser feita por

meio do símbolo internacional de acesso.

O símbolo internacional de acesso deve

indicar a acessibilidade aos serviços e

identificar espaços, edificações,

mobiliários e equipamentos urbanos onde

existem elementos acessíveis ou utilizáveis

por pessoas portadoras de deficiência ou

com mobilidade reduzida (ABNT, 2004).

Nota-se que na entrada principal do

edifício não há sinalização que revele a

acessibilidade.

Ao analisar clínicas e consultórios

em Fortaleza (CE), Almeida et al., (2008)

observou que a ausência do símbolo

internacional de acesso nas edificações

contribui para o isolamento espacial à

saúde, além do bloqueio social. A

população deve estar atenta aos pequenos

detalhes, pois são esses que facilitam a

vida das pessoas com algum

comprometimento físico.

De acordo com um estudo realizado

por Rabuske & Silva (2013), a maioria dos

indivíduos que possuem mobilidade

diminuída consideraram boas as condições

de acessibilidade nos locais públicos de

lazer da cidade de Pelotas (RS). Entretanto,

medidas devem ser adotadas para conter a

falta de manutenção, propiciar um piso

regular, barras de apoio e uma boa

iluminação.

Alves et al., (2012) verificaram

recentemente que, em João Pessoa (PB),

41,7% dos indivíduos entrevistados com

deficiência e restrição de mobilidade

relataram que não existiam adaptações nos

locais de atendimento a saúde, onde o

acesso ao serviço foi considerado o

principal problema. Apesar desses autores

avaliarem aspectos diferentes envolvendo a

acessibilidade quando comparado com a

presente pesquisa, observa-se que os

usuários de mobilidade reduzida e

deficiência física enfrentam dificuldades

quanto ao acesso ao edifício.

Em uma pesquisa, Baptista et al.,

(2010) observou que em 20 UBS de um

município paraibano haviam

irregularidades nas instalações sanitárias,

constando de portas com larguras

inferiores. Em 65% das UBS analisadas

encontrou-se um espaço interno que

impossibilita as manobras necessárias para

que uma pessoa cadeirante possa utilizá-la.

Avelar & Carvalho (2010),

destacam a importância da instalação de

banheiros adaptados para as pessoas com

necessidades especiais, distinguindo-os por

gênero, de forma acessível a essas pessoas.

Seguindo essa proposição, os autores

Gomes, Rezende e Tortorelli (2010),

relatam que a maioria das obras públicas

construídas recentemente tem se adequado

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (51-179), 2014 ISSN 18088597

a esses requisitos, o que é considerado um

grande avanço. Contudo, é preciso avaliar

obras antigas para intervir sobre possíveis

adaptações.

Ely & Cavalcanti (2001), afirmam

que a altura mínima do assento sanitário

deverá ser de 0,45 m, pois esta altura

proporciona uma diminuição relevante no

esforço realizado do indivíduo,

principalmente aquele com mobilidade

reduzida. Dessa forma, observa-se que a

altura do assento sanitário da UBS Jonas

Manoel Dias está inapropriada.

O acionamento da descarga deve

estar a uma altura de 1,00 m do seu eixo ao

piso acabado, e ser preferencialmente do

tipo alavanca ou com mecanismos

automáticos (ABNT, 2004). Na UBS

avaliada, o acionamento foi de 1,05 m, não

possuindo diferença significante que

dificulte a mobilidade do indivíduo.

As barras horizontais para apoio

propiciam a transposição do usuário de

cadeira de rodas à bacia sanitária,

diminuindo o risco de quedas para aqueles

com mobilidade reduzida (PAGLIUCA &

VASCONCELOS, 2006). As instalações

das barras horizontais da UBS examinada

apresentaram uma altura inferior à

preconizada, prejudicando dessa forma a

transposição para o assento.

Sendo assim, nota-se que o

banheiro foi o local no qual a

acessibilidade encontrou-se mais

deficiente. Isso pode ser confirmado por

Deliberato et al., (2006) que analisou a

acessibilidade em dez clínicas de

fisioterapia com base na NBR 9050 e

verificou que o espaço onde mais havia

irregularidades era no banheiro. Este fato

deu-se pela falta de capacitação e

conhecimento dos profissionais

fisioterapeutas sobre a NBR 9050.

Facchini et al., (2009) realizou um

estudo em 41 municípios do Brasil para

descrever as condições das unidades

básicas de saúde em relação às barreiras

arquitetônicas. Foram observadas inúmeras

inadequações que dificultam a

acessibilidade, como presença de degraus,

falta de corrimões, rampas e banheiros sem

adaptação necessária. Ambos os resultados

foram semelhantes ao desta pesquisa, onde

verificou-se também ausência de corrimões

e rampas e as inadequações das instalações

sanitárias.

O piso dos consultórios apresentam

superfícies antiderrapantes, firmes e

regulares, propícias para o usuário com

deficiência física ou mobilidade reduzida.

Confirmado pelos autores Pagliuca &

Vasconcelos (2006) que consideram que os

pisos polidos podem causar quedas e

acidentes.

Em relação ao acesso aos

consultórios, observa-se que o mobiliário

disponível no espaço pode integrar uma

barreira arquitetônica, prejudicando a

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (52-179), 2014 ISSN 18088597

entrada e a movimentação no local.

Conforme relatado por Nascimento (2012),

este tipo de situação gera medo do futuro

no deficiente físico, pois acentua a

iminência da sua exclusão e inibe seu

esforço na busca do seu reconhecimento

social.

Segundo Pagliuca & Vasconcelos

(2006), a altura da mesa deve possibilitar

um bom atendimento entre o usuário de

cadeira de rodas e o profissional.

Miranda & Vieira (2008),

avaliaram o acesso no Centro de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de

Pernambuco e constataram que algumas

características encontravam-se

inadequadas quando confrontadas com a

norma. As principais irregularidades

consistiam em altura inapropriada do

balcão, ausência de sinalização, sanitários

sem barras de apoio e com altura irregular

do assento, além do acionamento da

descarga possuir altura desfavorável.

As condições dos consultórios

verificados oferecem medidas

antropométricas adequadas.

Proporcionando espaço suficiente para a

inserção de uma cadeira de rodas. Porém,

há uma proximidade da mesa à porta que

pode dificultar o acesso do cadeirante ao

local de atendimento. Contestando assim, o

que afirma os autores Santos, Santos e

Ribas (2005), ao relatarem que os

portadores de necessidades especiais

devem usufruir do espaço com acessos e

circulações adequadas, garantindo a

integridade física dos mesmos.

Fragnan & Viana (2009),

descrevem que há muitos locais impróprios

para o acesso de usuários com cadeiras de

rodas. Este dado retrata as condições reais

do deficiente que, muitas vezes, é forçado

a sair do espaço sem conseguir realizar um

giro de 180º.

Facchini et al., (2009) ao

entrevistar trabalhadores de 236 equipes de

UBS da região Sul e Nordeste, concluiu

que 59,8% dos prédios não eram

adequados para a acessibilidade de idosos

e pessoas com deficiência. O problema não

se restringe apenas às UBS, uma vez que

um estudo realizado por França & Pagliuca

(2008), evidenciou a presença de barreiras

arquitetônicas em quatro hospitais da

cidade de Sobral (CE).

Brito et al., (2006) realizaram uma

pesquisa para avaliar a acessibilidade em

clínicas de Fisioterapia em Brasília (DF), e

observaram que a maioria das clínicas não

eram adequadas. Os proprietários destes

locais justificaram que a inadequação dos

ambientes ocorria devido a esses

estabelecimentos não atenderem a

pacientes neurológicos. Não consideraram

que a utilização de cadeira de rodas

também pode dar-se por idosos, portadores

de deficiência temporária e com outras

necessidades especiais.

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (53-179), 2014 ISSN 18088597

Alves, Amoy e Pinto (2007),

relataram que a construção de rampas e a

supressão de barreiras e obstáculos em

logradouros, edificações e outros espaços

públicos são assuntos de interesse social, a

fim de promover a locomoção de pessoas

portadoras de deficiências.

Costa et al., (2010) aplicou um

questionário para investigar o ponto de

vista de usuários com mobilidade reduzida

no que diz respeito as condições

arquitetônicas. Os autores averiguaram que

apesar dos usuários considerarem as

condições de acesso como sendo boas,

ainda existiam reivindicações neste

contexto. As propostas dos entrevistados

incluíam: a pavimentação asfáltica, a

adequação do piso com antiderrapantes, a

diminuição da inclinação da rampa, a

instalação de corrimão nas escadas, a

construção de banheiros adaptados, a

construção de rampas no estacionamento e

a instalação de telefone público em altura

acessível.

O acesso inadequado aos serviços

de saúde compromete os direitos, a

qualidade de vida e a contribuição social

das pessoas com dificuldades na

locomoção (CHAVES, ELIAS &

MONTEIRO, 2008).

Uma amostra realizada por Castro

et al., (2011) revelou que 25 indivíduos

entrevistados com perguntas referentes a

acessibilidade nos serviços de saúde

consideraram inadequadas as instalações

de rampas e sanitários. Assim, evidencia-se

que os direitos das pessoas com deficiência

não estão sendo cumpridos conforme a lei

10.098 (2000) que garante o direito de ir e

vir do cidadão.

Partindo dessa premissa, Garbe

(2012) afirma que a promoção da

acessibilidade é o caminho que atribuirá

oportunidade às pessoas com deficiência

de integrarem plenamente na sociedade,

em igualdade de condições com as demais.

CONCLUSÃO

Sabe-se que os direitos à

acessibilidade à saúde dos indivíduos com

deficiência ou com mobilidade reduzida

são garantidos pela legislação brasileira.

Para assegurar a execução dessa legislação

é preciso planejar os espaços,

principalmente de via pública, a fim de

torná-los acessíveis.

Ao longo dos anos observa-se um

aumento da população com deficiência ou

alguma incapacidade física. Este fato deve

refletir no que diz respeito à inclusão

social, promovendo a eliminação de

barreiras arquitetônicas e permitindo o

deslocamento dessa população com

proteção e bem-estar.

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (54-179), 2014 ISSN 18088597

A Constituição assegura o acesso universal

à saúde. Porém, a organização espacial de

inúmeras unidades de saúde compromete a

qualidade de vida de seus usuários por

dificultarem a utilização dos serviços e a

liberdade de ir e vir.

Constatou-se por meio da avaliação

das condições arquitetônicas que a UBS

Jonas Manoel Dias não atende todos os

preceitos da NBR 9050. Visto que há

ausência de piso antiderrapante e

corrimões na entrada principal do prédio,

constituindo assim presença de barreiras

arquitetônicas. Com isso, não satisfaz as

necessidades psicofisiológicas dos usuários

com deficiência física ou mobilidade

reduzida, podendo ocasionar um maior

desgaste físico para realização das

atividades e o risco de quedas.

Acentua-se neste estudo a análise

ergonômica das instalações sanitárias, as

quais apresentaram irregularidades quanto

à altura das barras horizontais para apoio,

que proporciona limitações para a

utilização do banheiro com conforto e

segurança.

A presente pesquisa espera ter

contribuído para o conhecimento do

assunto, abrindo espaço para que novos

estudos sejam realizados abordando este

tema, visto que há poucos trabalhos nessa

área. Buscando-se, dessa forma, a tomada

de consciência dos direitos do cidadão e a

elaboração de um serviço de saúde que

também atenda as necessidades do

portador de deficiência física ou com

comprometimento da funcionalidade.

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APÊNDICE A

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ANEXO 1