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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA (PPGSF) MESTRADO EM SAÚDE DA FAMÍLIA JORGE MARCELO TITIRY PINTO ACESSO À ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA POR PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA DA POLÍCIA MILITAR E SEUS FAMILIARES RJ Rio de Janeiro 2019

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA (PPGSF)

MESTRADO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

JORGE MARCELO TITIRY PINTO

ACESSO À ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA POR PROFISSIONAIS

DE SEGURANÇA PÚBLICA DA POLÍCIA MILITAR E SEUS

FAMILIARES — RJ

Rio de Janeiro

2019

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JORGE MARCELO TITIRY PINTO

ACESSO À ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA POR PROFISSIONAIS

DE SEGURANÇA PÚBLICA DA POLÍCIA MILITAR E SEUS

FAMILIARES — RJ

Dissertação apresentada à Universidade Estácio de Sá

como requisito parcial para a obtenção do grau de

Mestre em Saúde da Família.

Orientador: Prof. Dr. Luís Guilherme Barbosa

Rio de Janeiro

2019

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P659aPinto, Jorge Marcelo Titiry

Acesso à estratégia saúde da família por profissionais de

segurança pública da polícia militar e seus familiares - RJ./

Jorge Marcelo Titiry Pinto. – Rio de Janeiro, 2019.

f.

Dissertação(Mestrado em Saúde da Família) –

Universidade Estácio de Sá, 2019.

1. Saúde da Família. 2.Acesso. 3.Polícia Militar.

4.Política de Saúde.I. Título.

CDD 362.10981

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Dedico este trabalho a Deus, por orientar a

minha vida, à minha esposa Simone Titiry, por

ser o alicerce que eu precisava e por me apoiar

incondicionalmente nessa empreitada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ser o centro de tudo o que acontece em minha vida e por escrever minha

história no livro da vida.

À minha família, que me apoiou em tudo durante as atividades e que teve paciência para

aturar minhas ausências, o meu muito obrigado.

À minha esposa, que sempre me ajudou de maneira incondicional em todas as tarefas difíceis

e me incentivou sempre a seguir em frente, dando-me base familiar para tanto.

Ao professor e orientador Luís Guilherme Barbosa, a quem tenho minha gratidão pela

paciência e dedicação em me ajudar na caminhada e que tenho como exemplo de professor e

amigo que quero levar para a vida inteira.

Àprofessora e Dra. Maria de Fátima Tavares Lobato da ENSP, que sempre acreditou que seria

possível prosseguir e que sempre, com entusiasmo, me ajudou e me recebeu para as

orientações e conversas, a minha sincera e eternagratidão.

Agradeço aos meus pais Jorge Dias da Silva Pinto e Maria de Fátima Titiry Pinto (in

memoriam), por terem me criado e colocado nesse mundo e por terem me dado a base para

seguir na vida.

À Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, por ser a instituição que me acolheu durante

esses anos todos e de onde eu tiro o sustento da minha família.

Aos meus comandantes tenente-coronel Robson Maia, chefe do CRSP, e ao major Carlos

Vidal Martin da Silva, subchefe do CRSP, pelo comando leve e suave para que eu pudesse

prosseguir no mestrado.

Ao tenente-coronel Flávio, que assumiu a unidade no ano de 2019, dando um toque especial

nas rotinas do CRSP, sempre com justiça e empatia para com seus subordinados e superiores,

e tornando a unidade uma verdadeira casa de família através doamor de Deus com todos que

dele se aproximam, sempre com uma palavra de esperança e fé. A ao meu comandante, meu

muito obrigado e minha eterna admiração pelo seu trabalho enquanto comandante e homem

de Deus.

À minha filha Gabryelle Titiry, em quem encontro motivação para progredir na vida e

alcançar degraus maiores pela nossa família.

Agradeço aos meus amigos e colegas de classe do mestrado, por termos juntos lutado, com

dificuldades, pela conclusão deste curso.

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“É preciso ter esperança, mas ter esperança do

verbo esperançar; porque tem gente que tem

esperança do verbo esperar. E esperança do

verbo esperar não é esperança, é espera.

Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás,

esperançar é construir, esperançar é não

desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar

é juntar-se com outros para fazer de outro

modo...”

Paulo Freire

“Por trás de todos os sonhos, há sacrifícios que

as pessoas não veem.”

Autor desconhecido

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RESUMO

Introdução: A saúde da família é uma política de saúde voltada para a atenção básica,

seguindo os preceitos do Sistema Único de Saúde de universalidade e tendo, assim, uma

ferramenta para acesso à saúde da população. Sendo considerado o primeiro acesso à saúde,

as clínicas da família localizam-se estrategicamente onde seus usuários moram e trabalham.

Para estudar esse tipo de acesso, foram escolhidos os policiais militares do Estado do Rio de

Janeiro, do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças, para entender se esses profissionais

e suas famílias usam esse modelo de acesso onde residem ou trabalham. Objetivo: Identificar

se os policias do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças, juntamente com seus

familiares, utilizam a Estratégia Saúde da Família, identificando o local de moradia dos

policiais militares e as clínicas da família próximas, saber qual o acesso à saúde que esse

policial tem como recurso e se alguma vez sua família ou ele já foi visitado pelo agente de

saúde da família da sua área. Metodologia: O estudo foi feito dentro do Centro de Formação

de Praças, através de questionário elaborado por se tratar de um assunto bem específico, e o

programa EpiInfo foi escolhido para fazer a análise dos dados coletados. Resultados: Ao

analisar os dados descobriu-se que a grande maioria dos policiais não sabem o que é

Estratégia Saúde da Família e nunca foram visitados por um ACs. Contudo, apesar do pouco

conhecimento, alguns já tiveram experiências com parentes nesse tipo de atendimento, mas o

principal fator em destaque foi o critério localização das clínicas quanto à segurança do

usuário e seus familiares por ser uma profissão de risco. Em certas localidades, a identificação

de sua função acarretaria sentença de morte. Conclusão: O acesso à saúde da família precisa

ser mais divulgado no âmbito da polícia militar, pois muitos dos pesquisados não sabiam do

que se tratava a política, desconheciam a finalidade das clínicas de saúde da família e

questionavam quanto à condição de segurança para o usufruto. Poderia ser viável um estudo

para a ação dentro do aquartelamento e, assim, promover um maior entendimento do assunto.

Palavras-chave: Saúde da família. Acesso. Polícia Militar. Política de saúde.

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ABSTRACT

Introduction: Family Health is a health policy focused on basic care following the precepts

of the universality from Unified Health System and thus having a tool for access to the health

of the population. Considering the first access to health, the family primary care clinics where

they live or work, and to study this type of access was chosen the military police of the Rio de

Janeiro’s State of the Center for Recruitment and Selection Squares to understand whether

these professionals and their families use this model of access where they live or

work. Objective: Identify if the Center for Recruitment and Selection of Squares’ Police and

their families use the Family Health Strategy, identifying the place of residence of the military

police and the nearby family clinics, to know what access to health that police officer have

recourse and if ever your family or he has ever been visited by the family health agent in your

area. Methodology: The study was done inside the Training of Squares Center through a

questionnaire elaborated for being a very specific subject and the EpiInfoprogram was chosen

to do the data analysis. The proposal was to approach 170 policemen, but by the profession

characteristics it was not possible to reach this number because of the great turnover and

movement of police to other units by the necessity of the service. Results: When analyzing

the data, it was found that the vast majority of police officers do not know what a Family

Health Strategy is and have never been visited by Family Health Agents. However, despite

the lack of knowledge, some have had experiences with kinsfolk in this type of care, but the

main factor that was highlighted was the location criterion of the clinics regarding the safety

of the Police Officer and their families. Police Officer isa profession of risk and in certain

localities the identification of their function would lead to a death sentence. Conclusion:

Access to Family Health needs to be more publicized within the scope of the Military Police,

since many of those surveyed did not know what the policy was about and was unaware of the

purpose of the family health care clinics and questioned the safety condition for use, therefore

a study for action within the quarter could be feasible thus promoting a greater understanding

of the subject.

Keywords: Family Health. Access. Military Police. Health Policy.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS Agente Comunitário de Saúde

ALERJ Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

APS Atenção Primária à Saúde

CFAP Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças

CRSP Centro de Recrutamento e Seleção de Praças

DAB Departamento de Atenção Básica

eAB Equipes de Atenção Básica

eSF Equipes de Saúde da Família

ESF Estratégia Saúde da Família

HCPM Hospital Central da Policia Militar

HPMNIT Hospital da Polícia Militar de Niterói

MS Ministério da Saúde

PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PMERJ Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro

PSF Programa Saúde da Família

PNAB Política Nacional de Atenção Básica

PROERD Programa Educacional de Resistência às Drogas

SUS Sistema Único de Saúde

SSP Secretaria de Segurança Pública

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS

Figura 1 — Diretrizes de ação para a pacificação..................................................................26

Figura 2 — Distribuição da saúde da família no estado do Rio de Janeiro ..........................34

Figura 3 — Situação das moradias, segundo a pesquisa feita por geoprocessamento no Epi

Info (1).....................................................................................................................................35

Figura 4 — Situação das moradias, segundo a pesquisa feita por geoprocessamento no Epi

Info (2).....................................................................................................................................35

Gráfico 1 — Identificação geral do profissional policial (gênero) ........................................36

Gráfico 2 — Identificação geral do profissional policial (graduação/patente).......................37

Gráfico 3 — Perguntas gerais (ESF).......................................................................................40

Gráfico 4 — Perguntas gerais (clínica da família) .................................................................41

Quadro 1 — Efetivo geral da PMERJ em 2009 ....................................................................24

Tabela 1 — Identificação geral do profissional policial (idade) .............................................37

Tabela 2 — Perguntas gerais (local de moradia).....................................................................38

Tabela 3 — Sua casa foi visitada por um agente de saúde da clínica da família?...................39

Tabela 4 — Perguntas gerais (acesso à saúde)........................................................................39

Tabela 5 — Segurança no acesso............................................................................................41

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12

2 POLÍTICAS DE SAÚDE .................................................................................................... 13

2.1 SAÚDE PÚBLICA E SAÚDE COLETIVA ...................................................................... 13

2.2 ATENÇÃO PRIMÁRIA COMO PORTA DE ENTRADA AO SERVIÇO DE SAÚDE . 15

2.3 A SAÚDE DA FAMÍLIA E SEUS DESAFIOS ................................................................ 18

3 CONTEXTO HISTÓRICO DA POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO ........... 22

3.1 A GUARDA POLICIAL DA PROVÍNCIA FLUMINENSE ............................................ 22

3.2 INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO RIO DE JANEIRO ........................ 23

3.2.1 Quadro atual das unidades de emergência da Polícia Militar do Rio de Janeiro ... 23

4 FATORES IMPEDITIVOS PARA AS PRÁTICAS DE SAÚDE NA SEGURANÇA

PÚBLICA ................................................................................................................................ 25

5 METODOLOGIA ................................................................................................................ 30

5.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................................ 30

5.2 CENÁRIO DA PESQUISA ............................................................................................... 30

5.2.1 Localização do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças .................................. 31

5.3 TAMANHO DA AMOSTRA E SELEÇÃO DA AMOSTRA ........................................... 32

5.3.1 Público-alvo .................................................................................................................... 32

5.3.2 Procedimentos ................................................................................................................ 32

5.3.2.1 Critérios de inclusão ..................................................................................................... 32

5.3.2.2 Critérios de exclusão .................................................................................................... 32

5.4 COLETA DOS DADOS E ANÁLISE DOS DADOS ....................................................... 33

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 34

6.1 CLÍNICAS DA FAMÍLIA E SUA LOCALIZAÇÃO COMO FATOR DE RISCO PARA

POLICIAS FAMILIARES ....................................................................................................... 41

7 CONSIDERAÇOES FINAIS .............................................................................................. 43

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 44

APÊNDICE A — TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ......... 49

APÊNDICE B — QUESTIONÁRIO DE COLETA DE DADOS ...................................... 52

ANEXO A — PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ............................................. 55

ANEXO B — PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP (CONTINUAÇÃO) ........... 56

ANEXO C — DOCUMENTO SOLICITANDO A PMERJ O NÚMERO DE LEITOS . 57

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ANEXO D — RESPOSTA À SOLICITAÇÃO DO HOSPITAL DA POLÍCIA

MILITAR DE NITERÓI ....................................................................................................... 58

ANEXO E — RESPOSTA À SOLICITAÇÃO DO HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR

DO RJ ...................................................................................................................................... 59

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1 INTRODUÇÃO

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) é uma instituição bicentenária

que desempenha um papel social importante para a manutenção da ordem pública e garantia

dos direitos dos cidadãos, vinculada à Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado do

Rio de Janeiro. No ano de 2019 foi extinta a Secretaria de Segurança pelo então governador

eleito, e as polícias civil e militar receberam diferentes status: a polícia civil recebeu o status

de Secretaria de Polícia Civil, e a militar, de Secretaria de Polícia Militar do Estado do Rio de

Janeiro (PMERJ, 2017).

Essa briosa corporação foi criada e reconhecida na data de 13 de maio de 1089, com o

nome de Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, tendo como base o formato do Exército.

Dessa guarda originou-se a polícia uniformizada dos moldes militares que se faz presente nos

dias de hoje (BRETAS, 1998; HOLLOWAY, 1997).

Em 1866, o Corpo de Guardas Permanentes passou a ser chamado de polícia da corte,

e em 1920 recebeu a designação formal de polícia militar. No site corporativo está escrito que

a instituição já passou por 12 denominações diferentes, as quais acompanham a história do

Brasil e do estado do Rio de Janeiro (PMERJ, 2017).

Com as mudanças na instituição ao longo dos anos e o aumento do efetivo da PMERJ,

foi criado o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no bairro do Estácio, com 320 leitos

e um serviço de emergência de 24h. Há ainda um hospital semelhante, porém de menor porte

em Niterói — Hospital da Polícia Militar de Niterói (HPMNIT) — e algumas policlínicas

(MINAYO; SOUZA; CONSTANTINO, 2008).

O modelo assistencial na polícia militar é antigo e não acompanhou o crescimento da

tropa e causou lacunas que não poderiam acontecer quando se trata de acesso à saúde.

O presente trabalho justifica-se pela atenção direcionada a um profissional de

segurança pública que tem sofrido com a violência presente no Rio de Janeiro, cujo resultado

pode ser o seu afastamento da própria sociedade a qual ele protege.

A pesquisa tem como objetivo verificar o acesso à Estratégia Saúde da Família (ESF)

por policiais militares e suas famílias nos locais onde residem, bem como saber qual o acesso

que essas famílias têm ao precisar de cuidados médicos. Embora haja hospital militar na

corporação, de acordo com as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), atenção primária à

saúde é a porta de entrada de acesso aos serviços de saúde garantidos na Constituição de

1988.

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2 POLÍTICAS DE SAÚDE

2.1 SAÚDE PÚBLICA E SAÚDE COLETIVA

A definição de políticas de saúde tem base definida com o retorno social do Estado

frente aos problemas de saúde e dos determinantes sociais que atingem diretamente o

indivíduo e sua comunidade (AGUIAR, 2015). Nesse contexto, para construir um diferente

pensamento sobre saúde urbana centrada nas condições de estratégias preventivas, é

importante deixar claro que a saúde não está centrada apenas no fator biológico individualista,

e sim engloba um todo, através de um planejamento voltado para as questões de saúde que

visam o campo social e político e procuram soluções conjuntas nas decisões referentes à

saúde coletiva. A saúde não é meramente ausência de doença, mas também é preciso pensar

de maneira global para levar em consideração os determinantes sociais que levam ao fator

saúde e doença.

No final do século XVIII, surge a medicina moderna, firmando a saúde pública. Com

o surgimento da anatomia patológica, a medicina moderna passa a ser chamada de polícia

médica e medicina social e tem como marco importante o investimento na política da

medicina no contexto social das enfermidades (BIRMAN, 2005).

Em um contexto de análise institucional, no final da década de 1970 surgiu uma

expressão criada por brasileiros chamada de saúde coletiva, com o objetivo de integrar os

diversos campos da saúde de distintas instituições da área da saúde brasileira e contemplar um

conjunto de vários saberes e práticas que se referem à saúde, com envolvimento de toda a

sociedade, incluindo instituições que prestam atendimento à saúde da população, até mesmo

instituições de ensino envolvidas em pesquisas para o entendimento das dimensões técnicas,

científicas, culturais, ideológicas, econômicas e políticas. Portanto a saúde coletiva é bem-

-conceituada quando falamos de um processo de adoecimento humano e buscamos entender

esse fenômeno através do conceito social, entendendo que o adoecer é complexo, uma vez

que depende diretamente de contextos sociais independentes da ação do homem

(CARVALHO, 2002).

A saúde coletiva é considerada como uma instituição. Com isso torna-se um problema

na constituição do próprio campo e confirma que a saúde coletiva é um conjunto de saberes e

práticas em uma dimensão ampla nas diretrizes político-social e de ideologia técnica e

científica. No início do ano de 1975 ocorreram mudanças importantes para a sociedade

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brasileira, marcadas pela crise econômica da época, pela queda do governo militar e pela má

distribuição de renda. A crise econômica influenciou diretamente o setor de saúde, a

importação de produtos cresceu. Logo após um processo de redemocratização que culminaria

nas criações dos partidos políticos e do Diretas Já, ocorreria o movimento sanitário que

resistiu ao sistema existente na época e ajudou na luta pela democratização do país. A saúde

coletiva é um movimento sanitário que tem objetivo social e, com o SUS, veio reforçar o

movimento integrando as ciências sociais às políticas de saúde, podendo identificar problemas

sociais (L’ABBATE, 2003).

A saúde pública é algo discutido há bastante tempo. Podemos citar como exemplo a

Conferência Internacional sobre os Cuidados Primários com a Saúde, em uma vertente que

afirma que necessita de ações urgentes entre os setores público e privado para promover a

saúde de todos os povos e nações no mundo, sendo colocada a saúde como objetivo mundial

na conferência.Porém, para chegar ao ponto importante, é preciso mobilizar diversos setores

sociais e econômicos para pensar a saúde como um todo, e não somente centrada no modelo

médico tradicional. Pensar como um todo no indivíduo e levarem conta o contexto social,

fatores esses que podem alterar todo um cenário de saúde e doença (BRASIL, 1978).

Para seguir a proposta de saúde para todos — uma das diretrizes do SUS — foi feita

uma reflexão acerca da avaliação da Atenção Primária a Saúde (APS). Mesmo com os

avanços da cobertura e acesso, ainda restava um importante desafio: qualificar os

profissionais de saúde para esse tipo de assistência à saúde, que antes era focado na doença, e

com a nota, a estratégia organiza-se na prevenção e promoção para evitar agravos. Para tanto,

mais do que formar pessoas capacitadas para atuar na APS, fazia-se necessário observar a

situação dos trabalhadores que já se encontravam no sistema para que atendam às

necessidades das demandas das rotinas em saúde. Assim, novas competências para o trabalho

em saúde foram analisadas para atuar em consonância com a saúde pública (ENGSTRON,

2016).

Segundo Vasconcellos (2000), as políticas públicas são responsáveis por organizar a

saúde pública em conformidade com as necessidades da população, obedecendo à situação

temporal e às funcionalidades das cidades para compreender a vida da comunidade e, assim,

traçar uma melhor estratégia para uma melhor prática em saúde.

Ao discutirmos a saúde como direito de homens e mulheres, cuja perspectiva procura

envolver todos os segmentos de saúde nas questões de Promoção da Saúde, Direito e

Equidade em um campo da saúde coletiva, implica uma grande contribuição para a saúde do

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homem sob a visão da masculinidade, sendo foco de primeiro plano na política atual

(SCHRAIBER; GOMES; COUTO, 2005).

Sabo (2000) e Courtenay (2000) apontam como ponto de partida nos estudos norte-

americanos, críticas às análises do modelo biomédico da década de 1970, tendo como estudo

uma dimensão apenas exploratória, que passa pela teoria feminista, de que a masculinidade

tradicional traz deficiência à saúde.

Ainda existe um discurso referente a masculinidades em um contexto meramente

social e político, identificando estratégias técnicas de gerir as políticas públicas e

implementação de políticas públicas na atenção voltadas para a prioridade nos agravos em

saúde centralizados não apenas na atenção aos principais agravos em saúde, mas à promoção

e à prevenção de agravantes de saúde pública. Em se tratando de violência urbana, é

importante recordar que, antes da criação do SUS, somente quem possuía vínculo em carteira

de trabalho tinha o direito garantido de acessar o modelo de saúde da época. Cesaro, Santos e

Silva (2018) consideram a masculinidade como a cultura do homem relacionada a fatores

sociais de raça, classe social, gênero e sexualidade.

Conforme Bendassolli (2000), o contexto social de masculinidade tem tomado vulto e

sido considerado como doente para o homem da época: corpo inválido = indivíduo sem

trabalho = indivíduo inválido. A relação de adoecer no homem tem caráter moral e de

honestidade e vida saudável, sendo, muitas vezes, a marca de doença vinculada à

“vagabundagem” (BRITO, 2013).

Portanto a busca por um cuidado em saúde e acesso é impactada diretamente pelo

modo de posicionar no mundo e no ambiente ao qual o indivíduo pertence e venha a circular.

Em 2019, a saúde brasileira foi afetada pela saída dos médicos cubanos em novembro

de 2018, quando começou a retirada desses profissionais que tiveram que regressar a seus

países por causa do término do acordo de cooperação técnica entre Brasil e Cuba, colocando

em risco a saúde de cerca de 23 milhões de pacientes atendidos pelo programa. Esses

profissionais trabalhavam em locais de extrema vulnerabilidade social e com sérios problemas

de acesso à atenção primária (BODSTEIN; ZANCAN, 2002).

2.2 ATENÇÃO PRIMÁRIA COMO PORTA DE ENTRADA AO SERVIÇO DE SAÚDE

A atenção básica aparece como porta de entrada para o acesso à saúde de toda a

população, incluindo os profissionais da PMERJ em locais próximos às unidades militares ou

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à moradia dos agentes de segurança. O Programa Saúde da Família (PSF), no Brasil, foi

criado em 1994 pelo Ministério da Saúde (MS), com o propósito de ampliar os resultados

alcançados pelo Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), criado na década

anterior (AGUIAR, 2013). Embora o movimento da medicina comunitária tenha chegado ao

Brasil na década de 1970, ganhando maior reforço após a Conferência de Alma-Ata, veio para

ir de encontro ao modelo tradicional focado na doença e nos hospitais, passando a ser

centrado nas ações de proteção e promoção da saúde do indivíduo e da família, englobando

adultos e crianças de forma integral e continuada.

O Ministério da Saúde lançou em 1997, diretrizes que caracterizam o PSF enquanto

uma estratégia de reorganização da rede, e não mais como um programa. Posteriormente, com

o intuito de consolidação dessa estratégia, foi criado o Departamento de Atenção Básica

(MS/DAB) no Ministério da Saúde (AGUIAR, 2013)

Segundo Paim (2012), a proposta vai além de ser um programa especial do governo

segundo suas especificidades e é caracterizada como uma estratégia que possibilitaria a

integralidade e promoveria a organização das atividades em um território definido. Prometia

trabalhar na perspectiva da vigilância em saúde, que é substitutiva da rede básica tradicional e

requer alta complexidade tecnológica nos campos do conhecimento, do desenvolvimento de

habilidades e de mudanças de atitudes.

É necessário qualificar o olhar e instrumentalizar os profissionais das equipes de

atenção básica e de saúde da família (eAB/eSF), para que reconheçam o usuário enquanto

trabalhador e o trabalho enquanto determinante da situação de saúde-doença no território, sob

sua responsabilidade sanitária (DIAS; LACERDA; SILVA, 2013).

De acordo Muniz (1998) e Souza e Minayo (2005), a possibilidade de o profissional

de segurança sofrer graves lesões traumáticas e morte, que ocorrem durante o trabalho ou na

folga, encontra-se alicerçada nas elevadas taxas de óbito por violência. Os profissionais

sobreviventes sofrem efeitos psicológicos. O Rio de Janeiro apresenta elevadas taxas de óbito

(10 vezes mais) pela população em geral.

Gershon e Lins (2002) afirmam que as práticas de trabalho dos policiais e os

problemas inerentes à profissão se acumulam ao longo do tempo e, muitas vezes, são

evidenciados em sua vida conjugal, familiar e social, se não recebem cuidados especiais para

com a saúde. As consequências mais comuns são o alcoolismo, vício em jogos de azar,

depressão, síndrome de burnout, agressividade, violência doméstica e problemas de

comportamento no serviço policial militar.

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O sistema de saúde precisa de estratégias para organizar, orientar e dar uma resposta

para as necessidades sociais. Nesse contexto, entra a atenção primária à saúde (APS) para

garantia dos direitos sociais e promover os determinantes sociais com enfrentamentos.

Portanto, em nosso país, a partir dos anos 1990 ocorreu uma renovação no conceito de APS,

com a regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem suas primícias baseadas na

universalidade das ações em saúde, para alcançar uma equidade e abranger de maneira

integral a sociedade para ações individuais e de coletividade, com foco no primeiro nível e

sempre objetivando a promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamentos e reabilitação.

Sendo assim, no que diz respeito à atenção primária, Giovanella e Mendonça (2009) afirmam

que esse conceito diz respeito a um conjunto de práticas em saúde, de cunho individual e

coletivo, porém no processo de implantação do SUS passou a ser denominado atenção básica

em saúde.

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), na Comissão Intergestores Tripartite,

em que figuravam gestores federais e representantes dos segmentos estaduais e municipais,

discutiram com intenção de reafirmar, na atenção primária, a saúde da família como uma

estratégia para organização da atenção básica, tendo como primeiro contato a porta de entrada

para o acesso universal, coordenando a rede de serviço e efetivando a integralidade nos vários

espaços (BRASIL, 2012).

Segundo a PNAB (BRASIL, 2012), as unidades básicas de saúde devem ser

localizadas próximo a residências e locais de trabalho de estudo, considerados porta de

entrada do sistema de saúde na atenção básica de maneira integral e igualitária, sendo ainda

gratuita e participativa.

A atenção básica tem como objetivo propor ações em saúde, nas esferas individuais e

coletivas, que contemplem a promoção da saúde, proteção da saúde, prevenção de agravos,

diagnósticos, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde para

consolidar uma atenção integral que influencie diretamente nas condições de vida do

indivíduo e da sociedade e nos determinantes sociais da saúde das coletividades (BRASIL,

2011).

Segundo Costa (2016), a atenção primária brasileira foi reconhecida

internacionalmente no nível local por suas ações para desenvolver a atenção primária, porém

existem poucos estudos a nível nacional sobre essa política. No entanto, o SUS foi criado para

desenvolver a atenção primária nas grandes cidades brasileiras, usando o argumento de

proporcionar uma saúde para todos, assim a Constituição de 1988 deixou o legado de ciclo de

políticas públicas voltadas para a necessidade da população e ampliação da assistência à

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saúde. A partir de 1994, os municípios receberam incentivos econômicos para adoção do

Programa Saúde da Família, que em 2006 recebeu nova nomenclatura e passou a ser chamado

de Estratégia Saúde da Família tendo recursos federais.

A atenção primária está pautada em atributos importantes e essenciais para a saúde,

sendo esses o acesso de primeiro contato do usuário com o atendimento, a continuidade e a

integralidade da atenção, a coordenação dentro do sistema, sendo ainda uma atenção voltada

para a família, no que diz respeito à orientação familiar, comunitária e competências culturais.

Contudo todos esses atributos podem ser avaliados separadamente, mesmo sendo parte

integrante de um todo referente à prática clínica (HARZHEIM et al., 2006).

2.3 A SAÚDE DA FAMÍLIA E SEUS DESAFIOS

Os encontros internacionais, em 1994, ajudaram a criação da ESF com foco na

mudança do modelo e na percepção das práticas em saúde, focadas no contexto totalmente

curativo para uma visão direcionada para a atenção e prevenção. Isso proporciona à população

uma maior participação das decisões inerentes à sua comunidade, voltada para a

comunicação, levando em conta uma comunidade socioeconômica e cultural (LEVCOVITZ;

GARRIDO, 1996). A participação dos usuários enquanto escuta orientada trouxe

contentamento para a comunidade, que ajuda no processo compartilhado das decisões durante

a procura do serviço de saúde, o que permite que esse bom relacionamento seja valorizado

pelo usuário na proporção em que eles ficam sabendo das rotinas e procedimentos, bem como

o trânsito da população e os limites dos atendimentos (GUERRERO et al., 2013).

Em nosso estado é cada vez mais difícil difundir políticas de saúde que tornem as

relações saúde-doença bem próximas. Para tanto, podemos destacar que a atenção básica tem

tentado equalizar as diferenças entre a procura e oferta de serviços de saúde, havendo uma

maior proximidade com a população, trocando saberes e formando uma saúde mais digna.

Os agentes comunitários de saúde têm papel importante na ligação do sistema de

saúde com a sociedade. Para tanto, em junho de 1991, o Ministério da Saúde viu a

necessidade de criar o Programa de Agentes Comunitários da Saúde e teve, no ano de 1994, a

expansão do Programa Saúde da Família, para que pudesse ser promovida a reorganização das

tarefas da atenção básica na área municipal de atuação (SILVA; MENEZES, 2008).

Os elementos de ligação do serviço de saúde com a comunidade local para as práticas

da atenção básica são, em sua totalidade, moradores da área onde está implantada a clínica de

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saúde da família, facilitando a conversa com a comunidade. Portanto sendo o agente

conhecedor da área fica mais fácil o trabalho e a aproximação dos que estão necessitando de

ajuda. Esses agentes têm em sua bagagem conhecimentos empíricos inerentes à sua vivência

cotidiana na comunidade, porém muitas vezes não é dada pela equipe a importância

necessária à voz do agente de saúde (FEUERWERKER; MERHY, 2008).

O PSF incorporou as práticas de intervenção dos agentes comunitários de saúde ao

programa. As ações tinham um foco no território e na população adstrita, tendo como

prioridade as práticas de saúde para prevenção e integração de serviços de saúde com a

comunidade, valorizando a presença do agente comunitário como estratégia de ligação no

desenvolvimento das práticas em saúde (SIMAS; PINTO, 2017).

A saúde da família apresenta-se como fundamental ferramenta para a reorganização do

SUS e traz à evidência as diretrizes e os princípios que o norteiam. Diz a narrativa que o PSF

cresceu e precisa resolver 85% das pendências mais decorrentes da população. Porém, para

que isso ocorra, é preciso um sistema de nível secundário para o acesso dos usuários a

consultas especializadas e para um melhor fechamento de diagnóstico (SERRA;

RODRIGUES, 2010).

O SUS preconiza uma organização em redes de serviços com regionalização e

hierarquia dos serviços para identificar o problema de cada área, para melhorar as ações em

vigilância epidemiológica, sanitárias, controle de vetores e educação em saúde para um

melhor acesso aos outros níveis especializados, abrangendo todos os níveis de complexidade

(SOLLA; CHIORO, 2012).

Falando das áreas e territórios que as clínicas de saúde da família ocupam, é

importante ressaltar que o SUS se apropria de várias nomenclaturas e divisões de território,

em micro áreas dentro do estado, para fazer suas ações, sendo esse território dotado de

poderes com espaços próprios dentro de suas áreas, com atuação na área administrativa,

gerencial, econômica e até mesmo política (GONDIM et al., 2008).

O papel das clínicas de saúde da família é de aproximação com a comunidade,

estreitamento dos vínculos com o acolhimento, expandindo os laços de relacionamentos e

dinamizando o processo de relacionamento entre os profissionais, o usuário e os gestores da

clínica, organização das demandas de acordo com as necessidades e prioridades do usuário,

sendo desfeito o modelo de ordem de chegada, para evitar perda de tempo e longa

permanência em filas (CAMPOS, 2003).

O PSF foi criado com o propósito de ser uma estratégia para reorientar as práticas dos

modelos assistenciais, e com a reorganização da atenção básica podem ser estabelecidos

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vínculos com laços de compromissos e de responsabilidade mútua entre os profissionais da

saúde e a população (BRASIL, 1997).

A base de atuação da saúde da família é a territorialização para agir com as equipes,

promovendo uma reorganização e expansão para dar qualidade e fortalecer as equipes de

saúde da família para dar norte à saúde em consonância com as diretrizes e princípios do SUS.

Ainda nessa perspectiva, há um processo de melhora na ampliação e na resolutividade,

melhorando, assim, os números de uma maior cobertura individual e coletiva, sempre em

conjunto com ações de promoção da saúde, prevenção de patologias e suas repercussões

(BRASIL,2011; COSTA et al., 2009).

Essas ações são associadas à melhoria na condição de saúde da população, bem como

prevenir mortalidade infantil através de campanhas de vacinação, orientação nutricional para

a queda do número de desnutrição e a evolução nas consultas pré-natais (MENDONZA-

SASSI et al.,2011; ANVERSA et al., 2012). Também para aumentara cobertura da estratégia

e redução de hospitalizações por causas externas de doenças crônicas não transmissíveis, tais

como diabetes, hipertensão e doenças associadas ao sistema cardiovascular, que é uma causa

frequente de mortalidade, talvez pela falta de informação de quando não eram tratados nas

clínicas da família, que detectam precocemente um paciente potencial para sofrer um infarto

ou acidente vascular cerebral, diante de uma anamnese e conversa com a comunidade,

buscando respostas em conjunto (RASELLA et al.,2014; MACINKO et al.,2011).

Conforme Facchin et al. (2006), um estudo fez associação entre o modelo tradicional e

a atenção básica. Um estudo de verificação das possíveis diferenças entre o modelo de

atenção da ESF, sendo reconhecido pela ESF como modelo mais próximo das necessidades da

população, em especial nas regiões mais carentes do país, e aborda a importância da

supervisão da cobertura da estratégia em todo o país, englobando as regiões da unidade

federativa (BRASIL, 1997; MACINKO, et al.,2011; PAIM et al., 2011) .

Bodstein (2002) lembra os desafios metodológicos da avaliação de políticas públicas

perante a contínua e permanente separação entre a formulação e a implementação dessas

políticas. Programas e projetos de intervenção que, na prática, traduzem uma orientação e

uma decisão política previamente tomada não garantem sua execução e/ou implantação,

trazendo a indagação sobre em que medida determinada intervenção foi ou não de fato

implantada.

As dificuldades sobre a adesão da ESF por grandes cidades levantaram possibilidades,

e uma delas era que esse tipo de estratégia estaria focado em uma parte da sociedade com

maior vulnerabilidade e risco sociais, ou seja, as pessoas de menor valor aquisitivo dos

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municípios. Nesta contextualização, municípios com baixo índice de pobreza (em

consequência, municípios com baixo índice de pobreza) não seriam incentivados a

proporcionar o desenvolvimento da ESF, que teria como objetivo responder às demandas da

oferta de serviços de saúde às populações de menor recurso para serviço de menor

complexidade, para ajudar a estabilizar os gastos com despesas de saúde (ALMEIDA et al.,

1999; PINTO et al.,2012).

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3 CONTEXTO HISTÓRICO DA POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO

3.1 A GUARDA POLICIAL DA PROVÍNCIA FLUMINENSE

O município do Rio de Janeiro era denominado município neutro da corte, nome que

foi dado por meio de um procedimento chamado, na época, de Ato Adicional, em 12 de

agosto de 1834. Em 14 de abril de 1835 foi criada uma nova força policial, de nome Guarda

Policial da Província do Rio de Janeiro, pela Lei Provincial de n. 16 e promulgada pelo então

presidente Dr. Joaquim José Rodrigues Torres. Tendo como sede a cidade de Niterói,

denominada capital fluminense, com responsabilidade de atuar no interior e na baixada do

atual estado do Rio de Janeiro. O primeiro comandante da polícia militar foi o capitão João

Nepomuceno Castrioto, que lutou junto com a polícia da província e anos depois passa a ser

chamada de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, em 1842.

Como fato histórico, foi à guerra contra o Paraguai, que se iniciou em 1865, formando

a chamada Tríplice Aliança pela união de Brasil, Argentina e Uruguai.

Em 1960, a capital federal foi transferida para Brasília, e o Rio de Janeiro passou a se

chamar Estado da Guanabara e a polícia militar passou de Polícia Militar do Distrito Federal

para Polícia Militar do Estado da Guanabara. No ano de 1980 o coronel Carlos Magno

Nazareth Cerqueira assume o comando, no qual deu sua contribuição fundando programas

voltados para a comunidade, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas

(Proerd), que se expandiu para as polícias militares de outros estados.

Nomes que a polícia militar recebeu ao longo dos anos:

● Em 1835, chamava-se Guarda Policial da Província do Rio de Janeiro;

● Em 1844, chamava-se Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro;

● Em 1865, chamava-se Corpo Policial Provisório da Província do Rio de Janeiro;

● Em 1889, chamava-se Força Militar do Estado do Rio de Janeiro;

● Em 1920, chamava-se Força Pública do Estado do Rio de Janeiro;

● Em 1942, passou a ser chamada de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro até

os dias de hoje.

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3.2 INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO RIO DE JANEIRO

Importante lembrar que o ingresso na carreira policial militar acontece a partir dos 18

anos de idade até o limite máximo de 30 anos, passando disso é impossível ingressar na

carreira de combatente salvo por determinação judicial ou atraso no processo seletivo, porém

tendo feito o exame intelectual antes de completar 31 anos de idade.

Segundo o estatuto da polícia militar, sob a lei n. 443, de 1 de julho de 1981, a parte

dos dispositivos gerais e transitórios diz que para o militar se aposentar, reserva remunerada

ou reforma, que é o caso de doença, não isenta o policial de indenizar qualquer prejuízo

causado à Fazenda ou a terceiros, bem como de pagamentos de pensões decorrentes de

sentenças judiciais, podendo até mesmo ser excluído da corporação se já estiver aposentado.

3.2.1 Quadro atual das unidades de emergência da Polícia Militar do Rio de Janeiro

Para um efetivo crescente, as unidades policiais militares são insuficientes para

responder à demanda de consultas e internações por não ter especialistas nas diversas áreas

médicas. Esse fato se agrava com a não contratação de profissionais da saúde. O último

concurso público para a área de saúde na polícia militar aconteceu em 2010; foi chamado de

Estágio Probatório e Aperfeiçoamento de Oficiais (EPAO), em que os oficiais foram

avaliados por meio de provas escritas, análise de currículo e análise de títulos, dentro das

vagas propostas por especialidade médica ou outras áreas de saúde, como psicologia, nutrição,

fisioterapia, assistência social etc.

Na Polícia Militar do Rio de Janeiro, com o passar dos anos, os policiais ficam

expostos a diversas doenças em decorrência do serviço policial, por se alimentarem mal,

perderem horas de sono e ainda terem que fazer serviços extras para complementar a renda

familiar.

Com o tempo, muitos policiais adoecem com a atividade policial e fica, após análise

de uma junta médica militar, com restrições e limitações ao trabalho, passando à condição de

apto B ou apto C, nomenclatura dada aos profissionais que têm algum tipo de restrição ao

serviço de policiamento de rua. O Apto A é o policial 100% bom fisicamente para atuar nas

ruas; os demais carregam as restrições oriundas das sequelas da vida policial.

Os impactos na vida e na saúde do policial no Rio de Janeiro já foram objetos de

estudo realizado por Souza e Minayo (2005), seguindo informações dos hospitais militares,

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que apresentam grande número de internações motivadas por agressões em confronto,

traumas e problemas ligados à parte psicológica, que afetam o policial e sua família. Também

temos que considerar as doenças não transmissíveis adquiridas por maus hábitos de saúde e

alimentação.

Essa política de pacificação funcionou por um período, mas nos dias atuais vários

praças estão morrendo, elementos de execução e combate direto à criminalidade pela falta de

apoio das demais esferas de poder, ocasionado, assim, um aumento no medo da população.

Se observarmos o Quadro 1, veremos que em 2009 o número de cabos e soldados era

muito maior do que os demais, mas atualmente, com a crise econômica do Estado e com a má

administração dos cursos internos, criou-se um fenômeno da pirâmide invertida, em que o

número de soldados e cabos diminuiu drasticamente em consequência das promoções

desordenadas e da falta de concurso público para novos soldados.

No ano de 2009, o efetivo da Polícia Militar do Rio de Janeiro era distribuído por

patentes e graduações (Quadro 1), sendo os postos de tenente a coronel elementos de

planejamento e supervisão das atividades de policiamento ostensivo.Esse efetivo era segundo

determinação da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) para os

quadros da PM na época. No entanto, em 2019 esses números cresceram sobremaneira,

fazendo com que o efetivo policial no Rio aumentasse com a criação das UPPs.

Quadro 1 — Efetivo geral da PMERJ em 2009

Coronel PM 77

Tenente-coronel PM 286

Major PM 736

Capitão PM 1.048

1º Tenente PM 1.437

2º Tenente PM 757

Subtenentes PM 658

1º Sargento PM 1.196

2º Sargento PM 2.592

3º Sargento PM 4.060

Cabos PM 10.128

Soldados PM 37.509

Disponível em: www.policiamilitar.gov.rj.br. Acesso em: 10 nov. 2018.

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4 FATORES IMPEDITIVOS PARA AS PRÁTICAS DE SAÚDE NA SEGURANÇA

PÚBLICA

A segurança pública em nosso país é algo preocupante e que causa medo em toda a

sociedade, principalmente na carioca, que vem enfrentando uma insegurança constante devido

aos altos índices de crimes relatados nas mídias. Dessa forma, fica fácil inferir que a dita, falta

de segurança, traz impactos na vida da sociedade em geral, afetando muito especificamente o

profissional de segurança pública, cuja função é de proteger a vida da sociedade como um

todo (SILVA, 2014).

A imagem da segurança do Rio de Janeiro, no período compreendido entre 2008 e

2010, era caótica e de total abandono. Todo o país e o mundo inteiro voltaram-se para a nossa

cidade por causados crescentes casos de violência urbana. A crise com índices bastante

elevados de criminalidade e violência ficou evidente, causando confrontos armados entre

grupos de criminosos e, algumas vezes, com a polícia militar. Diante dos inúmeros casos de

violência, o Estado do Rio de Janeiro apresentou o projeto das Unidades de Polícia

Pacificadora e iniciou a primeira unidade em 2008. O objetivo desse projeto foi dar segurança

não apenas às comunidades, mas também aos eventos esportivos que aconteceriam nos anos

seguintes. No entanto, ficou claro, ao longo dos anos de criação, que a polícia sozinha não

resolveria o problema de violência, precisando de um apoio social para que o projeto desse

certo, com a efetivação de políticas públicas para trabalharem conjunto. (RIO DE

JANEIRO,2010).

Segurança pública é uma política social que garante a proteção dos direitos individuais

para o pleno exercício da cidadania, através do respeito às leis e assegurando a ordem pública

(CELLERI, 2011). A política atual de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro tem se

pautado na perspectiva das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o que requer formação

integral dos novos policiais, equânime nas ações para ocupar as várias UPPs que estão

implantadas e as que estão por vir.

O estado do Rio de Janeiro tem diversas comunidades vivendo sob o domínio de

traficantes que impõem não só para os moradores, mas para as pessoas que moram próximo a

essas comunidades, cenário de violência em variadas dimensões, que tem como consequência

medos e inseguranças que afetam a saúde e refletem na vida de cada um.

A violência é um permanente desafio para a teoria social e para a prática política e

relacional da humanidade. Não se conhece nenhuma sociedade em que a violência não tenha

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estado presente. Trata-se de um complexo e dinâmico fenômeno biopsicossocial, mas seu

espaço de criação e desenvolvimento é a vida em sociedade. Na configuração da violência

cruzam-se problemas da política, da economia, da moral, do direito, da psicologia, das

relações humanas e institucionais e do plano individual (MINAYO, 2010). Assim, as questões

de violência, cada vez mais evidentes, fizeram com que a Secretaria de Segurança Pública

criasse uma política de pacificação.

Pacificar, de acordo com o Dicionário Aurélio, significa: “Restabelecer a paz;

apaziguar; serenar, tranquilizar, acalmar, abrandar; voltar à paz; tranquilizar-se, serenar-se,

acalmar-se” (FERREIRA, 1995, p. 473). A pacificação também se destaca como uma política

de resgate da cidadania e dos direitos ao território em que se vive, tendo como consequência

uma melhoria na qualidade de vida das pessoas. A pacificação é um processo de educação

recíproca entre as forças de segurança e comunidade. Sendo assim, as relações ficaram mais

cordiais entre as partes, dando acesso também para a entrada da UPP Social, que também é

muito importante em todo esse processo de pacificação. A Figura 1 apresenta um gráfico que

expressa as diretrizes de ação para a pacificação:

Figura 1 —Diretrizes de ação para a pacificação

Fonte: Henriques e Ramos (2011).

Segundo Henriques e Ramos (2011), os eixos que compõem as diretrizes de ação da

UPP Social são os seguintes:

Cidadania

e convivência

Legalidade democrática

Superação da

violência

juvenil

Integração

territorial e

simbólica

Pacificação

Infraestrutura e

meio ambiente

Diversidade e

direitos

humanos

Qualidade

de Vida

Inclusão

produtiva e

dinamização

econômica

Desenvolvimento

humano

Redução da

pobreza

Consolidação

Desenvolvimento social

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Cidadania e convivência: trata-se da criação de canais de escuta e interlocução social

(fóruns, ouvidorias) e apoio a organizações e ações cidadãs desenvolvidas em cada

comunidade.

Legalidade democrática: refere-se à oferta de orientação e serviços jurídicos;

serviços de mediação negociada de conflitos individuais e coletivos; adoção de políticas para

a regularização e formalização das diversas dimensões do cotidiano das áreas beneficiadas,

caracterizadas pela informalidade (normas urbanísticas e ambientais, propriedade fundiária,

empreendimentos e serviços privados, provimento de energia elétrica, água, gás, TV a cabo e

internet, transportes públicos locais e outros); pactuação e fiscalização de regras de

convivência e uso de espaços públicos.

Superação da violência juvenil: voltado para o estímulo e apoio a grupos juvenis de

esporte, cultura, lazer e cidadania; oferta de oportunidades educacionais, de inserção

produtiva e de suporte psicossocial a adolescentes e jovens em situação de risco; apoio à

reinserção social de adolescentes e jovens egressos dos grupos criminais ou dos sistemas

penitenciário e sócio educativo. Essas preocupações foram organizadas, em dezembro de

2010, em um conjunto articulado de iniciativas intitulado “Recomeço”.

Integração territorial e simbólica: esta última esfera das ações de consolidação da

pacificação diz respeito à criação ou valorização de espaços públicos de convivência e lazer;

abertura de vias de acesso e circulação e aprimoramento dos transportes públicos locais;

mapeamento e divulgação de serviços e atrações culturais, turísticas e de lazer nas áreas

beneficiadas; promoção da integração dos seus moradores com o entorno e o restante da

cidade.

Ainda que as favelas do Rio não sejam necessariamente os territórios com os piores

indicadores socioeconômicos da cidade e que ao longo da última década alguns aspectos,

como redução da pobreza, tenham tido desempenho melhor nas favelas do que nos demais

setores, são consideradas como território de exceção. Por isso o programa UPP Social prevê

ações relativas ao desenvolvimento social, essenciais em territórios populares, estejam eles

sob o domínio de grupos armados ou não.

Em diversos âmbitos, como nas ações ligadas a educação, saúde, infraestrutura,

cultura e emprego, as ações desenvolvidas nas favelas pacificadas, sob coordenação da UPP

Social, fundem-se com as ações dentro dos eixos específicos da consolidação da pacificação.

As esferas relacionadas ao desenvolvimento social são as descritas a seguir.

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Redução da pobreza: as ações englobam projetos de transferência de renda,

segurança alimentar e apoio para aproveitamento de oportunidades (crédito educativo,

transporte subsidiado etc.).

Desenvolvimento humano: esse eixo diz respeito a aperfeiçoamento dos serviços

universais de saúde e educação; multiplicação das condições de acesso à informação; oferta

de oportunidades culturais e esportivas e de desenvolvimento de talentos.

Inclusão produtiva e dinamização econômica: iniciativas para a ampliação e

aperfeiçoamento dos programas de formação e colocação profissional; cooperação com

empresas baseadas no entorno de cada comunidade; ofertas de alternativas de crédito,

assistência técnica e expansão de atividades de empreendedores e serviços locais.

Qualidade de vida: o conjunto de projetos de apoio e valorização de equipamentos e

serviços locais de cultura, esporte e lazer; facilitação do acesso a equipamentos e serviços

localizados no entorno das comunidades e no restante da cidade.

Diversidade e direitos: orientação e promoção do acesso a serviços de garantia de

direitos e apoio a grupos vulneráveis, segundo recortes diversos (gênero, raça, orientação

sexual, pessoas com deficiência, religião e grupos etários).

Infraestrutura: envolve o conjunto de ações de promoção de melhorias na

infraestrutura urbana, viária e econômica local e implantação ou aprimoramentos dos serviços

regulares de conservação urbana e ambiental.

Para a Buss e Pellegrini Filho (2007), esses determinantes compreendem os fatores

sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que

influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A

segurança pública surge nesse contexto como um recurso importante na direção da melhoria

das condições de vida da sociedade e, portanto, como uma das questões relevantes para a

promoção da saúde, considerando entre seus pressupostos teóricos e metodológicos, por

exemplo, a capacitação, a mediação e a defesa da causa da saúde.

O policial, dentro do contexto da pacificação, tem um papel importante como

negociador de conflito e é considerado como processo através do qual as partes que se

encontram em disputa tentam alcançar uma decisão conjunta nos assuntos em questão. A

negociação faz parte do nosso dia a dia; eles precisam negociar seja entre eles, seja com

outras pessoas para que haja um consenso, mas muitas vezes as negociações podem não ser

boas para ambas as partes, passando pelas formas gerais de negociação, as flexíveis e

inflexíveis (GIL, 2008).

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Ao falarmos de segurança pública, a primeira coisa que lembramos é de polícia. Não

se consegue ainda pensar em segurança pública para além do serviço policial. Contudo a

democratização da política nos anos de 1980 marcou a relação entre a sociedade e a polícia,

sendo pressionada pela sociedade para um novo modelo de política e de polícia. Apesar disso

tudo, a polícia ainda reproduzia o modelo da ditadura militar. Essa relação de segurança e

ambiente de saúde pode ser constatada uma vez que a maioria das clínicas de saúde da família

estejam próximas a comunidades que muitas vezes são dominadas por facções de criminosos,

limitando o acesso a essa clínica. Com isso, a comunidade deixa de ser participativa nas

decisões em saúde pelo medo de ser vitimado, seja por confronto entre bandidos e policiais,

seja por morar em uma localidade não pertencente à facção que domina a área da clínica

frequentada pela pessoa. A segurança, no entanto, aparece como um fator complicador para as

práticas em saúde (LIMA; BUENO; MINGARDI, 2016).

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5 METODOLOGIA

5.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo exploratório, qualitativo e quantitativo, de dados obtidos por

formulário criado especificamente para o estudo. Por se tratar de uma pesquisa participativa

original, com público direcionado de 170 policiais, de forma a entender o lugar onde se passa

a pesquisa, sendo necessária uma análise do território no qual serão desenvolvidas as ações

com coletas de dados através de questionário.

Segundo Gil (2002), a aplicação do formulário ou questionário como técnica de coleta

de dados estabelece uma relação entre o questionário e a entrevista. Contudo a autora afirma

que o formulário, em virtude de suas características, é a técnica mais apropriada para coletas

em pesquisas de opinião pública ou de mercado.

De acordo com Minayo e Sanches (1993), a abordagem quantitativa pesquisa para

trazer à evidência dados, indicadores e fenômenos observáveis no campo social.

5.2 CENÁRIO DA PESQUISA

Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), cujo nome é em

homenagem aos soldados do Trigésimo Primeiro Corpo de Voluntários da Pátria, os quais

participaram da guerra.

Localizado no bairro de Jardim Sulacap, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde são

formados cerca de 7 mil policiais por ano, dependendo da demanda do Estado. Agrega o

Centro de Recrutamento e Seleção de Praças (CRSP) e tem um efetivo de 170 pessoas, entre

homens e mulheres com patentes de praças até oficiais. A escolha do território da pesquisa

não é por acaso, diante da inquietação e dos fatos históricos dessa corporação.

Durante a pesquisa ocorreu a necessidade de oficiar as unidades de saúde da polícia

militar. O Hospital Central da Polícia Militar, localizado no bairro do Estácio, possui 220

leitos ativos (Anexo E), incluindo adultos, pediátricos e custodiados para atender a demanda

de um número infinito de policiais militares e seus dependentes.

Já no Hospital da Polícia Militar de Niterói existem 21 leitos disponibilizados para

cirurgia. Sendo assim, em 2009, somando os dois hospitais havia231 leitos disponíveis para

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uma tropa de aproximadamente 64 mil policiais, segundo o Projeto de Lei n. 2.262/2009, que

alterou a Lei n. 1.396, de 8 de dezembro de 1988, pelo Poder Executivo Estadual.

Barcelos et al. (2002) relatam que no espaço existe um conjunto de fatos ocorridos

importante para o meio social e individual e para fatores que à levam produção de patologias.

O conhecimento do espaço enquanto território dinâmico é uma das primícias para caracterizar

a amostra e seus problemas de saúde, sendo assim, poderemos avaliar o papel dos serviços de

saúde sobre a vida das pessoas.

5.2.1 Localização do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças

O CFAP tem 31 voluntários e fica localizado no bairro de Jardim Sulacap, zona oeste

do Rio de Janeiro, onde são formados cerca de 7 mil ou mais policiais por ano, o que depende

da demanda do Estado. Estas são as unidades, com diferentes funções, que compõem o CFAP

e estão dentro da Fazenda dos Afonsos:

● CRSP — Centro de Recrutamento e Seleção de Praças, onde são feitas as

inscrições para os concursos.

● CIEAT — é uma unidade destinada a treinamento de tiro.

● PROERD — unidade desenvolvida para programa de prevenção às drogas nas

escolas.

● CCRIM — Centro de Ciências Criminais ligado à parte de perícia criminal.

● APM Dom João VI — Escola de Oficiais da Polícia.

● BOPE — um destacamento do Batalhão de Operações Policiais Especiais.

● CMARM — onde são feitas as recargas das munições e reparo em armas.

● CQPS — Centro de Qualificação Policial.

● CDMDF — Unidade destinada à educação física e à saúde mental.

A principal fonte de renda do local são o comércio e a indústria, em um bairro cercado

por lojas, mercados e fábricas.

O padrão de vida das pessoas do local é de classe média a média alta. O Centro de

Formação era uma fazenda que foi doada ao Estado, denominada Fazenda dos Afonsos, onde

hoje existem vários quartéis não só da Polícia, mas também do Exército e da Aeronáutica.

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O bairro, com território de 786,92 hectares, faz limite com a Vila Militar, Campo dos

Afonsos, Deodoro, Vila Valqueire, Tanque, Taquara e Realengo. As principais vias são:

Estrada do Japoré, Avenida Alberico Diniz, Rua Pacífico Pereira, Estrada do Catonho e

Marechal Fontenelle.

A população, em 2010, era composta por 13.062 pessoas, segundo dados da prefeitura

do Rio de Janeiro.

5.3 TAMANHO DA AMOSTRA E SELEÇÃO DA AMOSTRA

5.3.1 Público-alvo

O estudo contemplará os policiais militares do CRSP que residam no estado do Rio de

Janeiro, escolhidos de forma aleatória, incluindo soldados, cabos, sargentos, subtenentes e

oficiais desse centro.

A amostra coletada conta com 170 formulários respondidos por policiais,

considerando que todo o efetivo foi abordado.

5.3.2 Procedimentos

5.3.2.1 Critérios de inclusão

Militares da ativa que trabalhem diretamente no Centro de Recrutamento e Seleção de

Praças (CRSP) e atuem na unidade militar diariamente.

5.3.2.2 Critérios de exclusão

Militares atuantes em outras unidades; funcionários civis; policiais contratados com

tarefa por tempo certo e militares afastados por quaisquer razões; e ainda policiais que

desistiram de dar endereço de sua região de moradia.

Foram excluídos da pesquisa pessoas que ao longo do trabalho pediram para sair da

pesquisa e por se recusarem a informar o local de moradia, algo extremamente importante na

coleta dos dados.

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5.4 COLETA DOS DADOS E ANÁLISE DOS DADOS

Foi feito um pré-teste para ajuste do questionário, foram selecionadas 10 pessoas em

uma sala reservada para não ter interrupção, sendo assim cada voluntário preencheu,

conforme as duvidas foram aparecendo foi esclarecido e anotado para um ajuste melhor das

perguntas essa etapa durou 30 minutos por ser a primeira experiência do primeiro contato do

pesquisador e dos pesquisamos. O pré-teste me levou a fazer alguns ajustes importantes no

questionário para na hora da aplicação não comprometer a coleta de dados.

Na fase de início da coleta de dados, foram feitas coletas através de questionário

individualizado no CRSP, com a presença do pesquisador para tirar dúvidas que surgiram

durante o preenchimento, sem tempo preestabelecido, sempre durante o horário de expediente

normal. Foi reservado local com pouca circulação de pessoas, a fim de evitar quaisquer

interferências, influências ou mesmo constrangimento durante o processo.

O tempo médio entre leitura e assinatura do Termo de Compromisso Livre e

Esclarecido (TCLE) e preenchimento do questionário foi de, aproximadamente, 20 minutos,

acompanhado do pesquisador.

Os dados coletados foram analisados utilizando o software Epi Info, versão 7.2, para

aplicação de estatística descritiva.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A distribuição das clínicas de saúde da família no município do Rio de Janeiro é feita

por áreas programáticas, conforme ilustrado pela Figura 2.

Figura 2— Distribuição da saúde da família no estado do Rio de Janeiro

Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/3700816/4128745/PMS_20142017.pdf. Acesso

em: 20 nov. 2018.

Na área programática 5.2 foi observado um enorme quantitativo de clínicas de saúde

da família, fato que também demonstra o tamanho da região de abrangência em comparação à

área 5.1, que se organiza de maneira mais concentrada, talvez pelo tamanho da área.

Clinicas que ficam próximas a comunidades dominadas por traficantes.

• Clínica de saúde da família Olga Pereira Pacheco situada na rua Ana Quintão

348 Piedade fica próximo a comunidade do Morro do Urubu.

• Clínica da Família Kelly Cristina de Sá Lacerda Silva

· Centro médico público Av. Carlos Sampaio Correia, s/n próximo a

comunidade de Senador Camará

• Clínica da Família Dr. David Capistrano Filho

Endereço: Av. Cesario de Melo, s/nº - Campo Grande.

• Clínica da Família Pe. John Cribbin "Padre João" Padre João"

Est. Manoel Nogueira de Sá, s/nº - Realengo

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Figura 3 — Situação das moradias, segundo a pesquisa feita por geoprocessamento no Epi Info (1)

Fonte:elaborada pelo autor.

Figura 4 — Situação das moradias, segundo a pesquisa feita por geoprocessamento no Epi Info (2)

Fonte: elaborada pelo autor.

Com relação ao gênero nas fileiras da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro,

através da pesquisa observa-se um quantitativo menor de policiais do gênero feminino. No

Gráfico 1 observa-se que dos 115 pesquisados, 98 são do gênero masculino, e 17, do

feminino. Esse quadro reflete a real situação nas fileiras da polícia militar nos dias atuais, uma

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vez que ao abrir processo seletivo para novos profissionais, as vagas para homens são bem

maiores.

Gráfico 1 — Identificação geral do profissional policial (gênero)

Fonte: elaborado pelo autor.

Contudo as mulheres vêm conquistando seu espaço nas fileiras militares e provando

que são capazes de exercer a atividade no mesmo padrão que os homens. Essas vagas estão

amparadas por lei, segundo as normas gerais relativas a concurso público, decretada pelo

Congresso Nacional, no Artigo 74 dos atos contra o concurso público.

Se analisarmos o quantitativo de policiais militares por idade (Tabela 1), no âmbito da

unidade escolhida, veremos que a maior frequência de idade aparece na faixa etária entre 30 e

39 anos de idade, com um percentual de 47,83%; em segundo lugar, a faixa de 40 a 49 anos

de idade, levando em conta a média de permanência no serviço ativo da corporação. Dentro

do previsto, o policial vai para a reserva remunerada (aposentadoria) com aproximadamente

50 anos de idade ou 30 anos de serviço ativo e encerra sua carreira podendo acumular tempo

de trabalho fora da corporação ou forças armadas antes do seu ingresso, passando à condição

de aposentado. Porém responde e está sujeito a todas as sanções previstas no estatuto do

Polícia Militar do Estado do Rio de janeiro até mesmo ser excluído das fileiras policiais ainda

que esteja na reserva remunerada, dependendo de um conselho de justiça interno e, ainda, do

crime ou transgressão cometida.

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Tabela 1— Identificação geral do profissional policial (idade)

Idade Frequência Percentual Percentual

acumulado

Estratificação Estratificação

UCL

18-29 10 8,70% 8,70% 4,25% 15,41%

30-39 55 47,83% 56,52% 38,43% 57,34%

40-49 42 36,52% 93,04% 27,74% 46,01%

50-59 8 6,96% 100,00% 3,05% 13,25%

Total 115 100,00% 100,00%

Fonte: elaborada pelo autor.

No cenário da pesquisa foi observado que o quantitativo de soldados é de 53 para 34

sargentos, dando um percentual de 46,09% de soldados para 29,57% de sargentos ao

considerar um efetivo total de 115 entrevistados. Os oficiais e cabos se apresentam em menor

número, sendo 5 oficiais e 6 cabos num total de 116 policiais pesquisados.

É importante lembrar que cada graduação ou patente (Gráfico 2) tem sua função

específica dentro da corporação. Os praças vão de soldados até sargentos, os profissionais de

execução. O subtenente e os oficiais são responsáveis pela coordenação e planejamento dos

trabalhos oriundos da rotina policial militar.

Gráfico 2 — Identificação geral do profissional policial (graduação/patente)

Fonte: elaborado pelo autor.

Inicialmente foi feita uma estimativa de entrevistas, através do questionário, com 170

policiais militares lotados no CFAP, porém com a situação enfrentada pelo Rio de Janeiro no

ano de 2018, por meio da intervenção militar das Forças Armadas, a polícia militar começou a

fazer movimentações no efetivo das unidades administrativas para as operacionais com o

Graduação/patente

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intuito de reforçar a segurança nas ruas. Diante desse fato, só foi possível aplicar o

questionário em 115 policiais militares, uma vez que a rotatividade do efetivo foi grande,

causando dificuldades para alcançar o número previsto inicialmente. Portanto a pesquisa não

foi prejudicada, pois dentre os policiais que responderam o questionário, foi possível chegar a

algumas conclusões depois de tabuladas no programa Epi Info 7.2.

Dos policiais militares entrevistados, observou-se que a maioria está com seus locais

de moradia concentrados na região da zona norte e na Baixada Fluminense, com 20,87%.

Tabela 2 — Perguntas gerais (local de moradia)

Este

blocorefere-se

a perguntas

gerais: Em

que local você

mora?

Frequência Percentual Percentual

Acumulado

Estratificação

95% LCL

Estratificação

95% UCL

Baixada

Fluminense 24 20,87% 20,87% 13,85% 29,44%

Baixada

Litorânea 3 2,61% 23,48% 0,54% 7,43%

Norte

Fluminense 1 0,87% 24,35% 0,02% 4,75%

Região

Serrana 4 3,48% 27,83% 0,96% 8,67%

Sul

Fluminense 6 5,22% 33,04% 1,94% 11,01%

Zona Norte 24 20,87% 53,91% 13,85% 29,44%

Zona Oeste 52 45,22% 99,13% 35,92% 54,77%

Zona Sul 1 0,87% 100,00% 0,02% 4,75%

Total 115 100,00% 100,00%

Fonte: elaborada pelo autor.

Dentre os policiais entrevistados, aparece um número significativo de pessoas que

nunca foram visitadas pelo agente de saúde de sua região (Tabela 3), sendo 81 dos 115

informados, bem como suas famílias. Considerando que o acesso à saúde na atenção básica

preconiza que a visita do ACs significa uma importante estratégia do Programa Saúde da

Família, estreitando o vínculo do profissional de saúde com as famílias do seu território de

atuação.

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Tabela 3 — Sua casa foi visitada por um agente de saúde da clínica da família?

Com que frequência

sua casa foi visitada

por um agente de

saúde da clínica da

família?

Frequência Percentual Percentual

Acumulado

Estratificação

95% LCL

Estratificação

95% UCL

Nunca foi visitado 81 70,43% 85,22% 61,21% 78,58%

Uma vez ao ano 3 2,61% 100% 0,54% 7,43%

Mensalmente 17 14,78% 14,78% 8,85% 22,61%

Trimestralmente 13 11,30% 97,39% 6,16% 18,55%

Quadrimestralmente 1 0,87% 86,09% 0,02% 4,75%

Fonte: elaborada pelo autor.

O número de ACs por equipe de saúde da família é estimado tendo como base os

critérios populacionais, demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos e cumprindo uma

carga horária de 40 horas semanais, sendo esse um elo de ligação entre o usuário e o serviço

de saúde da família (BRASIL, 2017).

A saúde da família é uma política para a reorganização da atenção básica pelo SUS.

Os resultados obtidos demonstram que é necessária uma implementação estratégica na área

programática de atuação da PNAB, visando à ampliação do vínculo entre os moradores da

região e os serviços de saúde fornecidos.

Os números da Tabela 4 refletem a real situação do acesso do policial à Estratégia

Saúde da Família. Verificou-se que, ao perguntar sobre o acesso à saúde no momento da

necessidade, 33,04% preferem recorrer ao plano de saúde e 30,43% preferem recorrer ao

Hospital da Polícia Militar como recurso para resolver problemas de saúde. Em último lugar

aparece clínica particular, com 4,35% de adesão a esse modelo de assistência.

Tabela 4 — Perguntas gerais (acesso à saúde)

Qual o acesso à

saúde que você e

sua família utilizam

quando precisam?

Frequência Percentual Percentual

Acumulado

Estratificação

95% LCL

Estratificação

95% UCL

Clínica particular 5 4,35% 4,35% 1,43% 9,85%

Hospital público 25 21,74% 26,09% 14,59% 30,40%

Plano de saúde 38 33,04% 59,13% 24,56% 42,43%

Unidade de saúde da

PM 35 30,43% 89,57% 22,20% 39,71%

UPA 12 10,43% 100,00% 5,51% 17,52%

Total 115 100,00% 100,00%

Fonte: elaborada pelo autor.

Alguns policiais informaram desconhecer a nomenclatura Estratégia Saúde da Família

(Gráfico 3), mas quando mencionada a clínica da família, ficou mais clara a compreensão da

pesquisa. Embora muitos tivessem entrado no ambiente da clínica, 86 pessoas informaram

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que desconheciam o que é esse termo. Nesse contesto, o que ficou evidente é que falta de

informação e divulgação pública da Estratégia Saúde da Família, que poderia ser mais bem

utilizadas e melhorasse a qualidade das informações para a população em geral.

Por meio da pesquisa, também foi notado que, do total da amostra, a grande maioria

(86 pessoas) não conhece o que é Estratégia de Saúde da Família, e que, de 100%, 74,78%

não conhece, e 25,22% conhece o modelo.

Gráfico3 — Perguntas gerais (ESF)

Fonte: elaborado pelo autor.

Outro dado importante é o fato de que 69 dos pesquisados nunca utilizaram o serviço

da clínica de saúde da família (Gráfico 4), porém isso pode ser explicado pela falta de

segurança em relação à localização das clínicas, uma vez que o policial e os seus familiares

não se sentem seguros.Os dados são claros quando mostram que dos 46 entrevistados 115

disseram que depende do local de instalação da clínica pelo fato de sua profissão ser de nível

de periculosidade intensa e eminente, sendo que muitas vezes não se identificam como

agentes da lei para não sofrerem represália por parte do poder paralelo da localidade; fato que

acontece até mesmo por disputa de facções: o morador da facção “A” não pode frequentar a

clínica na área da facção “B” e vice-versa.

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Gráfico 4 — Perguntas gerais (clínica da família)

Fonte: elaborado pelo autor.

6.1 CLÍNICAS DA FAMÍLIA E SUA LOCALIZAÇÃO COMO FATOR DE RISCO PARA

POLICIAS FAMILIARES

As questões de segurança aparecem na pesquisa como um fator impeditivo para o

acesso do policial e sua família à saúde da família. Referente ao questionário de pesquisa, a

Tabela 5 apresenta que dos 115 pesquisados, 47 disseram que depende da localidade para a

utilização, por questões de segurança do policial e seus familiares.

Tabela 5 — Segurança no acesso Como policial, você acha

seguro o uso das clínicas de

saúde da família por você e

seus familiares?

Frequency Percent Cum.

Percent

Exact

95%

LCL

Exact

95%

UCL

Depende do local 47 41,23% 41,23% 32,09% 50,83%

Não 23 20,18% 61,40% 13,24% 28,72%

Sim 44 38,60% 100,00% 29,63% 48,17%

Total 114 100,00% 100,00%

Fonte: elaborada pelo autor.

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Clinicas que ficam próximas a comunidades dominadas por traficantes.

• Clínica de saúde da família Olga Pereira Pacheco situada na rua Ana Quintão

348 Piedade fica próximo a comunidade do Morro do Urubu.

• Clínica da Família Kelly Cristina de Sá Lacerda Silva

· Centro médico público Av. Carlos Sampaio Correia, s/n próximo a

comunidade de Senador Camará

• Clínica da Família Dr. David Capistrano Filho

Endereço: Av. Cesario de Melo, s/nº - Campo Grande.

• Clínica da Família Pe. John Cribbin "Padre João" Padre João"

Est. Manoel Nogueira de Sá, s/nº - Realengo

Segundo a pesquisa feita o fator limitador do acesso aos policias e seus familiares é a

proximidade das clinicas de saúde da família com comunidades dominadas por traficantes de

drogas, fazendo com que fique difícil acessar pela condição profissional do policial e a

segurança de sua família.

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7 CONSIDERAÇOES FINAIS

Há quase que um total desconhecimento pelos policiais e seus familiares acerca das

atividades da Estratégia Saúde da Família, o que deve estar ligado ao uso, praticamente único,

dos hospitais da polícia militar, o que acaba acontecendo para evitar exposição aos riscos.

Considerando que muitas equipes estão localizadas em áreas consideradas dominadas pelo

crime, torna-se perigoso para o policial militar.

A carreira militar mostra-se fechado, bem distanciada das atividades da população,

ainda pelas questões que envolvem os riscos na atividade do policial militar, ao consideraras

condições sociais e de segurança pública atuais. Alguns participantes, inclusive, foram

excluídos por se negarem a informar o endereço.

As clinicas de Saúde da família que existem próximas as residências dos policiais são

próximas a comunidade colocando em risco a vida deles e de seus familiares e muitos

disseram que não usam a atenção básica pelo desconhecimento e falta de informação e visita

dos ACS em suas residências para um melhor esclarecimento.

Se considerarmos que a Estratégia Saúde da Família é de ação municipal, o

desconhecimento das questões dessa estratégia pelo policial militar pode, ainda, estar ligado à

distância que porventura exista entre o município e o estado. Pode estar havendo pouca

divulgação das atividades da ESF pela própria saúde pública.

Possivelmente, ações conjuntas entre município e estado, no tocante à instalação de

clínicas da família mais próximas a quartéis da polícia militar, venham a favorecer a

aproximação desse grupo profissional.

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APÊNDICE A — TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

OBRIGATÓRIO PARA PESQUISAS CIENTÍFICAS EM SERES HUMANOS

________________________________________________________________________

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE DA PESQUISA

Nome:

Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )

Data de nascimento:

Endereço:

Bairro: Cidade:

Telefone: Email:

Título do Protocolo de Pesquisa:

“Acesso à Estratégia Saúde da Família (EFS) dos profissionais de Segurança Pública da

Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ)”

Subárea de Investigação: Práticas e Tecnologias em Saúde da Família

Pesquisador responsável: Jorge Marcelo Titiry Pinto — PMERJ — Endereço: Rua Terra

Nova, 184

Bairro: Tomás Coelho/RJ — Telefone: (21) 96444-3667 Email:

[email protected]

Avaliação do risco da pesquisa:

(X) Risco Mínimo ( ) Risco Médio ( ) Risco Baixo ( ) Risco Maior

Objetivo: O objetivo central do estudo é verificar o nível de acesso dos profissionais de

Segurança Pública do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças (CRSP) da Polícia Militar

do Rio de Janeiro e seus familiares à Estratégia Saúde da Família do território onde residem.

Procedimentos:

Você irá responder a um questionário com12 perguntas (múltiplas escolhas ou discursivas)

sobre o acesso à sua saúde e da sua família, referente ao conhecimento de vocês quanto à

clínica de saúde. Você estará na sessão de Educação Física, em ambiente fechado e tranquilo.

Riscos e inconveniências:

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Risco pequeno de constrangimento ao ser abordado e durante a resposta do questionário.

Potenciais benefícios:

Os benefícios esperados de sua participação são a possibilidade que você terá de colocar suas

opiniões e posições diante do desenvolvimento de ações de atenção à saúde dos trabalhadores,

em seu cotidiano de trabalho, no âmbito da atenção básica. Sua participação também

contribuirá para o maior conhecimento dessa realidade e o desenvolvimento de proposições

para a estruturação de ações para a saúde do policial militar.

Os resultados serão divulgados em artigos científicos e na dissertação.

Informações Adicionais:

Apenas a equipe de pesquisa terá acesso aos dados coletados, sendo assegurados a

confidencialidade e o sigilo das informações. As informações obtidas a partir da análise das

respostas dos questionários serão sistematizadas e analisadas sem que seja possível identificar

os participantes. Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na divulgação dos

resultados da pesquisa, e somente irão constar nos nossos materiais de divulgação caso você

julgue importante o conhecimento. O material será armazenado em local seguro.

Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, pode entrar em

contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estácio de Sá, em horário

comercial pelo e-mail [email protected] pelo telefone (21)2206-9726. O CEP UNESA

atende em seus horários de plantão, às terças e quintas, das 9h às 17h, na Av. Presidente

Vargas, 642, 22º andar.

Para esta pesquisa, não haverá nenhum custo do participante em qualquer fase do estudo. Do

mesmo modo, não haverá compensação financeira relacionada à sua participação. Você terá

total e plena liberdade para se recusar a participar, bem como retirar seu consentimento em

qualquer fase da pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito do que li, ou que leram para mim,

descrevendo o estudo: “Acesso à Estratégia Saúde da Família (EFS) dos profissionais de

Segurança Pública da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ)”. Os

propósitos desta pesquisa são claros. Do mesmo modo, estou ciente dos procedimentos a

serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de

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esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que a minha participação é isenta de

despesas. Concordo voluntariamente com aminha participação, sabendo que poderei retirar o

meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante a mesma, sem penalidades ou

prejuízos.

Este termo será assinado em duas (2) vias de igual teor: uma para o participante da pesquisa, e

outra para o responsável pela pesquisa.

Rio de Janeiro, ____ / ____ / ______.

__________________________________ __________________________________

Assinatura do participante da pesquisa Assinatura do responsável da pesquisa

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APÊNDICE B — QUESTIONÁRIO DE COLETA DE DADOS

DADOS REFERENTES À RELAÇÃO POLICIAL X ESTRATÉGIA SAÚDE DA

FAMÍILIA

Bloco 1

Identificação geral do profissional policial

Endereço:

___________________________________________________________________

Bairro: __________________ Município: ________________________

CEP.: ____________________________

Prezado(a),

Este questionário que você preencherá se refere ao acesso dos policiais e seus

familiares à Estratégia Saúde da Família (EFS) ao local onde reside.

O questionário é anônimo. Dessa forma, ninguém saberá quem respondeu.

Não existem respostas certas ou erradas para as questões, por isso sua sinceridade

é muito importante ao respondê-lo. É importante que você não deixe de responder

nenhuma questão.

Você não é obrigado a participar da pesquisa. Se não quiser participar, por favor,

deixe seu questionário em branco e entregue ao pesquisador.

Agradecemos a colaboração.

Idade:

( ) 18 — 29 ( ) 30-39 ( ) 40-49 ( ) 50-59

Gênero:

( ) Feminino ( ) Masculino

Qual sua graduação ou patente?

( ) Soldado ( ) Cabo ( ) Sargento ( ) Subtenente ( ) Oficial

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Bloco 2

Este bloco se refere a perguntas gerais:

1. Qual o local onde mora?

( ) Zona norte ( ) Zona sul ( ) Centro ( ) Zona oeste

( ) Baixada Fluminense ( ) Baixada Litorânea ( ) Região Serrana

( ) Sul fluminense ( ) Norte fluminense

2. Quem mora na sua residência com você?

( ) cônjuge ( ) filhos ( ) pais ( ) outros parentes ( ) todos anteriores

3. Com que frequência sua casa foi visitada por um agente de saúde da clínica da família?

( ) Mensalmente ( ) Trimestralmente

( ) Quadrimestral ( ) 1x ao ano ( ) Nunca

4. Qual o acesso a saúde que você e sua família utiliza quando precisa?

( ) Hospital Público ( ) Unidade de Saúde da PM ( ) UPA

( ) Plano de Saúde ( ) Clínica Particular ( ) PSF

5. Sua família sabe o que é a Estratégia Saúde da Família?

( ) Sim ( ) Não

6. Sua família já entrou em uma clínica de saúde da família?

( ) Sim ( ) Não Por que? ______________________________

7. Sua família já utilizou a clínica de saúde da família?

( ) Sim ( ) Não

8. Se sim, com que frequência?

( ) Nunca ( ) Às vezes ( ) Sempre que preciso

( ) Raramente

9. Como policial, você considera seguro o uso das clínicas de saúde da família por você e seus

familiares?

( ) Sim ( ) Não ( ) Depende da localização

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Motivo: ____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

10. Qual o grau de confiança que você atribui a esse tipo de assistência?

( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Muito ruim

( ) Não se aplica

11. Quando sua família precisa de auxílio médico, qual a sua escolha?

( ) Hospital público ( ) Unidade de saúde da PM

( ) Plano de saúde ( ) Clínica particular ( ) Clínica da família

Prezado,

Obrigado por participar da pesquisa. Caso deseje comentar mais alguma coisa sobre o

seu acesso à ESF, faça uso do espaço abaixo.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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ANEXO A — PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Disponível em:http://plataformabrasil.saude.gov.br. Acesso em: 18 set. 2018.

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ANEXO B — PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP (CONTINUAÇÃO)

Disponível em:http://plataformabrasil.saude.gov.br. Acesso em: 18 set. 2018.

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ANEXO C — DOCUMENTO SOLICITANDO A PMERJ O NÚMERO DE LEITOS

Fonte: elaborado pelo autor.

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ANEXO D — RESPOSTA À SOLICITAÇÃO DO HOSPITAL DA POLÍCIA

MILITAR DE NITERÓI

Fonte: elaborado pelo autor.

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ANEXO E — RESPOSTA À SOLICITAÇÃO DO HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR

DO RJ

Fonte: elaborado pelo autor.