Achegue se a jeová

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A CHEGUE-SE A J EOV ´ A

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Page 1: Achegue se a jeová

A respeito de Jeova Deus, Isaıas 40:11

diz: “Qual pastor ele pastoreara a sua

propria grei. Com o seu braco reunira

os cordeiros; e os carregara ao colo.”

Ao observar o cordeiro no colo do

pastor, voce nao anseia um aconchego

similar com seu Pai celestial?

Mas como podera achegar-se a Jeova?

ACHEGUE-SEAJEOVA

ACHEGUE-SE

AJEOVA

cl-T

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A respeito de Jeova Deus, Isaıas 40:11

diz: “Qual pastor ele pastoreara a sua

propria grei. Com o seu braco reunira

os cordeiros; e os carregara ao colo.”

Ao observar o cordeiro no colo do

pastor, voce nao anseia um aconchego

similar com seu Pai celestial?

Mas como podera achegar-se a Jeova?

ACHEGUE-SEAJEOVA

ACHEGUE-SE

AJEOVA

cl-T

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ACHEGUE-SEA

JEOV´

A

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Creditos das fotos: ˇ Pagina 49: cortesia do Anglo-Australian Observatory,foto de David Malin ˇ Pagina 174: U.S. Fish & Wildlife Service, Washing-ton, DC/Wyman Meinzer ˇ Pagina 243: � J. Heidecker/VIREO

� 2002, 2014WATCH TOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF PENNSYLVANIA

ASSOCIAC˜

AO TORRE DE VIGIA DE B´IBLIAS E TRATADOS

Todos os direitos reservadosAchegue-se a Jeova

EditorasWATCHTOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF NEW YORK, INC.

Brooklyn, New York, U.S.A.ASSOCIAC

˜AO TORRE DE VIGIA DE B

´IBLIAS E TRATADOS

Rodovia SP-141, km 43, Cesario Lange, SP, 18285-901, BrasilEdicao de dezembro de 2013

Esta publicacao nao e vendida. Ela faz parte de uma obraeducativa bıblica, mundial, mantida por donativos.

A menos que haja outra indicacao, os textos bıblicos citados sao daTraducao do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referencias.

Draw Close to JehovahPortuguese (Brazilian Edition) (cl-T)

ISBN 85-7392-067-XMade in Brazil Impresso no Brasil

Page 5: Achegue se a jeová

Prezado leitor:

Sente-se achegado a Deus? Muitos acham issosimplesmente impossıvel. Alguns receiam que Deusseja alguem distante demais; outros se consideramirremediavelmente indignos. Contudo, a Bıblia amo-rosamente nos exorta: “Chegai-vos a Deus, e ele sechegara a vos.” (Tiago 4:8) Deus ate mesmo garan-te a seus adoradores: “Eu, Jeova, teu Deus, agarro atua direita, Aquele que te diz: ‘Nao tenhas medo. Eumesmo te ajudarei.’ ” — Isaıas 41:13.

Como podemos desenvolver uma relacao taoachegada com Deus? Em qualquer amizade que de-senvolvemos, o vınculo se baseia em conhecer apessoa, em admirar e valorizar suas caracterısticasdistintas. Assim, as qualidades e os tratos de Deus,revelados na Bıblia, sao um campo vital para estudo.Ponderar sobre como Jeova manifesta cada uma desuas qualidades, ver como Jesus Cristo as refletiu comperfeicao e entender como nos as podemos cultivarnos achegara a Deus. Veremos que Jeova e o legıtimoe ideal Soberano do Universo. Alem disso, ele e o Paide que todos nos precisamos. Poderoso, justo, sabioe amoroso, jamais abandona seus filhos fieis.

Que este livro o ajude a achegar-se ainda mais aJeova Deus, a criar um vınculo com ele que jamaissera rompido, de modo que voce possa viver paralouva-lo eternamente.

Os Editores

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Capıtulo

1 “Eis! Este e o nosso Deus” 72

´E mesmo possıvel ‘achegar-se a Deus’? 16

3 “Santo, santo, santo e Jeova” 26

SEC˜

AO 1 “Vigoroso em poder”

4 “Jeova e . . . grande em poder” 375 Poder criativo — “Aquele que fez

o ceu e a terra” 476 Poder de destruicao — “Jeova e pessoa

varonil de guerra” 577 Poder protetor — ‘Deus e para nos

um refugio’ 678 Poder de restauracao — Jeova ‘faz

novas todas as coisas’ 779 “Cristo e o poder de Deus” 87

10 “Tornai-vos imitadores de Deus”no uso do poder 97

SEC˜

AO 2 “Ama a justica”

11 “Todos os seus caminhos sao justica” 10812 “Ha injustica da parte de Deus?” 11813 “A lei de Jeova e perfeita” 12814 Jeova providenciou um “resgate

em troca de muitos” 138

S u m a r i o

Page 7: Achegue se a jeová

Capıtulo

15 Jesus ‘estabelece justica na Terra’ 14816 ‘Exerca a justica’ ao andar com Deus 158

SEC˜

AO 3 “Sabio de coracao”

17 ‘´

O profundidade da sabedoria de Deus!’ 16918 Sabedoria encontrada na ‘Palavra de Deus’ 17919 “A sabedoria de Deus em segredo sagrado” 18920 “Sabio de coracao”, mas humilde 19921 Jesus revela a “sabedoria de Deus” 20922 Esta pondo em pratica

“a sabedoria de cima”? 219

SEC˜

AO 4 “Deus e amor”

23 “Ele nos amou primeiro” 23124 Nada pode “nos separar

do amor de Deus” 24025 A “terna compaixao de nosso Deus” 25026 Um Deus “pronto a perdoar” 26027 “Quao grande e a sua bondade!” 27028 “So tu es leal” 28029 “Para que conhecais o amor do Cristo” 29030 “Prossegui andando em amor” 300

31 “Chegai-vos a Deus, e elese chegara a vos” 310

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CONSEGUE se imaginar conversando com Deus? A propriaideia disso assusta — um dialogo com o Soberano do Uni-verso? De inıcio, voce hesita, mas daı consegue falar. Deusescuta, responde e ate lhe permite fazer qualquer pergunta.Que pergunta voce faria?

2 Muito tempo atras, um homem se encontrava justamen-te nessa situacao. Seu nome era Moises. A pergunta que elefez a Deus, porem, talvez o surpreenda. Ele nao perguntoua respeito de si mesmo, de seu futuro, ou mesmo da aflicaoda humanidade. Em vez disso, perguntou o nome de Deus.Que coisa estranha! Moises ja sabia o nome de Deus. Por-tanto, a pergunta deve ter tido um sentido mais profundo.De fato, foi a pergunta mais significativa que Moises po-dia ter feito. A resposta afeta a todos nos. Pode ajudar vocea tomar medidas importantes a fim de achegar-se a Deus.Como assim? Vamos dar uma olhada nesse notavel dialogo.

3 Moises estava com 80 anos de idade. Ele havia passa-do quatro decadas exilado de seu povo, os israelitas, queeram escravos no Egito. Certo dia, enquanto cuidava dos re-banhos de seu sogro, ele viu um fenomeno estranho. Umespinheiro estava em chamas, mas nao se consumia. Sim-plesmente continuava queimando, reluzindo como um fa-rol na encosta do monte. Moises se aproximou para olhar.Como deve ter ficado espantado ao ouvir uma voz do meiodo fogo! Daı, por meio de um porta-voz angelico, Deus eMoises dialogaram longamente. E, como talvez saiba, na-quela ocasiao, Jeova incumbiu o hesitante Moises de deixar

1, 2. (a) Que perguntas voce gostaria de fazer a Deus? (b) O que Moi-ses perguntou a Deus?3, 4. Que incidentes levaram a um dialogo entre Moises e Deus, equal foi a essencia dessa conversa?

C A P´I T U L O 1

“Eis! Este e o nosso Deus”

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a sua vida tranquila e voltar ao Egito para libertar os israeli-tas da escravidao. —

ˆExodo 3:1-12.

4 Naquele momento, Moises podia ter feito qualquer per-gunta a Deus. Mas note a que ele escolheu: “Suponhamosque eu va ter com os filhos de Israel e deveras lhes diga: ‘ODeus de vossos antepassados enviou-me a vos’, e eles deve-ras me digam: ‘Qual e o seu nome?’ O que hei de dizer-lhes?” —

ˆExodo 3:13.

5 Essa pergunta nos ensina, acima de tudo, que Deus temnome. Nao devemos encarar levianamente essa verdadesimples. Muitos, porem, o fazem. O nome de Deus foi re-movido de inumeras traducoes da Bıblia e substituıdo portıtulos, como “Senhor” e “Deus”. Essa e uma das coisasmais tristes e repreensıveis feitas em nome da religiao. Afi-nal, qual e a primeira coisa que voce faz ao conhecer al-guem? Nao e perguntar o nome?

´E similar quando se trata

de conhecer a Deus. Ele nao e um ser sem nome e distan-te, impossıvel de se conhecer ou entender. Embora seja in-visıvel, e uma pessoa e tem nome — Jeova.

6 Alem disso, quando Deus revela seu nome, ha algo maisenvolvido, algo grandioso e emocionante. Ao fazer isso, elena verdade nos convida a conhece-lo. Deseja que facamos amelhor escolha na vida — achegar-nos a ele. Mas Jeova fazmais do que apenas nos dizer o seu nome. Ele tambem nosensina sobre a pessoa que esse nome representa.

O significado do nome de Deus7 O proprio Jeova escolheu seu nome, que e rico em sig-

nificado. Entende-se que “Jeova” significa “Ele Causa que

5, 6. (a) Que verdade simples e vital nos ensina a pergunta de Moi-ses? (b) Que coisa repreensıvel tem sido feita com o nome de Deus?(c) Por que e tao significativo que Deus tenha revelado seu nome ahumanidade?7. (a) Entende-se que o nome de Deus significa o que? (b) O que Moi-ses realmente queria saber ao perguntar a Deus o seu nome?

ACHEGUE-SE A JEOV´

A8

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Venha a Ser”. Nao existe ninguem igual a ele em todo oUniverso, pois ele trouxe a existencia todas as coisas e fazcom que todos os seus propositos se tornem realidade. Essaideia inspira reverencia. Mas sera que existe outro aspectorelacionado ao significado do nome de Deus? Moises, evi-dentemente, desejava aprender mais. Ele ja sabia que Jeovae o Criador e conhecia o nome de Deus. O nome divinonao era novo. Fazia seculos que as pessoas o usavam. Real-mente, ao perguntar o nome de Deus, Moises indagava arespeito da pessoa representada pelo nome. Era como se eledissesse: ‘O que posso dizer a teu respeito ao teu povo, Is-rael, algo que edifique a fe que eles tem em ti, que os con-venca de que realmente os libertaras?’

8 Em resposta, Jeova revelou um aspecto emocionante desua personalidade, algo relacionado com o significado deseu nome. Ele disse a Moises: “Mostrarei ser o que eu mos-trar ser.” (

ˆExodo 3:14) Muitas traducoes da Bıblia dizem

aqui: “Eu sou o que sou.” Mas traducoes cuidadosas mos-tram que Deus nao estava meramente confirmando suapropria existencia. Em vez disso, Jeova estava ensinando aMoises — e por extensao a todos nos — que Ele ‘mostra-ria ser’, ou escolheria se tornar, o que quer que fosse pre-ciso para cumprir as Suas promessas. Outra traducao verteapropriadamente esse versıculo: “Tornar-me-ei o que for daminha vontade.” (Rotherham) Certo versado em hebraicobıblico explica assim essa expressao: “Qualquer que seja asituacao ou a necessidade . . . , Deus ‘se torna’ a solucaopara essa necessidade.”

9 O que isso significava para os israelitas? Nao importaque obstaculos enfrentassem, ou quanto fosse difıcil a si-tuacao deles, Jeova se tornaria o que quer que fosse

8, 9. (a) Como Jeova respondeu a pergunta de Moises, e o que hade errado na maneira em que sua resposta muitas vezes e traduzida?(b) O que significa a declaracao “mostrarei ser o que eu mostrar ser”?

9“EIS! ESTE´E O NOSSO DEUS”

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necessario para liberta-los da escravidao e leva-los a TerraPrometida. Certamente, esse nome inspirava confianca emDeus. Pode fazer o mesmo por nos hoje. (Salmo 9:10) Porque?

10 Para ilustrar: os pais sabem como e preciso ser versa-til e adaptavel na criacao dos filhos. Num so dia, o pai (oua mae) talvez tenha de ser enfermeiro, cozinheiro, profes-sor, disciplinador, juiz e muito mais. Muitos se sentem so-brecarregados pelos muitos papeis diferentes que se esperaque desempenhem. Sabem que os filhos tem total confian-ca neles, jamais duvidando que papai ou mamae possamaliviar a dor, resolver disputas, consertar qualquer brinque-do quebrado e responder a qualquer pergunta que surjanas suas mentes sempre tao cheias de indagacoes. Algunspais se sentem humilhados e, as vezes, frustrados por causade suas proprias limitacoes. Sentem-se terrivelmente des-preparados para cumprir muitos desses papeis.

11 Jeova tambem e um Pai amoroso. No entanto, no ambi-to de seus padroes perfeitos, nao ha nada que ele nao pos-sa se tornar para cuidar de seus filhos terrestres do melhormodo possıvel. Portanto, o seu nome, Jeova, nos faz pen-sar nele como o melhor Pai imaginavel. (Tiago 1:17) Moi-ses e todos os outros israelitas fieis logo perceberam queJeova faz jus ao seu nome. Observaram assombrados comoJeova se tornou um Comandante Militar imbatıvel, o Se-nhor de todos os elementos naturais, um inigualavel Legis-lador, Juiz, Arquiteto, Provisor de alimentos e de agua, Pre-servador de roupas e calcados — e mais.

12 Desse modo, Deus tornou conhecido seu nome, reve-lou coisas emocionantes sobre a pessoa representada por

10, 11. Por que o nome de Jeova nos faz pensar nele como o maisversatil e o melhor Pai imaginavel? Ilustre.12. Como a atitude de Farao para com Jeova foi diferente da de Moi-ses?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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esse nome e ate mesmo demonstrou que o que ele diz so-bre si mesmo e verdade. Sem duvida, Jeova quer que o co-nhecamos. Como reagimos? Moises desejava conhecer aDeus. Esse desejo intenso moldou sua vida e fez com que seachegasse bem ao seu Pai celestial. (Numeros 12:6-8; He-breus 11:27) Infelizmente, poucos dos contemporaneos deMoises tinham o mesmo desejo. Quando ele mencionou onome de Jeova a Farao, esse altivo monarca egıpcio retru-cou: “Quem e Jeova?” (

ˆExodo 5:2) Farao nao queria se in-

formar mais a respeito de Jeova. Em vez disso, cinicamen-te descartou o Deus de Israel como sendo sem importanciaou irrelevante. Essa atitude ainda e muito comum hoje. Elacega a pessoa a uma das verdades mais importantes queexiste: Jeova e o Soberano Senhor.

O Soberano Senhor Jeova13 Jeova e tao versatil, tao adaptavel, que tem merecida-

mente uma grande variedade de tıtulos nas Escrituras. Elesnao rivalizam com o seu nome; em vez disso, nos ensi-nam mais sobre o que o nome representa. Por exemplo, elee chamado de “Soberano Senhor Jeova”. (2 Samuel 7:22)Esse tıtulo sublime, que ocorre cerca de 300 vezes na Bıblia,fala-nos da posicao de Deus. So ele tem o direito de ser oGovernante de todo o Universo. Veja por que.

14 Jeova e unico como Criador. Revelacao (Apocalipse)4:11 diz: “Digno es, Jeova, sim, nosso Deus, de receber agloria, e a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas eporque elas existiram e foram criadas por tua vontade.” Es-sas palavras sublimes nao sao aplicaveis a nenhum outroser. Tudo no Universo deve sua existencia a Jeova! Sem du-vida, ele e digno da honra, do poder e da gloria que vem

13, 14. (a) Por que a Bıblia da muitos tıtulos a Jeova e quais sao al-guns deles? (Veja o quadro na pagina 14.) (b) Por que somente Jeovamerece ser chamado de “Soberano Senhor”?

11“EIS! ESTE´E O NOSSO DEUS”

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com o fato de ele ser o Soberano Senhor e Criador de todasas coisas.

15 Outro tıtulo aplicado exclusivamente a Jeova e “Rei daeternidade”. (1 Timoteo 1:17; Revelacao 15:3) O que issosignifica?

´E difıcil para a nossa mente limitada entender,

mas Jeova e eterno em ambas as direcoes — passado e futu-ro. O Salmo 90:2 diz: “De tempo indefinido a tempo inde-finido, tu es Deus.” Portanto, Jeova nunca teve princıpio;ele sempre existiu.

´E corretamente chamado de “Antigo de

Dias” — existia por uma eternidade antes de alguem ou al-guma coisa no Universo ter vindo a existencia! (Daniel 7:9,13, 22) Quem pode questionar validamente seu direito deser o Soberano Senhor?

16 No entanto, alguns realmente questionam esse direito,como fez Farao. Parte do problema e que os homens im-perfeitos confiam demais no que podem ver com os olhosliterais. Nao podemos ver o Soberano Senhor. Ele e um serespiritual, invisıvel aos olhos humanos. ( Joao 4:24) Alemdisso, se um ser humano, de carne e sangue, viesse a estarna presenca literal de Jeova, isso lhe seria fatal. O proprioJeova disse a Moises: “Nao podes ver a minha face, porquehomem algum pode ver-me e continuar vivo.” —

ˆExodo

33:20; Joao 1:18.17 Isso nao nos deve surpreender. Moises chegou a ver

apenas uma parte da gloria de Jeova, evidentemente pormeio de um representante angelico. Com que efeito?O rosto de Moises “emitia raios” por um bom tempo de-pois. Os israelitas temiam ate mesmo olhar diretamentepara o rosto dele. (

ˆExodo 33:21-23; 34:5-7, 29, 30) Certa-

mente, pois, nenhum mero ser humano poderia ver o pro-

15. Por que Jeova e chamado de “Rei da eternidade”?16, 17. (a) Por que nao podemos ver a Jeova, e por que isso nao nosdeve surpreender? (b) Em que sentido Jeova e mais real do que qual-quer coisa que possamos ver ou tocar?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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prio Soberano Senhor em toda a sua gloria! Isso significa,entao, que ele e menos real do que aquilo que podemos vere tocar? Nao, nos aceitamos prontamente como reais mui-tas coisas que nao podemos ver — o vento, as ondas de ra-dio e os pensamentos, por exemplo. Alem do mais, Jeova epermanente, nao e afetado pela passagem do tempo, nemmesmo por incontaveis bilhoes de anos! Nesse sentido, elee muito mais real do que qualquer coisa que possamos to-car ou ver, pois o ambiente fısico esta sujeito ao envelhe-cimento e a decadencia. (Mateus 6:19) Devemos imagina-lo, entao, como simples forca abstrata, impessoal, ou comovaga Causa Primaria? Vejamos.

Um Deus de personalidade18 Embora nao possamos ver a Deus, ha emocionantes

trechos na Bıblia que nos dao vislumbres do proprio ceu.Um exemplo e o primeiro capıtulo de Ezequiel. Esse profe-ta teve uma visao da organizacao celestial de Jeova, na for-ma de um enorme carro celestial. Especialmente impres-sionante e a descricao das poderosas criaturas espirituaisem volta de Deus. (Ezequiel 1:4-10) Essas “criaturas viven-tes” se associam intimamente com Jeova, e sua aparencianos revela algo importante sobre o Deus a quem servem.Cada qual tem quatro faces: de touro, de leao, de aguia e dehomem. Essas evidentemente simbolizam as quatro quali-dades notaveis da personalidade de Jeova. — Revelacao4:6-8, 10.

19 Na Bıblia, o touro muitas vezes representa forca, oupoder, e merecidamente, pois e um animal muito for-te. O leao, por sua vez, representa a justica, pois a verda-deira justica exige coragem, uma qualidade destacada dos

18. Que visao Ezequiel teve e o que simbolizam as quatro faces das“criaturas viventes” proximas a Jeova?19. Que qualidade representa (a) a face de touro? (b) a face de leao?(c) a face de aguia? (d) a face de homem?

13“EIS! ESTE´E O NOSSO DEUS”

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leoes. As aguias sao bem conhecidas por sua visao agucada,podendo enxergar ate mesmo pequenos objetos a quilome-tros de distancia. Assim, a face de aguia representaria bema previdente sabedoria de Deus. E a face de homem? Bem,o homem, feito a imagem de Deus, e unico na capacida-de de refletir a principal qualidade divina: o amor. (Gene-sis 1:26) Essas facetas da personalidade de Jeova — poder,justica, sabedoria e amor — sao tantas vezes destacadas nasEscrituras que podem ser chamadas de atributos principaisde Deus.

20 Devemos temer que Deus possa ter mudado nos milha-res de anos desde que foi descrito na Bıblia? Nao, a per-sonalidade de Deus nao muda. Ele nos diz: “Eu sou Jeova;nao mudei.” (Malaquias 3:6) Em vez de mudar arbitraria-mente, Jeova mostra ser um Pai ideal no modo de reagir acada situacao. Ele manifesta os aspectos de sua personali-dade que sejam mais apropriados. Das quatro qualidades, apredominante e o amor, que permeia tudo o que Deus faz.Ele exerce o poder, a justica e a sabedoria de maneira amo-

20. Temos motivos para temer que a personalidade de Jeova tenhamudado? Por que responde assim?

Alguns tıtulos de JeovaGrandioso Instrutor. Ele e o todo-sabio Mestre, a quem deve-mos recorrer em busca de instrucao e orientacao. — Isaıas 30:20;48:17.Pai. A fonte de toda a vida, incluindo a vida eterna; tem amorpaternal pelos seus servos. — Proverbios 27:11; Joao 5:21.Pastor. Ele guia e protege seus servos comparaveis a ovelhas, pro-videnciando seu sustento espiritual. — Salmo 23:1.A Rocha. Imutavel, ele e um refugio seguro. — Deuteronomio32:4.Todo-Poderoso. Seu poder e ilimitado, insuperavel. — Revelacao15:3.

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Page 17: Achegue se a jeová

rosa. De fato, a Bıblia declara algo extraordinario a respeitode Deus e dessa qualidade. Diz: “Deus e amor.” (1 Joao 4:8)Note que nao diz que Deus tem amor ou que Deus e amo-roso, e sim que Deus e amor. O amor, a sua propria essen-cia, motiva-o em tudo o que ele faz.

“Eis! Este e o nosso Deus”21 Ja viu alguma vez uma criancinha apontar o pai para

seus amiguinhos e dizer, toda contente e orgulhosa: “Essee o meu pai!”? Os adoradores de Jeova tem todos os mo-tivos para sentirem o mesmo a respeito dele. A Bıblia pre-disse um tempo em que as pessoas fieis exclamariam: “Eis!Este e o nosso Deus.” (Isaıas 25:8, 9) Quanto mais voce en-tender as qualidades de Jeova, tanto mais vera que tem omelhor Pai imaginavel.

22 Esse Pai nao e frio, arredio ou distante — apesar do quetem ensinado alguns religiosos e filosofos rıgidos. Dificil-mente nos sentirıamos atraıdos a um Deus frio, e nao e as-sim que a Bıblia retrata nosso Pai celestial. Ao contrario, elao chama de “Deus feliz”. (1 Timoteo 1:11) Ele tem senti-mentos tanto fortes como ternos. Fica “magoado no cora-cao” quando suas criaturas inteligentes violam as diretrizesque ele fornece para o bem-estar delas. (Genesis 6:6; Salmo78:41) Mas, quando agimos sabiamente segundo a sua Pa-lavra, ‘alegramos seu coracao’. — Proverbios 27:11.

23 Nosso Pai deseja que nos acheguemos a ele. A sua Pala-vra nos incentiva a ‘tatearmos por ele e realmente o achar-mos, embora, de fato, nao esteja longe de cada um de nos’.(Atos 17:27) Mas como e possıvel que meros humanos seacheguem ao Soberano Senhor do Universo?

21. A que conclusao chegaremos a medida que conhecermos melhoras qualidades de Jeova?22, 23. Como a Bıblia retrata o nosso Pai celestial e como sabemosque ele quer que nos acheguemos a ele?

15“EIS! ESTE´E O NOSSO DEUS”

Page 18: Achegue se a jeová

COMO se sentiria se o Criador do ceu e da Terra dissessea seu respeito: “Este e meu amigo”? Muitos talvez achemisso fantasioso. Afinal, como poderia um mero ser huma-no ter amizade com Jeova? Mas a Bıblia garante que pode-mos realmente nos achegar a Deus.

2 Abraao, da antiguidade, foi um dos que desfrutaram talachego. Jeova referiu-se a esse patriarca como “meu ami-go”. (Isaıas 41:8) Sim, Deus o considerava como amigopessoal. Abraao foi recompensado com esse relacionamen-to porque “depositou fe em Jeova”. (Tiago 2:23) Tambemhoje, Jeova busca oportunidades de ‘se afeicoar’ aos queo servem por amor. (Deuteronomio 10:15) A sua Palavraexorta: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegara a vos.” (Tiago4:8) Essas palavras, na verdade, sao tanto um convite comouma promessa.

3 Jeova nos convida a nos achegarmos a ele. Ele se dis-poe a nos aceitar como amigos. E promete que, se der-mos os passos nesse sentido, ele fara o mesmo: se ache-gara a nos. Assim, podemos ter algo realmente precioso:“intimidade com Jeova”.� (Salmo 25:14) “Intimidade”

�´

E interessante que a palavra hebraica traduzida por “intimidade”e usada em Amos 3:7, que diz que o Soberano Senhor Jeova revela seu“assunto confidencial” aos seus servos, comunicando-lhes com ante-cedencia o que pretende fazer.

1, 2. (a) O que muitos talvez achem fantasioso, mas que garantia aBıblia nos da? (b) Abraao foi recompensado com que relacionamen-to e por que?3. Que convite Jeova nos faz e que promessa se relaciona com esseconvite?

C A P´I T U L O 2

´E mesmo possıvel

‘achegar-se a Deus’?

Page 19: Achegue se a jeová

da a ideia de conversa confidencial com um amigo es-pecial.

4 Voce tem um amigo bem achegado em quem pode con-fiar? Um amigo assim se importa com a sua pessoa.

´E al-

guem em quem voce confia, pois mostrou-se leal. Partilharsuas alegrias com ele deixa voce ainda mais feliz. Quan-do voce esta triste e precisa desabafar, ele o ouve comempatia. Mesmo quando ninguem mais parece entendervoce, ele entende. Da mesma forma, quando nos achega-mos a Deus, ganhamos um Amigo especial que realmen-te nos valoriza, que se importa profundamente conosco enos entende plenamente. (Salmo 103:14; 1 Pedro 5:7) Po-demos ter a mais profunda confianca nele, sabendo queDeus e leal aos que lhe sao leais. (Salmo 18:25) No entan-to, essa privilegiada intimidade com Deus so esta ao nossoalcance porque ele a tornou possıvel.

Jeova abriu o caminho5 Como pecadores, jamais poderıamos nos achegar a

Deus sem ajuda. (Salmo 5:4) “Mas Deus recomenda a noso seu proprio amor, por Cristo ter morrido por nos en-quanto eramos ainda pecadores”, escreveu o apostolo Pau-lo. (Romanos 5:8) Sim, Jeova providenciou que Jesus ‘des-se a sua alma como resgate em troca de muitos’. (Mateus20:28) Nossa fe nesse sacrifıcio de resgate possibilita nosachegarmos a Deus. Visto que ele “nos amou primeiro”,lancou a base para entrarmos numa relacao de amizadecom ele. — 1 Joao 4:19.

6 Jeova tomou outra medida: revelou-se a nos. Numa

4. Como descreveria um amigo bem achegado? De que modo Jeovamostra ser um amigo desse tipo para os que se achegam a ele?5. O que Jeova fez para possibilitar que nos achegassemos a ele?6, 7. (a) Como sabemos que Jeova nao e um Deus oculto e indeci-fravel? (b) De que maneiras Jeova se revelou a nos?

17´E MESMO POSS

´IVEL ‘ACHEGAR-SE A DEUS’?

Page 20: Achegue se a jeová

amizade, so pode haver achego se realmente conhecermosa pessoa, valorizando suas qualidades e seu modo de ser.Assim, se Jeova fosse um Deus oculto e indecifravel, jamaispoderıamos nos achegar a ele. No entanto, longe de seocultar, Deus quer que o conhecamos. (Isaıas 45:19) Alemdo mais, o que ele revela sobre si mesmo esta disponıvel atodos, mesmo aos que sao considerados humildes segun-do os padroes do mundo. — Mateus 11:25.

7 Como Jeova se revela a nos? As suas obras criativas daoa conhecer certos aspectos de sua personalidade: seu vas-to poder, sua profunda sabedoria, seu incomparavel amor.(Romanos 1:20) Mas Jeova nao se revela apenas por meiodas coisas que criou. Como Grandioso Comunicador, eleforneceu uma revelacao escrita a respeito de si mesmo nasua Palavra, a Bıblia.

Contemple “a afabilidade de Jeova”8 A propria Bıblia e evidencia do amor de Jeova por nos.

Em sua Palavra, ele revela a si mesmo em termos quepodemos compreender — uma prova de que ele nao ape-nas nos ama, mas deseja que o conhecamos e amemos.O que lemos nesse livro precioso nos possibilita contem-plar “a afabilidade de Jeova” e nos motiva a querer nosachegar a ele. (Salmo 90:17) Vejamos algumas das anima-doras maneiras pelas quais Jeova se revela na sua Palavra.

9 As Escrituras contem muitas declaracoes diretas queidentificam as qualidades de Deus. Note alguns exem-plos. “Jeova ama a justica.” (Salmo 37:28) Deus e “su-blime em poder”. ( Jo 37:23) “ ‘Sou leal’, e a pronuncia-cao de Jeova.” ( Jeremias 3:12) “Ele e sabio de coracao.”

8. Por que se pode dizer que a propria Bıblia e evidencia do amor deJeova por nos?9. Cite alguns exemplos de declaracoes bıblicas diretas que identifi-cam as qualidades de Deus.

ACHEGUE-SE A JEOV´

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Page 21: Achegue se a jeová

(Jo 9:4) Ele e “Deus miseri-cordioso e clemente, vaga-roso em irar-se e abun-dante em benevolencia eem verdade”. (

ˆExodo 34:6)

“Tu, o Jeova, es bom e estaspronto a perdoar.” (Salmo86:5) E, como menciona-do no capıtulo anterior, uma qualidade e predominante:“Deus e amor.” (1 Joao 4:8) Ao refletir sobre essas qualida-des agradaveis, nao se sente atraıdo a esse Deus incompa-ravel?

10 Alem de nos revelar as suas qualidades, Jeova amoro-samente incluiu na sua Palavra exemplos reais dessasqualidades em acao. Esses relatos vıvidos nos ajudam a vi-sualizar e entender melhor as varias facetas de sua perso-nalidade, contribuindo para que nos acheguemos mais aele. Veja um exemplo.

11 Uma coisa e ler que Deus e “vigoroso em poder”. (Isaıas40:26) Outra bem diferente e ler sobre como ele libertouIsrael no mar Vermelho e, daı, sustentou a nacao no de-serto por 40 anos. Imagine as aguas agitadas se abrindo.Tente visualizar a nacao — talvez 3 milhoes de pessoas —caminhando no leito seco do mar, com as aguas estati-cas, como enormes paredes, em ambos os lados. (

ˆExodo

14:21; 15:8) Pense em como Deus cuidou deles no deserto:providenciou que jorrasse agua de uma rocha e fez surgirsobre o solo um alimento que parecia sementes brancas.

10, 11. (a) Para nos ajudar a entender melhor a sua personalidade, oque Jeova incluiu na sua Palavra? (b) Que exemplo bıblico nos ajudaa visualizar o poder de Deus em acao?

A Bıblia nos ajuda anos achegar a Jeova

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Exodo 16:31; Numeros 20:11) Jeova revelou ali que naosomente tem poder, mas que o usa em favor de seu povo.Nao e reconfortante saber que as nossas oracoes ascendema um Deus poderoso que “e para nos refugio e forca, umaajuda encontrada prontamente durante aflicoes”? — Sal-mo 46:1.

12 Jeova, que e espırito, fez ainda mais para nos ajudar aconhece-lo. Como humanos, nossa visao se limita as reali-dades visıveis, de modo que nao podemos ver o domınioespiritual. Se Deus descrevesse a si mesmo para nos usan-do termos espirituais, seria como tentar explicar detalhesde nossa aparencia, como a cor dos olhos ou a existen-cia de sardas, a um cego de nascenca. Em vez disso, Jeovabondosamente nos ajuda a “ve-lo” em termos que pode-mos entender.

`As vezes, emprega metaforas e analogias,

comparando-se a coisas que conhecemos. Ele ate mesmodescreve a si mesmo como tendo certas caracterısticas hu-manas.�

13 Note a descricao de Jeova, em Isaıas 40:11: “Qual pastorele pastoreara a sua propria grei. Com o seu braco reuni-ra os cordeiros; e os carregara ao colo.” Jeova e comparadoaqui a um pastor que apanha os cordeiros com o “braco”.Isso denota que Deus pode proteger e apoiar o seu povo,mesmo os mais vulneraveis. Podemos nos sentir segurosnos seus fortes bracos, pois, se formos leais, ele jamais nos

� Por exemplo, a Bıblia fala da face, olhos, ouvidos, narinas, boca,bracos e pes de Deus. (Salmo 18:15; 27:8; 44:3; Isaıas 60:13; Mateus 4:4;1 Pedro 3:12) Tais expressoes, assim como as referencias a Jeova como“Rocha” ou “escudo”, nao devem ser entendidas literalmente. — Deu-teronomio 32:4; Salmo 84:11.

12. Como Jeova nos ajuda a “ve-lo” em termos que podemos enten-der?13. O que vem a nossa mente quando lemos Isaıas 40:11 e como issoafeta voce?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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abandonara. (Romanos 8:38, 39) O Grandioso Pastor car-rega os cordeiros “ao colo” — uma expressao que se refe-re a folgadas dobras na parte superior da roupa, onde opastor as vezes carregava um cordeiro recem-nascido. Issonos assegura de que Jeova nos preza e cuida ternamente denos.

´E somente natural querer achegar-se a ele.

‘O Filho esta disposto a revela-lo’14 Na sua Palavra, Jeova for-

nece a mais plena reve-lacao de si mesmo pormeio de seu Filho ama-do, Jesus. Ninguem po-deria refletir melhor omodo de pensar e ossentimentos de Deus, ouexplica-lo mais vividamente,do que Jesus. Afinal, esse Filhoprimogenito existia junto a seuPai antes de outras criaturas es-pirituais e o Universo fısico se-rem criados. (Colossenses 1:15)Jesus conhecia muito bem aJeova.

´E por isso que podia di-

zer: “Quem o Filho e, ninguemsabe, exceto o Pai; e quem o Paie, ninguem sabe exceto o Filho,

14. Por que se pode dizer que Jeovafornece a mais plena revelacaode si mesmo por meio de Jesus?

Jeova revela a si mesmopor meio de suas obras

criativas e de suaPalavra escrita

21´E MESMO POSS

´IVEL ‘ACHEGAR-SE A DEUS’?

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e aquele a quem o Filho estiver disposto a revela-lo.” (Lu-cas 10:22) Quando esteve na Terra como homem, Jesus re-velou seu Pai de duas maneiras importantes.

15 Primeiro, os ensinos de Jesus nos ajudam a conhecer oseu Pai. Jesus descreveu Jeova em termos que tocam o nos-so coracao. Por exemplo, para explicar que Deus e miseri-cordioso e acolhe de volta pecadores arrependidos, Jesusassemelhou Jeova a um pai perdoador que, de tao como-vido que fica ao ver seu filho prodigo voltar, sai corren-do e se lanca ao pescoco dele, beijando-o ternamente. (Lu-cas 15:11-24) Jesus tambem retratou Jeova como Deus que‘atrai’ pessoas retas porque as ama como indivıduos. ( Joao6:44) Ele sabe ate mesmo quando um pequenino pardalcai ao chao. “Nao temais”, Jesus explicou, “vos valeis maisdo que muitos pardais”. (Mateus 10:29, 31) Nao podemosdeixar de nos sentir atraıdos a um Deus tao afetuoso.

16 Segundo, o exemplo de Jesus nos mostra como Jeova e.Jesus refletiu seu Pai com tanta perfeicao, que podia di-zer: “Quem me tem visto, tem visto tambem o Pai.” ( Joao14:9) Assim, quando lemos sobre ele nos Evangelhos — ossentimentos que demonstrou e como tratou os outros —,estamos de certa forma vendo um retrato vivo de seu Pai.Jeova nao poderia nos ter dado uma revelacao mais clarade suas qualidades do que essa. Por que?

17 Para ilustrar: imagine tentar explicar o que e bondade.Voce poderia defini-la em palavras. Mas, se pudesse apon-tar alguem realizando um ato bondoso e dizer: “Isso e umexemplo de bondade”, a palavra assumiria maior significa-do e ficaria mais facil de entender. Jeova fez algo similarpara nos ajudar a entender como ele e. Alem de descrevera si mesmo em palavras, forneceu-nos o exemplo vivo de

15, 16. De que duas maneiras Jesus revelou seu Pai?17. Ilustre o que Jeova fez para nos ajudar a entender como ele e.

ACHEGUE-SE A JEOV´

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Page 25: Achegue se a jeová

seu Filho. Em Jesus, as qualidades de Deus sao vistas emacao. Por meio dos relatos evangelicos a respeito de Jesus,Jeova esta, na realidade, dizendo: “

´E assim que eu sou.”

Como o registro inspirado descreve Jesus quando esteve naTerra?

18 Jesus expressou muito bem as quatro qualidades prin-cipais de Deus. Ele tinha poder sobre as doencas, a fome eate mesmo a morte. No entanto, ao contrario de homensegoıstas que abusam do poder, Jesus jamais usou o podermilagroso em benefıcio proprio, ou para prejudicar ou-tros. (Mateus 4:2-4) Ele amava a justica. Seu coracao en-cheu-se de indignacao justa ao ver vendedores inescrupu-losos explorando o povo. (Mateus 21:12, 13) Ele tratou ospobres e os oprimidos com imparcialidade, ajudando-os a‘achar revigoramento’ para a sua alma. (Mateus 11:4, 5, 28-30) Havia inigualavel sabedoria nos ensinos de Jesus, queera “maior do que Salomao”. (Mateus 12:42) Mas Jesus ja-mais fez uso exibicionista de sua sabedoria. Suas palavrastocavam o coracao das pessoas comuns, pois seus ensinoseram claros, simples e praticos.

19 Jesus foi um exemplo notavel de amor. Durante todo oseu ministerio, ele demonstrou amor em suas muitas face-tas, incluindo a empatia e a compaixao. Ele nao deixava desentir pena ao ver o sofrimento alheio. Vez apos vez, essasensibilidade induziu-o a acao. (Mateus 14:14) Embora cu-rasse doentes e alimentasse famintos, Jesus mostrou com-paixao de um modo muito mais vital. Ele ajudou outros aconhecer, a aceitar e a amar a verdade a respeito do Reinode Deus, que trara bencaos eternas a humanidade. (Mar-cos 6:34; Lucas 4:43) Acima de tudo, Jesus mostrou amor

18. Como Jesus expressou as qualidades de poder, justica e sabedoria?19, 20. (a) De que maneira Jesus foi um exemplo notavel de amor?(b) Ao lermos e refletirmos a respeito do exemplo de Jesus, o que te-mos de ter em mente?

23´E MESMO POSS

´IVEL ‘ACHEGAR-SE A DEUS’?

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abnegado por entregar voluntariamente a sua vida em fa-vor de outros. — Joao 15:13.

20´

E de admirar que pessoas de todas as idades e forma-coes se sentissem atraıdas a esse homem tao caloroso e desentimentos tao profundos? (Marcos 10:13-16) Ao lermose refletirmos a respeito do exemplo vivo de Jesus, porem,tenhamos sempre em mente que nesse Filho vemos um re-flexo claro de seu Pai. — Hebreus 1:3.

Um compendio que nos ajuda21 Por revelar a si mesmo tao claramente na sua Palavra,

Jeova nao deixa duvidas de que deseja que nos achegue-mos a ele. Ao mesmo tempo, ele nao nos obriga a procu-rar uma relacao aprovada com ele. Cabe a nos buscarmos aJeova “enquanto pode ser achado”. (Isaıas 55:6) Isso envol-ve vir a conhecer as suas qualidades e o seu modo de agir,revelados na Bıblia. O livro que voce esta lendo foi produ-zido para ajuda-lo nesse sentido.

22 Vera que este livro e dividido em secoes corresponden-tes as quatro qualidades principais de Jeova: poder, justica,

21, 22. O que esta envolvido em buscar a Jeova, e o que este livrocontem para nos ajudar nesse esforco?

Perguntas para MeditacaoSalmo 15:1-5 O que Jeova espera dos que querem ser seusamigos?Salmo 34:1-18 Jeova esta perto de quem e que confianca po-dem estes ter nele?Salmo 145:18-21 Que atividade de nossa parte nos achegaraa Jeova?2 Corıntios 6:14–7:1 Que conduta e essencial para mantermosum relacionamento achegado com Jeova?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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Page 27: Achegue se a jeová

sabedoria e amor. Cada secao comeca com um resumo darespectiva qualidade. Os capıtulos seguintes da secao abor-dam como Jeova manifesta essa qualidade, em seus variosaspectos. Cada secao contem tambem um capıtulo quemostra como Jesus exemplificou a qualidade e outro queexamina como podemos refleti-la na nossa vida.

23 Comecando neste capıtulo, ha uma parte especial cha-mada “Perguntas para Meditacao”. Como exemplo, vejao quadro na pagina 24. Os textos e as perguntas nao fo-ram preparados para servir como recapitulacao do capıtu-lo. Antes, seu objetivo e ajudar voce a refletir sobre outrosaspectos importantes do assunto. Como podera usar bemessa parte? Procure todos os textos citados e leia-os aten-tamente. Daı, tente responder a pergunta que acompanhacada citacao. Medite nas respostas. Talvez possa fazer pes-quisas. Faca a si mesmo perguntas adicionais: ‘O que essainformacao me diz a respeito de Jeova? Como afeta a mi-nha vida? Como posso usar isso para ajudar outros?’

24 Essa meditacao nos ajudara a nos achegarmos aindamais a Jeova. Por que? A Bıblia associa a meditacao como coracao. (Salmo 19:14) Quando refletimos com aprecosobre o que aprendemos a respeito de Deus, as informa-coes se infiltram no nosso coracao simbolico, onde afetamo nosso modo de pensar, estimulam os sentimentos e, porfim, nos movem a acao. O nosso amor a Deus se aprofun-da e esse amor, por sua vez, nos move a desejar agrada-locomo nosso Amigo mais querido. (1 Joao 5:3) Para chegara essa relacao, temos de conhecer as qualidades e o modode Jeova agir. Primeiro, no entanto, vamos considerar umaspecto da natureza de Deus que nos impele a nos achegara ele — a santidade.

23, 24. (a) Explique a parte especial “Perguntas para Meditacao”.(b) Como a meditacao nos ajudara a nos achegar ainda mais a Deus?

25´E MESMO POSS

´IVEL ‘ACHEGAR-SE A DEUS’?

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ISA´IAS ficou pasmado com o que presenciou numa visao da

parte de Deus. Parecia tao real! Mais tarde, ele escreveu querealmente ‘chegou a ver Jeova’ em Seu trono enaltecido eSuas longas ‘vestes’ que enchiam o enorme templo de Jeru-salem. — Isaıas 6:1, 2.

2 Isaıas tambem ficou pasmado com o que ouviu: um cantotao forte que estremecia os alicerces do templo. Os cantoreseram serafins, criaturas espirituais de altıssimo posto. A po-derosa melodia deles soava palavras de pura grandeza: “San-to, santo, santo e Jeova dos exercitos. A plenitude de toda aterra e sua gloria.” (Isaıas 6:3, 4) Entoar a palavra “santo” tresvezes conferiu-lhe enfase especial e isso e bem apropriado,pois Jeova e santo em grau superlativo. (Revelacao [Apoca-lipse] 4:8) A santidade de Jeova e enfatizada na Bıblia intei-ra. Centenas de versıculos associam o Seu nome as palavras“santo” e “santidade”.

3 Obviamente, pois, uma das primeiras coisas que Jeova de-seja que entendamos a seu respeito e que ele e santo. Essaideia, no entanto, afasta a muitos hoje que erroneamente as-sociam santidade com farisaısmo, ou falsa piedade. Para pes-soas que lutam contra sentimentos negativos a respeito de simesmas, a santidade de Deus pode parecer mais intimida-dora do que atraente. Talvez temam jamais ser dignas de seachegarem a esse Deus santo. Assim, muitos se afastam delepor causa de sua santidade. Isso e lamentavel, pois a santida-de de Deus, na verdade, deveria impelir-nos a nos achegar-mos a ele. Como assim? Antes de respondermos a essa per-gunta, vejamos o que e a verdadeira santidade.

1, 2. Que visao teve o profeta Isaıas e o que ela nos ensina sobreJeova?3. Por que certos conceitos errados sobre a santidade de Jeova afas-tam muitos de Deus, em vez de achega-los a ele?

C A P´I T U L O 3

“Santo, santo, santo e Jeova”

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O que e santidade?4 Ser santo nao significa que Deus seja presuncoso, alti-

vo ou arrogante. Ao contrario, ele odeia essas caracterısticas.(Proverbios 16:5; Tiago 4:6) Assim, o que realmente significaa palavra “santo”? No hebraico bıblico, ela deriva de um ter-mo que significa “separado”. Na adoracao, “santo” se apli-ca ao que e separado do uso comum, ou tido como sagrado.A santidade tem tambem forte conotacao de limpeza e pu-reza. Em que sentido essa palavra se aplica a Jeova? Significaque ele esta “separado” de humanos imperfeitos, bem lon-ge de nos?

5 De modo algum. Como “Santo de Israel”, Jeova disse quemorava no “meio” de seu povo, embora esse fosse pecami-noso. (Isaıas 12:6; Oseias 11:9) Assim, a santidade de Jeovanao o torna distante. Em que sentido, entao, ele esta “sepa-rado”? De duas maneiras importantes. Primeiro, ele esta se-parado, ou distinto, de toda a criacao no sentido de que so-mente ele e o Altıssimo. A sua pureza e absoluta e infinita.(Salmo 40:5; 83:18) Segundo, Jeova esta inteiramente sepa-rado de toda pecaminosidade, uma ideia consoladora. Porque?

6 Vivemos num mundo em que a verdadeira santidade euma raridade. Tudo a respeito da sociedade humana aliena-da de Deus e poluıdo de alguma maneira, manchado compecado e imperfeicao. Todos nos temos de lutar contra o pe-cado dentro de nos. E todos corremos o risco de sermos ven-cidos pelo pecado, se baixarmos a guarda. (Romanos 7:15-25; 1 Corıntios 10:12) Jeova nao corre esse risco. Totalmenteafastado da pecaminosidade, jamais sera manchado pelomais leve traco do pecado. Isso reforca nosso conceito de

4, 5. (a) O que significa santidade e o que nao significa? (b) Em quedois sentidos importantes Jeova esta “separado”?6. Por que o fato de Jeova estar absolutamente separado da pecami-nosidade e consolador?

27“SANTO, SANTO, SANTO´E JEOV

´A”

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Jeova como Pai ideal, pois significa que ele e inteiramenteconfiavel. Ao contrario de muitos pais humanos pecadores,Jeova jamais se tornara corrupto, dissoluto ou abusivo. A suasantidade impede tais coisas. Algumas vezes, Jeova ate mes-mo jurou em nome de sua propria santidade, pois nada po-deria ser mais digno de confianca. (Amos 4:2) Nao acha issoanimador?

7 A santidade faz parte da propria natureza de Jeova. O queisso significa? Para ilustrar: considere as palavras “homem”e “imperfeito”. Nao podemos falar da primeira sem lembrarda segunda. Somos marcados pela imperfeicao e ela deixavestıgios em tudo o que fazemos. Considere agora duas pa-lavras bem diferentes: “Jeova” e “santo”. A santidade e pro-pria de Jeova. Tudo a seu respeito e limpo, puro e correto.Nao podemos conhecer a Jeova como ele realmente e sementender essa palavra profunda — “santo”.

“A santidade pertence a Jeova”8 Visto que Jeova personifica a qualidade da santidade,

pode-se dizer corretamente que ele e a fonte de toda a santi-dade. Ele nao retem egoistamente essa qualidade preciosa;divide-a com outros, de forma generosa. Ora, quando Deusfalou a Moises, por meio de um anjo no espinheiro arden-te, ate mesmo o solo em volta tornou-se santo devido a sualigacao com Jeova! —

ˆExodo 3:5.

9 Podem humanos imperfeitos se tornar santos com a aju-da de Jeova? Sim, em sentido relativo. Deus ofereceu ao seupovo Israel a perspectiva de se tornarem “uma nacao san-ta”. (

ˆExodo 19:6) Ele abencoou essa nacao com um sistema

de adoracao santo, limpo e puro. De modo que a santida-de e um tema recorrente na Lei mosaica. De fato, o sumo

7. Por que se pode dizer que a santidade faz parte da propria nature-za de Jeova?8, 9. O que mostra que Jeova ajuda humanos imperfeitos a se torna-rem santos em sentido relativo?

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sacerdote usava uma lamina de ouro na frente do turbante,onde todos podiam ve-la reluzindo. Gravadas nela havia aspalavras: “A santidade pertence a Jeova.” (

ˆExodo 28:36) Por-

tanto, a adoracao dos israelitas e, sem duvida, seu modo devida, se distinguiriam por um alto padrao de limpeza e pure-za. Jeova disse-lhes: “Deveis mostrar-vos santos, porque eu,Jeova, vosso Deus, sou santo.” (Levıtico 19:2) Enquanto vi-viam a altura dos conselhos de Deus, dentro dos limites daimperfeicao humana, os israelitas eram santos em sentidorelativo.

10 Essa enfase na santidade estava em nıtido contraste coma adoracao praticada pelas nacoes vizinhas de Israel. Essasnacoes pagas adoravam deuses cuja propria existencia erauma mentira e uma farsa, deuses estes representados comoviolentos, gananciosos e promıscuos. Eram pervertidos emtodos os sentidos. A adoracao de tais deuses pervertia as pes-soas. Por isso, Jeova alertou seus servos a se manterem sepa-rados dos adoradores pagaos e de suas contaminadas prati-cas religiosas. — Levıtico 18:24-28; 1 Reis 11:1, 2.

11 Quando muito, a nacao escolhida de Jeova, o Israelantigo, podia fornecer apenas um leve reflexo da santida-de da organizacao celestial de Deus. Os milhoes de criatu-ras espirituais que servem lealmente a Deus sao chamadosde “santas mirıades”. (Deuteronomio 33:2; Judas 14) Eles re-fletem com perfeicao o brilho e a pura beleza da santidadede Deus. E lembre-se dos serafins que Isaıas observou na vi-sao. O conteudo do cantico deles sugere que essas podero-sas criaturas espirituais desempenham um papel importan-te na divulgacao da santidade de Jeova em todo o Universo.Mas ha uma criatura espiritual que esta acima de todos eles— o Filho unigenito de Deus. Jesus e o mais sublime reflexo

10. Na questao da santidade, que contraste havia entre o Israel anti-go e as nacoes vizinhas?11. Como a santidade da organizacao celestial de Jeova e evidente(a) nos anjos? (b) nos serafins? (c) em Jesus?

29“SANTO, SANTO, SANTO´E JEOV

´A”

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da santidade de Jeova. Corretamente, ele e conhecido como“o Santo de Deus”. — Joao 6:68, 69.

Nome santo, espırito santo12 Que dizer do nome do proprio Deus? Como vimos no

Capıtulo 1, esse nome nao e mero tıtulo ou rotulo. Repre-senta a Jeova Deus, englobando todas as suas qualidades. As-sim, a Bıblia nos diz que seu “nome e santo”. (Isaıas 57:15)A Lei mosaica previa a pena de morte para quem profanasseo nome de Deus. (Levıtico 24:16) E note o que Jesus colocoucomo prioridade na oracao: “Nosso Pai nos ceus, santificadoseja o teu nome.” (Mateus 6:9) Santificar algo significa co-loca-lo a parte como sagrado e venera-lo, defende-lo comosanto. Mas por que algo puro por natureza, como o nomedo proprio Deus, necessitaria ser santificado?

13 O santo nome de Deus tem sido contestado, mancha-do com mentiras e calunias. No

´Eden, Satanas mentiu a res-

peito de Jeova e deu a entender que Ele e um Soberano in-justo. (Genesis 3:1-5) Desde entao, Satanas — o governantedeste mundo ımpio — tem cuidado de que as mentiras a res-peito de Deus se multiplicassem. (Joao 8:44; 12:31; Revela-cao 12:9) As religioes tem representado a Deus como arbi-trario, distante ou cruel. Tem afirmado ter o apoio dele emsuas guerras sangrentas. O credito pelas maravilhosas cria-coes de Deus muitas vezes e dado ao acaso cego, ou evolu-cao. Sim, o nome de Deus tem sido maldosamente difama-do. Precisa ser santificado; a sua merecida gloria tem de serrestabelecida. Ansiamos a santificacao de seu nome e a vin-dicacao de sua soberania, e alegra-nos ter certa participacaonesse grandioso objetivo.

14 Ha algo mais, estreitamente ligado a Jeova, que quase

12, 13. (a) Por que o nome de Deus e apropriadamente chamado desanto? (b) Por que e preciso santificar o nome de Deus?14. Por que o espırito de Deus e chamado de santo, e por que e taoserio blasfemar o espırito santo?

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sempre e chamado de santo: seu espırito, ou forca ativa. (Ge-nesis 1:2) Jeova usa essa forca poderosa para realizar seuspropositos. Deus realiza tudo de maneira santa, pura e lim-pa, de modo que sua forca ativa e apropriadamente chama-da de espırito santo, ou espırito de santidade. (Lucas 11:13;Romanos 1:4) Blasfemar esse espırito santo, que implica agirdeliberadamente contra os propositos de Jeova, e um peca-do imperdoavel. — Marcos 3:29.

Por que a santidade de Jeovanos atrai a ele?

15 Nao e difıcil ver, portanto, por que a Bıblia faz uma liga-cao entre a santidade de Deus e o temor piedoso da partedo homem. Por exemplo, o Salmo 99:3 reza: “Elogiem eleso teu nome. Grande e atemorizante, santo ele e.” Mas essetemor nao e um pavor morbido. Em vez disso, e um sen-so profundo de admiracao reverente, respeito na sua formamais enobrecedora.

´E apropriado sentir-se assim, visto que a

santidade de Deus esta tao acima de nos. Ela e fulgurante-mente limpa, gloriosa. Ainda assim, nao nos deve repelir. Aocontrario, o conceito correto sobre a santidade de Deus nosachegara ainda mais a ele. Por que?

16 Por um lado, a Bıblia associa a santidade a beleza. EmIsaıas 63:15, o ceu e descrito como “morada excelsa de san-tidade e beleza”. A beleza nos atrai. Por exemplo, veja a fotona pagina 33. Acha esse cenario atraente? Por que? Notecomo a agua parece pura. Ate mesmo o ar deve ser limpo,pois o ceu e azul e a luz parece cintilar. Mas se o cenario fossealterado — o riacho entulhado de lixo, as arvores e as pedras

15. Por que ter temor piedoso e uma reacao apropriada a santidadede Jeova? O que envolve esse temor?16. (a) Como a santidade e associada a beleza? De um exemplo.(b) Como as descricoes visionarias de Jeova acentuam a limpeza, a pu-reza e a luz?

31“SANTO, SANTO, SANTO´E JEOV

´A”

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cobertas de pichacoes, o ar poluıdo — nao nos atrairia mais;nos repeliria. Normalmente, associamos a beleza a limpeza,a pureza e a luz. Essas mesmas palavras podem ser usadaspara descrever a santidade de Jeova. Nao e de admirar queas descricoes visionarias de Jeova nos encantem! Reluzen-te, deslumbrante como pedras preciosas, fulgurante comofogo, ou como os mais puros e brilhantes metais preciosos— assim e a beleza de nosso Deus santo. — Ezequiel 1:25-28;Revelacao 4:2, 3.

17 Mas sera que a santidade de Deus deveria nos fazer sen-tir inferiores, em comparacao? A resposta, naturalmente, esim. Afinal, somos mesmo muitıssimo inferiores a Jeova,para dizer o mınimo. Seria esse um motivo para nos afas-tarmos dele? Considere a reacao de Isaıas ao ouvir os sera-fins proclamarem a santidade de Jeova. “Eu passei a dizer:‘Ai de mim! Pois, a bem dizer, fui silenciado, porque souhomem de labios impuros e moro no meio de um povode labios impuros; pois os meus olhos viram o proprio Rei,Jeova dos exercitos!’” (Isaıas 6:5) Sim, a infinita santidadede Jeova lembrou Isaıas de como ele era pecaminoso e im-perfeito. Inicialmente, esse homem fiel ficou arrasado. MasJeova nao o deixou nesse estado.

18 Um serafim prontamente consolou o profeta. Como?Esse poderoso espırito voou ate o altar, apanhou uma brasaali e, com ela, tocou nos labios de Isaıas. Isso talvez parecamais uma tortura do que um consolo. Mas lembre-se de queera uma visao, rica em simbolismos. Isaıas, um judeu fiel,bem sabia que diariamente eram oferecidos sacrifıcios no al-tar do templo, para expiacao de pecados. E o serafim amo-rosamente lembrou o profeta de que, embora fosse mesmoimperfeito, “de labios impuros”, ainda assim podia ter uma

17, 18. (a) Qual foi a reacao inicial de Isaıas diante da visao que teve?(b) Como Jeova usou um serafim para consolar Isaıas, e que signifi-cado teve o gesto do serafim?

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Assim como a beleza, a santidade deve nos atrair

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posicao limpa perante Deus.� Jeova se dispunha a conside-rar santo um homem imperfeito e pecaminoso — pelo me-nos em sentido relativo. — Isaıas 6:6, 7.

19 O mesmo se aplica hoje. Todos aqueles sacrifıcios ofere-cidos no altar em Jerusalem eram apenas sombras de algomaior — o perfeito sacrifıcio unico, oferecido por Jesus Cris-to em 33 EC. (Hebreus 9:11-14) Se realmente nos arrepen-dermos de nossos pecados, corrigirmos nosso modo erradode agir e exercermos fe nesse sacrifıcio, seremos perdoados.(1 Joao 2:2) Tambem podemos ter uma posicao limpa pe-rante Deus. Assim, o apostolo Pedro nos lembra: “Esta escri-to: ‘Tendes de ser santos, porque eu sou santo.’” (1 Pedro1:16) Note que Jeova nao disse que temos de ser tao santosquanto ele. Ele jamais espera o impossıvel de nos. (Salmo103:13, 14) Em vez disso, Jeova diz para sermos santos por-

� A expressao “de labios impuros” e apropriada, pois a Bıblia mui-tas vezes usa os labios como sımbolo da fala, ou linguagem. Em todosos humanos imperfeitos, uma grande proporcao de pecados pode seratribuıda ao modo de usar a faculdade da fala. — Proverbios 10:19; Tia-go 3:2, 6.

19. Como podemos ser santos em sentido relativo, mesmo sendo im-perfeitos?

Perguntas para MeditacaoLevıtico 19:1-18 Para que a nossa conduta seja santa, quais saoalguns princıpios que temos de aplicar?

Deuteronomio 23:9-14 Como a limpeza pessoal se relacionacom a santidade? Como isso deve influir no nosso modo denos vestir e arrumar, e no nosso lar?

Romanos 6:12-23; 12:1-3 Ao nos esforcarmos para ser santos,como devemos encarar o pecado e as influencias do mundo?

Hebreus 12:12-17 Como podemos buscar a santificacao, ousantidade?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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que ele e santo. “Como filhos amados”, tentamos imita-loda melhor maneira, dentro do que e possıvel para huma-nos imperfeitos. (Efesios 5:1) Portanto, alcancar a santida-de e um processo contınuo.

`A medida que crescemos espi-

ritualmente, procuramos ‘aperfeicoar a santidade’ todos osdias. — 2 Corıntios 7:1.

20 Jeova ama o que e direito e puro. Ele odeia o pecado.(Habacuque 1:13) Mas ele nao nos odeia. Enquanto enca-rarmos o pecado como ele o encara — odiarmos o que emau e amarmos o que e bom — e nos esforcarmos em se-guir as pisadas perfeitas de Cristo Jesus, Jeova perdoara nos-sos pecados. (Amos 5:15; 1 Pedro 2:21) Quando entende-mos que podemos ser puros aos olhos de nosso Deus santo,os efeitos sao profundos. Lembre-se de que a santidade deJeova, de inıcio, fez Isaıas lembrar-se de sua propria impure-za. Ele bradou: “Ai de mim!” Mas, uma vez que entendeuque seus pecados haviam sido expiados, sua disposicao mu-dou. Quando Jeova pediu um voluntario para cumprir certadesignacao, Isaıas respondeu prontamente, sem nem saberdo que se tratava. Ele exclamou: “Eis-me aqui! Envia-me.”— Isaıas 6:5-8.

21 Fomos feitos a imagem do Deus santo, dotados de qua-lidades morais e da capacidade de exercer espiritualidade.(Genesis 1:26) Existe um potencial de santidade dentro decada um de nos.

`A medida que continuarmos a cultiva-la,

Jeova tera prazer em ajudar. Nesse processo, nos achegare-mos cada vez mais ao nosso Deus santo. Alem disso, ao con-siderarmos as qualidades de Jeova nos proximos capıtulos,veremos que existem muitos motivos fortes para nos ache-garmos a ele.

20. (a) Por que e importante entender que podemos ser puros aosolhos de nosso Deus santo? (b) Como Isaıas reagiu quando soube queseus pecados haviam sido expiados?21. Que base temos para confiar que podemos cultivar a qualidadeda santidade?

35“SANTO, SANTO, SANTO´E JEOV

´A”

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S E C˜

A O 1

“VIGOROSO EM PODER”Nesta secao examinaremos relatos bıblicos que

atestam o poder de Jeova de criar, destruir,proteger e restaurar. Entender como Jeova Deus,que e “vigoroso em poder”, usa a sua “energia

dinamica” enchera o nosso coracaode profunda reverencia.

— Isaıas 40:26.

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ELIAS ja havia visto coisas espantosas: corvos lhe trouxe-ram comida duas vezes por dia, enquanto vivia num escon-derijo; dois recipientes supriram farinha e azeite sem nun-ca esvaziar durante uma fome prolongada; ate mesmo fogocaiu do ceu em resposta a sua oracao. (1 Reis, capıtulos 17,18) Mas Elias nunca havia visto nada como o que se segue.

2 Abrigado a entrada de uma caverna no monte Horebe,ele presenciou uma serie de eventos espetaculares. Primei-ro, um vento. Deve ter causado um ruıdo ensurdecedor,pois, de tao forte, ‘rompia montes e destrocava rochedos’.Depois houve um terremoto, que liberou forcas tremendasconfinadas na crosta terrestre. Em seguida, fogo. Enquantoesse ardia, Elias deve ter sentido o sopro de seu calor escal-dante. — 1 Reis 19:8-12.

3 Todos esses eventos de naturezas diversas, presenciadospor Elias, tiveram algo em comum — eram demonstracoesdo grande poder de Jeova. Naturalmente, nao e preciso verum milagre para discernir que Deus tem essa qualidade.Ela e obvia. A Bıblia diz que a criacao e prova do “sempiter-no poder e Divindade” de Jeova. (Romanos 1:20) Pense nosclaroes e estrondos de uma tempestade, na majestosa pre-cipitacao das aguas de uma cachoeira, na estonteante vas-tidao de um ceu estrelado! Nao ve nessas manifestacoes opoder de Deus? No entanto, poucos no mundo atual real-mente reconhecem o poder divino. Menos ainda encaramde maneira apropriada esse poder. Entender essa qualida-de divina, porem, nos da muitos motivos para nos achegar

1, 2. Que coisas espantosas Elias ja havia visto, mas que eventos es-petaculares presenciou a entrada de uma caverna no monte Horebe?3. Elias presenciou evidencias de que qualidade divina e onde pode-mos ver evidencias dessa mesma qualidade?

C A P´I T U L O 4

“Jeova e . . . grande em poder”

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a Jeova. Nesta secao, vamos realizar um estudo detalhadodo poder inigualavel de Jeova.

Qualidade essencial de Jeova4 Jeova e incomparavel em poder. Jeremias 10:6 diz: “De

modo algum ha alguem igual a ti, o Jeova. Tu es grandee teu nome e grande em potencia.” Note que potencia, oupoder, esta relacionada com o nome de Jeova. Lembre-sede que esse nome evidentemente significa “Ele Causa queVenha a Ser”. O que habilita Jeova a criar qualquer coi-sa que ele queira e se tornar o que quer que ele deseje setornar? O poder. Sim, Jeova tem capacidade ilimitada paraagir, para cumprir a sua vontade. Esse poder e uma de suasqualidades essenciais.

5 Visto que jamais poderıamos entender a plenitude deseu poder, Jeova usa ilustracoes para nos ajudar. Como javimos, ele usa o touro como sımbolo de poder. (Ezequiel1:4-10)

´E uma escolha apropriada, pois mesmo o touro do-

mesticado e uma criatura grande e poderosa. O povo daPalestina nos tempos bıblicos raramente, se e que algu-ma vez, se confrontava com algum animal mais forte. Maseles conheciam, sim, um tipo de touro ainda mais temıvel— o touro selvagem, ou auroque, hoje extinto. ( Jo 39:9-12)O imperador romano Julio Cesar disse certa vez que ostouros selvagens eram quase do tamanho de elefantes. “

´E

grande a forca deles”, escreveu, “e e grande a sua velocida-de”. Imagine como voce se sentiria pequeno e fraco pertode uma criatura dessas!

6 Similarmente, o homem e bem pequeno e fraco em

4, 5. (a) Que relacao existe entre o nome de Jeova e seu poder?(b) Por que e apropriado que Jeova tenha escolhido o touro como sım-bolo de seu poder?6. Por que somente Jeova e chamado de “Todo-Poderoso”?

“Eis que Jeova estava passando”

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comparacao com o Deus de poder, Jeova. Para este, atemesmo nacoes poderosas sao como mera camada fina depo numa balanca. (Isaıas 40:15) Diferentemente de qual-quer criatura, o poder de Jeova e ilimitado, pois so elee chamado de “Todo-Poderoso”.� (Revelacao [Apocalipse]15:3) Jeova e “vigoroso em poder” e ‘abundante em ener-gia dinamica’. (Isaıas 40:26) Ele e a fonte perene, inesgo-tavel, de forca e de poder. Ele nao depende de uma fonteexterna de energia, pois “a forca pertence a Deus”. (Salmo62:11) De que maneiras, porem, Jeova usa seu poder?

Como Jeova usa seu poder7 Espırito santo emana de Jeova em quantidade ilimitada.´

E o poder de Deus em acao. De fato, em Genesis 1:2 a Bıbliarefere-se ao espırito santo como “forca ativa” de Deus. Aspalavras hebraica e grega originais vertidas “espırito” po-dem, em outros contextos, ser traduzidas por “vento”, “fo-lego” e “sopro”. Segundo os lexicografos, as palavras dosidiomas originais transmitem a ideia de uma forca invisı-vel em acao. Assim como o vento, o espırito de Deus e in-visıvel para nos, mas seus efeitos sao reais e discernıveis.

8 O espırito santo de Deus e infinitamente versatil. Jeovapode usa-lo para realizar qualquer proposito que tenhaem mente.

´E apropriado, pois, que na Bıblia o espırito san-

to seja simbolicamente chamado de “dedo”, “mao for-te” ou “braco estendido” de Deus. (Lucas 11:20; Deutero-nomio 5:15; Salmo 8:3) Assim como o homem pode usaras maos para realizar uma grande variedade de tarefas queexigem diferentes graus de forca ou de destreza, Deus po-

� A palavra grega traduzida por “Todo-Poderoso” literalmente signi-fica “Governante de Todos; Aquele Que Tem Todo o Poder”.

7. O que e o espırito santo de Jeova, e que ideia transmitem as pala-vras dos idiomas originais usadas na Bıblia?8. Que expressoes simbolicas a Bıblia usa para referir-se ao espıritosanto, e por que sao apropriadas?

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dia, e ainda pode, usar seu espırito para realizar qualquercoisa — como criar o infinitesimo atomo, partir o mar Ver-melho ou capacitar os cristaos do primeiro seculo a falarem lınguas.

9 Jeova tambem usa o poder no exercıcio de sua autorida-de como Soberano Universal. Consegue imaginar ter sobseu comando milhoes e milhoes de suditos inteligentese capazes, ansiosos de cumprir as suas ordens? Jeova temtal poder de comando. Ele tem servos humanos, que asEscrituras muitas vezes comparam a um exercito. (Salmo68:11; 110:3) No entanto, o ser humano e uma criatura fra-ca, em comparacao com um anjo. Ora, quando os solda-dos assırios atacaram o povo de Deus, um unico anjo ma-tou 185 mil deles numa so noite! (2 Reis 19:35) Os anjos deDeus sao “poderosos em poder”. — Salmo 103:19, 20.

10 Quantos anjos existem? O profeta Daniel, numa vi-sao que teve do ceu, observou bem mais de 100 milhoesde criaturas espirituais perante o trono de Jeova. Mas nadaindica que ele tenha visto a totalidade dos anjos. (Daniel7:10) Portanto, talvez existam centenas de milhoes de an-jos. De modo que Deus e chamado de Jeova dos exercitos.Esse tıtulo indica sua posicao poderosa de Comandante deuma vasta e organizada formacao de anjos poderosos. Aci-ma de todas essas criaturas espirituais ele colocou alguemcomo responsavel, seu Filho amado, “o primogenito detoda a criacao”. (Colossenses 1:15) Como arcanjo — supe-rior a todos os anjos, serafins e querubins —, Jesus e a cria-tura mais poderosa de Jeova.

11 Mas Jeova usa o poder ainda de outras maneiras. He-breus 4:12 diz: “A palavra de Deus e viva e exerce poder.” Ja

9. Ate que ponto vai o poder de comando de Jeova?10. (a) Por que o Todo-Poderoso e chamado de Jeova dos exercitos?(b) Quem e a criatura mais poderosa de Jeova?11, 12. (a) De que maneiras a palavra de Deus exerce poder?(b) Como Jesus atestou a grandeza do poder de Jeova?

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observou o poder fenomenal da palavra de Deus, a mensa-gem inspirada pelo espırito, preservada na Bıblia? Ela podenos fortalecer, edificar a nossa fe e nos ajudar a fazer gran-des mudancas pessoais. O apostolo Paulo alertou concren-tes contra indivıduos que levavam uma vida crassamenteimoral. Daı acrescentou: “No entanto, isso e o que fostes al-guns de vos.” (1 Corıntios 6:9-11) Sim, “a palavra de Deus”havia exercido seu poder sobre eles e os ajudado a fazermudancas.

12 O poder de Jeova e tao imenso, e seus meios de usa-lo sao tao eficazes, que nada pode impedi-lo. Jesus disse:“A Deus todas as coisas sao possıveis.” (Mateus 19:26) Comque objetivos Jeova usa seu poder?

Poder guiado por um proposito13 O espırito de Jeova e muito superior a qualquer forca fı-

sica; e Jeova nao e uma forca impessoal, uma mera fonte deenergia.

´E um Deus pessoal, no pleno controle de seu pro-

prio poder. O que, entao, o induz a usa-lo?14 Como veremos, Deus usa seu poder para criar, destruir,

proteger e restaurar — em suma, para fazer tudo o que seenquadra nos seus propositos perfeitos. (Isaıas 46:10) Emcertos casos, Jeova usa o poder para revelar aspectos im-portantes de sua personalidade e de seus padroes. Acima detudo, ele o usa para cumprir Sua vontade — vindicar suasoberania e santificar seu santo nome por meio do Reinomessianico. Nada pode frustrar esse proposito.

15 Jeova tambem usa seu poder para nos beneficiar pes-soalmente. Note o que diz 2 Cronicas 16:9: “Quanto aJeova, seus olhos percorrem toda a terra, para mostrar a sua

13, 14. (a) Por que se pode dizer que Jeova nao e uma fonte impes-soal de energia ou poder? (b) De que maneiras Jeova usa seu poder?15. Com que proposito relacionado com os seus servos Jeova usa oseu poder, e como se viu isso no caso de Elias?

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forca a favor daqueles cujo coracao e pleno para com ele.”O que aconteceu com Elias, conforme mencionado no inı-cio, ilustra isso. Por que Jeova lhe fez aquelas demonstra-coes assombrosas de poder divino? Bem, a perversa RainhaJezabel havia jurado matar Elias. O profeta estava fugindopara salvar a vida. Ele se sentia sozinho, assustado e desani-mado — como se todo o seu trabalho arduo tivesse sido emvao. Para consolar esse homem aflito, Jeova lembrou-o vivi-damente da grandeza do poder divino. O vento, o terremo-to e o fogo indicavam que o Ser mais poderoso do Universoapoiava Elias. Por que deveria ter medo de Jezabel, tendo oapoio do Deus Todo-Poderoso? — 1 Reis 19:1-12.�

16 Embora atualmente nao seja sua epoca de fazer mila-gres, Jeova nao mudou desde os dias de Elias. (1 Corıntios13:8) Ele esta tao desejoso como sempre esteve de usar seupoder em favor dos que o amam.

´E verdade que ele resi-

de num elevado domınio espiritual, mas nao esta longe denos. Seu poder e ilimitado, de modo que a distancia nao enenhum obstaculo. Na verdade, “Jeova esta perto de todosos que o invocam”. (Salmo 145:18) Certa vez, quando o pro-feta Daniel orou a Jeova pedindo ajuda, um anjo lhe apare-ceu antes mesmo de ele terminar de orar! (Daniel 9:20-23)Nada pode impedir Jeova de ajudar e fortalecer aqueles aquem ele ama. — Salmo 118:6.

O grande poder de Deus o torna inacessıvel?17 Sera que deverıamos temer a Deus por causa do seu

� A Bıblia diz que ‘Jeova nao estava no vento, no tremor ou no fogo’.Ao contrario dos adoradores de mıticos deuses da natureza, os servosde Jeova nao o procuram dentro das forcas da natureza. Ele e grandio-so demais para ficar confinado em algo que ele mesmo criou. — 1 Reis8:27.

16. Quando meditamos no grande poder de Jeova, por que isso nosconsola?17. Em que sentido o poder de Jeova nos inspira temor, mas que tipode temor nao inspira?

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poder? A unica resposta possıvel e sim e nao. Sim, no sen-tido de que tal qualidade nos da amplos motivos para ter-mos temor reverente, aquele profundo respeito que consi-deramos brevemente no capıtulo anterior. Esse temor, diza Bıblia, e “o princıpio da sabedoria”. (Salmo 111:10) Mastambem respondemos nao, no sentido de que o poder deDeus nao nos da motivo para ter pavor dele ou evitar nosdirigir a ele.

18 “O poder tende a corromper; o poder absoluto corrom-pe absolutamente.” Assim escreveu o historiador inglesLorde Acton, em 1887. Essa declaracao ja foi citada mui-tas vezes, talvez porque tantas pessoas veem nela uma ver-dade inegavel. Humanos imperfeitos costumam abusar dopoder, como a Historia confirma vez apos vez. (Eclesias-tes 4:1; 8:9) Por isso, muitos nao confiam nos poderosose se afastam deles. Tendo em vista que o poder de Jeovae absoluto, sera que isso o corrompeu de alguma manei-ra? Certamente que nao! Como ja vimos, ele e santo, abso-lutamente incorruptıvel. Jeova e diferente dos imperfeitoshomens e mulheres de poder neste mundo corrupto. Elenunca abusou de seu poder, e jamais o fara!

19 Lembre-se de que o poder nao e a unica qualidade deJeova. Ainda estudaremos sua justica, sua sabedoria e seuamor. Mas nao pense que as qualidades de Jeova se ma-nifestam de modo rıgido ou mecanico, como se ele exer-cesse apenas uma delas por vez. Ao contrario, veremos nosproximos capıtulos que Jeova sempre usa seu poder em har-monia com a justica, a sabedoria e o amor. Considere ain-

18. (a) Por que muitos nao confiam em pessoas poderosas? (b) Quecerteza temos de que o poder de Jeova nao pode corrompe-lo?19, 20. (a) Jeova sempre usa seu poder em harmonia com que ou-tras qualidades, e por que isso e reanimador? (b) Como voce ilustra-ria o autocontrole de Jeova, e por que isso o atrai?

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da outra qualidade de Deus, rara entre os governantes domundo — o autocontrole.

20 Imagine encontrar um homem tao alto e tao forte quevoce se sinta intimidado por ele. Com o tempo, porem,voce percebe que ele parece ser gentil. Esta sempre dispos-to e ansioso para usar seu poder para ajudar e proteger aspessoas, em especial os indefesos e vulneraveis. Ele jamaisabusa de sua forca. Voce o ve ser caluniado sem justa causae ainda assim o comportamento dele e firme, porem cal-mo, digno, ate mesmo bondoso. Talvez fique imaginandose seria capaz de mostrar a mesma mansidao e autocontro-le, em especial se fosse tao forte quanto ele!

`A medida que

fosse conhecendo melhor esse homem, nao teria vonta-de de se achegar mais a ele? Temos muitos outros motivospara nos achegar ao todo-poderoso Jeova. Note a senten-ca inteira em que se baseia o tıtulo deste capıtulo: “Jeova evagaroso em irar-se e grande em poder.” (Naum 1:3) Jeovanao se apressa em usar seu poder contra as pessoas, nemmesmo contra os perversos. Ele e brando e bondoso. Mos-trou ser “vagaroso em irar-se” diante de muitas provoca-coes. — Salmo 78:37-41.

Perguntas para Meditacao2 Cronicas 16:7-13 De que modo o exemplo do Rei Asa mostraa seriedade de nao confiar no poder de Jeova?

Salmo 89:6-18 O poder de Jeova tem que efeito sobre seusadoradores?

Isaıas 40:10-31 Como se descreve aqui o poder de Jeova?Como e descrita a grandeza desse poder e como ele pode bene-ficiar-nos pessoalmente?Revelacao 11:16-18 O que Jeova promete fazer mediante o seupoder no futuro? Por que isso anima os cristaos verdadeiros?

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21 Considere o autocontrole de Jeova de outro angulo. Sevoce tivesse poder ilimitado, acha que se sentiria, as vezes,tentado a obrigar as pessoas a fazer as coisas do seu jeito?Jeova, com todo o seu poder, nao compele as pessoas a ser-vi-lo. Embora servir a Deus seja o unico caminho para avida eterna, ele nao nos obriga a prestar-lhe tal servico. Emvez disso, bondosamente dignifica cada pessoa com a liber-dade de escolha. Ele alerta contra as consequencias das es-colhas erradas e fala das recompensas das escolhas certas.Mas nos e que temos de escolher. (Deuteronomio 30:19,20) Jeova simplesmente nao tem interesse em que seus ser-vos o obedecam por obrigacao, ou por temor morbido deseu assombroso poder. Ele procura os que se oferecem vo-luntariamente para servi-lo, por amor. — 2 Corıntios 9:7.

22 Vejamos mais um motivo pelo qual nao precisamos terpavor do Deus Todo-Poderoso. Humanos poderosos, em ge-ral, temem partilhar o poder. Jeova, no entanto, se agradaem dar poder a seus adoradores leais. Ele delega grande au-toridade a outros, como a seu Filho, por exemplo. (Mateus28:18) Jeova tambem da poder a seus servos de outra ma-neira. A Bıblia explica: “Tuas, o Jeova, sao a grandeza, e a po-tencia, e a beleza, e a excelencia, e a dignidade; pois teu etudo nos ceus e na terra. . . . Na tua mao ha poder e poten-cia, e na tua mao ha a capacidade para engrandecer e paradar forca a todos.” — 1 Cronicas 29:11, 12.

23 Sim, Jeova tera prazer em lhe dar forca. Ele ate mesmoconfere “poder alem do normal” aos que desejam servi-lo.(2 Corıntios 4:7) Nao se sente atraıdo a esse Deus dinami-co, que usa seu poder de modo tao bondoso e correto? Noproximo capıtulo, focalizaremos como Jeova usa seu poderpara criar.

21. Por que Jeova nao obriga as pessoas a fazer a Sua vontade, e o queisso nos ensina a respeito dele?22, 23. (a) Que indicacoes ha de que Jeova se agrada em dar podera outros? (b) O que consideraremos no proximo capıtulo?

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A FICOU alguma vez perto do fogo numa noite fria? Talveztenha mantido as maos na distancia certa das chamas, parasentir seu calor agradavel. Se voce momentaneamente che-gou perto demais, o calor ficou insuportavel. E, caso tenhase afastado demais, o ar gelado da noite o fez sentir frio.

2 Existe um “fogo” que esquenta o nosso corpo durante odia. Esta a uma distancia de uns 150 milhoes de quilome-tros.� Para que sintamos o calor do Sol de uma distancia taogrande, que tremenda energia ele precisa ter! Mas a Terraorbita essa assombrosa fornalha termonuclear na distanciaexata. Perto demais, as aguas da Terra evaporariam; longe de-mais, congelariam. Ambos os extremos eliminariam a vidano nosso planeta. Essencial para a vida na Terra, a luz solar etambem limpa e eficiente, alem de agradavel. — Eclesiastes11:7.

3 No entanto, a maioria das pessoas encara o Sol como algocorriqueiro, embora dependam dele para viver. Com isso,deixam de aprender uma licao importante. A Bıblia diz a res-peito de Jeova: ‘Preparaste o luzeiro, o Sol.’ (Salmo 74:16)Sim, o Sol honra a Jeova, “Aquele que fez o ceu e a terra”.(Salmo 19:1; 146:6) Ele e apenas um dos incontaveis corposcelestes que nos conscientizam do tremendo poder criativode Jeova. Vamos examinar alguns desses e depois voltaremosnossa atencao para a Terra e sua grande variedade de vida.

� Para ter uma ideia da enormidade desse numero, imagine: cobriressa distancia de carro — a 160 quilometros por hora, 24 horas pordia — levaria mais de cem anos!

1, 2. De que modo o Sol demonstra o poder criativo de Jeova?3. O Sol confirma que verdade importante?

C A P´I T U L O 5

Poder criativo — “Aquele quefez o ceu e a terra”

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“Levantai ao altoos vossos olhos e vede”

4 Como sem duvida sabe, o Sol e uma estrela. Ele parece sermaior do que as estrelas noturnas, pois esta bem mais pertode nos. Qual e a sua capacidade? No nucleo, sua temperatu-ra e de uns 15 milhoes de graus Celsius. Se voce pudesse apa-nhar do nucleo do Sol um pedacinho do tamanho de umacabeca de alfinete e traze-lo aqui para a Terra, ninguem es-taria seguro a menos de 140 quilometros distante dessa mi-nuscula fonte de calor! A cada segundo, o Sol emite ener-gia equivalente a explosao de muitas centenas de milhoesde bombas nucleares.

5 O Sol e tao grande que, dentro dele, caberiam mais de1 milhao e 300 mil Terras. Mas sera que ele e uma estrelaexcepcionalmente grande? Nao, os astronomos chamam-na

4, 5. Qual e a capacidade e o tamanho do Sol, mas como se compa-ra isso com outras estrelas?

‘Jeova preparou o luzeiro,sim, o Sol’

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de ana amarela. O apostolo Paulo escreveu que “estrela di-fere de estrela em gloria”. (1 Corıntios 15:41) Ele nem tinhanocao de como essas palavras inspiradas eram verdadeiras.Existe uma estrela tao grande que, se fosse colocada no lu-gar do Sol, a Terra ficaria dentro dela. Se fosse feita a mesmacoisa com outra estrela gigante, essa ocuparia todo o espacoate Saturno — embora esse planeta esteja tao distante da Ter-ra que uma espaconave, viajando 40 vezes mais rapido doque uma bala de fuzil, levou quatro anos para chegar la!

6 Ainda mais assombroso do que o tamanho das estrelase a sua quantidade. De fato, a Bıblia sugere que as estrelassao praticamente inumeraveis, tao difıceis de contar como

6. Como a Bıblia mostra que o numero de estrelas e vasto do pontode vista humano?

‘Ele chama a todas elaspor nome’

49PODER CRIATIVO — “AQUELE QUE FEZ O C´EU E A TERRA”

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a “areia do mar”. (Jeremias 33:22) Isso subentende que hamuito mais estrelas do que se pode ver a olho nu. Afinal, seum escritor bıblico, como Jeremias, erguesse os olhos e ten-tasse contar as estrelas a noite, teria contado apenas umastres mil — o total que se pode detectar a olho nu numa noiteestrelada. Isso e comparavel ao numero de graos num meropunhado de areia. Na realidade, porem, o numero de estre-las e inimaginavel, como o de graos de areia do mar.�Quemseria capaz de conta-lo?

7 Isaıas 40:26 responde: “Levantai ao alto os vossos olhose vede. Quem criou estas coisas? Foi Aquele que faz sairo exercito delas ate mesmo por numero, chamando a to-das elas por nome.” O Salmo 147:4 diz: ‘Ele conta o nu-mero das estrelas.’ Qual e “o numero das estrelas”? Nao euma pergunta facil de ser respondida. Os astronomos cal-culam que ha mais de 100 bilhoes delas so na nossa gala-xia, a Via Lactea.� Mas a nossa galaxia e apenas uma dentremuitas outras, muitas das quais fervilham com mais estre-las ainda. Quantas galaxias existem? Alguns astronomos es-timam em 50 bilhoes. Outros calculam que possam existirate 125 bilhoes. De modo que o homem nao consegue de-terminar nem mesmo o numero de galaxias e muito menoso total exato dos bilhoes de estrelas que elas contem. Mas

� Alguns acham que os antigos, nos tempos bıblicos, devem ter usa-do algum tipo de telescopio primitivo. Senao, ponderam, como as pes-soas daquele tempo poderiam saber que o numero de estrelas e taovasto e incontavel do ponto de vista humano? Essa especulacao infun-dada nao leva em conta Jeova, o Autor da Bıblia. — 2 Timoteo 3:16.� Sabe quanto tempo voce levaria apenas para contar 100 bilhoes de

estrelas? Se pudesse contar uma por segundo — 24 horas por dia —,levaria 3.171 anos!

7. (a) Mais ou menos quantas estrelas existem na galaxia Via Lacteae, em comparacao com o total, sera que esse e um numero muito gran-de? (b) Por que e significativo que os astronomos achem difıcil con-tar as galaxias, e o que isso nos diz a respeito do poder criativo deJeova?

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Jeova sabe quantas sao. Alem disso, ele da um nome a cadaestrela!

8 A nossa reverencia so pode aumentar quando pensamosno tamanho das galaxias. Calcula-se que a extensao da ViaLactea seja de uns 100 mil anos-luz. Imagine um raio de luzviajando a tremenda velocidade de 300 mil quilometros porsegundo. Esse raio levaria 100 mil anos para cruzar a nossagalaxia! E ha galaxias muito maiores do que a nossa. A Bıbliadiz que Jeova ‘estende’ esses vastos ceus como se fossem umsimples tecido. (Salmo 104:2) Ele tambem controla os mo-vimentos dessas criacoes. Desde a menor partıcula de poeirainterestelar ate a mais poderosa galaxia, tudo se move segun-do leis fısicas formuladas e aplicadas por Deus. (Jo 38:31-33) Assim, alguns cientistas comparam os movimentos pre-cisos dos corpos celestes a coreografia de um complexo bale.Pense, entao, Naquele que criou essas coisas. Nao sente pro-funda reverencia pelo Deus de tamanho poder criativo?

“Quem fez a terra pelo seu poder”9 O poder criativo de Jeova e evidente em nosso lar, a Ter-

ra. Ele a situou com muita precisao dentro do vasto Univer-so. Alguns cientistas acreditam que muitas galaxias sejaminospitas para um planeta em que ha vida, como o nosso.A maior parte da Via Lactea evidentemente nao foi projeta-da para sustentar vida. O centro galactico esta coalhado deestrelas. A radiacao e alta e quase colisoes entre estrelas saocomuns. Nas extremidades da galaxia nao existem muitosdos elementos essenciais a vida. O nosso sistema solar se lo-caliza no ponto ideal, entre esses extremos.

8. (a) Como se pode ter uma ideia do tamanho da galaxia Via Lac-tea? (b) Por que meios Jeova controla os movimentos dos corposcelestes?9, 10. De que maneiras e evidente o poder de Jeova no posiciona-mento do sistema solar, de Jupiter, da Terra e da Lua?

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10 A Terra se beneficia de um remoto, porem gigante, pro-tetor — o planeta Jupiter. Mais de mil vezes maior do quea Terra, Jupiter exerce uma tremenda influencia gravitacio-nal. O resultado? Ele absorve ou desvia objetos que cruzamo espaco. Os cientistas calculam que, se nao fosse Jupiter, achuva de projeteis macicos que atingem a Terra seria 10 milvezes maior do que e no presente. Mais perto, a Terra e aben-coada com um satelite incomum — a Lua. Mais do que umornamento e fonte de “luz noturna”, a Lua mantem a Terranuma inclinacao constante e firme. Essa inclinacao produzaqui estacoes previsıveis e estaveis — outro fator importanteque favorece a vida.

11 O poder criativo de Jeova e evidente em todas as face-tas do projeto da Terra. Veja a atmosfera, que serve comoum grande escudo. O Sol emite tanto raios beneficoscomo mortıferos. Ao atingirem a parte superior da atmosfe-ra, os raios letais transformam o oxigenio comum em ozo-nio. A resultante camada de ozonio, por sua vez, absorve amaioria desses raios. Assim, nosso planeta tem seu proprio“guarda-chuva” protetor.

12 Esse e apenas um dos aspectos da atmosfera, uma com-plexa mistura de gases, ideal para sustentar a vida das cria-turas na superfıcie da Terra ou perto dela. Outra maravilhada atmosfera e o ciclo da agua. Todo ano, o sol faz mais de400 mil quilometros cubicos de agua evaporar dos oceanose mares da Terra. Essas aguas formam nuvens, que os ventosatmosfericos espalham por toda a parte. Depois, filtradas epurificadas, elas caem como chuva, neve ou gelo, reabaste-cendo os suprimentos de agua.

´E exatamente como diz Ecle-

siastes 1:7: “Todas as torrentes hibernais correm para o mar,

11. Como a atmosfera da Terra foi projetada para servir de escudo pro-tetor?12. Como o ciclo de agua atmosferico ilustra o poder criativo deJeova?

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contudo, o proprio mar nao esta cheio. Ao lugar de ondecorrem as torrentes hibernais, para la elas voltam a fim desair correndo.” Somente Jeova poderia ter acionado tal ciclo.

13 Onde existe vida, ha evidencia do poder do Criador. Des-de as majestosas sequoias-sempre-verdes (mais altas do queum predio de 30 andares) ate as plantas microscopicas quepululam nos oceanos e suprem grande parte do oxigenioque respiramos, o poder criativo de Jeova e evidente. O pro-prio solo fervilha de coisas vivas — minhocas, fungos e mi-crobios, todos interagindo de maneiras complexas que aju-dam no crescimento das plantas. Apropriadamente, a Bıbliafala do solo como tendo “poder”. — Genesis 4:12.

14 Sem duvida, e Jeova “Quem fez a terra pelo seu poder”.(Jeremias 10:12) O poder de Deus e evidente ate mesmo nasmenores criacoes. Por exemplo, um milhao de atomos colo-cados lado a lado nao atingiriam a espessura de um fio decabelo humano. E, mesmo se um atomo fosse aumentadoate a altura de um predio de 14 andares, seu nucleo seria dotamanho de um mero grao de sal no setimo andar. No en-tanto, esse infinitesimo nucleo e a fonte da espantosa ener-gia liberada numa explosao nuclear!

“Toda coisa que respira”15 Outra prova vıvida do poder criativo de Jeova e a abun-

dancia de vida animal na Terra. Entre as muitas coisas quelouvam a Jeova, alistadas no Salmo 148, o versıculo 10 in-clui “feras e todos os animais domesticos”. Para mostrar porque o homem deve ter reverencia pelo Criador, Jeova faloucerta vez a Jo a respeito de animais como o leao, a zebra,

13. Que evidencias do poder do Criador vemos na vegetacao e nosolo da Terra?14. Que poder latente existe ate mesmo no minusculo atomo?15. Ao referir-se a varios animais selvagens, que licao Jeova ensinoua Jo?

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o touro selvagem, o beemote (ou hipopotamo) e o leviata(pelo visto, o crocodilo). Qual era o ponto em questao? Seo homem se admira dessas criaturas fortes, temıveis e indo-maveis, como deveria se sentir com relacao ao Criador de-las? — Jo, capıtulos 38-41.

16 O Salmo 148:10 menciona tambem “aves aladas”. Pen-se na enorme variedade! Jeova falou a Jo da avestruz, que“ri do cavalo e do seu cavaleiro”. (Jo 39:13, 18) De fato, essaave de 2,5 metros de altura talvez nao saiba voar, mas podecorrer a 65 quilometros por hora, com passadas de ate uns4 metros! ( Jo 39:13, 18) O albatroz, por sua vez, e um pla-nador nato que passa a maior parte da vida no ar, sobre osoceanos. Essa ave tem uns 3 metros de envergadura e podeplanar por horas a fio sem bater as asas. Em contraste, o bei-ja-flor-abelha, de apenas uns 5 centımetros de comprimen-to, e a menor ave do mundo. Ele pode bater as asas 80 ve-zes por segundo! Beija-flores, reluzentes como pequeninasgemas aladas, podem pairar no ar como helicopteros e atevoar de marcha a re.

17 O Salmo 148:7 diz que ate mesmo os “monstros mari-nhos” louvam a Jeova. Considere o que em geral e consi-derado o maior animal que ja viveu neste planeta, a ba-leia-azul. Esse “monstro” marinho pode chegar a mais de30 metros de comprimento. Pode igualar-se ao peso de umamanada de 30 elefantes adultos. So a sua lıngua tem o pesode um elefante. O coracao e do tamanho de um carro popu-lar. Esse enorme orgao bate apenas 9 vezes por minuto — emcontraste com o coracao do beija-flor, que pode bater umas1.200 vezes por minuto. Pelo menos um dos vasos sanguı-neos da baleia-azul e tao grande que uma crianca poderiase arrastar por dentro dele. Com certeza, nosso coracao nos

16. O que o impressiona a respeito de algumas aves criadas por Jeova?17. Qual e o tamanho da baleia-azul? A que conclusao natural deve-mos chegar ao meditar nos animais que Jeova criou?

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induz a repetir a exortacao final do livro dos Salmos: “Todacoisa que respira — louve ela a Jah.” — Salmo 150:6.

Aprendamos do poder criativo de Jeova18 O que nos ensina o uso do poder criativo de Jeova?

A diversidade da criacao nos assombra. Certo salmista ex-clamou: “Quantos sao os teus trabalhos, o Jeova! . . . A ter-ra esta cheia das tuas producoes.” (Salmo 104:24)

´E verda-

de! Os biologos ja identificaram bem mais de um milhaode especies de coisas vivas na Terra; mas as opinioes variamquanto a se o total e de 10 milhoes, 30 milhoes, ou mais. Umartista humano pode achar que as vezes esgota a sua criati-vidade. Em contraste, a criatividade de Jeova — seu poder deinventar e criar coisas diversificadas — e obviamente inesgo-tavel.

19 O uso que Jeova faz de seu poder criativo nos ensinaalgo a respeito de Sua soberania. A propria palavra “Criador”distingue Jeova de qualquer outra coisa no Universo, ondetudo o que existe e “criacao”. Ate mesmo o Filho unigeni-to de Jeova, que serviu como “mestre de obras” durante a

18, 19. Ate que ponto chega a diversidade das coisas vivas feitas porJeova na Terra, e o que a criacao nos ensina a respeito de Sua sobera-nia?

Perguntas para MeditacaoSalmo 8:3-9 Como as criacoes de Jeova podem ensinar-nos a serhumildes?Salmo 19:1-6 O que o poder criativo de Jeova pode incitar-nos afazer? Por que?Mateus 6:25-34 Como meditar no poder criativo de Jeova pode aju-dar-nos a combater a ansiedade e a estabelecer prioridades corretasna vida?Atos 17:22-31 De que modo o uso do poder criativo de Jeova nosensina que a idolatria e errada e que Deus nao esta longe de nos?

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criacao, jamais e chamado de Criador, ou de Cocriador,na Bıblia. (Proverbios 8:30; Mateus 19:4) Em vez disso, ele e“o primogenito de toda a criacao”. (Colossenses 1:15) A po-sicao de Jeova como Criador da a ele o direito inerente deexercer exclusivo poder soberano sobre todo o Universo.— Romanos 1:20; Revelacao (Apocalipse) 4:11.

20 Sera que Jeova parou de usar seu poder criativo? Bem,a Bıblia diz que Jeova “passou a repousar no setimo dia detoda a sua obra que fizera” nos anteriores seis dias criati-vos. (Genesis 2:2) O apostolo Paulo indicou que a duracaodesse setimo “dia” e de milhares de anos, pois ainda estavaem curso nos seus dias. (Hebreus 4:3-6) Mas sera que “re-pousar” significa que Jeova parou totalmente de trabalhar?Nao, Jeova nunca para de trabalhar. (Salmo 92:4; Joao 5:17)Portanto, seu repouso deve simplesmente significar que eleencerrou suas obras criativas materiais com relacao a Terra.As obras para cumprir os seus propositos, porem, tem con-tinuado sem interrupcao. Essas obras incluem a inspiracaodas Escrituras Sagradas e ate mesmo “uma nova criacao”, as-sunto que sera abordado no Capıtulo 19. — 2 Corıntios 5:17.

21 Quando o dia de repouso de Jeova chegar ao fim, ele po-dera classificar de “muito bom” tudo o que fez com relacaoa Terra, assim como fez no fim de cada um dos seis dias cria-tivos. (Genesis 1:31) Como ele vai decidir usar o seu ilimita-do poder criativo depois disso, resta ver. Seja como for, po-demos ter certeza de que o uso do poder criativo de Deuscontinuara a nos fascinar. Por toda a eternidade, aprendere-mos mais coisas a respeito de Jeova por meio de suas cria-coes. (Eclesiastes 3:11) Quanto mais aprendermos sobre ele,mais profunda sera a nossa reverencia — e mais nos achega-remos ao nosso Grandioso Criador.

20. Em que sentido Jeova repousou depois de terminar sua criacaoterrestre?21. Como o poder criativo de Jeova afetara os humanos fieis por todaa eternidade?

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OS ISRAELITAS estavam encurralados — espremidos entrerochedos ıngremes de um lado e um mar intransponıvelde outro. O exercito egıpcio, uma cruel maquina de ma-tanca, os perseguia a todo o vapor, decidido a aniquila-los.�Apesar disso, Moises exortou o povo de Deus a nao perder aesperanca. “O proprio Jeova lutara por vos”, garantiu-lhes.—

ˆExodo 14:14.

2 Mesmo assim, Moises pelo visto invocou a Jeova, quelhe respondeu: ‘Por que persistes em clamar a mim? Er-gue teu bastao e estende tua mao sobre o mar e parte-o.’(

ˆExodo 14:15, 16) Imagine o desenrolar dos eventos. Jeova

imediatamente deu ordens ao seu anjo e, assim, a colunade nuvem passou para a retaguarda de Israel, talvez se es-tendendo como uma parede e bloqueando a linha de ata-que egıpcia. (

ˆExodo 14:19, 20; Salmo 105:39) Moises esten-

deu a mao. Impelido por um vento forte, o mar se abriu. Asaguas de alguma maneira ficaram estaticas e se ergueramcomo muralhas, abrindo uma passagem suficientementelarga para a nacao inteira! —

ˆExodo 14:21; 15:8.

3 Diante dessa prova de poder, Farao deveria ter ordena-do o recuo de suas tropas. Mas ele era orgulhoso demaispara isso e mandou atacar. (

ˆExodo 14:23) Os egıpcios lan-

caram-se ao leito do mar atras dos israelitas, mas a cacada

� Segundo o historiador judeu Josefo, os hebreus foram perseguidospor “seiscentos carros de guerra, cinquenta mil cavaleiros e duzentosmil homens de infantaria bem armados”. — Antiguidades Judaicas,Volume 1, p. 244.

1-3. (a) Que ameaca dos egıpcios os israelitas enfrentaram? (b) ComoJeova lutou pelo seu povo?

C A P´I T U L O 6

Poder de destruicao — “Jeovae pessoa varonil de guerra”

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logo virou um caos, porque as rodas dos carros de guerracomecaram a se desprender. Quando os israelitas estavamseguros na outra margem, Jeova ordenou a Moises: “Esten-de tua mao sobre o mar, para que as aguas voltem sobre osegıpcios, sobre seus carros de guerra e seus cavalarianos.”As muralhas de agua desabaram, afogando Farao e suas for-cas. —

ˆExodo 14:24-28; Salmo 136:15.

4 A salvacao do povo de Israel no mar Vermelho foi umevento momentoso na historia dos tratos de Deus com ahumanidade. Naquela ocasiao, Jeova mostrou ser “pessoavaronil de guerra”. (

ˆExodo 15:3) Mas como reage ao saber

que Jeova as vezes e descrito dessa maneira? Na verdade, asguerras tem causado muitas dores e sofrimento para a hu-manidade. Acha, entao, que o poder de destruicao de Deusparece mais um obstaculo do que um incentivo para seachegar a ele?

Guerras divinas versus conflitos humanos5 Quase trezentas vezes nas Escrituras Hebraicas, e duas

vezes nas Escrituras Gregas Cristas, Deus e chamado de“Jeova dos exercitos”. (1 Samuel 1:11) Como GovernanteSoberano, Jeova comanda um vasto exercito de forcas an-gelicas. ( Josue 5:13-15; 1 Reis 22:19) O potencial de destrui-cao desse exercito e assombroso. (Isaıas 37:36) A ideia dedestruir seres humanos nao e agradavel. Mas cabe lembrarque as guerras divinas sao diferentes dos mesquinhos con-flitos humanos. Lıderes militares e polıticos talvez tentem

4. (a) O que Jeova mostrou ser no mar Vermelho? (b) Como algunstalvez reajam ao saber que Jeova e descrito dessa maneira?5, 6. (a) Por que Deus e chamado apropriadamente de “Jeova dosexercitos”? (b) Em que diferem as guerras divinas das guerras huma-nas?

No mar Vermelho, Jeova mostrou ser“pessoa varonil de guerra”

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atribuir motivos nobres a sua agressao. Mas as guerras hu-manas sao sempre marcadas pela ganancia e pelo egoısmo.

6 Em contraste com isso, Jeova nao se guia pela emocaocega. Deuteronomio 32:4 diz: “A Rocha, perfeita e a suaatuacao, pois todos os seus caminhos sao justica. Deus defidelidade e sem injustica; justo e reto e ele.” A Palavra deDeus condena a furia, a crueldade e a violencia desenfrea-das. (Genesis 49:7; Salmo 11:5) Portanto, Jeova jamais agesem motivos. Seu poder de destruicao e usado com mo-deracao e como ultimo recurso.

´E como ele declarou por

meio de seu profeta Ezequiel: “ ‘Acaso me agrado de algummodo na morte do inıquo’, e a pronunciacao do SoberanoSenhor Jeova, ‘e nao em que ele recue dos seus caminhose realmente continue a viver?’” — Ezequiel 18:23.

7 Por que, entao, Jeova usa o poder de destruicao? An-tes de responder, convem lembrar-nos de Jo, um homemjusto. Satanas duvidava de que Jo — na realidade de quequalquer ser humano — se manteria ıntegro sob prova-cao. Jeova aceitou o desafio, permitindo que Satanas testas-se a integridade de Jo. Em resultado disso, Jo sofreu doen-cas, perda dos bens e dos filhos. ( Jo 1:1–2:8) Sem saber dasquestoes envolvidas, Jo concluiu erroneamente que seu so-frimento era uma punicao injusta da parte de Deus. Eleperguntou a Deus por que fizera dele um “alvo”, um “ini-migo”. — Jo 7:20; 13:24.

8 Um jovem chamado Eliu expos a falha do raciocıniode Jo, dizendo: “Disseste: ‘Minha justica e maior do quea de Deus.’” ( Jo 35:2) Sim, e insensato pensar que sabe-mos mais do que Deus, ou supor que ele tenha agido cominjustica. “Longe esta do verdadeiro Deus agir ele iniqua-mente, e do Todo-Poderoso agir injustamente”, disse Eliu.

7, 8. (a) O que Jo concluiu erroneamente a respeito de seus sofri-mentos? (b) Como Eliu corrigiu o raciocınio de Jo nesse respeito?(c) Que licao podemos aprender daquilo que Jo passou?

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Mais adiante, acrescentou: “Quanto aoTodo-Poderoso, naoo descobrimos; ele e sublime em poder, e nao depreciara[a retidao] e a abundancia da justica.” ( Jo 34:10; 36:22, 23;37:23) Podemos ter certeza de que Deus, quando luta, tembons motivos para faze-lo. Com isso em mente, analisemosalgumas das razoes de o Deus de paz as vezes vestir o man-to de guerreiro. — 1 Corıntios 14:33.

Por que o Deus de paz e impelido a lutar9 Depois de louvar a Deus como “pessoa varonil de guer-

ra”, Moises declarou: “Quem entre os deuses e semelhan-te a ti, o Jeova? Quem e semelhante a ti, mostrando-sepoderoso em santidade?” (

ˆExodo 15:11) O profeta Haba-

cuque tambem escreveu: “´

Es de olhos puros demais paraver o que e mau; e nao podes olhar para a desgraca.” (Ha-bacuque 1:13) Embora Jeova seja um Deus de amor, elee tambem um Deus de santidade, de retidao e de justica.`As vezes, tais qualidades o impelem a usar o seu poder dedestruicao. (Isaıas 59:15-19; Lucas 18:7) Portanto, Deus naomacula a sua santidade quando luta. Na verdade, ele lutaporque e santo. —

ˆExodo 39:30.

10 Considere a situacao que surgiu depois que o primei-ro casal humano, Adao e Eva, se rebelou contra Deus. (Ge-nesis 3:1-6) Se tivesse tolerado a iniquidade deles, Jeova te-ria minado sua posicao como Soberano Universal. ComoDeus justo, foi obrigado a condena-los a morte. (Romanos6:23) Na primeira profecia bıblica, ele predisse inimizadeentre seus servos e os seguidores da “serpente”, Satanas.(Revelacao [Apocalipse] 12:9; Genesis 3:15) Essa inimi-zade so poderia ser definitivamente resolvida pelo esma-gamento de Satanas. (Romanos 16:20) Mas executar esse

9. Por que o Deus de paz as vezes precisa lutar?10. (a) Quando e como surgiu a necessidade de Deus travar guerra?(b) De que unica maneira poderia ser resolvida a inimizade preditaem Genesis 3:15 e com que benefıcios para os humanos justos?

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julgamento resultaria em grandes bencaos para os huma-nos justos, livrando a Terra da influencia de Satanas eabrindo o caminho para um paraıso global. (Mateus 19:28)Ate chegar esse dia, os partidarios de Satanas constituiriamuma ameaca constante ao bem-estar fısico e espiritual dopovo de Deus. Vez por outra, Jeova teria de intervir.

Deus age para eliminar a perversidade11 O Diluvio dos dias de Noe e um exemplo dessa inter-

vencao. Genesis 6:11, 12 diz: “A terra veio a estar arruina-da a vista do verdadeiro Deus, e a terra ficou cheia de vio-lencia. Deus viu, pois, a terra e eis que estava arruinada,porque toda a carne havia arruinado seu caminho na ter-ra.” Sera que Deus permitiria que os perversos apagassem oultimo vestıgio de boa moral na Terra? Nao. Jeova viu-seobrigado a provocar um diluvio global para livrar a Terradas pessoas fortemente propensas a violencia e a imorali-dade.

12 A situacao era similar no caso da condenacao divinados cananeus. Jeova havia revelado que Abraao teria um“descendente”, por meio do qual todas as famılias da Terraabencoariam a si mesmas. Em harmonia com esse propo-sito, Deus decretou que a descendencia de Abraao recebe-ria a terra de Canaa, que era habitada por um povo cha-mado de amorreus. Que justificativa Deus teria paraexpulsar essas pessoas de sua terra? Jeova predisse que aexpulsao so ocorreria depois de uns 400 anos — so depoisde ‘se completar o erro dos amorreus’.� (Genesis 12:1-3;13:14, 15; 15:13, 16; 22:18) Nesse perıodo, aquele povo se

� Ao que tudo indica, o termo “amorreus” aqui inclui todos os po-vos de Canaa. — Deuteronomio 1:6-8, 19-21, 27; Josue 24:15, 18.

11. Por que Deus se viu na obrigacao de provocar um diluvio global?12. (a) O que Jeova predissera a respeito do “descendente” de Abraao?(b) Por que os amorreus tinham de ser exterminados?

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afundou cada vez mais na corrupcao moral. Canaa tornou-se uma terra de idolatria, derramamento de sangue e prati-cas sexuais degradantes. (

ˆExodo 23:24; 34:12, 13; Numeros

33:52) Os habitantes do paıs ate mesmo matavam crian-cas em fogos sacrificiais. Poderia um Deus santo expor seupovo a tais perversidades? Nao! Ele declarou: “A terra e im-pura e eu trarei sobre ela punicao pelo seu erro, e a terra vo-mitara os seus habitantes.” (Levıtico 18:21-25) Mas Jeovanao executou as pessoas indiscriminadamente. Cananeusde ındole justa, como Raabe e os gibeonitas, foram poupa-dos. — Josue 6:25; 9:3-27.

Deus luta em favor de Seu nome13 Visto que Jeova e santo, seu nome tambem e san-

to. (Levıtico 22:32) Jesus ensinou seus discıpulos a orar:“Santificado seja o teu nome.” (Mateus 6:9) A rebeliao no´Eden profanou o nome de Deus, lancando duvidas sobreSua reputacao e maneira de governar. Jeova jamais poderiatolerar essa calunia e rebeliao. Ele viu-se na obrigacao delimpar seu nome de toda a desonra. — Isaıas 48:11.

14 Considere, mais uma vez, o caso dos israelitas. Enquan-to eram escravos no Egito, a promessa de Deus a Abraao— de que por meio de seu Descendente todas as famıliasda Terra abencoariam a si mesmas — parecia sem senti-do. Mas, ao liberta-los e fazer deles uma nacao, Jeova lim-pou seu nome. Assim, o profeta Daniel lembrou em ora-cao: “

´O Jeova, nosso Deus, . . . fizeste teu povo sair da terra

do Egito por mao forte e passaste a fazer um nome para timesmo.” — Daniel 9:15.

15 Curiosamente, Daniel fez essa oracao numa epoca emque os judeus precisavam que Jeova agisse de novo pela

13, 14. (a) Por que Jeova se viu na obrigacao de santificar o seunome? (b) Como Jeova limpou seu nome?15. Por que Jeova libertou os judeus do cativeiro em Babilonia?

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causa de Seu nome. Os judeus desobedientes estavamno cativeiro, dessa vez em Babilonia. A capital deles, Je-rusalem, estava em ruınas. Daniel sabia que a volta dos ju-deus para sua terra natal magnificaria o nome de Jeova. Demodo que orou: “

´O Jeova, perdoa deveras.

´O Jeova, presta

deveras atencao e age. Nao tardes, por tua propria causa,o meu Deus, pois o teu proprio nome foi invocado sobre atua cidade e sobre o teu povo.” — Daniel 9:18, 19.

Deus luta pelo seu povo16 Sera que o interesse de Jeova em defender o seu nome

indica que ele e frio e egocentrico? Nao, porque agindo deacordo com a sua santidade e seu amor a justica, Deus pro-tege o seu povo. Analise Genesis, capıtulo 14. Lemos ali quequatro reis invasores raptaram o sobrinho de Abraao, Lo,junto com a famılia deste. Com a ajuda de Deus, Abraaoimpos uma derrota colossal a forcas imensamente superio-res! O relato dessa vitoria provavelmente foi o primeiro re-gistro no “livro das Guerras de Jeova”, que pelo visto eraum livro que documentava tambem alguns embates mili-tares nao registrados na Bıblia. (Numeros 21:14) Muitas ou-tras vitorias se seguiriam.

17 Pouco antes de os israelitas entrarem na terra de Canaa,Moises garantiu-lhes: “Jeova, vosso Deus, e quem vai navossa frente. Ele lutara por vos segundo tudo o que fez con-vosco no Egito.” (Deuteronomio 1:30; 20:1) Comecandocom o sucessor de Moises, Josue, e continuando por todo operıodo dos juızes e dos reinados de reis fieis de Juda, Jeovarealmente lutou pelo seu povo, dando-lhe muitas vitoriasespetaculares sobre seus inimigos. — Josue 10:1-14; Juızes4:12-17; 2 Samuel 5:17-21.

16. Explique por que o interesse de Jeova em defender o seu nomenao significa que ele seja frio e egocentrico.17. Que indicacao ha de que Jeova lutou pelos israelitas depois de te-rem entrado na terra de Canaa? De exemplos.

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18 Jeova nao mudou; tampouco mudou o seu propositode fazer deste planeta um pacıfico paraıso. (Genesis 1:27,28) Deus ainda odeia a perversidade. Ao mesmo tempo, eleama ternamente o seu povo e agira em breve em favor dele.(Salmo 11:7) De fato, a inimizade mencionada em Genesis3:15 deve chegar a um ponto dramatico e violento no futu-ro proximo. Para santificar seu nome e proteger seu povo,Jeova de novo se tornara uma “pessoa varonil de guerra”!— Zacarias 14:3; Revelacao 16:14, 16.

19 Veja uma ilustracao: suponha que uma mae e seus fi-lhos estivessem sendo atacados por um animal feroz e queo pai entrasse na luta e matasse o violento animal. Achaque esse ato afastaria dele a esposa e os filhos? Ao con-trario, seria de se esperar que eles se comovessem com oamor abnegado do pai. De modo similar, nao devemos nosafastar de Deus por ele usar seu poder de destruicao. Sua

18. (a) Por que podemos ser gratos de que Jeova nao mudou? (b) Oque acontecera quando a inimizade mencionada em Genesis 3:15 che-gar ao clımax?19. (a) Ilustre por que o uso do poder de destruicao de Deus podenos achegar a ele. (b) Que efeito deve ter sobre nos a disposicao deDeus de lutar?

Perguntas para Meditacao2 Reis 6:8-17 Como o papel de Deus como “Jeova dos exerci-tos” pode nos encorajar em tempos de aflicao?

Ezequiel 33:10-20 Antes de usar seu poder de destruicao, queoportunidade Jeova estende misericordiosamente aos que vio-lam suas leis?

2 Tessalonicenses 1:6-10 Que alıvio a vindoura destruicao dosperversos trara para os servos fieis de Deus?

2 Pedro 2:4-13 O que leva Jeova a exercer seu poder de destrui-cao e isso da que licao para toda a humanidade?

65PODER DE DESTRUIC˜

AO — “JEOV´

A´E PESSOA VARONIL DE GUERRA”

Page 68: Achegue se a jeová

disposicao de lutar para nos proteger deve aumentar nossoamor a ele. E deve aprofundar nosso respeito pelo seu po-der ilimitado. Assim, podemos ‘prestar a Deus servico sa-grado com temor piedoso e espanto reverente’. — Hebreus12:28.

Achegue-se a “pessoa varonil de guerra”20 Naturalmente, a Bıblia nao explica em cada caso todos

os detalhes das decisoes de Jeova a respeito de guerras divi-nas. Mas de uma coisa podemos estar certos: Jeova jamaisusa o poder de destruicao de modo injusto, leviano oucruel. Muitas vezes, considerar o contexto de um relato bı-blico, ou certas informacoes de fundo, nos ajuda a colocaras coisas na perspectiva correta. (Proverbios 18:13) Mesmose nao tivermos todos os detalhes, simplesmente aprendermais sobre Jeova e meditar nas suas preciosas qualidadespode nos ajudar a dirimir qualquer duvida que surja. Se fi-zermos isso, veremos que temos amplos motivos para con-fiar em nosso Deus, Jeova. — Jo 34:12.

21 Embora Jeova seja uma “pessoa varonil de guerra”quando a situacao exige, isso nao significa que ele tenhaum coracao de guerreiro. Na visao que Ezequiel teve do car-ro celestial, Jeova e retratado como estando pronto para lu-tar contra seus inimigos. No entanto, Ezequiel viu Deus ro-deado de um arco-ıris — um sımbolo da paz. (Genesis 9:13;Ezequiel 1:28; Revelacao 4:3) Obviamente, Jeova e sereno epacıfico. “Deus e amor”, escreveu o apostolo Joao. (1 Joao4:8) Todas as qualidades de Jeova existem em perfeito equi-lıbrio. Portanto, como e grande o nosso privilegio de po-dermos nos achegar a um Deus de tamanho poder, poremamoroso!

20. Ao ler relatos bıblicos de guerras divinas que talvez nao entenda-mos plenamente, como devemos reagir? Por que?21. Embora as vezes seja “pessoa varonil de guerra”, o que Jeova e nocoracao?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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OS ISRAELITAS corriam perigo ao entrar na regiao do Si-nai, no inıcio de 1513 AEC. Tinham a frente uma jorna-da assustadora, por um “enorme e perigoso deserto, cheiode cobras venenosas e escorpioes”. (Deuteronomio 8:15,Bıblia na Linguagem de Hoje) Havia tambem a ameaca deataque de nacoes hostis. Jeova havia levado seu povo a essasituacao. Como Deus deles, poderia protege-los?

2 As palavras de Jeova eram muito animadoras: “Vos mes-mos vistes o que fiz aos egıpcios, para vos carregar sobreasas de aguias e vos trazer a mim.” (

ˆExodo 19:4) Jeova lem-

brou ao seu povo que ele os havia libertado dos egıpcios,usando aguias, por assim dizer, para leva-los a seguranca.Mas ha outros motivos pelos quais “asas de aguias” ilus-tram bem a protecao divina.

3 A aguia nao usa suas asas largas e fortes apenas paraplanar nas alturas. No calor do dia, a mae aguia arqueiaas asas — que podem se estender ate dois metros — for-mando uma sombra que protege os filhotinhos do sol es-caldante. Outras vezes, ela encobre os filhotes com as asaspara protege-los do vento frio. Assim como a aguia os pro-tege, Jeova havia defendido e protegido a jovem nacao deIsrael. Entao no deserto, seu povo continuaria a se refugiara sombra de Suas asas poderosas, desde que permanecessefiel. (Deuteronomio 32:9-11; Salmo 36:7) Mas, e nos hoje,podemos contar com a protecao de Deus?

1, 2. Que perigo os israelitas corriam ao entrar na regiao do Sinai em1513 AEC, e que encorajamento Jeova lhes deu?3. Por que “asas de aguias” ilustram bem a protecao divina?

C A P´I T U L O 7

Poder protetor — ‘Deus epara nos um refugio’

Page 70: Achegue se a jeová

A promessa de protecao divina4 Jeova certamente e capaz de proteger seus servos. Ele e

o “Deus Todo-Poderoso” — um tıtulo que indica que seupoder e insuperavel. (Genesis 17:1) Como uma indoma-vel onda do mar, e impossıvel impedir o poder aplicado deJeova. Visto que Ele pode fazer tudo o que dita a sua vonta-de, nos perguntamos: ‘

´E da vontade de Jeova usar seu po-

der para proteger seu povo?’5 A resposta e bem simples: sim! Jeova nos garante que

protegera seu povo. “Deus e para nos refugio e forca, umaajuda encontrada prontamente durante aflicoes”, diz o Sal-mo 46:1. Visto que Deus “nao pode mentir”, podemos terconfianca absoluta na sua promessa de protecao. (Tito 1:2)Vejamos alguns vıvidos exemplos da linguagem figuradaque Jeova usa para descrever seus cuidados protetores.

6 Jeova e um Pastor, e nos “somos seu povo e ovelhasdo seu pasto”. (Salmo 23:1; 100:3) Poucos animais sao taoindefesos como a ovelha domestica. O pastor dos temposbıblicos tinha de ser corajoso para proteger as ovelhas con-tra leoes, lobos e ursos, bem como contra ladroes. (1 Sa-muel 17:34, 35; Joao 10:12, 13) Mas havia momentos emque proteger as ovelhas exigia ternura. Se uma delas dessea luz longe do curral, o prestimoso pastor acudiria o animalnesses momentos difıceis, apanharia o filhote indefeso e olevaria ate o curral.

7 Comparando-se a um pastor, Jeova nos garante seu dese-jo sincero de nos proteger. (Ezequiel 34:11-16) Lembre-se

4, 5. Por que podemos ter confianca absoluta na promessa de prote-cao divina?6, 7. (a) Que protecao o pastor nos tempos bıblicos dava as ovelhas?(b) Como a Bıblia ilustra o desejo sincero de Jeova de proteger suasovelhas e zelar por elas?

‘Ele os carregara ao colo’

ACHEGUE-SE A JEOV´

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do que se diz sobre Jeova em Isaıas 40:11, considerado noCapıtulo 2 deste livro: “Qual pastor ele pastoreara a suapropria grei. Com o seu braco reunira os cordeiros; e os car-regara ao colo.” Como e que um cordeirinho viria a estarno “colo” do pastor — nas dobras na parte superior de suaroupa? Ele talvez se aproximasse do pastor, ate mesmo to-cando de leve nas suas pernas. Mas e o pastor que preci-saria se abaixar, pegar o cordeirinho e delicadamente aco-moda-lo na seguranca do colo. Que terna representacao dadisposicao de nosso Grandioso Pastor de nos defender eproteger!

8 A promessa de protecao divina e condicional — so a rece-be quem se achega a Jeova. Proverbios 18:10 diz: “O nomede Jeova e uma torre forte. O justo corre para dentro delae recebe protecao.” Nos tempos bıblicos, as vezes se cons-truıam torres nos lugares desabitados como locais de refu-gio. Mas cabia a quem estivesse em perigo fugir ate a torreem busca de seguranca.

´E similar no caso de encontrar re-

fugio no nome de Deus. Isso envolve mais do que apenasrepeti-lo; o nome divino em si nao e um talisma. Em vezdisso, temos de conhecer o Portador desse nome, confiarNele e viver de acordo com os seus padroes justos. Quantabondade da parte de Jeova em nos garantir que, se o bus-carmos com fe, ele se tornara uma torre de protecao paranos!

‘Nosso Deus podera salvar-nos’9 Jeova tem feito mais do que apenas prometer protecao.

Nos tempos bıblicos, ele mostrou de maneiras milagrosasque pode proteger seu povo. Durante a historia de Israel, a

8. (a) A quem se estende a promessa divina de protecao, e como Pro-verbios 18:10 indica isso? (b) O que esta envolvido em encontrar re-fugio no nome de Deus?9. De que modo Jeova tem feito mais do que apenas prometer prote-cao?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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“mao” de Jeova muitas vezes reprimiu inimigos poderosos.(

ˆExodo 7:4) Mas Jeova tambem usou seu poder protetor em

favor de indivıduos.10 Quando tres jovens hebreus — Sadraque, Mesaque e

Abednego — se recusaram a curvar-se perante a ima-gem de ouro do Rei Nabucodonosor, o rei furioso amea-cou lanca-los numa fornalha superaquecida. “Quem e essedeus que vos pode salvar das minhas maos?”, zombou Na-bucodonosor, o monarca mais poderoso da Terra. (Daniel3:15) Os tres rapazes tinham confianca absoluta no poderde seu Deus para os proteger, mas nao pressupunham queele faria isso. Assim, responderam: “Se for preciso, nossoDeus, a quem servimos, podera salvar-nos.” (Daniel 3:17)Ora, aquela fornalha, mesmo que aquecida sete vezes maisdo que o normal, nao representava nenhum desafio parao Deus todo-poderoso. Ele realmente protegeu os tres he-breus, e o rei foi obrigado a reconhecer: “Nao ha outrodeus que possa livrar assim como este.” — Daniel 3:29.

11 Jeova fez tambem uma demonstracao realmente nota-vel de seu poder protetor ao transferir a vida de seu Filhounigenito para o ventre da virgem judia Maria. Um anjodisse a Maria que ela ‘conceberia na sua madre e daria a luzum filho’. O anjo explicou: “Espırito santo vira sobre ti epoder do Altıssimo te encobrira.” (Lucas 1:31, 35) Pelo vis-to, o Filho de Deus nunca havia estado tao vulneravel. Seraque o pecado e a imperfeicao da mae humana maculariamo embriao? Satanas seria capaz de ferir ou matar esse Fi-lho antes que nascesse? Impossıvel! Na verdade, a partir domomento da concepcao, Jeova como que cercou Maria deuma muralha protetora, de modo que nada — imperfeicao,forca prejudicial, assassino humano ou algum demonio —poderia prejudicar o desenvolvimento do embriao. Jeova

10, 11. Que exemplos bıblicos mostram como Jeova usou seu poderprotetor em favor de indivıduos?

71PODER PROTETOR — ‘DEUS´E PARA N

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continuou a proteger Jesus durante sua juventude. (Mateus2:1-15) Ate que chegasse o tempo marcado por Deus, seuamado Filho seria inatacavel.

12 Por que Jeova protegeu algumas pessoas de tais manei-ras milagrosas? Em muitos casos, ele fez isso a fim de pro-teger algo muito mais importante: a realizacao de Seu pro-posito. Por exemplo, a sobrevivencia do menino Jesus eraessencial para o cumprimento do proposito de Deus, que,por fim, beneficiaria toda a humanidade. O registro dasmuitas demonstracoes de poder protetor faz parte das Es-crituras inspiradas, “escritas para a nossa instrucao, paraque, por intermedio da nossa perseveranca e por interme-dio do consolo das Escrituras, [tenhamos] esperanca”. (Ro-manos 15:4) Sem duvida, esses exemplos fortalecem nossafe no Deus todo-poderoso. Mas que protecao podemos es-perar de Deus hoje?

Que tipo de protecao divinanao se pode esperar

13 A promessa de protecao divina nao significa que Jeovaseja obrigado a fazer milagres em nosso favor. Nao, nossoDeus nao nos garante uma vida sem problemas neste velhosistema. Muitos servos fieis de Jeova sofrem severas adver-sidades, incluindo pobreza, guerras, doencas e morte. Jesusdisse claramente a seus discıpulos que, como indivıduos,poderiam ser mortos por causa de sua fe.

´E por isso que Je-

sus frisou a necessidade de perseverar ate o fim. (Mateus24:9, 13) Se Jeova usasse seu poder de efetuar libertacoesmilagrosas em todos os casos, poderia dar margem para Sa-tanas zombar dele e questionar a genuinidade de nossa de-vocao a Deus. — Jo 1:9, 10.

12. Por que Jeova protegeu milagrosamente algumas pessoas nos tem-pos bıblicos?13. Jeova e obrigado a realizar milagres em nosso favor? Explique.

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Page 75: Achegue se a jeová

14 Mesmo nos tempos bıblicos, Jeova nao usou seu poderprotetor para poupar da morte prematura cada um de seusservos. Por exemplo, o apostolo Tiago foi executado porHerodes, por volta de 44 EC; no entanto, pouco tempo de-pois, Pedro foi livrado “da mao de Herodes”. (Atos 12:1-11)E Joao, irmao de Tiago, viveu mais do que Pedro e Tiago.Obviamente, nao podemos esperar que Deus proteja todosos seus servos de maneiras identicas. Alem disso, “o tem-po e o imprevisto” sobrevem a todos nos. (Eclesiastes 9:11)Como, entao, Jeova nos protege hoje em dia?

Jeova da protecao fısica15 Considere, primeiro, o aspecto da protecao fısica. Nos,

adoradores de Jeova, podemos ter certeza de que ele nosprotegera como grupo. Do contrario, serıamos presa fa-cil de Satanas. Pense nisso: Satanas, “o governante destemundo”, teria o maior prazer em eliminar a adoracao ver-dadeira. ( Joao 12:31; Revelacao [Apocalipse] 12:17) Algunsdos mais poderosos governantes da Terra proibiram nossaobra de pregacao e tentaram nos exterminar. No entanto,o povo de Jeova permanece firme e continua a pregar semcessar! Por que nacoes poderosas nao conseguiram parar aatividade desse grupo de cristaos relativamente pequeno eaparentemente indefeso? Porque Jeova, de modo simboli-co, nos protege com suas poderosas asas! — Salmo 17:7, 8.

16 Podemos esperar ter protecao fısica durante a vindou-ra “grande tribulacao”? Nao precisamos temer a execucaodos julgamentos de Deus. Afinal, “Jeova sabe livrar da pro-vacao os de devocao piedosa, mas reservar os injustos parao dia do julgamento, para serem decepados”. (Revelacao

14. Que exemplos mostram que Jeova nem sempre protege todos osseus servos de maneiras identicas?15, 16. (a) Qual e a evidencia de que Jeova da protecao fısica paraseus adoradores como grupo? (b) Por que podemos confiar que Jeovaprotegera seus servos agora e durante a “grande tribulacao”?

73PODER PROTETOR — ‘DEUS´E PARA N

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7:14; 2 Pedro 2:9) Nesse meio-tempo, podemos sempre es-tar certos de duas coisas. Primeiro, Jeova jamais permiti-ra que seus servos leais sejam varridos da Terra. Segun-do, ele recompensara os ıntegros com vida eterna no seunovo mundo justo — se necessario, por meio da ressurrei-cao. Para os que morrem, nao existe lugar mais seguro doque estar na memoria de Deus. — Joao 5:28, 29.

17 Mesmo agora, Jeova nos protege por meio de sua “pa-lavra” viva, cuja forca motiva as pessoas, curando seu co-racao e ajudando-as a mudar de vida. (Hebreus 4:12) Pelaaplicacao de seus princıpios podemos, em certos sentidos,ser protegidos contra danos fısicos. ‘Eu, Jeova, te ensino atirar proveito’, diz Isaıas 48:17. Sem duvida, viver em har-monia com a Palavra de Deus pode melhorar nossa sau-de e prolongar a vida. Por exemplo, se aplicarmos o conse-lho bıblico de evitar a fornicacao e nos ‘purificar de toda aimundıcie’, evitaremos praticas impuras e habitos nocivosque causam estragos na vida de muitos que nao temem aDeus. (Atos 15:29; 2 Corıntios 7:1) Como somos gratos pelaprotecao da Palavra de Deus!

Jeova nos protege espiritualmente18 O mais importante e que Jeova nos da protecao espi-

ritual. Nosso Deus amoroso nos protege contra o dano es-piritual, fornecendo-nos o que precisamos para suportarprovacoes e preservar nossa relacao com ele. Desse modo,Jeova age para preservar nossa vida, nao apenas por algunsanos, mas pela eternidade. Considere algumas das provi-soes de Deus que podem proteger-nos espiritualmente.

19 Jeova e o “Ouvinte de oracao”. (Salmo 65:2) Quando as

17. Como Jeova nos protege por meio de sua Palavra?18. Que protecao espiritual Jeova nos da?19. Como o espırito de Jeova pode nos ajudar a enfrentar qualquerprovacao?

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pressoes da vida parecerem esmagadoras, abrir nosso co-racao a ele pode nos dar muito alıvio. (Filipenses 4:6, 7)Jeova talvez nao acabe milagrosamente com as provacoes,mas, em resposta a nossas oracoes sinceras, ele pode nosdar a sabedoria para lidar com elas. (Tiago 1:5, 6) Mais doque isso, Jeova da espırito santo aos que lhe pedem. (Lucas11:13) Esse poderoso espırito nos ajuda a enfrentar qual-quer provacao ou problema que tenhamos. Pode dar-nos“poder alem do normal” para suportarmos todos os pro-blemas dolorosos ate que Jeova os remova no novo mundotao proximo. — 2 Corıntios 4:7.

20`

As vezes, o poder protetor de Jeova e expresso por meiode nossos irmaos cristaos. Jeova reuniu seu povo numa‘associacao de irmaos’ mundial. (1 Pedro 2:17; Joao 6:44)O amor que caracteriza essa fraternidade e um testemu-nho vivo do poder do espırito santo de Deus de influen-ciar pessoas para o bem. Esse espırito produz frutos em nos— belas e preciosas qualidades, como o amor, a benignida-de e a bondade. (Galatas 5:22, 23) Assim, quando estamos

20. Como o poder protetor de Jeova e expresso por meio de nossosirmaos cristaos?

Perguntas para MeditacaoSalmo 23:1-6 Como Grandioso Pastor, de que maneira Jeovaprotege e cuida de seu povo comparavel a ovelhas?

Salmo 91:1-16 Como Jeova nos protege contra a calamidade es-piritual, e o que temos de fazer para recebermos a sua protecao?

Daniel 6:16-22, 25-27 Que demonstracao de seu poder protetorJeova fez a um rei do passado? O que podemos aprender desseexemplo?

Mateus 10:16-22, 28-31 Que oposicao podemos esperar, maspor que nao devemos temer os opositores?

75PODER PROTETOR — ‘DEUS´E PARA N

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Page 78: Achegue se a jeová

angustiados e um concrente se sente movido a nos darconselhos uteis, ou a expressar palavras de encorajamen-to muito necessarias, podemos agradecer a Jeova por taisexpressoes de Seu cuidado protetor.

21 Jeova nos da algo mais para nos proteger: alimentoespiritual oportuno. Para nos ajudar a derivar forca de suaPalavra, Jeova encarregou o “escravo fiel e discreto” de dis-tribuir alimento espiritual. Esse escravo fiel usa publica-coes, como as revistas A Sentinela e Despertai!, bem comoreunioes, assembleias e congressos, para nos fornecer “ali-mento no tempo apropriado” — o que necessitamos equando o necessitamos. (Mateus 24:45) Ja ouviu algumavez numa reuniao crista — num comentario, num discur-so, ou mesmo numa oracao — algo que lhe deu exatamen-te a forca e o encorajamento de que precisava? Ja lhe acon-teceu de um artigo especıfico de nossas revistas lhe tocarprofundamente? Lembre-se, Jeova faz todas essas provi-soes para nos proteger espiritualmente.

22 Jeova e certamente um escudo “para todos os que se re-fugiam nele”. (Salmo 18:30) Entendemos que ele nao usaseu poder protetor para nos defender de toda calamida-de agora. Mas ele sempre o usa para garantir a realizacaode seu proposito. A longo prazo, isso resulta nos melhoresinteresses de seu povo. Se nos achegarmos a ele e perma-necermos no seu amor, Jeova nos dara uma eternidade devida perfeita. Com essa perspectiva em mente, podemosde fato encarar qualquer sofrimento neste sistema como‘momentaneo e leve’. — 2 Corıntios 4:17.

21. (a) Que alimento espiritual oportuno Jeova fornece por meio do“escravo fiel e discreto”? (b) Que benefıcios voce ja derivou das pro-visoes de Jeova para nossa protecao espiritual?22. De que maneiras Jeova sempre usa seu poder? Por que isso e nosnossos melhores interesses?

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AVIU uma crianca chorar de tristeza por ter perdido ou que-brado seu brinquedo preferido?

´E de partir o coracao! Mas

quando o pai ou a mae encontra o brinquedo ou o conserta,o rosto da crianca se ilumina com um sorriso! Para os pais,talvez tenha sido uma tarefa simples. Mas a crianca fica mui-to contente e admirada. O que parecia perdido para semprefoi recuperado!

2 Jeova, o Pai supremo, tem o poder de recuperar, ou restau-rar, o que seus filhos terrestres talvez encarem como perdairremediavel. Naturalmente, nao estamos falando de merosbrinquedos. Nestes “tempos crıticos, difıceis de manejar”, en-frentamos perdas muito mais serias. (2 Timoteo 3:1-5) Mui-tas das coisas que as pessoas tem em alta estima parecem estarsempre em perigo — a casa, os bens, o emprego, ate mesmoa saude. Tambem nos entristece ver a destruicao do meio am-biente e a extincao de muitas especies de coisas vivas. No en-tanto, nada nos atinge mais duramente do que a morte deuma pessoa amada. Os sentimentos de perda e de impoten-cia podem ser esmagadores. — 2 Samuel 18:33.

3 Portanto, como e consolador aprender a respeito do po-der de restauracao de Jeova! Conforme veremos, o numerode coisas que Deus pode e vai restaurar para seus filhos ter-restres e espantosamente grande. De fato, a Bıblia mostra queJeova deseja o “restabelecimento de todas as coisas”. (Atos3:21) Para isso, ele usara o Reino messianico, governado porseu Filho, Jesus Cristo. As evidencias mostram que esse Reino

1, 2. Que perdas afligem a famılia humana hoje, e como nos afetam?3. Que perspectiva consoladora apresenta Atos 3:21, e que meiosJeova usara para isso?

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Poder de restauracao — Jeova‘faz novas todas as coisas’

Page 80: Achegue se a jeová

comecou a governar em 1914.� (Mateus 24:3-14) O que serarestabelecido, ou restaurado? Vejamos alguns dos grandiososatos de restauracao de Jeova. Um desses ja podemos ver e sen-tir. Outros ocorrerao em larga escala no futuro.

A restauracao da adoracao pura4 Uma das coisas ja restauradas por Jeova e a adoracao pura.

Para entendermos o que isso significa, examinemos breve-mente a Historia do reino de Juda. Isso nos dara uma emocio-nante visao do poder de restauracao de Jeova em acao. — Ro-manos 15:4.

5 Tente imaginar como os judeus fieis se sentiram em607 AEC, quando Jerusalem foi destruıda. A amada cidade de-les foi arruinada, suas muralhas foram derrubadas. Pior ain-da, o glorioso templo construıdo por Salomao, que era ounico centro da adoracao pura de Jeova na Terra, ficou emruınas. (Salmo 79:1) Os sobreviventes foram exilados paraBabilonia, e a terra natal deles virou um desolado refugio deanimais selvagens. ( Jeremias 9:11) Do ponto de vista huma-no, tudo parecia perdido. (Salmo 137:1) Mas Jeova, que muitoantes havia predito essa destruicao, apresentou a esperancade um futuro perıodo de restauracao.

6 Realmente, a restauracao era um tema recorrente nos es-

� “Os tempos do restabelecimento de todas as coisas” comeca-ram quando o Reino messianico foi estabelecido, tendo no tronoum herdeiro do fiel Rei Davi. Jeova havia prometido a Davi queum herdeiro seu seria rei para sempre. (Salmo 89:35-37) Mas, depoisque Babilonia destruiu Jerusalem, em 607 AEC, nenhum descenden-te humano de Davi ocupou o trono de Deus. Apos algum tempo, Je-sus nasceu na Terra como herdeiro de Davi. Quando foi entronizadono ceu, Jesus tornou-se aquele Rei ha muito prometido.

4, 5. O que aconteceu com o povo de Deus em 607 AEC, e que espe-ranca Jeova lhes deu?6-8. (a) Que tema recorrente se encontra nos escritos dos profetas he-breus, e que cumprimento inicial tiveram essas profecias? (b) Nos tem-pos modernos, como se cumpriram no povo de Deus muitas profe-cias de restauracao?

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critos dos profetas hebreus.� Por meio deles, Jeova prome-tera uma terra restaurada e repovoada, fertil, protegida con-tra animais selvagens e ataques de inimigos. Sua descricao daterra restaurada era de um autentico paraıso! (Isaıas 65:25;Ezequiel 34:25; 36:35) Acima de tudo, a adoracao pura seriarestabelecida e o templo, reconstruıdo. (Miqueias 4:1-5) Es-sas profecias deram esperanca para os judeus exilados, aju-dando-os a suportar o cativeiro de 70 anos em Babilonia.

7 Finalmente, chegara o tempo de restauracao. Libertadosde Babilonia, os judeus retornaram para Jerusalem e recons-truıram o templo de Jeova ali. (Esdras 1:1, 2) Enquanto prati-cavam a adoracao pura, Jeova os abencoava e fazia com quea terra deles fosse fertil e prospera. Ele os protegia contra ini-migos e os animais selvagens que, por decadas, haviam ocu-pado a terra. Quanta alegria deve ter-lhes dado o poder derestauracao de Jeova! Mas esses acontecimentos eram ape-nas um cumprimento inicial e limitado das profecias de res-tauracao. Viria um cumprimento maior “na parte final dosdias”, nos nossos tempos, quando o Herdeiro do Rei Davi, hamuito prometido, estaria entronizado. — Isaıas 2:2-4; 9:6, 7.

8 Pouco depois de ter sido entronizado no Reino celestialem 1914, Jesus passou a suprir as necessidades espirituaisdo povo fiel de Deus na Terra. Assim como o conquista-dor persa Ciro libertou um restante de judeus de Babiloniaem 537 AEC, Jesus libertou um restante de judeus espirituais— seguidores de suas pisadas — da influencia de uma Babi-lonia moderna, o imperio mundial da religiao falsa. (Roma-nos 2:29; Revelacao [Apocalipse] 18:1-5) De 1919 em diante,a adoracao pura voltou a ocupar o lugar correto na vida doscristaos genuınos. (Malaquias 3:1-5) Desde entao, o povo deJeova o adora no Seu templo espiritual purificado — Seu sis-tema de adoracao pura. Por que isso e importante para noshoje?

� Por exemplo, Moises, Isaıas, Jeremias, Ezequiel, Oseias, Joel,Amos, Obadias, Miqueias e Sofonias abordaram esse tema.

79PODER DE RESTAURAC˜

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A ‘FAZ NOVAS TODAS AS COISAS’

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Restauracao espiritual— Por que e importante?

9 Analise a Historia. Os cristaos no primeiro seculo tiverammuitas bencaos espirituais. Mas Jesus e os apostolos predisse-ram que a adoracao verdadeira seria corrompida e desapare-ceria. (Mateus 13:24-30; Atos 20:29, 30) Depois da era aposto-lica, surgiu a cristandade. Seu clero adotou ensinos e praticaspagas. Alem disso, tornou praticamente impossıvel achegar-se a Deus, retratando-o como uma incompreensıvel Trinda-de, ensinando o povo a confessar pecados a sacerdotes e aorar a Maria e a varios “santos”, em vez de a Jeova. Essa falsi-dade persistiu por muitos seculos, mas o que Jeova fez entao?No meio do mundo atual — abarrotado de mentiras religio-sas e poluıdo por praticas pecaminosas —, ele interveio e res-taurou a adoracao pura! Pode-se dizer, sem exagero, que essarestauracao e um dos acontecimentos mais importantes dostempos modernos.

10 Por isso, os cristaos verdadeiros na atualidade desfrutamum paraıso espiritual. O que esse paraıso abrange? Primaria-mente, dois aspectos. O primeiro e a adoracao pura do Deusverdadeiro, Jeova. Ele nos abencoou com uma forma de ado-racao sem mentiras e distorcoes. E tambem nos abencooucom alimento espiritual. Assim, podemos aprender a respei-to de nosso Pai celestial, agrada-lo e nos achegar a ele. ( Joao4:24) O segundo aspecto do paraıso espiritual envolve pes-soas. Conforme Isaıas predisse, “na parte final dos dias” Jeovaensina seus adoradores a serem pacıficos. Ele aboliu a guerraentre nos. Apesar de nossas imperfeicoes, ele nos ajuda a de-senvolver a “nova personalidade”. Abencoa nossos esforcosdando-nos seu espırito santo, que produz excelentes qualida-

9. Depois da era apostolica, como as religioes da cristandade detur-param a adoracao divina, mas o que Jeova fez em nossos dias?10, 11. (a) O paraıso espiritual abrange que dois aspectos e como issoo afeta? (b) Que tipo de pessoas Jeova tem trazido ao paraıso espiri-tual, e o que elas terao o privilegio de presenciar?

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des em nos. (Efesios 4:22-24; Galatas 5:22, 23) Se voce age emharmonia com o espırito de Deus, realmente faz parte do pa-raıso espiritual.

11 Jeova tem trazido a esse paraıso espiritual o tipo de pes-soas que ele ama — pessoas que o amam, que amam a paze estao ‘conscias de sua necessidade espiritual’. (Mateus 5:3)Elas terao o privilegio de presenciar uma restauracao aindamais espetacular — da humanidade e da Terra inteira.

“Eis que faco novas todas as coisas”12 Muitas das profecias de restauracao se referem a mais

do que apenas uma restauracao espiritual. Isaıas, por exem-plo, escreveu a respeito de um tempo em que doentes, defi-cientes fısicos, cegos e surdos seriam curados e ate mesmo amorte seria eliminada para sempre. (Isaıas 25:8; 35:1-7) Taispromessas nao se cumpriram literalmente no Israel antigo.E, embora elas se cumpram em nossos dias em sentido espi-ritual, ha todos os motivos para crer que, no futuro, have-ra um cumprimento literal em plena escala. Como sabemosdisso?

13 La no´

Eden, Jeova deixou claro qual era seu propositopara a Terra: ser habitada por uma famılia humana feliz, sa-dia e unida. O homem e a mulher cuidariam deste planeta ede todas as suas criaturas, transformando todo ele num pa-raıso. (Genesis 1:28) Isso e bem diferente de como as coisassao hoje em dia. Mas voce pode estar certo disto: os propo-sitos de Jeova nunca falham. (Isaıas 55:10, 11) Jesus, comoRei messianico designado por Jeova, tornara realidade esseParaıso global. — Lucas 23:43.

14 Imagine ver a Terra inteira ser transformada num

12, 13. (a) Por que as profecias de restauracao ainda terao de teroutro cumprimento? (b) Qual e o proposito de Jeova para a Terra,conforme declarado no

´Eden, e por que isso nos da esperanca?

14, 15. (a) Como Jeova fara “novas todas as coisas”? (b) Como seraa vida no Paraıso, e que aspecto mais o atrai?

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A ‘FAZ NOVAS TODAS AS COISAS’

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Paraıso! Jeova diz a respeito daquele tempo: “Eis que faconovas todas as coisas.” (Revelacao 21:5) Pense no que issosignificara. Depois de Jeova ter usado seu poder de destrui-cao contra este perverso velho sistema, existirao “novos ceuse uma nova terra”. Isso significa que um novo governo rege-ra do ceu uma nova sociedade terrestre composta de pessoasque amam a Jeova e fazem a Sua vontade. (2 Pedro 3:13) Sa-tanas e seus demonios estarao fora de acao. (Revelacao 20:3)Pela primeira vez em milhares de anos, a humanidade fica-ra livre dessa influencia corrompedora, odiosa e prejudicial.Que sensacao de alıvio!

15 Finalmente, poderemos cuidar deste belo planeta comodeveria ter sido desde o princıpio. A Terra tem capacidadesnaturais de recuperacao. Lagos e rios poluıdos limparao a simesmos se a fonte da poluicao for eliminada; paisagens da-nificadas pela guerra podem se recuperar, se os conflitos ces-sarem. Que prazer sera trabalhar em harmonia com as leisnaturais da Terra, ajudando a transforma-la num parqueajardinado, um

´Eden global de infinita variedade! Em vez de

levianamente exterminar especies animais e vegetais, o ho-mem estara em paz com toda a criacao na Terra. Nem mes-mo as criancas terao qualquer temor dos animais selvagens.— Isaıas 9:6, 7; 11:1-9.

16 Teremos uma restauracao tambem em nıvel pessoal.Apos o Armagedom, os sobreviventes presenciarao curas mi-lagrosas em escala global. Como fez quando esteve na Terra,Jesus usara o poder divino para restaurar a visao aos cegos, aaudicao aos surdos e corpos sadios e normais aos deficien-tes fısicos e aos doentes. (Mateus 15:30) Os idosos ficarao fe-lizes ao recuperar a forca, a saude e o vigor da juventude.( Jo 33:25) As rugas desaparecerao, os membros se regenera-rao e os musculos recuperarao o vigor. Todos os humanosobedientes sentirao os efeitos do pecado e da imperfeicao

16. No Paraıso, que restauracao afetara todas as pessoas fieis?

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diminuir gradativamente, ate desaparecer. Quanta grati-dao sentiremos a Jeova Deus por seu maravilhoso poder derestauracao! Focalizemos agora um aspecto especialmenteanimador desse emocionante tempo de restauracao.

Mortos voltarao a viver17 No primeiro seculo EC, alguns lıderes religiosos, chama-

dos saduceus, nao criam na ressurreicao. Jesus os repreen-deu com as palavras: “Estais equivocados, porque nao co-nheceis nem as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mateus22:29) Sim, as Escrituras revelam que Jeova tem esse poderde restauracao. Como assim?

18 Visualize o que aconteceu nos dias de Elias. Uma viuvasegurava nos bracos o corpo inerte de seu filho unico. O me-nino estava morto. O profeta Elias, que havia sido hospededela por algum tempo, com certeza estava chocado. Ante-riormente, ele havia ajudado a salvar essa crianca da inani-cao.

´E provavel que Elias tivesse se apegado ao garoto. A mae

estava arrasada. O menino era a unica lembranca viva de seufalecido esposo. Ela talvez esperasse que esse filho cuidassedela na velhice. Desolada, a viuva temia estar sendo punidapor algum erro do passado. Elias nao suportou ver essa trage-dia. Com cuidado, apanhou o cadaver do colo da mae, su-biu ao seu quarto e pediu a Jeova que restaurasse a alma, ouvida, da crianca. — 1 Reis 17:8-21.

19 Elias nao foi a primeira pessoa a crer na ressurreicao. Se-culos antes, Abraao ja acreditava que Jeova tem tal poderde restauracao — e com bons motivos. Quando Abraao ti-nha 100 anos de idade e Sara tinha 90, Jeova restaurou asfaculdades reprodutivas do casal, tornando possıvel que Sara

17, 18. (a) Por que Jesus repreendeu os saduceus? (b) Que circuns-tancias levaram Elias a pedir a Jeova que realizasse uma ressurreicao?19, 20. (a) Como Abraao mostrou que tinha fe no poder de restau-racao de Jeova, e qual era a base dessa fe? (b) Como Jeova recompen-sou a Elias por sua fe?

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milagrosamente tivesse um filho. (Genesis 17:17; 21:2, 3)Mais tarde, quando o filho ja era adulto, Jeova pediu aAbraao que o sacrificasse. Abraao mostrou fe, reconhecendoque Jeova poderia restaurar a vida de seu amado Isaque. (He-breus 11:17-19) Essa forte fe talvez explique por que Abraao,antes de subir ao monte para oferecer seu filho, garantiuaos seus servos que ele e Isaque voltariam juntos. — Genesis22:5.

20 Jeova poupou Isaque, de modo que nao foi preciso umaressurreicao naquela ocasiao. No caso de Elias, porem, o fi-lho da viuva ja estava morto — mas nao por muito tempo.Jeova recompensou a fe do profeta ressuscitando a crianca.Em seguida, Elias entregou o menino a mae, com es-tas palavras inesquecıveis: “Ve, teu filho esta vivo”! — 1 Reis17:22-24.

21 Essa e a primeira vez, no registro bıblico, em que vemosJeova usar seu poder para restaurar uma vida humana. Maistarde, Jeova tambem capacitou Eliseu, Jesus, Paulo e Pedropara ressuscitar mortos. Naturalmente, os que foram ressus-citados por fim morreram de novo. Mas esses relatos bıblicosindicam maravilhosas perspectivas para o futuro.

22 No Paraıso, Jesus cumprira seu papel de ser “a ressurrei-cao e a vida”. ( Joao 11:25) Ele ressuscitara incontaveis mi-lhoes de pessoas, dando-lhes a oportunidade de viverempara sempre no Paraıso na Terra. ( Joao 5:28, 29) Imagine oreencontro de amigos e parentes, ha muito separados pelamorte, ao se abracarem — quase fora de si de tanta alegria!Toda a humanidade louvara a Jeova por esse poder de restau-racao.

21, 22. (a) Qual foi o objetivo das ressurreicoes registradas nas Escri-turas? (b) Qual sera a extensao da ressurreicao no Paraıso e quem arealizara?

“Ve, teu filho esta vivo”!

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23 Jeova forneceu uma garantia solida como uma rocha deque tais esperancas sao seguras. Na maior de todas as de-monstracoes de poder, ele ressuscitou seu Filho, Jesus, comopoderosa criatura espiritual, colocando-o numa posicao in-ferior apenas a Sua propria. O ressuscitado Jesus apareceu acentenas de testemunhas oculares. (1 Corıntios 15:5, 6) Atemesmo para os cepticos, essa evidencia deve ser conclusiva.Jeova tem o poder de restaurar a vida.

24 Jeova nao apenas tem o poder de ressuscitar os mortos,mas tambem o desejo de fazer isso. Pelo que o fiel Jo foi ins-pirado a dizer podemos deduzir que Jeova realmente anseiaressuscitar os mortos. ( Jo 14:15) Nao se sente atraıdo ao nos-so Deus, que esta ansioso de usar seu poder de restauracaode maneira tao amorosa? Lembre-se, porem, de que a ressur-reicao e apenas um dos aspectos da futura grande obra derestauracao de Jeova. Ao se achegar cada vez mais a ele, pre-ze sempre a preciosa esperanca de poder estar presente paraver Jeova ‘fazer novas todas as coisas’. — Revelacao 21:5.

23. Qual foi a maior de todas as demonstracoes do poder de Jeova?Que garantia isso nos da para o futuro?24. Por que podemos ter certeza de que Jeova ressuscitara os mortos?Que esperanca cada um de nos pode prezar?

Perguntas para Meditacao2 Reis 5:1-15 Por ter cultivado a humildade, como certo homemnos tempos bıblicos se beneficiou do poder de restauracao deJeova?Jo 14:12-15 Que confianca Jo tinha? Como esses versıculos po-dem influir na nossa propria esperanca?Salmo 126:1-6 Que sentimentos os cristaos hoje podem ter a res-peito da restauracao da adoracao pura e de sua participacao nisso?Romanos 4:16-25 Por que e importante ter fe no poder de restau-racao de Jeova?

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OS DISC´IPULOS estavam apavorados. Quando atravessavam

o mar da Galileia, tambem conhecido como lago de Genesa-re, uma tempestade comecou de repente. Sem duvida, elesja haviam enfrentado tempestades naquele lago, afinal al-guns deles eram pescadores experientes.� (Mateus 4:18, 19)Mas essa era “uma violenta tempestade de vento” que rapida-mente agitou as aguas, deixando o mar em furia. Os homensfaziam de tudo para controlar a embarcacao, mas a tempes-tade era forte demais. Ondas altas “abatiam-se sobre o bar-co”, inundando-o. Apesar de toda essa agitacao, Jesus dormiaprofundamente na popa, exausto depois de um dia ensinan-do as multidoes. Temendo por suas vidas, os discıpulos acor-daram-no e imploraram: “Senhor, salva-nos, pois estamosprestes a perecer!” — Marcos 4:35-38; Mateus 8:23-25.

2 Jesus nao demonstrou nenhum medo. Com total confian-ca, censurou o vento e disse ao mar: “Silencio! Cala-te!” Am-bos obedeceram imediatamente — a tempestade cessou, asondas desapareceram e “deu-se uma grande calmaria”. Osdiscıpulos ficaram muito assustados. “Quem e realmenteeste?”, cochicharam entre si. De fato, que homem era esseque censurava o vento e o mar como se repreendesse umacrianca levada? — Marcos 4:39-41; Mateus 8:26, 27.

� Tempestades subitas sao comuns no mar da Galileia, que ficanuma depressao (uns 200 metros abaixo do nıvel do mar). O ar ali emuito mais quente do que nas regioes ao redor, o que gera perturba-coes atmosfericas. Ventos fortes descem o vale do Jordao vindos domonte Hermom, que fica ao norte. Num momento, tudo esta calmo;no outro, pode comecar uma tempestade violenta.

1-3. (a) Que situacao assustadora os discıpulos enfrentaram no marda Galileia, e o que Jesus fez? (b) Por que e apropriado dizer que “Cris-to e o poder de Deus”?

C A P´I T U L O 9

“Cristo e o poder de Deus”

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3 Jesus nao era um homem qualquer. Jeova demonstrou po-der a favor dele e por meio dele de maneiras extraordinarias.A respeito de Jesus, o apostolo Paulo escreveu apropriada-mente, sob inspiracao: “Cristo e o poder de Deus.” (1 Corın-tios 1:24) De que maneiras o poder de Deus se manifestouem Jesus? E como o modo de Jesus usar o poder deve in-fluenciar nossa vida?

O poder do Filho unigenito de Deus4 Pense no poder que Jesus tinha durante sua existencia

pre-humana. Jeova exerceu seu “sempiterno poder” quandocriou seu Filho unigenito, que veio a ser conhecido como Je-sus Cristo. (Romanos 1:20; Colossenses 1:15) Depois, Jeovadelegou grande poder e autoridade ao Filho para, por meiodele, criar tudo o que existe. A respeito do Filho, a Bıbliadiz: “Todas as coisas vieram a existencia por intermedio dele,e a parte dele nem mesmo uma so coisa veio a existencia.”— Joao 1:3.

5 Nos nem fazemos ideia da grandiosidade dessa incum-bencia. Imagine o poder necessario para criar milhoes deanjos poderosos, o Universo fısico com seus bilhoes de gala-xias e a Terra com sua enorme variedade de formas de vida!Para realizar essas tarefas, o Filho unigenito tinha a disposi-cao a forca mais poderosa do Universo: o espırito santo deDeus. O Filho teve muito prazer em ser o Mestre de Obrasusado por Jeova para criar todas as outras coisas. — Prover-bios 8:22-31.

6 Sera que o Filho unigenito receberia ainda mais poder eautoridade? Depois de sua morte e ressurreicao, Jesus disse:“Foi-me dada toda a autoridade no ceu e na terra.” (Mateus

4, 5. (a) Que poder e autoridade Jeova delegou para seu Filho uni-genito? (b) Como o Filho conseguiu executar as tarefas criativas deque o Pai lhe incumbiu?6. Apos sua morte e ressurreicao, que poder e autoridade Jesus rece-beu?

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28:18) Portanto, foram concedidos a Jesus tanto a capacidadecomo o direito de exercer poder em todo o Universo. Como“Rei dos reis e Senhor dos senhores”, ele recebeu autorizacaode reduzir “a nada todo governo, e toda autoridade e poder”— visıvel ou invisıvel — que se oponha ao seu Pai. (Revelacao[Apocalipse] 19:16; 1 Corıntios 15:24-26) Deus “nao deixounada que nao . . . fosse sujeito” a Jesus, exceto, e claro, eleproprio, Jeova. — Hebreus 2:8; 1 Corıntios 15:27.

7 Sera que precisamos ficar preocupados que Jesus use malseu poder? De modo algum! Jesus ama de verdade o seu Paie nunca faria nada para desagrada-lo. ( Joao 8:29; 14:31) Elesabe que Jeova nunca usa mal seu poder ilimitado. Observoude primeira mao como o Criador procura oportunidades de“mostrar a sua forca a favor daqueles cujo coracao e plenopara com ele”. (2 Cronicas 16:9) De fato, Jesus, assim comoseu Pai, ama muito a humanidade, de modo que podemoster confianca de que ele sempre usara seu poder para o bem.(Joao 13:1) As acoes de Jesus no passado confirmam isso.Ele jamais usou mal o poder. Vamos analisar o poder que eletinha quando estava na Terra e como se sentiu motivado ausa-lo.

“Poderoso em . . . palavra”8 Evidentemente, Jesus nao realizou milagres quando era

menino e crescia em Nazare. Mas isso mudou depois que elefoi batizado em 29 EC, com cerca de 30 anos de idade. (Lu-cas 3:21-23) A Bıblia nos diz: “Deus o ungiu com espırito san-to e poder, e ele percorria o paıs, fazendo o bem e saran-do a todos os oprimidos pelo Diabo.” (Atos 10:38) “Fazendoo bem” — isso indica que Jesus usou corretamente o poder,nao acha? Depois de ser ungido, ele “se tornou profeta pode-roso em obras e palavra”. — Lucas 24:19.

7. Por que podemos ter certeza de que Jesus nunca usara mal o po-der que Jeova lhe concedeu?8. Depois de ser ungido, que poder Jesus recebeu e como o usou?

89“CRISTO´E O PODER DE DEUS”

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9 Em que sentido Jesus era poderoso em palavra? Ele mui-tas vezes ensinava ao ar livre: a beira de lagos, nas colinas,nas ruas e nas feiras. (Marcos 6:53-56; Lucas 5:1-3; 13:26) Ouseja, seus ouvintes poderiam simplesmente ir embora se suaspalavras nao prendessem a atencao. Naquela epoca, em quenao havia livros impressos, os ouvintes apreciativos tinhamde guardar as palavras dele na mente e no coracao. De modoque o ensino de Jesus tinha de prender a atencao, ser facil deentender e de lembrar. Mas isso nao era problema para ele.Veja um exemplo: o Sermao do Monte.

10 Certa manha, no inıcio do ano 31 EC, uma multidao sereuniu numa colina perto do mar da Galileia. Alguns ha-viam vindo da Judeia e de Jerusalem, que ficavam a distan-cia de 100 a 110 quilometros dali. Outros haviam vindo daregiao costeira de Tiro e Sıdon, ao norte. Muitos doentes seaproximaram de Jesus para toca-lo e ele curou a todos. Quan-do ja nao havia nenhuma pessoa gravemente doente entreeles, ele comecou a ensinar. (Lucas 6:17-19) Quando termi-nou de falar algum tempo depois, as pessoas estavam fasci-nadas com o que tinham ouvido. Por que?

11 Anos depois, alguem que havia ouvido aquele sermao es-creveu: “As multidoes ficaram assombradas com o seu modode ensinar; pois ele as ensinava como quem tinha autori-dade.” (Mateus 7:28, 29) As pessoas sentiam o poder de Je-sus quando ele falava como representante divino, basean-do seu ensino na autoridade da Palavra de Deus. ( Joao 7:16)As declaracoes de Jesus eram claras, suas exortacoes, persua-sivas; e seus argumentos, irrefutaveis. Suas palavras chega-vam ao amago das questoes e tocavam o coracao dos ouvin-tes. Ele os ensinou a encontrar felicidade, a orar, a buscar oReino de Deus e a ter um futuro seguro. (Mateus 5:3–7:27)

9-11. (a) Onde Jesus realizou a maior parte da sua obra de ensinare por que isso era um desafio? (b) Por que as multidoes ficaram as-sombradas com o modo de Jesus ensinar?

“Observaram Jesus andando sobre o mar”

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Suas palavras estimulavam o coracao dos que tinham fomeda verdade e da justica. Esses se dispunham a ‘negar’ a si mes-mos e a abandonar tudo para segui-lo. (Mateus 16:24; Lucas5:10, 11) Que demonstracao do poder das palavras de Jesus!

“Poderoso em obras”12 Jesus tambem era “poderoso em obras”. (Lucas 24:19) Os

Evangelhos relatam mais de 30 milagres especıficos que elerealizou — todos pelo “poder de Jeova”.� (Lucas 5:17) Os mi-lagres de Jesus beneficiaram milhares de pessoas. Em ape-nas dois desses milagres — quando ele alimentou primeiro5 mil homens e mais tarde 4 mil homens, “alem de mulherese criancinhas” —, estiveram envolvidas multidoes de, prova-velmente, umas 20 mil pessoas. — Mateus 14:13-21; 15:32-38.

13 Os milagres de Jesus eram bem variados. Ele tinha au-toridade sobre demonios, expulsando-os facilmente. (Lucas9:37-43) Tinha poder sobre elementos fısicos, transforman-do agua em vinho. ( Joao 2:1-11) Para surpresa dos discıpu-los, ele caminhou sobre o revolto mar da Galileia. ( Joao 6:18,19) Tinha o poder de curar todo tipo de defeitos fısicos, dedoencas cronicas, ou potencialmente fatais. (Marcos 3:1-5;Joao 4:46-54) As maneiras de ele curar tambem variavam.Alguns foram curados a distancia; outros foram tocados di-retamente por Jesus. (Mateus 8:2, 3, 5-13) Alguns foram cu-rados na hora; outros, aos poucos. — Marcos 8:22-25; Lucas8:43, 44.

14 Alem disso, Jesus tinha uma habilidade notavel: o poderde anular a morte. Ha registros de tres ocasioes em que ele

� Alem disso, os Evangelhos as vezes agrupam muitos milagres sobuma unica descricao geral. Por exemplo, em certa ocasiao uma “cida-de toda” foi ve-lo e ele curou “muitos” doentes. — Marcos 1:32-34.

12, 13. Por que se diz que Jesus era “poderoso em obras”, e em quesentidos seus milagres eram variados?14. Em que circunstancias Jesus demonstrou que tinha o poder deanular a morte?

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ressuscitou mortos: devolveu uma menina de 12 anos aospais; um filho unico a mae, que era viuva; e um irmao muitoquerido as suas irmas. (Lucas 7:11-15; 8:49-56; Joao 11:38-44)Para ele, nenhuma circunstancia era tao difıcil que o impe-disse de realizar uma ressurreicao. A menina de 12 anos, porexemplo, foi trazida de volta a vida pouco depois de ter mor-rido. Ja o filho da viuva foi ressuscitado quando era transpor-tado no seu esquife, sem duvida no mesmo dia em que mor-reu. E a ressurreicao de Lazaro se deu quatro dias depois deele ter morrido.

Poder usado de forma altruısta,responsavel e compassiva

15 Consegue imaginar o que aconteceria se o poder de Je-sus caısse nas maos de um governante imperfeito? Possivel-mente, haveria abuso de poder. Mas Jesus nao tinha pecado.(1 Pedro 2:22) Ele se recusou a ser manchado pelo egoısmo,pela ambicao e pela ganancia que levam os humanos imper-feitos a usar o poder para prejudicar outros.

16 Jesus usava o poder de forma altruısta, nunca para ob-ter vantagens pessoais. Quando estava faminto, recusou-sea transformar pedras em pao, em proveito proprio. (Mateus4:1-4) Ele tinha poucos bens, o que demonstra claramen-te que nao usava o poder para obter lucros materiais. (Ma-teus 8:20) Ha outro fato que prova que suas obras poderosasnao tinham motivacao egoısta. Realizar milagres lhe custavaalgo. Quando curava doentes, saıa poder dele. Ele sentia issoate quando curava uma unica pessoa. (Marcos 5:25-34) Mes-mo assim, deixava que multidoes o tocassem, e elas eram cu-radas. (Lucas 6:19) Que abnegacao!

17 Jesus usava o poder de modo responsavel. Ele nuncafez obras poderosas so para se mostrar ou por exibicio-nismo, sem um proposito. (Mateus 4:5-7) Ele se recusou a

15, 16. O que demonstra que Jesus usava o poder de forma altruısta?17. Como Jesus mostrou que usava o poder de modo responsavel?

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realizar sinais so para satisfazer a curiosidade de Herodes, quetinha motivacoes erradas. (Lucas 23:8, 9) Em vez de propa-gar os seus feitos aos quatro ventos, Jesus muitas vezes di-zia aos curados que nao contassem nada a ninguem. (Marcos5:43; 7:36) Nao queria que as pessoas tirassem conclusoes aseu respeito com base em relatos sensacionalistas. — Mateus12:15-19.

18 Jesus era um homem poderoso, mas era bem diferente decertos governantes que exercem o poder de forma insensıvel,sem levar em conta as necessidades e o sofrimento dos ou-tros. Jesus se preocupava com as pessoas. So de ver os afli-tos, ele sentia tanta compaixao que simplesmente tinha dealiviar seu sofrimento. (Mateus 14:14) Ele levava em consi-deracao seus sentimentos e necessidades, e essa preocupacaoamorosa influenciava seu modo de usar o poder. Em Marcos7:31-37 encontra-se um exemplo comovente disso.

19 Naquela ocasiao, grandes multidoes encontraram Jesus etrouxeram-lhe muitos doentes, e ele curou a todos. (Mateus15:29, 30) Mas Jesus mostrou consideracao especial por umhomem surdo que mal conseguia falar. Talvez ele tenha per-cebido que o homem estava muito nervoso ou embaraca-do. Bondosamente, levou o homem para longe da multidao.Daı, em particular, usou sinais para explicar ao homem o quefaria. Entao, “pos os seus dedos nos ouvidos do homem, e,depois de cuspir, tocou na lıngua dele”.� (Marcos 7:33) De-pois, Jesus olhou para o ceu e suspirou. Com essas acoes, elequeria dizer ao homem: “O que vou fazer por voce se deve aopoder de Deus.” Por fim, Jesus disse: “Abre-te.” (Marcos 7:34)

� Cuspir era um metodo ou sinal de cura conhecido tanto por ju-deus como por gentios, e o uso de saliva em curas esta registrado emescritos rabınicos. Possivelmente, Jesus cuspiu apenas para mostrarao homem que ele ia ser curado. Seja como for, Jesus nao usou a sa-liva como substancia curativa natural.

18-20. (a) O que influenciava o modo de Jesus usar o poder? (b) Oque voce acha do modo de Jesus curar um surdo?

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Com isso, a audicao do homem foi restaurada e ele comecoua falar normalmente.

20 Como e emocionante pensar que, mesmo quando usa-va o poder dado por Deus para curar os aflitos, Jesus mostra-va empatia e consideracao pelos sentimentos deles! Nao fi-camos mais tranquilos de saber que Jeova colocou o Reinomessianico nas maos de um Governante tao bondoso e com-passivo?

Prenuncio do futuro21 As obras poderosas que Jesus realizou na Terra dao apenas

uma ideia das bencaos muito maiores que havera sob seu rei-nado. No novo mundo de Deus, Jesus novamente fara mi-lagres, mas em escala mundial. Veja quais sao algumas dasperspectivas emocionantes para o futuro.

22 Jesus restaurara o equilıbrio ecologico da Terra. Lembre-se de que ele acalmou um vendaval, o que demonstra que eletem controle sobre as forcas da natureza. Sem duvida, entao,sob o seu domınio no Reino, a humanidade nao precisara termedo de tufoes, terremotos, erupcoes vulcanicas ou outrascalamidades naturais. Visto que foi o Mestre de Obras usadopor Jeova para criar a Terra e todas as formas de vida nela,Jesus entende plenamente a constituicao do planeta. Sabecomo usar seus recursos de forma apropriada. Sob seu domı-nio, a Terra inteira sera transformada num Paraıso. — Lucas23:43.

23 E as necessidades da humanidade? Usando poucas provi-soes, Jesus forneceu alimento mais do que suficiente a mi-lhares de pessoas. Isso nos assegura que, sob seu domınio, afome desaparecera. De fato, havera muito alimento, que sera

21, 22. (a) O que os milagres de Jesus indicavam para o futuro?(b) Visto que Jesus tem controle sobre as forcas da natureza, o quepodemos esperar sob seu domınio no Reino?23. Como Rei, de que formas Jesus satisfara as necessidades da hu-manidade?

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distribuıdo de forma justa, eliminando a fome para sempre.(Salmo 72:16) Como ele e capaz de curar doencas, podemoster certeza de que os enfermos, cegos, surdos, mutilados e de-ficientes fısicos serao curados de forma completa e perma-nente. (Isaıas 33:24; 35:5, 6) E ele tambem tem a habilida-de de trazer os mortos de volta a vida! Portanto, podemoster certeza de que, como poderoso Rei celestial, ele ressusci-tara os incontaveis milhoes que seu Pai guarda na memoria.— Joao 5:28, 29.

24 Ao refletirmos no poder de Jesus, e bom termos em men-te que ele imita seu Pai de forma perfeita. ( Joao 14:9) As-sim, o modo como o Filho usa o poder mostra-nos claramen-te como Jeova tambem o usa. Por exemplo, pense em comoJesus mostrou consideracao ao curar um leproso. Cheio decompaixao, Jesus tocou no homem e disse: “Eu quero.”(Marcos 1:40-42) Em relatos como esse, e como se Jeova nosdissesse: “

´E assim que eu uso o poder!” Nao sente vontade

de louvar nosso Deus todo-poderoso e agradecer-lhe por usarseu poder de modo tao amoroso?

24. Ao refletirmos no poder de Jesus, o que e bom termos em men-te, e por que?

Perguntas para MeditacaoIsaıas 11:1-5 Como Jesus manifesta “o espırito de . . . potencia”e, por causa disso, que confianca podemos ter a respeito do do-mınio dele?Marcos 2:1-12 As curas milagrosas de Jesus demonstram que elerecebeu que autoridade?Joao 6:25-27 Embora Jesus satisfizesse de forma milagrosa asnecessidades fısicas das pessoas, qual era o objetivo principal doseu ministerio?Joao 12:37-43 Por que algumas testemunhas oculares dos mila-gres de Jesus nao depositaram fe nele, e o que podemos apren-der disso?

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“N˜

AO ha poder sem sutil laco.” Essas palavras de umapoetisa do seculo 19 revelam um perigo insidioso: o mauuso do poder. Infelizmente, com muita frequencia os hu-manos, que sao imperfeitos, caem nesse laco. De fato, aolongo de toda a Historia, “homem tem dominado homempara seu prejuızo”. (Eclesiastes 8:9) O poder exercido semamor tem resultado em indescritıvel sofrimento para a hu-manidade.

2 Nao acha notavel, entao, que Jeova Deus nunca use malseu poder ilimitado? Como notamos nos capıtulos ante-riores, ele sempre usa seu poder — criativo, de destruicao,protetor ou de restauracao — em harmonia com seus pro-positos amorosos. Se analisarmos seu modo de usar o po-der, sentiremos o desejo de nos achegar a ele. Isso, por suavez, nos motivara a nos tornarmos “imitadores de Deus”ao usar nosso poder. (Efesios 5:1) Mas que poder nos, hu-manos frageis, possuımos?

3 Lembre-se de que os humanos foram criados “a ima-gem de Deus” e a Sua semelhanca. (Genesis 1:26, 27) Demodo que tambem temos certa medida de poder: o po-der de fazer coisas, de trabalhar; o controle ou a autoridadesobre outros; a habilidade de influenciar outros, em espe-cial os que nos amam; a forca fısica (vigor); ou os recursosmateriais. O salmista disse o seguinte a respeito de Jeova:“Contigo esta a fonte da vida.” (Salmo 36:9) Portanto,

1. Com frequencia, os humanos, que sao imperfeitos, caem em quelaco sutil?2, 3. (a) O que e notavel quanto ao modo de Jeova usar o poder?(b) O que esta incluıdo no nosso poder e como devemos usa-lo?

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“Tornai-vos imitadores de Deus”no uso do poder

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direta ou indiretamente, Deus e a fonte de todo poder legı-timo que possamos ter. Assim, devemos usa-lo de forma aagradar a Ele. Como fazer isso?

O segredo e o amor4 O segredo para usarmos corretamente o poder e o amor.

O exemplo do proprio Deus demonstra isso. Lembre-se dosquatro atributos principais de Deus, analisados no Capıtu-lo 1: poder, justica, sabedoria e amor. Qual e a mais desta-cada dessas quatro qualidades? O amor. “Deus e amor”, diz1 Joao 4:8. Na verdade, o amor e a propria essencia do queJeova e e influencia tudo o que ele faz. Assim, quando usaseu poder, o Criador sempre e motivado pelo amor e tem porobjetivo final o bem dos que o amam.

5 O amor tambem nos ajudara a usar corretamente o po-der. Afinal, a Bıblia diz que o amor e “benigno” e “nao pro-cura os seus proprios interesses”. (1 Corıntios 13:4, 5) As-sim, ele nao nos deixara agir de modo duro ou cruel paracom os que estao debaixo de nossa autoridade. Pelo contra-rio, trataremos os outros com dignidade e colocaremos suasnecessidades e sentimentos a frente dos nossos. — Filipenses2:3, 4.

6 O amor esta relacionado a outra qualidade que nos ajudaa usar bem o poder: o temor de Deus. Por que essa qualida-de e importante? “No temor de Jeova a pessoa se desvia domal”, diz Proverbios 16:6. O uso incorreto do poder sem du-vida esta incluıdo entre as coisas mas das quais devemos nosdesviar. O temor de Deus impedira que tratemos mal aque-les que estao sob nossa autoridade. Por que? Um dos moti-

4, 5. (a) Qual e o segredo para usar corretamente o poder, e comoo exemplo do proprio Deus demonstra isso? (b) Como o amor nosajudara a usar corretamente nosso poder?6, 7. (a) O que e o temor de Deus e por que essa qualidade nos aju-dara a evitar usar mal o poder? (b) Ilustre a ligacao que existe entreo temor de desagradar a Deus e o amor a Ele.

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vos e que sabemos que teremos de prestar contas a Deus pelomodo como os tratamos. (Neemias 5:1-7, 15) Mas o temorde Deus envolve mais do que isso. Os termos para “temor”nas lınguas originais muitas vezes se referem a profunda re-verencia a Deus e a admiracao por ele. Assim, a Bıblia associao temor com o amor a Deus. (Deuteronomio 10:12, 13) Essaadmiracao reverente inclui o temor saudavel de desagradara Deus, nao apenas porque temos medo das consequencias,mas porque realmente o amamos.

7 Para ilustrar: pense no bom relacionamento entre um ga-rotinho e seu pai. O menino sente o interesse carinhoso eamoroso do pai por ele. Mas tambem sabe o que o pai exigedele e que vai disciplina-lo se ele se comportar mal. O meni-no nao vive com um medo morbido do pai. Pelo contrario,ele o ama muito. Procura agir de um modo que venha a tera aprovacao do pai. O mesmo se da com o temor de Deus.Visto que amamos a Jeova, nosso Pai celestial, tememos fa-zer algo que o deixe “magoado no coracao”. (Genesis 6:6)Temos muita vontade de alegrar o coracao Dele. (Proverbios27:11)

´E por isso que nos esforcamos para usar corretamente

nosso poder. Vamos analisar em mais detalhes como pode-mos fazer isso.

Na famılia8 Analisemos primeiro o cırculo familiar. “O marido e ca-

beca de sua esposa”, diz Efesios 5:23. Como o marido deveexercer a autoridade que recebeu de Deus? A Bıblia diz queos maridos devem morar com a esposa “segundo o conheci-mento, [atribuindo-lhe] honra como a um vaso mais fraco”.(1 Pedro 3:7) O substantivo grego traduzido “honra” signifi-ca “preco, valor, . . . respeito”. Algumas formas dessa pala-vra sao traduzidas como “dadivas” e “precioso”. (Atos 28:10;

8. (a) Que autoridade o marido tem na famılia, e como se esperaque ele a exerca? (b) Como o marido pode mostrar que honra a es-posa?

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1 Pedro 2:7) O marido que honra a esposa nunca a ataca fi-sicamente, nem a humilha ou rebaixa, fazendo com que sesinta inutil. Ao contrario, ele reconhece o valor dela e a tratacom respeito. Mostra por suas palavras e acoes — em publi-co e em particular — que ela e preciosa para ele. (Proverbios31:28) O marido que age assim nao so obtem o amor e o res-peito da esposa, mas tambem, o que e mais importante, aaprovacao de Deus.

9 A esposa tambem tem certo poder na famılia. A Bıbliamenciona mulheres tementes a Deus que, sem desrespei-tar a chefia, tomaram a iniciativa, influenciando o mari-do de modo positivo ou ajudando-o a nao cometer erros decriterio. (Genesis 21:9-12; 27:46–28:2) A esposa talvez tenhaum raciocınio mais rapido do que o do marido, ou outrashabilidades que ele nao possui. Mesmo assim, ela deve ter“profundo respeito” por ele e ‘estar sujeita’ a ele “como aoSenhor”. (Efesios 5:22, 33) O desejo de agradar a Deus a aju-dara a usar suas habilidades para apoiar o marido, em vez derebaixa-lo ou tentar domina-lo. Essa “mulher realmente sa-bia” coopera com o marido para edificar a famılia. Assim, elamantem a paz com Deus. — Proverbios 14:1.

10 Os pais tambem tem autoridade dada por Deus. A Bıbliaincentiva: “Pais, nao estejais irritando os vossos filhos, masprossegui em cria-los na disciplina e na regulacao mental deJeova.” (Efesios 6:4) Na Bıblia, a palavra “disciplina” podesignificar “criacao, treinamento, instrucao”. As criancas pre-cisam de disciplina; elas crescem felizes quando tem orienta-coes, restricoes e limites claros. A Bıblia associa essa discipli-na, ou instrucao, com o amor. (Proverbios 13:24) Portanto,“a vara da disciplina” nunca deve ser usada de forma abu-

9. (a) Que poder a esposa tem na famılia? (b) O que ajudara a espo-sa a usar suas habilidades para apoiar o marido, e com que resultado?10. (a) Que autoridade Deus concedeu aos pais? (b) Qual e o senti-do da palavra “disciplina” e como deve ser administrada? (Veja tam-bem a nota.)

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siva, quer em sentido emocional quer fısico.� (Proverbios22:15; 29:15) Pais que disciplinam de forma rıgida, cruel oudesamorosa estao abusando da autoridade e podem esma-gar o espırito da crianca. (Colossenses 3:21) Por outro lado,a disciplina equilibrada e administrada de forma correta de-monstra para a crianca que os pais a amam e se preocupamcom o tipo de pessoa que ela esta se tornando.

11 E os filhos? Como podem usar corretamente o seu po-der? “A beleza dos jovens e o seu poder”, diz Proverbios20:29. Sem duvida, o melhor modo de os jovens usarem suaforca e seu vigor e servindo ao nosso “Grandioso Criador”.(Eclesiastes 12:1)

´E bom que os jovens se lembrem de que

suas acoes podem afetar os sentimentos dos pais. (Prover-bios 23:24, 25) Quando os filhos obedecem aos pais temen-tes a Deus e seguem o caminho correto, alegram o coracaodos pais. (Efesios 6:1) Agir assim e algo “bem agradavel noSenhor”. — Colossenses 3:20.

Na congregacao12 Jeova providenciou que superintendentes tomassem a

dianteira na congregacao crista verdadeira. (Hebreus 13:17)Esses homens qualificados devem usar a autoridade conce-dida por Deus para dar a ajuda necessaria e contribuir parao bem-estar do rebanho. Sera que, devido a sua posi-cao, os anciaos tem o direito de dominar sobre os concren-tes? De modo algum! Esses homens devem ter um concei-to equilibrado e humilde sobre o seu papel na congregacao.

� Nos tempos bıblicos, a palavra hebraica para “vara” significavaum bastao ou cajado, como o que o pastor usava para guiar as ove-lhas. (Salmo 23:4) De modo similar, “a vara” de autoridade dos paissugere orientacao amorosa, nao punicao cruel ou brutal.

11. Como os filhos podem usar corretamente o seu poder?12, 13. (a) Como os anciaos devem encarar sua autoridade na con-gregacao? (b) Ilustre por que os anciaos devem tratar o rebanho combondade.

101“TORNAI-VOS IMITADORES DE DEUS” NO USO DO PODER

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(1 Pedro 5:2, 3) A Bıblia diz aos superintendentes: “[Pasto-reiem] a congregacao de Deus, que ele comprou com o san-gue do seu proprio Filho.” (Atos 20:28) Esta ultima expressaorevela uma razao muito importante para tratar cada membrodo rebanho com bondade.

13 Para ilustrar isso, digamos que um grande amigo lhe pe-disse para cuidar de um bem precioso. Voce sabe que oseu amigo pagou um preco muito alto por ele. Nao o trata-ria com delicadeza, com extremo cuidado? De modo similar,Deus encarregou os anciaos da responsabilidade de cuidar deum bem muito valioso: a congregacao, cujos membros saocomparados a ovelhas. ( Joao 21:16, 17) Jeova considera suasovelhas tao preciosas que as comprou com o sangue valiosodo seu Filho unigenito, Jesus Cristo — o preco mais alto queEle poderia ter pago por elas. Anciaos humildes nao se esque-cem disso e tratam as ovelhas de Jeova concordemente.

O “poder da lıngua”14 “Morte e vida estao no poder da lıngua”, diz a Bıblia.

(Proverbios 18:21) De fato, a lıngua pode causar grandes es-tragos. Quem de nos nunca se sentiu magoado por um co-mentario impensado ou depreciativo? Mas a lıngua tambemtem o poder de curar. “A lıngua dos sabios e uma cura”, dizProverbios 12:18. De fato, palavras positivas e beneficas saocomparaveis a uma pomada suavizante e curativa para o co-racao. Veja alguns exemplos.

15 “Falai consoladoramente as almas deprimidas”, incenti-va 1 Tessalonicenses 5:14. Ate servos fieis de Jeova vez poroutra talvez tenham de lutar contra a depressao. Como po-demos ajuda-los? De elogios sinceros a respeito de pontos es-pecıficos que os ajudem a ver como sao preciosos aos olhosde Jeova. Leia com eles trechos das Escrituras que revelamcomo Jeova ama e se importa com os “que tem coracao

14. Que poder tem a lıngua?15, 16. De que maneiras podemos usar a lıngua para animar outros?

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quebrantado” e “espıritoesmagado”. (Salmo 34:18)Quando usamos o po-der da lıngua para conso-lar outros, imitamos nos-so Deus compassivo,“que consola os abati-dos”. — 2 Corıntios 7:6.

16 Tambem podemosusar o poder da lın-gua para dar a ou-tros o incentivo deque precisam. Co-nhece um concren-te que perdeu umapessoa querida? Pa-lavras compassivasque expressem nos-sa preocupacao aju-darao a consolar o co-racao do enlutado. Um irmaoidoso esta se sentindo inutil?Palavras compreensivas po-dem reanimar os idosos, asse-gurando-lhes que sao valiosose apreciados. Sabe de alguem que esta lutando contra umadoenca cronica? Palavras bondosas ditas pelo telefone oupessoalmente podem contribuir muito para melhorar a dis-posicao de animo do adoentado. Como nosso Criador deveficar contente quando usamos o poder da fala para proferiruma palavra “boa para a edificacao”! — Efesios 4:29.

17 Mas a maneira mais importante de usarmos o poder da

17. De que maneira importante podemos usar a lıngua para o bene-fıcio de outros e por que devemos fazer isso?

Maridos e esposas usamcorretamente seu poder

tratando um ao outrocom amor e respeito

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lıngua e transmitindo as boas novas do Reino de Deus a ou-tros. “Nao negues o bem aqueles a quem e devido, quan-do estiver no poder da tua mao faze-lo”, diz Proverbios 3:27.´E nossa obrigacao transmitir a outros as boas novas de sal-vacao. Nao seria correto guardar para nos mesmos a mensa-gem urgente que Jeova nos transmitiu de forma tao genero-sa. (1 Corıntios 9:16, 22) Mas ate que ponto Jeova espera queparticipemos dessa obra?

Sirvamos a Jeova com ‘toda a nossa forca’18 O amor por Jeova nos leva a participar plenamente no

ministerio cristao. O que ele espera de nos nesse respeito?

18. O que Jeova espera de nos?

Transmitir as boas novas— um modo excelente de usar nosso poder

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Algo que todos nos, nao importa a situacao na vida, pode-mos dar: “O que for que fizerdes, trabalhai nisso de toda aalma como para Jeova, e nao como para homens.” (Colos-senses 3:23) Segundo Jesus, o maior mandamento de to-dos e: “Tens de amar a Jeova, teu Deus, de todo o teu cora-cao, e de toda a tua alma, e de toda a tua mente, e de todaa tua forca.” (Marcos 12:30) De modo que aquilo que Jeovaespera de cada um de nos e que o amemos e o sirvamos detoda a alma.

19 O que significa servir a Deus de toda a alma? A alma serefere a pessoa como um todo, com todas as suas habilida-des fısicas e mentais. Visto que a alma abrange o coracao, amente e a forca, por que se mencionam essas outras facul-dades em Marcos 12:30? A seguinte ilustracao nos ajudaraa entender: nos tempos bıblicos, a pessoa podia vender asi mesma (a sua alma) como escrava. Mas o escravo talveznao servisse ao dono de todo o coracao; e possıvel que naousasse toda sua energia ou todas as suas habilidades men-tais em benefıcio do dono. (Colossenses 3:22) Assim, pro-vavelmente Jesus mencionou essas outras faculdades paraenfatizar que nao devemos reter nada de Deus no nossoservico a Ele. Servi-lo de toda a alma significa dar de nosmesmos, usando nossa forca e energias ao maximo possı-vel no seu servico.

20 Sera que o servico de toda a alma significa que todostemos de gastar a mesma quantidade de tempo e ener-gia no ministerio? Isso seria impossıvel, porque as cir-cunstancias e habilidades diferem de pessoa para pessoa.Por exemplo, um jovem com boa saude e vigor fısico tal-vez possa gastar mais tempo na pregacao do que aqueles

19, 20. (a) Visto que a alma abrange o coracao, a mente e a forca,por que se mencionam essas outras faculdades em Marcos 12:30?(b) O que significa servir a Jeova de toda a alma?

105“TORNAI-VOS IMITADORES DE DEUS” NO USO DO PODER

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cuja forca diminuiu devido a idade avancada. Uma pessoasolteira, livre de obrigacoes familiares, possivelmente con-seguira realizar mais do que aqueles que tem uma famıliapara cuidar. Se nossa forca e circunstancias nos permitemfazer muito no ministerio, devemos ser gratos por isso. Na-turalmente, nao devemos nos tornar crıticos, comparan-do-nos com outros nessas questoes. (Romanos 14:10-12)Em vez disso, queremos usar nosso poder para incentivaroutros.

21 Jeova deu o exemplo perfeito em usar o poder correta-mente. Nos, humanos imperfeitos, devemos nos esforcarpara imita-lo da melhor maneira possıvel. Podemos usarbem o poder tratando com dignidade os que estao sobnossa autoridade. Alem disso, queremos realizar de toda aalma a obra salvadora de que Jeova nos incumbiu: a prega-cao. (Romanos 10:13, 14) Jeova fica muito contente quan-do ve que voce — sua alma — esta dando o seu melhor.Nao se sente motivado de coracao a fazer tudo o que podeno servico desse Deus amoroso e compreensivo? Nao exis-te maneira melhor ou mais importante de usar nosso po-der.

21. Qual e a melhor e mais importante maneira de usar nosso poder?

Perguntas para MeditacaoProverbios 3:9, 10 Que “coisas valiosas” possuımos e comopodemos usa-las para honrar a Jeova?Eclesiastes 9:5-10 Por que deveria usar agora sua forca de ummodo que Deus aprove?

Atos 8:9-24 Que abuso de poder e descrito nesse texto, e comopodemos evitar cair no mesmo erro?

Atos 20:29-38 O que o exemplo de Paulo ensina aos que temposicoes de responsabilidade na congregacao?

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S E C˜

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“AMA A JUSTICA”Hoje se ve injustica em toda a parte, e

muitos equivocadamente culpam a Deus por isso.Mas a Bıblia ensina uma verdade maravilhosa:

“Jeova ama a justica.” (Salmo 37:28)Nesta secao, aprenderemos como ele demonstrou

que essas palavras sao verdadeiras. Isso emotivo de esperanca para toda a humanidade.

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QUE injustica! Ele era um homem bonito e nao havia co-metido nenhum crime. Mesmo assim foi jogado num ca-labouco, sob a acusacao falsa de tentativa de estupro. Masnao era a primeira vez que esse jovem, Jose, se deparavacom injusticas. Anos antes, quando tinha 17 anos, ele ha-via sido traıdo pelos proprios irmaos, que quase o assassi-naram. Acabou sendo vendido como escravo em um paısestrangeiro. Ali resistiu as propostas imorais da esposa doseu dono que, sentindo-se rejeitada, forjou a acusacao fal-sa que levou Jose a prisao. Lamentavelmente, parecia queninguem ia intervir a favor dele.

2 Mas o Deus que “ama a justica e o juızo” observavatudo. (Salmo 33:5) Jeova manobrou os eventos e fez comque se corrigisse a injustica, de modo que Jose — que ha-via sido lancado numa “masmorra” — por fim foi liberta-do. E nao foi so isso! Ele acabou sendo designado para umcargo de grande responsabilidade e extraordinaria honra.(Genesis 40:15; 41:41-43; Salmo 105:17, 18) Com o tempo ainocencia de Jose ficou provada, e ele usou sua posicao dedestaque a favor dos propositos de Deus. — Genesis 45:5-8.

3 Nao acha esse relato emocionante? Quem nunca teste-munhou ou foi vıtima de uma injustica? De fato, todos nosdesejamos ser tratados de modo justo e imparcial. Era de seesperar que nos sentıssemos assim, porque Jeova colocou

1, 2. (a) Que tremendas injusticas Jose sofreu? (b) Como Jeova ascorrigiu?3. Por que nao e de admirar que todos tenhamos o desejo de ser tra-tados de modo justo?

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“Todos os seus caminhossao justica”

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em nos qualidades que refletem sua personalidade, e a jus-tica e um de Seus atributos principais. (Genesis 1:27) Paraconhecer bem a Jeova, precisamos entender seu senso dejustica. Assim, apreciaremos ainda mais seus modos mara-vilhosos e nos sentiremos motivados a nos achegar a ele.

O que e justica?4 Do ponto de vista humano, considera-se como justi-

ca a mera aplicacao imparcial das leis. Certo livro diz que“a justica esta relacionada com leis, obrigacoes, direitos edeveres, e confere suas decisoes segundo a igualdade ou omerito”. (Right and Reason—Ethics in Theory and Practice[Direito e Razao — a

´Etica na Teoria e na Pratica]) Mas a jus-

tica de Jeova nao envolve apenas impor regulamentos deforma insensıvel, devido a um senso de dever ou obriga-cao.

5 Podemos entender melhor o pleno alcance da justica deJeova analisando as palavras que descrevem essa qualida-de nas lınguas originais em que a Bıblia foi escrita. Nas Es-crituras Hebraicas, usam-se tres palavras para expressar essaideia. Uma delas, que algumas vezes e traduzida por “justi-ca”, e outras por “juızo”, tambem pode ser vertida como “oque e direito”. (Genesis 18:25) As outras duas em geral saotraduzidas por “justica”. Nas Escrituras Gregas Cristas, a pa-lavra traduzida “justica” e definida como “qualidade de serdireito ou justo”. Basicamente, nao ha distincao entre jus-tica e juızo. — Amos 5:24.

6 Assim, quando a Bıblia diz que Deus e justo, quer dizerque ele sempre faz o que e correto e direito, de modo im-parcial. (Romanos 2:11) Na verdade, e impensavel que ele

4. Do ponto de vista humano, o que e considerado justica?5, 6. (a) Qual e o sentido das palavras originais que expressam aideia de justica? (b) Quando se afirma que Deus e justo, o que se querdizer?

109“TODOS OS SEUS CAMINHOS S˜

AO JUSTICA”

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possa agir de outra maneira. O fiel Eliu declarou: “Longeesta do verdadeiro Deus agir ele iniquamente, e do Todo-Poderoso agir injustamente!” (Jo 34:10) Para Jeova, e im-possıvel “agir injustamente”. Por que? Por duas razoes im-portantes.

7 Primeiramente, porque ele e santo. Como notamos noCapıtulo 3, Jeova e infinitamente puro e direito. Portanto,ele e incapaz de agir de modo injusto. Pense no que issosignifica. Visto que nosso Pai celestial e santo, temos boasrazoes para confiar que ele nunca tratara mal os seus filhos.Jesus tinha essa confianca. Na ultima noite da sua vida ter-restre, ele orou: “Santo Pai, vigia sobre eles [os discıpu-los] por causa do teu proprio nome.” (Joao 17:11) “SantoPai” — nas Escrituras esse tıtulo e aplicado unica e exclu-sivamente a Jeova. Isso e apropriado porque nenhum paihumano se compara a Ele em santidade. Jesus tinha totalconfianca que seus discıpulos ficariam a salvo sob os cuida-dos do Pai, que e absolutamente puro, limpo e separado detodo pecado. — Mateus 23:9.

8 Em segundo lugar, porque o amor altruısta e parte es-sencial da propria personalidade de Deus. Esse amor oleva a ser justo nos seus tratos com outros. A injustica emsuas muitas formas — incluindo racismo, discriminacao eparcialidade — muitas vezes surge devido a ganancia e aoegoısmo, que sao opostos ao amor. Falando sobre o Deusde amor, a Bıblia nos assegura: “Jeova e justo; deveras amaatos justos.” (Salmo 11:7) Jeova diz o seguinte a seu propriorespeito: “Eu, Jeova, amo a justica.” (Isaıas 61:8) Nao fica-mos mais tranquilos sabendo que nosso Deus sente prazerem fazer o que e certo, ou justo? — Jeremias 9:24.

7, 8. (a) Por que Jeova e incapaz de agir injustamente? (b) O queleva Jeova a ser justo nos seus tratos?

Jose sofreu injustamente na “masmorra”

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A misericordia e ajustica perfeita de Jeova

9 A justica de Jeova, como todas as outras facetas de suapersonalidade incomparavel, e perfeita, impecavel. Moiseslouvou a Jeova, dizendo: “A Rocha, perfeita e a sua atua-cao, pois todos os seus caminhos sao justica. Deus de fide-lidade e sem injustica; justo e reto e ele.” (Deuteronomio32:3, 4) Quando expressa sua justica, Jeova sempre o fazcom perfeicao — nunca e tolerante demais, nem severo de-mais.

10 A justica e a misericordia de Jeova estao intimamente li-gadas. O Salmo 116:5 diz: “Jeova e clemente e justo; e nos-so Deus e quem mostra ter misericordia.” De fato, Jeova ejusto e misericordioso. Essas duas qualidades nao sao con-flitantes. A misericordia divina nao abranda ou suaviza suajustica, como se esta fosse severa demais. Em vez disso,Deus muitas vezes demonstra as duas qualidades ao mes-mo tempo, as vezes ate no mesmo ato. Veja um exemplo.

11 Todos os humanos herdaram o pecado e, portanto, me-recem a penalidade correspondente: a morte. (Romanos5:12) Mas Jeova nao se agrada da morte de pecadores.Ele e “um Deus de atos de perdao, clemente e miseri-cordioso”. (Neemias 9:17) Mas como e santo, ele naopode tolerar a injustica. Como seria possıvel, entao, mos-trar misericordia para com humanos inerentemente peca-dores? A resposta encontra-se em uma das verdades maispreciosas da Palavra de Deus: o resgate que Jeova provi-denciou para a salvacao da humanidade. No Capıtulo 14,aprenderemos mais sobre essa dadiva amorosa, que e, aomesmo tempo, extremamente justa e maravilhosamentemisericordiosa. Por meio dela, Jeova pode expressar terna

9-11. (a) Que ligacao existe entre a justica e a misericordia de Jeova?(b) Como a justica e a misericordia de Deus ficam evidentes no modocomo ele lida com humanos imperfeitos?

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misericordia para com pecadores arrependidos e, ainda as-sim, defender Suas normas perfeitas de justica. — Romanos3:21-26.

A justica de Jeovaacalenta nosso coracao

12 A justica de Jeova nao e uma qualidade fria, que nosafasta; e atraente e nos faz querer achegar-nos a ele. A Bıbliadescreve claramente como a justica de Jeova e compassi-va. Analisemos algumas das maneiras animadoras em queJeova exerce sua justica.

13 A justica perfeita de Jeova o leva a agir com fidelidade elealdade para com seus servos. O salmista Davi vivenciouessa faceta da justica de Jeova. Com base na experienciapessoal e no estudo do modo de Deus agir, a que conclu-sao Davi chegou? Ele declarou: “Jeova ama a justica e elenao abandonara aqueles que lhe sao leais. Hao de ser guar-dados por tempo indefinido.” (Salmo 37:28) Que promes-sa tranquilizadora! Nem por um momento sequer nossoDeus abandonara os que lhe sao leais. Assim, podemos tercerteza de que ele sempre estara perto de nos, demonstran-do seu cuidado amoroso para conosco. Sua justica garanteisso! — Proverbios 2:7, 8.

14 A justica divina leva em conta as necessidades dos afli-tos. A preocupacao de Jeova para com os menos favoreci-dos e evidente na Lei que ele deu a Israel. Por exemplo, aLei tinha regulamentos especiais que asseguravam que or-faos e viuvas fossem bem cuidados. (Deuteronomio 24:17-21) Sabendo que a vida dessas pessoas podia ser muito

12, 13. (a) Por que a justica de Jeova nos atrai a ele? (b) No que serefere a justica de Jeova, a que conclusao Davi chegou, e como issonos tranquiliza?14. Como a preocupacao de Jeova para com os menos favorecidosfica evidente na Lei que ele deu a Israel?

113“TODOS OS SEUS CAMINHOS S˜

AO JUSTICA”

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difıcil, o proprio Jeova assumiu o papel de seu Juiz e Pro-tetor paterno, aquele que executava “julgamento pelo me-nino orfao de pai e pela viuva”.� (Deuteronomio 10:18;Salmo 68:5) Jeova avisou aos israelitas que, se eles se apro-veitassem de mulheres e criancas indefesas, ele sem duvi-da ouviria o clamor delas. Ele declarou: “Deveras se acen-dera a minha ira.” (

ˆExodo 22:22-24) Embora a ira nao seja

uma das qualidades dominantes de Jeova, atos deliberadosde injustica, em especial contra os humildes e indefesos, odeixam indignado — e com toda a razao. — Salmo 103:6.

15 Jeova tambem nos assegura que ele “nao trata a nin-guem com parcialidade, nem aceita suborno”. (Deuterono-mio 10:17) Diferentemente de muitos humanos que tempoder ou prestıgio, Jeova nao e influenciado por riquezasou aparencia. Ele nao tem absolutamente nenhum precon-ceito, nem demonstra favoritismo. Veja um exemplo no-tavel da imparcialidade de Jeova. A oportunidade de ado-rar a ele em verdade, com a perspectiva de vida infindavel,nao se restringe a uma pequena elite. Muito pelo contrario,“em cada nacao, o homem que o teme e que faz a justicalhe e aceitavel”. (Atos 10:34, 35) Essa perspectiva maravi-lhosa esta aberta a todos, nao importa qual seja sua posicaosocial, a cor da pele ou o paıs onde vive. Nao concorda queisso e justica expressa com perfeicao?

16 Ha outro aspecto da justica perfeita de Jeova que me-rece nossa consideracao e respeito: o modo como ele lidacom os que violam suas normas justas.

� Embora a palavra hebraica para “orfao de pai” esteja no masculi-no, isso de modo algum indica falta de interesse pelas meninas. Jeovaincluiu na Lei um relato sobre uma decisao judicial que assegurou aheranca das filhas de Zelofeade. Aquela decisao estabeleceu um pre-cedente que defendia os direitos das orfas. — Numeros 27:1-8.

15, 16. Qual e um exemplo realmente notavel da imparcialidade deJeova?

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Page 117: Achegue se a jeová

Nao deixa de punir17 Alguns se perguntam: ‘Visto que Jeova nao aprova a in-

justica, como se explica o sofrimento injusto e as praticascorruptas tao comuns no mundo hoje?’ Essas injusticas demodo algum refutam a justica de Jeova. As muitas injusticasque vemos neste mundo perverso sao consequencias do pe-cado que os humanos imperfeitos herdaram de Adao. Vistoque eles escolheram seguir seus proprios modos pecamino-sos, a injustica se espalhou por toda a parte — mas nao con-tinuaria por muito tempo. — Deuteronomio 32:5.

18 Embora demonstre grande misericordia para com os quese achegam a ele sinceramente, Jeova nao tolerara para sem-pre uma situacao que envergonha seu santo nome. (Sal-mo 74:10, 22, 23) Nao se pode zombar do Deus de justica;ele nao impedira que pecadores deliberados recebam o jul-gamento merecido. Jeova e um “Deus misericordioso e cle-mente, vagaroso em irar-se e abundante em benevolencia eem verdade, . . . mas de modo algum isentara da punicao”.(

ˆExodo 34:6, 7) Em harmonia com essas palavras, Jeova as ve-

zes acha necessario executar julgamento nos que deliberada-mente violam suas leis justas.

19 Pense, por exemplo, nos tratos dele com o Israel antigo.Mesmo depois de estabelecidos na Terra Prometida, os israe-litas repetidas vezes se tornaram infieis. Embora seus modoscorrompidos fizessem Jeova “sentir-se magoado”, ele naoos rejeitou imediatamente. (Salmo 78:38-41) Demonstrandomisericordia, deu-lhes oportunidades de mudar de proceder.Ele disse: “Nao me agrado na morte do inıquo, mas em que oinıquo recue do seu caminho e realmente continue vivendo.Recuai, recuai dos vossos maus caminhos, pois, por que de-vıeis morrer, o casa de Israel?” (Ezequiel 33:11) Jeova encara

17. Explique por que as injusticas do mundo nao refutam a justicade Jeova.18, 19. O que mostra que Jeova nao tolerara para sempre os que vio-lam deliberadamente suas leis justas?

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AO JUSTICA”

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a vida como preciosa e, por isso, enviou os seus profetas vezapos vez para incentivar os israelitas a abandonar a condutaerrada. Mas, de modo geral, teimosamente o povo recusou-se a escutar e a se arrepender. Finalmente, por causa do seusanto nome e de tudo o que esse significa, Jeova os entregounas maos de seus inimigos. — Neemias 9:26-30.

20 A maneira como Jeova lidou com Israel nos ensina muitoa respeito Dele. Aprendemos que seus olhos observam tudo,incluindo a injustica, e que aquilo que ele ve o aflige profun-damente. (Proverbios 15:3)

´E tambem tranquilizador saber

que ele procura mostrar misericordia quando ha base paraisso. Alem disso, aprendemos que ele nunca exerce a justicade forma precipitada. Visto que ele mostra paciencia e lon-ganimidade, muitas pessoas concluem erroneamente queJeova nunca executara um julgamento contra os perversos.Mas isso nao e verdade, porque os tratos Dele com Israel tam-bem nos mostram que a paciencia divina tem limites. Jeovae inabalavel ao defender a justica. Diferentemente dos hu-manos, que muitas vezes se refreiam de exerce-la, ele sempredefende corajosamente o que e direito. De forma bem apro-

20. (a) O modo de Jeova lidar com Israel nos ensina o que a respei-to Dele? (b) Por que o leao e um sımbolo apropriado da justica deJeova?

Perguntas para MeditacaoJeremias 18:1-11 Como Jeova ensinou a Jeremias que Ele naose precipita em expressar julgamentos desfavoraveis?

Habacuque 1:1-4, 13; 2:2-4 Como Jeova assegurou a Habacu-que que nao ia tolerar a injustica para sempre?

Zacarias 7:8-14 Como Jeova se sente em relacao aos que usur-pam os direitos de outros?

Romanos 2:3-11`

A base de que Jeova julga pessoas e nacoes?

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priada, o leao, que e sımbolo de justica corajosa, esta associa-do a presenca e ao trono de Deus.� (Ezequiel 1:10; Revelacao[Apocalipse] 4:7) Assim, podemos ter certeza de que ele cum-prira sua promessa de acabar com a injustica na Terra. Seumodo de julgar pode ser resumido da seguinte maneira: fir-meza quando necessario, misericordia sempre que possıvel.— 2 Pedro 3:9.

Como se achegar ao Deus de justica21 Quando meditamos na maneira de Jeova exercer a justi-

ca, nao devemos encara-lo como um juiz frio e severo, preo-cupado apenas em sentenciar os transgressores. Em vez dis-so, devemos pensar nele como um Pai amoroso, mas firme,que sempre lida com os filhos da melhor maneira possı-vel. Como Pai justo, Jeova concilia a firmeza a favor do quee certo com a terna compaixao para com seus filhos terres-tres, que precisam de sua ajuda e do seu perdao. — Salmo103:10, 13.

22 Como somos gratos de que a justica divina envolve mui-to mais do que sentenciar transgressores! Guiado por essaqualidade, Jeova tornou possıvel que tivessemos uma pers-pectiva emocionante: vida perfeita e infindavel num mun-do onde “ha de morar a justica”. (2 Pedro 3:13) Nosso Deuslida conosco dessa forma porque sua justica tem por objeti-vo salvar em vez de condenar. De fato, entender melhor opleno alcance da justica de Jeova nos achega a ele. Nos pro-ximos capıtulos, analisaremos com mais atencao as manei-ras em que Ele expressa essa qualidade admiravel.

� O interessante e que Jeova comparou a si mesmo com um leao aoexecutar julgamento contra o Israel infiel. — Jeremias 25:38; Oseias5:14.

21. Quando meditamos na maneira de Jeova exercer a justica, comodevemos pensar nele e por que?22. Guiado por sua justica, Jeova tornou possıvel que tivessemos queperspectiva, e por que ele lida conosco dessa forma?

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AO JUSTICA”

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VI´

UVA idosa e vıtima de fraude e perde as economias deuma vida inteira. Bebe indefeso e abandonado pela maeinsensıvel. Homem e preso por um crime que nao come-teu. Como reage a isso? Provavelmente, fica perturbado, oque e bem compreensıvel. Nos, humanos, temos um for-te senso do que e certo e do que e errado. Quando vemosuma injustica, ficamos indignados. Queremos que a vıtimaseja compensada e o causador da injustica, punido. Quan-do isso nao acontece, alguns se perguntam: ‘Sera que Deusnao ve o que acontece? Por que ele nao faz nada?’

2 Ao longo da Historia, servos fieis de Jeova fizeram per-guntas similares. Por exemplo, o profeta Habacuque oroua Deus: “Por que me fazes ver tanta maldade? Por que to-leras a injustica? Estou cercado de destruicao e violencia;ha brigas e lutas por toda parte.” (Habacuque 1:3, Bıblia naLinguagem de Hoje) Jeova nao censurou Habacuque por terfeito essas perguntas francas. Afinal de contas, foi Ele mes-mo quem nos abencoou com uma pequena medida do seuprofundo senso de justica.

Jeova odeia a injustica3 Jeova nao e indiferente a injustica. Ele ve o que esta

acontecendo. A Bıblia nos diz o seguinte sobre os dias deNoe: “Jeova viu que a maldade do homem era abundan-te na terra e que toda inclinacao dos pensamentos do seucoracao era so ma, todo o tempo.” (Genesis 6:5) Pense no

1. Que reacao costumamos ter diante de injusticas?2. Como Habacuque reagiu a injustica, e por que Jeova nao o cen-surou?3. Por que se pode dizer que Jeova esta muito mais ciente da injus-tica do que nos?

C A P´I T U L O 1 2

“Ha injustica da parte de Deus?”

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que isso significa. Muitas vezes, nosso conceito de injusticabaseia-se em alguns poucos incidentes sobre os quais ouvi-mos falar ou que presenciamos. Em contraste, Jeova ve to-das as injusticas, em escala global! Mais do que isso, ele dis-cerne as inclinacoes do coracao, os raciocınios depravadospor tras dos atos injustos. — Jeremias 17:10.

4 Mas Jeova faz mais do que simplesmente observar a in-justica. Ele tambem se preocupa com os que foram vıtimasdela. Quando seu povo era tratado cruelmente por nacoesinimigas, Jeova ficava perturbado com o “seu gemido porcausa dos seus opressores e dos que os empurravam”. ( Juı-zes 2:18) Talvez ja tenha percebido o que acontece com al-gumas pessoas: quanto mais sao expostas a violencia, maisse tornam insensıveis a ela. Isso nao acontece com Jeova!Ele viu todo tipo de injustica imaginavel ao longo de uns6 mil anos, mas seu odio por ela nao diminuiu nem umpouco. Pelo contrario, a Bıblia assegura que coisas como“lıngua falsa”, “maos que derramam sangue inocente” e“a testemunha falsa que profere mentiras” sao detestaveispara ele. — Proverbios 6:16-19.

5 Note tambem como Jeova censurou fortemente os lıderesinjustos de Israel. Ele inspirou um profeta a perguntar-lhes:“Nao e vosso negocio conhecerdes a justica?” Depois de des-crever em termos vıvidos o abuso de poder desses homenscorruptos, Jeova predisse o resultado para eles: “Clamarao aJeova por socorro, mas ele nao lhes respondera. E naqueletempo escondera deles a sua face, conforme a maldade quepraticaram nas suas acoes.” (Miqueias 3:1-4) Como Jeovaabomina a injustica! Ora, ele mesmo tem sofrido por causadela! Ha milhares de anos, Satanas o desafia injustamente.(Proverbios 27:11) Alem disso, Jeova foi profundamente afe-tado pelo mais horrıvel ato de injustica: seu Filho, que “nao

4, 5. (a) Como a Bıblia mostra que Jeova se importa com os que fo-ram tratados injustamente? (b) Como o proprio Jeova sofreu injusti-cas?

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A INJUSTICA DA PARTE DE DEUS?”

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cometeu pecado”, foi executado como criminoso. (1 Pedro2:22; Isaıas 53:9)

´E obvio que Jeova nao ignora o sofrimen-

to das vıtimas de injusticas, nem e indiferente a ele.6 Mesmo assim, quando vemos uma injustica — ou quan-

do nos mesmos nos tornamos vıtimas dela —, e naturalficarmos indignados. Afinal, fomos criados a imagem deDeus, e a injustica e exatamente o contrario de tudo o queJeova representa. (Genesis 1:27) Por que, entao, Deus per-mite a injustica?

A questao da soberania de Deus7 A resposta a essa pergunta tem que ver com a questao da

soberania. Como vimos, o Criador tem o direito de domi-nar sobre a Terra e todos os que moram nela. (Salmo 24:1;Revelacao [Apocalipse] 4:11) Mas logo no inıcio da histo-ria humana a soberania de Jeova foi desafiada. Como issoaconteceu? Jeova ordenou que o primeiro homem, Adao,nao comesse de certa arvore que crescia no jardim, seular paradisıaco. E se ele desobedecesse? Deus avisou: “Posi-tivamente morreras.” (Genesis 2:17) Nao seria difıcil paraAdao nem para sua esposa, Eva, cumprir a ordem de Deus.Contudo, Satanas convenceu Eva de que Deus estava sen-do indevidamente restritivo. Segundo ele, o que aconte-ceria se Eva comesse da arvore? Satanas afirmou: “Positi-vamente nao morrereis. Porque Deus sabe que, no mesmodia em que comerdes dele, forcosamente se abrirao os vos-sos olhos e forcosamente sereis como Deus, sabendo o quee bom e o que e mau.” — Genesis 3:1-5.

8 Ao dizer isso, Satanas estava na verdade afirmando que

6. Como muitas vezes reagimos quando nos confrontamos com in-justicas, e por que?7. Descreva como a soberania de Jeova foi desafiada.8. (a) Quando falou com Eva, o que na verdade Satanas afirmou?(b) No que se refere a soberania de Deus, qual foi o desafio de Sata-nas?

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Jeova nao so havia omitido informacoes vitais, mas tam-bem que havia mentido para Eva. Ele tomou o cuidado denao questionar o fato de que Deus era soberano. Antes, seudesafio foi: Sera que Deus exerce a soberania de modo le-gıtimo, merecido e justo? Em outras palavras, ele afirmouque Jeova nao exercia Sua soberania de modo justo e naovisava os melhores interesses dos Seus suditos.

9 Depois disso, tanto Adao como Eva desobedeceram aJeova e comeram da arvore proibida. Devido a sua deso-bediencia, com o tempo receberiam a punicao (a morte),exatamente como Deus havia decretado. Mas a mentira deSatanas levantou algumas perguntas muito importantes:Jeova tem mesmo o direito de reinar sobre a humanida-de ou sera que o homem pode se governar sozinho? Deusexerce sua soberania da melhor maneira possıvel? O Cria-dor poderia ter usado seu poder ilimitado para destruir osrebeldes na hora. Mas o que se questionou foi o seu modode governar, nao o seu poder. Assim, eliminar Adao, Evae Satanas nao teria comprovado que o domınio de Deus ejusto. Pelo contrario, poderia ter levantado ainda mais du-vidas a esse respeito. A unica maneira de determinar se oshumanos conseguiriam ser bem-sucedidos em governar asi mesmos de maneira independente de Deus, era dar tem-po ao tempo.

10 Com o passar do tempo, o que ficou comprovado? Aolongo dos milenios, as pessoas experimentaram muitasformas de governo: autocracia, democracia, socialismo, co-munismo, etc. Qual foi o resultado? A seguinte declaracaosucinta e honesta da Bıblia responde muito bem: “Homem

9. (a) Para Adao e Eva, qual foi a consequencia da desobediencia, eque questoes importantes foram levantadas? (b) Por que Jeova sim-plesmente nao destruiu os rebeldes?10. No que se refere ao domınio humano, o que a Historia demons-tra?

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A INJUSTICA DA PARTE DE DEUS?”

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tem dominado homem para seu prejuızo.” (Eclesiastes 8:9)O profeta Jeremias tinha boas razoes para afirmar: “Bemsei, o Jeova, que nao e do homem terreno o seu cami-nho. Nao e do homem que anda o dirigir o seu passo.”— Jeremias 10:23.

11 Jeova sabia desde o inıcio que o governo humano inde-pendente dele resultaria em muito sofrimento. Foi injus-to da parte dele, entao, permitir que o inevitavel acon-tecesse? De modo algum! Para ilustrar: suponhamos queseu filho precise de uma cirurgia por causa de uma doen-ca que poderia mata-lo. Voce sabe que a operacao causa-ra certo sofrimento ao seu filho e isso o deixa muito tris-te. Ao mesmo tempo, sabe que ela permitira que seu filhotenha saude melhor. De modo similar, Deus sabia — e atepredisse — que, ao permitir que os humanos se governas-sem sozinhos, o resultado seria dor e sofrimento. (Genesis3:16-19) Mas sabia tambem que o alıvio duradouro e signi-ficativo so seria possıvel se ele permitisse que toda a huma-nidade visse os maus resultados da rebeliao. Dessa forma, aquestao seria resolvida de uma vez para sempre.

A questao da integridade do homem12 Ha algo mais a se levar em conta. Satanas contestou o

domınio divino — se era legıtimo e justo — e, ao fazer isso,difamou a soberania de Jeova. Mas nao parou por aı. Comesse desafio, ele tambem caluniou os servos de Deus a res-peito da sua integridade. Note, por exemplo, o que Sata-nas disse a Jeova a respeito de Jo, um homem justo: “Naopuseste tu mesmo uma sebe em volta dele, e em volta da

11. Por que Jeova permitiu que a raca humana sofresse?12. Como ilustrado no caso de Jo, que acusacao Satanas lancou con-tra os humanos?

Jeova nunca ‘arrasara o justo junto com o inıquo’

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sua casa, e em volta de tudo o que ele tem? Abencoaste otrabalho das suas maos, e o proprio gado dele se tem espa-lhado pela terra. Mas, ao inves disso, estende tua mao, porfavor, e toca em tudo o que ele tem, e ve se nao te amaldi-coara na tua propria face.” — Jo 1:10, 11.

13 Satanas afirmou que Jeova usava Seu poder protetorpara comprar a devocao de Jo. Isso, por sua vez, dava a en-tender que a integridade de Jo era so da boca para fora, queele adorava a Deus apenas por interesse. Satanas disse que,se fosse privado da bencao de Deus, ate mesmo Jo amaldi-coaria ao Criador. O Diabo sabia que Jo se destacava como“homem inculpe e reto, temendo a Deus e desviando-se domal”.� Se conseguisse destruir a integridade de Jo, o que sepoderia esperar do restante da humanidade? Assim, o Dia-bo na verdade estava questionando a lealdade de todos osque querem servir a Deus. De fato, levando a questao maisadiante, Satanas disse a Jeova: “Tudo o que o homem [naoapenas Jo] tem dara pela sua alma.” — Jo 1:8; 2:4.

14 A Historia demonstra que muitos, como Jo, permane-ceram leais a Jeova em face de provacoes — exatamente ocontrario do que Satanas afirmou. Pela sua fidelidade, ale-graram o coracao de Jeova e permitiram que Ele desmen-tisse o desafio arrogante do Diabo de que os humanosnao serviriam a Deus se passassem por dificuldades. (He-breus 11:4-38) Muitas pessoas sinceras se recusaram a daras costas a Deus. Quando confrontadas com as situacoes

� A respeito de Jo, Jeova disse: “Nao ha ninguem igual a ele na ter-ra.” ( Jo 1:8)

´E provavel, entao, que ele tenha vivido depois da morte

de Jose e antes de Moises se tornar o lıder designado de Israel. Assim,podia-se dizer que, naquela epoca, ninguem era tao leal quanto Jo.

13. O que Satanas deu a entender com suas acusacoes contra Jo, ecomo isso envolve a todos os humanos?14. O que a Historia tem mostrado quanto a acusacao de Satanas con-tra os humanos?

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mais perturbadoras, elas confiaram totalmente que Jeovalhes daria forcas para perseverar. — 2 Corıntios 4:7-10.

15 Mas a justica de Jeova nao tem que ver apenas com asquestoes da soberania e da integridade do homem. A Bıbliaapresenta um registro dos julgamentos de Jeova contra pes-soas e ate nacoes inteiras. Tambem contem profecias sobrejulgamentos que ele fara no futuro. Sera que Jeova semprefoi justo nos seus julgamentos? Por que podemos ter con-fianca que Ele sempre julgara com justica?

Por que a justica divina e superior16 Sobre Jeova, pode-se dizer corretamente: “Todos os seus

caminhos sao justica.” (Deuteronomio 32:4) Nenhum denos pode afirmar isso a seu proprio respeito, porque mui-tas vezes nossa limitada compreensao das coisas impedeque entendamos plenamente o que e certo. Veja um exem-plo disso. Quando Jeova estava para destruir Sodoma, porcausa da maldade excessiva daquela cidade, Abraao per-guntou-lhe: “Arrasaras realmente o justo junto com o inı-quo?” (Genesis 18:23-33)

´E claro que a resposta era nao. So

depois que o justo Lo e suas filhas estavam a salvo na cida-de de Zoar e que Jeova “fez . . . chover enxofre e fogo” sobreSodoma. (Genesis 19:22-24) Em contraste, quando Deusestendeu misericordia ao povo de Nınive, “acendeu-se a . . .ira” de Jonas. Visto que ja havia anunciado a destruicao dacidade, ele queria ve-la aniquilada — apesar do arrependi-mento de coracao dos seus habitantes. — Jonas 3:10–4:1.

17 Jeova assegurou a Abraao que sua justica incluıa naoso destruir os perversos, mas tambem salvar os justos. Poroutro lado, Jonas teve de aprender que Jeova e miseri-cordioso. Se pessoas perversas mudam de atitude, ele esta

15. Que perguntas talvez surjam acerca dos julgamentos passados efuturos de Deus?16, 17. Que exemplos demonstram que os humanos nao entendembem o que e a verdadeira justica?

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“pronto a perdoar”. (Salmo 86:5) Ao contrario de algunshumanos inseguros, Jeova nao executa julgamentos desfa-voraveis so para reafirmar seu poder, nem deixa de mos-trar compaixao por medo de ser encarado como fraco. Seumodo de agir e mostrar misericordia sempre que ha basepara ela. — Isaıas 55:7; Ezequiel 18:23.

18 Mas Jeova nao se deixa cegar por sentimentalismo.Quando seu povo se atolou na idolatria, Jeova declarou,com firmeza: “Vou julgar-te segundo os teus caminhos etrazer sobre ti todas as tuas coisas detestaveis. E meu olhonao tera do de ti, nem terei compaixao, pois trarei sobre tios teus proprios caminhos.” (Ezequiel 7:3, 4) De modo que,quando humanos ficam obstinados no seu modo de agir,Jeova julga-os de acordo com isso. Mas seu julgamento ba-seia-se em provas conclusivas. Assim, quando um alto “cla-mor de queixa” chegou aos seus ouvidos por causa de So-doma e Gomorra, Jeova declarou: “Estou de todo resolvidoa descer para ver se de fato agem segundo o clamor sobreisso, que tem chegado a mim.” (Genesis 18:20, 21) Comosomos gratos de que Jeova nao e como muitos humanosque tiram conclusoes precipitadas antes de ouvir todos osfatos! Na verdade, Jeova e, como a Bıblia o descreve muitobem, “Deus de fidelidade e sem injustica”. — Deuterono-mio 32:4.

Tenha confianca na justica de Jeova19 A Bıblia nao esclarece cada duvida a respeito das acoes

de Jeova no passado, nem fornece todos os detalhes decomo ele julgara pessoas e grupos no futuro. Quando fica-mos intrigados com relatos ou profecias bıblicas que naodao esses detalhes, devemos demonstrar a mesma lealdade

18. Use a Bıblia para mostrar que Jeova nao age por sentimentalismo.19. O que devemos fazer se ficarmos intrigados ao estudar as de-monstracoes da justica de Jeova?

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que o profeta Miqueias, que escreveu: “Mostrarei uma ati-tude de espera pelo Deus da minha salvacao.” — Miqueias7:7.

20 Podemos estar certos de que, em todas as situacoes,Jeova sempre fara o que e certo. Embora as vezes os hu-manos aparentemente ignorem as injusticas, Jeova prome-te: “A vinganca e minha; eu pagarei de volta.” (Romanos12:19) Nossa atitude de espera revelara que temos a mesmaconviccao que o apostolo Paulo: “Ha injustica da parte deDeus? Que isso nunca se torne tal!” — Romanos 9:14.

21 Enquanto isso, vivemos em “tempos crıticos, difıceis demanejar”. (2 Timoteo 3:1) Por causa da injustica e dos “atosde opressao”, presenciamos muitos abusos crueis. (Ecle-siastes 4:1) Mas Jeova nao mudou. Ele ainda odeia a injus-tica e se preocupa muito com as vıtimas dela. Se permane-cermos leais a Jeova e a sua soberania, ele nos dara forcaspara perseverarmos ate o tempo designado, sob o domı-nio do seu Reino, quando ele corrigira todas as injusticas.— 1 Pedro 5:6, 7.

20, 21. Por que podemos ter certeza de que Jeova sempre fara o quee certo?

Perguntas para MeditacaoDeuteronomio 10:17-19 Por que podemos ter confianca de queJeova e imparcial no seu modo de tratar a outros?

Jo 34:1-12 Quando confrontado com uma injustica, como as pa-lavras de Eliu podem fortalecer sua confianca na justica de Deus?

Salmo 1:1-6 Por que e tranquilizador saber que Jeova avalia cui-dadosamente os atos tanto dos justos como dos perversos?

Malaquias 2:13-16 Como Jeova se sentiu em relacao a injusticapraticada contra mulheres cujo marido se divorciava delas semmotivo valido?

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“A LEI e um buraco sem fundo, . . . engole tudo.” Essa de-claracao aparece num livro publicado em 1712. O autor ex-pressava sua desaprovacao a um sistema jurıdico em que osprocessos muitas vezes se arrastavam por anos nos tribunais,resultando em ruına financeira para os que buscavam justi-ca. Em muitos paıses, o sistema judicial e legal e tao comple-xo, tao cheio de injusticas, preconceitos e incoerencias que odesprezo pela lei se tornou comum.

2 Em contraste, veja estas palavras escritas ha uns2.700 anos: “Quanto eu amo a tua lei!” (Salmo 119:97) Porque o salmista tinha sentimentos tao intensos? Porque a leique ele amava nao havia sido criada por governos seculares,mas por Jeova Deus.

`A medida que estudar as leis de Jeova,

provavelmente voce tambem se sentira cada vez mais comoo salmista. Esse estudo o ajudara a entender um pouco me-lhor o maior Legislador do Universo.

O Legislador supremo3 “Ha um que e legislador e juiz”, diz a Bıblia. (Tiago 4:12)

De fato, Jeova e o Legislador por excelencia. Ate os movi-mentos dos corpos celestes sao governados pelas “leis dosceus”, que ele criou. ( Jo 38:33; A Bıblia de Jerusalem) Osmilhares e milhares de santos anjos de Jeova estao organiza-dos em categorias definidas e servem sob a ordem direta deDeus, como Seus ministros. Portanto, tambem sao governa-dos pela lei divina. — Salmo 104:4; Hebreus 1:7, 14.

4 Jeova tambem deu leis a humanidade. Cada um de nostem uma consciencia, que reflete o senso de justica de

1, 2. Por que muitas pessoas desprezam a lei, mas como talvez venha-mos a nos sentir em relacao as leis de Deus?3, 4. De que modos Jeova mostrou ser Legislador?

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“A lei de Jeova e perfeita”

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Jeova. Ela e uma especie de lei interior que nos ajuda a dis-tinguir o certo do errado. (Romanos 2:14) Nossos primei-ros pais foram abencoados com uma consciencia perfeita, demodo que precisavam de poucas leis. (Genesis 2:15-17) Hu-manos imperfeitos, porem, precisam de mais leis para orien-ta-los a fim de fazer a vontade de Deus. Patriarcas, comoNoe, Abraao e Jaco, receberam leis de Jeova Deus e as trans-mitiram as suas famılias. (Genesis 6:22; 9:3-6; 18:19; 26:4, 5)Jeova se tornou Legislador de uma forma sem precedentesquando deu a nacao de Israel o codigo da Lei por meio deMoises. Esse codigo jurıdico nos ajuda a entender melhor osenso de justica de Jeova.

Lei mosaica — um apanhado geral5 Muitos acham que a Lei mosaica era um conjunto de leis

volumoso e complexo. Mas estao redondamente engana-dos! O codigo inteiro incluıa mais de 600 leis. Isso talvez pa-reca bastante, mas pense: no fim do seculo 20, as leis fede-rais dos Estados Unidos enchiam 150 mil paginas de livrosjurıdicos. A cada dois anos, acrescentavam-se mais umas600 leis! Assim, em termos apenas de volume, a Lei mosai-ca parece minuscula em comparacao com essa montanha deleis humanas. Mas a lei de Deus orientava os israelitas emareas da vida que as leis modernas nem de longe abrangem.Vamos ver um apanhado geral dela.

6 A Lei exaltava a soberania de Jeova. Por isso, nenhum ou-tro codigo jurıdico se compara a ela. A maior de suas leis era:“Escuta, o Israel: Jeova, nosso Deus, e um so Jeova. E tens deamar a Jeova, teu Deus, de todo o teu coracao, e de toda atua alma, e de toda a tua forca vital.” Como o povo de Deus

5. Pode-se dizer que a Lei mosaica era um conjunto de leis volumo-so e complexo? Por que responde assim?6, 7. (a) O que torna a Lei mosaica diferente de qualquer outro codi-go jurıdico, e qual era o maior mandamento expresso nela? (b) Comoos israelitas mostravam que aceitavam a soberania de Jeova?

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poderia expressar amor por Ele? Deveriam servi-lo e se sujei-tar a Sua soberania. — Deuteronomio 6:4, 5; 11:13.

7 Como os israelitas mostravam que aceitavam a soberaniade Jeova? Sujeitando-se aqueles que representavam a autori-dade divina, como pais, maiorais, juızes, sacerdotes e, maistarde, reis. Jeova encarava qualquer rebeliao contra essas au-toridades como rebeliao contra ele proprio. Por outro lado,autoridades que lidassem de forma injusta ou arrogante como povo de Jeova se arriscavam a incorrer na ira dele. (

ˆExo-

do 20:12; 22:28; Deuteronomio 1:16, 17; 17:8-20; 19:16, 17)Assim, ambas as partes deveriam defender a soberania deDeus.

8 A Lei defendia a norma divina de santidade. As palavras“santo” e “santidade” aparecem mais de 280 vezes na Leimosaica. A Lei ajudava o povo de Deus a distinguir entre oque era puro e o que era impuro, citando cerca de 70 coisasque tornavam um israelita cerimonialmente impuro. Essasleis traziam benefıcios notaveis para a saude, porque trata-vam de higiene fısica, dieta e ate manejo de lixo e resıduos.�Mas elas tinham um objetivo mais nobre: manter o povo nofavor de Jeova, separado das praticas pecaminosas das na-coes degeneradas que os rodeavam. Vejamos um exemplo.

9 Estatutos do pacto da Lei declaravam que o parto e as re-lacoes sexuais — mesmo entre casados — resultavam numperıodo de impureza. (Levıtico 12:2-4; 15:16-18) Isso nao de-preciava essas dadivas puras de Deus. (Genesis 1:28; 2:18-25) Ao contrario, essas leis defendiam a santidade de Jeova,

� Por exemplo, leis que exigiam que o excremento humano fosseenterrado, que doentes fossem postos de quarentena e que aqueles quetocassem num cadaver se lavassem estavam seculos a frente do seutempo. — Levıtico 13:4-8; Numeros 19:11-13, 17-19; Deuteronomio23:13, 14.

8. Como a Lei defendia a norma divina de santidade?9, 10. O pacto da Lei incluıa que estatutos sobre relacoes sexuais eparto, e que benefıcios essas leis traziam?

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ajudando Seus adoradores a evitar depravacoes. Como? Asnacoes ao redor de Israel costumavam misturar sexo e ritosde fertilidade na sua adoracao. A religiao cananeia incluıaprostituicao masculina e feminina. O resultado disso era de-pravacao da pior especie, que se espalhava facilmente. Emcontraste com isso, a Lei separava totalmente a adoracao deJeova de assuntos sexuais.� Tambem havia outros benefıcios.

10 Essas leis serviam para ensinar uma verdade fundamen-tal.� Afinal de contas, como e que o pecado adamico e trans-mitido de geracao para geracao? Nao e por meio das relacoessexuais e do parto? (Romanos 5:12) De modo que a Lei deDeus lembrava ao Seu povo que o pecado era uma realida-de da vida. De fato, todos nascemos com ele. (Salmo 51:5)Precisamos de perdao e redencao para poder nos achegar aonosso Deus santo.

11 A Lei defendia a justica perfeita de Jeova. Ela sustentavao princıpio da equivalencia, ou equilıbrio, em questoes ju-diciais. Por isso, declarava: “Sera alma por alma, olho porolho, dente por dente, mao por mao, pe por pe.” (Deutero-nomio 19:21) Portanto, a punicao pelos crimes tinha de serproporcional a gravidade deles. Esse aspecto da justica divi-na permeava a Lei e ate hoje e essencial para entendermos osacrifıcio de resgate de Cristo Jesus, conforme mostrara o Ca-pıtulo 14. — 1 Timoteo 2:5, 6.

� Nos templos cananeus havia salas reservadas para atividades se-xuais, mas a Lei mosaica declarava que alguem impuro nao podia nemmesmo entrar no templo. Assim, visto que as relacoes sexuais resulta-vam num perıodo de impureza, ninguem poderia legalmente incluiro sexo como parte da adoracao na casa de Jeova.� O objetivo principal da Lei era ensinar. Na verdade, a obra Conhe-

cimento Judaico menciona que a palavra hebraica para “lei”, tohrah,significa “instrucao”.

11, 12. (a) A Lei sustentava que princıpio fundamental de justica?(b) Ela incluıa que regulamentos para evitar que a justica fosse detur-pada?

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12 A Lei tambem incluıa regulamentos para evitar que a jus-tica fosse deturpada. Por exemplo, era preciso pelo menosduas testemunhas para confirmar uma acusacao. A penali-dade por perjurio era severa. (Deuteronomio 19:15, 18, 19)Tambem se proibia categoricamente a corrupcao e o subor-no. (

ˆExodo 23:8; Deuteronomio 27:25) Ate mesmo nas pra-

ticas comerciais o povo de Deus devia defender as elevadasnormas divinas de justica. (Levıtico 19:35, 36; Deuterono-mio 23:19, 20) A Lei mosaica era um codigo jurıdico sublimee justo. Foi uma grande bencao para Israel.

Leis que ressaltavam a misericordiae a imparcialidade

13 A Lei mosaica era um conjunto de regras rıgidas e impie-dosas? Nada disso! O Rei Davi foi inspirado a escrever: “A leide Jeova e perfeita.” (Salmo 19:7) Ele sabia muito bem que aLei promovia a misericordia e a imparcialidade. Como?

14 Em alguns paıses hoje, parece que as leis mostram maiscompaixao e consideracao pelos criminosos do que pelas vı-timas. Por exemplo, os ladroes sao mandados para a prisao,mas, nesse meio-tempo, as vıtimas ficam privadas dos bensroubados e ainda tem de pagar os impostos que servem paraabrigar e alimentar os criminosos. No Israel antigo, nao ha-via prisoes como as que existem hoje, e leis especıficas deter-minavam a severidade das punicoes. (Deuteronomio 25:1-3)O ladrao tinha de indenizar a vıtima por aquilo que haviaroubado e ainda pagar uma multa adicional. De quanto?Isso variava. Em Levıtico 6:1-7 estipula-se uma multa bemmenor do que a mencionada em

ˆExodo 22:7. Pelo visto, isso

se dava porque os juızes tinham autonomia para avaliar di-versos fatores, como o arrependimento do transgressor, an-tes de estipular o valor da multa.

13, 14. Como a Lei promovia o tratamento imparcial e justo para comladroes e vıtimas?

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15 Numa demonstracao de misericordia, a Lei reconheciaque nem todos os pecados sao deliberados. Por exemplo, sealguem matasse outra pessoa por acidente, nao precisava pa-gar alma por alma se tomasse a acao correta: fugir para umadas cidades de refugio espalhadas pelo territorio de Israel.Juızes capacitados examinavam o caso e o fugitivo tinha demorar na cidade de refugio ate a morte do sumo sacerdote.Daı, estaria livre para morar onde quisesse. Assim, ele se be-neficiava da misericordia divina, mas ao mesmo tempo essalei lembrava o grande valor da vida humana. — Numeros15:30, 31; 35:12-25.

16 A Lei defendia os direitos individuais. Veja como ela pro-tegia os endividados. Era proibido que alguem entrasse nacasa de outra pessoa para pegar um bem como garantia deuma dıvida. O credor tinha de esperar, na porta, que o deve-dor trouxesse o bem ate ele. Ou seja, o lar de um homemera considerado inviolavel. Se o credor pegasse a roupa ex-terior de alguem como garantia, deveria devolve-la a noite,visto que o devedor provavelmente precisaria dela para seaquecer. — Deuteronomio 24:10-14.

17 A Lei tinha regulamentos ate mesmo em relacao a guer-ra. O povo de Deus ia a guerra, nao para satisfazer uma an-sia por poder ou conquistas, mas para servir como represen-tantes de Deus nas “Guerras de Jeova”. (Numeros 21:14) Emmuitos casos, os israelitas eram obrigados a oferecer a rendi-cao primeiro. Somente se a cidade rejeitasse a oferta e queIsrael podia sitia-la, mas ainda assim era preciso seguir asorientacoes de Deus. Diferentemente de muitos soldados aolongo da Historia, os homens do exercito de Israel nao po-diam estuprar as mulheres nem promover massacres injusti-

15. Como a Lei refletia tanto misericordia como justica no caso da-queles que matavam alguem por acidente?16. Como a Lei defendia certos direitos individuais?17, 18. No que se refere a guerra, em que sentidos os israelitas eramdiferentes das outras nacoes, e por que?

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ficaveis. Deviam ate mesmo respeitar o meio ambiente: naopodiam derrubar as arvores frutıferas nas terras do inimigo.�Outros exercitos nao tinham essas restricoes. — Deuterono-mio 20:10-15, 19, 20; 21:10-13.

18 Fica horrorizado quando ouve falar que, em alguns paı-ses, criancas sao treinadas como soldados? No Israel antigo,nenhum homem com menos de 20 anos podia ser recru-tado para o exercito. (Numeros 1:2, 3) Ate homens adultoseram eximidos se tivessem muito medo. Um recem-casa-do era eximido por um ano inteiro para que, antes de par-tir para esse servico perigoso, pudesse ver o nascimento deum herdeiro. Dessa forma, explicava a Lei, o jovem ma-rido poderia “alegrar” sua jovem esposa. — Deuteronomio20:5, 6, 8; 24:5.

19 A Lei tambem protegia e fazia provisoes para mulheres,criancas e famılias. Ela ordenava que os pais dessem cons-tante atencao e instrucao espiritual aos filhos. (Deuterono-mio 6:6, 7) Proibia toda forma de incesto, sob pena de mor-te. (Levıtico, capıtulo 18) Proibia tambem o adulterio, quemuitas vezes destroi famılias e acaba com sua seguranca edignidade. A Lei estipulava provisoes para viuvas e orfaos eproibia, nos termos mais fortes possıveis, que fossem maltra-tados. —

ˆExodo 20:14; 22:22-24.

20 Nesse respeito, porem, alguns se perguntam: ‘Por quea Lei permitia a poligamia?’ (Deuteronomio 21:15-17)´E preciso analisar essas leis no seu contexto historico. Quem

� A Lei perguntava de modo direto: “´

E a arvore do campo algum ho-mem a ser sitiado por ti?” (Deuteronomio 20:19) Filo, erudito judeudo primeiro seculo, citou essa lei, explicando que Deus acha “injustoque a ira que se acende contra homens seja lancada contra coisas quesao inocentes de todo o mal”.

19. Como a Lei protegia mulheres, criancas, famılias, viuvas e orfaos?20, 21. (a) Por que a Lei mosaica permitia a poligamia em Israel?(b) Na questao do divorcio, por que a Lei era diferente da norma quemais tarde Jesus restaurou?

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avalia a Lei mosaica a luz da cultura e dos tempos modernoscom certeza vai entende-la mal. (Proverbios 18:13) A nor-ma de Jeova, estabelecida la no

´Eden, era que o casamen-

to fosse uma uniao duradoura entre um so homem e umaso mulher. (Genesis 2:18, 20-24) Mas, quando Jeova deu aLei a Israel, costumes como o da poligamia ja eram pratica-dos por seculos. Jeova sabia muito bem que seu “povo dedura cerviz” frequentemente falharia em obedecer ate aosmandamentos mais simples, como o que proibia a idolatria.(

ˆExodo 32:9) Assim, de forma muito sensata, ele nao tentou

fazer naquela epoca grandes reformas nos costumes matri-moniais.

´E preciso lembrar, porem, que nao foi Jeova quem

instituiu a poligamia. Mas ele usou a Lei mosaica para regu-lamentar essa pratica entre o seu povo e evitar abusos.

21 De modo similar, a Lei mosaica apresentava uma lista re-lativamente ampla de razoes graves que permitiam que umhomem se divorciasse da esposa. (Deuteronomio 24:1-4) Je-sus chamou isso de uma concessao da parte de Deus ao povojudeu “por causa da dureza dos . . . coracoes” deles. Masessa era uma concessao temporaria. Para seus seguidores, Je-sus restaurou a norma original de Jeova para o casamento.— Mateus 19:8.

A Lei promovia o amor22 Sabe de algum sistema jurıdico moderno que incenti-

ve o amor? Pois a Lei mosaica promovia o amor acima detudo. So no livro de Deuteronomio a palavra “amor”, e ou-tras derivadas, aparece mais de 20 vezes. O segundo maiormandamento de toda a Lei era: “Tens de amar o teu proximocomo a ti mesmo.” (Levıtico 19:18; Mateus 22:37-40) O povode Deus devia mostrar esse amor nao so a outros israelitas,mas tambem aos imigrantes que morassem entre eles, lem-

22. De que modos e a quem a Lei mosaica incentivava que se de-monstrasse amor?

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brando-se de que eles proprios haviam vivido numa terraestrangeira no passado. Deviam mostrar amor pelos pobrese sofredores, ajudando-os em sentido material e nao tiran-do vantagem de sua situacao. Os israelitas foram ate mes-mo orientados a tratar seus animais de carga com bondadee consideracao. —

ˆExodo 23:6; Levıtico 19:14, 33, 34; Deute-

ronomio 22:4, 10; 24:17, 18.23 Que outra nacao foi abencoada com um codigo jurıdico

semelhante? Nao e de estranhar, entao, que o salmista escre-vesse: “Quanto eu amo a tua lei!” Longe de ser apenas umsentimento, seu amor o movia a acao — ele se esforcava aobedecer aquela lei e a viver segundo os seus princıpios. Eleprosseguiu, dizendo: “O dia inteiro [tua lei] e a minha preo-cupacao.” (Salmo 119:11, 97) Ele regularmente passava tem-po estudando as leis de Jeova. Sem duvida, a medida que fa-zia isso, aumentava o seu amor tanto por essas leis quantopelo Legislador, Jeova Deus. Continue a estudar a lei divinae voce tambem se achegara mais a Jeova, o Grandioso Legis-lador, o Deus de justica.

23. O escritor do Salmo 119 se sentiu motivado a fazer o que, e o quedevemos estar decididos a fazer?

Perguntas para MeditacaoLevıtico 19:9,10; Deuteronomio 24:19 Como se sente em rela-cao ao Deus que fez essas leis?

Salmo 19:7-14 Como Davi se sentia em relacao a “lei deJeova”? As leis divinas devem ter que valor para nos?

Miqueias 6:6-8 Como esse texto nos ajuda a entender que naoe correto encarar as leis de Jeova como um fardo?

Mateus 23:23-39 Como os fariseus mostravam que nao enten-diam o espırito da Lei, e de que modo o exemplo deles serve dealerta para nos?

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“TODA a criacao junta persiste em gemer e junta esta em do-res.” (Romanos 8:22) Essas palavras do apostolo Paulo des-crevem muito bem o estado deploravel em que nos encon-tramos. Do ponto de vista humano, parece nao haver saıdado sofrimento, do pecado e da morte. Mas Jeova nao e comoos humanos — ele nao tem limitacoes. (Numeros 23:19)O Deus de justica providenciou uma maneira de escaparmosdo sofrimento. Chama-se resgate.

2 O resgate e o maior presente de Jeova para a humanidade.Torna possıvel que sejamos libertos do pecado e da morte.(Efesios 1:7)

´E a base da esperanca de vida eterna, quer no

ceu quer no Paraıso na Terra. (Lucas 23:43; Joao 3:16; 1 Pe-dro 1:4) Mas o que e exatamente o resgate? O que nos ensi-na sobre a inigualavel justica de Jeova?

Como surgiu a necessidade de um resgate3 O resgate se tornou necessario devido ao pecado de Adao.

Ele desobedeceu a Deus e, com isso, deixou para a sua des-cendencia uma heranca de doenca, pesar, dor e morte. (Ge-nesis 2:17; Romanos 8:20) Deus nao podia simplesmente ce-der ao sentimentalismo e substituir a sentenca de morte porum castigo menor. Se fizesse isso, estaria ignorando sua pro-pria lei: “O salario pago pelo pecado e a morte.” (Romanos6:23) E se Jeova desconsiderasse suas proprias normas de jus-tica, o resultado seria caos e anarquia universais.

1, 2. Como a Bıblia descreve a condicao da humanidade e qual e aunica saıda?3. (a) Por que surgiu a necessidade de um resgate? (b) Por que Deusnao podia simplesmente mudar a sentenca de morte da descenden-cia de Adao?

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Jeova providenciou um“resgate em troca de muitos”

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4 Como vimos no Capıtulo 12, a rebeliao no´

Eden levantouquestoes ainda mais importantes. Satanas difamou o bomnome de Deus. Na verdade, ele acusou Jeova de ser um men-tiroso, um ditador cruel que privava Suas criaturas de liber-dade. (Genesis 3:1-5) Quando aparentemente frustrou o pro-posito divino de encher a Terra de humanos justos, Satanastambem deu a entender que Deus era um fracassado. (Ge-nesis 1:28; Isaıas 55:10, 11) Se Jeova tivesse deixado de res-ponder a esses desafios, muitas de suas criaturas inteligentestalvez tivessem perdido a confianca no Seu domınio.

5 Satanas tambem caluniou os servos leais de Jeova, acu-sando-os de servir a Ele apenas por motivos egoıstas e afir-mando que, sob pressao, nenhum deles permaneceria fiel aDeus. ( Jo 1:9-11) Essas questoes eram muito mais importan-tes do que as dificuldades da humanidade. Com toda a ra-zao, Jeova se sentiu na obrigacao de responder as acusacoescaluniosas de Satanas. Mas como Ele poderia resolver essasquestoes e ainda assim salvar a humanidade?

Resgate — uma equivalencia6 A solucao que Jeova apresentou era totalmente miseri-

cordiosa, extremamente justa e maravilhosamente simples— uma solucao que nenhum humano poderia ter imagina-do.

´E chamada de varias maneiras: compra, reconciliacao,

redencao, propiciacao e expiacao. (Salmo 49:8; Daniel 9:24;Galatas 3:13; Colossenses 1:20; Hebreus 2:17) Mas a expres-sao que melhor a define e aquela usada pelo proprio Jesus,que disse: “O Filho do homem nao veio para que se lhe mi-nistrasse, mas para ministrar e dar a sua alma como resgate[em grego, lytron] em troca de muitos.” — Mateus 20:28.

4, 5. (a) Como Satanas caluniou a Deus, e por que este se sentiu naobrigacao de responder aos desafios? (b) Do que Satanas acusou osservos leais de Jeova?6. Quais sao algumas expressoes usadas na Bıblia para descrever omodo de Deus salvar a humanidade?

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A PROVIDENCIOU UM “RESGATE EM TROCA DE MUITOS”

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7 O que e um resgate? A palavra grega usada aqui vem deum verbo que significa “deixar ir, libertar”. Esse termo erausado para o preco pago em troca da liberdade de prisio-neiros de guerra. Basicamente, entao, pode-se definir resga-te como algo pago para recomprar outra coisa. Nas Escritu-ras Hebraicas, a palavra para “resgate” (kofer) deriva de umverbo que significa “cobrir”. Por exemplo, Deus disse a Noeque ‘cobrisse’ (uma forma da mesma palavra) a arca com al-catrao. (Genesis 6:14) Isso nos ajuda a entender que resgatartambem significa cobrir pecados. — Salmo 65:3.

8 Um dicionario teologico afirma que essa palavra (ko-fer) “sempre denota uma equivalencia”, ou corresponden-cia. (Theological Dictionary of the New Testament) Assim, atampa da arca do pacto tinha um formato que correspon-dia, ou equivalia, ao da propria arca. De modo similar, a fimde resgatar, ou cobrir, o pecado, era preciso pagar um precoque correspondesse, ou cobrisse, plenamente o dano cau-sado pelo pecado. Em harmonia com isso, a Lei de Deus aIsrael declarava: “Sera alma por alma, olho por olho, den-te por dente, mao por mao, pe por pe.” — Deuteronomio19:21.

9 Homens fieis, a partir de Abel, ofereceram sacrifıcios deanimais a Deus. Ao fazer isso, demonstraram que esta-vam cientes de que o pecado existia e que se precisava deredencao, e mostraram sua fe na libertacao prometida porDeus por intermedio do seu “descendente”. (Genesis 3:15;4:1-4; Levıtico 17:11; Hebreus 11:4) Jeova se agradava des-ses sacrifıcios e concedia uma condicao limpa a seus adora-dores. Contudo, os sacrifıcios de animais eram, na melhor

7, 8. (a) O que o termo “resgate” significa nas Escrituras? (b) Porque se diz que o resgate envolve equivalencia?9. Por que razao homens fieis ofereceram sacrifıcios de animais, ecomo Jeova encarava esses sacrifıcios?

Um “resgate correspondente por todos”

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A PROVIDENCIOU UM “RESGATE EM TROCA DE MUITOS”

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das hipoteses, apenas representativos. Nao podiam cobrirtotalmente os pecados humanos, pois os animais sao infe-riores ao homem. (Salmo 8:4-8) Por isso, a Bıblia diz: “Naoe possıvel que o sangue de touros e de bodes tire pecados.”(Hebreus 10:1-4) Esses sacrifıcios eram apenas ilustrativos,simbolizando o verdadeiro sacrifıcio de resgate futuro.

“Resgate correspondente”10 “Em Adao todos morrem”, disse o apostolo Paulo.

(1 Corıntios 15:22) Assim, o resgate precisava envolver amorte do equivalente exato de Adao: um humano perfei-to. (Romanos 5:14) Nenhuma outra criatura podia equili-brar a balanca da justica. Somente um humano perfeito,que nao estivesse debaixo da sentenca de morte adamica,poderia oferecer um “resgate [perfeitamente] correspon-dente” a Adao. (1 Timoteo 2:6) Nao seria preciso que in-contaveis milhoes de humanos se sacrificassem para cor-responder a cada descendente de Adao. O apostolo Pauloexplicou: “Por intermedio de um so homem [Adao] entrouo pecado no mundo, e a morte por intermedio do peca-do.” (Romanos 5:12) E “visto que a morte e por interme-dio dum homem”, Deus providenciou a redencao para ahumanidade “por intermedio dum homem”. (1 Corıntios15:21) Como?

11 Jeova tomou providencias para que um homem perfei-to sacrificasse voluntariamente a sua vida. Segundo Roma-nos 6:23, “o salario pago pelo pecado e a morte”. Ao sa-crificar sua vida, o resgatador ‘provaria a morte por todohomem’. Em outras palavras, pagaria o salario pelo pecadode Adao. (Hebreus 2:9; 2 Corıntios 5:21; 1 Pedro 2:24) Isso

10. (a) O resgatador tinha de ser equivalente a quem, e por que?(b) Por que foi necessario so um sacrifıcio humano?11. (a) Em que sentido o resgatador ‘provaria a morte por todo ho-mem’? (b) Por que Adao e Eva nao se beneficiariam do resgate? (Vejaa nota.)

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teria profundas implicacoes jurıdicas. Ao anular a sentencade morte sobre a descendencia obediente de Adao, o resga-te eliminaria o poder destrutivo do pecado direto na fon-te.� — Romanos 5:16.

12 Para ilustrar: imagine-se morando numa cidade emque a maioria dos habitantes trabalha em uma grande fa-brica. Voce e seus vizinhos tem um bom salario e uma vidaconfortavel. Ate que um dia a fabrica fecha as portas. Porque motivo? O diretor se tornou corrupto e levou a firmaa falencia. De repente, voce e seus vizinhos estao desem-pregados e as contas comecam a se acumular. Conjuges, fi-lhos e credores sofrem por causa da corrupcao daquele ho-mem. Existe saıda? Sim! Um benfeitor rico resolve intervir.Ele sabe quanto vale a companhia e imagina o que os em-pregados e suas famılias estao passando. Assim, paga as dı-vidas da firma e reabre a fabrica. O cancelamento daque-la unica dıvida traz alıvio para muitos empregados, suasfamılias e credores. De modo similar, o cancelamento dadıvida de Adao beneficia incontaveis milhoes de pessoas.

Quem providenciou o resgate?13 Somente Jeova poderia providenciar “o Cordeiro . . .

que tira o pecado do mundo”. ( Joao 1:29) Mas Deus naoenviou um simples anjo para resgatar a humanidade. En-viou Aquele que poderia fornecer uma resposta definitiva

� Adao e Eva nao podiam se beneficiar do resgate. A Lei mosaica de-clarou o seguinte princıpio com respeito a assassinos deliberados:“Nao deveis aceitar nenhum resgate pela alma dum assassino que me-rece morrer.” (Numeros 35:31)

´E obvio que Adao e Eva mereciam

morrer porque desobedeceram a Deus deliberadamente e com plenaconsciencia dos seus atos. Dessa forma, abriram mao de suas perspec-tivas de vida eterna.

12. Ilustre como o pagamento de uma unica dıvida pode beneficiarmuitas pessoas.13, 14. (a) Como Jeova providenciou o resgate para a humanidade?(b) A quem este e pago, e por que esse pagamento e necessario?

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e conclusiva a acusacao de Satanas contra os servos deJeova. De fato, Deus fez o sacrifıcio supremo de enviarseu Filho unigenito, “aquele de quem ele gostava espe-cialmente”. (Proverbios 8:30) Voluntariamente, o Filho deDeus “se esvaziou” de sua natureza espiritual. (Filipenses2:7) De forma milagrosa, Jeova transferiu a vida e a perso-nalidade do seu Filho primogenito do ceu para o utero deuma virgem judia, chamada Maria. (Lucas 1:27, 35) Comohomem, recebeu o nome de Jesus. Mas em sentido jurıdi-co, poderia ser chamado de o segundo Adao, porque era oequivalente exato de Adao. (1 Corıntios 15:45, 47) Assim,Jesus podia se oferecer em sacrifıcio como resgate pela hu-manidade pecadora.

14 A quem o resgate seria pago? O Salmo 49:7 diz es-pecificamente que seria pago “a Deus”. Mas nao foi Jeovaquem providenciou o resgate? Sim, mas isso nao e razaopara encararmos esse ato como uma troca inutil e meca-nica, como se ele tirasse dinheiro de um bolso e colocasseno outro. Deve-se entender que o resgate nao e uma trocafısica, mas uma transacao jurıdica. Ao providenciar o pa-gamento do resgate, a um enorme custo para si mesmo,Jeova confirmou sua inabalavel aderencia a sua propriajustica perfeita. — Genesis 22:7, 8, 11-13; Hebreus 11:17;Tiago 1:17.

15 No inıcio do ano 33 EC, Jesus Cristo voluntariamen-te se submeteu a uma provacao que resultou no pagamen-to do resgate. Ele se deixou ser preso sob acusacoes falsas,julgado culpado e pregado numa estaca de execucao. Erarealmente necessario que Jesus sofresse tanto? Sim, porqueera preciso resolver a questao da integridade dos servos deDeus. O interessante e que Deus nao permitiu que Hero-des matasse Jesus enquanto este era bebe. (Mateus 2:13-18) Mas quando se tornou adulto, Jesus estava apto a re-

15. Por que era necessario que Jesus sofresse e morresse?

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sistir aos ataques de Satanas com pleno entendimento dasquestoes envolvidas.� Ao se manter “leal, candido, ima-culado, separado dos pecadores” apesar do horrıvel trata-mento que recebeu, Jesus provou de forma maravilhosae conclusiva que Jeova tem mesmo servos que permane-cem fieis sob provacoes. (Hebreus 7:26) Nao e de admirar,entao, que no momento de sua morte Jesus clamasse emtriunfo: “Esta consumado!” — Joao 19:30.

Ele leva ate o fim seu trabalho de redencao16 Jesus ainda tinha de concluir seu trabalho de redencao.

No terceiro dia depois da sua morte, Jeova o ressuscitoudos mortos. (Atos 3:15; 10:40) Por meio desse ato marcan-te, Jeova nao so recompensou o Filho por seu servico fiel,mas tambem lhe deu a oportunidade de terminar seu traba-lho de redencao como Sumo Sacerdote de Deus. (Romanos1:4; 1 Corıntios 15:3-8) O apostolo Paulo explica: “QuandoCristo veio como sumo sacerdote . . . , ele entrou no lugarsanto, nao, nao com o sangue de bodes e de novilhos, mascom o seu proprio sangue, de uma vez para sempre, e obtevepara nos um livramento eterno. Porque Cristo entrou, naonum lugar santo feito por maos, que e uma copia da realida-de, mas no proprio ceu, para aparecer agora por nos perantea pessoa de Deus.” — Hebreus 9:11, 12, 24.

� Para contrabalancar o pecado de Adao, Jesus tinha de morrer, naocomo crianca perfeita, mas como homem perfeito. Lembre-se de queo pecado de Adao foi deliberado, cometido com pleno conhecimen-to da seriedade do ato e de suas consequencias. Assim, a fim de se tor-nar “o ultimo Adao” e cobrir o pecado, Jesus tinha de fazer uma esco-lha madura e consciente de manter a integridade a Jeova. (1 Corıntios15:45, 47) De modo que a conduta fiel de Jesus durante toda a vida— incluindo sua morte sacrificial — serviu como “um so ato de justi-ficacao”. — Romanos 5:18, 19.

16, 17. (a) Como Jesus concluiu seu trabalho de redencao? (b) Porque era necessario que Jesus aparecesse “por nos perante a pessoa deDeus”?

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A PROVIDENCIOU UM “RESGATE EM TROCA DE MUITOS”

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17 Cristo nao podia levar seu sangue literal para o ceu.(1 Corıntios 15:50) Em vez disso, ele levou o que o sanguesimbolizava: o valor legal do sacrifıcio de sua vida humanaperfeita. Daı, perante a pessoa de Deus, ele apresentou for-malmente o valor da sua vida como resgate em troca da hu-manidade pecadora. Sera que Jeova aceitou esse sacrifıcio?Sim, e isso ficou evidente no Pentecostes de 33 EC, quandofoi derramado espırito santo sobre 120 discıpulos em Jerusa-lem. (Atos 2:1-4) Embora isso tenha sido emocionante, eraapenas o primeiro dos maravilhosos benefıcios que o resga-te ainda traria.

Benefıcios do resgate18 Na sua carta aos colossenses, Paulo explica que Deus

achou bom reconciliar Consigo mesmo, por meio de Cris-to, todas as outras coisas, fazendo a paz por intermedio dosangue que Jesus derramou na estaca de tortura. Paulo tam-bem explica que essa reconciliacao envolve dois grupos depessoas: “as coisas nos ceus” e “as coisas na terra”. (Colos-senses 1:19, 20; Efesios 1:10) O primeiro grupo e compostode 144 mil cristaos que recebem a esperanca de servir comosacerdotes celestiais e reinar sobre a Terra com Cristo Je-sus. (Revelacao [Apocalipse] 5:9, 10; 7:4; 14:1-3) Por interme-dio deles, os benefıcios do resgate serao aplicados gradati-vamente a humanidade obediente por um perıodo de milanos. — 1 Corıntios 15:24-26; Revelacao 20:6; 21:3, 4.

19 “As coisas na terra” sao aqueles que aguardam tervida perfeita na Terra transformada num paraıso. Revelacao7:9-17 descreve-os como “uma grande multidao” que sobre-vivera a vindoura “grande tribulacao”. Mas nao precisam es-perar ate la para se beneficiar do resgate. Eles ja “lavaram assuas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do

18, 19. (a) Que dois grupos se beneficiam da reconciliacao possibi-litada pelo sangue de Cristo? (b) Para os membros da “grande multi-dao”, quais sao alguns dos benefıcios atuais e futuros do resgate?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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Cordeiro”. Visto que exercem fe no resgate, desde ja rece-bem bencaos espirituais por meio dessa provisao amorosa.Por exemplo, sao declarados justos como amigos de Deus.(Tiago 2:23) Em resultado do sacrifıcio de Jesus, podem ‘seaproximar, com franqueza no falar, do trono de benignidadeimerecida’. (Hebreus 4:14-16) Quando erram, recebem per-dao genuıno. (Efesios 1:7) Apesar de imperfeitos, tem umaconsciencia limpa. (Hebreus 9:9; 10:22; 1 Pedro 3:21) Assim,a reconciliacao com Deus nao e algo que aguardam para ofuturo — ja e uma realidade! (2 Corıntios 5:19, 20) Duranteo Milenio, eles aos poucos serao ‘libertos da escravizacao acorrupcao’ e finalmente terao “a liberdade gloriosa dos fi-lhos de Deus”. — Romanos 8:21.

20 Damos “gracas a Deus [que], por intermedio de JesusCristo”, providenciou o resgate! (Romanos 7:25) Em essen-cia, trata-se de algo simples, mas e tao profundo que nosenche de admiracao. (Romanos 11:33) Se meditarmos comapreco no resgate, ele tocara nosso coracao e nos achegaracada vez mais ao Deus de justica. Como o salmista, temosotimos motivos para louvar a Jeova, aquele que “ama a justi-ca e o juızo”. — Salmo 33:5.

20. Ao meditar no resgate, como isso o afeta pessoalmente?

Perguntas para MeditacaoNumeros 3:39-51 Por que e essencial que o resgate seja o equi-valente exato?Salmo 49:7, 8 Por que temos uma dıvida para com Deus porele ter providenciado o resgate?Isaıas 43:25 Como esse texto nos ajuda a entender que a salva-cao do homem nao e o motivo principal de Jeova providenciaro resgate?1 Corıntios 6:20 Que efeito o resgate deve ter na nossa condu-ta e no nosso estilo de vida?

147JEOV´

A PROVIDENCIOU UM “RESGATE EM TROCA DE MUITOS”

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CONSEGUE imaginar Jesus furioso? Talvez ache isso difıcilporque, afinal de contas, ele era conhecido como um homemmuito manso. (Mateus 21:5) Houve uma ocasiao, porem, emque ele ficou realmente zangado.

´E claro que, apesar disso, Je-

sus manteve perfeito controle — sua raiva era totalmente jus-ta.� Mas o que havia deixado esse homem pacıfico tao furio-so? Uma vergonhosa injustica.

2 Jesus prezava muito o templo em Jerusalem. No mundotodo, aquele era o unico lugar sagrado dedicado a adoracaode seu Pai celestial. Judeus de muitos lugares viajavam gran-des distancias para adorar ali. Ate mesmo gentios tementes aDeus vinham e ficavam no patio do templo reservado paraeles. Mas certa vez, no inıcio do seu ministerio, quando en-trou no templo, Jesus ficou chocado com o que viu. E naoera para menos, o lugar mais parecia um mercado do queuma casa de adoracao! Estava cheio de comerciantes e cam-bistas. Mas qual era a injustica? Para esses homens, o templode Deus nao passava de um lugar para explorar e ate roubar aspessoas. Como assim? — Joao 2:14.

3 Uma regra, inventada pelos lıderes religiosos, dizia que so-mente um tipo especıfico de moeda poderia ser usado parapagar o imposto do templo. Os visitantes tinham de trocar o

� Quando demonstrou ira justa, Jesus imitou a Jeova, que “esta dis-posto ao furor” contra toda a maldade. (Naum 1:2) Por exemplo, de-pois de dizer ao seu povo rebelde que eles haviam transformado suacasa em “um mero covil de salteadores”, Jeova acrescentou: “Eis quese despeja a minha ira e o meu furor sobre este lugar.” — Jeremias7:11, 20.

1, 2. Qual foi uma ocasiao em que Jesus ficou furioso, e por que?3, 4. Que exploracao gananciosa acontecia na casa de Jeova, e queacao Jesus tomou para corrigir o problema?

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Jesus ‘estabelece justica na Terra’

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dinheiro para conseguir essas moedas. De modo que os cam-bistas armavam suas mesas dentro do templo e cobravamuma taxa pelas transacoes. O negocio de venda de animaistambem era muito lucrativo. Os visitantes que quisessem ofe-recer sacrifıcios podiam comprar animais de qualquer comer-ciante da cidade, mas os funcionarios do templo poderiamjulga-los improprios como ofertas e rejeita-los. Por outro lado,os animais para sacrifıcio comprados no templo sempre eramaceitos. Assim, com o povo a sua merce, os comerciantes mui-tas vezes cobravam precos exorbitantes.� Isso nao era apenasuma pratica comercial condenavel. Era, na realidade, roubo!

4 Jesus nao podia tolerar essa injustica. Tratava-se da casa doseu proprio Pai! Ele fez um chicote de cordas e expulsou ogado e as ovelhas do templo. Daı, se dirigiu aos cambistas evirou suas mesas. Imagine todas aquelas moedas rolando pelochao de marmore! Com voz firme, ele ordenou aos vendedo-res de pombas: “Tirai estas coisas daqui!” (Joao 2:15, 16) Pare-ce que ninguem se atreveu a opor-se a esse homem corajoso.

“Tal pai, tal filho”5 Naturalmente, depois de algum tempo os comerciantes

voltaram. Cerca de tres anos depois, Jesus se deparou com amesma injustica e dessa vez citou as palavras do proprio Jeovaque condenou os que transformavam Sua casa em “um co-vil de salteadores”. (Mateus 21:13; Jeremias 7:11) Quando viu

� Segundo a Mıxena, anos depois aconteceu um protesto contra osprecos cobrados pelas pombas vendidas no templo. Imediatamente,o preco foi reduzido em 99%! Quem e que mais lucrava com esse co-mercio? Alguns historiadores indicam que os mercados do temploeram de propriedade da casa do Sumo Sacerdote Anas, o que contri-buıa muito para a vasta riqueza daquela famılia sacerdotal. — Joao18:13.

5-7. (a) Como a existencia pre-humana de Jesus influenciou seu sen-so de justica, e o que aprendemos ao estudar seu exemplo? (b) ComoCristo tem combatido as injusticas contra a soberania e o nome deJeova?

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a ganancia daqueles exploradores e como o templo de Deushavia sido profanado, Jesus se sentiu exatamente como seuPai. E nao e de admirar! Por incontaveis milhoes de anos, Je-sus foi ensinado por seu Pai celestial. Em resultado disso, de-senvolveu o mesmo senso de justica que Jeova. Nele, se cum-priu bem o ditado: “Tal pai, tal filho.” Assim, se quisermosentender plenamente a justica divina, nao ha nada melhor doque meditar no exemplo de Jesus Cristo. — Joao 14:9, 10.

6 O Filho unigenito de Jeova estava presente quando Sata-nas injustamente chamou o Criador de mentiroso e levantoua questao sobre se o Seu domınio era justo. Que calunia! O Fi-lho tambem ouviu o desafio posterior de Satanas de que nin-guem serviria a Jeova altruistamente, por amor. Da para ima-ginar que essas acusacoes falsas deixaram aquele Filho justoprofundamente magoado. Quando soube que desempenha-ria o papel principal em resolver essas questoes, como issodeve te-lo deixado emocionado! (2 Corıntios 1:20) Como fa-ria isso?

7 Como aprendemos no Capıtulo 14, Jesus Cristo deu a res-posta definitiva, conclusiva, a acusacao de Satanas contra aintegridade das criaturas de Jeova. Assim, lancou a base paraa vindicacao final da soberania de Jeova e a santificacao doSeu nome. Como Agente Principal de Jeova, Jesus estabelece-ra a justica divina em todo o Universo. (Atos 5:31) Seu modode vida na Terra tambem refletia a justica divina. A respeitodele, Jeova disse: “Porei sobre ele o meu espırito e ele escla-recera as nacoes o que e justica.” (Mateus 12:18) Como Jesuscumpriu essas palavras?

Jesus esclarece “o que e justica”8 Jesus amava a Lei de Jeova e vivia de acordo com ela. Mas

8-10. (a) Como as tradicoes orais dos lıderes religiosos judeus pro-moviam o desprezo pelos nao judeus e pelas mulheres? (b) De quemodo as leis orais tornaram a lei do sabado de Jeova um fardo?

“Tirai estas coisas daqui!”

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os lıderes religiosos dos seus dias distorciam a Lei e a apli-cavam incorretamente. Jesus lhes disse: “Ai de vos, escribase fariseus, hipocritas! . . . desconsiderastes os assuntos maisimportantes da Lei, a saber, a justica, a misericordia e a fideli-dade.” (Mateus 23:23)

´E obvio que esses instrutores da Lei de

Deus nao estavam esclarecendo “o que e justica”. Pelo con-trario, eles obscureciam a justica divina. Como? Veja algunsexemplos.

9 Jeova ordenou que Seu povo se mantivesse separado dasnacoes pagas ao seu redor. (1 Reis 11:1, 2) Mas alguns lıderesreligiosos fanaticos incentivavam o povo a desprezar todos osnao judeus. A Mıxena ate incluıa a seguinte regra: “Nao sedeve deixar gado nas hospedarias dos gentios, pois se suspei-ta que pratiquem a bestialidade.” Esse preconceito generaliza-do contra todos os nao judeus era injusto e totalmente contra-rio ao espırito da Lei mosaica. (Levıtico 19:34) Outras regrascriadas por homens rebaixavam as mulheres. A lei oral diziaque a mulher tinha de andar atras, nao ao lado, do marido.Os homens nao deviam conversar com mulheres em publico,nem com a propria esposa. Depoimentos de mulheres, assimcomo os de escravos, nao eram aceitos nos tribunais. Haviaate uma oracao formal na qual os homens agradeciam a Deuspor nao terem nascido mulher.

10 Os lıderes religiosos soterraram a Lei de Deus sob umamontanha de regras e regulamentos inventados por homens.A lei do sabado, por exemplo, simplesmente proibia o traba-lho naquele dia, reservando-o para adoracao, revigoramentoespiritual e descanso. Mas os fariseus transformaram aquelalei num fardo. Assumiram a tarefa de determinar exata-mente o que significava a expressao “trabalho”. Considera-vam 39 atividades como trabalho, entre elas colher e cacar.Por causa dessas classificacoes, surgiam perguntas intermina-veis. Se um homem matasse uma pulga no sabado, isso se-ria considerado cacar? Se arrancasse um punhado de cereaispara comer ao passar por uma plantacao, estaria colhendo?

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Se curasse um doente, estaria trabalhando? Havia regras rıgi-das e detalhadas para tratar dessas questoes.

11 Em um ambiente como esse, como Jesus ajudaria as pes-soas a entender o que e justica? Nos seus ensinos e no seumodo de vida, ele tomou uma posicao corajosa contra os lıde-res religiosos. Primeiramente, veja como ele fez isso por meiodos seus ensinos. Ele condenou diretamente os milhares deregras inventadas por homens, dizendo: “Invalidastes a pala-vra de Deus pela vossa tradicao que transmitistes.” — Marcos7:13.

12 Jesus ensinou de modo vigoroso que os fariseus estavamerrados a respeito da lei do sabado — que, na verdade, nao ha-viam captado o espırito daquela lei. O Messias, explicou ele,e “Senhor do sabado” e, portanto, podia curar pessoas naque-le dia. (Mateus 12:8) Para ressaltar isso, ele abertamente rea-lizou curas milagrosas no sabado. (Lucas 6:7-10) Essas curaseram uma amostra daquelas que ele realizara na Terra inteiradurante seu Reinado Milenar. Aquele Milenio sera o sabadodefinitivo, em que toda a humanidade fiel por fim descansa-ra dos seculos de labuta sob o fardo do pecado e da morte.

13 Jesus tambem esclareceu o que e justica por meio de umanova lei, “a lei do Cristo”, que entrou em vigor depois queele terminou seu ministerio terrestre. (Galatas 6:2) Diferen-temente de sua predecessora, a Lei mosaica, essa nova lei sebaseava, na maior parte, nao em uma serie de mandamen-tos escritos, mas em princıpios. Mas ela tambem incluıa al-guns mandamentos diretos. Jesus chamou um deles de “novomandamento”. Ensinou seus seguidores a amar uns aos ou-tros assim como ele os amou. (Joao 13:34, 35) O amor altruıs-ta deveria ser o sinal identificador de todos os que vivessemsob “a lei do Cristo”.

11, 12. Como Jesus indicou que era contrario as tradicoes nao bıbli-cas dos fariseus?13. Que lei entrou em vigor em resultado do ministerio terrestre deCristo, e em que ela e diferente de sua predecessora?

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Exemplo vivo de justica14 Em vez de simplesmente ensinar o amor, Jesus viveu “a lei

do Cristo”. Ela fazia parte da sua conduta diaria. Vejamos tresmodos em que o exemplo de Jesus esclareceu o que e justica.

15 Primeiro, ele evitou escrupulosamente cometer qualquerinjustica. Ja notou que, quando humanos imperfeitos se tor-nam arrogantes e extrapolam os limites da sua autoridade,isso muitas vezes resulta em injusticas? Jesus nao tinha esseproblema. Em certa ocasiao, um homem se aproximou dele edisse: “Instrutor, dize a meu irmao que divida comigo a he-ranca.” Qual foi a resposta de Jesus? “Homem, quem me de-signou juiz ou partidor sobre vos?” (Lucas 12:13,14) Nao achaisso notavel? O intelecto, o discernimento e ate a autoridadede Jesus — que Deus lhe dera — eram muito superiores aos dequalquer outra pessoa na Terra; mesmo assim, ele se recusoua envolver-se no assunto, visto que nao recebera autoridadeespecıfica para isso. Nesse respeito, Jesus sempre foi modes-to, ate durante os milenios de sua existencia pre-humana. (Ju-das 9) Uma de suas qualidades notaveis e que ele confia hu-mildemente no que Jeova determina ser justo.

16 Segundo, Jesus mostrou justica no seu modo de pregar asboas novas do Reino de Deus. Ele nunca agiu com precon-ceito. Pelo contrario, se esforcava muito para alcancar todotipo de pessoas, quer fossem ricas quer pobres. Em contras-te com isso, os fariseus desprezavam as pessoas comuns; refe-riam-se a elas usando o termo preconceituoso �am ha·’a·rets(“povo da terra”). O Filho de Deus corajosamente denunciouessa injustica. Quando ensinava as boas novas as pessoas — ouquando comia com elas, as curava ou as ressuscitava —, Jesus

14, 15. Como Jesus mostrou que reconhecia os limites de sua auto-ridade, e por que isso nos tranquiliza?16, 17. (a) Como Jesus mostrou justica ao pregar as boas novas doReino de Deus? (b) Como Jesus demonstrou nao so justica, mas tam-bem misericordia?

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defendia a justica de Deus, visto que Ele deseja alcancar “todasorte de homens”.� — 1 Timoteo 2:4.

17 Terceiro, o senso de justica de Jesus estava ligado a profun-da misericordia. Ele se esforcava a ajudar os pecadores. (Ma-teus 9:11-13) Defendia prontamente os indefesos. Por exem-plo, Jesus nao agia como os lıderes religiosos que promoviama desconfianca contra todos os gentios. Ele ajudou e ensinoumisericordiosamente alguns estrangeiros, embora sua missaoprincipal fosse pregar aos judeus. Ele concordou em fazeruma cura milagrosa para um oficial do exercito romano, di-zendo: “Em ninguem em Israel tenho encontrado tamanhafe.” — Mateus 8:5-13.

18 De modo similar, Jesus nao defendeu os conceitos co-muns sobre as mulheres; ele fez corajosamente o que era jus-to. As samaritanas eram consideradas tao impuras quanto osgentios. Mas Jesus nao hesitou em pregar para uma samari-tana junto ao poco em Sicar. De fato, foi a essa mulher queJesus, pela primeira vez, identificou-se abertamente como oprometido Messias. ( Joao 4:6, 25, 26) Os fariseus diziam quenao se devia ensinar a lei de Deus as mulheres, mas Jesus gas-tou bastante tempo e energia ensinando-as. (Lucas 10:38-42)E embora a tradicao considerasse que o depoimento de mu-lheres nao era digno de confianca, Jesus deu a varias mulhe-res a honra de serem as primeiras a ve-lo apos a ressurreicao.Ele ate lhes disse que fossem contar a seus discıpulos a respei-to desse evento importantıssimo! — Mateus 28:1-10.

� Os fariseus consideravam os humildes, que nao eram versados naLei, como ‘amaldicoados’. ( Joao 7:49) Diziam que nao se deviam ins-truir essas pessoas, nem ter negocios, comer ou orar com elas. Permi-tir que uma filha se casasse com um desses humildes era consideradopior do que expo-la a animais selvagens. Afirmavam que tais pessoasnao podiam esperar ser ressuscitadas.

18, 19. (a) De que maneiras Jesus promoveu a dignidade feminina?(b) Como o exemplo de Jesus nos ajuda a entender a relacao entrecoragem e justica?

155JESUS ‘ESTABELECE JUSTICA NA TERRA’

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19 De fato, Jesus esclareceu as nacoes o que e justica. Em mui-tos casos, ele fez isso apesar de correr grandes riscos. O exem-plo dele nos ajuda a entender que defender a verdadeira justi-ca requer coragem. Ele foi apropriadamente chamado de “oLeao que e da tribo de Juda”. (Revelacao [Apocalipse] 5:5)Lembre-se de que o leao e sımbolo de justica corajosa. No fu-turo proximo, porem, Jesus executara ainda mais atos de jus-tica. Ele estabelecera ‘justica na Terra’ no mais pleno sentido.— Isaıas 42:4.

O Rei messianico‘estabelece justica na Terra’

20 Desde que se tornou o Rei messianico em 1914, Jesus tempromovido a justica na Terra. Como? Ele tem dado orienta-coes para que se cumpra sua profecia encontrada em Mateus24:14. Os seguidores de Cristo na Terra ensinam a pessoas detodas as nacoes a verdade sobre o Reino de Jeova. Como Jesus,pregam de maneira imparcial e justa, procurando dar a todos— jovens ou idosos, ricos ou pobres, homens ou mulheres —a oportunidade de vir a conhecer a Jeova, o Deus de justica.

21 Jesus tambem promove a justica dentro da congregacaocrista verdadeira, da qual ele e o Cabeca. Conforme profetiza-do, ele providenciou “dadivas em homens”, fieis anciaos cris-taos que tomam a dianteira na congregacao. (Efesios 4:8-12)Ao pastorear o precioso rebanho de Deus, esses homens se-guem o exemplo de Jesus Cristo em promover a justica. Sem-pre tem em mente que Jesus deseja que suas ovelhas sejamtratadas com justica, nao importa qual seja sua posicao, statusou situacao financeira.

22 Contudo, no futuro proximo, Jesus estabelecera justica naTerra numa escala sem precedentes. Neste mundo corrupto,

20, 21. Nos nossos tempos, como o Rei messianico promove a jus-tica em toda a Terra e na congregacao crista verdadeira?22. Como Jeova se sente em relacao as injusticas tao comuns nomundo hoje, e ele designou seu Filho para fazer o que a esse respeito?

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a injustica e generalizada. Cada crianca que morre de fomee vıtima de uma injustica imperdoavel, em especial quandopensamos no dinheiro e no tempo desperdicados na produ-cao de armas de guerra ou na satisfacao dos caprichos egoıs-tas daqueles que se empenham pelos prazeres. Os milhoes demortes desnecessarias a cada ano sao apenas uma das muitasformas de injustica. E todas elas provocam a justa indignacaode Jeova. Ele designou seu Filho para travar uma guerra jus-ta contra este inteiro sistema perverso, a fim de eliminar to-das as injusticas de uma vez por todas. — Revelacao 16:14, 16;19:11-15.

23 Mas a justica de Jeova exige mais do que a mera destrui-cao dos perversos. Ele tambem designou seu Filho para reinarcomo “Prıncipe da Paz”. Depois da guerra do Armagedom, odomınio de Jesus estabelecera paz em toda a Terra e ele domi-nara “por meio da justica”. (Isaıas 9:6, 7) Jesus entao tera pra-zer em desfazer todas as injusticas que causaram tanta dor esofrimento no mundo. Por toda a eternidade, ele defenderafielmente a justica perfeita de Jeova. Portanto, e vital que nosesforcemos a imitar a justica de Jeova agora. Vejamos comopodemos fazer isso.

23. Depois do Armagedom, como Cristo promovera a justica portoda a eternidade?

Perguntas para MeditacaoSalmo 45:1-7 Por que podemos ter confianca em que o Reimessianico promovera justica perfeita?Mateus 12:19-21 Segundo a profecia, como o Messias tratariaos humildes?Mateus 18:21-35 Como Jesus ensinou que a verdadeira justicainclui a misericordia?Marcos 5:25-34 Como Cristo demonstrou que a justica divinaleva em conta a situacao das pessoas?

157JESUS ‘ESTABELECE JUSTICA NA TERRA’

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IMAGINE-SE preso num navio que esta afundando. Quan-do acha que nao ha mais esperanca, aparece alguem que oresgata e leva para um lugar seguro. Que alıvio voce sentequando ele lhe diz: “Agora voce esta a salvo”! Nao se sentiriaem dıvida com essa pessoa? No mais pleno sentido, poderiadizer: “Devo minha vida a voce.”

2 Em certos aspectos, isso ilustra o que Jeova fez por nos.´E evidente que temos uma dıvida com ele. Afinal, ele forne-ceu o resgate, que tornou possıvel nosso livramento das gar-ras do pecado e da morte. Nos nos sentimos seguros por sa-ber que, enquanto exercermos fe naquele sacrifıcio valioso,nossos pecados serao perdoados e nosso futuro eterno estaraassegurado. (1 Joao 1:7; 4:9) Como vimos no Capıtulo 14, oresgate e a suprema expressao do amor e da justica de Jeova.Em vista disso, qual deveria ser nossa atitude?

3 Nada mais apropriado do que analisarmos o que nossoamoroso Resgatador pede que facamos em troca. Por meiodo profeta Miqueias, Jeova diz: “Ele te informou, o homemterreno, sobre o que e bom. E o que e que Jeova pede de vol-ta de ti senao que exercas a justica, e ames a benignidade, eandes modestamente com o teu Deus?” (Miqueias 6:8) Noteque uma das coisas que Jeova nos pede e que ‘exercamos ajustica’. Como podemos fazer isso?

Empenhe-se pela “verdadeira justica”4 Jeova espera que sigamos suas normas do que e certo e do

1-3. (a) Por que temos uma dıvida com Jeova? (b) O que nosso amo-roso Resgatador pede que facamos?4. Como sabemos que Jeova espera que vivamos em harmonia comsuas normas justas?

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‘Exerca a justica’ao andar com Deus

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que e errado. Visto que elas sao justas, quando as obedece-mos estamos nos empenhando pela justica. “Aprendei a fa-zer o bem; buscai a justica”, diz Isaıas 1:17. A Palavra de Deusnos incentiva a ‘procurar a justica’. (Sofonias 2:3) Ela tam-bem nos encoraja a nos revestirmos “da nova personalida-de, que foi criada segundo a vontade de Deus, em verdadei-ra justica”. (Efesios 4:24) A verdadeira justica nao admite aviolencia, a impureza e a imoralidade, visto que essas prati-cas violam o que e santo. — Salmo 11:5; Efesios 5:3-5.

E difıcil demais para nos nos harmonizarmos com as nor-mas justas de Jeova? Nao. Se estivermos achegados a Deus decoracao, nao consideraremos a vontade Dele um fardo. Vis-to que amamos o tipo de pessoa que nosso Criador e, que-remos levar a vida de um modo que o agrade. (1 Joao 5:3)Lembre-se de que Jeova “deveras ama atos justos”. (Salmo11:7) Se realmente imitarmos a justica divina, nos esforcare-mos a amar o que Jeova ama e odiar o que ele odeia. — Sal-mo 97:10.

6 Para humanos imperfeitos, nao e facil empenhar-se pelajustica. Temos de nos livrar da velha personalidade com suaspraticas pecaminosas e nos revestir duma nova, que, segun-do a Bıblia, esta “sendo renovada” por meio do conheci-mento exato. (Colossenses 3:9, 10) A expressao “sendo re-novada” indica que revestir-se da nova personalidade e umprocesso contınuo, que exige bastante esforco. Mas, nao im-porta quanto tentemos fazer o que e direito, havera ocasioesem que nossa natureza imperfeita nos fara tropecar em pen-samento, palavras ou acoes. — Romanos 7:14-20; Tiago 3:2.

7 Ao nos empenharmos pela justica, como devemos

5, 6. (a) Por que nao deve ser difıcil demais para nos nos harmoni-zarmos com as normas de Jeova? (b) Como a Bıblia indica que se em-penhar pela justica e um processo contınuo?7. Ao nos empenharmos pela justica, como devemos encarar nossasrecaıdas?

159‘EXERCA A JUSTICA’ AO ANDAR COM DEUS

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encarar nossas recaıdas?´

E claro que nao devemos mini-mizar a seriedade do pecado. Ao mesmo tempo, jamaisdevemos desistir, achando que nossas falhas nos tornam in-dignos de servir a Jeova. Nosso Deus bondoso tomou provi-dencias para que os sinceramente arrependidos voltem a tero Seu favor. Note estas palavras tranquilizadoras do aposto-lo Joao: “Escrevo-vos estas coisas para que nao cometais umpecado.” Mas daı, de forma bem realista, ele acrescentou:“Contudo, se alguem cometer um pecado [por causa da im-perfeicao herdada], temos um ajudador junto ao Pai, JesusCristo.” (1 Joao 2:1) De modo que Jeova forneceu o sacrifı-cio resgatador de Jesus para que pudessemos servir-lhe acei-tavelmente apesar de nossa natureza pecaminosa. Isso nosmotiva a querer fazer o melhor para agradar a Jeova, nao everdade?

As boas novas e a justica divina8 Podemos exercer — ou melhor, imitar — a justica divi-

na participando plenamente na pregacao das boas novas doReino de Deus a outros. Mas que relacao existe entre a justi-ca de Jeova e as boas novas?

9 Jeova nao acabara com este sistema perverso sem antesdar o aviso. Na sua profecia sobre o que aconteceria no tem-po do fim, Jesus disse: “Em todas as nacoes tem de ser pre-gadas primeiro as boas novas.” (Marcos 13:10; Mateus 24:3)O uso da palavra “primeiro” indica que outros eventos se se-guiriam a obra de pregacao mundial. Esses incluem a predi-ta grande tribulacao, na qual os perversos serao destruı-dos, abrindo caminho para um novo mundo justo. (Mateus24:14, 21, 22) Com certeza, ninguem pode acusar a Jeova deser injusto para com os perversos. Ele soa o aviso e, assim, datoda a oportunidade para que mudem de vida e escapem dadestruicao. — Jonas 3:1-10.

8, 9. Como a proclamacao das boas novas demonstra a justica deJeova?

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10 Como a nossa pregacao das boas novas reflete a justicadivina? Em primeiro lugar, nos empenharmos ao maximopara ajudar outros a ganhar a salvacao e a coisa certa a fazer.Pense novamente na ilustracao sobre ser resgatado dum na-vio que esta afundando. Quando estivesse seguro num botesalva-vidas, voce sem duvida tentaria ajudar outros que ain-da estivessem na agua. De modo similar, temos uma obriga-cao para com os que ainda estao se debatendo nas “aguas”deste mundo perverso.

´E verdade que muitos rejeitam a nos-

sa mensagem. Mas, enquanto Jeova continuar a demonstrarpaciencia, temos a responsabilidade de dar-lhes a oportuni-dade de ‘alcancar o arrependimento’ e de se candidatar a sal-vacao. — 2 Pedro 3:9.

11 Quando pregamos as boas novas a todos os que encon-tramos, demonstramos justica de outro modo importante:mostramos imparcialidade. Lembre-se de que “Deus nao eparcial, mas, em cada nacao, o homem que o teme e que faza justica lhe e aceitavel”. (Atos 10:34, 35) Se queremos imitara justica dele, nao podemos prejulgar as pessoas. Antes, deve-mos transmitir as boas novas a outros nao importa qual sejasua raca, posicao social ou situacao financeira. Assim, damosa todos os que nos escutam a oportunidade de ouvir as boasnovas e reagir a elas. — Romanos 10:11-13.

Nosso modo de tratar outros12 Tambem podemos exercer justica tratando outros como

Jeova nos trata.´

E muito facil julgar alguem, criticandoseus defeitos e questionando suas motivacoes. Mas quemde nos gostaria que Jeova inspecionasse impiedosamente to-das as nossas motivacoes e falhas? Nao e assim que ele lida

10, 11. Como a nossa participacao na pregacao das boas novas refle-te a justica divina?12, 13. (a) Por que nao devemos nos apressar a julgar outros?(b) Qual e o sentido do conselho de Jesus de ‘parar de julgar’ e ‘pa-rar de condenar’? (Veja tambem a nota.)

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conosco. O salmista perguntou: “Se vigiasses os erros, o Jah,o Jeova, quem poderia ficar de pe?” (Salmo 130:3) Nao so-mos gratos de que nosso Deus justo e misericordioso prefe-re nao se concentrar nos nossos defeitos? (Salmo 103:8-10)Como, entao, devemos tratar outros?

13 Se compreendermos a natureza misericordiosa da justicadivina, nao vamos nos apressar a julgar outros em questoesque, na verdade, nao nos competem ou que sao de poucaimportancia. No seu Sermao do Monte, Jesus avisou: “Paraide julgar, para que nao sejais julgados.” (Mateus 7:1) Segun-do o relato de Lucas, Jesus acrescentou: “Parai de condenar,e de modo algum sereis condenados.”� (Lucas 6:37) Com es-sas palavras, Jesus demonstrou que se apercebia que huma-nos imperfeitos tem a tendencia de julgar outros. Se algumde seus ouvintes tinha esse habito, deveria parar com isso.

14 Por que devemos ‘parar de julgar’ outros? Primeiro, por-que nossa autoridade e limitada. O discıpuloTiago nos lem-bra: “Ha um que e legislador e juiz”: Jeova. De modo queele apropriadamente pergunta: “Quem es tu para julgareso teu proximo?” (Tiago 4:12; Romanos 14:1-4) Alem disso,nossa natureza pecaminosa pode facilmente nos levar a ser-mos injustos no julgamento. Muitas atitudes e motivacoes— incluindo preconceito, orgulho ferido, ciume e achar-nosjustos — podem distorcer o modo como encaramos outraspessoas. Temos outras limitacoes e, se refletirmos nelas, issonos ajudara a tolerar os defeitos de outros. Nao podemos lero coracao, nem temos como saber de todas as circunstanciasque outros enfrentam. Quem somos nos, entao, para atri-

� Algumas traducoes dizem “nao julguem” e “nao condenem”. Es-sas expressoes transmitem a ideia de que ‘nao se deve comecar a jul-gar’ e ‘nao se deve comecar a condenar’. Mas os escritores bıblicosusaram a forma negativa do tempo presente (contınuo). De modoque as acoes descritas estavam acontecendo naquele momento, masdeviam cessar.

14. Por que razoes devemos ‘parar de julgar’ outros?

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buir motivacoes erradas a concrentes ou criticar os esforcosdeles ao servir a Deus?

´E muito melhor imitarmos a Jeova

olhando o que nossos irmaos tem de bom, em vez de nosconcentrarmos nas falhas deles.

15 E os membros da nossa famılia? Infelizmente, hoje emdia o lar — que deveria ser um lugar de refugio e paz —muitas vezes e onde as pessoas sao mais duramente julga-das. Com frequencia, ouvimos falar de maridos, esposas oupais que “sentenciam” seus familiares a uma saraivada cons-tante de abusos verbais ou fısicos. Mas entre os adoradoresde Deus nao ha lugar para palavras duras, sarcasmo cruel etratamento abusivo. (Efesios 4:29, 31; 5:33; 6:4) O conselhode Jesus de ‘parar de julgar’ e ‘parar de condenar’ se aplica

15. Entre os adoradores de Deus, nao ha lugar para que tipo de pa-lavras ou atitudes, e por que?

Mostramos justica divina quando transmitimosas boas novas a outros de forma imparcial

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mesmo quando estamos em casa. Lembre-se de que exercera justica envolve tratar os outros como Jeova nos trata. E nos-so Deus nunca e duro ou cruel ao lidar conosco. Pelo contra-rio, ele “e mui terno em afeicao” para com os que o amam.(Tiago 5:11) Que exemplo maravilhoso para imitarmos!

Anciaos que servem “para o proprio juızo”16 Todos temos de exercer justica, mas quem tem a maior

responsabilidade nesse sentido sao os anciaos da congrega-cao crista verdadeira. Note a descricao profetica dos “prınci-pes”, ou anciaos, registrada por Isaıas: “Eis que um rei rei-nara para a propria justica; e quanto a prıncipes, governaraocomo prıncipes para o proprio juızo.” (Isaıas 32:1) De fato,Jeova espera que os anciaos defendam a justica. Como po-dem fazer isso?

17 Esses homens espiritualmente qualificados sabem mui-to bem que a justica exige que a congregacao seja manti-da limpa.

`As vezes, surge a necessidade de julgarem casos de

transgressao grave. Ao fazer isso, lembram-se de que a justi-ca divina procura estender misericordia quando possıvel. As-sim, procuram conduzir o pecador ao arrependimento. Maso que fazer se ele deixa de demonstrar arrependimento ge-nuıno, apesar dos esforcos de ajuda-lo? Em perfeita justica, aPalavra de Jeova diz que se deve tomar uma atitude firme:“Removei o homem inıquo de entre vos.” Isso quer dizer ex-pulsa-lo da congregacao. (1 Corıntios 5:11-13; 2 Joao 9-11)Os anciaos ficam tristes quando tem de tomar essa acao, masreconhecem que isso e necessario a fim de proteger a pure-za moral e espiritual da congregacao. Mesmo depois disso,esperam que, algum dia, o pecador caia em si e volte a con-gregacao. — Lucas 15:17, 18.

16, 17. (a) O que Jeova espera dos anciaos? (b) O que e preciso fa-zer quando um pecador deixa de demonstrar arrependimento genuı-no, e por que?

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18 Servir aos interesses da justica tambem envolve dar con-selhos bıblicos quando necessario.

´E claro que os anciaos

nao procuram defeitos nos outros. Nem ficam dando conse-lho sobre cada coisinha. Mas um concristao talvez “de umpasso em falso antes de se aperceber disso”. Lembrando-sede que a justica divina nao e cruel nem insensıvel, os anciaosse sentem motivados a tentar “reajustar tal homem num es-pırito de brandura”. (Galatas 6:1) Assim, nao seria corretoque eles insultassem a pessoa que errou ou falassem com elade forma grosseira. O que encoraja o aconselhado sao con-selhos amorosos. Mesmo quando dao repreensao pertinente— indicando de forma bem direta as consequencias de umproceder imprudente —, os anciaos tem em mente que umconcristao que errou e uma ovelha do rebanho de Jeova.�(Lucas 15:7) Quando fica obvio que o conselho ou a repreen-sao sao motivados por amor e dados de forma amorosa, emais provavel que o transgressor mude de atitude.

19 Muitas vezes, os anciaos precisam tomar decisoes queafetam a vida de concrentes. Por exemplo, eles se reunemperiodicamente para avaliar se outros irmaos na congrega-cao se qualificam para serem recomendados como anciaosou servos ministeriais. Os anciaos sabem que e importan-te ser imparcial. Em vez de confiar em sentimentos pessoais,deixam que os requisitos de Deus para essas designacoes osorientem nas suas decisoes. Assim, agem “sem preconceito,nao fazendo nada por parcialidade”. — 1 Timoteo 5:21.

� Em 2 Timoteo 4:2, a Bıblia diz que os anciaos as vezes tem de ‘re-preender, advertir, exortar’. A palavra grega traduzida ‘exortar’ (pa·ra-ka·le·o) pode significar “encorajar”. Uma palavra derivada, pa·ra·kle-tos, pode se referir a um assistente legal ou advogado. Assim, mesmoquando os anciaos dao repreensao firme, devem agir como ajudado-res dos que precisam de orientacao espiritual.

18. De que os anciaos devem se lembrar ao dar conselhos bıblicos aoutros?19. Que decisoes os anciaos precisam tomar, e em que eles devem sebasear?

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20 Os anciaos administram a justica divina ainda de outrasmaneiras. Depois de predizer que eles serviriam “para o pro-prio juızo”, Isaıas continuou: “Cada um deles tera de mos-trar ser como abrigo contra o vento e como esconderijo con-tra o temporal, como correntes de agua numa terra arida,como a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada.”(Isaıas 32:2) Assim, os anciaos se esforcam a ser fontes deconsolo e revigoramento para seus concrentes.

21 Hoje, com tantos problemas que tendem a causar desani-mo, muitos precisam de encorajamento. Anciaos, o que po-dem fazer para ajudar as “almas deprimidas”? (1 Tessaloni-censes 5:14) Escutem-nas com empatia. (Tiago 1:19) Devidoa “ansiedade no coracao”, talvez esses irmaos precisem desa-

20, 21. (a) Os anciaos se esforcam a ser o que, e por que? (b) O queos anciaos podem fazer para ajudar as “almas deprimidas”?

Os anciaos refletem a justica de Jeovaquando encorajam os desanimados

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bafar com alguem em quem confiam. (Proverbios 12:25) As-segurem-lhes de que sao queridos, valiosos e amados — tan-to por Jeova como pelos irmaos. (1 Pedro 1:22; 5:6, 7) Alemdisso, orem com eles e a favor deles.

´E muito consolador ou-

vir um anciao orar de coracao a nosso favor. (Tiago 5:14, 15)Seus esforcos amorosos de ajudar os deprimidos nao passa-rao despercebidos ao Deus de justica.

22 Na verdade, quando imitamos a justica de Jeova, nosachegamos cada vez mais a ele. Quando defendemos suasnormas justas, participamos em transmitir as boas novas desalvacao a outros e procuramos nos concentrar nas boasqualidades das pessoas, em vez de procurar seus defeitos,estamos demonstrando justica divina. Anciaos, quando vo-ces protegem a pureza da congregacao, dao conselhos bıbli-cos edificantes, tomam decisoes imparciais e encorajam osdesanimados, refletem a justica divina. Como o coracao deJeova deve ficar feliz quando ele olha desde os ceus e ob-serva que o seu povo procura, da melhor maneira possıvel,‘exercer a justica’ ao andar com seu Deus!

22. De que maneiras podemos imitar a justica de Jeova, e com queresultado?

Perguntas para MeditacaoDeuteronomio 1:16,17 O que Jeova exigia dos juızes em Israele o que os anciaos aprendem disso?Jeremias 22:13-17 Jeova adverte contra que praticas injustas eo que e essencial para imitarmos a justica dele?Mateus 7:2-5 Por que nao devemos nos apressar em procurardefeitos nos nossos concrentes?Tiago 2:1-9 O que Jeova acha de se mostrar favoritismo ecomo podemos aplicar esse conselho nos nossos tratos comoutros?

167‘EXERCA A JUSTICA’ AO ANDAR COM DEUS

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S E C˜

A O 3

“S´

ABIO DE CORAC˜

AO”A sabedoria genuına e um dos tesouros

mais preciosos que se pode desejar. Jeova e aunica fonte dela. Nesta secao, vamos analisarde perto a sabedoria ilimitada de Jeova Deus.

Sobre ele, o fiel Jo disse: “Ele e sabio decoracao.” — Jo 9:4.

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QUE pena! O sexto dia criativo de Deus havia atingido seuponto culminante com a criacao da humanidade. Jeova dis-sera, entao, que “tudo o que tinha feito” — incluindo os hu-manos — “era muito bom”. (Genesis 1:31) Mas, no inıcio dosetimo dia, Adao e Eva decidiram se juntar a rebeliao de Sa-tanas. A raca humana de repente se viu atolada no pecado, naimperfeicao e na morte.

2 Talvez parecesse que o proposito de Jeova para o setimo diahavia sido irremediavelmente frustrado. Aquele dia, como osseis que o precederam, duraria milhares de anos. Jeova o ha-via declarado sagrado e, quando terminasse, a Terra inteira se-ria um paraıso, habitado por uma famılia humana perfeita.(Genesis 1:28; 2:3) Mas, depois daquela rebeliao catastrofica,como isso se daria? O que Deus faria? Esse seria um grandeteste para a sabedoria de Jeova, talvez o teste decisivo.

3 Jeova tomou providencias imediatas. Sentenciou os rebel-des no

´Eden e, ao mesmo tempo, forneceu informacoes sobre

algo maravilhoso: seu proposito de corrigir todos os malesque surgiriam em resultado daquela rebeliao. (Genesis 3:15)O proposito de Jeova estende-se desde o

´Eden, passando por

todos os milhares de anos da Historia humana e avanca parao futuro.

´E maravilhosamente simples, mas tao profundo que

um leitor da Bıblia poderia passar uma vida inteira estudan-do-o e meditando nele. Alem disso, o proposito de Jeova temexito garantido. Resultara no fim de toda a maldade, pecado

1, 2. Qual era o proposito de Jeova para o setimo dia, e como a sa-bedoria divina foi posta a prova no inıcio desse dia?3, 4. (a) Por que a reacao de Jeova a rebeliao no

´Eden e um exem-

plo admiravel de sua sabedoria? (b)`

A medida que estudarmos asabedoria de Jeova, de que nao devemos nos esquecer?

C A P´I T U L O 1 7

‘´

O profundidade dasabedoria de Deus!’

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e morte. Levara a humanidade fiel a perfeicao. Tudo isso sedara antes do fim do setimo dia, de modo que, apesar detudo, Jeova cumprira seu proposito para a Terra e a humani-dade bem dentro do cronograma.

4 Nao fica admirado com essa demonstracao de sabedoria?O apostolo Paulo sentiu-se motivado a escrever: ‘

´O profun-

didade da sabedoria de Deus!’ (Romanos 11:33)`

A medidaque estudarmos varias facetas dessa qualidade divina, nao seesqueca do seguinte: na melhor das hipoteses, so consegui-remos arranhar a superfıcie da profunda sabedoria de Jeova.( Jo 26:14) Mas, primeiro, vamos definir o que e essa qualida-de admiravel.

O que e a sabedoria divina?5 Sabedoria nao e a mesma coisa que conhecimento. Os

computadores podem armazenar enormes quantidades deconhecimento, mas dificilmente alguem os consideraria ma-quinas sabias. Contudo, o conhecimento e a sabedoria estaorelacionados. (Proverbios 10:14) Por exemplo, se precisassede conselho sabio sobre um problema de saude, consultariaalguem com pouco ou sem nenhum conhecimento de medi-cina?

´E pouco provavel! De modo que o conhecimento exa-

to e essencial para a verdadeira sabedoria.6 O conhecimento de Jeova e infinito. Como “Rei da eterni-

dade”, somente ele e eterno. (Revelacao [Apocalipse] 15:3) Edurante todas as incontaveis eras, ele sempre soube de tudo.A Bıblia diz: “Nao ha criacao que nao esteja manifesta a suavista, mas todas as coisas estao nuas e abertamente expostasaos olhos daquele com quem temos uma prestacao de con-tas.” (Hebreus 4:13; Proverbios 15:3) Como Criador, Jeova en-tende plenamente tudo o que fez e tem observado as ativida-des humanas desde o inıcio. Ele examina o coracao humano;nada lhe escapa. (1 Cronicas 28:9) Visto que nos criou com

5, 6. Qual e a relacao entre conhecimento e sabedoria e qual e o al-cance do conhecimento de Jeova?

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livre-arbıtrio, fica feliz quando nos ve fazer escolhas sabias navida. Como “Ouvinte de oracao”, ele escuta inumeras expres-soes ao mesmo tempo! (Salmo 65:2) E nem e preciso men-cionar que a memoria de Jeova e perfeita.

7 Porem, Jeova tem mais do que conhecimento. Ele tambementende a inter-relacao dos fatos e tem avisao geral dos assun-tos, levando em consideracao incontaveis detalhes. Ele avaliae julga, distinguindo entre o que e bom e o que e mau, o im-portante e o trivial. Alem disso, ele olha mais fundo; exami-na o coracao. (1 Samuel 16:7) Assim, Jeova tem entendimen-to e discernimento, qualidades superiores ao conhecimento.Mas a sabedoria e superior a todas essas.

8 Sabedoria envolve usar, em conjunto, o conhecimento,o discernimento e o entendimento, colocando-os em prati-ca. De fato, algumas das palavras bıblicas originais traduzidas“sabedoria” literalmente significam “trabalho eficiente” ou“sabedoria pratica”. De modo que a sabedoria de Jeova nao emeramente teorica; e pratica, funciona. Com base no seu am-plo conhecimento e profundo entendimento, o Criador sem-pre toma as melhores decisoes possıveis e as executa da me-lhor maneira imaginavel. Isso e verdadeira sabedoria! Jeovademonstra a veracidade da declaracao de Jesus: “A sabedoriae provada justa pelas suas obras.” (Mateus 11:19) As obras deDeus espalhadas pelo Universo dao poderoso testemunho desua sabedoria.

Indıcios da sabedoria divina9 Ja ficou impressionado com o talento de um artesao que,

de forma habilidosa, produz objetos lindos que funcionambem? Esse e um tipo notavel de sabedoria. (

ˆExodo 31:1-3)

O proprio Jeova e a fonte e o maior detentor dessa sabedoria.

7, 8. Como Jeova demonstra entendimento, discernimento e sabe-doria?9, 10. (a) Que tipo de sabedoria Jeova demonstra e como? (b) Comoa celula da indıcios da sabedoria de Jeova?

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Sobre ele, o Rei Davi disse: “Elogiar-te-ei porque fui feito ma-ravilhosamente, dum modo atemorizante. Teus trabalhos saomaravilhosos, de que minha alma esta bem apercebida.” (Sal-mo 139:14) De fato, quanto mais aprendemos sobre o corpohumano, mais nos maravilhamos da sabedoria de Jeova.

10 Para ilustrar: quando sua vida comecou, voce era umaunica celula — um ovulo de sua mae, fertilizado por um es-permatozoide do seu pai. Logo, aquela celula comecou a sedividir. Voce, o produto final, tem uns 100 trilhoes de celu-las. Elas sao minusculas. Na cabeca de um alfinete cabem cer-ca de 10 mil celulas de tamanho medio. Mas cada uma delase uma criacao tao complexa que nos deixa pasmados. A celulae muito mais intrincada do que qualquer maquina ou fabri-ca humana. Os cientistas comparam-na a uma cidade mura-da: tem entradas e saıdas vigiadas, sistema de transporte, redede comunicacoes, usinas de energia, fabricas, centrais de tra-tamento de lixo e reciclagem, orgaos de defesa e ate uma es-pecie de governo central no nucleo. Alem disso, a celula podefazer uma copia completa de si mesma em poucas horas!

11 Naturalmente, nem todas as celulas sao iguais.`

A medidaque as celulas do embriao vao se dividindo, elas assumemfuncoes bem distintas. Algumas se tornarao celulas nervo-sas; outras, celulas osseas, musculares, sanguıneas ou ocula-res. Toda essa diferenciacao esta programada no “arquivo” deplantas geneticas da celula: o DNA. O interessante e que Davifoi inspirado a dizer sobre Jeova: “Teus olhos viram ate mes-mo meu embriao, e todas as suas partes estavam assentadaspor escrito no teu livro.” — Salmo 139:16.

12 Alguns orgaos do corpo sao extremamente complexos.Um exemplo disso e o cerebro humano. Alguns o chamam deo mais complexo objeto ja descoberto no Universo. Contem

11, 12. (a) O que faz com que as celulas de um embriao em desen-volvimento se diferenciem, e como isso se harmoniza com o Sal-mo 139:16? (b) De que maneiras o cerebro humano mostra que nos-so corpo foi “feito maravilhosamente”?

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cerca de 100 bilhoes de celulas nervosas; nossa galaxia temmais ou menos a mesma quantidade de estrelas. Cada umadessas celulas se ramifica, estabelecendo milhares de cone-xoes com outras celulas. Os cientistas dizem que um cerebrohumano poderia conter as informacoes de todas as biblio-tecas do mundo e que, de fato, talvez seja impossıvel me-dir sua capacidade de armazenamento. Ja faz decadas que oscientistas estudam esse orgao que foi “feito maravilhosamen-te”, mas admitem que talvez nunca consigam entender total-mente como ele funciona.

13 Os humanos, porem, sao apenas um exemplo da sabe-doria criativa de Jeova. O Salmo 104:24 diz: “Quantos saoos teus trabalhos, o Jeova! A todos eles fizeste em sabedoria.A terra esta cheia das tuas producoes.” A sabedoria de Jeovae evidente em todas as criacoes que nos rodeiam. As formi-gas, por exemplo, sao “instintivamente sabias”. (Proverbios30:24) Realmente, os formigueiros sao muito bem organi-zados. Algumas colonias de formigas criam “gado”: cuidam,abrigam e se nutrem de insetos chamados afıdeos. Ha tam-bem formigas “agricultoras”, que cultivam “plantacoes” defungos. Muitas outras criaturas foram programadas com uminstinto que lhes permite fazer coisas notaveis. Uma moscacomum realiza feitos aeronauticos que nem as mais avanca-das aeronaves humanas sao capazes de imitar. As aves migra-torias se guiam pelas estrelas, pelo campo magnetico da Ter-ra ou por algum tipo de mapa interno. Os biologos passamanos estudando os comportamentos sofisticados que foramprogramados nessas criaturas. Como deve ser sabio, entao,o Programador divino!

14 Os cientistas ja aprenderam muita coisa sobre a sabe-doria criativa de Jeova. Existe ate um ramo da engenharia,

13, 14. (a) Como as formigas e outras criaturas demonstram quesao “instintivamente sabias”, e o que isso nos ensina sobre o Criadordelas? (b) Por que podemos dizer que criacoes como a teia de aranhaforam feitas “em sabedoria”?

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chamado biomimetica, que procura imitar os projetos en-contrados na natureza. Por exemplo, talvez ja tenha admira-do a beleza de uma teia de aranha. Mas um engenheiro venela um projeto espetacular. Alguns desses fios que parecemtao frageis sao, proporcionalmente, mais resistentes do que oaco, mais fortes do que as fibras usadas em coletes a prova debala. Uma comparacao ajuda a entender como sao resisten-tes: imagine uma teia de aranha que fosse ampliada em escalaate ficar do tamanho de uma rede usada num barco de pesca.Uma teia dessas proporcoes conseguiria apanhar um aviao depassageiros em pleno voo! De fato, Jeova fez todas as coisas“em sabedoria”.

Sabedoria fora da Terra15 A sabedoria de Jeova e evidente em suas obras espalhadas

por todo o Universo. As estrelas, que ja analisamos um pou-co no Capıtulo 5, nao estao espalhadas a esmo pelo espaco.Em sabedoria, Jeova estabeleceu as “leis dos ceus”, de modoque o espaco esta elegantemente organizado em galaxias es-truturadas, agrupadas em aglomerados que, por sua vez, sejuntam para formar superaglomerados. ( Jo 38:33, A Bıblia deJerusalem) Nao e de admirar que Jeova se refira aos corpos ce-lestes como “exercito”. (Isaıas 40:26) Mas existe outro exerci-to que comprova de modo ainda mais notavel a sabedoria deJeova.

16 Como vimos no Capıtulo 4, Deus tem o tıtulo de “Jeovados exercitos” devido a sua posicao como Comandante Su-premo de um vasto exercito de centenas de milhoes de

15, 16. (a) Os ceus estrelados dao que evidencia da sabedoria deJeova? (b) Como a posicao de Jeova, de Comandante Supremo de in-contaveis milhoes de anjos, demonstra que ele e um administradorsabio?

Quem programou as criaturas da Terra demodo a serem “instintivamente sabias”?

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criaturas espirituais. Isso evidencia o poder de Jeova. Mascomo a sabedoria esta envolvida? Pense no seguinte: Jeovae Jesus nunca ficam desocupados. ( Joao 5:17) A conclusaologica, portanto, e que os ministros angelicos do Altıssimotambem estao sempre atarefados. E lembre-se de que elessao superiores aos humanos, superinteligentes e superpode-rosos. (Hebreus 1:7; 2:7) Apesar disso, ha bilhoes de anosJeova mantem todos esses anjos ocupados, fazendo alegre-mente trabalho significativo — “cumprindo a sua palavra” e“fazendo a sua vontade”. (Salmo 103:20, 21) A sabedoria des-se Administrador e de fato impressionante!

Jeova e o “unico sabio”17 Em vista desses indıcios, e de admirar que a Bıblia afirme

que a sabedoria de Jeova e sem igual? Por exemplo, as Escri-turas dizem que Jeova e o “unico sabio”. (Romanos 16:27)Somente Ele possui sabedoria no grau absoluto; e a fonte detoda a verdadeira sabedoria. (Proverbios 2:6)

´E por isso que

Jesus, embora fosse a mais sabia das criaturas de Jeova, naoconfiava na propria sabedoria, mas falava o que o Pai haviamandado. — Joao 12:48-50.

18 Note como o apostolo Paulo descreveu a inigualavel sabe-doria de Jeova: “

´O profundidade das riquezas, e da sabedoria,

e do conhecimento de Deus! Quao inescrutaveis sao os seusjulgamentos e alem de pesquisa sao os seus caminhos!” (Ro-manos 11:33) Note como Paulo iniciou o versıculo com a ex-clamacao “

´O”, que revela forte emocao, nesse caso, profunda

reverencia. O termo grego que ele usou para “profundida-de” esta diretamente relacionado com a palavra para “abis-mo”. Podemos, assim, formar uma vıvida imagem mental.Quando refletimos na sabedoria de Jeova, e como se olhasse-mos para dentro de um precipıcio aparentemente sem fun-do, tao profundo e vasto que nao podemos sequer imaginar

17, 18. Por que a Bıblia diz que Jeova e o “unico sabio”, e por quesua sabedoria deve nos deixar abismados?

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sua imensidao — que dira avaliar todos os seus detalhes! (Sal-mo 92:5) Nao nos sentimos humildes ao pensar nisso?

19 Jeova e o “unico sabio” tambem em outro sentido: so-mente ele e capaz de ver o futuro. Lembre-se de que Jeovausa a aguia como sımbolo da sabedoria divina. Uma aguia-real pesa apenas uns cinco quilos, mas seus olhos sao maioresdo que os de um homem adulto. Sua visao e incrivelmenteagucada, permitindo que ela localize pequenas presas mes-mo quando esta voando a centenas de metros — ou talvez atea quilometros — do chao! O proprio Jeova certa vez disse oseguinte sobre a aguia: “Seus olhos olham para longe.” ( Jo39:29) De modo similar, Jeova pode olhar “para longe” notempo — para o futuro!

20 A Bıblia tem muitas provas de que isso e verdade: cen-tenas de profecias, ou seja, Historia escrita previamente. En-tre as predicoes encontradas nas Escrituras estao o resultadode guerras, a ascensao e a queda de potencias mundiais e ateestrategias de batalha especıficas que seriam usadas por co-mandantes militares. Algumas dessas foram proferidas com

19, 20. (a) Por que a aguia e um sımbolo apropriado da sabedoriadivina? (b) Como Jeova demonstrou sua habilidade de ver o futuro?

Perguntas para MeditacaoJo 28:11-28 Qual e o valor da sabedoria divina? Que bomresultado podemos obter se meditarmos nesse assunto?

Salmo 104:1-25 Como a sabedoria de Jeova se manifesta nacriacao e que sentimentos isso produz em voce?

Proverbios 3:19-26 Se meditarmos na sabedoria de Jeova e apusermos em pratica, qual sera o efeito na nossa vida diaria?

Daniel 2:19-28 Por que Jeova e chamado de Revelador desegredos? Como deverıamos reagir a sabedoria profetica en-contrada na sua Palavra?

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O PROFUNDIDADE DA SABEDORIA DE DEUS!’

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centenas de anos de antecedencia. — Isaıas 44:25–45:4; Da-niel 8:2-8, 20-22.

21 Significa isso, porem, que Deus ja previu as escolhas quevoce fara na vida? Aqueles que pregam a doutrina da predes-tinacao insistem em dizer que a resposta e Sim. Mas esse con-ceito na verdade rebaixa a sabedoria de Jeova, porque da a en-tender que ele e incapaz de controlar sua habilidade de ver ofuturo. Para ilustrar: digamos que sua voz fosse de uma bele-za sem igual. Quer dizer, entao, que voce nao teria escolha anao ser cantar dia e noite? Isso seria um absurdo! De modosimilar, Jeova tem a habilidade de predizer o futuro, mas elenao a usa o tempo todo. Se fizesse isso, estaria infringindonosso livre-arbıtrio, uma dadiva preciosa que Jeova nunca re-vogara. — Deuteronomio 30:19, 20.

22 O pior e que a ideia da predestinacao sugere que a sabedo-ria de Jeova e fria, desamorosa, insensıvel ou sem compaixao.Mas isso nao e verdade. A Bıblia ensina que Jeova e “sabio decoracao”. ( Jo 9:4) Nao que ele tenha um coracao literal, masa Bıblia muitas vezes usa esse termo com relacao aquilo quea pessoa tem no ıntimo, incluindo suas motivacoes e sen-timentos, como o amor. Assim, a sabedoria de Jeova, comosuas outras qualidades, e guiada pelo amor. — 1 Joao 4:8.

23 Naturalmente, a sabedoria de Jeova e perfeitamente con-fiavel.

´E tao superior a nossa sabedoria que a Palavra de Deus

nos incentiva amorosamente: “Confia em Jeova de todo o teucoracao e nao te estribes na tua propria compreensao. Nota-oem todos os teus caminhos, e ele mesmo endireitara as tuasveredas.” (Proverbios 3:5, 6) Vamos agora analisar com cuida-do a sabedoria de Jeova para que possamos nos achegar maisao nosso Deus totalmente sabio.

21, 22. (a) Por que nao existe base para concluir que Jeova previutodas as escolhas que voce fara na vida? Ilustre isso. (b) Como sabe-mos que a sabedoria de Jeova nao e fria e insensıvel?23. A superioridade da sabedoria de Jeova deve nos motivar a fazero que?

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LEMBRA-SE da ultima vez que recebeu uma carta de umapessoa querida, de bem longe? Poucas coisas nos deixammais contentes do que isso. Ficamos felizes de saber de seubem-estar, o que tem feito e quais sao seus planos. Assim,nos sentimos mais achegados ao remetente da carta, embo-ra fisicamente ele talvez esteja longe.

2 O que, entao, poderia nos dar mais prazer do que rece-ber uma mensagem escrita do Deus que amamos? Jeova, emcerto sentido, nos escreveu uma “carta”: sua Palavra, a Bı-blia. Nela, ele nos conta quem e, o que fez, o que vai fazer emuito mais. Jeova nos deu sua Palavra porque deseja que nosacheguemos a ele. Nosso Deus sabio escolheu o melhor me-todo possıvel para se comunicar conosco. O modo em que aBıblia foi escrita e o seu conteudo revelam sabedoria incom-paravel.

Por que uma mensagem escrita?3 Alguns se perguntam: ‘Por que Jeova nao usou um metodo

mais chamativo — como, por exemplo, uma voz ressoandodesde o ceu — para se comunicar com o homem?’ Para falara verdade, em algumas ocasioes Jeova se comunicou mesmodesde o ceu por meio de representantes angelicos. Fez isso,por exemplo, quando deu a Lei a Israel. (Galatas 3:19) A vozque ressoou do ceu foi assombrosa — tanto que os israelitasapavorados pediram que Jeova nao falasse com eles dessa ma-neira, mas que se comunicasse por meio de Moises. (

ˆExodo

20:18-20) Assim, a Lei, que consistia em uns 600 estatutos, foiditada a Moises palavra por palavra.

1, 2. Que “carta” Jeova nos escreveu e por que?3. De que modo Jeova transmitiu a Lei a Moises?

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Sabedoria encontrada na‘Palavra de Deus’

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4 Mas o que provavelmente teria acontecido se aquela Leinunca tivesse sido colocada por escrito? Acha que Moises te-ria se lembrado de todas as palavras daquele codigo detalha-do e as transmitido com exatidao para o restante da nacao?E as geracoes posteriores? Teriam de se basear apenas em re-latos orais? Esse nao seria um metodo muito confiavel de setransmitir as leis de Deus. Possivelmente voce ja brincou detelefone sem fio, um jogo em que a primeira pessoa de umafila diz uma frase no ouvido de quem esta ao seu lado e as-sim sucessivamente ate chegar ao fim da fila. Quando a ulti-ma pessoa diz o que entendeu, em geral trata-se de algo bemdiferente do original. A Lei de Deus nao correu o perigo deser deturpada da mesma maneira. Por que?

5 Porque, sabiamente, Jeova decidiu que suas palavras fos-sem escritas. Ele instruiu a Moises: “Escreve para ti estas pala-vras, porque e de acordo com estas palavras que deveras con-cluo um pacto contigo e com Israel.” (

ˆExodo 34:27) Assim,

em 1513 AEC, comecou o perıodo de escrita da Bıblia. Du-rante os 1.610 anos que se seguiram, Jeova falou “em muitasocasioes e de muitos modos” com os cerca de 40 humanosque escreveram a Bıblia. (Hebreus 1:1) Durante esse mesmoperıodo, copistas dedicados cuidadosamente produziram co-pias exatas das Escrituras, a fim de preserva-las. — Esdras 7:6;Salmo 45:1.

6 Sem duvida, para nos e uma grande bencao o fato de Jeovase comunicar conosco por escrito. Ja recebeu uma carta taoespecial — talvez porque o consolou numa hora em que voceprecisava — que voce a guardou e releu vez apos vez? Isso seda com a “carta” de Jeova para nos. Visto que ele pos suas

4. Explique por que a transmissao oral nao seria um metodo confia-vel de preservar as leis de Deus.5, 6. Jeova instruiu Moises a fazer o que com Suas palavras, e porque e uma bencao para nos o fato de termos a Palavra de Jeova porescrito?

“Toda a Escritura e inspirada por Deus”

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palavras por escrito, podemos le-las regularmente e meditarno que dizem. (Salmo 1:2) Podemos ter o “consolo das Escri-turas” sempre que precisamos. — Romanos 15:4.

Por que usou escritores humanos?7 Numa demonstracao de sabedoria, Jeova usou humanos

para escrever sua Palavra. Imagine: se Jeova tivesse usado an-jos para escrever a Bıblia, sera que ela seria tao fascinante?

´E

verdade que os anjos poderiam ter descrito a Jeova do angu-lo da sua posicao privilegiada, expressado sua devocao a Elee contado a historia de fieis servos humanos de Deus. Massera que nos identificarıamos com o ponto de vista de cria-turas espirituais perfeitas, cujo conhecimento, experiencia eforca sao muito superiores aos nossos? — Hebreus 2:6, 7.

8 Ao usar homens como escritores, Jeova nos deu exata-mente o que precisavamos: um registro ‘inspirado por Deus’,mas que ainda assim e profundamente humano. (2 Timoteo3:16) Como conseguiu essa facanha? Em muitos casos, eleevidentemente permitiu que os escritores usassem suas fa-culdades mentais para escolher “palavras deleitosas e a es-crita de palavras corretas de verdade”. (Eclesiastes 12:10, 11)Isso explica a diversidade de estilos encontrados na Bıblia; osescritos refletem a formacao e a personalidade de cada escri-tor.�Mas esses homens “falaram da parte de Deus conformeeram movidos por espırito santo”. (2 Pedro 1:21) De modoque o produto final e, de fato, “a palavra de Deus”. — 1 Tes-salonicenses 2:13.

� Por exemplo, Davi, que havia sido pastor, empregou exemplos ti-rados da vida no campo. (Salmo 23) Mateus, um ex-cobrador de im-postos, fez varias referencias a numeros e valores monetarios. (Mateus17:27; 26:15; 27:3) O medico Lucas usou palavras que refletiam sua for-macao. — Lucas 4:38; 14:2; 16:20.

7. Por que podemos dizer que foi uma expressao da sabedoria deJeova usar ele humanos para escrever a Bıblia?8. Ate que ponto os escritores bıblicos tiveram permissao de usar suasfaculdades mentais? (Veja tambem a nota.)

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9 Por que a leitura da Bıblia tem um impacto emocional taoforte sobre nos? Porque seus escritores eram homens comsentimentos iguais aos nossos. Sendo imperfeitos, enfrenta-ram provacoes e pressoes semelhantes as nossas. Em algunscasos, o espırito de Jeova os inspirou a escrever, na primeirapessoa, sobre seus sentimentos e dificuldades pessoais, algoque nenhum anjo poderia ter feito. — 2 Corıntios 12:7-10.

10 Veja o exemplo do Rei Davi, de Israel. Depois de cometervarios erros graves, ele compos um salmo em que abria seucoracao, implorando o perdao de Deus. Escreveu: “Purifica-me mesmo do meu pecado. Pois eu mesmo conheco as mi-nhas transgressoes e meu pecado esta constantemente dian-te de mim. Eis que em erro fui dado a luz com dores de parto,e empecado me concebeu minha mae. Nao me lances fora dediante da tua face; e nao tires de mim o teu espırito santo. Ossacrifıcios a Deus sao um espırito quebrantado; um coracaoquebrantado e esmagado nao desprezaras, o Deus.” (Salmo51:2, 3, 5, 11, 17) Da para sentir a angustia do escritor nessaspalavras, nao e verdade? Quem, alem de um homem imper-feito, poderia expressar sentimentos tao sinceros?

Por que um livro sobre pessoas?11 Ha mais uma coisa que torna a Bıblia fascinante. Na maior

parte, trata-se de um livro sobre pessoas reais que serviram, ounao, a Deus. Lemos sobre o que passaram na vida, suas difi-culdades e alegrias. Aprendemos sobre o resultado das esco-lhas que fizeram. Esses relatos foram incluıdos na Bıblia “paraa nossa instrucao”. (Romanos 15:4) Por meio desses casos davida real, Jeova nos ensina de uma maneira que toca o cora-cao. Veja alguns exemplos.

12 A Bıblia relata o que aconteceu com os infieis ou perversos.

9, 10. Por que o fato de Deus ter usado escritores humanos faz comque a Bıblia tenha maior impacto emocional sobre nos?11. Por que se pode dizer que os casos da vida real incluıdos na Bı-blia sao “para a nossa instrucao”?12. De que maneira os relatos bıblicos sobre humanos infieis sao deajuda para nos?

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Nesses relatos, vemos qualidades indesejaveis em acao, o quetorna mais facil entende-las. Por exemplo, consegue pensarem uma maneira melhor de condenar a deslealdade do quedescrevero exemplo de Judas ao executar sua conspiracao trai-coeira contra Jesus? (Mateus 26:14-16, 46-50; 27:3-10) Relatoscomo esse tocam mais eficazmente o nosso coracao, ajudan-do-nos a identificar e rejeitar caracterısticas ruins.

13 A Bıblia tambem descreve muitos servos fieis de Deus.Lemos sobre sua devocao e lealdade. Podemos observar napratica as qualidades que temos de cultivar a fim de nos ache-garmos a Deus. Veja o caso da fe. A Bıblia traz a definicao delae nos diz que ela e essencial para agradarmos a Deus. (He-breus 11:1, 6) Mas as Escrituras tambem contem exemplos sig-nificativos de fe em acao. Pense na fe que Abraao demonstrouquandotentou oferecer Isaque. (Genesis, capıtulo 22; Hebreus11:17-19) Relatos como esse fazem com que a palavra “fe” as-suma um sentido totalmente novo e tornam mais facil enten-de-la. Como foi sabio da parte de Jeova nao so nos incentivara cultivar qualidades desejaveis, mas tambem nos dar exem-plos delas em acao!

14 Os relatos da vida real, encontrados na Bıblia, muitas ve-zes nos ensinam algo a respeito do tipo de pessoa que Jeovae. Um exemplo e o caso duma mulher que Jesus observou notemplo. Enquanto estava sentado perto dos cofres do tesou-ro, Jesus observava as pessoas colocando suas contribuicoes.Muitos ricos vinham e davam “dos seus excedentes”. Mas Je-sus se concentrou numa viuva humilde. Sua dadiva foi “duaspequenas moedas de muito pouco valor”.� Era o ultimo di-

� Cada moeda dessas era um lepton, a menor moeda judaica em cir-culacao naquele tempo. Dois letpons equivaliam a 1/64 do salario deum dia. Essas duas moedinhas nao eram suficientes nem para comprarum unico pardal, a ave mais barata usada como alimento pelos pobres.

13. De que maneira a Bıblia nos ajuda a entender qualidades deseja-veis?14, 15. O que a Bıblia nos diz sobre uma mulher que compareceuao templo e o que esse relato nos ensina sobre Jeova?

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nheirinho que ela possuıa. Jesus, que refletia com perfeicaoo conceito de Jeova sobre os assuntos, disse: “Esta viuva po-bre lancou neles mais do que todos estes que lancam dinhei-ro nos cofres do tesouro.” Segundo essas palavras, ela contri-buiu mais do que todos os outros juntos. — Marcos 12:41-44;Lucas 21:1-4; Joao 8:28.

15 Nao e significativo que, de todas as pessoas que compare-ceram ao templo naquele dia, essa viuva tenha sido escolhi-da para ser mencionada na Bıblia? Por meio desse exemplo,Jeova nos ensina que ele e um Deus apreciativo. Ele fica con-tente de receber nossas dadivas de toda a alma, nao importao valor delas em comparacao com o que outros possam dar.Jeova nao poderia ter achado uma maneira melhor de nosensinar essa verdade comovente!

O que a Bıblia nao contem16 Quando resolve escrever uma carta para um amigo ou

parente, voce tem de usar de bom-senso e decidir o que vaiincluir nela; ela precisa ter um limite. De modo similar,Jeova decidiu mencionar determinadas pessoas ou aconte-cimentos na sua Palavra. Mas a Bıblia nem sempre da to-dos os detalhes desses relatos descritivos. ( Joao 21:25) Porexemplo, quando se mencionam os julgamentos de Deus,nem sempre as informacoes fornecidas na Bıblia sao sufi-cientes para responder a todas as perguntas que possamoster. A sabedoria de Jeova fica evidente ate naquilo que eledecidiu nao incluir na sua Palavra. Como assim?

17 O modo em que a Bıblia foi escrita serve para testar oque temos no coracao. Hebreus 4:12 diz: “A palavra [ou,mensagem] de Deus e viva e exerce poder, e e mais afiadado que qualquer espada de dois gumes, e penetra ate a divi-sao da alma e do espırito . . . e e capaz de discernir os pensa-mentos e as intencoes do coracao.” A mensagem da Bıblia

16, 17. Como se pode observar a sabedoria de Jeova ate naquilo queele decidiu nao incluir na sua Palavra?

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penetra fundo, revelando nossos verdadeiros raciocınios emotivacoes. Aqueles que a leem com olho crıtico muitasvezes ficam perplexos, porque se deparam com relatos quenao contem todas as informacoes que os satisfariam. Essaspessoas talvez ate questionem se, de fato, Jeova e amoroso,sabio e justo.

18 Em contraste, quando estudamos cuidadosamente a Bı-blia com coracao sincero, passamos a conhecer a Jeova nocontexto em que a sua Palavra o apresenta. Assim, nao fi-camos perturbados se determinado relato levanta algumasquestoes para as quais nao encontramos respostas imedia-tas. Para ilustrar: se estiver montando um grande quebra-ca-beca, talvez de inıcio voce nao consiga encontrar determi-nada peca ou nao entenda como uma peca se encaixa. Mastalvez ja tenha juntado pecas suficientes para entender quale a aparencia geral do quadro. De modo similar, quando es-tudamos a Bıblia, pouco a pouco aprendemos sobre o tipode Deus que Jeova e e formamos um quadro mental dele.Mesmo que, de inıcio, nao entendamos certo relato nempercebamos como ele se encaixa na personalidade do Cria-dor, nosso estudo da Bıblia ja nos ensinou mais do que o su-ficiente sobre Jeova para sabermos que ele e um Deus infa-livelmente amoroso, imparcial e justo.

19 Assim, para entender a Palavra de Deus, devemos le-la eestuda-la com coracao sincero e mente aberta. Nao e essauma evidencia da grande sabedoria de Jeova? Homens inte-ligentes sao capazes de escrever livros que somente os ‘sa-bios e os intelectuais’ conseguem entender. Mas para escre-ver um livro que so pode ser entendido por aqueles que tema correta motivacao de coracao e preciso sabedoria divina!— Mateus 11:25.

18, 19. (a) Por que nao devemos nos sentir perturbados se determi-nado relato bıblico levantar questoes para as quais nao encontramosrespostas imediatas? (b) O que e preciso para entender a Palavra deDeus, e como isso e uma evidencia da grande sabedoria de Jeova?

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Um livro de “sabedoria pratica”20 Na sua Palavra, Jeova nos ensina qual e o melhor modo

de vida. Como nosso Criador, ele conhece nossas necessida-des melhor do que nos mesmos. E as necessidades humanasbasicas — incluindo o desejo de ser amado e feliz, e de ter rela-cionamentos bem-sucedidos — ainda sao as mesmas. A Bıbliacontem muita “sabedoria pratica” que pode nos ajudar a teruma vida significativa. (Proverbios 2:7) Cada secao deste li-vro contem um capıtulo que mostra como aplicar o conselhosabio da Bıblia, mas vejamos so um exemplo.

21 Ja notou que as pessoas que guardam rancor ou ressenti-mento muitas vezes acabam magoando a si mesmas? O res-sentimento e um fardo muito pesado para carregar. Quan-do o nutrimos, ele absorve os pensamentos, tira nossa paz esufoca a alegria. Estudos cientıficos indicam que alimentar araiva pode aumentar o risco de doencas cardıacas e muitasoutras doencas cronicas. Bem antes desses estudos cientıfi-cos, porem, a Bıblia ja dizia sabiamente: “Larga a ira e aban-dona o furor.” (Salmo 37:8) Mas como podemos fazer isso?

22 A Palavra de Deus da o seguinte conselho prudente:“A perspicacia do homem certamente torna mais vagarosa asua ira, e e beleza da sua parte passar por alto a transgressao.”(Proverbios 19:11) Perspicacia e a habilidade de ver abaixoda superfıcie, de ver alem do obvio. A perspicacia resulta emcompreensao, porque nos ajuda a discernir por que a outrapessoa falou ou agiu de determinada maneira. Se nos esfor-carmos a entender suas verdadeiras motivacoes, sentimentose circunstancias, isso nos ajudara a deixar de lado pensamen-tos e sentimentos negativos para com ela.

23 A Bıblia traz outro conselho: “Continuai a suportar-vosuns aos outros e a perdoar-vos uns aos outros liberalmente.”

20. Por que somente Jeova pode nos dizer qual e o melhor modo devida, e o que a Bıblia contem que pode nos ajudar?21-23. Que conselhos sabios nos ajudam a nao alimentar a raiva nemguardar ressentimento?

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(Colossenses 3:13) A expressao “continuai a suportar-vos unsaos outros” indica que se deve ter paciencia, tolerando al-gumas caracterısticas das outras pessoas que talvez achemosirritantes. Essa longanimidade nos ajudara a evitar guardarrancor por coisinhas sem importancia. “Perdoar” transmitea ideia de cessar de ter ressentimento. Nosso Deus sabe queprecisamos perdoar outros quando ha base solida para isso.Nao se trata de algo proveitoso apenas para a outra pessoa,mas tambem preserva nossa propria paz mental e de coracao.(Lucas 17:3, 4) Quanta sabedoria encontramos na Palavra deDeus!

24 Devido ao seu amor ilimitado, Jeova quis se comunicarconosco. Ele escolheu o melhor metodo possıvel: uma “car-ta” escrita por homens sob a orientacao do espırito santo. Emresultado disso, encontramos nas paginas dela a sabedoria doproprio Jeova. Trata-se de sabedoria ‘mui fidedigna’. (Salmo93:5) Quando harmonizamos nossavida com ela e a transmi-timos a outros, nos achegamos naturalmente ao nosso Deussabio. No proximo capıtulo, analisaremos outro exemplo no-tavel da sabedoria de Jeova: sua habilidade de prever o futu-ro e de cumprir seus propositos.

24. Qual e o resultado quando harmonizamos nossa vida com asabedoria divina?

Perguntas para MeditacaoProverbios 2:1-6 Que esforco e necessario para obtermos asabedoria encontrada na Palavra de Deus?Proverbios 2:10-22 De que benefıcio sera vivermos em har-monia com os conselhos sabios da Bıblia?Romanos 7:15-25 Como esse trecho da Bıblia ilustra a sabe-doria de se terem usado homens para escrever a Palavra deDeus?1 Corıntios 10:6-12 O que podemos aprender dos exemplosde aviso, envolvendo Israel, que encontramos na Bıblia?

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SEGREDOS! Por que e tao difıcil guarda-los? Talvez tenhaalgo que ver com sua aura de misterio que nos deixa intriga-dos e fascinados. Mas a Bıblia diz: “A gloria de Deus e manterum assunto em segredo.” (Proverbios 25:2) De modo que,como Governante Supremo e Criador, Jeova mantem algu-mas coisas em segredo ate que chegue o Seu tempo devidopara revela-las a humanidade.

2 Mas ha um segredo fascinante e intrigante que Jeova re-velou na sua Palavra.

´E chamado de ‘o segredo sagrado da

vontade de Deus’. (Efesios 1:9) Se o conhecermos, alem desatisfazer a curiosidade, nos candidataremos a obter a salva-cao e entenderemos um pouco mais a imensuravel sabedo-ria de Jeova.

Revelado progressivamente3 Quando Adao e Eva pecaram, talvez parecesse que o pro-

posito de Jeova de ter um paraıso na Terra, povoado porhumanos perfeitos, havia sido frustrado. Mas Deus imedia-tamente atacou o problema. Ele disse: “Porei inimizade en-tre ti [a serpente] e a mulher, e entre o teu descendente e oseu descendente. Ele te machucara a cabeca e tu lhe machu-caras o calcanhar.” — Genesis 3:15.

4 Que palavras intrigantes e misteriosas! Quem era a mu-lher? a serpente? e o “descendente” que machucaria a ca-beca da serpente? O casal infiel (Adao e Eva) nao tinhacomo saber. Mas as palavras de Deus dariam esperanca aos

1, 2. Que “segredo sagrado” deve nos interessar e por que?3, 4. De que maneira a profecia de Genesis 3:15 dava esperanca, masque misterio, ou “segredo sagrado”, ela englobava?

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“A sabedoria de Deusem segredo sagrado”

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descendentes deles que se mostrassem fieis. A justica have-ria de triunfar. O proposito de Jeova seria realizado. Mascomo? Ah! Isso era um misterio. A Bıblia o chama de “a sa-bedoria de Deus em segredo sagrado, a sabedoria escondi-da”. — 1 Corıntios 2:7.

5 Como “Revelador de segredos”, Jeova com o tempodivulgaria detalhes pertinentes sobre o desfecho desse se-gredo. (Daniel 2:28) Mas faria isso gradativamente, aos pou-cos. Para ilustrar, pense na resposta que um pai amoroso daquando o filhinho pergunta: “Pai, de onde eu vim?” Se forsensato, o pai so dara as informacoes que o menino temcondicoes de entender.

`A medida que ele for crescendo, o

pai explicara mais detalhes. De modo similar, Jeova determi-na quando seu povo esta preparado para receber revelacoesadicionais de sua vontade e proposito. — Proverbios 4:18;Daniel 12:4.

6 Como Jeova fez essas revelacoes? Ele usou uma serie depactos, ou contratos, que revelavam muitos detalhes. Pos-sivelmente voce ja assinou um contrato: ao comprar umacasa, ao fazer um emprestimo ou ao emprestar dinheiroa alguem. Um contrato e uma garantia legal de que os ter-mos dum acordo serao cumpridos. Mas por que Jeova pre-cisava fazer pactos, ou contratos, formais com o homem?Naturalmente, Sua palavra e garantia suficiente de que elecumprira Suas promessas. Mesmo assim, em varias ocasioes,Deus bondosamente reforcou a validade da sua palavra fa-zendo contratos legais. Esses acordos inviolaveis dao a nos,humanos imperfeitos, uma base ainda mais solida para con-fiar nas promessas de Jeova. — Hebreus 6:16-18.

5. Ilustre por que Jeova revelou seu segredo aos poucos.6. (a) Para que serve um pacto, ou contrato? (b) Por que e notavelque Jeova faca pactos com humanos?

“Multiplicarei o teu descendente como as estrelas dos ceus”

191“A SABEDORIA DE DEUS EM SEGREDO SAGRADO”

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O pacto com Abraao7 Mais de 2 mil anos depois de o homem ter sido expul-

so do Paraıso, Jeova disse a seu servo fiel Abraao: “Segura-mente multiplicarei o teu descendente como as estrelas dosceus . . . e todas as nacoes da terra hao de abencoar a si mes-mas por meio de teu descendente, pelo fato de que escu-taste a minha voz.” (Genesis 22:17, 18) Isso nao era apenasuma promessa; Jeova formulou-a como um pacto legal econfirmou-a com um juramento imutavel. (Genesis 17:1, 2;Hebreus 6:13-15) Que fato notavel! O Soberano Senhor fezum contrato para abencoar a humanidade.

8 O pacto abraamico revelou que o Descendente prome-tido viria como humano, pois descenderia de Abraao. Masquem seria? Com o tempo Jeova revelou que, dos filhosde Abraao, Isaque seria antepassado do Descendente. Entreos dois filhos de Isaque, Jaco foi escolhido. (Genesis 21:12;28:13, 14) Mais tarde, Jaco disse as seguintes palavras profe-ticas a respeito de um de seus 12 filhos: “O cetro nao se afas-tara de Juda, nem o bastao de comandante de entre os seuspes, ate que venha Silo [“Aquele a Quem Pertence”]; e a elepertencera a obediencia dos povos.” (Genesis 49:10) A par-tir daı, soube-se que o Descendente seria um rei e que Judaseria seu ancestral.

O pacto com Israel9 Em 1513 AEC, Jeova concluiu um pacto com os descen-

dentes de Abraao, a nacao de Israel. Isso preparou o cami-nho para novas revelacoes a respeito do segredo sagrado.Embora nao esteja mais em vigor hoje, o pacto da Lei mo-

7, 8. (a) Que pacto Jeova fez com Abraao, esclarecendo o que a res-peito do segredo sagrado? (b) Como Jeova aos poucos foi dando de-talhes mais especıficos sobre a linhagem do Descendente prometido?9, 10. (a) Que pacto Jeova fez com a nacao de Israel e que protecaoesse pacto oferecia? (b) Como a Lei demonstrou que a humanidadeprecisava do resgate?

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saica era parte essencial do proposito de Jeova de produzir oDescendente prometido. Como? De tres modos. Primeiro, aLei era como um muro de protecao. (Efesios 2:14) Seus es-tatutos justos serviam como barreira entre judeus e gentios.Assim, ajudou a preservar a linhagem do Descendente pro-metido. Em grande parte por causa dessa protecao, a nacaoainda existia quando chegou o tempo devido de Deus paraque o Messias nascesse na tribo de Juda.

10 Segundo, a Lei, que era perfeita, demonstrou que a hu-manidade precisava mesmo do resgate, pois o homem im-perfeito era incapaz de cumprir todos os seus requisitos. As-sim, ela serviu para “tornar manifestas as transgressoes, ateque chegasse o descendente a quem se fizera a promessa”.(Galatas 3:19) Por meio de sacrifıcios de animais, a Lei ofe-recia expiacao provisoria dos pecados. Mas visto que, comoPaulo escreveu, “nao e possıvel que o sangue de touros e debodes tire pecados”, essas ofertas so prefiguravam o sacri-fıcio de resgate de Cristo. (Hebreus 10:1-4) De modo que,para os judeus fieis, aquele pacto se tornou um “tutor, con-duzindo a Cristo”. — Galatas 3:24.

11 Terceiro, o pacto da Lei deu a nacao de Israel uma pers-pectiva maravilhosa: tornar-se “um reino de sacerdotes euma nacao santa”. Mas Jeova lhes disse que isso so acon-teceria se eles fossem fieis aquele contrato. (

ˆExodo 19:5, 6)

E, de fato, com o tempo, o Israel carnal acabou fornecendoos primeiros membros de um reino celestial de sacerdotes.Mas, como um todo, aquela nacao se rebelou contra o pac-to da Lei, rejeitou o Descendente messianico e perdeu essaoportunidade. Quem, entao, completaria o reino de sacer-dotes? E que relacao teria aquela nacao abencoada com oDescendente prometido? Esses aspectos do segredo sagradoseriam revelados no tempo devido de Deus.

11. Que perspectiva maravilhosa o pacto da Lei oferecia a Israel, maspor que a nacao como um todo perdeu essa oportunidade?

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O pacto davıdico do Reino12 No seculo 11 AEC, Jeova esclareceu mais detalhes sobre

o segredo sagrado quando fez outro pacto. Ele prometeu aofiel Rei Davi: “Hei de suscitar o teu descendente depois deti, . . . e deveras estabelecerei firmemente o seu reino. . . . Euhei de estabelecer firmemente o trono do seu reino por tem-po indefinido.” (2 Samuel 7:12, 13; Salmo 89:3) Com isso, alinhagem do Descendente prometido ficava restrita a famı-lia de Davi. Mas sera que um simples governante humanopoderia reinar “por tempo indefinido”? (Salmo 89:20, 29,34-36) E poderia esse rei humano resgatar a humanidade dopecado e da morte?

13 Sob inspiracao, Davi escreveu: “A pronunciacao de Jeovaa meu Senhor e: ‘Senta-te a minha direita, ate que eu po-nha os teus inimigos como escabelo para os teus pes.’ Jeovajurou (e nao o deplorara): ‘Tu es sacerdote por tempo inde-finido a maneira de Melquisedeque!’” (Salmo 110:1, 4) Aspalavras de Davi se aplicavam diretamente ao Descendenteprometido, ou Messias. (Atos 2:35, 36) Esse Rei governaria,nao em Jerusalem, mas desde os ceus, a “direita” de Jeova.Isso lhe daria autoridade nao so sobre o territorio de Israel,mas sobre toda a Terra. (Salmo 2:6-8) Mais um detalhe foirevelado naquela declaracao. Note que Jeova fez o juramen-to solene de que o Messias seria “sacerdote . . . a maneira deMelquisedeque” — um rei-sacerdote que viveu nos dias deAbraao. Como Melquisedeque, o vindouro Descendente se-ria designado diretamente por Deus para ser Rei e Sacerdo-te! — Genesis 14:17-20.

14 Ao longo dos anos, Jeova usou seus profetas para fazer re-velacoes adicionais sobre o segredo sagrado. Por exemplo,Isaıas revelou que o Descendente teria uma morte sacrifi-

12. Que pacto Jeova fez com Davi e que detalhe sobre o segredo sa-grado isso ajudou a esclarecer?13, 14. (a) Segundo o Salmo 110, que promessa Jeova fez ao seu Reiungido? (b) Que revelacoes adicionais a respeito do vindouro Descen-dente foram feitas por meio dos profetas de Jeova?

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cial. (Isaıas 53:3-12) Miqueias profetizou o lugar em que oMessias nasceria. (Miqueias 5:2) E Daniel predisse ate o tem-po exato do aparecimento do Descendente e de sua morte.— Daniel 9:24-27.

Revelado o segredo sagrado!15 Como essas profecias se cumpririam continuou a ser um

misterio ate que o Descendente finalmente apareceu. Gala-tas 4:4 diz: “Quando chegou o pleno limite do tempo, Deusenviou o seu Filho, que veio a proceder duma mulher.” Noano 2 AEC, um anjo disse a uma virgem judia chamada Ma-ria: “Eis que conceberas na tua madre e daras a luz um filho,e deves dar-lhe o nome de Jesus. Este sera grande e sera cha-mado Filho do Altıssimo; e Jeova Deus lhe dara o trono deDavi, seu pai . . . Espırito santo vira sobre ti e poder do Altıs-simo te encobrira. Por esta razao, tambem, o nascido serachamado santo, Filho de Deus.” — Lucas 1:31, 32, 35.

16 Depois, Jeova transferiu a vida de seu Filho do ceu parao utero de Maria, de modo que ele nasceu duma mulher im-perfeita. Mas Jesus nao herdou a imperfeicao dela porqueera “Filho de Deus”. No entanto, os pais humanos de Jesuseram descendentes de Davi, de modo que ele herdou de-les tanto o direito natural como legal de ser herdeiro daque-le rei. (Atos 13:22, 23) Quando Jesus se batizou, em 29 EC,Jeova o ungiu com espırito santo e disse: “Este e meu Filho,o amado.” (Mateus 3:16, 17) Finalmente, ali estava o Des-cendente! (Galatas 3:16) Chegara o tempo para se revelarmais detalhes sobre o segredo sagrado. — 2 Timoteo 1:10.

17 Durante seu ministerio, Jesus identificou a serpente deGenesis 3:15 como Satanas e o descendente da serpen-te como os seguidores do Diabo. (Mateus 23:33; Joao 8:44)Posteriormente, revelou-se como esses seriam esmagados

15, 16. (a) Como o Filho de Jeova veio a nascer “duma mulher”?(b) O que Jesus herdou de seus pais humanos e quando ele surgiucomo o Descendente da promessa?17. Como se esclareceu o significado de Genesis 3:15?

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para sempre. (Revelacao [Apocalipse] 20:1-3, 10, 15) E a mu-lher foi identificada como a “Jerusalem de cima”, a organi-zacao-esposa de Jeova nos ceus, composta de criaturas espi-rituais.� — Galatas 4:26; Revelacao 12:1-6.

O novo pacto18 Uma das revelacoes mais emocionantes foi dada na noite

antes da morte de Jesus, quando ele falou aos seus discı-pulos fieis sobre “o novo pacto”. (Lucas 22:20) Como seupredecessor, o pacto da Lei mosaica, esse novo pacto deve-ria produzir “um reino de sacerdotes”. (

ˆExodo 19:6; 1 Pedro

2:9) Mas, em vez de estabelecer uma nacao carnal, funda-ria uma nacao espiritual, “o Israel de Deus”, composta ex-clusivamente de fieis seguidores ungidos de Cristo. (Galatas6:16) Com Jesus, esses participantes do novo pacto abencoa-riam a raca humana.

19 Mas por que o novo pacto consegue produzir “um rei-no de sacerdotes” para abencoar a humanidade? Porque, emvez de condenar os discıpulos de Cristo como pecadores,ele permite o perdao dos seus pecados mediante o sacrifı-cio Dele. (Jeremias 31:31-34) Quando eles obtem uma con-dicao justa perante Jeova, este os adota como parte de suafamılia celestial, ungindo-os com espırito santo. (Romanos8:15-17; 2 Corıntios 1:21) Assim, passam por “um novo nas-cimento para uma esperanca viva . . . reservada nos ceus”.(1 Pedro 1:3, 4) Visto que uma condicao tao enaltecida ealgo totalmente novo para os humanos, os cristaos ungidos

� “O segredo sagrado [da] devocao piedosa” tambem foi reveladoem Jesus. (1 Timoteo 3:16) Durante muito tempo foi um segredo, oumisterio, se alguem conseguiria manter perfeita integridade a Jeova.Jesus forneceu a resposta. Ele manteve a integridade durante todas asprovacoes que Satanas lancou contra ele. — Mateus 4:1-11; 27:26-50.

18. Qual e o objetivo do “novo pacto”?19. (a) Por que o novo pacto consegue produzir “um reino de sacer-dotes”? (b) Por que os cristaos ungidos sao chamados de “uma novacriacao” e quantos reinarao no ceu com Cristo?

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e gerados pelo espırito sao chamados de “uma nova cria-cao”. (2 Corıntios 5:17) A Bıblia revela que, por fim, 144 mildeles ajudarao a reinar desde o ceu sobre a humanidade res-gatada. — Revelacao 5:9, 10; 14:1-4.

20 Com Jesus, os ungidos se tornam o “descendente deAbraao”.� (Galatas 3:29) Os primeiros a serem escolhidos fo-ram judeus carnais. Mas, em 36 EC, outra faceta do segredosagrado foi revelada: gentios (nao judeus) tambem teriamparte na esperanca celestial. (Romanos 9:6-8; 11:25, 26; Efe-sios 3:5, 6) Os cristaos ungidos seriam os unicos a desfrutaras bencaos prometidas a Abraao? Nao, porque o sacrifıcio deJesus beneficia o mundo inteiro. (1 Joao 2:2) Com o tempo,Jeova revelou que um numero nao especificado de pessoasfaria parte de uma “grande multidao” que sobreviveria aofim do sistema de Satanas. (Revelacao 7:9, 14) Muitos outrosseriam ressuscitados com a perspectiva de viver para sempreno Paraıso! — Lucas 23:43; Joao 5:28, 29; Revelacao 20:11-15; 21:3, 4.

A sabedoria de Deus e o segredo sagrado21 O segredo sagrado e uma demonstracao impressionante

da “grandemente diversificada sabedoria de Deus”. (Efesios3:8-10) Como Jeova foi sabio em esbocar esse segredo e, daı,revela-lo aos poucos! Ele sabiamente levou em conta as limi-tacoes dos humanos, permitindo que esses manifestassemsua verdadeira condicao de coracao. — Salmo 103:14.

22 Jeova tambem demonstrou incomparavel sabedoria ao

� Jesus tambem fez “um pacto . . . para um reino” com o mesmogrupo. (Lucas 22:29, 30) Trata-se de um contrato que ele fez com o“pequeno rebanho” para que reinem com ele no ceu como parte se-cundaria do descendente de Abraao. — Lucas 12:32.

20. (a) Que faceta do segredo sagrado foi revelada em 36 EC?(b) Quem desfrutara as bencaos prometidas a Abraao?21, 22. De que maneiras o segredo sagrado de Jeova demonstra a sa-bedoria Dele?

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escolher Jesus como Rei. No Universo inteiro, nao existecriatura mais digna de confianca do que o Filho de Deus.Ao viver como homem de carne e sangue, Jesus passou portodo tipo de adversidade. Por isso, ele entende muito bemos problemas humanos. (Hebreus 5:7-9) E que tipo de corre-gentes Jesus tera? Ao longo dos seculos, tanto homens comomulheres — de todas as racas, lınguas e formacoes — foramungidos. Simplesmente, nao existe problema que algum de-les nao tenha enfrentado e superado. (Efesios 4:22-24) Seramaravilhoso viver sob o domınio desses reis-sacerdotes mi-sericordiosos!

23 O apostolo Paulo escreveu: “O segredo sagrado que esta-va escondido dos passados sistemas de coisas e das geracoespassadas . . . tem sido manifesto aos seus santos.” (Colos-senses 1:26) De fato, os santos ungidos de Jeova entenderamos muitos detalhes referentes ao segredo sagrado e trans-mitiram esse conhecimento a milhoes de pessoas. Que pri-vilegio todos nos temos! Jeova “nos [fez] saber o segredosagrado de sua vontade”. (Efesios 1:9) Contemos esse mara-vilhoso segredo a outros, ajudando-os a tambem entenderum pouco melhor a imensuravel sabedoria de Jeova Deus!

23. Que privilegio os cristaos tem com respeito ao segredo sagradode Jeova?

Perguntas para MeditacaoJoao 16:7-12 Como Jesus imitou seu Pai ao revelar a verdadegradativamente?1 Corıntios 2:6-16 Por que muitas pessoas nao conseguem en-tender os segredos sagrados de Jeova? Como nos podemos com-preende-los?Efesios 3:10 Que privilegio os cristaos tem hoje com respeito aosegredo sagrado de Deus?Hebreus 11:8-10 Como o segredo sagrado sustentou a fe quehomens da antiguidade tinham, embora nao soubessem de to-dos os detalhes a respeito dele?

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UM PAI quer ensinar uma licao importante ao filho, to-cando-lhe o coracao. Que metodo usar? Deve ficar de pede forma intimidadora e usar palavras duras? Ou seria me-lhor agachar-se diante da crianca e falar de modo bondosoe amistoso? Sem duvida, um pai sabio e humilde escolheriaa segunda opcao.

2 Que tipo de Pai e Jeova: orgulhoso ou humilde? severoou bondoso? Jeova sabe de tudo, quer dizer, e sabio em es-cala absoluta. Ja notou, porem, que o conhecimento e a in-teligencia nem sempre tornam as pessoas mais humildes?Como diz a Bıblia, “o conhecimento enfuna”. (1 Corıntios3:19; 8:1) Mas Jeova, que e “sabio de coracao”, e tambemhumilde. (Jo 9:4) Nao que ele esteja numa posicao inferiorou pouco enaltecida; mas percebe-se nele a total ausenciade arrogancia. Por que isso se da?

3 Jeova e santo. Visto que a arrogancia e uma qualidadeque avilta a pessoa, ela e completamente inexistente nele.(Marcos 7:20-22) Alem disso, note o que o profeta Jere-mias disse a Jeova: “Sem falta, a tua alma [o proprio Jeova]se lembrara e se curvara sobre mim.”� (Lamentacoes 3:20)Imagine! Jeova, o Soberano Senhor do Universo, estava dis-posto a ‘se curvar’, ou se colocar no mesmo nıvel que

� Os escribas antigos (soferins) alteraram esse versıculo para dizerque Jeremias, nao Jeova, e que se curvava. Pelo visto, acharam impro-prio atribuir a Deus um ato humilde como esse. Em resultado disso,muitas traducoes deixam de transmitir corretamente a ideia dessebelo versıculo. Mas uma Bıblia em ingles traduz de forma exata a ex-pressao de Jeremias para Deus, dizendo: “Lembra-te, o lembra-te, e in-clina-te na minha direcao.” — The New English Bible.

1-3. Por que podemos ter certeza de que Jeova e humilde?

C A P´I T U L O 2 0

“Sabio de coracao”, mas humilde

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Jeremias, a fim de mostrar favor aquele humano imperfeito.(Salmo 113:7) De fato, Jeova e humilde. Mas o que esta en-volvido na humildade divina? O que ela tem que ver com asabedoria? E por que e importante para nos?

Como Jeova demonstra humildade4 Humildade e ausencia de orgulho ou arrogancia; despre-

tensao. Trata-se de uma qualidade ıntima, do coracao, e ma-nifesta-se em caracterısticas como brandura, paciencia e ra-zoabilidade. (Galatas 5:22, 23) Mas nao se engane! Essasqualidades de Jeova nao tem nada que ver com fraqueza ouacanhamento, porque nao o impedem de expressar ira jus-ta nem de usar seu poder para destruir. Na verdade, a hu-mildade e a brandura de Jeova revelam seu imenso poder,pois ele e capaz de controlar-se com perfeicao. (Isaıas 42:14)

4, 5. (a) O que e humildade, como se manifesta e por que nao deveser confundida com fraqueza ou acanhamento? (b) ComoJeova demonstrou humildade ao lidar comDavi e de que importancia e para nos essaqualidade de Deus?

O pai sabiotrata os filhosde forma humildee branda

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Qual e a ligacao entre humildade e sabedoria? Uma obrade referencia bıblica afirma: “Humildade e conclusivamen-te definida . . . em termos de altruısmo e e uma base es-sencial para toda a sabedoria.”A sabedoria genuına, portan-to, nao pode existir sem humildade. Como a humildade deJeova nos beneficia?

5 O Rei Davi cantou a Jeova: “Tu me daras o teu escudo desalvacao, e a tua propria direita me amparara, e a tua propriahumildade me engrandecera.” (Salmo 18:35) Jeova comoque se curvou para lidar com esse mero humano imperfei-to, protegendo-o e amparando-o dia apos dia. Davi entendiaque era so por causa da disposicao de Deus de humilhar-sedesse modo que ele podia esperar receber a salvacao e che-gar a ter certa medida de grandeza como rei. De fato, quemde nos poderia ter esperanca de salvacao se Jeova nao fossehumilde, se ele nao estivesse disposto a se rebaixar para li-dar conosco como um Pai bondoso e amoroso?

E bom notarmos que ha uma diferenca entre humildadee modestia. Esta ultima e uma bela qualidade que os huma-nos fieis devem cultivar. Como a humildade, ela esta ligadaa sabedoria. Por exemplo, Proverbios 11:2 diz: “A sabedoriaesta com os modestos.” Mas a Bıblia nunca fala que Jeova emodesto. Por que nao? Conforme usada nas Escrituras, mo-destia pode ter o sentido de conscientizar-se das proprias li-mitacoes. O Todo-Poderoso nao tem limitacoes, exceto asque ele impoe a si mesmo por causa de suas normas justas.(Marcos 10:27; Tito 1:2) Alem disso, como o Altıssimo, elenao esta sujeito a ninguem. Assim, o conceito de modestiasimplesmente nao se aplica a Jeova.

7 Mas Jeova e humilde e brando. Por meio de sua Palavra,ele ensina a seus servos que a brandura e essencial para a

6, 7. (a) Por que a Bıblia nunca fala que Jeova e modesto? (b) Quale a relacao entre brandura e sabedoria, e quem da o melhor exemplonesse respeito?

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verdadeira sabedoria, mencionando “a brandura que per-tence a sabedoria”.� (Tiago 3:13) Note o exemplo que oCriador da nesse respeito.

Jeova delega e escuta humildemente8 Ha muitos indıcios da humildade de Jeova. Entre esses se

destaca a sua disposicao de delegar responsabilidades e de es-cutar. O mero fato de Deus fazer isso ja e, em si mesmo, sur-preendente, pois ele nao precisa de ajuda ou conselho. (Isaıas40:13, 14; Romanos 11:34, 35) Mesmo assim, a Bıblia mostrarepetidas vezes que ele se dispoe a agir desse modo.

9 Veja, por exemplo, um incidente notavel na vida deAbraao. Ele recebeu tres visitantes e dirigiu-se a um delescomo “Jeova”. Na verdade, os visitantes eram anjos, mas umdeles veio e agiu em nome de Deus. O que aquele anjo faloue fez era, na verdade, como se o proprio Jeova estivesse falan-do e agindo. Por meio dele, Deus contou a Abraao que tinhaouvido um alto “clamor de queixa a respeito de Sodoma eGomorra”. Jeova declarou: “Estou de todo resolvido a descerpara ver se de fato agem segundo o clamor sobre isso, quetem chegado a mim, e se nao for assim, ficarei sabendo dis-so.” (Genesis 18:3, 20, 21) Naturalmente, essa declaracao deJeova nao significava que oTodo-Poderoso ‘desceria’ em pes-soa. Ele enviou anjos para representa-lo. (Genesis 19:1) Porque? Sera que Jeova, que ve tudo, nao tinha os meios para‘ficar sabendo’, por conta propria, da real condicao daquelaregiao?

´E claro que sim. Mas em vez disso, ele humildemen-

te deu aqueles anjos uma designacao de investigar a situacaoe visitar Lo e sua famılia em Sodoma.

� Outras versoes falam da “humildade que provem da sabedoria” eda “mansidao propria da sabedoria”.

8-10. (a) Por que a disposicao de Jeova de delegar responsabilidadese de escutar e notavel? (b) Como o Todo-Poderoso usou de humilda-de ao lidar com os anjos?

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10 Alem disso, Jeova escuta. Certa vez, ele pediu aos anjosque sugerissem varias maneiras de trazer a ruına ao perver-so Rei Acabe.

´E claro que Jeova nao precisava de ajuda. Mes-

mo assim, aceitou a sugestao de um anjo e o designou paraexecutar o plano. (1 Reis 22:19-22) Quanta humildade!

11 Jeova esta ate mesmo disposto a escutar humanos imper-feitos que desejem expressar suas preocupacoes. Por exem-plo, quando ele contou a Abraao a sua intencao de des-truir Sodoma e Gomorra, aquele homem fiel ficou perplexo.“

´E inconcebıvel a teu respeito”, disse Abraao, e acrescentou:

“Nao fara o Juiz de toda a terra o que e direito?” Ele pergun-tou se Jeova pouparia as cidades caso houvesse 50 homensjustos nelas. Deus lhe assegurou que as pouparia. Mas Abraaocontinuou perguntando, abaixando o numero para 45, daıpara 40, e assim por diante. Apesar das garantias de Jeova,Abraao prosseguiu, ate que o numero chegou a apenas 10 ho-mens. Talvez Abraao ainda nao entendesse plenamente o al-cance da misericordia divina. Seja como for, Jeova de modopaciente e humilde permitiu que seu amigo e servo Abraaoexpressasse suas preocupacoes. — Genesis 18:23-33.

12 Quantos humanos inteligentes e bem instruıdos escuta-riam com tanta paciencia a uma pessoa de intelecto muitıs-simo inferior?� Mas nosso Deus e tao humilde que faz exa-tamente isso. Durante a mesma conversa, Abraao tambemse apercebeu de que Jeova e “vagaroso em irar-se”. (

ˆExodo

34:6) Talvez se dando conta de que nao tinha o direito dequestionar as acoes do Altıssimo, o patriarca implorou duasvezes: “Por favor, nao se acenda a ira de Jeova.” (Genesis18:30, 32)

´E claro que isso nao aconteceu. Deus sem duvida

tem a “brandura que pertence a sabedoria”.

� O interessante e que a Bıblia contrasta a paciencia com a arrogan-cia (soberba). (Eclesiastes 7:8) A paciencia de Jeova e outra evidenciade sua humildade. — 2 Pedro 3:9.

11, 12. Como Abraao veio a entender a humildade de Jeova?

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Jeova e razoavel13 A humildade de Jeova tambem e demonstrada por outra

bela qualidade: a razoabilidade. Infelizmente, os humanosimperfeitos falham de forma lamentavel em demonstra-la.Alem de escutar suas criaturas inteligentes, Jeova se dispoea ceder quando nao ha conflito com seus princıpios justos.A palavra “razoavel”, conforme usada na Bıblia, literalmen-te significa “flexıvel, disposto a ceder”. Trata-se de uma ca-racterıstica propria da sabedoria divina. Tiago 3:17 diz: “A sa-bedoria de cima e . . . razoavel.” Em que sentido Jeova, que etotalmente sabio, e tambem razoavel? Em primeiro lugar, elee adaptavel. Lembre-se de que ate mesmo seu nome indicaque ele se torna tudo o que for necessario para cumprir seuspropositos. (

ˆExodo 3:14) Isso revela Sua adaptabilidade e ra-

zoabilidade, nao concorda?14 Ha uma notavel passagem bıblica que nos ajuda a ter uma

ideia de como Jeova e adaptavel. Em uma visao, o profetaEzequiel observou a organizacao celestial de Deus, compos-ta de criaturas espirituais, representada por um carro de di-mensoes assombrosas — o proprio “veıculo” de Jeova, sem-pre sob o Seu controle. O modo como esse carro se moviaera muito interessante. Suas rodas gigantescas tinham qua-tro lados cheios de olhos para que pudessem ver em todas asdirecoes e mudar de rumo instantaneamente, sem precisarparar nem se virar. E esse carro gigantesco nao se arrastavapesadamente como um veıculo desengoncado feito por hu-manos. Podia mover-se a velocidade de um raio e ate mudarde direcao em angulos retos! (Ezequiel 1:1, 14-28) De fato, aorganizacao de Jeova, assim como o Soberano todo-podero-so que a controla, e totalmente adaptavel, ajustando-se a si-tuacoes e necessidades em constante mutacao.

13. Conforme usada na Bıblia, qual e o sentido da palavra “razoa-vel”? Por que essa e uma boa descricao de Jeova?14, 15. O que a visao que Ezequiel teve do carro celestial de Jeovanos ensina sobre a Sua organizacao celestial? Em que sentido ela ediferente das organizacoes do mundo?

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15 O maximo que o ser humano pode fazer e procurar imi-tar essa perfeita adaptabilidade. Na maioria dos casos, os hu-manos e suas organizacoes tendem mais a ser rıgidos do queadaptaveis; costumam ser inflexıveis em vez de maleaveis.Para ilustrar: o tamanho e a forca de um superpetroleiro oude um trem de carga sao impressionantes. Mas conseguemfazer mudancas subitas para ajustar-se as circunstancias? Su-ponhamos que surja um obstaculo nos trilhos a frente deum trem de carga. O que fazer? Mudar de direcao e impos-sıvel. Parar subitamente tambem nao e muito facil. Para seter uma ideia, um trem de carga carregado ainda percorre-ra quase dois quilometros antes de parar, depois de aciona-dos os freios. Algo similar acontece com um superpetrolei-ro. Ele ainda se deslocara uns oito quilometros depois de osmotores terem sido desligados. Mesmo que se reverta a ro-tacao dos motores, o navio continuara a se arrastar por unstres quilometros. As organizacoes humanas sao semelhan-tes: caracterizam-se pela rigidez e falta de razoabilidade. De-vido ao orgulho, muitas pessoas se recusam a adaptar-se anovas necessidades e circunstancias. Essa intransigencia jalevou empresas a falencia e derrubou governos. (Proverbios16:18) Como ficamos contentes de saber que nem Jeova nemsua organizacao sao assim!

Como Jeova demonstra razoabilidade16 Vamos voltar a atencao novamente a destruicao de Sodo-

ma e Gomorra. Lo e sua famılia receberam instrucoes espe-cıficas do anjo de Jeova: “Escapa para a regiao montanho-sa.” Mas Lo nao ficou muito contente com isso e implorou:“Nao isso, por favor, Jeova!” Convencido de que morreria sefugisse para as montanhas, implorou para que ele e sua fa-mılia recebessem permissao de fugir para uma cidade proxi-ma, Zoar. Bem, Jeova pretendia destruir aquela cidade. Alemdisso, os temores de Lo eram infundados. Sem duvida, Deus

16. Como Jeova demonstrou razoabilidade ao lidar com Lo antes dadestruicao de Sodoma e Gomorra?

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tinha capacidade de preserva-lo vivo nas montanhas! Ape-sar disso, Jeova cedeu ao pedido dele e poupou Zoar. O anjodisse a Lo: “Eis que tambem neste ponto tenho deveras con-sideracao para contigo.” (Genesis 19:17-22) Nao foi umademonstracao de razoabilidade da parte de Jeova?

17 Jeova tambem se adapta diante do arrependimento de co-racao, sempre fazendo o que e misericordioso e correto. Pen-se no que aconteceu quando o profeta Jonas foi enviado a Nı-nive, uma cidade cheia de perversidade e violencia. Quandomarchou pelas ruas daquela cidade poderosa, a mensageminspirada que proclamou era bem simples: ela seria destruı-da em 40 dias. Mas as circunstancias mudaram drasticamen-te. Os ninivitas se arrependeram! — Jonas, capıtulo 3.

18´

E instrutivo compararmos a reacao de Jeova com a de Jo-nas diante da mudanca nas circunstancias. Nesse caso, Jeovase adaptou, tornando-se Perdoador de pecados em vez de“pessoa varonil de guerra”.� (

ˆExodo 15:3) Jonas, por outro

lado, foi inflexıvel e nada misericordioso. Em vez de refletira razoabilidade de Jeova, ele reagiu mais como o trem de car-ga ou o superpetroleiro ja mencionados. Ele havia proclama-do destruicao e era isso que tinha de acontecer! Mas Jeovapacientemente ensinou ao profeta inconformado uma licaomemoravel de razoabilidade e misericordia. — Jonas, capıtu-lo 4.

19 Por fim, Jeova e razoavel no que espera de nos. O Rei Davidisse: “Ele mesmo conhece bem a nossa formacao, lembra-se de que somos po.” (Salmo 103:14) Jeova entende nossaslimitacoes e imperfeicoes melhor do que nos mesmos. Nun-

� No Salmo 86:5, diz-se que Jeova ‘e bom e esta pronto a perdoar’.Quando esse salmo foi traduzido para o grego, a expressao “pronto aperdoar” foi vertida pela palavra e·pi·ei·kes, ou “razoavel”.

17, 18. Ao lidar com os ninivitas, como Jeova mostrou razoabili-dade?19. (a) Por que podemos ter certeza de que Jeova e razoavel no queespera de nos? (b) Como Proverbios 19:17 mostra que Jeova e umDono ‘bom, razoavel’ e profundamente humilde?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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ca espera de nos mais do que podemos dar. A Bıblia contras-ta os donos humanos que sao “bons e razoaveis” com os quesao “difıceis de agradar”. (1 Pedro 2:18) Que tipo de DonoJeova e? Note o que Proverbios 19:17 diz: “Aquele que mos-tra favor ao de condicao humilde esta emprestando a Jeova.”´E obvio que so um dono bom e razoavel prestaria atencao acada ato de bondade realizado a favor dos humildes. Mais doque isso, esse texto indica que o Criador do Universo na ver-dade se considera endividado para com meros seres huma-nos que agem com misericordia! Isso e humildade no maisalto grau.

20 Ainda hoje Jeova demonstra ser manso e razoavel nosseus tratos com seu povo. Quando oramos com fe, ele nos es-cuta. E embora nao envie mensageiros angelicos para falarconosco, nao devemos concluir que ele nao responda nossasoracoes. Lembre-se de que o apostolo Paulo pediu que con-crentes ‘fizessem oracoes’ para que ele fosse libertado da pri-sao, e daı acrescentou: “Para que eu vos seja restituıdo tantomais cedo.” (Hebreus 13:18, 19) Assim, nossas oracoes po-dem levar Jeova a fazer algo que de outro modo nao faria!— Tiago 5:16.

20. Que confirmacao temos de que Jeova ouve e responde nossasoracoes?

Perguntas para MeditacaoˆExodo 32:9-14 Como Jeova mostrou humildade ao atender asuplica de Moises a favor de Israel?Juızes 6:36-40 Como Jeova mostrou paciencia e razoabilidadequando atendeu aos pedidos de Gideao?Salmo 113:1-9 Como Jeova mostra humildade ao lidar com ahumanidade?Lucas 1:46-55 Com base nas palavras de Maria, o que se podedizer do modo como Jeova encara os humildes? Como esseconceito deve nos afetar?

207“S´

ABIO DE CORAC˜

AO”, MAS HUMILDE

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21´

E claro que nenhuma dessas manifestacoes da humilda-de de Jeova — sua brandura, disposicao de escutar, pacienciae razoabilidade — significa que Ele transija nos Seus princı-pios justos. Os clerigos da cristandade talvez pensem que es-tao sendo razoaveis quando fazem cocegas nos ouvidos doseu rebanho, abrandando as normas de moral de Jeova. (2 Ti-moteo 4:3) Mas a tendencia humana de transigir por conve-niencia nao tem nada que ver com a razoabilidade divina.Jeova e santo; nunca vai profanar suas normas justas. (Levı-tico 11:44) Assim, demonstremos apreco pela razoabilidadede Jeova devido ao que ela realmente e: uma prova de sua hu-mildade. Nao fica emocionado de pensar que Jeova Deus, oSer mais sabio do Universo, e tambem extremamente humil-de? Que maravilha e nos achegarmos a esse Deus espantoso,mas brando, paciente e razoavel!

21. No que se refere a humildade de Jeova, a que conclusao nuncadevemos chegar? Em vez disso, o que devemos reconhecer a respei-to dele?

Jeova e razoavel e entende nossas limitacoes

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OS OUVINTES estavam assombrados. O jovem Jesus, de pediante deles na sinagoga, ensinava. Conheciam-no muitobem; ele havia crescido naquela cidade e, durante anos, tra-balhara ali como carpinteiro. Talvez alguns deles morassemem casas que Jesus havia ajudado a construir ou, quem sabe,trabalhassem com arados e jugos que ele havia feito com asproprias maos.� Mas como reagiriam aos ensinos desse ex-carpinteiro?

2 A maioria dos presentes, espantados, perguntavam:“Onde obteve este homem tal sabedoria?” Mas tambem co-mentavam: “Nao e este o carpinteiro, filho de Maria?” (Ma-teus 13:54-58; Marcos 6:1-3) Infelizmente, os anteriores vi-zinhos de Jesus raciocinaram: “Esse carpinteiro e so umhomem como qualquer um de nos.”Apesar das palavras sa-bias dele, rejeitaram-no. Mal sabiam que a sabedoria que eletransmitia nao era dele.

3 De onde, afinal, Jesus obteve toda aquela sabedoria?“O que eu ensino nao e meu”, disse ele, “mas pertenceaquele que me enviou”. (Joao 7:16) O apostolo Paulo ex-plicou que Jesus “se tornou para nos sabedoria de Deus”.(1 Corıntios 1:30) A sabedoria do proprio Jeova e reveladapor meio de seu Filho, Jesus. Tanto que este podia dizer: “Eu

� Nos tempos bıblicos, os carpinteiros eram contratados para cons-truir casas, fabricar moveis e fazer implementos agrıcolas. Justino, oMartir, do segundo seculo EC, escreveu sobre Jesus: “Enquanto esta-va entre os homens, tinha por habito trabalhar como carpinteiro fa-bricando arados e jugos.”

1-3. Como os anteriores vizinhos de Jesus reagiram ao seu ensino eo que nao reconheceram a respeito dele?

C A P´I T U L O 2 1

Jesus revela a“sabedoria de Deus”

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e o Pai somos um.” (Joao 10:30) Analisemos tres campos emque Jesus manifestou a “sabedoria de Deus”.

Seu ensino4 Primeiro, vamos analisar aquilo que Jesus ensinava.

O tema da sua mensagem eram “as boas novas do reino”.(Lucas 4:43) Isso era muito relevante em vista do papel queo Reino desempenharia em vindicar a soberania de Jeova eem trazer bencaos duradouras para a humanidade. No seuensino, Jesus tambem deu conselhos sabios para a vida co-tidiana. Comprovadamente, ele foi um “Maravilhoso Con-selheiro”, conforme havia sido profetizado. (Isaıas 9:6) E, defato, seus conselhos nao poderiam ser nada mais nada me-nos do que maravilhosos. Afinal, ele conhecia em detalhesa Palavra e a vontade de Deus, entendia a fundo a naturezahumana e amava muito a humanidade. De modo que seusconselhos sempre eram praticos e visavam os melhores in-teresses dos seus ouvintes. Jesus transmitiu “declaracoes devida eterna”. Sem duvida, seguir os conselhos dele resultaem salvacao. — Joao 6:68.

5 O Sermao do Monte e um exemplo notavel da sabedo-ria sem igual encontrada nos ensinos de Jesus. Conformeregistrado em Mateus 5:3–7:27, provavelmente levaria ape-nas uns 20 minutos para proferi-lo. Mas seus conselhos saode valor permanente e sao tao relevantes hoje como no diaem que foram proferidos. Jesus tratou de diversos assuntos:como melhorar relacionamentos (5:23-26, 38-42; 7:1-5, 12),como se manter moralmente limpo (5:27-32) e como ter

4. (a) Qual era o tema da mensagem de Jesus e por que isso era re-levante? (b) Por que os conselhos de Jesus sempre eram praticos e vi-savam os melhores interesses dos seus ouvintes?5. Quais sao alguns dos assuntos de que Jesus tratou no Sermao doMonte?

“As multidoes ficaram assombradascom o seu modo de ensinar”

211JESUS REVELA A “SABEDORIA DE DEUS”

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uma vida significativa (6:19-24; 7:24-27). Mas Jesus fez maisdo que apenas dizer a seus ouvintes qual e a maneira sabia deagir; ele mostrou-lhes isso, explicando, raciocinando e apre-sentando provas.

6 Veja, por exemplo, o conselho sabio de Jesus sobre comolidar com as ansiedades relacionadas as coisas materiais,conforme registrado no capıtulo 6 de Mateus: “Parai de es-tar ansiosos pelas vossas almas, quanto a que haveis de co-mer ou quanto a que haveis de beber, ou pelos vossos cor-pos, quanto a que haveis de vestir.” (Versıculo 25) Alimentoe roupa sao necessidades basicas e e natural preocupar-se emobte-las. Mas Jesus nos diz para ‘pararmos de estar ansiosos’por essas coisas.� Por que?

7 Preste atencao ao raciocınio convincente de Jesus. Vistoque Jeova nos deu a vida e o corpo, sera que ele nao podenos fornecer o alimento para sustentar a vida e roupas paraproteger o corpo? (Versıculo 25) Se Deus da alimento as avese veste lindamente as flores, quanto mais cuidara de seusadoradores humanos! (Versıculos 26, 28-30) Na verdade, fi-car ansioso demais e inutil. Nao vai aumentar a duracao denossa vida nem um segundo sequer.� (Versıculo 27) Mas en-tao como evitar a ansiedade? Jesus nos aconselha: continuea dar prioridade a adoracao de Deus. Quem faz isso pode terconfianca de que todas as suas necessidades diarias lhe “se-rao acrescentadas”. (Versıculo 33) Por fim, Jesus da uma su-gestao muito pratica: viva um dia por vez. Por que juntar as

� O verbo grego traduzido “estar ansiosos” significa “ter a men-te distraıda”. Conforme usado em Mateus 6:25, refere-se ao temorapreensivo que distrai ou divide a mente, tirando a alegria de viver.� Na verdade, estudos cientıficos revelaram que preocupacao e es-

tresse excessivos aumentam os riscos de doencas cardiovasculares ede muitas outras enfermidades que encurtam a vida.

6-8. (a) Que fortes razoes Jesus apresenta para evitarmos a ansieda-de? (b) O que mostra que os conselhos de Jesus refletem sabedoriade origem divina?

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ansiedades de amanha com as que voce ja tem hoje? (Versı-culo 34) Alem disso, por que se preocupar indevidamentecom coisas que talvez nunca acontecam? Aplicar esses con-selhos sabios pode nos poupar muitas dores de cabeca nes-te mundo estressante.

E evidente que os conselhos de Jesus sao tao praticos hojecomo eram 2 mil anos atras. Nao e esse um indıcio de sabe-doria divina? Ate as melhores recomendacoes de conselhei-ros humanos tendem a se tornar obsoletas e logo tem de serrevisadas ou substituıdas. Os ensinos de Jesus, porem, resis-tiram a passagem do tempo. Mas isso nao deveria nos sur-preender, porque esse Maravilhoso Conselheiro transmitiu“as declaracoes de Deus”. — Joao 3:34.

Seu modo de ensinar9 Um segundo campo em que Jesus refletiu a sabedoria de

Deus foi na sua maneira de ensinar. Em certa ocasiao, al-guns soldados enviados para prende-lo voltaram de maosvazias, dizendo: “Nunca homem algum falou como este.”(Joao 7:45, 46) Eles nao estavam exagerando. De todos oshumanos que ja viveram, Jesus, que era “dos domınios decima”, tinha o mais vasto cabedal de conhecimento e expe-riencia. ( Joao 8:23) Ele realmente ensinava de uma maneiraque nenhum outro humano poderia ensinar. Vejamos ape-nas dois dos metodos usados por esse Instrutor sabio.

10 Uso eficaz de ilustracoes. “Jesus [falava] as multidoes pormeio de ilustracoes”, nos diz a Bıblia. “Deveras, nada lhesfalava sem ilustracao.” (Mateus 13:34)

´E impossıvel nao fi-

carmos maravilhados com sua capacidade inigualavel deusar coisas do dia a dia para ensinar verdades profundas.

9. O que alguns soldados disseram sobre o ensino de Jesus e por queeles nao estavam exagerando?10, 11. (a) Por que ficamos maravilhados com o modo como Jesususava ilustracoes? (b) O que sao parabolas e que exemplo ilustra queas parabolas de Jesus sao um metodo de ensino muito eficaz?

213JESUS REVELA A “SABEDORIA DE DEUS”

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Agricultores semeando, mulheres fazendo pao, criancasbrincando na feira, pescadores puxando as redes, pastoresprocurando ovelhas perdidas — seus ouvintes tinham vistoessas coisas muitas vezes. Relacionar coisas conhecidas comverdades importantes faz com que estas fiquem, quase quede imediato, profundamente gravadas na mente e no cora-cao. — Mateus 11:16-19; 13:3-8, 33, 47-50; 18:12-14.

11 Jesus usava muitas parabolas, quer dizer, historias curtasdas quais se aprende uma verdade moral ou espiritual. Vis-to que e mais facil entender e lembrar historias do que ideiasabstratas, as parabolas ajudaram a preservar os ensinos de Je-sus. Em muitas delas, ele descreveu seu Pai com termos vıvi-dos que dificilmente seriam esquecidos. Por exemplo, quemnao entenderia o ponto-chave da parabola do filho prodigo:que quando alguem que se desviou mostra arrependimen-to genuıno, Jeova sente pena dele e amorosamente o aceitade volta? — Lucas 15:11-32.

12 Uso perito de perguntas. Jesus usava perguntas para aju-dar os ouvintes a tirar as proprias conclusoes, examinar suasmotivacoes ou tomar decisoes. (Mateus 12:24-30; 17:24-27;22:41-46) Quando lıderes religiosos questionaram se Jesustinha mesmo autoridade da parte de Deus, ele respondeu:“Era o batismo de Joao do ceu ou dos homens?” Perplexoscom a pergunta, eles raciocinaram entre si: “Se dissermos:‘Do ceu’, ele nos dira: ‘Entao, por que nao acreditastes nele?’Se, porem, dissermos: ‘Dos homens’, temos a multidao paratemer, porque todos eles consideram Joao como profeta.”Por fim, responderam: “Nao sabemos.” (Marcos 11:27-33;Mateus 21:23-27) Com uma simples pergunta, Jesus os dei-xou sem palavras e denunciou o coracao traicoeiro deles.

13`

As vezes, Jesus combinava os metodos, introduzindo per-

12. (a) Para que Jesus usava perguntas no seu ensino? (b) Como Je-sus calou os que questionavam sua autoridade?13-15. Como a parabola do bom samaritano reflete a sabedoria deJesus?

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guntas intrigantes em suas ilustracoes. Quando um advo-gado judeu lhe perguntou o que era preciso para ganhar avida eterna, Jesus mencionou a Lei mosaica que ordenavaamar a Deus e ao proximo. Querendo se mostrar justo, ohomem perguntou: “Quem e realmente o meu proximo?”Em resposta, Jesus contou uma historia. Certo judeu viaja-va sozinho quando foi atacado por assaltantes, que o dei-xaram quase morto. Passaram dois outros judeus por aque-la estrada: primeiro um sacerdote, depois um levita. Amboso ignoraram. Mas entao passou um samaritano. Com penado judeu, ele bondosamente tratou das feridas dele e amo-rosamente o levou para um lugar seguro, uma hospedaria,onde poderia se recuperar. Concluindo a historia, Jesus per-guntou ao advogado: “Qual destes tres te parece ter-se feitoproximo do homem que caiu entre os salteadores?” O ho-mem teve de responder: “Aquele que agiu misericordiosa-mente para com ele.” — Lucas 10:25-37.

14 Como essa parabola reflete a sabedoria de Jesus? Naque-le tempo, os judeus so aplicavam o termo “proximo” aosque guardavam suas tradicoes, o que nao era o caso dos sa-maritanos. (Joao 4:9) Se na historia que Jesus contou a vıti-ma fosse o samaritano e o judeu o ajudasse, sera que issoteria ajudado a combater o preconceito? Sabiamente, Jesusformulou a historia de tal modo que o samaritano e quemcuidou bondosamente do judeu. Note tambem a perguntaque Jesus fez no fim da historia. Ele mudou o foco do termo“proximo”. O advogado tinha, em outras palavras, pergun-tado: “Quem deve ser o alvo do meu amor, ou seja, meu pro-ximo?” Mas Jesus perguntou: “Qual destes tres te parece ter-se feito proximo?” Jesus nao enfocou aquele que recebeu abondade (a vıtima), mas aquele que a demonstrou (o sama-ritano). Quem realmente age como “proximo” toma a ini-ciativa de mostrar amor aos outros, nao importa qual sejaa origem etnica desses. Nao da para imaginar uma maneiramelhor de Jesus ressaltar esse ponto.

215JESUS REVELA A “SABEDORIA DE DEUS”

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15´

E de admirar, entao, que as pessoas ficassem assombra-das com o “modo de ensinar” de Jesus e se achegassem aele? (Mateus 7:28, 29) Em certa ocasiao, “uma grande mul-tidao” o acompanhou por tres dias, ficando ate mesmo semcomer! — Marcos 8:1, 2.

Seu modo de vida16 O terceiro campo em que Jesus refletiu a sabedoria de

Jeova foi no seu modo de vida. A sabedoria funciona napratica. “Quem entre voces e sabio?”, perguntou o discıpu-loTiago. Daı, respondeu a propria pergunta, dizendo: “Quesua conduta correta de prova pratica disso.” (Tiago 3:13, TheNew English Bible) A conduta de Jesus dava “prova pratica”de que ele se deixava guiar pela sabedoria divina. Vejamoscomo ele mostrou bom criterio, tanto no seu modo de vidacomo nos tratos com outros.

17 Ja notou que as pessoas que nao tem bom criterio muitasvezes se tornam extremistas? Isso se da porque e preciso sa-bedoria para ser equilibrado. Refletindo a sabedoria divina,Jesus tinha perfeito equilıbrio. Acima de tudo, deu primaziaas coisas espirituais. Envolveu-se plenamente na obra de de-clarar as boas novas. “

´E com este objetivo que saı”, disse ele.

(Marcos 1:38)´

E evidente que bens materiais nao eram deimportancia primaria para ele, pois aparentemente ele tinhamuito pouco em sentido material. (Mateus 8:20) Mas elenao era um asceta. Como seu Pai, o “Deus feliz”, Jesus erauma pessoa alegre e contribuıa para a felicidade de outros.(1 Timoteo 1:11; 6:15) Quando assistiu a uma festa de casa-mento — onde e comum haver musica, canto e alegria —, elenao agiu como desmancha-prazeres. Pelo contrario, quan-do acabou a bebida, ele transformou agua em vinho, “quealegra o coracao do homem mortal”. (Salmo 104:15; Joao

16. De que modo Jesus deu “prova pratica” de que se deixava guiarpela sabedoria divina?17. O que indica que Jesus levava uma vida perfeitamente equili-brada?

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2:1-11) Jesus aceitou muitos convites para refeicoes e, comfrequencia, usou essas ocasioes para ensinar. — Lucas 10:38-42; 14:1-6.

18 Jesus demonstrou impecavel bom criterio ao lidar comoutros. Sua compreensao da natureza humana lhe permitiater um conceito claro sobre os seus discıpulos. Sabia mui-to bem que eles nao eram perfeitos. Mas percebia suas boasqualidades. Via o potencial desses homens que Jeova haviaatraıdo. (Joao 6:44) Apesar de suas falhas, Jesus estava dis-posto a dar-lhes um voto de confianca. Demonstrando isso,delegou uma responsabilidade muito grande aos discıpulos:pregar as boas novas. Confiava na habilidade deles de cum-prir essa tarefa. (Mateus 28:19, 20) O livro de Atos confirmaque realizaram fielmente a obra que ele lhes mandara fazer.(Atos 2:41, 42; 4:33; 5:27-32)

´E obvio, entao, que Jesus havia

sido sensato ao confiar neles.19 Como vimos no Capıtulo 20, a Bıblia associa a humilda-

de e a brandura com a sabedoria. Naturalmente, o melhorexemplo em demonstrar essas qualidades e o de Jeova. Mase Jesus?

´E emocionante ver a humildade que ele mostrou

18. Como Jesus demonstrou impecavel bom criterio ao lidar comseus discıpulos?19. Como Jesus demonstrou que era de “temperamento brando e hu-milde de coracao”?

Perguntas para MeditacaoProverbios 8:22-31 Como a descricao da sabedoria personifi-cada se ajusta ao que a Bıblia diz a respeito do Filho primoge-nito de Jeova?Mateus 13:10-15 Como as ilustracoes de Jesus eram eficazesem revelar a atitude de coracao dos seus ouvintes?Joao 1:9-18 Por que Jesus pode revelar a sabedoria de Deus?Joao 13:2-5, 12-17 Como Jesus ensinou uma licao na pratica?Com isso, o que ele queria ensinar aos apostolos?

217JESUS REVELA A “SABEDORIA DE DEUS”

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ao lidar com os discıpulos. Como homem perfeito, ele erasuperior a eles. Mas nao os menosprezava. Nunca os fez sesentir inferiores ou incompetentes. Pelo contrario, levavaem conta as limitacoes deles e era paciente quando erravam.(Marcos 14:34-38; Joao 16:12) Nao acha interessante que atecriancas se sentiam a vontade com Jesus? Sem duvida, sen-tiam-se atraıdas a ele porque percebiam que ele era de “tem-peramento brando e humilde de coracao”. — Mateus 11:29;Marcos 10:13-16.

20 Jesus refletiu a humildade divina de outra maneira im-portante. Ele era razoavel, ou flexıvel, quando a misericor-dia tornava isso apropriado. Lembre-se, por exemplo, daocasiao em que uma mulher gentia lhe implorou que curas-se sua filha terrivelmente endemoninhada. De tres manei-ras, Jesus indicou que nao a ajudaria: primeiro, nao respon-deu; segundo, disse diretamente que havia sido enviado,nao aos gentios, mas aos judeus; e terceiro, contou uma ilus-tracao que bondosamente ressaltou esse mesmo ponto. Masa mulher persistiu, dando evidencia de que tinha fe extraor-dinaria. Em vista dessa circunstancia excepcional, como Je-sus reagiu? Ele fez exatamente aquilo que afirmara que naofaria: curou a filha da mulher. (Mateus 15:21-28) Que nota-vel demonstracao de humildade! E lembre-se de que a hu-mildade e a base da verdadeira sabedoria.

21 Como somos gratos de que os Evangelhos nos revelamas palavras e acoes do homem mais sabio que ja viveu! Lem-bre-se de que Jesus refletia com perfeicao o modo de agir doSeu Pai. Se imitarmos a personalidade, a maneira de falar e aconduta de Jesus, estaremos cultivando a sabedoria de cima.No proximo capıtulo, veremos como podemos por a sabe-doria divina em pratica na nossa vida.

20. Como Jesus mostrou razoabilidade ao lidar com uma mulhergentia cuja filha estava endemoninhada?21. Por que devemos nos esforcar a imitar a personalidade, a manei-ra de falar e a conduta de Jesus?

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ERA um caso difıcil: duas mulheres discutiam por causa deum bebe. Elas viviam na mesma casa e, com poucos dias dediferenca, cada uma havia dado a luz um filho. Um dos bebesmorrera e agora cada mulher afirmava ser a mae do que es-tava vivo.� Nao havia testemunhas do acontecido. Possivel-mente, o caso ja havia sido apresentado a um tribunal de me-nor instancia, mas nao se chegara a um veredicto. Por fim, adisputa foi levada a Salomao, rei de Israel. Sera que ele con-seguiria descobrir a verdade?

2 Depois de escutar um pouco a discussao das mulheres, Sa-lomao pediu uma espada. Daı, aparentemente cheio de con-viccao, ordenou que a crianca fosse cortada em duas partes eque se desse metade a cada uma das mulheres. Imediatamen-te, a mae verdadeira implorou que o rei desse o bebe — seuquerido filho — a outra mulher, que insistia que a crianca fos-se cortada em dois. Salomao descobrira a verdade. Ele sabiada compaixao e do carinho que uma mae sente pelo filhoque carregou no ventre e usou esse conhecimento para resol-ver a disputa. Imagine o alıvio da mae quando Salomao lheentregou seu bebe e disse: “Ela e sua mae.” — 1 Reis 3:16-27.

3 Que sabedoria extraordinaria, nao concorda? Quando as

� Conforme 1 Reis 3:16, as duas mulheres eram prostitutas. A obra Es-tudo Perspicaz das Escrituras diz: “Tais mulheres podem ter sido prosti-tutas, nao em sentido comercial, mas mulheres que tinham cometidofornicacao, quer mulheres judias, quer, bem possivelmente, mulheresde ascendencia estrangeira.” — Publicada pelas Testemunhas de Jeova.

1-3. (a) Como Salomao demonstrou sabedoria extraordinaria nomodo como resolveu uma disputa entre duas mulheres? (b) O queJeova promete nos dar? Que perguntas surgem?

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Esta pondo em pratica“a sabedoria de cima”?

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pessoas souberam como Salomao resolvera o caso, ficaramassombradas, “pois viram que havia nele a sabedoria deDeus”. De fato, a sabedoria de Salomao era uma dadiva di-vina. Jeova lhe concedera “um coracao sabio e entendido”.(1 Reis 3:12, 28) E nos? Sera que tambem podemos receber asabedoria divina? Sim, porque sob inspiracao Salomao escre-veu: “O proprio Jeova da sabedoria.” (Proverbios 2:6) Jeovapromete dar sabedoria — a habilidade de usar bem o conhe-cimento, o entendimento e o discernimento — a todos quea buscam com sinceridade. Como podemos obter a sabedo-ria de cima? E como podemos aplica-la na vida?

Como ‘adquirir sabedoria’?4 Precisamos de inteligencia extraordinaria ou de muita ins-

trucao para receber a sabedoria divina? Nao. Jeova esta dis-posto a partilha-la conosco nao importa qual seja a nossaformacao ou quanto estudo tenhamos. (1 Corıntios 1:26-29)Mas temos de tomar a iniciativa, porque a Bıblia nos incen-tiva a ‘adquirir sabedoria’. (Proverbios 4:7) Como podemosfazer isso?

5 Primeiro, e preciso temer a Deus. “O temor de Jeova eo inıcio da sabedoria [“o primeiro passo para a sabedoria”,The New English Bible]”, diz Proverbios 9:10. O temor deDeus e a base da sabedoria verdadeira. Por que? Lembre-sede que a sabedoria envolve a habilidade de usar com exitoo conhecimento. Temer a Deus nao significa encolher-se demedo diante dele, mas curvar-se com assombro, respeito econfianca. Esse temor e saudavel e nos motiva a harmonizarnossa vida com o conhecimento da vontade e dos modos deDeus. Essa e a maneira mais sensata de agir, pois as normasde Jeova sempre resultam nos maiores benefıcios para os queas seguem.

6 Em segundo lugar, precisamos ser humildes e modestos.

4-7. Quais sao quatro requisitos para adquirir sabedoria?

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Essas qualidades sao vitais para se obter sabedoria divina.(Proverbios 11:2) Por que? Se formos humildes e modestos,estaremos dispostos a admitir que nao temos resposta paratudo, que nossas opinioes nem sempre sao corretas e queprecisamos saber qual e o conceito de Jeova sobre os assun-tos. “Deus opoe-se aos soberbos”, mas alegremente da sabe-doria aos humildes de coracao. — Tiago 4:6.

7 Um terceiro fator essencial e estudar a Palavra escrita deDeus, visto que a sabedoria divina e revelada nela. Para ob-ter essa sabedoria, temos de nos esforcar para busca-la. (Pro-verbios 2:1-5) Um quarto requisito e a oracao. Se formos sin-ceros ao pedir sabedoria a Deus, ele a dara generosamente.(Tiago 1:5) Se solicitarmos a ajuda do Seu espırito em oracao,ele sem duvida respondera. O espırito de Jeova nos orienta-ra para que encontremos os tesouros da sua Palavra que nosajudarao a resolver problemas, evitar perigos e tomar deci-soes sabias. — Lucas 11:13.

8 Como mencionamos no Capıtulo 17, a sabedoria de Jeovae pratica. Assim, se realmente a adquirimos, isso ficara obviono modo como nos comportamos. O discıpulo Tiago des-creveu os frutos da sabedoria divina: “A sabedoria de cima eprimeiramente casta, depois pacıfica, razoavel, pronta paraobedecer, cheia de misericordia e de bons frutos, sem parcia-lidade, sem hipocrisia.” (Tiago 3:17) Ao analisarmos cada umdesses aspectos da sabedoria divina, podemos nos pergun-tar: ‘Sera que estou pondo em pratica na vida a sabedoria decima?’

“Casta, depois pacıfica”9 “Primeiramente casta.” Ser casto significa ser puro e ima-

culado nao so externamente, mas tambem no ıntimo.

8. Se realmente adquirimos sabedoria divina, em que isso ficara ob-vio?9. O que significa ser casto? Por que e apropriado que a castidade sejaa primeira qualidade da sabedoria a ser alistada?

221EST´

A PONDO EM PR´

ATICA “A SABEDORIA DE CIMA”?

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A Bıblia diz que a sabedoria esta ligada ao coracao, mas elanao pode penetrar num coracao aviltado por pensamentos,desejos e motivacoes errados. (Proverbios 2:10; Mateus 15:19,20) Contudo, se nosso coracao for casto — isto e, ao pontoem que isso e possıvel para humanos imperfeitos —, nos nos‘desviaremos do que e mau e faremos o que e bom’. (Salmo37:27; Proverbios 3:7) Nao acha apropriado que a castidadeseja a primeira qualidade da sabedoria a ser alistada? Afinal,se nao formos moral e espiritualmente limpos, como pode-remos refletir de forma plena as outras qualidades da sabe-doria de cima?

10 “Depois pacıfica.” A sabedoria celestial nos motiva a nosempenharmos pela paz, que e um fruto do espırito de Deus.(Galatas 5:22) Fazemos tudo o que e possıvel para nao rom-per o “vınculo . . . da paz” que une o povo de Jeova. (Efe-sios 4:3) Tambem procuramos restaurar a paz quando ela eperturbada. Por que isso e importante? A Bıblia diz: “Conti-nuai . . . a viver pacificamente; e o Deus de amor e de pazestara convosco.” (2 Corıntios 13:11) De modo que o Deusde paz estara conosco desde que continuemos a viver pa-cificamente. O modo como tratamos os companheiros deadoracao afeta de forma direta o nosso relacionamento comJeova. Como podemos mostrar ser pacificadores? Veja umexemplo.

11 O que fazer se perceber que ofendeu um companheiro deadoracao? Jesus disse: “Se tu, pois, trouxeres a tua dadiva aoaltar e ali te lembrares de que o teu irmao tem algo contrati, deixa a tua dadiva ali na frente do altar e vai; faze primei-ro as pazes com o teu irmao, e entao, tendo voltado, oferecea tua dadiva.” (Mateus 5:23, 24) Podera aplicar esse conselhotomando a iniciativa de ir falar com o irmao. Com que obje-

10, 11. (a) Por que e importante sermos pacıficos? (b) Se achar queofendeu um companheiro de adoracao, como podera mostrar ser umpacificador? (Veja tambem a nota.)

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tivo? ‘Fazer as pazes.’� Para conseguir isso, talvez seja neces-sario admitir, nao negar, que voce feriu os sentimentos dele.Se ao conversarem voce mantiver em mente que o seu obje-tivo e restaurar a paz, e bem provavel que se esclarecam osmal-entendidos, se pecam desculpas e se estenda o perdao.Quando toma a iniciativa de fazer as pazes, voce mostra quese deixa guiar pela sabedoria divina.

“Razoavel, pronta para obedecer”12 “Razoavel.” O que significa ser razoavel? Segundo certos

eruditos, e difıcil traduzir a palavra grega original vertida

� A expressao grega traduzida ‘faze as pazes’ vem de um verbo que sig-nifica “ ‘mudar, trocar’ e, consequentemente, ‘reconciliar’”. De modoque o seu objetivo e ocasionar uma mudanca, se possıvel removendo orancor do coracao do ofendido. — Romanos 12:18.

12, 13. (a) Qual e o sentido da palavra traduzida “razoavel” em Tia-go 3:17? (b) Como podemos mostrar que somos razoaveis?

Para obter sabedoria divina, temos denos esforcar para busca-la

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“razoavel” em Tiago 3:17. Alguns tradutores usaram ter-mos como “bondosa”, “condescendente” e “compreensiva”.O sentido literal da palavra grega e “flexıvel, disposto a ceder”.Como podemos demonstrar que aplicamos esse aspecto da sa-bedoria de cima na nossa vida?

13 “Seja a vossa razoabilidade conhecida de todos os ho-mens”, diz Filipenses 4:5. Outra traducao diz: “Tende a reputa-cao de ser razoaveis.” (The New Testament in Modern English,de J. B. Phillips) Note que nao e tanto uma questao de comoencaramos a nos mesmos; devemos levar em conta como ou-tros nos encaram, como somos conhecidos. A pessoa razoavelnao insiste em aplicar a lei ao pe da letra ou em que as coisassejam sempre feitas do seu jeito. Em vez disso, esta disposta aescutar outros e, quando apropriado, a ceder aos desejos de-les. Uma pessoa assim nao e dura ou grosseira, mas bondosanos seus tratos com outros. Embora essa qualidade seja essen-cial para todos os cristaos, e especialmente importante para osque servem como anciaos. Se estes forem atenciosos, outros sesentirao atraıdos a eles, considerando-os acessıveis. (1 Tessalo-nicenses 2:7, 8) Seria bom nos perguntarmos: ‘Tenho a repu-tacao de ser alguem compreensivo, flexıvel e bondoso?’

14 “Pronta para obedecer.” A palavra grega traduzida “prontapara obedecer” nao se encontra em nenhuma outra parte dasEscrituras Gregas Cristas. Segundo certo erudito, essa palavra“e muitas vezes usada referente a disciplina militar”. Transmi-te a ideia de ser “facil de persuadir” e “submisso”. Quem e go-vernado pela sabedoria de cima se submete prontamente aoque as Escrituras dizem. Nao e conhecido como alguem quetoma uma decisao e daı se recusa a ser influenciado por quais-quer fatos que contrariem seu ponto de vista. Pelo contrario,esta sempre pronto a fazer mudancas quando lhe apresentamprovas bıblicas incontestaveis de que sua atitude esta erradaou de que tirou conclusoes incorretas. Sera que voce e conhe-cido como alguem que age assim?

14. Como podemos demonstrar que somos ‘prontos para obedecer’?

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“Cheia de misericordia e de bons frutos”15 “Cheia de misericordia e de bons frutos.”� A misericordia

e uma parte importante da sabedoria de cima, que e descri-ta como sendo “cheia de misericordia”. Note que se mencio-nam juntos a “misericordia” e os “bons frutos”. Isso e apro-priado porque, na Bıblia, a misericordia em geral se refere apreocupacao ativa com outros, a compaixao que produz umagrande quantidade de atos bondosos. Uma obra de referenciadefine misericordia como “sentimento de tristeza devido a si-tuacao ruim de alguem e a tentativa de fazer algo a respeito”.De modo que a sabedoria divina nao e severa, fria ou mera-mente intelectual. Pelo contrario, ela e branda, calorosa e sen-sıvel. Como podemos mostrar que estamos cheios de miseri-cordia?

16 Sem duvida, um modo importante de fazer isso e portransmitir as boas novas do Reino de Deus a outros. O que nosleva a fazer essa obra? Em primeiro lugar, o amor a Deus. Mastambem somos motivados pela misericordia, ou compaixaopor outros. (Mateus 22:37-39) Muitas pessoas hoje sao “esfola-das e empurradas dum lado para outro como ovelhas sem pas-tor”. (Mateus 9:36) Falsos pastores religiosos as negligenciame cegam em sentido espiritual. Em resultado disso, elas nao sa-bem que a Palavra de Deus tem orientacoes sabias nem que oReino logo trara bencaos para a Terra. Quando meditamos nasnecessidades espirituais dos que nos rodeiam, nossa compai-xao de coracao nos motiva a fazer tudo o que podemos paralhes falar dos amorosos propositos de Jeova.

� Ao verter essas palavras, outras traducoes usaram expressoes como“cheia de compaixao” e “boas acoes”. — Traducao Ecumenica; Bıblia naLinguagem de Hoje.

15. O que e misericordia? Por que e apropriado que “misericordia” e“bons frutos” sejam mencionados juntos em Tiago 3:17?16, 17. (a) Alem do amor a Deus, o que mais nos motiva a partici-par na obra de pregacao e por que? (b) De que maneiras podemosmostrar que estamos cheios de misericordia?

225EST´

A PONDO EM PR´

ATICA “A SABEDORIA DE CIMA”?

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17 De que outras maneiras podemos mostrar que estamoscheios de misericordia? Lembra-se da ilustracao de Jesus so-bre o samaritano que encontrou um viajante caıdo a beira daestrada apos ser espancado e assaltado? Movido pela com-paixao, o samaritano “agiu misericordiosamente”, tratandodos ferimentos da vıtima e cuidando dela. (Lucas 10:29-37)Isso ilustra muito bem que a misericordia envolve dar ajudapratica aos necessitados. A Bıblia nos ordena que facamos “oque e bom para com todos, mas especialmente para com osaparentados conosco na fe”. (Galatas 6:10) Veja alguns exem-plos: um concrente idoso precisa de transporte para assistir asreunioes cristas. Uma viuva da congregacao precisa de ajudapara fazer alguns consertos em casa. (Tiago 1:27) Uma pes-soa deprimida precisa de uma “boa palavra” que a reanime.(Proverbios 12:25) Quando mostramos misericordia dessasmaneiras, damos prova de que colocamos em pratica a sabe-doria de cima.

“Sem parcialidade, sem hipocrisia”18 “Sem parcialidade.” A sabedoria divina da forcas para se

superar o preconceito racial e o orgulho nacional. Se formosguiados por ela, nos esforcaremos a eliminar do coracao todatendencia de mostrar favoritismo. (Tiago 2:9) Nao favorece-remos outros em virtude da sua formacao educacional, con-dicao financeira ou responsabilidade congregacional; nemdesprezaremos companheiros de adoracao, nao importa oquanto parecam humildes. Se Jeova demonstrou o Seu amorpor eles, sem duvida devemos considera-los dignos do nossoamor.

19 “Sem hipocrisia.” A palavra grega para “hipocrita” podesignificar “aquele que faz o papel de ator”. No passado, os

18. Se formos guiados pela sabedoria de cima, o que nos esforcare-mos a eliminar do coracao? Por que?19, 20. (a) Qual e a origem da palavra grega para “hipocrita”?(b) Como podemos demonstrar “afeicao fraternal sem hipocrisia”?Por que isso e importante?

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atores gregos e romanos usavam grandes mascaras quandorepresentavam. Assim, a palavra grega para “hipocrita” pas-sou a ser usada para quem e fingido ou falso. Sabermos quea sabedoria divina e “sem hipocrisia” deve influenciar naoso o modo como tratamos nossos companheiros de adora-cao, mas tambem como nos sentimos em relacao a eles.

20 O apostolo Pedro mencionou que nossa “obediencia averdade” deve resultar em “afeicao fraternal sem hipocri-sia”. (1 Pedro 1:22) De modo que nossa afeicao pelos irmaosnao pode ser apenas da boca para fora. Nao devemos ‘usarmascaras’ nem ‘desempenhar um papel’ para enganar ou-tros. Nossa afeicao precisa ser genuına, de coracao. Assim,conquistaremos a confianca de nossos concrentes, porqueeles perceberao que somos exatamente o que parecemos ser,ou seja, sinceros. Isso nos possibilitara ter relacionamentosabertos e honestos com outros cristaos e criara um clima deconfianca na congregacao.

Quando mostramos misericordia, ou compaixao,para com outros, refletimos “a sabedoria de cima”

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“Resguarda a sabedoria pratica”21 A sabedoria divina e uma dadiva de Jeova, por isso, deve-

mos resguarda-la. Salomao disse: “Filho meu, . . . resguardaa sabedoria pratica e o raciocınio.” (Proverbios 3:21) Infe-lizmente, o proprio Salomao deixou de fazer isso. Ele con-tinuou a ser sabio enquanto manteve um coracao obedien-te. Mas, por fim, suas muitas esposas estrangeiras desviaramseu coracao da adoracao pura de Jeova. (1 Reis 11:1-8) O queaconteceu com Salomao ilustra que apenas ter conhecimen-to nao adianta muita coisa se esse nao for aplicado correta-mente.

22 Como podemos resguardar a sabedoria pratica? Alem deler regularmente a Bıblia e as publicacoes baseadas nela, for-necidas pelo “escravo fiel e discreto”, devemos nos empe-nhar em aplicar o que aprendemos. (Mateus 24:45) Temosmotivos de sobra para fazer isso. A sabedoria divina tor-na a nossa vida muito melhor agora. Permite que nos ‘ape-guemos firmemente a verdadeira vida’, quer dizer, a vida nonovo mundo de Deus. (1 Timoteo 6:19) E, o mais importan-te de tudo, cultivar a sabedoria de cima nos achega a fonte detoda a sabedoria, Jeova Deus.

21, 22. (a) Como Salomao deixou de resguardar a sabedoria?(b) Como podemos resguardar a sabedoria e que benefıcios isso nostrara?

Perguntas para MeditacaoDeuteronomio 4:4-6 Como podemos mostrar-nos sabios?Salmo 119:97-105 Que benefıcios teremos se estudarmos dili-gentemente a Palavra de Deus e aplicarmos o que aprendemos?Proverbios 4:10-13, 20-27 Por que precisamos da sabedoria deJeova?Tiago 3:1-16 Como aqueles que tem responsabilidades de su-pervisao na congregacao podem mostrar que sao sabios e dis-cernidores?

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S E C˜

A O 4

“DEUS´

E AMOR”De todas as qualidades de Jeova, o amore a principal.

´E tambem a mais atraente.

Ao examinarmos algumas das lindas facetasdessa qualidade preciosa, entenderemos melhor

por que a Bıblia diz que “Deus e amor”.— 1 Joao 4:8.

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QUASE 2 mil anos atras, um homem inocente foi julgado, con-denado por crimes que nao cometera e torturado ate a mor-te. Essa nao foi a primeira execucao cruel e injusta da Historia— nem a ultima, infelizmente. Mas aquela morte foi diferentede todas as outras.

2`

A medida que aquele homem sofria suas agonizantes horasfinais, viram-se indıcios no proprio ceu de que se tratava de umacontecimento incomum. Embora fosse o meio do dia, subita-mente uma escuridao cobriu a terra, ou, como descreveu umhistoriador, “a luz do sol falhou”. (Lucas 23:44, 45) Daı, pou-co antes de dar seu ultimo suspiro, aquele homem proferiu es-tas palavras inesquecıveis: “Esta consumado!” Na verdade, aodar sua vida, ele consumou, ou realizou, algo maravilhoso. Seusacrifıcio foi o maior ato de amor ja realizado por qualquer serhumano. — Joao 15:13; 19:30.

3 Aquele homem, naturalmente, era Jesus Cristo. Seu sofri-mento e morte naquele dia sombrio, 14 de nisa de 33 EC, saobem conhecidos. Mas um fato importante e frequentementeignorado: embora Jesus sofresse muito, houve alguem que so-freu mais do que ele. De fato, naquele dia outra pessoa fez umsacrifıcio ainda maior, o maiorato de amor ja feito porqualquerpessoa no Universo inteiro. Qual foi? A resposta a essa pergun-ta servira de introducao apropriada para comecarmos a anali-sar o mais importante de todos os assuntos: o amor de Jeova.

O maior ato de amor4 O centuriao romano que supervisionou a execucao de

1-3. Quais sao alguns fatores que tornaram a morte de Jesus diferen-te de todas as outras na Historia?4. Como um soldado romano percebeu que Jesus nao era um homemcomum e a que conclusao chegou?

C A P´I T U L O 2 3

“Ele nos amou primeiro”

“Deus . . . deu o seu Filho unigenito”

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Jesus ficou assombrado tanto com a escuridao que prece-deu sua morte como com o fortıssimo terremoto que se se-guiu. “Certamente este era o Filho de Deus”, disse ele. (Ma-teus 27:54)

´E evidente que Jesus nao era um homem comum.

Aquele soldado havia ajudado a executar o Filho unigenitodo Deus Altıssimo! Qual a intensidade do amor que o Paisentia por seu Filho?

5 A Bıblia chama Jesus de “primogenito de toda a criacao”.(Colossenses 1:15) Imagine: o Filho de Jeova existia antes deser criado o Universo fısico. Entao, por quanto tempo Pai eFilho estiveram juntos? Alguns cientistas calculam a idade doUniverso em 13 bilhoes de anos. Consegue imaginar todoesse tempo? Para ajudar as pessoas a entender a idade do Uni-verso, conforme calculada pelos cientistas, certo planetariotem uma linha do tempo de 110 metros de comprimento. Osvisitantes caminham ao longo dessa linha e cada passo delesrepresenta cerca de 75 milhoes de anos na existencia do Uni-verso. No fim da linha do tempo, toda a Historia humana erepresentada por uma unica marca da espessura de um fio decabelo humano! Mesmo que essa estimativa esteja correta,aquela inteira linha do tempo nao e suficiente para represen-tar a duracao da vida do Filho de Jeova! O que ele fazia du-rante todas aquelas eras?

6 O Filho alegremente serviu como “mestre de obras” doPai. (Proverbios 8:30) A Bıblia diz: “

`A parte [do Filho] nem

mesmo uma so coisa veio a existencia.” ( Joao 1:3) De modoque Jeova e seu Filho, trabalhando em conjunto, fizeramtudo que existe. Quantos momentos emocionantes e felizespassaram juntos! Pois bem, a maioria das pessoas reconhe-ce que o amor entre pais e filhos e extremamente forte. E oamor “e o perfeito vınculo de uniao”. (Colossenses 3:14) As-

5. Como se pode ilustrar a imensa duracao do tempo que Jeova e seuFilho passaram juntos no ceu?6. (a) O que o Filho de Jeova fazia durante sua existencia pre-huma-na? (b) Como e a ligacao que existe entre Jeova e seu Filho?

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sim, sera que algum de nos consegue sequer imaginar comoe forte a ligacao — desenvolvida ao longo de tanto tempo —entre Jeova Deus e seu Filho?

´E obvio que eles estao unidos

pelo mais forte vınculo de amor que ja existiu.7 Mesmo assim, Jeova enviou seu Filho para a Terra, onde

nasceu como bebe humano. Ao fazer isso, o Pai abriu mao,por algumas decadas, do companheirismo achegado comseu Filho amado no ceu. Com grande interesse, observoudesde o ceu Jesus crescer ate se tornar um homem perfeito.Com cerca de 30 anos de idade, Jesus foi batizado. Nao e pre-ciso tentar adivinhar como Jeova se sentiu em relacao a ele.O Pai em pessoa falou desde o ceu: “Este e meu Filho, o ama-do, a quem tenho aprovado.” (Mateus 3:17) Como deve terficado contente ao ver Jesus cumprir fielmente tudo o quehavia sido profetizado, tudo o que lhe havia sido pedido!— Joao 5:36; 17:4.

8 Mas como Jeova se sentiu em 14 de nisa de 33 EC quan-do Jesus foi traıdo e preso por uma turba a noite; quando foiabandonado por seus amigos e submetido a um julgamentoilegal; quando o ridicularizaram, cuspiram nele e o esmurra-ram; quando foi acoitado, ate que suas costas ficaram em car-ne viva; quando pregaram as maos e os pes em um poste demadeira e ele foi pendurado para morrer, ao passo que as pes-soas zombavam dele? Como o Pai se sentiu quando seu Fi-lho amado, agonizando, clamou a ele? Como Jeova se sentiuquando Jesus deu seu ultimo suspiro, quando, pela primeiravez desde o inıcio de toda a criacao, Seu Filho querido naoexistia mais? — Mateus 26:14-16, 46, 47, 56, 59, 67; 27:38-44,46; Joao 19:1.

E impossıvel descrever apropriadamente os sentimentos

7. Quando Jesus se batizou, como Jeova expressou seus sentimentosem relacao ao Filho?8, 9. (a) O que Jesus sofreu em 14 de nisa de 33 EC e como isso afe-tou seu Pai celestial? (b) Por que Jeova permitiu que seu Filho sofres-se e morresse?

233“ELE NOS AMOU PRIMEIRO”

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de Jeova. Nao ha palavras para expressar a dor que ele sen-tiu com a morte de seu Filho. Mas o que pode ser expli-cado e o motivo de Jeova ter permitido que isso aconteces-se. Por que o Pai se submeteu a esses sentimentos? Em Joao3:16, um versıculo bıblico tao importante que ja foi chamadode “o Evangelho em miniatura”, Jeova nos faz uma revela-cao maravilhosa, dizendo: “Deus amou tanto o mundo, quedeu o seu Filho unigenito, a fim de que todo aquele que neleexercer fe nao seja destruıdo, mas tenha vida eterna.” Assim,Jeova se sujeitou a todo aquele sofrimento por um so moti-vo: amor. Aquela dadiva de Deus — enviar seu Filho para so-frer e morrer por nos — foi o maior ato de amor de todos ostempos.

Como se define o amor divino?10 O que significa a palavra “amor”? O amor ja foi descri-

to como a maior necessidade humana. Do berco ao tumulo,as pessoas o procuram, se desenvolvem sob sua influencia eate definham e morrem por falta dele. Mesmo assim, e in-crivelmente difıcil defini-lo.

´E claro que as pessoas falam de

amor o tempo todo. Incontaveis livros, cancoes e poemas saolancados sobre esse tema. Mas isso nao ajuda a compreende-lo melhor. Na verdade, a palavra e usada com tanta frequen-cia que parece cada vez mais difıcil descobrir o que realmen-te significa.

11 A Bıblia, porem, explica claramente o que e o amor. Umdicionario de termos bıblicos diz: “O amor so pode ser co-nhecido pelas acoes que promove.” (Expository Dictionaryof New Testament Words, de Vine) O registro bıblico sobreas acoes de Jeova nos ensina muito sobre seu amor, a afei-

10. Que necessidade os humanos tem e o que se pode dizer sobre osentido da palavra “amor”?11, 12. (a) Onde podemos aprender muito sobre o amor, e por queali? (b) O grego antigo tinha termos especıficos para que tipos de amore qual dessas palavras e usada com mais frequencia nas Escrituras Gre-gas Cristas? (Veja tambem a nota.) (c) O que e a·ga·pe?

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cao bondosa que ele sente por suas criaturas. Por exem-plo, ja analisamos o supremo ato de amor de Jeova. Conse-gue pensar em uma maneira melhor de aprendermos sobreessa qualidade? Nos capıtulos seguintes, veremos muitos ou-tros exemplos do amor de Jeova em acao. Alem disso, ana-lisarmos as palavras originais para “amor” usadas na Bıblianos ajudara a compreender melhor essa qualidade. No gre-go antigo, havia quatro palavras para “amor”.�Dessas, a maisfrequentemente usada nas Escrituras Gregas Cristas e a·ga·pe.Um dicionario bıblico diz que essa e “a mais poderosa pala-vra imaginavel para amor”. Por que?

12 A·ga·pe se refere a amor guiado por princıpios. Assim, emais do que apenas uma reacao emocional em relacao a ou-tra pessoa. Seu alcance e maior; ele e mais absorvente e en-volve reflexao. Acima de tudo, a·ga·pe e totalmente abnegado.Por exemplo, leia novamente Joao 3:16. O que e “o mundo”que Deus amou tanto que deu seu Filho unigenito por ele?

´E o

mundo da humanidade que pode ser resgatada. Inclui muitaspessoas que levam uma vida de pecado. Sera que Jeova ama acada uma delas como amigos pessoais, assim como amou ofiel Abraao? (Tiago 2:23) Nao, mas Jeova amorosamente de-monstra bondade a todos, mesmo que isso envolva grandes sa-crifıcios para si mesmo. Ele deseja que todos se arrependam emudem de vida. (2 Pedro 3:9) Muitos fazem isso, e Ele tem pra-zer em acolher a esses como seus amigos.

13 Alguns, porem, tem um conceito errado sobre a·ga·pe.Acham que se trata de um tipo de amor frio e intelectual. Na

� O verbo fi·le·o, que significa “ter afeicao por ou gostar de (como deum amigo achegado ou irmao)”, e usado com frequencia nas Escritu-ras Gregas Cristas. Uma forma da palavra stor·ge, o amor por parentesachegados, e usada em 2 Timoteo 3:3 para mostrar que esse amor esta-ria em falta nos ultimos dias.

´E·ros, o amor romantico entre os sexos,

nao e um termo usado nas Escrituras Gregas Cristas, embora esse tipode amor seja mencionado na Bıblia. — Proverbios 5:15-20.

13, 14. O que mostra que a·ga·pe muitas vezes inclui afeicao calorosa?

235“ELE NOS AMOU PRIMEIRO”

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verdade, a·ga·pe muitas vezes inclui calorosa afeicao pessoal.Por exemplo, quando Joao escreveu: “O Pai ama o Filho”,usou uma forma da palavra a·ga·pe. Sera que esse amor naoinclui a afeicao? Note que Jesus disse: “O Pai tem afeicao peloFilho”, usando uma forma da palavra fi·le·o. ( Joao 3:35; 5:20)O amor de Jeova muitas vezes inclui terna afeicao. Mas essaqualidade dele nunca e influenciada por mero sentimenta-lismo; sempre e guiada por princıpios sabios e justos.

14 Como vimos, todas as qualidades de Jeova sao iniguala-veis, perfeitas e atraentes. Mas a que mais nos atrai a Ele e oamor. Felizmente, esta e tambem Sua qualidade dominante.Como sabemos disso?

“Deus e amor”15 A Bıblia usa uma expressao, a respeito do amor, que nun-

ca utiliza para descrever nenhum dos outros atributos princi-pais de Jeova. As Escrituras nao dizem que Deus e poder, queDeus e justica nem mesmo que Deus e sabedoria. Ele possuiessas qualidades, e a derradeira fonte delas e, no que se refe-re a demonstra-las, ninguem se compara a ele. Mas a respeitodo quarto atributo, usa-se uma expressao que da o que pen-sar: “Deus e amor.”� (1 Joao 4:8) O que isso significa?

16 A expressao “Deus e amor” nao se trata de uma especiede formula matematica, como se a Bıblia quisesse dizer que

� Outras declaracoes bıblicas tem estrutura semelhante. Por exem-plo, “Deus e luz” e “Deus e . . . um fogo consumidor”. (1 Joao 1:5; He-breus 12:29) Mas essas devem ser entendidas como metaforas, poiscomparam Jeova a coisas fısicas. Ele e como a luz, pois e santo e reto.A “escuridao”, ou impureza, nao tem nada que ver com ele. E ele podeser comparado ao fogo, porque pode usar seu poder de forma destru-tiva.

15. Que declaracao a Bıblia faz sobre o atributo do amor de Jeova, eem que sentido essa declaracao e unica? (Veja tambem a nota.)16-18. (a) Por que a Bıblia diz que “Deus e amor”? (b) De todas ascriaturas na Terra, por que o homem e um sımbolo apropriado doatributo divino do amor?

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“Deus e igual a amor”. Alem disso, nao se pode inverter a or-dem da frase; seria incorreto dizer: “O amor e Deus.” Jeova emuito mais do que uma qualidade abstrata. Ele e uma pessoacom muitos sentimentos e caracterısticas alem do amor. Masessa qualidade e parte fundamental de Deus como pessoa. Porisso, uma obra de referencia diz o seguinte sobre esse versıcu-lo: “O amor esta na propria essencia ou natureza de Deus.” Demodo geral, podemos entender a questao da seguinte manei-ra: o poder de Jeova lhe possibilita agir; a justica e a sabedoriaguiam seus atos; mas e o amor que o motiva a agir. E, quandousa seus outros atributos, Jeova sempre inclui o amor.

17 Muitas vezes se diz que Jeova e a propria personifica-cao do amor. Assim, se quisermos aprender a respeito desseamor baseado em princıpios, temos de aprender sobre Ele.´E claro que os humanos tambem sao capazes de demonstraressa bela qualidade. Por que? Na epoca da criacao, Jeova fa-lou, evidentemente ao seu Filho: “Facamos o homem a nos-sa imagem, segundo a nossa semelhanca.” (Genesis 1:26)De todas as criaturas na Terra, apenas o ser humano podedecidir amar e, assim, imitar seu Pai celestial. Lembre-se deque Jeova usou varias criaturas para simbolizar seus atribu-tos principais. Mas escolheu sua mais elevada criacao terres-tre, o homem, como sımbolo de Sua qualidade dominante,o amor. — Ezequiel 1:10.

18 Se nosso amor for altruısta e baseado em princıpios, esta-remos refletindo a qualidade dominante de Jeova.

´E exata-

mente como o apostolo Joao escreveu: “Quanto a nos, ama-mos porque ele nos amou primeiro.” (1 Joao 4:19) Mas deque maneiras Jeova nos amou primeiro?

Jeova tomou a iniciativa19 O amor nao e algo novo. Afinal, o que levou Jeova a

comecar a criar? Nao foi solidao nem necessidade de com-panhia. Jeova e completo e perfeito em si mesmo; nao lhe

19. Por que se pode dizer que o amor desempenhou um papel vitalna obra criativa de Jeova?

237“ELE NOS AMOU PRIMEIRO”

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falta nada que outra pessoa possa suprir. Mas seu amor, umaqualidade ativa, o motivou a querer partilhar as alegrias davida com criaturas inteligentes, capazes de apreciar essa dadi-va. “O princıpio da criacao de Deus” foi seu Filho unigeni-to. (Revelacao [Apocalipse] 3:14) Daı, Jeova usou esse Mestrede Obras para trazer todas as outras coisas a existencia, a co-mecar pelos anjos. ( Jo 38:4, 7; Colossenses 1:16) Abencoadoscom liberdade, inteligencia e sentimentos, esses espıritos po-derosos tiveram a oportunidade de formar seus proprios la-cos de amor: uns com os outros e, acima de tudo, com JeovaDeus. (2 Corıntios 3:17) Assim, amaram porque foram ama-dos primeiro.

20 O mesmo se deu com a humanidade. Desde o inıcio,Adao e Eva estavam praticamente cercados de amor. Paratodo lado que olhassem no seu lar paradisıaco, o

´Eden, po-

diam ver provas do amor de seu Pai por eles. A Bıblia diz:“Jeova Deus plantou um jardim no

´Eden, do lado do oriente,

e ali pos o homem que havia formado.” (Genesis 2:8) Ja es-teve num belıssimo jardim ou parque? Do que gostou mais?Da luz atravessando as folhagens e iluminando um cantosombrio? Do impressionante arco-ıris de flores num cantei-ro? Da musica de fundo produzida pelo murmurio de umriacho, pelo canto dos passaros e pelo zumbido dos insetos?Do perfume de arvores, flores e frutos? Seja como for, ne-nhum parque de hoje chega aos pes do

´Eden. Por que?

21 O proprio Jeova plantou aquele jardim! Deve ter sido umlugar indescritivelmente belo. Havia ali todo tipo de arvorefrutıfera ou ornamental. O jardim era bem irrigado, espaco-so e com uma variedade fascinante de animais. Adao e Eva ti-nham tudo de que precisavam para ter uma vida feliz e sa-tisfatoria, incluindo trabalho gratificante e companheirismoperfeito. Jeova os amou primeiro e eles tinham motivos desobra para retribuir esse amor. Mas nao fizeram isso. Em vez

20, 21. Que provas Adao e Eva tinham de que Jeova os amava, mascomo reagiram?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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Page 241: Achegue se a jeová

de amorosamente obedecer ao seu Pai celestial, eles, de for-ma egoısta, se rebelaram contra Ele. — Genesis, capıtulo 2.

22 Como isso deve ter sido doloroso para Jeova! Mas seraque Jeova ficou ressentido por causa dessa rebeliao? Nao!“Sua benevolencia [ou, “amor leal”, nota, NM com Referen-cias] e por tempo indefinido.” (Salmo 136:1) Assim, de for-ma amorosa, ele imediatamente tomou providencias pararesgatar os descendentes de Adao e Eva que tivessem a dis-posicao correta. Como vimos, entre esses preparativos estavao sacrifıcio de resgate de Seu Filho amado, que lhe custou taocaro. — 1 Joao 4:10.

23 De fato, desde o inıcio Jeova tomou a iniciativa de mos-trar amor a humanidade. De incontaveis maneiras, “ele nosamou primeiro”. O amor promove harmonia e alegria, demodo que nao e de admirar que Jeova seja descrito como o“Deus feliz”. (1 Timoteo 1:11) Mas surge uma pergunta im-portante: Sera que Jeova realmente nos ama em base indivi-dual? O proximo capıtulo tratara dessa questao.

22. Como a reacao de Jeova a rebeliao no´

Eden provou que Seu amore leal?23. Por que Jeova e o “Deus feliz”, e o proximo capıtulo tratara deque pergunta vital?

Perguntas para MeditacaoSalmo 63:1-11 Como devemos encarar o amor de Jeova? Essaqualidade pode nos ajudar a desenvolver que confianca?

Oseias 11:1-4; 14:4-8 De que maneiras Jeova mostrou amorpaterno para com Israel (ou, Efraim), apesar de que historicode desobediencia?Mateus 5:43-48 Como Jeova mostra amor paterno para com ahumanidade em geral?Joao 17:15-26 Como a oracao de Jesus a favor de seus seguido-res nos assegura que Jeova nos ama?

239“ELE NOS AMOU PRIMEIRO”

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SER´

A que Jeova Deus ama voce como pessoa? Alguns concor-dam que Deus ama a humanidade em geral, conforme dizJoao 3:16, mas pensam: “Deus nunca poderia amar a mimcomo indivıduo.” Ate mesmo cristaos verdadeiros vez poroutra tem duvidas a esse respeito. Um homem desanimadodisse: “Acho muito difıcil crer que Deus se importe comigo.”Sente duvidas como essas de vez em quando?

2 O que Satanas mais deseja e fazer-nos acreditar que JeovaDeus nao nos ama nem nos da valor.

´E verdade que mui-

tas vezes ele seduz as pessoas apelando para a vaidade e oorgulho. (2 Corıntios 11:3) Mas ele tambem tem prazer emdestruir o amor-proprio das pessoas mais vulneraveis. ( Joao7:47-49; 8:13, 44) Isso se da, em especial, nestes “ultimosdias” crıticos. Muitos hoje sao criados em famılias “sem afei-cao natural”; outros tem tratos diarios com gente violenta,egoısta e teimosa. (2 Timoteo 3:1-5) Anos de maus-tratos, ra-cismo ou odio talvez os tenham convencido de que nao va-lem nada e que nao merecem ser amados.

3 Se voce tiver esses sentimentos negativos no ıntimo, naose desespere. Muitos de nos, de vez em quando, somos umpouco duros demais com nos mesmos. Mas lembre-se de quea Palavra de Deus serve para “endireitar as coisas” e “demo-lir as coisas fortemente entrincheiradas”. (2 Timoteo 3:16;2 Corıntios 10:4) A Bıblia diz: “Asseguraremos os nossos co-racoes diante dele quanto a tudo em que os nossos coracoes

1. Que sentimentos negativos afligem muitas pessoas, incluindo al-guns cristaos verdadeiros?2, 3. Quem deseja que acreditemos que, aos olhos de Jeova, somosinuteis ou que nao merecemos ser amados? Como podemos comba-ter essa ideia?

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Nada pode “nos separardo amor de Deus”

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nos possam condenar, porque Deus e maior do que os nos-sos coracoes e ele sabe todas as coisas.” (1 Joao 3:19, 20) Va-mos analisar, entao, quatro maneiras em que as Escriturasnos ajudam a ‘assegurar o nosso coracao’ do amor de Jeova.

Jeova o considera precioso4 Primeiro, a Bıblia ensina de forma bem direta que Deus

da valor a cada um de seus servos. Por exemplo, Jesus disse:“Nao se vendem dois pardais por uma moeda de pequenovalor? Contudo, nem mesmo um deles caira ao chao sem oconhecimento de vosso Pai. Porem, os proprios cabelos devossa cabeca estao todos contados. Portanto, nao temais; vosvaleis mais do que muitos pardais.” (Mateus 10:29-31) Veja-mos o que essas palavras significavam para os ouvintes deJesus no primeiro seculo.

5 Talvez voce se pergunte por que alguem compraria umpardal. Acontece que, nos dias de Jesus, o pardal era a avemais barata vendida como alimento. Note que, com umamoeda de pouco valor, o comprador podia levar dois par-dais. Mais tarde, porem, Jesus declarou que, se a pessoa ti-vesse duas moedas, poderia comprar, nao quatro pardais,mas cinco. O passaro extra era acrescentado como se naotivesse nenhum valor. Talvez essas criaturas fossem sem va-lor aos olhos dos homens, mas como o Criador as encarava?Jesus disse: “Nem mesmo um deles [nem mesmo o passaroextra] esta esquecido diante de Deus.” (Lucas 12:6, 7) Comisso, comecamos a entender o que Jesus queria dizer: se Jeovada tanto valor a um unico pardal, quanto mais valioso eledeve considerar um ser humano! Como Jesus explicou, Deussabe de todos os detalhes a nosso respeito. Ora, ate os nossoscabelos estao contados!

6 Nossos cabelos estao contados? Alguns acham essa

4, 5. Como a ilustracao de Jesus sobre os pardais mostra que temosvalor aos olhos de Jeova?6. Como sabemos que Jesus estava sendo realista quando falou quenossos cabelos estao contados?

241NADA PODE “NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS”

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ilustracao de Jesus um pouco fantasiosa. Mas pense na espe-ranca da ressurreicao. Jeova deve nos conhecer muito bempara poder nos recriar. Ele nos considera tao valiosos que selembra de cada detalhe, incluindo nosso codigo genetico, to-dos os nossos anos de lembrancas e as coisas que passamosna vida.� Em comparacao com isso, contar nossos cabelos(em media a cabeca humana tem uns 100 mil fios) seria umafacanha simples.

O que Jeova ve em nos?7 Em segundo lugar, a Bıblia ensina-nos o que Jeova apre-

cia nos seus servos: em termos simples, nossas boas qualida-des e nossos esforcos. O Rei Davi disse ao seu filho Salomao:“Jeova sonda todos os coracoes e discerne toda inclinacaodos pensamentos.” (1 Cronicas 28:9) Ao sondar bilhoes decoracoes humanos neste mundo violento e cheio de odio,como Jeova deve ficar contente quando encontra um co-racao que ama a paz, a verdade e a justica! O que acon-tece quando Deus encontra um coracao cheio de amor porele, que procura aprender sobre ele e transmitir esse conhe-cimento a outros? Jeova nos informa que ele presta atencaoaos que falam com outros a Seu respeito. Ele ate mesmo tem“um livro de recordacao” para todos ‘os que temem a Jeovae para os que pensam no seu nome’. (Malaquias 3:16) Paraele, essas qualidades sao preciosas.

8 Quais sao algumas das boas obras a que Jeova da valor?Sem duvida, aos esforcos que fazemos para imitar o seu Fi-

� A Bıblia vez apos vez relaciona a esperanca da ressurreicao com amemoria de Jeova. O fiel Jo lhe disse: “Quem dera que . . . me fixas-ses um limite de tempo e te lembrasses de mim!” ( Jo 14:13) Jesus fa-lou da ressurreicao de “todos os que estao nos tumulos memoriais”.Isso e apropriado porque Jeova se lembra perfeitamente dos mortosque ele vai ressuscitar. — Joao 5:28, 29.

7, 8. (a) Ao sondar o coracao dos humanos, Jeova fica contentequando se depara com que qualidades? (b) Quais sao algumas das nos-sas obras a que Jeova da valor?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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lho, Jesus Cristo. (1 Pedro 2:21) Uma obra muito importanteque Deus aprecia e a divulgacao das boas novas do Reino. Le-mos, em Romanos 10:15: “Quao lindos sao os pes daquelesque declaram boas novas de coisas boas!” Normalmente tal-vez nao consideremos nossos humildes pes como “lindos”,ou belos. Mas aqui eles representam os esforcos dos servos deJeova para pregar as boas novas. Esse empenho e belo e pre-cioso aos Seus olhos. — Mateus 24:14; 28:19, 20.

9 Jeova tambem da valor a nossa perseveranca. (Mateus24:13) Lembre-se de que Satanas quer que voce de as costasa Jeova. Cada dia que voce permanece leal a Deus e mais umdia em que ajudou a dar uma resposta as zombarias de Sa-tanas. (Proverbios 27:11) Nem sempre e facil perseverar. Pro-blemas de saude, dificuldades financeiras, aflicao emocionale outros obstaculos podem tornar cada dia que passa umaprovacao. Expectativas adiadas tambem podem ser muito de-sanimadoras. (Proverbios 13:12) Quando nos mantemos

9, 10. (a) Por que podemos ter certeza de que Jeova da valor a nos-sa perseveranca em face de varias dificuldades? (b) Jeova nunca temque conceito negativo sobre seus servos fieis?

“Vos valeis mais do que muitos pardais”

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firmes em face dessas provacoes, Jeova da ainda mais va-lor a nossa perseveranca. Foi por isso que o Rei Davi pediuque Deus guardasse suas lagrimas num “odre” e acrescentou,confiante: “Nao estao no teu livro?” (Salmo 56:8) Sem duvi-da, Jeova da muito valor a todas as nossas lagrimas e aos so-frimentos que suportamos ao manter nossa lealdade a ele,nao se esquecendo disso. Sao coisas valiosas aos seus olhos.

10 Mas talvez achemos difıcil aceitar essas provas de nos-so valor aos olhos de Deus se o nosso coracao nos conde-na. Ele talvez sussurre insistentemente: ‘Mas ha tantos outrosque sao mais exemplares do que eu. Como Jeova deve ficardesapontado quando me compara com eles!’ Mas o Criadornao faz comparacoes, nem tem um conceito rıgido ou seve-ro. (Galatas 6:4) Ele examina a fundo os coracoes humanose da valor as boas qualidades, mesmo que sejam mınimas.

Jeova procura o que temos de bom11 Terceiro, quando Jeova nos examina, ele procura cuida-

dosamente o que temos de bom. Por exemplo, quando de-cretou que toda a dinastia apostata do Rei Jeroboao fos-se executada, Ele ordenou que Abias, um dos filhos do rei,recebesse um enterro decente. Por que? “Nele se achou algode bom para com Jeova, o Deus de Israel.” (1 Reis 14:1, 10-13)Jeova, na verdade, examinou o coracao daquele jovem e en-controu “algo de bom” nele. Talvez se tratasse de muito pou-ca bondade, mas mesmo assim Deus considerou apropria-do registrar isso na sua Palavra. Ele ate recompensou aqueleunico membro de uma famılia apostata, mostrando-lhe amisericordia que julgou apropriada.

12 Ha um exemplo ainda mais positivo: o do bom Rei Jeo-

11. Ao analisar o modo como Jeova lidou com Abias, o que aprende-mos sobre nosso Criador?12, 13. (a) Como o caso do Rei Jeosafa mostra que Jeova procura oque temos de bom mesmo quando pecamos? (b) No que se refere anossas boas obras e qualidades, em que sentido Jeova age como umPai amoroso?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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safa. Quando ele cometeu umato tolo, o profeta de Jeovalhe disse: “Por isso ha indig-nacao contra ti da parte dapessoa de Jeova.” De fato,palavras preocupantes! Mas amensagem de Jeova nao pa-rou por aı. Acrescentou: “Naoobstante, acharam-se boas coisascontigo.” (2 Cronicas 19:1-3) Demodo que, apesar de sua ira jus-ta, Jeova nao ficou cego para coma bondade de Jeosafa. Como isso ediferente do modo como agem oshumanos imperfeitos! Quando fica-mos aborrecidos com outros, nossatendencia e desconsiderar o que elestem de bom. E, quando pecamos, odesapontamento, a vergonha e a cul-pa que sentimos nos fazem esquecerdas boas qualidades que nos mesmos te-mos. Lembre-se, porem, de que, se nosarrependermos de nossos pecados e fizer-mos bastante esforco para nao repeti-los,Jeova nos perdoara.

13 Quando nos examina, Jeova poe de ladoesses pecados, mais ou menos como um mi-nerador a procura de ouro descarta o cascalhosem valor. E o que faz com nossas boas quali-dades e obras? Ah, essas sao as “pepitas” queele guarda. Ja notou que pais amorosos mui-tas vezes guardam os desenhos e trabalhos

Jeova aprecia a nossa perseverancaem face de provacoes

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escolares dos filhos — as vezes por decadas, quando os fi-lhos ate ja se esqueceram deles? Jeova e o Pai mais amorosoque existe. Se permanecermos fieis, ele nunca se esquecerade nossas boas obras e qualidades. De fato, ele considerariauma injustica esquecer-se delas — e ele nunca e injusto. (He-breus 6:10) Jeova tambem procura o que temos de bom deoutra maneira.

14 Em vez de se concentrar em nossas imperfeicoes, Jeova veo nosso potencial. Para ilustrar: os amantes da arte nao me-dem esforcos para restaurar pinturas ou outras obras seria-mente danificadas. Por exemplo, quando alguem danificoucom uma espingarda um esboco de Leonardo da Vinci, ava-liado em mais de 30 milhoes de dolares, na Galeria Nacional,em Londres, ninguem sugeriu que o desenho fosse jogadofora so porque estava danificado. O trabalho de restauracaoda obra-prima de quase 500 anos comecou imediatamente.Por que? Porque ela era preciosa para os amantes da arte. Seraque voce nao vale mais do que um desenho a giz e carvao?Aos olhos de Deus, sem duvida vale — nao importa quantoa imperfeicao herdada o tenha danificado. (Salmo 72:12-14)Jeova Deus, o perito Criador da famılia humana, fara o quefor preciso para restabelecer a perfeicao todos os que corres-ponderem ao seu cuidado amoroso. — Atos 3:21; Romanos8:20-22.

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E evidente que Jeova ve o que cada um de nos tem debom, mesmo que nos nao vejamos isso. E a medida que oservirmos, ele fara com que aquilo que temos de bom au-mente ate que, por fim, alcancemos a perfeicao. Nao impor-ta como o mundo de Satanas tenha nos tratado, Jeova consi-dera seus servos fieis como desejaveis, ou preciosos. — Ageu2:7, nota, NM com Referencias.

14, 15. (a) Por que nossas imperfeicoes nao impedem Jeova de no-tar o que temos de bom? Ilustre isso. (b) O que Jeova fara com as coi-sas boas que achar em nos, e como ele encara seu povo fiel?

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Page 249: Achegue se a jeová

Jeova demonstra seu amor de forma ativa16 Em quarto lugar, Jeova faz muitas coisas para provar seu

amor por nos. Sem duvida, a melhor resposta a mentira sa-tanica de que nos nao valemos nada e que nao merecemosser amados e o sacrifıcio resgatador de Cristo. Nunca se es-queca de que a morte agonizante de Jesus na estaca de tor-tura e a agonia ainda maior que Jeova teve de suportar, ob-servando a morte de seu Filho amado, foram prova do amordeles por nos. Infelizmente, muitas pessoas acham difıcil acei-tar que essa dadiva foi feita para elas pessoalmente. Sentem-seindignas. Lembre-se, porem, de que o apostolo Paulo, que ha-via sido perseguidor dos seguidores de Cristo, escreveu: “O Fi-lho de Deus . . . me amou e se entregou por mim.” — Galatas1:13; 2:20.

17 Jeova nos da provas de seu amor ajudando cada um de nosa tirar proveito do sacrifıcio de Cristo, que disse: “Ninguempode vir a mim, a menos que o Pai, que me enviou, o atraia.”(Joao 6:44) Ou seja, Jeova pessoalmente nos atrai a seu Filhoe a esperanca de vida eterna. Como? Por meio da pregacao,que alcanca cada um de nos, e do seu espırito santo, que eleusa para nos ajudar a compreender e aplicar as verdades espi-rituais, apesar de nossas limitacoes e imperfeicoes. Por isso,Jeova pode dizer a nosso respeito o mesmo que disse sobreIsrael: “Eu te amei com um amor por tempo indefinido. Porisso e que te atraı com benevolencia.” — Jeremias 31:3.

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E possivelmente por meio do privilegio da oracao que sen-timos o amor de Jeova de forma mais ıntima. A Bıblia convi-da cada um de nos a ‘orar incessantemente’ a Deus. (1 Tes-salonicenses 5:17) Ele nos escuta.

´E ate mesmo chamado de

16. Qual e a maior prova do amor de Jeova por nos, e como sabemosque essa dadiva foi feita para nos pessoalmente?17. De que maneiras Jeova nos atrai a si mesmo e ao seu Filho?18, 19. (a) Por meio do que sentimos o amor de Jeova por nos deforma mais ıntima, e o que mostra que ele cuida dessa atribuicao pes-soalmente? (b) Como a Palavra de Deus nos assegura que Jeova escu-ta com empatia?

247NADA PODE “NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS”

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“Ouvinte de oracao”. (Salmo 65:2) Nao delegou essa funcaoa nenhuma outra pessoa — nem mesmo ao seu proprio Filho.Imagine: o Criador do Universo incentiva-nos a nos dirigir aele em oracao, com franqueza no falar. E que tipo de ouvinteele e: frio, apatico, insensıvel? De modo algum.

19 Jeova demonstra empatia. O que quer dizer essa palavra?Um fiel servo idoso de Jeova disse: “A empatia e a sua dorno meu coracao.” Sera que Jeova e mesmo afetado pela nossador? A respeito do sofrimento de seu povo, Israel, lemos: “Du-rante toda a aflicao deles, foi aflitivo para ele.” (Isaıas 63:9)Jeova nao apenas via os problemas deles; ele sofria junto comseu povo. Comprovando quanto ele sente, note essas palavrasdo proprio Jeova aos seus servos: “Aquele que toca em vos,toca no globo do meu olho.”� (Zacarias 2:8) Isso seria muitodoloroso. De fato, Jeova compartilha a nossa dor. Quando so-fremos, ele sofre junto.

20 Naturalmente, nenhum cristao equilibrado usaria essaevidencia do amor e da estima de Deus como desculpa parademonstrar orgulho ou egoısmo. O apostolo Paulo escreveu:“Por intermedio da benignidade imerecida que me foi dada,digo a cada um aı entre vos que nao pense mais de si mes-mo do que e necessario pensar; mas, que pense de modo a terbom juızo, cada um conforme Deus lhe distribuiu uma me-dida de fe.” (Romanos 12:3) Outra traducao diz assim: “Digoa todos voces que nao se achem melhores do que realmentesao. Pelo contrario, pensem com humildade a respeito de vo-ces mesmos.” (Bıblia na Linguagem de Hoje) Assim, ao passoque desfrutamos do amor de nosso Pai celestial, devemos ser

� Algumas traducoes desse texto dao a entender que quem toca nopovo de Deus toca no proprio olho ou no olho de Israel, nao no deDeus. Esse erro foi introduzido por escribas que consideravam esse tre-cho irreverente e, por isso, o “corrigiram”. Esse esforco mal direciona-do obscureceu a intensidade da empatia pessoal de Jeova.

20. Se quisermos obedecer ao conselho de Romanos 12:3, que racio-cınio desequilibrado deveremos evitar?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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ajuizados e lembrar-nos de que o amor de Deus e imerecido.— Lucas 17:10.

21 Facamos tudo ao nosso alcance para rejeitar todas as men-tiras de Satanas, incluindo a de que nao valemos nada e quenao merecemos ser amados. Se por causa daquilo que passouna vida voce se considera um obstaculo tao grande que nemmesmo o amor imenso de Deus pode superar, ou pensa quesuas boas obras sao insignificantes demais para serem notadasmesmo pelos olhos dele, que observam tudo, ou acha seus pe-cados graves demais para serem cobertos mesmo pela mor-te do Filho precioso dele, entao lhe ensinaram uma mentira.Rejeite de todo o coracao mentiras como essas! Que a verdadeexpressa nas palavras inspiradas do apostolo Paulo nos ajudea nos ‘assegurarmos’, de coracao, que Jeova nos ama! Ele dis-se: “Estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nemanjos, nem governos, nem coisas presentes, nem coisas porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qual-quer outra criacao sera capaz de nos separar do amor de Deus,que esta em Cristo Jesus, nosso Senhor.” — Romanos 8:38, 39.

21. Que mentiras satanicas devemos continuar a rejeitar, e que verda-de divina nos ajudara a nos ‘assegurarmos’, de coracao, que Jeova nosama?

Perguntas para MeditacaoSalmo 139:1-24 Como as palavras inspiradas do Rei Davi mos-tram que Jeova esta muito interessado em nos, como pessoas?Isaıas 43:3, 4, 10-13 Como Jeova se sente em relacao aos queo servem como suas Testemunhas, e como esses sentimentossao expressos em acoes?Romanos 5:6-8 Por que podemos ter certeza de que nossa con-dicao imperfeita nao impede que o amor de Jeova nos alcancee nos beneficie?Judas 17-25 Como podemos nos manter no amor de Deus?Que influencias tornam difıcil fazermos isso?

249NADA PODE “NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS”

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UM CHORO no meio da noite. Imediatamente, a maeacorda. Desde que o bebe nasceu, ela nunca mais dormiutao profundamente como antes. Alem disso, aprendeu aidentificar os diferentes choros do filho e, assim, sabe seele quer mamar, ser embalado ou se precisa de alguma ou-tra coisa. Mas nao importa qual seja a razao do choro dobebe, a mae sempre lhe da atencao. Seu coracao a impedede ignorar as necessidades da crianca.

2 A compaixao da mae pelo filho esta entre os sentimen-tos mais afetuosos conhecidos pelos humanos. Mas existeum sentimento infinitamente mais forte: a terna compai-xao de nosso Deus, Jeova. Uma analise dessa qualidade ma-ravilhosa ajudara a nos achegarmos mais a Ele. Vejamos,entao, o que e compaixao e como nosso Deus a manifesta.

O que e compaixao?3 Na Bıblia, compaixao e misericordia estao intimamen-

te ligadas. Varias palavras hebraicas e gregas transmitem aideia de terna compaixao. Veja, por exemplo, o verbo he-braico ra·hham, frequentemente traduzido “mostrar mise-ricordia” ou “ter pena”. Uma obra de referencia explicaque o verbo ra·hham “expressa um sentimento profundo eterno de compaixao, tal como o que e provocado por ver-mos fraquezas ou sofrimentos naqueles que nos sao queri-dos ou que precisam da nossa ajuda”. Esse termo hebrai-

1, 2. (a) Qual e a reacao natural da mae ao choro do bebe? (b) Quesentimento e mais forte do que a compaixao materna?3. Qual e o significado do verbo hebraico traduzido “mostrar miseri-cordia” ou “ter pena”?

C A P´I T U L O 2 5

A “terna compaixaode nosso Deus”

Page 253: Achegue se a jeová

co, que Jeova aplica a si mesmo, se relaciona com a palavrapara “utero” e pode ser descrito como “compaixao mater-nal”.� —

ˆExodo 33:19; Jeremias 33:26.

4 A Bıblia usa os sentimentos que a mae tem pelo bebepara nos ensinar o sentido da compaixao de Jeova. EmIsaıas 49:15 lemos: “Havera mae que possa esquecer seubebe que ainda mama e nao ter compaixao [ra·hham] dofilho que gerou? Embora ela possa esquece-lo, eu nao meesquecerei de voce!” (Nova Versao Internacional) Essa des-cricao emocionante destaca a intensidade da compaixaode Jeova pelo seu povo. Como assim?

E difıcil imaginar que uma mae se esqueca de amamen-tar e cuidar do bebe. Afinal, a crianca e indefesa e preci-sa da atencao e do afeto materno 24 horas por dia! Infeliz-mente, porem, a negligencia materna nao e tao incomumassim, em especial nestes “tempos crıticos” marcados pelafalta de “afeicao natural”. (2 Timoteo 3:1, 3) Mas Jeovadiz: “Eu nao me esquecerei de voce!” A terna compaixaoque Deus sente pelo seu povo e infalıvel. O mais afetuososentimento natural que conhecemos e a compaixao que amae costuma sentir pelo bebe. Mas a compaixao divina eincomparavelmente mais forte. Nao e de admirar que umcomentarista tenha dito o seguinte sobre Isaıas 49:15: “Essae uma das mais intensas (talvez a mais intensa) expressoesdo amor de Deus no Velho Testamento.”

6 Sera que essa terna compaixao e sinal de fraque-za? Na opiniao de muitos humanos imperfeitos, sim. Por

� O interessante, porem, e que no Salmo 103:13 o verbo hebraicora·hham denota a misericordia, ou compaixao, que um pai demonstraaos filhos.

4, 5. Como a Bıblia usa os sentimentos que a mae tem pelo bebe paranos ensinar sobre a compaixao de Jeova?6. Qual e a opiniao de muitos humanos imperfeitos a respeito da ter-na compaixao, mas do que Jeova nos assegura?

251A “TERNA COMPAIX˜

AO DE NOSSO DEUS”

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exemplo, o filosofo romano Seneca, contemporaneo de Je-sus e um dos mais importantes intelectuais de Roma, en-sinava que “sentir pena e uma fraqueza da mente”. Sene-ca era partidario do estoicismo, a filosofia que dava enfasea calma desprovida de sentimentos. O sabio podia ajudaros necessitados, dizia ele, mas nao devia ter pena, porqueesse sentimento o privaria da serenidade. Segundo esse ra-ciocınio egocentrico, era inadmissıvel demonstrar compai-xao de coracao. Mas Jeova nao e assim. Na sua Palavra, elenos assegura que “e mui terno em afeicao e e compassivo”.(Tiago 5:11, nota, NM com Referencias) Como veremos, acompaixao nao e uma fraqueza, mas uma qualidade forte evital. Analisemos como Jeova, igual a um pai ou uma maeamorosos, a manifesta.

Jeova mostrou compaixao por uma nacao7 Pode-se observar claramente a compaixao de Jeova no

modo como ele lidou com a nacao de Israel. No fim do se-culo 16 AEC, milhoes de israelitas eram escravos no Egitoantigo. Ali, eram muito oprimidos, pois os egıpcios “amar-guravam-lhes a vida com dura escravidao, em argamassaargilosa e em tijolos”. (

ˆExodo 1:11, 14) Por causa da aflicao,

os israelitas clamaram a Jeova por ajuda. Como o Deus deterna compaixao reagiu?

8 A suplica do povo tocou o coracao de Jeova. Ele disse:“Indubitavelmente, tenho visto a tribulacao do meu povoque esta no Egito e tenho ouvido seu clamor por causa da-queles que os compelem a trabalhar; porque eu bem sei dasdores que sofrem.” (

ˆExodo 3:7) Jeova nao conseguia ver o

sofrimento do seu povo ou ouvir seus clamores sem sentir

7, 8. Como os israelitas sofreram no Egito antigo, e qual foi a reacaode Jeova aos sofrimentos deles?

“Havera mae que possa esquecer seu bebe?”

253A “TERNA COMPAIX˜

AO DE NOSSO DEUS”

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pena deles. Como vimos no Capıtulo 24 deste livro, Jeova eum Deus de empatia. Essa qualidade — definida como a ha-bilidade de sentir a dor dos outros — esta intimamente liga-da a compaixao. Mas, em vez de apenas sentir pena do seupovo, Jeova foi motivado a agir em favor dele. Isaıas 63:9diz: “Ele mesmo os resgatou no seu amor e na sua compai-xao.” Com “mao forte”, Deus resgatou os israelitas do Egi-to. (Deuteronomio 4:34) Posteriormente, forneceu-lhes ali-mento de forma milagrosa e conduziu-os a uma terra fertil.

9 A compaixao de Jeova, porem, nao parou por aı. Depoisde se estabelecer na Terra Prometida, Israel repetidas vezesse tornou infiel e sofreu as consequencias disso. Mas en-tao o povo caıa em si, suplicava a Jeova e ele os livrava, vezapos vez. Por que? ‘Porque tinha compaixao do seu povo.’— 2 Cronicas 36:15; Juızes 2:11-16.

10 Veja o que aconteceu nos dias de Jefte. Visto que os is-raelitas haviam passado a adorar deuses falsos, Jeova per-mitiu que os amonitas os oprimissem por 18 anos. Por fim,se arrependeram. A Bıblia nos diz: “Comecaram a removeros deuses estrangeiros do seu meio e a servir a Jeova, demodo que a alma dele ficou impaciente por causa da des-graca de Israel.”� ( Juızes 10:6-16) Uma vez que seu povo de-monstrou arrependimento genuıno, Jeova nao pode maissuportar ve-los sofrer. De modo que o Deus de terna com-paixao habilitou Jefte para livrar os israelitas das maos deseus inimigos. — Juızes 11:30-33.

� A expressao “a alma dele ficou impaciente” significa literalmente“sua alma foi encurtada; sua paciencia se esgotou”. A Bıblia Pastoral diz:“Nao pode mais suportar o sofrimento de Israel.” A Bıblia — Mensagemde Deus traduz assim esse trecho: “Nao tolerou mais a desgraca de Is-rael.”

9, 10. (a) Por que Jeova libertou os israelitas repetidas vezes depoisde eles se estabelecerem na Terra Prometida? (b) Nos dias de Jefte,Jeova libertou os israelitas de que opressao, e o que o levou a fazerisso?

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11 O que os tratos de Jeova com a nacao de Israel nos ensi-nam a respeito da terna compaixao? Primeiro, e facil perce-ber que nao se trata apenas de notar os problemas que aspessoas estao passando. Lembre-se do exemplo de compai-xao da mae que da pronta atencao ao choro do bebe. Demodo similar, Jeova nao se faz de surdo diante das suplicasdo seu povo. Sua terna compaixao o motiva a aliviar o so-frimento dele. Alem disso, o modo como Jeova lidou comos israelitas nos ensina que a compaixao nao e uma fraque-za, pois essa qualidade bondosa o levou a tomar acao firmee decisiva a favor do seu povo. Mas sera que Jeova so mos-tra compaixao aos seus servos coletivamente?

Jeova demonstra compaixaoem base individual

12 A Lei que Deus deu a nacao de Israel mostrou a com-paixao que ele sente pelas pessoas em base individual. Umexemplo disso e sua preocupacao com os pobres. Jeova sa-bia que, devido a circunstancias inesperadas, um israeli-ta poderia acabar se atolando na pobreza. Como os po-bres deviam ser tratados? Jeova deu uma ordem diretaaos israelitas: “Nao deves endurecer teu coracao, nem fe-char a mao para com o teu irmao pobre. Deves termi-nantemente dar-lhe e teu coracao nao deve ser mesqui-nho ao lhe dares, porque e por esta razao que Jeova, teuDeus, te abencoara em todo ato teu.” (Deuteronomio 15:7,10) Deus tambem ordenou que nao colhessem totalmenteas beiradas dos campos nem juntassem as sobras. A respi-ga deveria ser deixada para os menos favorecidos. (Levıti-co 23:22; Rute 2:2-7) Quando a nacao de Israel obedecia a

11. Quando analisamos os tratos de Jeova com os israelitas, o queaprendemos sobre a compaixao?12. Como a Lei refletia a compaixao que Jeova sente pelas pessoas embase individual?

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essas leis bondosas a favor dos pobres no seu meio, essesnao precisavam mendigar por comida. Nao concorda queisso refletia a terna compaixao de Jeova?

13 Hoje tambem nosso Deus amoroso esta profundamen-te interessado em nos como indivıduos. Podemos ter cer-teza de que ele esta plenamente ciente de qualquer sofri-mento que passemos. O salmista Davi escreveu: “Os olhosde Jeova estao atentos aos justos e seus ouvidos estao aten-tos ao seu clamor por ajuda. Perto esta Jeova dos que temcoracao quebrantado; e salva os que tem espırito esmaga-do.” (Salmo 34:15, 18) Um comentarista bıblico disse o se-guinte a respeito dos que sao descritos nas palavras aci-ma: “Tem o coracao quebrantado e espırito contrito, isto e,o pecado os torna humildes e tem pouca autoestima; elesse acham insignificantes e nao confiam nos proprios me-ritos.” Talvez achem que Jeova esta muito distante deles eque sao insignificantes demais para que Deus se preocupecom eles. Mas nao e bem assim. As palavras de Davi nos as-seguram que Jeova nao abandona os que “se acham insig-nificantes”. Nosso Deus compassivo sabe que, nessas oca-sioes, precisamos dele mais do que nunca e ele esta sempreperto de nos.

14 Preste atencao a seguinte historia: uma mae nos Esta-dos Unidos correu para o hospital com o filho de dois anosque estava com uma grave inflamacao na garganta. Depoisde examinar o menino, os medicos informaram a mae deque, aquela noite, ele teria de ficar em observacao no hos-pital. Onde voce acha que a mae passou a noite? Numa ca-deira no quarto de hospital, ao lado do leito do filho! Seu

13, 14. (a) Como as palavras de Davi nos asseguram que Jeova estaprofundamente interessado em nos como indivıduos? (b) Como sepode ilustrar que Jeova esta perto quando estamos com o “coracaoquebrantado” ou o “espırito esmagado”?

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filhinho estava doente e ela simplesmente tinha de ficarpor perto. Sem duvida, podemos esperar que nosso amoro-so Pai celestial faca ainda mais por nos! Afinal, fomos cria-dos a imagem dele. (Genesis 1:26) As palavras comoven-tes do Salmo 34:18 nos dizem que, quando estamos como “coracao quebrantado” ou o “espırito esmagado”, Jeova,como um pai amoroso, ‘esta perto’ — sempre compassivo epronto para ajudar.

15 Como, entao, Jeova nos ajuda individualmente? Nemsempre ele remove a causa dos nossos sofrimentos. Mas elefez muitas provisoes para os que imploram a Sua ajuda. SuaPalavra, a Bıblia, fornece conselhos praticos que auxiliambastante. Na congregacao, Jeova providenciou que supe-rintendentes espiritualmente qualificados, que se esforcampara refletir a compaixao divina, deem atencao aos seuscompanheiros de adoracao. (Tiago 5:14, 15) Como “Ouvin-te de oracao”, ele dara “espırito santo aos que lhe pedi-rem”. (Salmo 65:2; Lucas 11:13) Esse espırito pode nos daro “poder alem do normal” a fim de perseverarmos ate queo Reino de Deus remova todos os problemas estressantes.(2 Corıntios 4:7) Nao somos gratos por tudo o que Jeovafaz por nos? Nao nos esquecamos de que essas sao demons-tracoes da terna compaixao de Deus.

16 Naturalmente, o maior exemplo da compaixao de Jeovae o fato de ele ter entregado seu Filho mais querido paranos resgatar. Foi um sacrifıcio amoroso da parte de Jeova eabriu caminho para a nossa salvacao. Lembre-se de que oresgate se aplica a cada um de nos. Com toda a razao, Zaca-rias, pai de Joao Batista, predisse que essa dadiva magnifi-caria a “terna compaixao de nosso Deus”. — Lucas 1:78.

15. De que maneiras Jeova nos ajuda individualmente?16. Qual e o maior exemplo da compaixao de Jeova, e como nos afe-ta pessoalmente?

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AO DE NOSSO DEUS”

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Quando Jeova se refreia de mostrar compaixao17 Quer dizer, entao, que a terna compaixao de Jeova nao

tem limites? Muito pelo contrario, a Bıblia mostra clara-mente que, quando alguem se opoe aos modos corretos deJeova, ele refreia-se de demonstrar compaixao — o que ebastante justo. (Hebreus 10:28) Para entender por que eleage assim, lembre-se do exemplo da nacao de Israel.

18 Embora vez apos vez Jeova libertasse os israelitas dosseus inimigos, Sua compaixao por fim chegou ao limite.Aquele povo teimoso praticava idolatria a tal ponto que tra-zia seus ıdolos repulsivos para dentro do templo de Jeova!(Ezequiel 5:11; 8:17, 18) Alem disso, lemos: “Cacoavamcontinuamente dos mensageiros do verdadeiro Deus e des-prezavam as suas palavras, e zombavam dos seus profetasate que subiu o furor de Jeova contra o seu povo, ate quenao havia mais cura.” (2 Cronicas 36:16) Os israelitas che-garam a um ponto em que nao havia mais base para com-paixao. Despertaram a ira justa de Jeova. Qual foi o resul-tado?

19 Jeova nao pode mais mostrar compaixao pelo seu povo.Declarou: “Nao terei compaixao, nem terei do, nem te-rei misericordia, de modo a nao arruina-los.” ( Jeremias13:14) Assim, Jerusalem e seu templo foram destruıdos e osisraelitas foram levados para Babilonia como prisioneiros.Quando humanos pecadores se tornam tao rebeldes queultrapassam os limites da compaixao divina, o resultado sopode ser tragico. — Lamentacoes 2:21.

20 Qual e a situacao hoje? Jeova nao mudou. Por compai-

17-19. (a) Como a Bıblia mostra que a compaixao de Jeova tem limi-tes? (b) O que fez com que a compaixao de Jeova para com seu povochegasse ao limite?20, 21. (a) O que ocorrera quando a compaixao divina atingir o seulimite nos nossos dias? (b) Que demonstracao da compaixao de Jeovasera analisada no proximo capıtulo?

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xao, ele incumbiu suas Testemunhas de pregar as “boasnovas do reino” em toda a Terra habitada. (Mateus 24:14)Ele ajuda os sinceros que aceitam essa mensagem a enten-der o sentido dela. (Atos 16:14) Mas essa obra nao conti-nuara para sempre. Nao seria compassivo da parte de Jeovase ele permitisse que este mundo perverso, com toda a suador e sofrimento, continuasse existindo indefinidamente.Quando a compaixao divina atingir o limite, Jeova execu-tara seu julgamento contra o atual sistema. Mesmo entao,esse sera um ato de compaixao — compaixao pelo seu “san-to nome” e por seus servos dedicados. (Ezequiel 36:20-23)Jeova eliminara a maldade e introduzira um novo mundojusto. Falando dos perversos, ele declara: “Meu olho naotera do, nem terei compaixao. Hei de trazer o procedimen-to deles sobre a sua propria cabeca.” — Ezequiel 9:10.

21 Enquanto esse dia nao chegar, Jeova continuara a sen-tir compaixao pelas pessoas, ate pelas que se encaminhampara a destruicao. Os humanos pecadores que se arrepen-dem sinceramente podem beneficiar-se de uma das maio-res demonstracoes da compaixao de Jeova: o seu perdao.No proximo capıtulo, veremos algumas lindas ilustracoesbıblicas que indicam o alcance do perdao divino.

Perguntas para MeditacaoJeremias 31:20 Que sentimentos cordiais Jeova tem pelo seupovo? Em vista disso, como voce se sente em relacao a Ele?

Joel 2:12-14, 17-19 O que o povo de Jeova precisava fazer parareceber compaixao e o que aprendemos disso?

Jonas 4:1-11 Como Jeova ensinou a Jonas uma licao sobre aimportancia da compaixao?

Hebreus 10:26-31 Por que nao devemos abusar da misericor-dia, ou compaixao, de Jeova?

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“MEUS proprios erros passaram acima da minha cabeca”, es-creveu o salmista Davi. “Iguais a uma carga pesada, sao pesa-dos demais para mim. Fiquei entorpecido e quebrantado aoextremo.” (Salmo 38:4, 8) Davi sabia que o fardo duma cons-ciencia culpada podia ser muito pesado. Mas ele obteve conso-lo para seu coracao aflito. Estava ciente de que, embora odeie opecado, Jeova nao odeia o pecador, desde que este realmentese arrependa e rejeite seu proceder pecaminoso. Com plena fenadisposicaode Jeova deconceder misericordiaaos arrependi-dos, Davi disse: “Tu, o Jeova, . . . estas pronto a perdoar.” — Sal-mo 86:5.

2 Quando pecamos, talvez tenhamos de suportar, tambem, ofardo esmagador duma consciencia pesada. Mas sentir remor-so e saudavel, porque pode induzir-nos a tomar medidas posi-tivas para corrigir nossos erros. Ha o perigo, contudo, de ser-mos esmagados pela culpa. Nosso coracao talvez nos condene,insistindo que Jeova nunca nos perdoara, nao importa quantoestejamos arrependidos. Se formos ‘tragados’ pela culpa, Sata-nas tentara nos fazer acreditar que Jeova nos considera inuteisou que nao somos dignos de servi-lo e que, portanto, so nosresta desistir. — 2 Corıntios 2:5-11.

E isso que Jeova pensa? De modo algum! O perdao e umaspecto do seu grande amor. Em sua Palavra, ele nos assegu-ra que, quando mostramos genuıno arrependimento de cora-cao, eleestadisposto anosperdoar. (Proverbios28:13) Para quenunca cheguemos a conclusao de que o perdao de Deus e inal-cancavelparanos, vamosexaminar porqueecomoeleperdoa.

1-3. (a) Que fardo pesado o salmista Davi tinha de levar e como eleobteve consolo para o seu coracao aflito? (b) Quando pecamos, quefardo talvez tenhamos de suportar, mas o que Jeova nos assegura?

C A P´I T U L O 2 6

Um Deus“pronto a perdoar”

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Por que Jeova esta “pronto a perdoar”4 Jeova esta ciente das nossas limitacoes. “Ele mesmo co-

nhece bem a nossa formacao, lembra-se de que somos po”,diz o Salmo 103:14. Ele nao se esquece de que somos criatu-ras de po, fracas devido a imperfeicao. A declaracao de queele conhece “a nossa formacao” lembra-nos de que, na Bı-blia, Jeova e comparado a um oleiro, e nos a vasos de barroque ele molda.� ( Jeremias 18:2-6) O Grande Oleiro moderaseus tratos conosco por causa da fragilidade de nossa nature-za pecaminosa e de acordo com o modo como reagimos asua orientacao.

5 Jeova entende o poder que o pecado exerce sobre nos.As Escrituras descrevem o pecado como uma forca pode-rosa, que segura o homem nas suas garras mortıferas. Ateque ponto vai o domınio do pecado? No livro de Romanos,o apostolo Paulo explica: estamos “debaixo de pecado”, as-sim como soldados estao sob a autoridade dum comandan-te (Romanos 3:9); ele tem ‘reinado’ sobre a humanidade (Ro-manos 5:21); “reside”, ou “mora”, em nos (Romanos 7:17,20); sua “lei” opera continuamente em nos, na realidade,tentando controlar nosso modo de agir. (Romanos 7:23, 25)Que domınio poderoso o pecado exerce sobre nossa carnedecaıda! — Romanos 7:21, 24.

6 Portanto, Jeova sabe que para nos e impossıvel ser-mos perfeitamente obedientes, nao importa quanto tente-mos. Ele nos assegura amorosamente que, se buscarmos sua

� A palavra hebraica vertida “a nossa formacao” tambem e usadacom relacao a vasos de barro moldados por um oleiro. — Isaıas 29:16.

4. De que Jeova se lembra quanto a nossa natureza, e como isso afe-ta o modo como ele nos trata?5. Como o livro de Romanos descreve ate que ponto vai o domıniodo pecado sobre nos?6, 7. (a) Como Jeova encara os que buscam seu perdao com o cora-cao arrependido? (b) Por que nunca devemos abusar da misericordiade Deus?

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misericordia com o coracao arrependido, ele nos concederao perdao. O Salmo 51:17 diz: “Os sacrifıcios a Deus sao umespırito quebrantado; um coracao quebrantado e esmagadonao desprezaras, o Deus.” Jeova nunca rejeitara ou repudiaraum coracao “quebrantado e esmagado” pelo fardo da culpa.

7 Significa isso, porem, que podemos abusar da misericor-dia de Deus, usando nossa natureza pecaminosa como des-culpa para o pecado? De modo algum! Jeova nao e go-vernado por mero sentimentalismo. Sua misericordia temlimites. Ele de modo algum perdoara os que obstinadamen-te praticam pecados de forma deliberada sem mostrar ar-rependimento. (Hebreus 10:26) Por outro lado, quando de-tecta arrependimento de coracao, ele esta pronto a perdoar.Vamos analisar agora algumas das expressoes vıvidas usadasna Bıblia para descrever essa maravilhosa faceta do amor deJeova.

Ate que ponto vai o perdao de Jeova?8 O arrependido Davi disse: “Finalmente te confessei meu

pecado e nao encobri meu erro. . . . E tu mesmo perdoaste oerro dos meus pecados.” (Salmo 32:5) A expressao “perdoas-te” traduz uma palavra hebraica cujo sentido basico e “le-vantar” ou “levar”. Conforme usada aqui, ela significa remo-ver “a culpa, o pecado, a transgressao”. De modo que Jeovacomo que levantou e levou embora os pecados de Davi. Semduvida, isso aliviou o sentimento de culpa que ele vinhasuportando. (Salmo 32:3) Nos tambem podemos ter plenaconfianca em Deus, porque ele leva embora os pecados dosque procuram seu perdao a base da fe no sacrifıcio resgata-dor de Jesus. — Mateus 20:28.

9 Davi usou outra expressao vıvida para descrever o perdao

8. O que podemos dizer que Jeova faz quando perdoa nossos peca-dos, e que confianca isso nos da?9. A que distancia Jeova poe de nos os nossos pecados?

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de Jeova: “Tao longe quanto o leste esta do oeste, para taolonge Ele removeu de nos as nossas transgressoes.” (O grifoe nosso; Salmo 103:12, The Amplified Bible) A que distanciao leste fica do oeste? Pode-se dizer que eles estao no pontomais distante um do outro; esses dois pontos cardeais nun-ca se encontram. Um erudito diz que essa expressao signifi-ca “o mais longe possıvel, o mais longe que alguem possaimaginar”. As palavras inspiradas de Davi nos ensinam que,quando perdoa, Jeova coloca os nossos pecados o mais lon-ge que podemos imaginar.

10 Ja tentou remover uma mancha de uma roupa cla-ra? Talvez, apesar de todo o seu esforco, a mancha nao te-nha saıdo totalmente. Note como Jeova descreve Sua capa-cidade de perdoar: “Embora os vossos pecados se mostrem

10. Quando Jeova perdoa nossos pecados, por que nao devemos pen-sar que levaremos a mancha deles pelo resto da vida?

“Vossos pecados . . . serao tornadosbrancos como a neve”

263UM DEUS “PRONTO A PERDOAR”

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como escarlate, serao tornados brancos como a neve; emborasejam vermelhos como pano carmesim, tornar-se-ao comoa la.” (Isaıas 1:18) A palavra “escarlate” refere-se a uma corvermelha muito viva.� “Carmesim” era uma cor escura en-contrada em tecidos tingidos. (Naum 2:3) Por meio de nos-sos proprios esforcos, nunca serıamos capazes de remover amancha do pecado. Mas Jeova pode remover pecados seme-lhantes a escarlate e carmesim, tornando-os brancos como aneve ou a la nao tingida. Quando Deus perdoa nossos peca-dos, nao precisamos levar a mancha deles pelo resto da vida.

11 Num comovente cantico de gratidao, composto depoisde ele ter sido poupado de uma doenca mortıfera, Ezequiasdisse a Jeova: “Lancaste todos os meus pecados atras das tuascostas.” (Isaıas 38:17) Aqui, descreve-se Jeova como que pe-gando os pecados do transgressor arrependido e jogando-ospara tras de si, onde Ele nao pode ve-los nem nota-los mais.Segundo um dicionario, a ideia desse texto pode ser expres-sa assim: “Acabaste com os [meus pecados] como se eles naotivessem acontecido.” Nao acha isso reanimador?

12 Numa profecia de restauracao, o profeta Miqueias ex-pressou a conviccao de que Jeova perdoaria seu povo arre-pendido: “Quem e Deus como tu, . . . passando por alto atransgressao do restante da sua heranca? . . . E a todos os seuspecados lancaras nas profundezas do mar.” (Miqueias 7:18,19) Imagine o que essas palavras significavam para as pes-soas dos tempos bıblicos. Havia alguma possibilidade de re-cuperar algo lancado “nas profundezas do mar”? Assim, aspalavras de Miqueias indicam que, quando nos perdoa,Jeova remove nossos pecados permanentemente.

� Um erudito afirma que o escarlate “era uma cor firme, que nao des-botava. Nao saıa com orvalho, chuva, lavagem nem com o uso”.

11. Em que sentido Jeova joga nossos pecados atras das costas?12. Como o profeta Miqueias indica que, quando nos perdoa, Jeovaremove nossos pecados permanentemente?

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13 Jesus usou o relacionamento entre credores e devedorespara ilustrar como Jeova perdoa. Ele nos incentivou a orar:“Perdoa-nos as nossas dıvidas.” (Mateus 6:12) Jesus compa-ra assim pecados a dıvidas. (Lucas 11:4) Quando pecamos,tornamo-nos “devedores” de Jeova. Uma obra de referen-cia diz que o sentido do verbo grego traduzido ‘perdoar’ e“abrir mao ou desistir de uma dıvida, nao exigindo o paga-mento”. Em certo sentido, quando Jeova perdoa, ele cance-la a dıvida que de outro modo seria lancada na nossa conta.De modo que os pecadores arrependidos podem consolar-se.Jeova nunca exigira o pagamento duma dıvida que ele can-celou! — Salmo 32:1, 2.

14 O perdao de Jeova e descrito adicionalmente em Atos3:19: “Arrependei-vos, portanto, e dai meia-volta, a fim deque os vossos pecados sejam apagados.” O trecho final ea traducao de um verbo grego que pode significar “ ‘apa-gar’, . . . ‘cancelar’ ou ‘destruir’”. Segundo alguns erudi-tos, a ideia expressa e a de apagar algo escrito a mao. Comose fazia isso? A tinta costumeiramente usada na antiguida-de era feita duma mistura que incluıa carvao, goma e agua.Pouco depois de usa-la, a pessoa podia apagar a escrita comuma esponja umida. Essa e uma bela maneira de ilustrar amisericordia de Jeova. Quando ele perdoa nossos pecados, ecomo se os apagasse com uma esponja.

15 Quando refletimos nessas ilustracoes variadas, a queconclusao chegamos? Evidentemente, Jeova deseja que sai-bamos que ele esta pronto a perdoar nossos pecados, desdeque encontre em nos arrependimento sincero. Nao precisa-mos temer que, no futuro, ele nos condene por esses peca-dos, porque a Bıblia revela algo mais sobre a grande miseri-cordia de Jeova: quando perdoa, ele esquece.

13. Qual e o sentido das palavras de Jesus: “Perdoa-nos as nossasdıvidas”?14. A expressao “que os vossos pecados sejam apagados” traz queideia?15. O que Jeova deseja que saibamos sobre ele?

265UM DEUS “PRONTO A PERDOAR”

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“Nao me lembrarei mais do seu pecado”16 A respeito dos que fazem parte do novo pacto, Jeova pro-

meteu o seguinte: “Perdoarei seu erro e nao me lembrareimais do seu pecado.” ( Jeremias 31:34) Sera que isso signifi-ca que, quando perdoa, Jeova e incapaz de se lembrar dospecados?

´E obvio que nao. A Bıblia nos fala dos pecados de

muitos a quem Deus perdoou, incluindo Davi. (2 Samuel11:1-17; 12:13) Sem duvida, Jeova ainda esta ciente dos er-ros que cometeram. O registro dos pecados deles, bem comodo seu arrependimento e do perdao de Deus, foi preservadopara nosso benefıcio. (Romanos 15:4) Entao, o que se quer

16, 17. Quando a Bıblia afirma que Jeova se esquece dos nossos pe-cados, o que quer dizer, e por que responde assim?

Jeova deseja que saibamos que ele esta “pronto a perdoar”

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dizer quando a Bıblia afirma que Jeova ‘nao se lembra’ dospecados daqueles a quem perdoa?

17 O verbo hebraico vertido “lembrarei” nao significa ape-nas recordar o passado. Segundo o Dicionario Internacio-nal de Teologia do Antigo Testamento, inclui “a implicacaode agir em consonancia com o pensamento”. Portanto, nes-se sentido, “lembrar” pecados envolve agir contra pecadores.(Oseias 9:9) Mas quando Jeova diz: “Nao me lembrarei maisdo seu pecado”, ele nos assegura que, depois de perdoar a umpecador arrependido, nao agira contra ele no futuro por cau-sa dos mesmos pecados. (Ezequiel 18:21, 22) Assim, ele es-quece no sentido de nao mencionar vez apos vez os nossospecados, acusando-nos ou punindo-nos repetidamente. Naoacha consolador saber que Deus perdoa e esquece?

E as consequencias?18 Sera que a prontidao de Jeova em perdoar significa que

o pecador arrependido fica isento de todas as consequen-cias de suas acoes erradas? De forma alguma. Nao podemospecar e escapar impunes. Paulo escreveu: “O que o homemsemear, isso tambem ceifara.” (Galatas 6:7) Teremos de en-frentar as consequencias de nossa acao, mas isso nao querdizer que, depois de conceder perdao, Jeova nos faca sofreradversidades. Ao surgirem dificuldades, o cristao nao devepensar: “Jeova talvez esteja me punindo por pecados passa-dos.” (Tiago 1:13) Por outro lado, Deus nao nos poupa dosefeitos de nossas acoes erradas. Divorcio, gravidez indeseja-da, doencas sexualmente transmissıveis, perda de confiancaou de respeito — essas podem ser algumas das lamentaveis einevitaveis consequencias do pecado. Lembre-se de que, em-bora perdoasse os pecados de Davi relacionados com Bate-Seba e Urias, Jeova nao o protegeu contra as consequenciasdesastrosas. — 2 Samuel 12:9-12.

18. Por que o perdao nao significa que o pecador arrependido fiqueisento das consequencias de suas acoes erradas?

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19 Nossos pecados tambem podem ter outras consequen-cias, em especial se outros foram prejudicados pelas nos-sas acoes. Por exemplo, analise o relato em Levıtico, capı-tulo 6. Ali, a Lei mosaica trata de um erro grave: apossar-sedos bens de outro israelita por meio de roubo, extorsao oufraude. Se o pecador negasse a culpa, atrevendo-se ate mes-mo a jurar falsamente, tornava-se um caso da palavra de umcontra outro. No entanto, mais tarde o ofensor talvez so-fresse devido a consciencia pesada e confessasse seu pecado.Para obter o perdao de Deus, ele tinha de fazer mais tres coi-sas: devolver o que havia tomado, pagar a vıtima uma mul-ta equivalente a 20% do valor dos bens roubados e oferecerum carneiro como oferta pela culpa. Daı, a lei dizia: “O sa-cerdote tem de fazer expiacao por ele perante Jeova, e assimlhe tem de ser perdoado.” — Levıtico 6:1-7.

20 Essa lei de Deus era muito misericordiosa, porque favo-recia a vıtima, cuja propriedade era devolvida e que, semduvida, se sentia aliviada quando o ofensor finalmente ad-mitia seu pecado. Ao mesmo tempo, a lei beneficiava aque-le cuja consciencia por fim o induzia a admitir a culpa ecorrigir o erro. De fato, se ele se negasse a fazer isso, nao po-deria esperar obter o perdao divino.

21 Embora nao estejamos sujeitos a Lei mosaica, ela nosajuda a entender um pouco da mentalidade de Jeova, in-cluindo o modo como ele encara o perdao. (Colossenses2:13, 14) Se outros foram prejudicados pelos nossos peca-dos, Deus se agradara se fizermos o possıvel para corrigir oerro. (Mateus 5:23, 24) Isso talvez envolva reconhecer nossopecado, admitir a culpa e ate pedir desculpas a vıtima. En-tao podemos apelar para Jeova, a base do sacrifıcio de Jesus,e ter a certeza de que fomos perdoados por Deus. — Hebreus10:21, 22.

19-21. (a) Como a lei registrada em Levıtico 6:1-7 beneficiava tantoa vıtima quanto o ofensor? (b) Se outros foram prejudicados pelosnossos pecados, Jeova se agradara se tomarmos que medidas?

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22 Igual a um pai amoroso, Jeova as vezes, ao concederperdao, tambem administra disciplina. (Proverbios 3:11, 12)O cristao arrependido talvez tenha de renunciar ao seu privile-gio de servir como anciao, servo ministerial ou evangelizadorde tempo integral. Possivelmente sera doloroso para ele perderpor algum tempo privilegios que lhe eram preciosos. Isso, po-rem,nao significaque Jeovanaooperdoou.Temosdenos lem-brar que a disciplina da parte de Jeova e prova do seu amor pornos. Aceita-la e aplica-la so resultara em bem para nos. — He-breus 12:5-11.

23 Como e reanimador saber que nosso Deus esta “pron-to a perdoar”! Apesar dos erros que talvez tenhamos cometi-do, nunca devemos concluir que estamos alem do alcance damisericordia de Jeova. Se nos arrependermos de coracao, to-marmos medidas para endireitar o erro e orarmos seriamentepedindo perdao a base do sangue derramado de Jesus, pode-remos ter plena confianca em que Jeova nos perdoara. (1 Joao1:9) Imitemos o seu perdao ao lidar com outros. Afinal, seJeova, que nao peca, nos perdoa tao amorosamente, nao de-verıamos nos, humanos pecadores, fazer todo o possıvel paraperdoar uns aos outros?

22. Apesar de conceder perdao, o que Jeova talvez administre?23. Por que nunca deverıamos concluir que estamos alem do alcan-ce da misericordia de Jeova? Por que devemos imitar o perdao divino?

Perguntas para Meditacao2 Cronicas 33:1-13 Por que Jeova perdoou Manasses e o queisso nos ensina sobre Sua misericordia?Mateus 6:12, 14, 15 Por que devemos perdoar outros quandoha base valida para isso?Lucas 15:11-32 O que essa parabola nos ensina sobre a pronti-dao de Jeova de perdoar? O que acha disso?2 Corıntios 7:8-11 O que temos de fazer para receber o perdaodivino?

269UM DEUS “PRONTO A PERDOAR”

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BANHADO pelo reflexo de um belıssimo por do sol, um gru-po de amigos faz uma refeicao ao ar livre — riem e conver-sam, enquanto admiram a paisagem. Longe dali, um agricul-tor olha para as plantacoes e sorri satisfeito — estao seformando nuvens escuras que logo trarao as primeiras gotasde chuva. Em outro lugar, um homem e a esposa ficam or-gulhosos de ver o filhinho dar os primeiros passos inseguros.

2 Quer se deem conta disso quer nao, todas essas pessoasestao se beneficiando da mesma coisa: a bondade de JeovaDeus.

´E comum ouvirmos pessoas religiosas dizerem: “Deus

e bom!” Mas a Bıblia e muito mais enfatica. Ela diz: “Quaogrande e a sua bondade!” (Zacarias 9:17) Parece, contudo,que poucas pessoas hoje sabem realmente o que significamessas palavras. O que, de fato, esta envolvido na bondade deJeova Deus? Como essa qualidade divina afeta cada um denos?

Uma faceta notavel do amor de Deus3 Em muitas lınguas modernas, “bondade” e um termo

um tanto generico. Seu uso bıblico, porem, e bem diferente.Primariamente, essa palavra refere-se a virtude e excelenciamoral. Pode-se dizer, entao, que a bondade faz parte da pro-pria natureza de Jeova. Todos os seus atributos — incluindopoder, justica e sabedoria — sao inteiramente bons. Mas emais correto descrever a bondade como expressao do amorde Jeova. Por que?

1, 2. O que a bondade de Deus inclui, e como a Bıblia enfatiza essaqualidade?3, 4. O que e bondade, e por que e mais correto descrever a bonda-de de Jeova como expressao do seu amor?

C A P´I T U L O 2 7

“Quao grandee a sua bondade!”

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4 A bondade e uma qualidade ativa, expressa em acoespara com outros. Segundo o apostolo Paulo, as pessoas sesentem mais atraıdas a quem e bondoso do que a um jus-to. (Romanos 5:7) Pode-se confiar em que alguem justo sigafielmente os requisitos legais; mas quem e bom faz mais doque isso. Ele toma a iniciativa, procurando meios de bene-ficiar outros. Como veremos, e nesse sentido que Jeova ebom. A bondade divina deriva do seu amor infinito.

5 No que se refere a bondade, Jeova e inigualavel. Pou-co antes da morte de Jesus, um homem se aproximou delepara fazer uma pergunta e chamou-o de “Bom Instrutor”.Jesus respondeu: “Por que me chamas de bom? Ningueme bom, exceto um so, Deus.” (Marcos 10:17, 18) Bem, vocetalvez fique um pouco perplexo com essa resposta. Por queJesus corrigiu aquele homem? Afinal, Jesus era um “BomInstrutor”, nao era?

E evidente que o homem usou as palavras “Bom Instru-tor” como tıtulo lisonjeiro. Jesus modestamente direcionoutoda a gloria ao seu Pai celestial, que e bom em sentido ab-soluto. (Proverbios 11:2) Mas Jesus tambem estava explican-do uma verdade profunda: Jeova fornece o unico padraopelo qual se pode determinar o que e bom. Somente eletem o direito soberano de especificar o que e bom e o que emau. Quando Adao e Eva, de forma rebelde, comeram daarvore do conhecimento do que e bom e do que e mau, ten-taram reivindicar para si esse direito. Diferentemente deles,Jesus de maneira humilde deixa que seu Pai decida esses as-suntos.

7 Alem disso, Jesus sabia que Jeova e a fonte de tudo o quee realmente bom. Ele e o Dador de “toda boa dadiva e todopresente perfeito”. (Tiago 1:17) Vejamos como a generosi-dade de Jeova revela sua bondade.

5-7. Por que Jesus se recusou a ser chamado de “Bom Instrutor”, e queverdade profunda ele queria ensinar?

271“QU˜

AO GRANDE´E A SUA BONDADE!”

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Provas da imensa bondade de Jeova8 Todos os humanos ja se beneficiaram da bondade de

Jeova. O Salmo 145:9 diz: “Jeova e bom para com todos.”Quais sao alguns exemplos de sua bondade ilimitada? A Bı-blia diz: “Nao se deixou sem testemunho, por fazer o bem,dando-vos chuvas do ceu e estacoes frutıferas, enchendo osvossos coracoes plenamente de alimento e de bom animo.”(Atos 14:17) Ja sentiu aquela sensacao de prazer ao sabo-rear uma deliciosa refeicao? Se nao fosse pela bondade deJeova em projetar a Terra com seu suprimento reciclavel deagua doce e com “estacoes frutıferas” que produzem muitoalimento, nao haveria refeicoes. Jeova demonstra essa bon-dade nao so para com os que o amam, mas para com to-dos. Jesus disse: “Ele faz o seu sol levantar-se sobre inıquos

8. Como Jeova demonstra bondade para com toda a humanidade?

Jeova nos da“chuvas do ceue estacoes frutıferas”

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e sobre bons, e faz chover sobre justos e sobre injustos.”— Mateus 5:45.

9 Muitos tratam com descaso a impressionante generosi-dade que Jeova demonstra a humanidade ao fornecer con-tinuamente sol, chuva e estacoes frutıferas. Por exemplo,pense na maca. Trata-se de uma fruta muito comum nas re-gioes de clima temperado.

´E bonita, deliciosa, suculenta, re-

frescante e cheia de nutrientes vitais. Sabia que, no mundotodo, ha cerca de 7.500 variedades de maca? Existem ma-cas das mais variadas cores (vermelhas, douradas, amarelas,verdes) e tamanhos (algumas sao pouco maiores que uma

9. Como a maca ilustra a bondade de Jeova?

Desta semente pequena nasceuma arvore que, por decadas,

alimenta e da prazer as pessoas

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AO GRANDE´E A SUA BONDADE!”

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cereja; outras, pouco menores que um coco). Uma semen-te de maca parece insignificante. Mas quando cresce se tor-na uma das arvores mais bonitas que existe. (O Cantico deSalomao 2:3) Na primavera, a macieira fica coberta por umlindıssimo manto de flores; no outono, produz os frutos.A producao media anual de uma macieira — que da frutospor cerca de 75 anos — e suficiente para encher 20 caixotesde quase 20 quilos cada um!

10 Na sua infinita bondade, Jeova providenciou que nos-so corpo fosse “feito maravilhosamente”, com sentidos quenos ajudam a perceber suas obras e ter prazer com elas. (Sal-mo 139:14) Pense de novo nas cenas descritas na introdu-cao deste capıtulo. O sentido da visao e que tornou essesmomentos agradaveis. As bochechas coradas de uma crian-ca feliz; a chuva caindo sobre os campos; o vermelho, dou-rado e violeta do por do sol — tudo isso agrada ao olho hu-mano, que e capaz de distinguir mais de 300 mil cores! E osentido da audicao nos permite notar as nuances de tom devoz de uma pessoa querida, o sussurro do vento entre as ar-vores, a risada gostosa de uma criancinha. Por que conse-guimos desfrutar essas vistas e sons? A Bıblia diz: “O ouvi-do que ouve e o olho que ve — o proprio Jeova e que feza ambos.” (Proverbios 20:12) Mas esses sao apenas dois dossentidos.

11 O olfato e outra prova da bondade de Jeova. O na-riz humano e capaz de distinguir uns 10 mil odores. Pen-se em alguns deles: sua comida favorita, flores, folhas caı-das, a fumaca de uma lareira aconchegante. E o sentido dotato permite que voce sinta a brisa suave no rosto, o abracoamigo de alguem que voce ama, a suavidade de uma fruta.Quando voce da uma mordida nela, entra em acao o pala-dar. Sua boca e inundada por uma mistura de sabores sutis,

10, 11. Como os nossos sentidos demonstram a bondade de Deus?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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a medida que as papilas gustativas captam a complexa com-posicao quımica da fruta. De fato, temos motivos de sobrapara exclamar sobre Jeova: “Quao abundante e a tua bonda-de que entesouraste para os que te temem!” (Salmo 31:19)Mas como Jeova ‘entesoura’ bondade para os que tem te-mor dele?

Os benefıcios eternos da bondade12 Jesus disse: “Esta escrito: ‘O homem tem de viver, nao

somente de pao, mas de cada pronunciacao procedente daboca de Jeova.’” (Mateus 4:4) De fato, as dadivas espirituaisde Jeova podem nos beneficiar muito mais do que as fısi-cas, pois resultam em vida eterna. No Capıtulo 8 deste livro,vimos que Jeova usou seu poder restaurador nestes ultimosdias para fazer surgir um paraıso espiritual. Uma das princi-pais caracterısticas desse paraıso e que nele ha fartura de ali-mento espiritual.

13 Numa das grandes profecias bıblicas sobre restauracao,o profeta Ezequiel recebeu uma visao dum templo restau-rado e glorificado, de onde fluıa um rio, que se alargava eaprofundava ate se tornar uma “torrente de tamanho du-plo”. Por todo lugar onde passava, aquele rio trazia bencaos.Nas suas margens, cresciam arvores que forneciam alimen-to e cura. O rio ate mesmo trouxe vida e prosperidade aomar Morto, que e extremamente salgado e sem vida. (Eze-quiel 47:1-12) Mas o que significava tudo isso?

14 A visao indicava que Jeova restauraria sua adoracaopura, conforme representada pelo templo que Ezequiel viu.Como o rio daquela visao, as dadivas de Deus para a vida

12. Quais sao as dadivas mais importantes de Jeova e por que?13, 14. (a) Que visao o profeta Ezequiel teve, e qual o significadodela para nos hoje? (b) Que dadivas espirituais vitalizadoras Jeova fazpara seus servos fieis?

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AO GRANDE´E A SUA BONDADE!”

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fluiriam para o Seu povo em quantidades cada vez maiores.Desde que a adoracao pura foi restaurada em 1919, Jeovatem abencoado seu povo com dadivas vitalizadoras. Como?Bıblias, publicacoes bıblicas, reunioes e congressos levamverdades vitais a milhoes de pessoas. Por esses meios, Jeovalhes ensina sobre sua dadiva mais importante para a vida: osacrifıcio de resgate de Cristo, que torna possıvel que todosos que realmente amam e temem a Deus tenham uma posi-cao limpa perante ele e esperanca de vida eterna.� Assim, aolongo desses ultimos dias, ao passo que o mundo esta espi-ritualmente faminto, o povo de Jeova usufrui um banqueteespiritual. — Isaıas 65:13.

15 Mas o rio da visao de Ezequiel nao vai parar de correrquando este velho sistema chegar ao fim. Pelo contrario, elefluira com ımpeto ainda maior durante o Reinado Milenarde Cristo. Entao, por meio do Reino messianico, Jeova apli-cara o pleno valor do sacrifıcio de Jesus, elevando gradati-vamente a humanidade fiel a perfeicao. Como exultaremosentao por causa da bondade de Jeova!

Facetas adicionaisda bondade de Jeova

16 A bondade divina envolve mais do que generosidade.Deus disse a Moises: “Eu mesmo farei toda a minha bon-dade passar diante da tua face e vou declarar diante de tio nome de Jeova.” Mais adiante o relato diz: “Jeova ia pas-sando diante da sua face e declarando: ‘Jeova, Jeova, Deus

� O resgate e o maior exemplo da bondade de Jeova. Entre os mi-lhoes de criaturas espirituais que Jeova poderia ter escolhido, ele sele-cionou seu amado Filho unigenito para morrer a nosso favor.

15. Em que sentido a bondade de Jeova fluira para a humanidadedurante o Reinado Milenar de Cristo?16. Como a Bıblia mostra que a bondade de Jeova inclui outras qua-lidades, e quais sao algumas dessas?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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misericordioso e clemente, vagaroso em irar-se e abundan-te em benevolencia e em verdade.’” (

ˆExodo 33:19; 34:6) As-

sim, a bondade de Jeova inclui varias qualidades excelentes.Vamos analisar so duas delas.

17 “Clemente.” Essa qualidade de Jeova faz com que ele sejaeducado e acessıvel ao lidar com suas criaturas. Em vez deser grosseiro, frio ou tiranico, como muitas vezes sao os quedetem poder, Jeova e gentil e bondoso. Por exemplo, Jeovadisse a Abrao: “Levanta os teus olhos, por favor, e olha des-de o lugar onde estas, para o norte, e para o sul, e para oleste, e para o oeste.” (Genesis 13:14) Muitas traducoes omi-tem a expressao “por favor”. Mas eruditos bıblicos afirmamque a fraseologia usada no hebraico original inclui umapartıcula que transforma uma ordem em um pedido educa-do. Ha outras ocorrencias semelhantes. (Genesis 31:12; Eze-quiel 8:5) Imagine so: o Soberano do Universo diz “por fa-vor” a meros humanos! Num mundo onde a grosseria, aagressividade e a descortesia sao a norma, nao e reanimadorlembrar-nos de que o nosso Deus clemente, Jeova, e educa-do e acessıvel?

18 “Abundante em . . . verdade.” A desonestidade e comumno mundo hoje. Mas a Bıblia nos lembra: “Deus nao e ho-mem para mentir.” (Numeros 23:19) De fato, Tito 1:2 dizque “Deus . . . nao pode mentir”. Ele e bom demais paraisso. Assim, as promessas de Jeova sao completamente dig-nas de confianca; sua palavra sempre se cumpre. Ele e atemesmo chamado de “Deus da verdade”. (Salmo 31:5) Alemde nao mentir, ele transmite uma abundancia de verdades.Nao e reservado, fechado ou cheio de segredos; pelo con-trario, ele generosamente usa sua infindavel sabedoria para

17. Como Jeova lida com meros humanos imperfeitos, e que qualida-de faz com que ele aja assim?18. Em que sentido Jeova e “abundante em . . . verdade”, e por queessas palavras sao reanimadoras?

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dar esclarecimentos aos seus servos fieis.� Ele ate mesmoos ensina a viver de acordo com as verdades que transmi-te, de modo que possam continuar “andando na verdade”.(3 Joao 3) Que efeito a bondade de Jeova deveria ter emcada um de nos?

‘Fique radiante com a bondade de Jeova’19 Quando Satanas tentou Eva no jardim do

´Eden, sua pri-

meira tatica foi abalar sutilmente a confianca dela na bon-dade de Jeova. O Criador dissera a Adao: “De toda arvoredo jardim podes comer a vontade.” Dos milhares de arvo-res que devem ter adornado aquele jardim, Jeova reserva-ra apenas uma. Mas note como Satanas formulou sua pri-meira pergunta a Eva: “

´E realmente assim que Deus disse,

que nao deveis comer de toda arvore do jardim?” (Genesis2:9, 16; 3:1) Satanas distorceu as palavras de Jeova para fazerEva pensar que Ele a estava impedindo de ter algo bom. In-felizmente, a tatica funcionou. Eva, como muitos homense mulheres depois dela, comecou a duvidar da bondade deDeus, a fonte de tudo o que ela possuıa.

20 Todos sabemos quais foram os lastimaveis resultadosdessas duvidas. Por isso, tenhamos bem em mente as pa-lavras de Jeremias 31:12: “Certamente . . . ficarao radian-tes com a bondade de Jeova.” A bondade de Deus deveria,de fato, nos deixar extremamente alegres. Nao precisamosduvidar das motivacoes de nosso Deus bondoso. Podemosconfiar totalmente nele, porque ele deseja so o bem paraaqueles que o amam.

� Apropriadamente, a Bıblia relaciona verdade com luz. “Envia tualuz e tua verdade”, cantou o salmista. (Salmo 43:3) Jeova emite muitaluz espiritual para os que se dispoem a ser ensinados, ou esclarecidos,por ele. — 2 Corıntios 4:6; 1 Joao 1:5.

19, 20. (a) Como Satanas procurou abalar a confianca de Eva nabondade de Jeova, e qual foi o resultado? (b) A bondade de Jeova deveter que efeito sobre nos, e por que?

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21 Alem disso, ficamos contentes quando temos oportuni-dades de falar a outros sobre a bondade de Deus. A respeitodo Seu povo, o Salmo 145:7 diz: “Transbordarao com a men-cao da abundancia da tua bondade.”A cada dia da nossa vida,nos beneficiamos de alguma forma da bondade de Jeova.Que tal tomar por habito agradecer a Jeova todo dia porsua bondade, sendo o mais especıfico possıvel? Se pensar-mos nessa qualidade, agradecermos a Jeova diariamente pordemonstra-la e falarmos a outros sobre ela, ficara mais facilimitarmos nosso Deus bondoso. E a medida que buscarmosmaneiras de fazer o que e bom, como Jeova faz, nos achega-remos cada vez mais a ele. O idoso apostolo Joao escreveu:“Amado, se imitador, nao daquilo que e mau, mas daquiloque e bom. Quem faz o bem origina-se de Deus.” — 3 Joao 11.

22 A bondade de Jeova esta relacionada a outras qualida-des. Por exemplo, Deus e “abundante em benevolencia”, ouamor leal. (

ˆExodo 34:6) Essa qualidade e mais especıfica do

que a bondade, pois Jeova a expressa em especial para comseus servos fieis. No proximo capıtulo, aprenderemos comoele faz isso.

21, 22. (a) De que maneiras voce pode corresponder a bondade deJeova? (b) Que qualidade analisaremos no proximo capıtulo, e em queela difere da bondade?

Perguntas para Meditacao1 Reis 8:54-61, 66 Como Salomao expressou sua gratidao pelabondade de Jeova e que efeito isso teve sobre os israelitas?Salmo 119:66, 68 Como as nossas oracoes podem refletir o de-sejo de imitar a bondade de Jeova?Lucas 6:32-38 O que podera nos motivar a imitar o espırito ge-neroso de Jeova?Romanos 12:2, 9, 17-21 Como podemos demonstrar bondadeno cotidiano?

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O REI Davi sabia muito bem o que era deslealdade. A cer-ta altura de seu reinado turbulento, ele se viu confrontadocom intrigas e tramas as maos de seus proprios conterra-neos. Alem disso, foi traıdo por alguns daqueles que de-veriam ser seus companheiros mais achegados. Por exem-plo, Mical, sua primeira esposa, de inıcio “amava a Davi”,sem duvida apoiando-o em seus deveres reais. Mais tar-de, porem, ela “comecou a despreza-lo no seu coracao”, atemesmo encarando Davi “como um dos homens inanes”.— 1 Samuel 18:20; 2 Samuel 6:16, 20.

2 Outro exemplo de traicao na vida de Davi foi o de seuconselheiro pessoal, Aitofel. Seus conselhos, muito aprecia-dos, eram considerados como a palavra do proprio Jeova.(2 Samuel 16:23) Mas com o tempo esse confidente de Davitornou-se um traidor, juntando-se a uma rebeliao organi-zada contra o rei. E quem era o instigador da conspiracao?Um dos proprios filhos de Davi, Absalao! Aquele oportunis-ta astuto “furtava os coracoes dos homens de Israel”, esta-belecendo-se como rei rival. A revolta de Absalao atingiu ta-manhas proporcoes que o Rei Davi foi obrigado a fugir parasalvar a vida. — 2 Samuel 15:1-6, 12-17.

3 Sera que, durante todas aquelas provacoes, ninguem per-maneceu leal a Davi? Aquele rei sabia que alguem semprelhe era leal. Quem? Ninguem mais ninguem menos do queJeova Deus. “Com alguem leal agiras com lealdade”, disseDavi a Jeova. (2 Samuel 22:26) O que e lealdade e comoJeova da o melhor exemplo em demonstra-la?

1, 2. Por que se pode dizer que o Rei Davi sabia muito bem o que eradeslealdade?3. Que confianca Davi tinha?

C A P´I T U L O 2 8

“So tu es leal”

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O que e lealdade?4 “Lealdade”, conforme usada nas Escrituras Hebraicas, e

bondade que amorosamente se apega ao objeto dessa leal-dade e nao desiste ate que seu proposito com relacao a ele serealize. Elavai alem da fidelidade, ou confiabilidade. Afinal,alguempode ser fiel apenas por senso de dever. Em contras-te com isso, a lealdade baseia-se no amor.� A palavra “fiel”tambem pode ser usada para descrever coisas inanimadas.Por exemplo, o salmista chamou a Lua de “fiel testemunhano ceu” devido a regularidade com que ela surge. (Salmo89:37) Mas nao se pode dizer que a Lua e leal. Por que nao?Porque a lealdade e uma expressao de amor, uma qualida-de que coisas inanimadas nao podem demonstrar.

5 No sentido bıblico, a lealdade e uma qualidade cordial.Pressupoe um relacionamento entre aquele que demonstralealdade e a pessoa a quem ela e demonstrada. Nao se tratade uma qualidade instavel, como as ondas do mar, alteradaspor ventos mutaveis. Pelo contrario, a lealdade, ou amor

� O interessante e que a palavra traduzida “lealdade” em 2 Samuel22:26 e em outras partes traduzida “benevolencia” ou “amor leal”.

4, 5. (a) O que e “lealdade”? (b) Em que sentido lealdade e fidelida-de sao diferentes?

A Lua e chamada de testemunhafiel, mas apenas criaturas vivas

e inteligentes sao capazes derefletir a lealdade de Jeova

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leal, tem estabilidade e forca para superar os mais difıceisobstaculos.

E verdade que esse tipo de lealdade e raro atualmente.Muitos companheiros achegados estao “dispostos a se faze-rem mutuamente em pedacos”. Cada vez mais ouvimos fa-lar em pessoas que abandonam o marido ou a esposa. (Pro-verbios 18:24; Malaquias 2:14-16) A traicao e tao comum quetalvez digamos, como o profeta Miqueias: “Pereceu da terraaquele que e leal.” (Miqueias 7:2) Embora os humanos mui-tas vezes falhem em demonstrar benevolencia, a lealdade euma qualidade destacada de Jeova. De fato, a melhor manei-ra de aprender exatamente o que significa lealdade e exami-nar como Jeova demonstra essa faceta notavel do seu amor.

A incomparavel lealdade de Jeova7 Sobre Jeova, a Bıblia diz: “So tu es leal.” (Revelacao [Apo-

calipse] 15:4) Por que se diz isso? Nao e verdade que huma-nos e anjos tem as vezes demonstrado lealdade notavel? ( Jo1:1; Revelacao 4:8) E pense em Jesus Cristo. Nao e ele a pes-soa mais leal a Deus? (Salmo 16:10) Por que, entao, se podedizer que so Jeova e leal?

8 Primeiro, lembre-se de que a lealdade e uma faceta doamor. Visto que “Deus e amor” — e a propria personificacaodessa qualidade —, quempoderia demonstrar lealdade maisplenamente do que ele? (1 Joao 4:8)

´E claro que anjos e hu-

manos sao capazes de refletir os atributos divinos, mas ape-nas Jeova e leal em grau superlativo. Como “o Antigo deDias”, ele demonstra benevolencia ha muito mais tempodo que qualquer criatura na Terra ou no ceu. (Daniel 7:9)De modo que Jeova e a lealdade em pessoa. Ele demonstra

6. (a) Atualmente, ate que ponto a lealdade e rara entre os humanos,e como isso e indicado na Bıblia? (b) Qual e a melhor maneira deaprender o que significa lealdade, e por que?7, 8. Por que se pode dizer que so Jeova e leal?

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essa qualidade de um modo que nenhuma criatura e capazde igualar. Veja alguns exemplos.

9 Jeova e “leal em todos os seus trabalhos”. (Salmo 145:17)De que modo? O Salmo 136 da a resposta. Nele, citam-sevarios atos salvadores de Jeova, incluindo a extraordinarialibertacao dos israelitas quando os conduziu pelo mar Ver-melho. O interessante e que todos os versıculos desse sal-mo terminam com a expressao: “Pois a sua benevolencia[ou, lealdade] e por tempo indefinido.” Lendo esse salmo— incluıdo nas Perguntas para Meditacao, na pagina 289 —,e impossıvel nao ficar impressionado com os muitos mo-dos em que Jeova usou de benevolencia para com seu povo.De fato, Deus demonstra lealdade para com seus servos fieisouvindo seus pedidos de ajuda e agindo no tempo devido.(Salmo 34:6) O amor leal de Jeova para com seus servos einabalavel, desde que estes permanecam leais a ele.

10 Alem disso, Jeova demonstra lealdade aos seus servosapegando-se as suas normas. Ao contrario de alguns huma-nos voluveis, que se deixam levar por caprichos pessoaisou sentimentalismo, Jeova nao vacila nos seus conceitosdo que e certo e do que e errado. Ao longo dos milenios,seu ponto de vista em relacao a questoes como espiritis-mo, idolatria e assassinato nao mudou. “Mesmo ate a ve-lhice da pessoa, eu sou o Mesmo”, declarou ele por meio doprofeta Isaıas. (Isaıas 46:4) Assim, podemos ter confiancaque, se seguirmos as claras orientacoes morais encontradasna Palavra de Deus, sempre seremos beneficiados. — Isaıas48:17-19.

11 Outra maneira de Jeova demonstrar lealdade e cumprin-do suas promessas. Tudo o que ele prediz se cumpre. As-sim, ele podia declarar: “A minha palavra que sai da minha

9. Como Jeova e “leal em todos os seus trabalhos”?10. Como Jeova demonstra lealdade no que se refere as suas normas?11. De exemplos que comprovam que Jeova e fiel a suas promessas.

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O TU´ES LEAL”

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boca . . . nao voltara a mim sem resultados, mas certamen-te fara aquilo em que me agradei e tera exito certo naquilopara que a enviei.” (Isaıas 55:11) Permanecendo fiel a suapalavra, Jeova demonstra lealdade para com seu povo. Elenao os deixa na expectativa ansiosa de algo que nao preten-de tornar realidade. Nesse sentido, a reputacao de Jeova etao impecavel que seu servo Josue pode dizer: “Nao falhounem uma unica de todas as boas promessas que Jeova fize-ra a casa de Israel; tudo se cumpriu.” ( Josue 21:45) Pode-mos confiar, entao, que nunca ficaremos desapontados porcausa de alguma falha da parte de Jeova em cumprir suaspromessas. — Isaıas 49:23; Romanos 5:5.

12 Conforme ja mencionado, a Bıblia nos diz que a bene-volencia de Jeova “e por tempo indefinido”. (Salmo 136:1)Como isso se da? Um aspecto e que Jeova perdoa pecadospermanentemente. Como vimos no Capıtulo 26, ele naorepisa erros passados dos quais a pessoa ja tenha sido per-doada. Visto que “todos pecaram e nao atingem a gloriade Deus”, deverıamos ser gratos de que a benevolencia deJeova e por tempo indefinido. — Romanos 3:23.

13 Mas a benevolencia de Deus e por tempo indefinidotambem em outro sentido. Sua Palavra diz que o justo “hade tornar-se qual arvore plantada junto a correntes de agua,que da seu fruto na sua estacao e cuja folhagem nao mur-cha, e tudo o que ele fizer sera bem-sucedido”. (Salmo 1:3)Imagine uma arvore frondosa cuja folhagem nunca mur-cha. De modo similar, se tivermos apreco genuıno pela Pa-lavra de Deus, nossa vida sera longa, pacıfica e frutıfera.As bencaos que Jeova lealmente concedera aos seus servosfieis serao eternas. De fato, no novo mundo justo que eletrara, a humanidade obediente desfrutara a sua benevolen-cia por tempo indefinido. — Revelacao 21:3, 4.

12, 13. Em que sentidos a benevolencia de Jeova e “por tempo inde-finido”?

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Jeova “nao abandonaraaqueles que lhe sao leais”

14 Jeova, com frequencia, demonstra lealdade para comseus servos fieis e, como ele e perfeito, a intensidade des-sa qualidade nunca diminui. O salmista escreveu: “Eu eramoco, tambem fiquei velho, e, no entanto, nao vi ne-nhum justo completamente abandonado, nem a sua des-cendencia procurando pao. Porque Jeova ama a justica eele nao abandonara aqueles que lhe sao leais.” (Salmo37:25, 28)

´E verdade que, sendo o Criador, Jeova mere-

ce nossa adoracao. (Revelacao 4:11) Mesmo assim, por serleal ele aprecia nossos atos fieis. — Malaquias 3:16, 17.

15 Na sua benevolencia, Jeova vez apos vez vem em auxı-lio do seu povo quando esse passa por dificuldades. O sal-mista nos diz: “Ele guarda as almas dos que lhe sao leais;livra-os da mao dos inıquos.” (Salmo 97:10) Veja os seustratos com a nacao de Israel. Depois de serem milagro-samente libertados atraves do mar Vermelho, os israelitasproclamaram o seguinte, em um cantico para Jeova: “Tu,na tua benevolencia [ou, “amor leal”, nota, NM com Re-ferencias], guiaste o povo que recuperaste.” (

ˆExodo 15:13)

A libertacao no mar Vermelho sem duvida foi um ato deamor leal da parte de Jeova. Por isso, Moises disse aos is-raelitas: “Nao foi por serdes o mais populoso de todos ospovos, que Jeova vos teve afeicao a ponto de vos escolher,pois ereis o mınimo de todos os povos. Mas foi por Jeovavos amar e por ele cumprir a declaracao juramentada quefizera aos vossos antepassados, que Jeova vos fez sair, commao forte, para te remir da casa dos escravos, da mao deFarao, rei do Egito.” — Deuteronomio 7:7, 8.

14. Como Jeova demonstra apreco pela lealdade dos seus servos?15. Explique como os tratos de Jeova com Israel ressaltam Sua leal-dade.

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O TU´ES LEAL”

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16 Sabemos muito bem que a nacao de Israel, como umtodo, deixou de demonstrar apreco pela benevolencia deJeova, porque depois de sua libertacao “eles prosseguirampecando ainda mais contra [Jeova], rebelando-se contra oAltıssimo”. (Salmo 78:17) Ao longo dos seculos, rebelaram-se vez apos vez, abandonando a Jeova e voltando-se paradeuses falsos e praticas pagas que so resultaram em corrup-cao entre eles. Mesmo assim, Jeova nao rompeu seu pac-to. Em vez disso, por meio do profeta Jeremias, ele im-plorou ao povo: “Volta deveras, o renegada Israel . . . Naodeixarei a minha face decair em ira para convosco, porquesou leal.” ( Jeremias 3:12) Como vimos no Capıtulo 25, po-rem, a maioria dos israelitas nao se comoveu com essa su-plica. De fato, “cacoavam continuamente dos mensageirosdo verdadeiro Deus e desprezavam as suas palavras, e zom-bavam dos seus profetas”. Com que resultado? Por fim, “su-biu o furor de Jeova contra o seu povo, ate que nao haviamais cura”. — 2 Cronicas 36:15, 16.

17 O que aprendemos disso? Que a lealdade de Jeova naoe cega nem ingenua.

´E verdade que Deus e “abundante

em benevolencia” e tem prazer em mostrar misericordiaquando existe base para isso. Mas como ele reage quandoum transgressor demonstra ser incorrigivelmente perver-so? Nesse caso, Jeova adere a suas proprias normas justas epune o pecador. Como se disse a Moises, “de modo algum[Jeova] isentara da punicao”. —

ˆExodo 34:6, 7.

18 A propria punicao que Deus trara sobre os perversos jae em si mesma um ato de lealdade. Como assim? Para en-

16, 17. (a) Os israelitas mostraram que lamentavel falta de apreco,mas como Jeova mostrou compaixao para com eles? (b) Como a maio-ria dos israelitas demonstrou que “nao havia mais cura” para eles, eo que isso nos ensina?18, 19. (a) Como a punicao que Jeova trara sobre os perversos e emsi mesma um ato de lealdade? (b) De que modo Jeova demonstraralealdade para com os seus servos que foram perseguidos ate a morte?

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tender isso, veja a ordem que Jeova deu a sete anjos numavisao registrada no livro de Revelacao: “Ide e derramai naterra as sete tigelas da ira de Deus.” Quando o terceiro anjoderrama sua tigela “nos rios e nas fontes de aguas”, eles setransformam em sangue. Daı, o anjo diz a Jeova: “Tu, Aque-le que e e que era, Aquele que e leal, es justo, porque fizesteestas decisoes, pois derramaram o sangue dos santos e dosprofetas, e tu lhes deste sangue para beber. Merecem isso.”— Revelacao 16:1-6.

19 Note que, no meio da mensagem de julgamento, o anjose refere a Jeova como “Aquele que e leal”. Por que? Porqueao destruir os maus Jeova demonstra lealdade aos seus ser-vos, muitos dos quais foram perseguidos ate a morte. Leal-mente, Jeova os mantem bem vivos na memoria. Ele anseiaver de novo esses seus servos fieis que faleceram e, como aBıblia confirma, seu proposito e recompensa-los por meioda ressurreicao. ( Jo 14:14, 15) Jeova nao se esquece de seusservos leais simplesmente porque eles nao estao mais vivos.Pelo contrario, “para ele, todos estes vivem”. (Lucas 20:37,38) O proposito do Criador de trazer de volta a vida todos

Jeova lealmente se lembrara dos que foramleais ate a morte e os ressuscitara

Bernard Luimes(acima) e WolfgangKusserow (ao centro)foram executadospelos nazistas

Moses Nyamussua foimorto com lancas por

um grupo polıtico

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os que estao na sua memoria e uma forte comprovacao desua lealdade.

O amor leal de Jeovaabre o caminho para a salvacao

20 Ao longo de toda a Historia, Jeova tem demonstrado no-tavel lealdade para com humanos fieis. De fato, durante mi-lhares de anos, ele “tolerou com muita longanimidade osvasos do furor, feitos proprios para a destruicao”. Por que?“A fim de dar a conhecer as riquezas de sua gloria nos va-sos de misericordia, que ele preparou de antemao para glo-ria.” (Romanos 9:22, 23) Esses “vasos de misericordia” saohumanos de disposicao correta que foram ungidos pelo es-pırito santo para serem herdeiros com Cristo no seu Reino.

20. Quem sao os “vasos de misericordia”, e como Jeova lhes demons-trou lealdade?

Devido a lealdade de Jeova,todos os seus servos fieis tem umaesperanca em que podem confiar

ACHEGUE-SE A JEOV´

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(Mateus 19:28) Ao abrir o caminho da salvacao para es-ses vasos de misericordia, Jeova demonstrou sua lealdade aAbraao, a quem fizera a seguinte promessa relacionada comseu pacto: “Todas as nacoes da terra hao de abencoar a simesmas por meio de teu descendente, pelo fato de que es-cutaste a minha voz.” — Genesis 22:18.

21 De modo similar, Jeova demonstra lealdade a “umagrande multidao” que tem a perspectiva de sobreviver a“grande tribulacao”. (Revelacao 7:9, 10, 14) Embora essesservos seus sejam imperfeitos, o Criador lealmente lhesapresenta a oportunidade de viver para sempre no Paraı-so na Terra. Como faz isso? Por meio do resgate: a maiordemonstracao da lealdade de Jeova. ( Joao 3:16; Romanos5:8) Essa qualidade atrai os que, de coracao, anseiam a jus-tica. ( Jeremias 31:3) Nao se sente mais achegado a Jeova porcausa da grande lealdade que ele demonstrou e ainda de-monstrara? Se o nosso desejo e nos achegar mais a Deus,demonstremos isso reagindo favoravelmente ao seu amor,fortalecendo nossa determinacao de servi-lo com lealdade.

21. (a) Como Jeova demonstra lealdade a “uma grande multidao”que tem a perspectiva de sobreviver a “grande tribulacao”? (b) A leal-dade de Jeova motiva voce a fazer o que?

Perguntas para Meditacao1 Samuel 24:1-22 Ao lidar com o Rei Saul, como Davi demons-trou o tipo de lealdade que Jeova aprecia?Ester 3:7-9; 4:6-14 Como Ester refletiu a lealdade divina nomodo como tratou seu povo, a ponto de arriscar a propria vida?

Salmo 136:1-26 O que esse salmo nos ensina sobre a benevo-lencia, ou amor leal, de Jeova?

Obadias 1-4, 10-16 Como a lealdade de Jeova ao seu povo omotivou a punir os edomitas por sua conduta desleal?

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O TU´ES LEAL”

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A OBSERVOU um menininho tentando imitar o jeito deo pai caminhar, falar ou agir? Com o tempo, ele possivel-mente aprendera ate os valores morais e espirituais do pai.De fato, por causa do amor e da admiracao que sente porseu pai amoroso, o filho quer ser como ele.

2 Como e o relacionamento entre Jesus e seu Pai celestial?“Eu amo o Pai”, disse Jesus em certa ocasiao. ( Joao 14:31)Ninguem ama a Jeova mais do que seu Filho, que estavaao lado do Pai muito antes de qualquer outra criatura vir aexistir. O amor motivou esse Filho leal a querer ser comoo Pai. — Joao 14:9.

3 Em capıtulos anteriores deste livro, vimos como Jesusimitou com perfeicao o poder, a justica e a sabedoria deJeova. Como, porem, ele refletiu o amor de seu Pai? Exa-minemos tres facetas do amor de Jesus: o espırito abnega-do, a terna compaixao e a disposicao de perdoar.

“Ninguem tem maior amor do que este”4 Jesus foi um excelente exemplo de amor abnegado.

Abnegacao envolve altruistamente por as necessidades epreocupacoes de outros a frente das nossas. Como Je-sus demonstrou esse tipo de amor? Ele mesmo explicou:“Ninguem tem maior amor do que este, que alguem entre-gue a sua alma a favor de seus amigos.” ( Joao 15:13) Jesusvoluntariamente deu sua vida perfeita por nos. Essa foi a

1-3. (a) O que motivou Jesus a querer ser como seu Pai? (b) Que fa-cetas do amor de Jesus examinaremos?4. Como Jesus deu o maior exemplo de amor abnegado por parte deum humano?

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“Para que conhecaiso amor do Cristo”

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maior expressao de amor ja feita por um humano. Mas eletambem mostrou amor abnegado de outras maneiras.

5 Em sua existencia pre-humana, o Filho unigenito deDeus tinha uma posicao privilegiada e exaltada nos ceus.Teve associacao ıntima com Jeova e com multidoes decriaturas espirituais. Abrindo mao desses privilegios, o Fi-lho amado “se esvaziou e assumiu a forma de escravo,vindo a ser na semelhanca dos homens”. (Filipenses 2:7)Ele voluntariamente veio viver entre humanos pecadoresnum mundo que “jaz no poder do inıquo”. (1 Joao 5:19)Nao foi esse um sacrifıcio amoroso da parte do Filho deDeus?

6 Ao longo do seu ministerio terrestre, Jesus demonstrouamor abnegado de varias maneiras. Ele era totalmente al-truısta. Estava tao envolvido no seu trabalho que se disposa abrir mao dos confortos normais a que o homem estaacostumado. “As raposas tem covis e as aves do ceu tem po-leiros”, disse ele, “mas o Filho do homem nao tem ondedeitar a cabeca”. (Mateus 8:20) Jesus era carpinteiro profis-sional e poderia ter tirado tempo para construir uma casaconfortavel para morar, ou para fazer lindos moveis e ven-de-los a fim de ter dinheiro extra. Mas nao usou suas habi-lidades para conseguir bens.

7 Um exemplo realmente comovente do amor abnega-do de Jesus se encontra em Joao 19:25-27. Imagine comoJesus devia estar preocupado na tarde da sua morte! En-quanto sofria na estaca, ele pensava nos seus discıpulos, naobra de pregacao, e especialmente na propria integridadee em como ela refletiria sobre o nome de seu Pai. De fato,

5. Por que deixar os ceus foi um sacrifıcio amoroso da parte do Filhounigenito de Deus?6, 7. (a) De que modos Jesus demonstrou amor abnegado duranteseu ministerio terrestre? (b) Que exemplo comovente de amor altruıs-ta encontramos em Joao 19:25-27?

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o futuro de toda a humanidade estava nas maos dele!Mas um pouco antes de morrer, Jesus mostrou preocupa-cao com sua mae, Maria, que aparentemente ja era viuva.Ele pediu que Joao cuidasse dela como se fosse sua propriamae e, depois disso, o apostolo levou-a para a casa dele.Assim, Jesus providenciou que se cuidassem das necessida-des materiais e espirituais de sua mae. Que comovente de-monstracao de amor altruısta!

“Teve pena”8 Como seu Pai, Jesus tinha compaixao. As Escrituras des-

crevem-no como alguem que fazia de tudo para ajudar osnecessitados porque se sentia profundamente comovido.Ao descrever a compaixao de Jesus, a Bıblia usa uma pala-vra grega que e traduzida “teve pena”. Um erudito diz o se-guinte a respeito dela: “Descreve . . . uma emocao que co-move o homem ate as proprias profundezas do seu ser.

´E a

palavra mais enfatica em grego para o sentimento da com-paixao.” Vejamos algumas situacoes em que Jesus sentiuprofunda compaixao que o motivou a agir.

9 Motivado a atender as necessidades espirituais. O rela-to de Marcos 6:30-34 mostra o que, principalmente, levouJesus a expressar pena. Imagine a cena. Os apostolos es-tavam alegres porque haviam acabado de voltar de umaextensa viagem de pregacao. Quando encontraram Jesus,contaram-lhe com entusiasmo todas as coisas que haviamvisto e ouvido. Mas ajuntou-se uma grande multidao, demodo que Jesus e os apostolos nao tiveram tempo nempara comer. Muito observador, ele notou que os aposto-

8. Qual e o sentido da palavra grega que a Bıblia usa para descrever acompaixao de Jesus?9, 10. (a) Que circunstancias levaram Jesus e seus apostolos a buscarum lugar sossegado? (b) Como Jesus reagiu diante da falta de priva-cidade e por que?

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los estavam cansados. Disse-lhes: “Vinde, vos mesmos, emparticular, a um lugar solitario, e descansai um pouco.”Entraram num barco e atravessaram a extremidade nor-te do mar da Galileia, rumo a um lugar sossegado. Mas amultidao os viu partir. Outros ficaram sabendo disso. To-dos eles correram ao longo da costa norte e chegaram aooutro lado antes do barco!

10 Sera que Jesus ficou irritado com essa falta de priva-cidade? De modo algum! Ao ver milhares de pessoas es-perando-o, ficou comovido de coracao. Marcos escreveu:“Ele viu uma grande multidao, mas teve pena deles, por-que eram como ovelhas sem pastor. E principiou a ensi-nar-lhes muitas coisas.” Jesus percebeu as necessidades es-pirituais dessas pessoas. Eram como ovelhas perdidas, sempastor para guia-las ou protege-las. Jesus sabia que, em vezde agirem como pastores amorosos, os lıderes religiososinsensıveis desprezavam o povo. ( Joao 7:47-49) Penaliza-do, comecou a ensinar-lhes sobre o “reino de Deus”. (Lu-cas 9:11) Note que Jesus sentiu pena das pessoas antesde ver qual seria a reacao delas aos seus ensinos. Em ou-tras palavras, a terna compaixao nao foi o resultado de seuensino as multidoes, mas o motivo de ele ensina-las.

11 Motivado a aliviar o sofrimento. Pessoas com varias doen-cas percebiam a compaixao de Jesus e, por isso, se achega-vam a ele. Isso ficou especialmente evidente quando um ho-mem “cheio de lepra” se aproximou de Jesus e da multidaoque o seguia. (Lucas 5:12) Nos tempos bıblicos, os leprososficavam de quarentena para proteger os outros contra a con-taminacao. (Numeros 5:1-4) Com o tempo, porem, os lıde-res rabınicos desenvolveram um conceito cruel em relacao

11, 12. (a) Como os leprosos eram encarados nos tempos bıblicos,mas como Jesus reagiu quando um homem “cheio de lepra” se apro-ximou dele? (b) Como o toque de Jesus possivelmente afetou o lepro-so, e como o relato dum medico nos ajuda a entender isso?

293“PARA QUE CONHECAIS O AMOR DO CRISTO”

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a lepra e impuseram suas proprias regras opressivas.� Note,porem, como Jesus respondeu ao leproso: “Veio tambem aele um leproso, suplicando-lhe, ate de joelhos, e dizendo-lhe: ‘Se apenas quiseres, podes tornar-me limpo.’ Em vistadisso, penalizou-se, e, estendendo a mao, tocou nele e dis-se-lhe: ‘Eu quero. Torna-te limpo.’ E a lepra desapareceu-lheimediatamente.” (Marcos 1:40-42) Jesus sabia que, pela lei,o leproso nao poderia nem estar ali. Mesmo assim, em vezde rejeita-lo, Jesus ficou tao profundamente comovido quefez algo impensavel: tocou no homem!

12 Consegue imaginar o que aquele toque significou parao leproso? Para ajuda-lo a entender, acompanhe o relato doDr. Paul Brand, especialista em lepra. Ele conta que, ao exa-minar um leproso na

´India, colocou a mao no ombro do

homem e explicou, por meio de uma interprete, o trata-mento a que ele teria de se submeter. De repente, o leprosocomecou a chorar. “Eu disse algo que nao devia?”, pergun-tou o medico. A interprete perguntou ao jovem na lınguadele e respondeu: “Nao, doutor. Ele disse que esta chorandoporque o senhor colocou a mao no ombro dele. Fazia anosque ninguem tocava nele.” Para o leproso que se aproximoude Jesus, aquele toque teve um significado ainda maior. Re-sultou no fim da doenca que o transformara num paria!

13 Motivado a acabar com o pesar. Jesus ficava muito

� As regras rabınicas determinavam que era preciso ficar no mıni-mo a quatro covados (cerca de 1,80 metro) de um leproso. Mas, se es-tivesse ventando, o leproso tinha de ficar a pelo menos 100 covados(uns 45 metros). O Midrash Rabah (O Grande Midrash) fala de um ra-bino que se escondia dos leprosos e de outro que jogava pedras nelespara afasta-los. Assim, esses doentes sabiam como era doloroso sentir-se rejeitado, desprezado e indesejado.

13, 14. (a) Com o que Jesus se deparou ao se aproximar da cidade deNaim, e por que essa era uma situacao especialmente tragica? (b) Acompaixao de Jesus o moveu a fazer o que a favor da viuva de Naim?

“Estendendo a mao, tocou nele”

295“PARA QUE CONHECAIS O AMOR DO CRISTO”

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comovido com o pesar alheio. Analise, por exemplo, o re-lato de Lucas 7:11-15. Naquela ocasiao, mais ou menos nomeio do seu ministerio, Jesus se aproximava da cidade gali-leia de Naim quando se deparou com um cortejo funebre,proximo ao portao da cidade. As circunstancias envolvidaseram especialmente tragicas. Um jovem — filho unico deuma viuva — havia morrido. Ela ja passara, em outra oca-siao, por algo semelhante ao perder o marido. Agora, seu fi-lho, talvez a unica fonte de sustento, estava morto. A mul-tidao acompanhante talvez incluısse outros pranteadoresdeclamando lamentacoes e musicos tocando melodias fu-nebres. (Jeremias 9:17,18; Mateus 9:23) Mas o olhar de Jesusfixou-se na mae aflita que, sem duvida, caminhava perto doesquife que transportava o corpo do filho.

14 Jesus “teve pena” da mae enlutada. Num tom reanima-dor, ele lhe disse: “Para de chorar.” Sem ser convidado, apro-ximou-se e tocou no esquife. Os carregadores — e talvez oresto da multidao — pararam. Com voz de autoridade, Jesusfalou para o corpo sem vida: “Jovem, eu te digo: Levanta-te!” O que aconteceu? “O morto sentou-se e principiou a fa-lar” como se tivesse sido acordado de um sono profundo!Note esta descricao comovente do que aconteceu a seguir:“E [Jesus] o entregou a sua mae.”

15 O que aprendemos desses relatos? Em cada caso, note aligacao entre compaixao e acoes. Jesus nao conseguia obser-var o sofrimento alheio sem sentir pena, e essa compaixao,por sua vez, o impelia a agir. Como podemos seguir o exem-plo dele? Como cristaos, temos a obrigacao de pregar asboas novas e fazer discıpulos. Em primeiro lugar, somos mo-tivados pelo amor a Deus. Mas lembre-se de que essa obratambem e motivada pela compaixao. Se sentirmos pena das

15. (a) Os relatos bıblicos que falam de Jesus ter pena mostram queligacao entre compaixao e acoes? (b) Como podemos imitar Jesus nes-se respeito?

ACHEGUE-SE A JEOV´

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pessoas como Jesus sentia, nosso coracao nos motivara a fa-zer tudo o que pudermos para transmitir-lhes as boas no-vas. (Mateus 22:37-39) Devemos tambem mostrar compai-xao a concrentes que sofrem ou choram por terem perdidoalguem amado. Nao podemos curar milagrosamente a dorfısica nem ressuscitar os mortos. Mas podemos agir em har-monia com a compaixao, tomando a iniciativa de expressarnossa preocupacao ou de dar ajuda pratica. — Efesios 4:32.

“Pai, perdoa-lhes”16 Outra maneira importante de Jesus refletir com perfei-

cao o amor de seu Pai foi por estar “pronto a perdoar”. (Sal-mo 86:5) Essa disposicao ficou evidente ate quando ele es-tava na estaca de tortura. Confrontando-se com uma mortevergonhosa, com pregos atravessando-lhe as maos e os pes,o que Jesus falou? Pediu que Jeova punisse seus executores?Muito pelo contrario, entre as ultimas palavras de Jesus es-tavam: “Pai, perdoa-lhes, pois nao sabem o que estao fazen-do.” — Lucas 23:34.�

17 Um exemplo ainda mais comovente do perdao de Jesuse demonstrado no modo como ele lidou com o apostolo Pe-dro. Nao ha duvidas de que Pedro amava muito a Jesus. Em14 de nisa, a ultima noite da vida terrestre de Jesus, aquele

� A primeira parte de Lucas 23:34 foi omitida de certos manuscritosantigos. Mas, visto que essas palavras se encontram em muitos outrosmanuscritos confiaveis, a Traducao do Novo Mundo e muitas outrastraducoes incluem-nas no texto. Jesus evidentemente falava dos solda-dos romanos que o pregaram na estaca. Eles nao sabiam o que faziam,ou ignoravam quem Jesus realmente era. Naturalmente, os lıderes re-ligiosos que instigaram a execucao eram muito mais repreensıveis,pois agiram deliberada e maldosamente. Muitos deles jamais seriamperdoados. — Joao 11:45-53.

16. Como Jesus demonstrou disposicao de perdoar ate na estaca detortura?17-19. De que modos Jesus demonstrou que havia perdoado o apos-tolo Pedro, que o negara tres vezes?

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apostolo lhe disse: “Senhor, estou pronto a ir contigo tantopara a prisao como para a morte.” Mas, poucas horas depois,tres vezes ele negou ate mesmo conhecer a Jesus! A Bıblianos conta o que aconteceu quando Pedro o negou pela ter-ceira vez: “O Senhor voltou-se e olhou para Pedro.”Arrasadopela gravidade do pecado, ele “saiu e chorou amargamen-te”. Quando Jesus morreu, mais tarde naquele dia, o apos-tolo talvez tenha se perguntado: ‘Sera que o Senhor me per-doou?’ — Lucas 22:33, 61, 62.

18 Pedro nao teve de esperar muito para ter uma resposta.Na manha de 16 de nisa, Jesus foi ressuscitado e, evidente-mente naquele mesmo dia, apareceu a Pedro. (Lucas 24:34;1 Corıntios 15:4-8) Por que Jesus deu atencao especial aoapostolo que o havia negado de forma tao enfatica? Talvezele quisesse confirmar ao arrependido Pedro que seu Senhorainda o amava e prezava. Mas Jesus fez ainda mais para rea-nimar a Pedro.

19 Pouco tempo depois, ele apareceu aos discıpulos juntoao mar da Galileia. Nessa ocasiao, Jesus perguntou a Pedrotres vezes (o mesmo numero de vezes que ele negara o Se-nhor) se este o amava. Depois da terceira vez, Pedro respon-deu: “Senhor, tu sabes todas as coisas; tu te apercebes queeu tenho afeicao por ti.” De fato, Jesus podia ler o coracao eestava plenamente ciente do amor e da afeicao de Pedro porele. Mesmo assim, ele deu ao apostolo a oportunidade deconfirmar seu amor. Mais do que isso, Jesus comissionou-oa alimentar e pastorear Suas “ovelhinhas”. (Joao 21:15-17)Pedro ja havia recebido uma designacao de pregar. (Lucas5:10) Mas entao, numa notavel demonstracao de confianca,Jesus lhe deu outra grande responsabilidade: cuidar dos quese tornariam seguidores de Cristo. Logo depois, Jesus desig-nou a Pedro um papel de destaque nas atividades dos discı-pulos. (Atos 2:1-41) Como Pedro deve ter ficado aliviado desaber que Jesus o perdoara e ainda confiava nele!

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Voce ‘conhece o amor do Cristo’?20 A Palavra de Jeova apresenta uma bela descricao do amor

de Cristo. Como, porem, devemos reagir a esse amor? A Bı-blia nos incentiva a ‘conhecer o amor do Cristo, que ultra-passa o conhecimento’. (Efesios 3:19) Como vimos, os re-latos evangelicos sobre a vida e o ministerio de Jesus nosensinam muita coisa a respeito do amor dele. Mas ‘conhe-cer o amor do Cristo’ de forma plena envolve mais do queaprender o que a Bıblia diz sobre Ele.

21 O termo grego traduzido ‘conhecer’ significa conhe-cer “na pratica, por experiencia propria”. Quando demons-tramos amor assim como Jesus demonstrou — de formaaltruısta dando de nos mesmos a favor de outros, compas-sivamente correspondendo as suas necessidades e perdoan-do-os de coracao —, passamos realmente a entender Seussentimentos. Desse modo, chegamos a conhecer, por expe-riencia propria, “o amor do Cristo, que ultrapassa o conheci-mento”. E nunca nos esquecamos de que, quanto mais nosassemelharmos a Cristo, mais nos achegaremos aquele queJesus imitou com perfeicao, nosso Deus amoroso, Jeova.

20, 21. Como podemos vir a ‘conhecer o amor do Cristo’ de formaplena?

Perguntas para MeditacaoMateus 9:35-38 De que modo significativo Jesus demonstroupiedade, ou compaixao? Que efeito isso deveria ter sobre nos?Joao 13:34, 35 Por que e importante que reflitamos o amor doCristo?Romanos 15:1-6 Como podemos imitar a atitude mental al-truısta de Cristo?2 Corıntios 5:14, 15 O apreco pelo resgate deveria ter que efei-to sobre nossos conceitos, alvos e estilo de vida?

299“PARA QUE CONHECAIS O AMOR DO CRISTO”

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“H´

A MAIS felicidade em dar do que ha em receber.” (Atos20:35) Essas palavras de Jesus destacam uma verdade impor-tante: o amor altruısta e recompensador em si mesmo. Em-bora receber amor de muita felicidade, ha felicidade aindamaior em dar, ou demonstrar, amor a outros.

2 Ninguem sabe disso melhor do que nosso Pai celestial.Como vimos nos capıtulos anteriores desta secao, Jeova e oexemplo supremo de amor. Ninguem demonstrou amor demaneiras mais grandiosas ou por um perıodo mais longo doque ele.

´E de admirar, entao, que ele seja chamado de “Deus

feliz”? — 1 Timoteo 1:11.3 Nosso Deus amoroso deseja que procuremos ser como

ele, em especial no que se refere a demonstrar amor. Efesios5:1, 2 nos diz: “Tornai-vos imitadores de Deus, como filhosamados, e prossegui andando em amor.” Quando imitamoso exemplo de Jeova em demonstrar amor, sentimos a feli-cidade maior que vem de dar. Tambem temos a satisfacaode saber que agradamos a Jeova, pois a sua Palavra nos in-centiva a ‘amarmos uns aos outros’. (Romanos 13:8) Mas haoutras razoes para ‘prosseguirmos andando em amor’.

Por que o amor e essencial4 Por que e importante que demonstremos amor a concren-

tes? Dito de maneira simples, o amor e a essencia do cris-tianismo verdadeiro. Se nao demonstrarmos essa qualidade,nao poderemos desenvolver um relacionamento achegadocom outros cristaos e, mais importante ainda, nossos esfor-

1-3. Qual e o resultado quando imitamos o exemplo de Jeova em de-monstrar amor?4, 5. Por que e importante que demonstremos amor abnegado a con-crentes?

C A P´I T U L O 3 0

“Prossegui andando em amor”

Page 303: Achegue se a jeová

cos nao terao valor aos olhos de Jeova. Veja como a Palavrade Deus destaca essas verdades.

5 Na ultima noite de sua vida terrestre, Jesus disse aos seusseguidores: “Eu vos dou um novo mandamento, que vosameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que tam-bem vos ameis uns aos outros. Por meio disso saberao todosque sois meus discıpulos, se tiverdes amor entre vos.” ( Joao13:34, 35) “Assim como eu vos amei” — essa e a ordem paraos cristaos: mostrar o mesmo tipo de amor que Jesus de-monstrou. No Capıtulo 29, vimos que Jesus deu um exem-plo maravilhoso em demonstrar amor abnegado, colocandoas necessidades e os interesses de outros a frente dos seus.Nos tambem devemos demonstrar amor altruısta de formatao clara que ele fique evidente ate para os de fora da congre-gacao crista verdadeira. De fato o amor fraternal abnegadoe o sinal que nos identifica como verdadeiros seguidores deCristo.

6 E se nao demonstrarmos amor? “Se eu . . . nao tiver amor”,disse o apostolo Paulo, “tenho-me tornado um pedaco de la-tao que ressoa ou um cımbalo que retine”. (1 Corıntios 13:1)Um cımbalo que retine produz um som desagradavel. E umpedaco de latao que ressoa? Outras versoes usam as expres-soes “um gongo barulhento” ou “o ruıdo de um gongo”.Que ilustracoes apropriadas! A pessoa sem amor e como uminstrumento musical que faz um barulho alto e estridente,que repele em vez de atrair. Como uma pessoa assim poderiater relacionamentos achegados com outros? Paulo tambemdisse: “Se eu tiver toda a fe, de modo a transplantar monta-nhas, mas nao tiver amor, nada sou.” (1 Corıntios 13:2) Ima-gine so! Uma pessoa sem amor ‘nao presta para nada’, naoimporta que obras realize. (Novo Testamento, Interconfessio-nal) Nao fica claro que a Palavra de Jeova da grande enfase ase demonstrar amor?

6, 7. (a) Como sabemos que a Palavra de Jeova da grande enfase a sedemonstrar amor? (b) As palavras de Paulo, registradas em 1 Corın-tios 13:4-8, enfocam que aspecto do amor?

301“PROSSEGUI ANDANDO EM AMOR”

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7 Mas como podemos demonstrar essa qualidade ao lidarcom outros? Para nos ajudar a responder a essa pergunta,analisemos as palavras de Paulo, encontradas em 1 Corıntios13:4-8. Esses versıculos nao se concentram no amor de Deuspor nos nem no nosso amor por Ele. Em vez disso, o enfoquedas palavras de Paulo e em como devemos demonstrar amoruns pelos outros. Ele descreveu certas coisas que o amor e eoutras que ele nao e.

O que o amor e8 “O amor e longanime.” Ser longanime significa suportar

pacientemente as outras pessoas. (Colossenses 3:13) Todosprecisamos demonstrar esse tipo de paciencia, nao e verdade?Visto que somos criaturas imperfeitas servindo ombro a om-

8. Como a longanimidade pode nos ajudar nos nossos tratos com ou-tros?

O amor nos motiva a expressar confianca nos irmaos

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bro, e de esperar que, de vez em quando, nossos irmaos cris-taos nos irritem e que nos tambem os incomodemos. Mas apaciencia e o autocontrole podem nos ajudar a lidar com pe-quenas desavencas e atritos que surgirem nos nossos tratoscom outros, preservando assim a paz da congregacao.

9 “O amor e . . . benigno.”A benignidade e demonstrada poratos prestativos e palavras que revelam consideracao pelosoutros. O amor nos motiva a procurar maneiras de demons-trar benignidade, em especial para com os mais necessitados.Por exemplo, um concrente idoso talvez se sinta solitario eprecise de uma visita de encorajamento. Uma mae sem con-juge ou uma irma que vive num lar dividido em sentido reli-gioso pode estar precisando de ajuda. Uma pessoa doente ouque passa por problemas graves talvez precise ouvir palavrasbondosas de um amigo leal. (Proverbios 12:25; 17:17) Quan-do tomamos a iniciativa de demonstrar benignidade dessasmaneiras, comprovamos que nosso amor e genuıno. — 2 Co-rıntios 8:8.

10 “O amor . . . alegra-se com a verdade.” Outra versao da Bı-blia diz: “O amor . . . alegremente fica do lado da verdade.”O amor nos motiva a defender a verdade e a ‘falar verazmen-te uns com os outros’. (Zacarias 8:16) Se, por exemplo, umapessoa querida se envolveu num pecado grave, o amor porJeova — e por aquele que errou — nos ajudara a defender asnormas de Deus em vez de tentar esconder, racionalizar ouate mentir sobre a transgressao.

´E verdade que talvez seja di-

fıcil aceitar a situacao. Mas, para o proprio bem da pessoa, es-taremos interessados em que ela receba e aceite a disciplinaamorosa de Deus. (Proverbios 3:11, 12) Como cristaos amo-rosos, tambem desejamos “comportar-nos honestamente emtodas as coisas”. — Hebreus 13:18.

11 “O amor . . . suporta todas as coisas.” Essa expressao

9. De que maneiras podemos demonstrar benignidade a outros?10. Como o amor nos ajudara a defender a verdade e a nao mentir,mesmo quando isso nao for facil?11. Visto que o amor “suporta todas as coisas”, como devemos agirem relacao as falhas de nossos concrentes?

303“PROSSEGUI ANDANDO EM AMOR”

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significa, literalmente, “cobre todas as coisas”. (Kingdom In-terlinear) Em 1 Pedro 4:8 lemos: “O amor cobre uma multi-dao de pecados.” De fato, um cristao guiado pelo amor naoestara sempre ansioso para expor todas as imperfeicoes e de-feitos de seus irmaos cristaos. Em muitos casos, os erros e asfalhas de nossos concristaos nao sao muito graves e podemser cobertos pelo amor. — Proverbios 10:12; 17:9.

12 “O amor . . . acredita todas as coisas.” Outra traducaodiz que o amor esta “sempre ansioso para crer no melhor”.(Moffatt) Nao desconfiamos indevidamente de concrentes,questionando cada motivacao deles. O amor nos ajuda a“crer no melhor” em relacao aos nossos irmaos e a con-fiar neles.� Note um exemplo disso na carta de Paulo a File-mon. Ele escreveu para incentivar Filemon a receber bondo-samente de volta seu escravo fugitivo, Onesimo, que haviase tornado cristao. Em vez de coagir Filemon a fazer isso, po-rem, Paulo fez um apelo baseado no amor. Afirmou ter con-fianca em que aquele homem faria a coisa certa, dizendo:“Escrevo-te confiante no teu acatamento, sabendo que farasainda mais do que as coisas que digo.” (Versıculo 21) Moti-vados pelo amor, procuremos, de forma semelhante, dar umvoto de confianca a nossos irmaos. Isso os ajudara a revela-rem o que tem de melhor.

13 “O amor . . . espera todas as coisas.” Alem de demonstrarconfianca, o amor gera esperanca. Movidos pelo amor, espe-ramos o melhor de nossos irmaos. Por exemplo, se um irmaoda um “passo em falso antes de se aperceber disso”, espera-mos que ele reaja aos esforcos amorosos de corrigi-lo. (Gala-

� Naturalmente, o amor cristao nao e de modo algum ingenuo. A Bı-blia nos exorta: ‘Fiquem de olho nos que causam divisoes e motivospara tropeco e os evitem.’ — Romanos 16:17.

12. Como o apostolo Paulo deu um voto de confianca a Filemon, eo que aprendemos do exemplo de Paulo?13. Como podemos demonstrar que esperamos o melhor de nossosirmaos?

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tas 6:1) Temos tambem esperanca de que os fracos na fe se re-cuperarao. Somos pacientes com eles, ajudando-os na medi-da do possıvel a fortalecer a sua fe. (Romanos 15:1; 1 Tessa-lonicenses 5:14) Mesmo que alguem que amamos se desvie,nao perdemos a esperanca de que, algum dia, ele caia em si evolte para Jeova, como o filho prodigo da ilustracao de Jesus.— Lucas 15:17, 18.

14 “O amor . . . persevera em todas as coisas.” A perseveran-ca nos capacitara para manter-nos firmes quando enfrentar-mos desapontamentos ou dificuldades. As provas para a nos-sa perseveranca nao vem apenas de fora da congregacao; asvezes, vem de dentro. Devido a imperfeicao, nossos irmaosvez por outra nos desapontarao. Uma palavra impensadapode nos magoar. (Proverbios 12:18) Talvez um assunto con-gregacional nao seja cuidado do modo como achamos quedevia. A conduta de um irmao respeitado talvez nos incomo-de, fazendo-nos pensar: “Como um cristao pode agir assim?”Quando nos depararmos com situacoes como essas, abando-naremos a congregacao e deixaremos de servir a Jeova? Nao,se tivermos amor! Essa qualidade impedira que sejamos ce-gados pelas falhas de um irmao a ponto de nao conseguir vermais nada de bom nele, nem na congregacao como um todo.O amor nos ajudara a permanecer fieis a Deus e a apoiar acongregacao, nao importa o que outros humanos imperfei-tos possam dizer ou fazer. — Salmo 119:165.

O que o amor nao e15 “O amor nao e ciumento.” O ciume pode nos tornar in-

vejosos daquilo que os outros tem: seus bens, privilegiosou habilidades. Trata-se de uma emocao egoısta e destrutivaque, se nao for controlada, pode perturbar a paz da congre-gacao. O que nos ajudara a resistir a “tendencia de invejar”?

14. De que maneiras nossa perseveranca pode ser provada na congre-gacao? O amor nos ajudara a reagir de que maneira?15. O que e ciume e como o amor nos ajudara a evitar essa emocaodestrutiva?

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(Tiago 4:5) O amor. Essa qualidade preciosa fara com que nosalegremos com os que parecem ter certas vantagens na vidaque nos mesmos nao temos. (Romanos 12:15) Se outros fo-rem elogiados por suas habilidades excepcionais ou realiza-coes notaveis, o amor nos ajudara a nao encarar isso comouma afronta pessoal.

16 “O amor . . . nao se gaba, nao se enfuna.” O amor pelosirmaos nos impedira de nos gabarmos de nossos talentos ourealizacoes, do exito no ministerio ou dos privilegios na con-gregacao. Isso so os desanimaria, fazendo-os sentir-se inferio-res. O amor nao deixara que nos gabemos de coisas que Deusnos permite fazer no Seu servico. (1 Corıntios 3:5-9) Afinal,o amor “nao se enfuna”, ou, como diz certa versao, nao “nu-tre ideias exageradas sobre sua propria importancia”. O amornos impedira de ter um conceito distorcido sobre nos mes-mos. — Romanos 12:3.

17 “O amor . . . nao se comporta indecentemente.” Quem secomporta indecentemente age de modo improprio ou ofen-sivo. Essa atitude e desamorosa, porque mostra total des-respeito pelos sentimentos e pelo bem-estar de outros. Emcontraste com isso, o amor e cortes, levando-nos a mostrarconsideracao pelos outros. Ele promove boas maneiras, con-duta reverente e respeito pelos concristaos. Assim, o amornao permitira que nos envolvamos em “conduta vergonho-sa”, ou seja, em qualquer proceder que chocaria ou ofende-ria nossos irmaos cristaos. — Efesios 5:3, 4.

18 “O amor . . . nao procura os seus proprios interesses.” Nessetexto, certa versao diz: “O amor nao insiste em que as coi-sas sejam feitas do seu jeito.” Quem e amoroso nunca teraessa atitude, como se suas opinioes sempre estivessem cor-

16. Se realmente amarmos os irmaos, por que evitaremos nos gabarde nossas realizacoes no servico de Jeova?17. O amor nos motivara a mostrar que consideracao pelos outros, epor isso que tipo de conduta evitaremos?18. Por que a pessoa amorosa nao exige que tudo seja feito do seujeito?

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retas. Nao manipulara os outros, usando sua habilidade depersuasao para vencer pelo cansaco os que tem uma opiniaodiferente. Isso seria teimosia e revelaria orgulho, e a Bıbliadiz: “O orgulho vem antes da derrocada.” (Proverbios 16:18)Se realmente amarmos os nossos irmaos, respeitaremos seuspontos de vista e, sempre que possıvel, estaremos dispostos aceder. Essa disposicao para ceder esta em harmonia com aspalavras de Paulo: “Que cada um persista em buscar, nao asua propria vantagem, mas a da outra pessoa.” — 1 Corıntios10:24.

19 “O amor . . . nao fica encolerizado . . . , nao leva em contao dano.” O amor nao se irrita facilmente com o que outrosdizem ou fazem.

´E natural ficarmos contrariados quando ou-

tros nos ofendem. Mas, mesmo que tenhamos boas razoespara ficarmos bravos, o amor nos ajudara a nao continuarirritados. (Efesios 4:26, 27) Nao manteremos como que umregistro das palavras ou acoes que nos magoaram, para naoesquece-las. Em vez disso, o amor nos levara a imitar nossoDeus amoroso. Como vimos no Capıtulo 26, Jeova perdoaquando ha base solida para isso. Quando perdoa, ele esque-ce, quer dizer, jamais vai nos condenar por esses pecados nofuturo. Nao ficamos contentes de que Jeova nao leva em con-ta o dano?

20 “O amor . . . nao se alegra com a injustica.” Nesse tex-to, a Bıblia na Linguagem de Hoje diz: “Quem ama nao ficaalegre quando alguem faz uma coisa errada.” Outra tradu-cao diz: “O amor nunca fica contente quando outros erram.”(Moffatt) O amor nao deriva nenhum prazer da injustica, demodo que nao fazemos vista grossa a nenhum tipo de imo-ralidade. Mas como reagimos quando um concrente e enla-cado pelo pecado e sofre as consequencias? O amor nao per-mitira que nos alegremos, como se dissessemos: “Bem feito!

19. O amor nos ajuda a reagir de que maneira quando outros nosofendem?20. Como devemos reagir quando um concrente e enlacado pelo pe-cado e sofre as consequencias?

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Ele merecia!” (Proverbios 17:5) Mas nos nos alegramos, sim,quando um irmao que errou toma as medidas necessariaspara recuperar-se de sua queda espiritual.

“Um caminho que ultrapassa isso”21 “O amor nunca falha.” O que Paulo queria dizer com es-

sas palavras? Como se nota no contexto, ele comentava osdons do espırito que os cristaos do primeiro seculo recebe-ram. Esses serviam como sinais de que o favor de Deus esta-va com essa congregacao recem-formada. Mas nem todos oscristaos tinham o poder de curar, profetizar ou falar em lın-guas. Isso, porem, nao importava, pois de qualquer maneira

21-23. (a) O que Paulo queria dizer quando escreveu: “O amor nun-ca falha”? (b) O que analisaremos no ultimo capıtulo?

O povo de Jeova e identificado peloamor que tem uns pelos outros

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os dons milagrosos com o tempo cessariam. Contudo, umacoisa permaneceria, algo que todos os cristaos poderiam cul-tivar e que era mais duradouro e permanente do que qual-quer dom milagroso. De fato, Paulo o chamou de “um cami-nho que ultrapassa isso”. (1 Corıntios 12:31) Que “caminho”era esse? O caminho do amor.

22 De fato, o amor cristao que Paulo descreveu “nunca falha”,isto e, nunca tem fim. Ate hoje o amor fraternal abnegadoidentifica os verdadeiros seguidores de Jesus. Nao vemos evi-dencia desse amor nas congregacoes dos adoradores de Jeovaem toda a Terra? Essa qualidade existira para sempre, porqueJeova promete vida eterna aos seus servos fieis. (Salmo 37:9-11,29) Continuemos fazendo todo o possıvel para ‘prosseguir an-dando em amor’. Assim, sentiremos a felicidade maior quevem de dar. Mais do que isso, poderemos continuar a viver — eamar — por toda a eternidade, imitando nosso Deus amoroso,Jeova.

23 Neste capıtulo, que conclui a secao sobre o amor, vimoscomo podemos demonstrar amor uns pelos outros. Mas, emvista dos muitos modos em que nos beneficiamos do amor deJeova — bem como do seu poder, justica e sabedoria —, farıa-mos bem emperguntar: ‘Como posso mostrar a Jeova que real-mente o amo?’ Essa pergunta sera analisada no ultimo capı-tulo.

Perguntas para Meditacao2 Corıntios 6:11-13 O que significa ‘alargar-nos’ em nossasafeicoes e como podemos aplicar esse conselho?

1 Pedro 1:22 Como essas palavras mostram que nosso amorpelos concrentes deve ser sincero, genuıno e cordial?

1 Joao 3:16-18 Como podemos demonstrar que “o amor deDeus” permanece em nos?

1 Joao 4:7-11 Qual e a maior motivacao para demonstrar amorpelos nossos concrentes?

309“PROSSEGUI ANDANDO EM AMOR”

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UM SORRISO do filhinho recem-nascido enche os pais dealegria.

`As vezes, eles chegam bem pertinho dele, falando

com ternura e sorrindo entusiasmados. Esperam uma rea-cao. E ela logo vem: formam-se covinhas nas bochechas dobebe, seus labios se curvam e surge um lindo sorriso. Aque-le sorriso expressa afeicao de um jeito todo especial. O bebeesta comecando a aprender com os pais a expressar amor.

2 O sorriso do bebe nos faz lembrar de algo importantea respeito da natureza humana: quando recebemos amor,nossa reacao natural e amar. Foi assim que fomos criados.(Salmo 22:9)

`A medida que crescemos, vamos desenvolven-

do nossa capacidade de reagir ao amor. Voce talvez se lem-bre de quando era crianca e de como seus pais, parentes eamigos expressavam amor por voce. A afeicao se arraigouno seu coracao, cresceu e deu frutos: voce passou a demons-trar amor tambem. Sera que acontece algo similar no seu re-lacionamento com Jeova Deus?

3 A Bıblia diz: “Quanto a nos, amamos porque ele nosamou primeiro.” (1 Joao 4:19) A materia das Secoes 1 a 3deste livro lembrou voce que Jeova Deus, de forma amoro-sa, exerceu poder, justica e sabedoria em seu benefıcio. E, naSecao 4, viu que ele expressou Seu amor diretamente a hu-manidade — e a voce pessoalmente — de modos notaveis.Mas surge uma questao. De certa forma, esta e a perguntamais importante que voce pode fazer a si mesmo: ‘Comoposso corresponder ao amor de Jeova?’

1-3. (a) O que podemos aprender sobre a natureza humana obser-vando a interacao entre um bebe e seus pais? (b) Que processo ocor-re naturalmente quando alguem nos demonstra amor e que pergun-ta importante podemos nos fazer?

C A P´I T U L O 3 1

“Chegai-vos a Deus,e ele se chegara a vos”

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O que significa amar a Deus4 Jeova, o Originador do amor, sabe muito bem que essa

qualidade tem o dom de revelar o que ha de melhor naspessoas. Assim, apesar da constante rebeldia da humanida-de infiel, ele sempre teve confianca de que alguns humanoscorresponderiam ao seu amor. E, de fato, milhoes corres-ponderam. Infelizmente, porem, as religioes deste mundocorrupto deixaram as pessoas confusas sobre o que signifi-ca amar a Deus. Muitas pessoas dizem que o amam, mas pa-recem achar que se trata apenas de um sentimento que seexpressa em palavras. O amor a Deus talvez comece dessaforma, assim como o amor do bebe pelos pais se manifes-ta inicialmente por meio de um sorriso. Mas, no caso dosadultos, o amor envolve mais coisas.

5 Jeova explica o que significa ama-lo. Sua Palavra diz:“O amor de Deus significa o seguinte: que observemos osseus mandamentos.” Assim, o amor a Deus precisa ser ex-presso em acoes.

´E verdade que muitas pessoas nao acham

agradavel a ideia de ter de obedecer. Mas o mesmo versıcu-lo bondosamente esclarece: “Contudo, os . . . mandamen-tos [de Deus] nao sao pesados.” (1 Joao 5:3) O objetivo dasleis e dos princıpios de Jeova nao e nos oprimir, mas nosbeneficiar. (Isaıas 48:17, 18) A Palavra de Deus esta cheia deprincıpios que ajudam a nos achegarmos mais a ele. Como?Examinemos tres aspectos de nosso relacionamento comDeus: comunicacao, adoracao e imitacao.

Comunicacao com Jeova6 O Capıtulo 1 comeca com a pergunta: “Consegue se

4. Por que as pessoas estao confusas sobre o que significa amar aDeus?5. Como a Bıblia define o amor de Deus? Por que nao deverıamosachar essa definicao desagradavel?6-8. (a) De que maneiras podemos escutar a Jeova? (b) Como pode-mos dar vida ao que lemos nas Escrituras?

311“CHEGAI-VOS A DEUS, E ELE SE CHEGAR´

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OS”

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imaginar conversando com Deus?” Vimos que essa nao euma ideia sem cabimento. De fato, Moises conversou comJeova. E nos? Atualmente, Ele nao envia anjos para conver-sar com humanos. Mas ainda tem meios excelentes de secomunicar conosco. Como podemos escutar a Jeova?

7 Visto que “toda a Escritura e inspirada por Deus”, escuta-mos a Jeova quando lemos sua Palavra, a Bıblia. (2 Timoteo3:16) O salmista incentivou os servos de Deus a fazer essaleitura “dia e noite”. (Salmo 1:1, 2) Isso exige esforco con-sideravel da nossa parte. Mas vale a pena! Como vimos noCapıtulo 18, a Bıblia e como uma carta valiosa de nosso Paicelestial. Assim, nao devemos encarar a leitura dela comouma obrigacao. Devemos dar vida ao que lemos nas Escri-turas. Como se faz isso?

8 Visualize o relato bıblico a medida que le. Procure enca-rar os personagens bıblicos como pessoas reais. Tente en-tender a formacao, as circunstancias e as motivacoes deles.Daı, analise bem o que le, fazendo perguntas como: ‘O queesse relato me ensina sobre Jeova? Que qualidades dele fi-cam evidentes? Que princıpio Jeova deseja que eu apren-da e como posso aplica-lo na vida?’ Leia, medite e aplique.`A medida que fizer isso, a Palavra de Deus ganhara vida.— Salmo 77:12; Tiago 1:23-25.

9 Jeova tambem fala conosco por meio do “escravo fiel ediscreto”. Como Jesus predisse, um pequeno grupo de ho-mens cristaos ungidos foi designado para fornecer “alimen-to no tempo apropriado” durante estes turbulentos ultimosdias. (Mateus 24:45-47) Quando lemos publicacoes prepara-das para nos ajudar a obter conhecimento exato da Bıbliae quando assistimos a reunioes e congressos cristaos, esta-mos recebendo alimento espiritual desse escravo. Visto quese trata do escravo de Cristo, convem por em pratica as pala-

9. Quem faz parte do “escravo fiel e discreto”? Por que e importanteprestar atencao a esse “escravo”?

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vras de Jesus: “Prestai atencao a como escutais.” (Lucas 8:18)Escutamos com atencao porque reconhecemos que o escra-vo fiel e um dos meios que Jeova usa para se comunicarconosco.

10 Mas como nos comunicamos com Deus? Podemos fa-lar com ele? Essa e uma ideia espantosa! Se tentasse ob-ter uma audiencia com o governante mais poderoso de seupaıs a fim de tratar de alguns assuntos pessoais, quais seriamsuas chances de sucesso? Em alguns casos, a mera tentati-va ja seria perigosa. Nos dias de Ester e Mordecai, a pessoapodia ser morta se tentasse aproximar-se do monarca per-sa sem um convite real. (Ester 4:10, 11) Imagine entao nosaproximarmos do Soberano Senhor do Universo, em com-paracao com quem os mais poderosos humanos “sao comogafanhotos”! (Isaıas 40:22) Deverıamos nos sentir intimida-dos? De jeito nenhum!

11 Jeova nos deu um meio direto e simples de chegarmosa ele: a oracao. Ate uma crianca pode orar a Jeova com fe,em nome de Jesus. (Joao 14:6; Hebreus 11:6) Mas a oracaonos permite transmitir nossos pensamentos e sentimentosmais complexos e ıntimos, ate mesmo aqueles que sao taodolorosos que nem sabemos expressar em palavras. (Roma-nos 8:26) Nao adianta nada tentar impressionar Jeova comum vocabulario vasto e sofisticado ou com oracoes longas everbosas. (Mateus 6:7, 8) Por outro lado, ele nao especifica aduracao maxima de nossas oracoes nem com que frequen-cia podemos faze-las. Sua Palavra ate nos convida a ‘orar in-cessantemente’. — 1 Tessalonicenses 5:17.

12 Lembre-se de que so Jeova e chamado de “Ouvinte deoracao”, e ele escuta com verdadeira empatia. (Salmo 65:2)Sera que ele apenas tolera as oracoes de seus servos fieis?

10-12. (a) Por que a oracao e uma dadiva maravilhosa de Jeova?(b) Como podemos orar de um modo que agrade a Jeova e por quepodemos ter certeza de que ele aprecia nossas oracoes?

313“CHEGAI-VOS A DEUS, E ELE SE CHEGAR´

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OS”

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Nao, ele realmente deriva prazer delas. Sua Palavra as com-para a incenso que, quando queimado, libera uma nuvemde fumaca de cheiro doce e repousante. (Salmo 141:2; Re-velacao [Apocalipse] 5:8; 8:4) Nao e consolador saber quenossas oracoes sinceras, de modo similar, ascendem ate oSoberano Senhor e lhe agradam? Assim, se quiser se ache-gar a Jeova, ore a ele humilde e frequentemente, todo dia.Abra seu coracao para ele, sem receio. (Salmo 62:8) Fale aoseu Pai celestial sobre suas preocupacoes e alegrias; expresseseus agradecimentos e louvores. Em resultado disso, o vın-culo entre voce e ele ficara cada vez mais forte.

Adoracao a Jeova13 A comunicacao com Jeova Deus e diferente de uma con-

versa com um amigo ou parente, em que simplesmente es-cutamos e falamos. Quando nos comunicamos com ele, es-tamos na verdade adorando-o, dando-lhe a honra reverenteque lhe e bem merecida. A adoracao verdadeira e a nossavida.

´E o modo de demonstrarmos a Jeova nosso amor e

devocao de toda a alma. Ela une todas as criaturas fieis deJeova, no ceu e na Terra. Em visao, o apostolo Joao ouviuum anjo dar esta ordem: “Adorai Aquele que fez o ceu, e aterra, e o mar, e as fontes das aguas.” — Revelacao 14:7.

14 Por que devemos adorar a Jeova? Pense nas qualidadesque analisamos: santidade, poder, autodomınio, justica, co-ragem, misericordia, sabedoria, humildade, amor, compai-xao, lealdade e bondade. Vimos que Jeova e o proprio apice,o padrao mais elevado possıvel, de cada um desses atribu-tos valiosos. Quando procuramos entender plenamente es-sas qualidades como um todo, notamos que o Criador emuito mais do que um Personagem grandioso e notavel. Elee glorioso ao extremo e incomparavelmente mais elevado

13, 14. O que significa adorar a Jeova e por que e apropriado fazer-mos isso?

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do que nos. (Isaıas 55:9) Sem sombra de duvida, Jeova temo direito de ser nosso Soberano e, por certo, merece nossaadoracao. Mas como devemos adora-lo?

15 Jesus disse: “Deus e Espırito, e os que o adoram tem deadora-lo com espırito e verdade.” (Joao 4:24) Isso signifi-ca adorar a Jeova com o coracao cheio de fe e amor, sen-do guiados por Seu espırito. Significa tambem adora-lo emharmonia com a verdade, o conhecimento exato encon-trado na Palavra de Deus. Temos uma otima oportunidadepara adorar a Jeova “com espırito e verdade” sempre quenos reunimos com companheiros de adoracao. (Hebreus10:24, 25) Quando entoamos canticos a Jeova, nos uni-mos em oracao a Ele, prestamos atencao ao estudo da sua

15. Como podemos adorar a Jeova “com espırito e verdade”? As reu-nioes cristas nos dao que oportunidade?

As reunioes cristas sao ocasioes agradaveispara adorar a Jeova

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Palavra e participamos dele, expressamos nosso amor a Eleem adoracao pura.

16 Tambem adoramos a Jeova quando falamos dele a ou-tros, dando-lhe louvor em publico. (Hebreus 13:15) De fato,pregar as boas novas do Reino de Deus e um dos maioresmandamentos de que os cristaos verdadeiros foram incum-bidos. (Mateus 24:14) Obedecemos entusiasticamente por-que amamos ao Criador. “O deus deste sistema de coisas”,Satanas, o Diabo, “tem cegado as mentes dos incredulos”,espalhando mentiras crueis sobre Jeova. Por isso, ansiamosservir comoTestemunhas a favor do nosso Deus, combaten-do essas calunias. (2 Corıntios 4:4; Isaıas 43:10-12) E, quan-do meditamos nas maravilhosas qualidades de Jeova, naosentimos um desejo cada vez mais forte de falar dele a ou-tros? De fato, nao ha privilegio maior do que ajudar outraspessoas a conhecer e a amar nosso Pai celestial assim comonos.

17 Mas nao e so isso. A adoracao a Jeova abrange cada as-pecto de nossa vida. (Colossenses 3:23) Se realmente acei-tarmos a Jeova como nosso Senhor Soberano, procuraremosfazer sua vontade em tudo: na vida familiar, no servico secu-lar, nos tratos com outros, no tempo de folga. Faremos empe-nho para servir a Jeova “de pleno coracao”, com integridade.(1 Cronicas 28:9) Nesse tipo de adoracao, nao ha lugar paraum coracao dividido nem para vida dupla (a atitude hipo-crita de aparentemente servir a Jeova enquanto se praticampecados graves em segredo). Para quem realmente demons-tra integridade, e impossıvel ser hipocrita; quem e amoro-so acha a hipocrisia repugnante. O temor de Deus tambem

16. Qual e um dos maiores mandamentos de que os cristaos verda-deiros foram incumbidos, e por que nos sentimos impelidos a obede-cer?17. O que a nossa adoracao a Jeova abrange, e por que devemos ado-rar em integridade?

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ajuda. A Bıblia afirma que essa reverencia contribui para umrelacionamento ıntimo com Jeova. — Salmo 25:14.

Imitar a Jeova18 Cada secao deste livro termina com um capıtulo que ex-

plica como podemos nos ‘tornar imitadores de Deus, comofilhos amados’. (Efesios 5:1)

´E vital lembrarmos que, apesar

da nossa imperfeicao, podemos realmente imitar o modoperfeito de Jeova usar o poder, exercer a justica, empregara sabedoria e demonstrar amor. Como sabemos que e real-mente possıvel imitar oTodo-Poderoso? Lembre-se de que osignificado do nome de Jeova nos ensina que ele se tornatudo o que decide ser para cumprir seus propositos.

´E natu-

ral ficarmos espantados com essa habilidade, mas sera queela esta completamente fora do nosso alcance? Nao.

19 Fomos criados a imagem de Deus. (Genesis 1:26) Assim,o homem e diferente de todas as outras criaturas da Terra.Nao somos guiados por mero instinto, pela genetica ou porfatores ambientais. Jeova nos deu uma dadiva preciosa: o li-vre-arbıtrio. Apesar de nossas limitacoes e imperfeicoes, so-mos livres para escolher o que nos tornaremos. Deseja seruma pessoa amorosa, sabia e justa que usa corretamente opoder? Gracas a ajuda do espırito de Jeova, voce pode serexatamente assim! Pense em todo o bem que voce poderarealizar.

20 Voce agradara seu Pai celestial, alegrando Seu coracao.(Proverbios 27:11) Podera ate ‘agradar plenamente’ a Jeova,pois ele entende suas limitacoes. (Colossenses 1:9, 10) E, amedida que continuar desenvolvendo boas qualidades aoimitar seu Pai amoroso, sera abencoado com um grandeprivilegio: num mundo em escuridao, alienado de Deus,

18, 19. Por que nao e irrealista pensar que meros humanos imperfei-tos sejam capazes de imitar a Jeova Deus?20. Que bem realizamos quando imitamos a Jeova?

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voce sera um portador de luz. (Mateus 5:1, 2, 14) Ajudara aespalhar pela Terra alguns reflexos da gloriosa personalida-de de Jeova. Que honra!

“Chegai-vos a Deus, e ele se chegara a vos”21 O incentivo simples registrado em Tiago 4:8 nao colo-

ca diante de nos apenas um objetivo. Trata-se de uma jor-nada. Desde que permanecamos fieis, essa jornada nuncaterminara. Nunca deixaremos de nos achegar cada vez maisa Jeova. Afinal, sempre havera coisas a aprender sobre ele.Nao pense que este livro ensinou tudo o que se pode sabersobre Jeova. Nos mal comecamos a analisar tudo o que a Bı-blia diz sobre o nosso Deus! E nem a Bıblia inteira contemtodas as informacoes sobre ele. O apostolo Joao acreditavaque, se tudo o que Jesus fez durante seu ministerio terrestretivesse sido escrito, “o proprio mundo nao poderia conteros rolos escritos”. (Joao 21:25) Se isso se da no caso do Fi-lho, quanto mais com o Pai!

21, 22. Que jornada infindavel se encontra diante de todos os queamam a Jeova?

Achegue-secada vez mais a Jeova

ACHEGUE-SE A JEOV´

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22 Nem mesmo a vida eterna sera suficiente para apren-der tudo sobre Jeova. (Eclesiastes 3:11) Pense, entao, noque nos aguarda. Depois de viver por centenas, milhares,milhoes ou ate bilhoes de anos, saberemos muito mais so-bre Jeova Deus do que sabemos hoje. Mas ainda havera in-contaveis outras coisas maravilhosas para aprendermos. Fi-caremos ansiosos de aprender mais, pois sempre teremosrazoes para nos sentir como o salmista, que cantou: “Che-gar-me a Deus e bom para mim.” (Salmo 73:28) A vida eter-na sera inimaginavelmente significativa e variada — e aparte mais recompensadora dela sempre sera achegar-nosmais a Jeova.

23 Corresponda agora ao amor de Jeova, amando-o de todoo coracao, alma, mente e forca. (Marcos 12:29, 30) Desen-volva amor leal e inabalavel. Que todas as decisoes — pe-quenas ou grandes — que voce toma dia apos dia reflitam omesmo princıpio orientador: fazer todo o possıvel para for-talecer cada vez mais o relacionamento com seu Pai celes-tial! Acima de tudo, achegue-se cada vez mais a Jeova e elese achegara cada vez mais a voce — por toda a eternidade!

23. Voce e incentivado a fazer o que?

Perguntas para Meditacao

Salmo 25:1-22 Como podemos nos achegar mais a Jeova? Queconfianca podemos ter em resultado disso?

Oseias 6:3 Como esse versıculo mostra que conhecer a Jeovaexige esforco e traz bencaos?

Mateus 16:21-27 Se havemos de imitar a Jeova, o exemplo dequem devemos seguir e que espırito devemos demonstrar?

Revelacao 21:3, 4 Ao meditar nas bencaos futuras que Jeovadara, o que voce se sente motivado a fazer?

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