[ACIJ] Revista 21 - Dezembro/2012

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3REVISTA 21

VISÃO ACIJA PALAVRA DA ENTIDADE

A eleição de Udo Döhler para a prefeitura de Joinville é um sinal positivo da credibilidade pública alcançada por esse líder empresarial que presidiu a Acij por cinco oportunidades. De-monstra, por outro lado, a aprovação, pela maioria dos cida-dãos, de uma plataforma focada na competência da gestão – e que promete reproduzir no governo municipal experiências de sucesso já adotadas na iniciativa privada. A Acij deseja sucesso ao novo prefeito e reafirma a expectativa de que Udo Döhler se mostre sensível às temáticas apresentadas em documento assinado pela entidade com as prioridades do empresariado para o futuro governo. Entrevista exclusiva com o prefeito eleito abre esta última edição de 2012 da Revista 21, a partir da página 4. Um final de ano repleto de felicidade, e um 2013 que não economize em boas notícias, é o desejo da entidade.

Sucesso ao prefeito Udo.E que venha 2013

Conselho editorialANDRÉ DAHERADVOGADO(PRESIDENTE DO CONSELHO DOS NÚCLEOS)

DINORÁ NASS ALLAGECAJADINA(VICE-PRESIDENTE)

DIOGO HARONACIJ(DIRETOR EXECUTIVO)

MARIA REGINA LOYOLA RODRIGUES ALVESLEPPER(VICE-PRESIDENTE DA ACIJ)

SANDRA TRAPPSOCIESC(PRESIDENTE DO NÚCLEO DE ESCOLAS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL)

SIMONE GEHRKEEDM LOGOS(ASSOCIADA)

Jornalista responsávelJÚLIO FRANCO (REG.PROF. 7352/RS)

ProduçãoMERCADO DE COMUNICAÇÃO

EditorGUILHERME DIEFENTHAELER(REG. PROF. 6207/RS)

ReportagemFERNANDA LANGELETÍCIA CAROLINEANA RIBAS DIEFENTHAELERTHIAGO SECOLAÍS MEZZARI

Diagramação, ilustrações e infográficosFÁBIO ABREU

FotografiaPENINHA MACHADO, BANCO DE IMAGENS E ASSESSORIAS DE IMPRENSA

ImpressãoIMPRESSORA MAYER

Tiragem4 MIL EXEMPLARES

[email protected]

PublicidadeCÉSAR BUENO(47) 9967-2587 E 3801-4897 Endereço para correspondênciaAV. ALUISIO PIRES CONDEIXA, 2550SAGUAÇU, JOINVILLE/SC

Publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij)

Revista 21

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO

BRIEFING

16 Novidades sobre a mesa

CONJUNTURA

20 O que esperar de 2013

PERFORMANCE

30 Farmácias por todo o lado

SOCIAL

34 O trabalho atrás das grades

ENTRE NÓS

40 Excelência da Acij é premiada

DOS NÚCLEOS

46 A ação do setor de serviços

PONTO E CONTRAPONTO

50 Clima organizacional & gestão

HAPPY-HOUR

53 Tudo pela adrenalina

3 PERGUNTAS

58 Como administrar conflitos

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ABRE ASPASUMA BOA CONVERSA COM QUEM TEM O QUE DIZER

Prefeito eleito, Udo Döhler estima que a economia de Joinville

vai triplicar em 30 anos, promete desburocratizar o setor público,

otimizar a arrecadação de impostos e combater a desigualdade social

“Vamos dar um salto qualitativo”

PENINHA MACHADO

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A que o sr. atribui a vitória? Algumas aná-lises indicavam que havia a expectativa do joinvilense de ter, novamente, um pre-feito com perfil de gestor. O sr. concorda?Apresentei minha candidatura con-siderando que tinha experiência e maturidade suficientes para assumir esse compromisso. Durante oito meses, um grupo de 32 pessoas tra-balhou na elaboração do Plano 15, com nossa plataforma de governo. Iniciei a campanha justamente com o viés de que não tinha aspiração política e queria apenas ajudar Join-ville a se transformar em uma cidade melhor. Realizamos em torno de 600 reuniões nos bairros, ouvindo as pessoas. Colecionamos cente-nas de sugestões, que acabaram integrando o plano de governo. No primeiro turno, meu nome aparecia

em uma posição discreta nas pes-quisas, na quarta posição. À medida que a nossa proposta foi sendo apresentada ao eleitor, passamos a crescer, e, contrariando as previ-sões, tivemos uma posição bastante confortável em termos de votos. No segundo turno, novamente, as pes-quisas sinalizavam que era pouco provável que viéssemos a vencer as eleições, sempre mostrando em uma escala decrescente. Enfim, atribuo esse voto de confiança do eleitor à consistência da nossa pro-posta de governo, que busca tornar a cidade de Joinville uma cidade mais igual. Hoje, temos duas cida-des: uma no Centro e outra nos bairros. Há, em Joinville, cerca de dez assentamentos irregulares. Dez mil pessoas que não têm endereço,

não têm acesso ao crédito, a quase nada. É por aí que vamos começar a trabalhar: regularizar essas áreas para que as pessoas se insiram na comunidade. Já tivemos situações parecidas no passado, no Jardim Paraíso, no Ulysses Guimarães, mas aquelas áreas foram urbaniza-das. E a demanda quintuplicou. Por tudo isso, decidimos que vamos governar dos bairros para o Centro, com a população, ouvindo as pes-soas. Ficaremos o menor tempo possível no gabinete.

Em que medida seu perfil de gestor e sua trajetória empresarial contribuíram para a eleição? Trabalho desde os 14 anos e aprendi que não se constrói um empreen dimento sem a partici-pação dos funcionários. Aprendi isso primeiramente na Döhler, hoje com 3 mil colaboradores e que, neste ano, vai crescer 5%, sempre por conta do comprometimento do seu quadro de funcionários. No município, não é diferente. Vamos conversar com o servidor para conhecer seus anseios, para oportunizar que ele construa a for-mação que é necessária, e oferecer um melhor ambiente de trabalho, adequadamente instrumentalizado e motivador. Vamos reconhecer o seu empenho, fazer com que ele seja o mais atraído possível pela atividade. Desse modo, o servidor não se acomodará. E o reconhe-cimento, naturalmente, bate na remuneração do servidor.

Como o sr. vê a distinção entre o gestor e o político? Isso causou impacto na campanha?Infelizmente, a classe política está muito desgastada. Houve algum avanço nos últimos tempos, por exemplo, com o julgamento do

REVISTA 21

Quarto empresário a tomar o caminho do Poder Executivo em Joinville desde a década de 1960, Udo Döhler entra para a galeria de Baltasar Buschle, Helmuth Falgatter e Wittich Freitag, a partir de 1º de janeiro, com a expectativa de pro-var que a competência na gestão privada também pode ser aplicada na arena pública.

Ex-presidente da Acij, à frente da tradicional indústria têxtil que leva seu sobrenome, atuando há 40 anos como voluntário no comando do Hospital Helena, Udo venceu as eleições no dia de seu 70º aniversário contrariando as pes-quisas e prometendo transparência absoluta no exercício do cargo. Combate à burocracia que emperra a eficiência do serviço público e, ao mesmo tempo, valorização do funciona-lismo são metas que integram a plataforma de governo. Mas a prioridade absoluta, segundo o prefeito eleito, é a saúde.

Nesta entrevista à Revista 21, ele reafirma o compromisso com medidas que racionalizem a pesada estrutura adminis-trativa do município, como o enxugamento das secretarias regionais, que serão transformadas em subprefeituras. Prevê um forte incremento da economia local, em conjunto com as cidades vizinhas, defendendo um redesenho da região que tem Joinville como epicentro. O prefeito eleito também critica a demora na aprovação da nova Lei de Ordenamento Territorial (LOT), emperrada por demandas judiciais: “Por conta disso, Joinville está parada”.

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mensalão, e isso vai contribuir para a valorização do serviço público. Devo dizer que é um compromis-so nosso cuidar para que não se percam recursos públicos, garantir a transparência. Criar um portal absolutamente transparente. Cada cidadão precisa ter a oportunidade de dizer “olha, aqui houve um des-vio de recursos”. Não basta que a informação esteja disponível: ela tem que ser visível para o cidadão. É preciso reconectar os valores éticos e morais da classe política. As primeiras sinalizações já come-çam a surgir, com estes acertos nas decisões do Judiciário, mas, sobretudo, porque o jovem começa a participar da atividade política, por exemplo, por meio das redes sociais. É um processo irreversível. Nas próximas eleições, teremos uma participação ainda maior do jovem. Isso fará com que a velha raposa política mude de conduta.

Afinal, há diferenças entre gestão pública e privada?Gestão é gestão, pública ou pri-vada. Existem dificuldades de um lado e de outro. A complexidade da gestão pública tem especificidades em relação à do setor privado. E o risco na atividade privada é maior que na pública. Existem limitado-res, regras complexas, detalhadas. Temos que desburocratizar o servi-ço público, melhorar os processos licitatórios, para buscar ganhos de escala na execução. Mas a gestão, como um todo, é uma só.

Falta eficiência no serviço público?Sim, mas não é por causa do ser-vidor. O servidor está engessado. Não tem um bom ambiente de trabalho, está diante de um proces-so altamente burocratizado, e fica a imagem de que é acomodado.

Vamos fazer com que o servidor público possa ser reconhecido pela população, que possa dizer com orgulho que trabalha como servidor em Joinville. Não há como execu-tar nossas metas de governo sem o comprometimento do servidor. Vamos aproveitar a prata da casa, como fiz ao longo de toda minha vida no setor privado.

Quais serão as prioridades do seu governo? O Plano 15 se divide em 15 áreas. Quatro serão priorizadas: saúde,

educação, trânsito e segurança. Além dessas, existem ações vol-tadas à gestão, valorização do ser-vidor, segurança, meio ambiente, turismo, entre outras áreas. Mas co-meçaremos mesmo pela saúde. É a necessidade mais premente. Vamos melhorar as instalações do Hospital São José, promover uma interface com os hospitais do Estado – já com sinal verde do governador –, melhorar os postos de saúde, fazer com que ali não falte o profissional médico e o remédio, o que também vale para os PAs.

Outra forte demanda da população diz respeito à segurança pública. O que pode ser feito pelo município nessa área?A segurança pública é função de Estado. Mas o município pode e deve ajudar. Vamos instalar câme-ras nos bairros, melhorar a ilumi-nação. Fazendo isso, vamos ficar de olho no traficante e no bandido. A droga é um problema grave em Joinville. Precisamos fazer com que as nossas crianças possam ficar mais protegidas, combater a

“Não basta que a informação esteja disponível, ela tem que ser visível para o cidadão. É preciso reconectar os valores éticos”

PENINHA MACHADO

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droga. Hoje, a Polícia Militar con-some 85% do tempo cuidando das pequenas contravenções e apenas 15% no combate ao crime. Tem que ser o inverso. Vamos criar a guarda municipal, que vai cuidar do trânsito e do patrimônio do município, além de auxiliar a PM para as pequenas contravenções. Devemos fazer com que a popula-ção também participe. No passa-do, existia o chamado inspetor de quarteirão. Se cada um cuidar do seu quintal e do quintal do vizinho, vamos melhorar.

Que avaliação o sr. faz das reivindi-cações apresentadas pela Acij, em documento encaminhado pouco antes do segundo turno?A Acij apresentou suas sugestões, como também várias outras entida-des. Elas foram tabuladas e vamos incorporá-las dentro do que achar-mos positivo. Cada segmento social enxerga prioridades de uma forma. As contribuições são importantes. Vamos examiná-las positivamente.

A prefeitura voltará a funcionar em perío do integral? Turno único ou integral, mais co-missionados, menos comissiona-dos – não faremos qualquer modi-ficação nessas situações sem ouvir o servidor público. Pronunciar-se a distância é uma coisa. É preciso saber o que ocorre ali dentro.

As secretarias regionais serão enxu-gadas?Vamos transformar as secretarias regionais em subprefeituras, porque as regionais não estão tendo um bom desempenho. O que se quer é deixar o governo mais próximo das pessoas. Hoje, para conseguir um simples licenciamento ambiental, é

preciso ir várias vezes à prefeitura, vai e volta, vai e volta, como bolinha de pingue-pongue. Vamos aperfei-çoar o sistema de informatização, para que o cidadão possa buscar a solução ali na subprefeitura, perto de onde mora, ou, se possível, de casa mesmo, no computador. Hoje, o maior imposto deste país, que é o imposto de renda, é feito sem sair de casa. Não se concebe que um simples pedido de licenciamento, um simples pedido de informação, obrigue o cidadão a preencher for-mulários complexos e ir à prefeitura, se poderia fazer isso de casa.

Há muito a fazer nesta questão?Sim, o município está altamente bu-rocratizado, a gente não localiza as informações. Para comprovar, basta entrar no site da prefeitura. As infor-mações até estão ali, mas a pessoa não encontra o que precisa. Quantos veículos existem na prefeitura? Difícil achar essa informação. Tem que ser mais transparente. Temos que registrar qual o veículo, qual o ano de fabricação, quanto andou etc.

De que modo a questão da ineficiência pública prejudica a vida do empresário?Sem dúvida que atrapalha. Se al-guém quiser um licenciamento am-biental em Joinville, leva semanas, meses, até um ano. Se for para qualquer município vizinho, resolve em uma semana. Hoje, não temos ainda a lei de ordenamento territorial aprovada pela Câmara. Isso é um trauma. Se alguém quiser instalar uma fábrica, como ocorreu com a BMW, em Araquari, teria que man-dar um projeto para o Legislativo, para transformar uma área que não tem definição e acomodar aque-

“Joinville está parada por falta de ordenamento territorial. Sem isso, é pouco provável que uma grande empresa venha para cá”

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le empreendimento. Ninguém se sujeita a isso. Joinville está parada por falta de ordenamento territorial. Enquanto os vereadores não delibe-rarem sobre a matéria, estaremos aguardando para que a cidade volte a crescer. Porque a cidade parou. Isso é um desserviço. Estamos sen-sibilizando os vereadores para que façam a votação da lei neste ano ain-da ou no começo do ano que vem.

O que o empresário pode esperar de seu governo na questão tributária? A prefeitura não vai aumentar im-posto. Apenas recolher de forma adequada. A arrecadação pode ser otimizada com os tributos que aí es-tão. Não é possível que apenas parte da população pague seus impostos e outra parte, não. Na hora que todos pagarem, acabarão pagando menos. Vamos ter o cuidado de fazer justiça fiscal, para que não se penalize uma parte importante da população.

Haverá revisão de alíquotas ou alguma mudança no regime do IPTU?

Vamos examinar bem plantas de valores dos imóveis, atualizar os cadastros. Existem registros que não são regulares, o que implica evasão fiscal. Vamos consertar isso, trazen-do benefícios para a população.

O que é possível fazer para que Joinville continue sendo um local atrativo para novos empreendimentos empresariais?Primeiro, dar segurança jurídica. Sem uma lei de ordenamento ter-ritorial, é pouco provável que uma grande empresa venha para Joinville. Vamos trabalhar fortemente para

“É um momento bom para a região metropolitana. Não podemos enxergar a cidade apenas dentro dos limites do município”

PRIORIDADES DO NOVO PREFEITO

Gestão Joinville merece uma gestão planejada e crescimento organizado.

Saúde Melhoria contínua da rede ambulatorial e hospitalar.

Educação Ampliação da rede escolar, melhoria das escolas existentes e valorização do professor.

Mobilidade urbana O caos da mobilidade será combatido com investimentos como um amplo programa de recuperação asfáltica.

Servidor Sistema de meritocracia, promoção de qualificação e valorização permanentes.

Alagamentos Aprofundar e regularizar a calha do Rio Cachoeira, com barragens hidráulicas e o retorno da navegabilidade.

Segurança Integrar a segurança em todas as suas esferas, promovendo a cooperação entre os órgãos públicos e privados.

Meio Ambiente Despoluição gradativa do Cachoeira, Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Cultura A grande prioridade é recuperar os endereços culturais.

Habitação Ênfase à família e à moradia digna.

Assistência Social Apoio e capacitação permanente às organizações de assistência social.

Desenvolvimento Econômico Simplificar e desburocratizar a abertura de novos negócios.

Esporte Atenção ao desporto educacional, comunitário, de rendimento, da terceira idade, e qualificação dos equipamentos esportivos.

Turismo Joinville deve voltar a ser o principal polo de turismo de eventos em Santa Catarina.

Agricultura Incentivar e propor formas de mostrar a riqueza produzida pela Joinville agrícola.

PENINHA MACHADO

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resolver essa questão e, ao mesmo tempo, oferecer estímulos para que novas empresas se instalem aqui.

Que tipo de estímulos? Hoje, há estímulos que não são muito percebidos. Se olharmos a questão da infraestrutura, temos energia elétrica para os próximos 30 anos, uma densidade portuária boa, aeroporto em vias de ser ampliado e ILS instalado, o que soluciona a situação para os próximos 20 anos, suprimento de água assegurado. No momento em que se possa dizer que o investidor não terá problema de energia elétrica, disporá de uma base educacional bem instalada e com condições de acompanhar o crescimento da cidade, ele vai perce-ber isso como um estímulo. O muni-cípio estará dando sua contribuição e isso vai ensejar que não se gere problemas lá adiante. Na questão da mobilidade urbana, vamos resolver os problemas do trânsito. Não adian-ta dar vantagem fiscal numa ponta e não oferecer segurança em energia elétrica na outra.

Qual é o papel do prefeito, pessoalmente, neste processo?De facilitador. Por isso, estará, dentro do possível, estimulando a vinda de investimentos para cá. Só neste momento de transição, quatro em-presas me procuraram querendo se instalar em Joinville. As empresas estão procurando Joinville porque sabem que temos essa infraestrutu-ra toda. Mas temos que dar garantia jurídica, também.

É possível pensar longe na gestão pública, para que não se mire apenas em projetos voltados a quatro anos de realização?Não enxergamos apenas quatro

anos, mas 30 anos. Joinville vai tripli-car sua economia em três décadas. Já daqui a dez anos, vamos agregar à nossa matriz metalmecânica, com essa ênfase em linha branca, quími-ca, automotiva, um novo leque de oportunidades na área da saúde, dos fármacos, da nova tecnologia, da economia verde. Vamos dar um salto qualitativo. Atuaremos como facilita-dores para que o Inovapark, projeto

de quatro instituições universitárias, ocupe seu espaço, e para que se consolide o parque de inovação junto à UFSC. Poderemos instalar ali condomínios industriais amigáveis com o meio ambiente. Com a inova-ção, lá na frente, vamos dar um salto dialético na manufatura. O que se pode antever? É um momento bom para Joinville, mas também para a região metropolitana. Não podemos enxergar a cidade apenas dentro dos limites do município. Temos que consolidar nossa região metropolita-na, mudar sua geografia. Ela vai até Rio Negrinho, que fica ali no Planalto, não tem nada a ver conosco. Temos que redesenhar essa distribuição. Desejo conversar com os prefeitos vizinhos para fazer a região funcio-nar. Redesenhada, é a região que mais crescerá até 2025 no Brasil, conforme detectou estudo feito pelo Instituto Mackenzie. E Joinville será o núcleo dessa região. Vamos triplicar a economia e a população

“A primeira ação será na área da saúde. Em seguida, vamos conhecer o chão da prefeitura. Saber o que cada um faz, quais suas ansiedades.”

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Como Udo Döhler venceu as eleições para a prefeitura de Joinville, com 161.858 votos contra 134.295 do seu adversário no segundo turno, Kennedy Nunes

O MAPA DA VITÓRIA

Os mapas abaixo mostram os desempenhos de Udo e Kennedy em cada uma das 102 seções eleitorais da cidade. Cada círculo representa uma seção e o tamanho indica a diferença de votos entre os dois candidatos. VANTAGEM DE UDO VANTAGEM DE KENNEDY EMPATE

A DIFERENÇA DE VOTOS POR SEÇÃO ELEITORAL

1.0002.000

500100

1º turno 2º turno

A cidade se divide. Udo se concentra na região central, enquanto Kennedy domina a periferia

Udo amplia vantagem no centro, diminui a força de Kennedy nos bairros da periferia e leva a eleição

FONTE: TRE/SC

TRANSFERÊNCIA DOS VOTOS NO 2º TURNO

A EVOLUÇÃO DOS VOTOS DO 1º PARA O 2º TURNO

Udo

Kennedy

85.817 161.858

134.295

0 50 100 150

2º TURNO1º TURNO

Foram 116.107 votos em Camasão, Carlito e Tebaldi no primeiro turno

38.131 nas seções com vitória de Udo no 1º turno

77.976 nas seções com vitória de Kennedy no 1º turno

75,8% desses votos foram para Udo no 2º turno

61,3% desses votos foram

para Udo no 2º turno

100.058

só crescerá 60%. Vamos agregar um valor excepcional que vai beneficiar a população. A cidade está crescendo, mas de forma desigual. Temos um pedaço da população bem acomo-dado e rico, outro mal acomodado e pobre. Seria um desastre chegar daqui a 30 anos com a mesma desi-gualdade. Triplicando a economia, a população crescendo 60%, se essa desigualdade persistir, será resulta-do da má aplicação dos recursos. Se aplicarmos bem o recurso, a cidade começará a ficar mais igual.

O sr. fala em incremento industrial. Isso reverte tendência de crescimento do setor de serviços? Há três décadas, anunciava-se que havia se esgotado o crescimento industrial. Isso mudou nos últimos 15 anos. O setor manufatureiro cresceu junto com os serviços. Isso é saudável. Até porque não sobrevi-vemos sem a manufatura.

PENINHA MACHADO

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No seu governo, qual será o papel de entidades como a Acij? A Acij vem dando contribuições importantes para a cidade. Atuou fortemente como facilitadora em questões como energia elétrica, ae ro porto, ensino superior e Cor-po de Bombeiros. Sempre esteve à frente das grandes demandas de Joinville. O mesmo acontece com Ajorpeme, CDL, Acomac. O gover-no terá uma sinergia forte com as entidades de classe, empresariais, assistenciais, Ajos, Apae, todas as instituições sociais que aí estão. Isso passa pelos clubes de serviço, clubes sociais, associações de mo-radores, igreja. A igreja realiza um trabalho que, se fosse feito pela prefeitura, poderia ter custo de até dez vezes mais, porque incorpora o voluntariado. Vamos estimular a participação voluntária.

E quanto ao Conselho de Desenvolvimen-to de Joinville (Desenville)? Vamos redesenhar o Desenville, terá uma participação mais ampla, porque o aconselhamento é essen-cial. Vamos estudar como formalizar isso. A comunidade será ouvida.

O que o sr. fará no primeiro dia como prefeito? A primeira ação será na área da saú-de. Em seguida, vamos conhecer o chão da prefeitura. Conversar com os funcionários, saber o que cada um faz, quais suas ansiedades. É com o servidor público que vamos administrar a cidade.

Que balanço o sr. espera que a imprensa faça aos 100 dias de governo? Isso é apenas um rótulo. O que gostaríamos é de, em 380 dias, ter um avanço sensível na questão da saúde.

Pelas causas sociaisO prefeito eleito de Joinville, Udo Döhler, é um dos mais reconheci-dos líderes empresariais de Santa Catarina, tendo presidido a Acij por cinco mandatos. Sua trajetória sempre esteve ligada a causas de im-pacto na comunidade, como a Associação Beneficente Evangélica de Joinville, mantenedora do Hospital Dona Helena, onde trabalha des-de a década de 1960. É ele o responsável pelas mudanças que vêm apontando novos rumos à instituição e que pretendem dar ao Dona Helena um novo perfil: um hospital de ponta, que desafia e promove a qualidade e a pesquisa em medicina, em toda a região Sul do país.

O empresário participou ativamente de gestões políticas que re-sultaram em conquistas importantes para Joinville, como o campus da UFSC, a ampliação e equipamento de ILS para o aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, além da construção da subestação de energia que abastece o Distrito Industrial, entre outros benefícios. Em função des-se perfil, foi homenageado com o título de Cidadão Benemérito de Joinville, em 2006.

Afável e descontraído em seu círculo mais íntimo, preserva mar-cante presença no espaço familiar, dedicando atenção especial à lei-tura. Defensor da natureza, foi homenageado por instituições da área empresarial e ambiental: Líder Setorial Têxtil, Gazeta Mercantil/1993; Medalha do Mérito Dona Francisca, 2001; Medalha do Mérito Em-presarial, CNI/2003 e Medalha do Mérito Carl Franz Albert Hoepcke, Assembleia Legislativa de Santa Catarina/2005, entre outras.

Durante a campanha, visitando o loteamento Juquiá e o Hospital Dona Helena. Com o vice-presidente da República Michel Temer: promessa de portas abertas no governo federal

JACKSON ZANCO E PENINHA MACHADO

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Parabéns pela qualidade da Revista 21. Muito bem elaborada e com uma capa linda. Sucesso no trabalho.

Giane BraceloSOCIESC, JOINVILLE

A reportagem intitulada “A platafor-ma do empresariado”, publicada na edição 3 da Revista 21, reflete com precisão o pensamento da Acij sobre as questões prioritárias para Joinville. Parabéns.

Ernesto HeinzelmannVICE-PRESIDENTE DA ACIJ

Parabéns à gestão executiva da Acij pela conquista do Prêmio Facisc de Excelência. É sempre “dez” receber uma premiação como essa.

João de AndradeEMPRESÁRIO, PELO FACEBOOK

A revista se destaca pela qualidade informativa, gráfica e jornalística, abordando temas atuais do contexto corporativo, focadas na experiência

profissional dos empresários. Marcelo Hack

PERVILLE, JOINVILLE

Parabéns à Acij pelo Prêmio Pro-grama Facisc de Excelência. Perce-bemos no dia a dia o comprometi-mento desta centenária instituição, para que os serviços prestados aos associados sejam sempre realiza-dos da melhor maneira possível.

Fabrício Roberto PereiraDOUGLAS IMÓVEIS, JOINVILLE

Parabéns à Acij por sua atuação transparente e harmoniosa, bus-cando convergir as necessidades de nossa região com as empre-sas que aqui desejam se instalar, promovendo o crescimento sus-tentável. Somos uma seguradora autorizada pela Susep para atuar em todo o território nacional e es-tamos chegando a Joinville.

Luís Carlos FernandesDIRETOR-PRESIDENTE CRÉDITO Y CAUCIÓN SEGURA-

DORA DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO

O CURITIBANO Pablo Mayer, QUE PARTICIPA PELA SEGUNDA VEZ DA REVISTA 21. É ILUSTRADOR E QUADRI-NISTA, COM TRABALHOS PUBLICADOS NA FOLHA DE S. PAULO, MUNDO ESTRANHO, VEJA RIO, REDE GLOBO, GRUPO RBS, ENTRE OUTROS VEÍCULOS. SEU SITE É O BRABOSCOMICS.COM

CURSOS & EVENTOS

4 DE DEZEMBROPainel industrial FiescFiesc, Florianópolis www.fiesc.com.br

5 DE DEZEMBROApresentação dos resultados do Índice de Confiança Empresarial SustentareSustentare, Joinville www.sustentare.net

7 DE DEZEMBROAssembleia geral CejescFacisc, Florianópolis www.facisc.com.br

8 DE DEZEMBROCurso “Técnicas de chefia e liderança”Sociesc, Joinville www.sociesc.org.br

11 DE DEZEMBROCurso “Negociações Internacionais”Sociesc, Florianópolis www.fiescnet.com.br

12 DE DEZEMBROCurso “Cobrança por Telefone e Negociação com Inadimplentes”Acij, Joinville www.acij.com.br

12 DE DEZEMBROCurso “Logística de Transporte Internacional”Fiesc, Florianópolis www.fiescnet.com.br

14 E 15 DE DEZEMBROCurso “Formação do Preço de Venda na Indústria”Sociesc, Joinville www.sociesc.org.br

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BRIEFINGDE TUDO UM POUCO

Com o incremento do setor de eventos em Joinville, ganham for-ça os serviços especializados de bufê e produção de bolos e sal-gados, acompanhando tendência nacional. De acordo com a Revista Exame, alimentos e bebidas são os produtos com os quais os brasilei-ros devem gastar mais na próxima década. A chefe do departamento de gastronomia da Univille, Maria-na Duprat, percebe uma “enorme mudança” no mercado, na oferta de produtos e serviços diferencia-dos, e observa que os consumido-res estão mais exigentes. “Ainda há muito a evoluir, principalmente no que se refere à profissionalização e à capacitação de mão de obra”, analisa. Para ela, a procura crescen-te pelo curso superior mantido pela universidade é um sinal da valoriza-ção do setor. Mesmo assim, enfa-tiza que, para crescer com quali-dade, é preciso investir nos jovens talentos, mostrando que o merca-do oferece oportunidades de as-censão e sucesso profissional.

Qualificação que vai à mesa

ALIMENTOS

“Não dá para falhar no atendimento”

DIVULGAÇÃO

Há cinco anos no mercado, a Bokitos, que produz doces e salgados, investe em publicidade e promoções para se destacar. Mantém 60 funcionários em atividade nas 24 horas. Neste ano, apostou no aprimoramento dos proces-sos de gestão, treinamento e padronização total das receitas, para profissio-nalizar o negócio. Um dos pontos altos é um kit de café colonial entregue ao cliente pronto para ser consumido. “Se falhar no atendimento, não adianta ter um bom produto e preço competitivo”, analisa Janara Ziliotto, gerente de vendas. Na foto, os proprietários, Cleverson Marcílio e Noemi Ziliotto.

Bokitos Doces e Salgados

Rua Iririú, 1060 – Saguaçu

Tel.: (47) 3435-4023

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Responsável pelos restaurantes da Sociedade Harmonia-Lyra e do Clu-be Sargentos, a D’Marcos atua no mercado desde 1992 e, além dos eventos locais, oferece serviço de catering, com caminhões-cozinha equipados para atender em todo o Sul do país. O proprietário Marcos Fritzke (foto) só lamenta a existência de locais públicos mal conservados.

Caminhões-cozinha

D’Marcos Buffet para eventos

Tel.: (47) 3433-0118/3422-2129/

3433-1937/9968-6316

DIVULGAÇÃO

A Bragança Gastronomia nasceu em 1998 e é uma das responsáveis pelo processo de qualificação do setor. “A exigência no ramo de alimentação tem aumentado muito, seja nos produtos oferecidos, seja na tecnologia aplica-da”, argumenta o proprietário Zeca Caputo. Ele entende que a revitalização da Expoville é um dos passos para consolidar a cidade como roteiro de lazer e turismo de negócios e, consequentemente, aumentar a demanda para serviços de alimentação. Na foto acima, a Casa Suíça, espaço para eventos que a Bragança administra no Perini Business Park.

“A exigência tem aumentado”

NEVITON DUARTE

Bragança Gastronomia

Tel.: (48) 3222-1931/3261-5435

(47) 3422-4201

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O maior condomínio multissetorial do Brasil, o Perini Business Park, pela via de sua construtora, a Pervil-le, entregou com dois meses de an-tecedência a fábrica da Brunswick Boat, a líder mundial na fabricação de embarcações de lazer, inaugura-da em novembro. Joinville ganha, assim, além dos naturais benefícios com a abertura de novas vagas para seus cidadãos – que hoje já repre-sentam mais de 70% da equipe contratada – e do consequente de-senvolvimento em seu entorno, um status diferenciado como importan-

te polo da indústria náutica. A gigante chega com força,

apostando alto no mercado brasi-leiro e, depois, no latino-america-no, considerando, principalmente, o arrefecimento na economia eu-ropeia e a lenta recuperação dos Estados Unidos. A planta brasilei-ra, com capacidade instalada de 400 unidades, deve estar a pleno vapor já em 2013, e em cinco anos quer faturar 10% do total da divi-são de barcos do grupo. Andy Ga-ves, presidente mundial da divisão, elogia a qualidade da mão de obra

local, outro importante fator na es-colha de Joinville para acolher o empreen dimento, e aposta na cus-tomização das embarcações, que devem ter “a cara” do cliente. No caso local, o jeitinho brasileiro vai estar principalmente na instalação de espaços gourmets nas embar-cações. Com importantes incen-tivos fiscais proporcionados pelo governo catarinense Pró-Emprego e Super-Prodec, além do Pró-Náu-tica (isenção de ICMS), a Brunswi-ck Boat atraca em Joinville, literal-mente, de vento em popa.

Gigante australiana traz segmento inédito a Joinville

Inauguração da Brunswick Boat, instalada no Perini Business Park: planos ousados para o mercado brasileiro

DE VENTO EM POPA

FOTOS DIVULGAÇÃO

BRIEFINGNONONNO ONONONN OONONN ONONONON

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19REVISTA 21

O cinema feito em Joinville tem se destacado em circuitos regio-nais, nacionais e até internacio-nais. No entanto, para os realiza-dores, a atenção ao setor ainda é tímida. Em média, são dez pro-duções cinematográficas por ano na região – destas, quatro patro-cinadas pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec), com aporte de R$ 40 mil para cada uma. Para a cidade,

além de divulgar a cultura local, a produção é importante por mo-vimentar a economia, já que um curta-metragem gera cerca de 60 empregos indiretos. “Ainda não surgiram longas joinvilenses, em parte porque há pouco esclareci-mento das empresas a respeito da Lei Rouanet de Incentivo à Cul-tura”, pondera Alceu Bett, presi-dente da Associação de Cinema de Joinville e Região (Acinej).

O cinema se torna atraente na es-tratégia de marketing cultural das empresas porque, pela Lei Rouanet, o valor destinado ao patrocínio é descontado do imposto de renda e os produtores têm o compromisso de exibir esses filmes em festivais por todo o Brasil, dando visibilidade à marca do apoiador. Entre os join-vilenses que alcançaram reconhe-cimento nesse setor, despontam nomes como Rodrigo Brum, Ebner Gonçalves, os irmãos Fabrício e Fá-bio Porto, além de Alceu Bett, que lançará o curta-metragem “As Mor-tes de Lucana”, durante o 4º Festi-val de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, em Lisboa. Trata-se do primeiro filme da região com co--produção internacional.

Nomes que se projetam

Importante, mas esquecido

Cena e bastidores do filme “As Mortes de Lucana”, de Alceu Bett (à esq.)

Por uma escola de cinema na Fundamas

CINEMA JOINVILENSE

O Simdec vem alavancando a pro-dução de cinema na região. Somen-te no edital de 2012, foram inscritos 11 projetos de roteiro e 30 de pro-dução audiovisual. Além dessa mo-dalidade de financiamento, Alceu Bett e Ebner Gonçalves concordam que é necessário incrementar a for-mação de profissionais. “O cinema é uma fábrica, precisamos de muita gente qualificada. Ainda estamos atrasados comparando com outras cidades catarinenses”, desabafa Gonçalves, que, depois de três do-cumentários, prepara seu primeiro filme de ficção, intitulado “A Noiva de Tarantino”. Para resolver esse gargalo e a falta de condições téc-nicas, a Acinej pretende estimular a criação de uma escola de cinema na Fundação Municipal Albano Sch-midt (Fundamas).

DIVULGAÇÃO

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CONJUNTURATENDÊNCIAS E NEGÓCIOS SOB O OLHAR JOINVILENSE

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21REVISTA 21

Foi pródigo em manchetes econô-micas este 2012. Seja em âmbito federal, seja na esfera estadual ou fechando o foco no Norte cata-rinense, o ano que está por se encerrar produziu um volume sig-ni ficativo de fatos com impacto po-tencial sobre a vida dos cidadãos e sobre o mundo dos negócios. No caso da região de Joinville, talvez o carro-chefe tenham sido as notícias ligadas ao setor automotivo, com ênfase para o sim da BMW – que já está até selecionando profissio-nais para trabalhar em Araquari –, o início da produção local da GM, mesmo com o cancelamento do projeto de uma segunda unidade, e os investimentos de peso da Tupy, que abriu nova planta em junho.

É pela via dos investimentos que, dizem especialistas ouvidos pela Revista 21, a economia deve fundamentar sua ascensão no próximo ano, em particular como consequên cia do caso BMW. O desembarque da grife alemã, si-nônimo de alto luxo em carros, vai “revolucionar” o cenário empresa-rial do Norte do Estado, com a es-truturação de um polo automotivo ao qual se somam as indústrias já existentes em itens como motores e cabeçotes, prevê o colunista Cláu-dio Loetz, do jornal A Notícia. Nessa perspectiva, estima, a conjuntura para 2013 é promissora: “Os ne-gócios no país devem deslanchar, especialmente os alinhados à infra-estrutura, e o mercado continuará comprador, com o aumento de ren-da da população, a permanência do pleno emprego e juros que devem estacionar nos níveis atuais, com o dólar por volta ou acima dos R$ 2 ajudando as exportadoras”.

Colega de Loetz no Diário Cata-rinense, a jornalista Estela Benetti aposta que a expansão dos inves-timentos “deve ser a âncora do crescimento” no próximo ano, lem-brando que, regionalmente, outros

Hora de olhar

para frenteMesmo com incertezas

no plano mundial e

previsão de queda no PIB,

expectativa para 2013 é de

um crescimento ancorado

em novos investimentos

As principais notícias da economia regional em 2012

23 DE FEVEREIRO

Infraero retoma edital para ampliação do aeroporto

6 DE MARÇO

Tupy anuncia R$ 250 mi em investimentos para 2012

11 DE JUNHO

Expogestão chega à 10ª edição

2 DE JULHO

Assinado contrato de terceirização da Expoville

12 DE JULHO

GM suspende investimento de R$ 700 mi para Joinville

15 DE AGOSTO

Pacote de investimentos para rodovias e ferrovias beneficia SC

24 DE SETEMBRO

Lançado edital para obras de duplicação da BR-280

27 DE SETEMBRO

Decretada falência da Busscar

22 DE OUTUBRO

BMW confirma: fábrica será em Araquari

28 DE OUTUBRO

Udo Döhler é eleito prefeito de Joinville

30 DE OUTUBRO

Whirlpool anuncia 850 empregos para Joinville

RETROSPECTIVA

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grandes projetos estão sendo espe-rados a partir do impulso da BMW, além do fator Copa do Mundo, em nível nacional, e da previsão de ju-ros baixos e câmbio amigável aos exportadores. Como nem tudo são flores, Estela observa que a conjun-tura estadual deve ser influenciada negativamente pela chamada Reso-lução 13, que estabelece alíquota única de 4% de ICMS para impor-tados. O prognóstico da jornalista: “Como as indústrias estão trazendo mais insumos e o comércio, mais itens prontos, deve haver aumento de preços de importados e impacto na inflação”.

No balanço de 2012, outro as-pecto citado diz respeito ao avanço tímido do PIB, que deve tombar de uma projeção de 4% para algo em torno de 1,5% – inferior até às ex-pectativas mais pessimistas. Para o presidente da Tigre, Evaldo Dreher, é inevitável que variáveis externas, como a reeleição de Barack Obama nos Estados Unidos, a crise euro-peia e o redirecionamento econô-mico chi nês, batam forte por aqui. “Naturalmente sensível ao que acontece no mundo, porém, nossa economia deve se manter sólida”, antevê Dreher.

Já o consultor Ricardo Della Santina, professor da Sustentare, preocupa-se com os rumos das po-líticas monetárias norte-americana e brasileira, de um lado com o dólar em baixa e de outro com a cotação do real forçada para cima: “O dólar fraco encarecerá o petróleo e as commodities cotadas nesta moeda no exterior, enquanto o Brasil deve enfraquecer sua moeda e seu poder de compra, trazendo inflação”.

Não que Joinville fique alheia a tais influências, pelo contrário. Mas, de novo, é o incremento do polo empresarial que pode ameni-zar os efeitos. “Estamos assistin-do a uma expansão extraordinária

da economia regional”, festeja o professor de economia Ademir De-métrio, da Univille. “Com base nos investimentos já executados ou em andamento, a atividade econô-mica vêm se mostrando ascenden-te, gerando produção, emprego e renda, dinamizando o consumo e melhorando a qualidade de vida das pessoas”. Subproduto dessa

movimentação já é sentido até no mercado imobiliário e de serviços – os quais, como lembra o executivo Gustavo Hiendlmayer, do Núcleo de Jovens Empresários, são esti-mulados pela chegada de multina-cionais.

Em síntese, se não dá para soltar foguetes, o empresariado termina o ano com um misto de otimismo e cautela. “A chegada de tantos em-preendimentos novos e a ampliação de empresas consolidadas permi-tem uma expectativa bastante po-sitiva para o próximo ano”, avalia o presidente da Acij, Mário Cezar de Aguiar, certo de que a região vive “um momento muito especial”. Que não seja só um momento.

Dilma, com o presidente da BMW e

o governador Raimundo Colombo,

no encontro que confirmou a vinda

da fábrica para a região de Joinville;

acima, a produção da GM e a nova

planta da Tupy: reafirmação

do segmento de autopeças

AGÊNCIA BRASIL E DIVULGAÇÃO

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23REVISTA 21

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A vinda da BMW e a inauguração das empresas Yudo e Brunswick foram, em meu entendimento, os fatos mais relevantes na eco-nomia regional ao longo deste ano. Esperamos que, em 2013, o consumo interno seja retomado, e que possamos ter uma econo-

mia pujante, que não se restrinja a setores sazonais, mas como um todo. Acredito que essa engrena-gem deve abranger a todos, e não se restringir apenas a alguns seg-mentos. Defendemos que todos os setores estejam contempla-dos, inclusive com benefícios do

governo. Um exemplo é que nós, pequenos empresários lojistas, pagamos hoje o imposto sobre a folha de pagamento – o que é um absurdo. Quando o governo baixa a folha de pagamento da indústria, nós apoiamos. Queremos o mes-mo tratamento para o comércio.

“Esperamos uma economia pujante”Carlos Grendene, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville

O ano na balançaEmpresários e executivos avaliam os fatos econômicos de 2012

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REVISTA 21 25

Os grandes fatos econômicos para a região de Joinville passam pela modernização do aeroporto, com a instalação do ILS, o que vai au-mentar a segurança e a frequência dos voos, e, sem dúvida, pela evo-lução no projeto da GM, ao lado da confirmação da vinda da BMW.

Em ambos os casos, tratam-se de novas oportunidades para Join-ville crescer e inovar em seu perfil empresarial. Destaco, ainda, a ex-pansão notável do Perini Business Park, hoje com mais de 100 empre-sas instaladas e que traz uma con-tribuição relevante para a econo-

mia joinvilense, além da evolução de instituições de ensino superior, que dão o aporte necessário para a formação de talentos. Por tudo isso é que o meu olhar para 2013 não poderia deixar de ser otimista. As pílulas do crescimento estão à nossa disposição.

“Meu olhar é dos mais otimistas” César Döhler, gerente financeiro da Döhler

A região recebeu uma grande quan-tidade de empresas e anúncios da instalação de multinacionais que são líderes de mercado. Dessa for-ma, visualizamos um grande bene-fício para o município quanto à me-

lhoria de infraestrutura e logística e na formação de profissionais. Com a vinda de novas indústrias, o Norte de SC deverá receber ainda mais in-vestimentos nessas questões, agre-gando significativamente ao desen-

volvimento econômico da região. Visualizamos um cenário favorável para 2013. Dessa forma, nossa ex-pectativa é a melhor para o cresci-mento socioeconômico da região e das empresas instaladas.

“Investimentos em infraestrutura e logística”Valdicir Kortmann, diretor comercial e de marketing da Krona Tubos e Conexões

O fato econômico que mais mar-cou 2012 foi o anúncio da vinda da BMW para Araquari. Depois de tanto suspense, a confirmação da instalação da montadora reforça a capacidade industrial, logística e de mão de obra da nossa região.

Esse tipo de investimento exerce enorme atração para outras em-presas em expansão (e não só do setor metalmecânico), que tendem a considerar a região Norte do Es-tado de Santa Catarina em seus portifólios. Acredito que, em 2013,

as classes B, C e D continuarão movimentando a economia inter-na, mantendo o padrão de consu-mo, e veremos os investimentos para a Copa do Mundo e Olimpía-das se intensificarem, ajudando a alargar o crescimento do PIB.

“Novas empresas serão atraídas” Eduardo José Domingues, presidente do Núcleo de Comércio Exterior da Acij

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NONONONONONONONNO ONONONN OONONN ONONONON

A aprovação da Resolução do Senado Nº 13/2012 foi um dos fatos marcantes de 2012. A re-solução, que prevê o fim da “Guerra dos Portos”, deve afe-tar toda uma cadeia industrial, favorecendo os Estados que não ofereciam incentivos fiscais à movimentação de cargas em terminais portuários. Embora só entre em vigor em 2013, al-guns reflexos já surgiram, como a mudança de empresas para outros Estados. O trabalho que deve ser feito está em novas

“Problemas que podem gerar oportunidades”

Patrício Junior,

superintendente do Porto Itapoá

Ao lado da internacionalização da Tupy, destaco três fatos socioe-conômicos relevantes: os anún-cios de investimentos na região, como o da BMW, as dificuldades enfrentadas por determinados segmentos industriais, por conta da desaceleração da economia, e as primeiras iniciativas do go-verno federal para propiciar me-lhores condições para a indústria brasileira recuperar a competi-tividade. Enxergo uma melhora discreta para 2013, até porque tivemos fatores adversos neste

ano, que esperamos não estejam presentes no próximo. Caso da queda nas vendas de veículos co-merciais no Brasil, devido à mu-dança no padrão internacional de emissões, o que fez com que os motores novos viessem com pre-ços mais altos. Em virtude disso, os frotistas compraram um volu-me maior de novos caminhões do padrão antigo em 2011. Outro fator foram as secas no Sul e em São Paulo, que empurraram para baixo a demanda por fretes e, em conse quência, por caminhões. Menciono ainda o crescimento modesto no Brasil e aspectos externos, com um primeiro se-mestre favorável na América do Norte seguido por indicações de desaceleração e a atual retração econômica na Europa.

“Enfrentamos fatores adversos”

Luiz Tarquinio Sardinha Ferro,

presidente da Tupy

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27REVISTA 21

O ano de 2012 se iniciou cheio de dúvidas para o cidadão e em-presário brasileiro. Tínhamos a tiracolo uma crise mundial com desenrolar incerto, ocorreria novamente uma eleição com as já costumeiras “gastanças” desenfreadas e tendenciosas, o mensalão indicava acabar em “pizza”, a China iria enterrar de vez as indústrias nacionais am-pliando a desindustrialização... Enfim, um cenário desolador. Agora caminhamos para o final de um ano que foi “sui generis”.

Enfrentamos os desafios de frente, como não poderia deixar de ser. E fizemos boa parte da lição de casa. O governo federal tem adotado mais posturas téc-nicas do que as tradicionalmen-te políticas e danosas. Trunfo que tem resultado em um me-lhor nível de produção e com-petitividade. Há muito por fazer. E, para que isso ocorra, há ne-cessidade de articulação e com-prometimento de toda a classe empresarial, laboral e entidades governamentais. Novos gesto-res estão postos nos governos municipais, com uma renovação histórica. O trabalho honesto e arrojado trará bons frutos para a economia brasileira nos próxi-mos anos. O viés da esperança mudou para positivo.

formas de compensação para atrair empresas, criando diferen-ciais em tecnologia, eficiência e agilidade. Outro fator relevante foi o anúncio da BMW. O pa-drão BMW é minucioso, com alto impacto socioeconômico. Servirá de modelo para todos os investimentos que devem vir com a empresa alemã. Um item importante a considerar para os próximos anos é a questão eco-nômica mundial. Nossas indús-trias ainda são muito dependen-tes do mercado internacional. Isso pode gerar um problema se já não estivermos preparados. Contudo, o problema pode se transformar em oportunidade, levando em consideração as vá-rias experiências semelhantes pelas quais já passamos.

“O viés da esperança é positivo”

Christian Dihlmann,

diretor da BRTooling

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NONONONONONONONNO ONONONN OONONN ONONONON

O início de operação da fábrica de motores da GM e a vinda da BMW consolidam a região Nor-deste como de alta tecnologia e de mão de obra qualificada. Mesmo após toda a polêmica das políticas de custos com os portos, no início de 2012, a re-gião se mostrou, no aspecto logístico, favorável a novos in-vestimentos e tem comprovado que a infraestrutura, ainda que precária, é um fator relevante para atrair investimentos, além das políticas dos governos es-

“Ações concretas pela desburocratização”

Alcides Bertoli, diretor

geral da Gidion

O fato de termos vivido um ano eleitoral sempre deixa a econo-mia em compasso de espera. De outra parte, o incentivo ao consumo de alguns tipos de pro-dutos pelo governo fomentou ainda mais o endividamento da população. Com isso, aqueles que não tiveram benefícios aca-baram em segundo plano, e isso gerou uma sensação de descon-forto nos empresários que não foram priorizados de alguma for-ma. Daí, os investimentos caem e a economia fica estagnada. Os

solavancos sofridos pela econo-mia mundial, com uma desace-leração significativa na Europa, baixo crescimento dos Estados Unidos e da China, também pro-porcionam uma insegurança ge-ral, brecando o desenvolvimento de vários setores. O que nos mo-tiva, em todo esse cenário, é o fato de estarmos instalados em uma das regiões mais prósperas do país, onde várias empresas estrangeiras investem, acredi-tando num futuro promissor. Com certeza, o contexto mun-dial não sofrerá grandes mudan-ças de um ano para o outro, o caminho é muito mais longo do que isso. Mas, com trabalho, es-forço e dedicação, teremos um novo ano de sucesso e grandes conquistas.

“Desconforto de quem não recebeu benefícios”

Dinorá Allage,

vice-presidente da Cajadan Têxtil

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29REVISTA 21

O continuado crescimento eco-nômico da região, a vinda de no-vas empresas, investimentos e ampliação dos empregos, domi-naram o cenário da grande Join-ville. Serviços de primeira linha aliados a um dos parques indus-triais mais desenvolvidos do país foram facilitadores na decisão da vinda da BMW, que agitou a ci-dade. Mais uma vez, Joinville foi alçada ao cenário mundial como uma região rica e promissora. Os investimentos previstos são vultosos e o ganho tecnológico,

inestimável. Outro fator de gran-de relevância social foi a reviravol-ta política. Num feito que, para alguns, parecia impossível, um empresário assume o comando da cidade, mostrando o caráter trabalhador de seu povo, sua confiança no setor privado e lu-cidez na escolha. Como sempre, os inícios de cada ano são mar-cados por incertezas conhecidas. Impossível dizer, por exemplo, qual será o efeito do agravamen-to da crise europeia nos negócios em 2013. Seu recrudescimento poderá interferir nas questões cambiais, afetando importadores ou exportadores e a própria infla-ção. Apesar das dificuldades, é de se prever que, a exemplo des-te ano, as empresas continuarão a investir e a crescer.

“Empresas continuarão a investir e a crescer”

João Martinelli, presidente da

Martinelli Advocacia Empresarial

taduais. Para nós, que acredi-tamos desde muito tempo no potencial da cidade e perma-nentemente estamos cuidando da evolução da mão de obra, com fatos como a chegada da UFSC, e da infraestrutura, com a subestação de energia, a che-gada das duas fábricas traz tam-bém a bandeira do desenvolvi-mento regional, e não mais de uma única cidade. Sinaliza para melhoria e para a homogenei-zação do Índice de Desenvol-vimento Humano (IDH) desta que se caracteriza como região metropolitana. Para 2013, o que esperamos são ações concretas do poder público, nas diversas esferas, objetivando a desburo-cratização e da tão esperada e necessária reforma fiscal.

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PERFOMANCEO DESEMPENHO DOS PRINCIPAIS SETORES DA ECONOMIA

Entre 2008 e 2012, a despesa das famílias brasileiras com remédios pulou de 44,99% para 48,6%. A Pesquisa de Orçamentos Familia-res (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE), indica que o gasto men-sal com medicamentos fica em torno de R$ 74,74, sendo o mais alto na relação de dispêndios com

saúde. Para os que gostam de fa-zer suas compras perto de casa ou do trabalho, a demanda tem feito com que surjam cada vez mais far-mácias por todo lado. Em Joinvil-le, o fenômeno se reflete em cada esquina onde aparece uma loja nova, seja da conhecida Drogaria Catarinense, seja das recém-che-gadas Nissei, Panvel e Droga Raia, entre outras bandeiras menores e algumas com foco popular.

Nascida na cidade, pertencen-te à Companhia Latino-Americana de Medicamentos (Clamed), a Drogaria Catarinense mantém 42 lojas em Joinville, focada na proposta de oferecer acesso fa-cilitado, com pontos de venda estrategicamente situados nas

vizinhanças de onde moram os clientes. Aos 93 anos de atuação, uma das conquistas do grupo foi ter disponibilizado o primeiro aten-dimento 24 horas em Santa Cata-rina. “Está ocorrendo um grande movimento de incorporações no ramo farmacêutico em todo o Bra-sil. O mercado catarinense, em comparação com outras partes do país, ainda é pequeno, e cada re-gião tem peculiaridades a ser ex-ploradas”, avalia o superintenden-te comercial da Clamed, Marcelo Augusto Voss.

Para o grupo, a concorrência é saudável e inspira a inovação constante. Além de Santa Catari-na, por meio da marca Preço Po-pular, a companhia está presente

Em cada esquina, uma farmáciaExpansão ocorre em todo

o país, mas se evidencia

em Joinville, que recebeu

grandes redes nos

últimos anos

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no Paraná, no Rio Grande do Sul e, em breve, abrirá lojas no Mato Grosso do Sul. Marcelo explica que a tradição contribui para a fidelização dos clientes, que se reflete nas distinções alcançadas pela marca, ganhadora de todas as premiações estaduais do Top of Mind, como a mais lembrada na categoria farmácia. Nos últi-mos quatro anos consecutivos, a Drogaria Catarinense também recebeu o primeiro lugar no prê-mio “Aconselhamento na farmá-cia”, que avalia o atendimento e aconselhamento das principais redes de farmácias brasileiras. “O resultado demonstra que nosso trabalho, baseado na ética e no respeito à prescrição médica, são

diferenciais esperados por todos os nossos clientes”, enfatiza o su-perintendente.

A rede Nissei aportou por aqui em 2011, com a inauguração de cinco lojas. A escolha se deu pela proximidade com a central de

distribuição, em Curitiba, e pelo crescimento notável da cidade. “O PIB per capita e o potencial de consumo de Joinville mais que dobraram nos últimos dez anos e, com a aceitação da comunidade joinvilense, a Nissei está acompa-nhando esse crescimento”, argu-menta Patrícia Maeoka, diretora da rede, que emprega 75 pessoas em Joinville e estima ter feito um investimento de R$ 5 milhões por aqui, entre 2011 e 2012. De ago-ra em diante, diz Patrícia, a em-presa pretende conhecer melhor os clientes para cativá-los. Para isso, as estratégias são focadas em preço justo, mix completo de produtos, lojas amplas e com boa localização e programas de fideli-

Drogaria Catarinense

e Nissei multiplicaram

unidades; Patrícia Maeoka

explica que a expansão

das redes acompanha o

crescimento da cidade

DIVULGAÇÃO

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dade, que oferecem descontos, passeios e ações sociais.

A executiva da Nissei aponta que 2012 foi um ano movimenta-do para o mercado de farmácias, com fusões, aquisições e expan-são de marcas. “As redes cresce-ram em média 17%, conquistando novos mercados, e as farmácias independentes, que focaram no relacionamento, também estão apresentando bons resultados”, analisa. Para ela, em Santa Cata-rina, a principal oportunidade está em mudar o hábito de consumo, estimulando a venda de itens de higiene e beleza.

Nesse embalo, a Panvel resol-veu ultrapassar as fronteiras do Rio Grande do Sul, onde nasceu, para disputar espaço com as re-des regionais em terras catarinen-

ses, lá em 1985, quando montou a primeira loja em Florianópolis – mas a vinda para Joinville só ocorreu em 2008. Hoje, é conside-rada a maior rede do Sul do país, com 290 lojas espalhadas pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Entre os diferenciais, os produtos com marca própria, que chegam a 500 itens, agrupados em 15 submarcas, com mais de oito milhões de unidades vendi-das ao ano. A rede mantém cinco lojas em Joinville e o mapa da ex-pansão envolve Curitiba, onde até o final deste ano terão sido insta-ladas 30 filiais. Além de informa-ções sobre PIB local e quantidade de habitantes, a Panvel se vale de pesquisa em relação ao con-sumo de medicamentos, já que essa vertente representa 70% das

NONONONONONONONNO ONONONN OONONN ONONONON

Produtos de marca própria

da Panvel: cresce a

presença de itens

de higiene e beleza

em farmácias

DIVULGAÇÃO

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33REVISTA 21

vendas do grupo. Está aí um dos motivos para Florianópolis contar com mais endereços do que Join-ville, mesmo tendo PIB inferior.

Já a Droga Raia estreou na cidade em 2011, ano em que se uniu à Drogasil, formando a Raia Drogasil, maior rede de farmácias do país, dona de 10,9% do merca-do. Duas unidades foram instala-das na região central, uma na rua Otto Boehm e outra na Max Colin. Criada em Araraquara, São Paulo, a rede entrou em Santa Catarina por Joinville e Balneário Cambo-riú. Hoje, também está em Blume-nau e Brusque. Para enfrentar a concorrência, aposta em uma es-tratégia agressiva e conta com a estruturação das lojas em pontos centrais, onde há grande fluxo de consumidores, e sucessivas pro-moções, com descontos em me-dicamentos tarjados e genéricos.

Gasto com medicamentos é o

principal item na lista de despesas

familiares com saúde, e redes

vão aonde o consumidor está

DIVULGAÇÃO

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34

SOCIALPROJETOS E INICIATIVAS PARA ESTÍMULO À CIDADANIA

“Hoje, o preso está contido. Ama-nhã, ele estará contigo.” O profes-sor Alvino de Sá, autoridade em criminologia, faz questão de disse-minar a frase por onde passa. No entanto, a possibilidade de retorno desse indivíduo, que rompeu com o contrato social e em breve voltará a usufruir do convívio além muros, é

algo pouco refletido pela sociedade. Ainda que a privação da liberdade seja percebida pela maioria como a punição exemplar – que deveria vir embebida por um sistema repressi-vo violador de direitos –, o dado po-sitivo é que a visão parece evoluir. “Joinville está vivendo um momento atípico, dando um salto ético”, reve-lou João Marcos Buch, juiz de direi-to da Vara de Execuções Penais de Joinville, no 5º Seminário de Gestão Prisional, Segurança Pública e Cida-dania, realizado em agosto de 2012. Segundo ele, o próprio contato com a população tem demonstrado essa transformação na opinião pública. “O preso jamais perderá sua condi-ção humana, é filho de nossa socie-dade”, frisou o juiz.

Punir, vigiar,resgatarEm Joinville, 17 empresas

mantêm atividades

laborais nas unidades de

segurança. Veja quais

são e confira visões

sobre o modelo

Trabalho é fundamental para a

recuperação social dos apenados

e auxilia os participantes a tomar

consciência de seu próprio valor

DIV

ULG

ÃO

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35REVISTA 21

E é pensando nessa projeção de retorno, a partir do cumprimento da Lei de Execuções Penais (LEP), que unidades de segurança e empresas têm se unido para implantar siste-mas de trabalho conduzidos pelos apenados. Em Joinville, 17 empre-sas mantêm linhas de produção dentro das duas unidades localiza-das na zona sul da cidade: o Presí-dio Regional e a Penitenciá ria Indus-trial. No presídio, fundado em 1988, são quatro empresas atuantes e a experiência é mais recente. A Inte-rativa Comércio de Reciclados ins-talou em maio de 2011 um galpão para separação, seleção e limpeza de peças plásticas. Em setembro do mesmo ano, a então Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Joinville (Conurb), hoje Ittran, e a Hard Comércio de Fixadores e Resinas iniciaram as atividades. A primeira, oportunizando trabalho externo em áreas públicas na esfera da construção civil (calçadas, meios fios, jardinagem e outros serviços), e a segunda, na montagem de peque-nas peças de parafusos. Neste ano, a Nutribem Soluções em Alimenta-ção, já presente na penitenciá ria in-dustrial, firmou parceria com o pre-sídio, na organização e distribuição das refeições na unidade.

De acordo com o setor laboral do presídio, 69 reeducandos estão envolvidos nas atividades remune-radas, com avaliação prévia de pro-fissionais das áreas jurídica, de se-gurança e psicologia, tendo como prioridade os que já passaram para o regime semiaberto. “O sistema não atende a todos, mas a expe-riência tem dado certo, podendo

melhorar com a abertura de novas frentes e a oferta de cursos profis-sionalizantes, sobre os quais já esta-mos em contato com órgãos públi-cos”, afirma Jonathan Rocha Vieira, responsável pelo setor. Ele explica que o convênio é firmado entre as empresas e o Estado, por intermé-dio da penitenciária. “Pelo trabalho, o ser humano toma consciência de si e de seu valor”, reflete.

Para uma política de ressocia-lização eficiente, defende-se a aliança do Judiciário, empresas e comunidade. “Vemos o traba-lho do preso como possibilidade de reintegração ao convívio so-cial sem que haja discriminação, buscando a redução da violência, principalmente nos casos de rein-cidência”, declara Cristiano Teixei-ra da Silva, diretor do presídio. Ele acredita que, além de gerar mão de obra produtiva, em contrapo-sição ao “peso” que simbolizam para a sociedade, o trabalho vai de encontro à ociosidade, que pode gerar ideias de fugas, suicídios e a prática de novos crimes. “Pode-mos melhorar com mais empresas parceiras, pois temos um número pequeno de presos remunerados em uma população carcerária de quase mil pessoas”, sublinha.

Relação entre vagas disponíveis, população carcerária e apenados que trabalham para as empresas (nov/12)

1.090

667

534492

FONTE: IPEN

HÁ VAGAS

VAGAS

APENADOS

APENADOS OCUPADOS

PRESÍDIO PENITENCIÁRIA

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36

Richard, diretor da Penitenciária Industrial, fala em queda da reincidência de quem trabalha

JOÃ

O D

E O

LIV

EIR

A

Vizinha do presídio, a Penitenciá-ria Industrial Jucemar Cesconetto, inaugurada em 2005, mantém con-vênio com 17 empresas (Ittran e Nutribem estão presentes nas duas unidades). Em outubro, o registro era de 312 reeducandos atuando nos “canteiros de trabalho” em li-nhas de produção para grandes em-presas (veja a lista ao lado). Schulz e Nutribem foram as primeiras a firmar convênio, desde o segundo ano de funcionamento da unidade, que se mantém via parceria público--privada com a terceirizada Monte-sinos.

O gerente de logística da Schulz, Sandro Barcelos Vieira, respon-sável pelo projeto, informa que a experiên cia começou em 2006 e destaca que o principal objetivo é socioeconômico: ressocializar os detentos e auxiliar nas melhorias e

na infraestrutura da penitenciária. Hoje, as linhas ali existentes fabri-cam 60 itens que representam uma produção de cerca de 30 mil peças/mês. “O serviço prestado atende os padrões de fornecimento exigidos pela Schulz aos seus fornecedores, e temos a expectativa de ampliar a utilização deste serviço, por enten-dermos que o objetivo está sendo atendido plenamente”, garante Viei-ra. “Estamos reeducando, ou seja, dando uma oportunidade para os apenados terem a condição de re-tornar ao convívio social com uma profissão.”

Richard Harrison Chagas dos Santos, diretor do complexo desde 2007 e antes responsável pelo setor laboral, destaca a importância da in-teração da comunidade empresarial com os apenados. “Temos barreiras e paradigmas a ser quebrados pe-

“Estamos dando uma oportunidade de reintegração aos apenados”

Eram 520 apenados em outubro/2012

EMPRESAS QUE ATUAM NA PENITENCIÁRIA INDUSTRIAL JUCEMAR CESCONETTO

Ciser 76

Tigre 40

Nutribem 30

Microjuntas 21

Tenerac 21

Ittran 20

Nycolplast 17

Montesinos 16

Artefatos Gabriel 14

Sintex 12

First line 9

Ribeiro 9

Artbor 8

Plasnor 5

Schulz 5

SDN 5

Maycon 4

312 trabalhavam para as 17 empresas que atuavam na penitenciária naquele mês

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37REVISTA 21

rante a população carcerária e altos índices de reincidência em nosso país. O apenado precisa ter o enten-dimento de que a comunidade fun-ciona através do trabalho”, lembra, destacando o papel da Acij neste processo, ao “abrir portas” das em-presas para a proposta. Reflexo do resultado positivo das parcerias é o registro de reincidência: 12% con-tra uma média nacional de 70%. “As pessoas que aqui estão não vieram de outro planeta, são indiví duos da comunidade e vão sair muito antes do prazo determinado pela justiça, então buscamos fazer o melhor”, complementa. Tanto no presídio quanto na penitenciária, os serviços remunerados garantem ao apenado um salário mínimo, com 25% do total destinado ao Fundo Rotativo Penitenciário, aplicado em melho-rias na estrutura de cada unidade, e o restante depositado na conta do reeducando, podendo beneficiar os familiares. O trabalho permite a re-missão de um dia da pena a cada três dias de atividade.

A equipe técnica da Nutribem, formada por nutricionistas e cozi-nheiros, lidera um grupo operacio-nal de cerca de 40 custodiados, que participam do processo de elabora-ção e distribuição de alimentação destinada às duas unidades. “Eles são treinados e orientados constan-temente sobre higienização e ma-nipulação de alimentos conforme as normas da Vigilância Sanitária”, explica Séfora Kniphoff, supervi-sora de atendimento da empresa. Segundo ela, a Nutribem tem um projeto de parceria com a Vigilância Sanitária do município, para promo-ção de treinamentos e obtenção de Diploma de Manipulador de Alimen-tos, com o objetivo de qualificar o custodiado a trabalhar na área de alimentação, após a conclusão da pena. “Temos nos empenhado para manter uma equipe comprometida e um ambiente mais humanizado.

Também estamos inician do traba-lhos com estagiários, em parceria com o Bom Jesus/Ielusc, para ava-liação nutricional e educação nutri-cional dos colaboradores e custo-diados”, revela.

Análises distintas permeiam o

discurso sobre a manutenção de um modelo de privação de liberda-de que atravessa os séculos sem grandes transformações e sobre os direitos e deveres daqueles que habitam o sistema carcerário. Na vi-são da convergência em força bruta para o trabalho, despontam ques-tões sobre a economia das empre-sas com os custos de mão de obra, os benefícios com a minimização da ocorrência de faltas e a carência de maiores qualificações na natureza dos trabalhos. De outro lado, enfa-tiza-se o indubitável fator positivo da possibilidade de os reeducan-dos auxiliarem a família, custearem fração de suas próprias despesas no sistema prisional e assumirem responsabilidades, contornando a direção do ócio com uma dinâmica disciplinar. Será esta uma iniciativa que pode trazer para a sociedade

“Nenhum programa destinado a enfrentar os problemas referentes ao delito, ao delinquente e à pena se completaria sem o indispensável e contínuo apoio comunitário”

Exposição de Motivos,

item 24 de LEP

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perspectivas de verdadeira resso-cialização do preso?

“Aquele que perdeu a liberdade não pode perder a saúde, o traba-lho, a educação, a higiene, a cul-tura, o afeto, a condição humana, enfim, sob o risco de reagir com maior violência do que aquela que o colocou na prisão”, lembra João Marcos Buch no artigo “Um muro – dois mundos – uma só humanida-de”. Na visão do magistrado, frente à precariedade do sistema prisional catarinense, o trabalho na peniten-ciária industrial é salutar. “Os deten-tos exercem atividade diária, obtém qualificação, recebem salário men-sal, enfim, obtêm úteis resultados individuais e coletivos. Porém, o tra-balho é mais uma forma de resgate da dignidade do ser humano preso e o objetivo meramente econômico, utilitarista, seja pela empresa seja pelo Estado, não pode ser a base do investimento.” Para Buch, unica-mente o trabalho, sem um amparo educacional e cultural, entre outros, levaria a uma mera “fábrica do cár-cere” – citando conceito de Michel Foucault na obra “Vigiar e Punir”.

Nasser Haidar Barbosa, presi-dente do Conselho Carcerário de Joinville, concorda que o trabalho pelo trabalho não deve ser a finalida-

de no sistema prisional, e sim o seu aspecto educativo e ressocializador, de inclusão no mercado formal e ex-terno também. “Acerca do modelo, temos algumas críticas quanto ao que é feito no país inteiro. Primeiro porque geralmente o trabalho é uti-lizado em uma lógica mais de casti-go do que de direito: por exemplo, quando algum agente tem um pro-blema com o apenado, ele acaba não fazendo a escolta de sua cela para a oficina de forma a prejudicá--lo no andamento de sua atividade e registro funcional”, protesta Barbo-sa. Segundo ele, também existem

lugares onde não há uma Comissão Técnica de Classificação (CTC) con-forme preconiza a Lei (LEP), para a seleção e organização dos apena-dos para o trabalho. “Disso resul-ta que muitas vezes a escolha de quem trabalha ou não acontece por meio de favorecimentos”, destaca. Segundo ele, urge a necessidade de uma discussão sobre a implanta-ção de programas mais amplos que envolvam aspectos educacionais e de inclusão social ampliados, enten-dendo o crime a partir de um olhar mais profundo de corresponsabili-dade social.

Para especialistas, a iniciativa deve ir além do “trabalho pelo

trabalho”, priorizando seu aspecto educativo e ressocializador

JOÃO DE OLIVEIRA

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SOL A SOL TRANSPORTESFundada em 1996, surgiu para atender a região de São Paulo, com foco na qualidade do atendimento ao cliente. Hoje, conta com filial em Guarulhos (SP). São mais de 80 funcionários

que trabalham com frota própria. É especializada em transporte rodoviário de cargas e armazenagem, atuando no transporte de cargas fracionadas para região Norte de Santa Catarina, São Paulo e grande São Paulo e cargas fechadas para todo o Brasil.Rodovia BR 101, km 42, bairro São Marcos. Tel.: 3455-

2002/www.solasoltransp.com.br

IMOBILIÁRIA VISÃOPara atender a demanda por imóveis já na década de 1970, Raymundo Welter fundou a Imobiliária Visão. Trabalha em todos os segmentos do ramo imobiliário: condomínios,

loteamentos, construtoras, incorporadoras, venda e locação de imóveis de terceiros. Zela por relações de confiança, investindo no aperfeiçoamento e atualização tecnológica da equipe, que se dedica ao bom atendimento e relacionamento com o mercado.

Rua Dona Francisca, 340, Centro. Tel.: 3433-2600/

www.imoveisvisao.com.br

BRANDT CHOCOLATERIAEmpresa familiar, a Chocolates Brandt iniciou as atividades com a fábrica em Joinville em 1995. Especializada em drageados – confeitos envolvidos em chocolate ao leite –, inaugurou

a “Café Gourmet” em 2011. A empresa também trabalha com opções para presente, zelando pela excelência na qualidade dos produtos, atendimento personalizado e com requinte.Rua Braço do Norte, 682 – bairro Atiradores. Tel.: 3432-

6817/www.chocolatesbrandt.com.br

CASA SOFIAInaugurada em Corupá entre as décadas de 1940 e 1950, iniciou com o comércio de armarinhos e tecidos trazidos de São Paulo pelo fundador, o alemão Hermann Günther. Em 1968, Joinville recebeu

uma filial na Rua do Príncipe, oferecendo peças de vestuário, cama, mesa, banho e cortinas. Em 1999, foi inaugurada a Nova Casa Sofia e, em 2012, a empresa completou 70 anos, abrindo loja na Rua Blumenau.

Matriz: Rua do Príncipe, 536, Centro. Tel.: 3028-

0300/www.casasofia.com.br

39REVISTA 21

FEITO EM JOINVILLEEMPRESAS QUE CRESCEM E APARECEM

Uma das mais tradicionais empresas do varejo joinvilense, uma chocolateria, uma transportadora e uma imobiliária são os casos de sucesso apresentados nesta edição pelo “Feito em Joinville”. Interessado em apresentar também o seu negócio? Escreva para [email protected]

Espaço para o talento empresarial

OSCAR RICARDO HROMATKA FILHO (47) 3027-2009COLZANI ELETROMECÂNICA (47) 3027-7040PATRÍCIA ZIMERMANNCOZINHA FÁCIL (48) 3243-8369AMORIM ADVOGADOS ASSOCIADOS (47) 9114-5602LETÍCIA SANDRI (47) 9192-8787NEMO TURISMO (47) 3043-9207MÓVEIS FABRIM (47) 3436-1647ARSIÉ ASSESSORIA E GESTÃO EMPRESARIAL STYROSUL INDUSTRIAL (47) 3028-3267

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ASSOCIADOS DE OUTUBRO A NOVEMBRO

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40

ENTRE NÓSO QUE É NOTÍCIA NA ACIJ

A Acij foi a grande vencedora do Programa Facisc de Excelência em 2012. A escolha foi feita por banca de juízes do Movimento Catarinen-se para Excelência, após seis eta-pas de avaliação. A entrega da pre-miação aconteceu durante o 16º Encontro do Empreender. O evento reuniu cerca de 400 pessoas e tam-bém abrigou na sua programação a entrega do reconhecimento às associações empresariais que par-ticiparam do Programa Facisc de Excelência.

“A gestão executiva marcou um avanço no que se refere a resultado, transparência, profissionalismo e qualidade. O prêmio reafirma o nos-so compromisso em buscarmos

sempre o melhor para a entidade e seus associados. Estamos atuan-do fortemente na ampliação do portifólio de serviços às empresas e desenvolvendo uma campanha institucional para o próximo ano”, adianta o diretor executivo da Acij, Diogo Haron.

O programa tem o objetivo de melhorar a gestão das associações empresariais do Sistema Facisc pela adoção do Modelo de Excelência da Gestão (MEG). Quinze associações empresariais foram reconhecidas pela participação em todas as eta-pas do programa. Três conquistaram o patamar de destaque. No final de agosto, foi realizada a etapa de visi-tas técnicas em que os examinado-

res do Movimento Catarinense para Excelência (MCE) e os consultores regionais da Facisc/Sebrae visitaram as associações para validar o que foi descrito na autoavaliação. A sétima etapa foi o reconhecimento das as-sociações que se destacaram. Parti-ciparam da edição associações das regionais Alto Vale, Extremo Oeste, Grande Florianópolis, Meio-oeste, Norte, Oeste, Planalto Norte e Sul.

As premiadas

ACI de pequeno porte

Associação Empresarial de Fraiburgo

ACI de médio porte

Associação Empresarial de São Bento

ACI de grande porte

Associação Empresarial de Joinville

Em novembro, a Acij passou por auditoria interna, de reavaliação dos seus processos e procedimentos previstos no Sistema de Qualidade. A casa recebeu a recertificação da ISO 9001:2008 no final de abril.

“Acredito que a recertificação pelo Bureau Veritas Certification contri-buiu para o nosso prêmio de exce-lência em gestão e continua a de-monstrar nosso compromisso com a satisfação do associado”, destaca

Rubem Landman, responsável pela Gestão da Qualidade na Acij. Em maio de 2013, a Acij completará 10 anos de certificação do seu sistema de qualidade, pioneiro entre entida-des empresariais.

PREMIAÇÃO

Facisc, Sebrae e MCE reconhecem excelência em gestão na ACIJ

Equipe recebeu

premiação durante 16º

Encontro Estadual do

Empreender, realizado

em Joinville, no final

de outubro

AUDITORIA INTERNA

Sistema da Qualidade é reavaliado

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41REVISTA 21

O ano de 2012 marca a consolida-ção do setor de Consultoria Coleti-va, que concentra as atividades re-lativas aos núcleos e, a partir deste ano, também as ações do Progra-ma Gestão Compartilhada. Dessa forma, os profissionais que atuam no setor atendem o Conselho dos Núcleos, os 23 núcleos da casa e o Gestão Compartilhada, nas regiões do Sul, Norte, Leste e Vila Nova.

Além de revigorar alguns núcle-os, com novos projetos, metas e ob-jetivos, ainda foram criados quatro novos grupos de trabalho: Sistema de Gestão da Qualidade, Reparação Automotiva, Núcleo de Educação Superior e Indústria Plástica.

“Já fizemos cinco reuniões e es-tamos trabalhando no Planejamen-to Estratégico. Temos empresas de pequeno e grande porte no núcleo e, por isso, nosso grande desafio tem sido de definir objetivos e me-tas comuns para estas empresas”, conta o presidente, Oscar Gan-zenmüller Jr.

Para o presidente do Núcleo de Educação Superior, Paulo Ivo Ko-ehntopp, a história desse grupo vi-nha sendo construída há quase dez anos, mas faltava uma instituição que o organizasse. “É um passo importante para nossas instituições de ensino superior e mesmo para a cidade. Estamos tratando de te-

mas importantes, como a evasão e a inadimplência, e também sobre o distanciamento que existe em al-guns cursos, entre o currículo e a indústria”, exemplifica.

CONSULTORIA COLETIVA

Setor atende núcleos e grupos de gestão

Núcleo de Postos de Combustíveis

realiza campanha de Natal

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AGENDE-SE

Palestra com César SouzaEstá marcada para 26 de março de 2013, às 19 horas, no Hotel Bourbon a palestra “Sonhos e Pesadelos dos Líderes Empresariais Brasileiros”, com o presidente da empresa de consultoria Empreenda, César Souza. O palestrante destaca que “temos que nos livrar de uma série de pen-samentos e dogmas que deram certo no passado, mas que agora não dão mais. As empresas devem mudar a forma de pensar e de olhar os clientes, os parceiros, os negócios. Elas precisam se reinventar para ganhar competitividade e ficar imunes à crise”.

INVESTIMENTO

Ingresso pago com Util Card* R$ 80Associados e estudantes R$ 85Outros participantes R$ 100

TELEFONE

(47) 3461-3344EMAIL

[email protected]

*PARCELÁVEL EM 4 VEZES

DIVULGAÇÃO

Um dos grandes palestrantes do país,

Cézar Souza defende que as empresas

devem se livrar de dogmas do passado

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43REVISTA 21

A redução em 19% na folha de pa-gamentos neste ano mostra a de-terminação da diretoria e da equipe operacional da Acij em readequar seus custos, visando a uma gestão mais eficiente, racional e enxuta.

A casa faz monitoramento on-line do consumo de energia, além de acompanhamento das ligações telefônicas por ramal e campa-nhas de uso racional de água e materiais de expediente. “Ganha-mos duas vezes: na redução das despesas e também na conserva-ção do meio ambiente”, destaca Angela Todt, coordenadora admi-nistrativa.

A gestão mais eficiente, e com uma estrutura operacional mais enxuta, tem por objetivo dar su-porte à diretriz da diretoria, de ampliar a prestação de serviços para as associadas, oferecendo às empresas mais suporte, capa-citação, convênios e produtos que contribuam para ampliar sua com-petitividade.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Gestão eficiente

UTIL CARD

240 empresas já são beneficiadasA área de Relacionamento comemo-ra a ampliação das atividades neste ano, especialmente com o cresci-mento da utilização do cartão Util Card, hoje presente em 240 empre-sas, entre credenciadas e convenia-das. Até novembro, foram emitidos 1.382 cartões, que contribuem para fomentar os negócios, com receita que é reinvestida no município, es-timulando o empreendedorismo e o desenvolvimento local.

PENINHA MACHADO

GRANDES PALESTRAS/2012Samir Keedi, com a palestra “Economia e Comércio Exterior Brasileiro e Mun-

dial – Verdades e Mitos”, em 21 de agosto na Acij, foi ouvido por 220 pessoas

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ENTRE NÓSUM TEMA, DUAS PERSPECTIVAS

TODAS AS SEGUNDASReuniões atraem público qualificado para o debate de

questões de interesse do empresariado e da comunidade

PENINHA MACHADO

EXPORTAÇÃO E CRÉDITO

Certificados de origemA emissão de certificados de ori-gem atendeu neste ano a 98 em-presas de Joinville e região. Foram 5.500 documentos emitidos e cinco palestras de esclarecimento. O se-tor ofereceu 1.145 consultas. Certi-ficado de Origem é um documento legal que comprova ao país com-prador a procedência do produto adquirido com fins de redução ou isenção do imposto de importação. O importador tem o imposto redu-zido ou até eliminado, o que resulta na diminuição de custo e aumento da credibilidade. Para o exportador, a vantagem é ofertar produtos a pre-ços mais competitivos, facilitando a conquista de mercados.

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45REVISTA 21

PENINHA MACHADO

Em 2013 os cursos pagos com o Útil Card passam a contar com 5% de desconto e serão parceláveis em quatro vezes.l Serviço de Teleatendimento a Clientes

28 a 31 de janeiro, das 19h às 22h

l NR35Trabalho em Altura 19 de fevereiro, das 8h às 17h30

l Liderança e Delegaçãomobilizando forças na organização

26 e 27 de fevereiro, das 8h30 às 12h

l Oratória: Arte da Comunicação Eficaz 5, 6 e 7 de fevereiro, 18h30 às 22h30

l Programa de Excelência no Atendimento ao Cliente

5, 6 e 7 de março, das 18h30 às 22h

CAPACITAÇÃO EMPRESARIAL

Confira a programação

GRANDES PALESTRAS/2012A palestra “Marketing de Atitude”, de Julio Ribeiro, que teve

lugar no Hotel Bourbon, contou com a presença de 480 pessoas

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46

DOS NÚCLEOSEM DESTAQUE, A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

NÚCLEO DE AGÊNCIAS DE PROPAGANDA E MARKETING

Neste ano, apoiou o meio acadêmico, em especial o curso de Publicidade e Propaganda da Univille, em diversos eventos. Em parceria com o Sina-pro, trouxe Antonio Lino Pinto, sócio diretor financeiro de uma das maiores agências do país, a Talent. No primeiro semestre de 2013, realiza o Prêmio Manchester Catarinense de Propaganda. Organiza também o Prêmio Me-lhores, que irá para sua quarta edição. O núcleo é formado por 14 agências, representando 80% do segmento legal atuante em Joinville e região. “O objetivo é a valorização do nosso negócio. Para isso, tratamos temas como normas-padrão, precificação e tabela referência, código de ética e capaci-tação, entre outros”, afirma Darthanhan de Oliveira, presidente do núcleo.

Cerca de 60% das empresas associadas à Acij são prestadoras de serviços. Muitas delas se reúnem nos núcleos setoriais e trabalham para aprimorar atividades e “produtos” que entregam para seus clientes. Acompanhe as principais atividades dos Núcleos de Agências de Propaganda e Marketing, Empresas Contábeis, Imobiliárias, Gestão Empresarial e Jurídico.

BALANÇO DE ATIVIDADES

Alguns destaques de 2012

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47REVISTA 21

NÚCLEO DE IMOBILIÁRIAS

Ações como a Campanha “Orientação Imobiliária” no Shopping Mueller, pa-lestra educacional e doação de livros na escola Luiz Gomes, e o 3º Simpósio Catarinense do Mercado Imobiliário foram alguns dos destaques deste ano.Em 2013, o núcleo quer dar continuidade aos projetos realizados, princi-palmente na área de capacitação, tanto para os gestores quanto para os corretores, além do estímulo a realização de negócios entre associados.

“Foi um ano muito produtivo para o nosso núcleo, pois atingimos os objetivos propostos. Queremos continuar promovendo a união entre as empresas associadas e a melhoria contínua do setor imobiliário através da capacitação. Queremos também a valorização das marcas das empresas nucleadas, a parceria com as instituições e o setor público e a redução da burocracia”, afirma Rubia Welter, presidente do núcleo.

NÚCLEO DE

EMPRESAS CONTÁBEIS

O Treinamento Vivencial, o 2º Se-minário Catarinense do Mercado Contábil e Mesa Redonda com a Jucesc e o CRC-SC, foram algu-mas das ações do núcleo ao lon-go deste ano.

Entre as propostas para 2013, a expectativa é pelo Projeto Empre-ender Competitivo, no qual cons-tam ações de capacitação, mar-keting e ações social e cultural, visando o desenvolvimento das empresas e do setor contábil.

O presidente Douglas Steffen analisa que “o Núcleo de Empre-sas Contábeis entendeu seu papel associativista dentro da Acij, co-laborando com palestras, cursos e treinamentos e repassando às empresas associadas informa-ções relevantes sobre as mudan-ças contábeis que estão ocorren-do atualmente, valorizando ainda mais a nossa profissão”.

PENINHA MACHADO

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48

NÚCLEO JURÍDICO

Neste ano, o núcleo apoiou o projeto Mutirão da Conciliação e promoveu o 4º Seminário Ju-rídico e a missão empresarial à Associação dos Advogados de São Paulo e dois grandes escri-tórios paulistas. Em 2013, todos os eventos e iniciativas deverão ter o foco de buscar o aprimora-mento da gestão dos escritórios de advocacia.

“O Núcleo Jurídico foi funda-do em 2008 com a finalidade de melhorar a gestão dos escritó-rios de advocacia, situação pou-co explorada pelas academias de direito. Temos trabalhado fir-memente com esse propósito”, disse André Chedid Daher, presi-dente do núcleo.

NÚCLEO DE GESTÃO EMPRESARIAL

Em 2012, o núcleo destaca os almoços mensais para troca de ideias e as palestras realizadas sobre temas diversos, como marketing de serviços, in-teligência competitiva, mídias digitais e empreendedorismo. Para o próximo ano, os principais projetos são o 2º Painel de Cases de Gestão, em abril, com o tema sucessão familiar. “A proposta dessa gestão tem como pauta estimu-lar a troca de conhecimento em temas relacionados à Gestão, viabilizando, fortalecendo e expandindo os pequenos e médios empreendedores. Sempre pautado nos princípios do associativismo”, garante Lenir Nunes Amorim, pre-sidente do núcleo.

PENINHA MACHADO

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49REVISTA 21

Certamente você já se perguntou: quanto vale a minha casa, o meu apartamento ou o meu terreno? Essa dúvida geralmente surge quando se resolve investir ou ven-der um imóvel, quando ocorre uma separação de bens ou até mesmo quando um inventário deva ser fei-to. Como um imóvel é diferente do outro, a determinação do seu preço não deve ser feita sem a utilização da norma 14.653 da ABNT, que visa fundamentar e determinar fatores que deverão ser analisados durante

a avaliação. É necessário também que o profissional seja especialista no assunto e possua conhecimen-tos do mercado imobiliário. Quando a avaliação é emitida por um corre-tor de imóveis, ela recebe o nome de PTAM (Parecer Técnico de Ava-liação Mercadológica). A importân-cia está justamente em precisar o quanto se deve cobrar, repartir ou pagar pelo imóvel. No entanto, o processo de avaliação demora certo tempo, visto que são vários fatores analisados.

Também se deve desconfiar dos anúncios de avaliações gratuitas de imóveis, que têm como objetivo captar o bem em questão para uma

futura venda. Quando essa avaliação é realizada por um profissional des-preparado, pode haver consequên-cias como a supervalorização ou a subvalorização do imóvel, dificultan-do a sua comercialização, prejuízos monetários e também prejuízos ge-rais como em ações revisionais de locação.

Mas, afinal, por que se deve contratar uma empresa especiali-zada em avaliação de imóveis? Ela trará maior segurança e garantia de informações, bem como ame-nizará riscos e custos. E somente uma empresa com boas referên-cias quanto a competência e a éti-ca pode trazer isso.

Carla Mercke

CARLA MERKLE, VICE-PRESIDENTE DO NÚCLEO DE JOVENS EMPRESÁRIOS E DO GESTÃO COMPARTILHADA VILA NOVA

ARTIGO

Você sabe quanto vale seu imóvel?

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50

Nada mais apropriado do que se resumir que o resultado de uma or-ganização empresarial, seja de que ramo ou porte ela for, depende do “clima”. Para nós, na Selbetti, essa verdade vem se consolidando ao longo dos 35 anos de nossa traje-tória. Pode soar estranho, já que os tradicionais alagamentos de Joinville nos afetam apenas moderadamen-te, e não somos, nem de longe, em-presa do agronegócio. Mas, claro, não falamos de condições meteoro-lógicas, e sim de “outro” clima.

É fato que, nas organizações, também há imprevisibilidade advin-da dos desmandos governamen-tais, planos econômicos, aumento

e complexidade da carga tributária – isso quando a Europa não cambaleia e a China deixa de rugir.

Clima tem a ver com vários as-pectos da vida. Para namorar, para se vestir, para se alimentar, para pro-gramar férias e especialmente para trabalhar, nos apoiamos no “environ-ment”. Quando há duvidas sobre a oportunidade de alguma decisão, de uma comunicação extrema, positiva ou negativa, o questionamento inde-lével é: há clima para isso?

Na Selbetti, evidentemente que, para ter sucesso, alçarmos voos mais altos e mantermos o clima em céu de brigadeiro, praticamos o usual, constante em qualquer ma-nual de RH up to date: benefícios individualizados (faculdade, MBA), programas sociais, plano de saúde e odontológico, constantes questio-nários de avaliação de desempenho e de críticas/sugestões, ginástica laboral, “porta aberta” (sem forma-lismo para diálogo entre todos níveis hierárquicos)

Se tantas empresas no Brasil também adotam essa política de

reconhecimento, quiçá mais pro-funda, o que terá feito a Selbetti ser uma das 150 melhores para se trabalhar no Brasil, entre milhares? O indício mais evidente é da análise acurada do diagnóstico feito, em que a Exame-Você S/A destacou o prazer e a alegria do funcionários estarem e quererem permanecer conosco. Não é preponderante-mente carreira, salário, segurança. E sim, de novo, o clima.

É verdade, temos ar condicio-nado em todos os ambientes, até em carros de entrega, fornecemos uniforme adequado para cada es-tação e até kits contra enchentes possuímos; distribuímos guarda--chuvas para a molhada Joinville e guarda-sol para não se tostarem no verão... Mas a nossa liberalidade, a autodeterminação dos profissio-nais, nossa bagunça organizada, só tem uma excludente: o atendimen-to sério ao mercado para manter o clima, e principalmente conservar os clientes satisfeitos, além de expandir enxutos o nosso negócio. Se possível, para a alegria geral...

Luiz Selbach

DIRETOR PRESIDENTE DA SELBETTI GESTÃO DE DOCUMENTOS, DE JOINVILLE

Para a alegria geral

Duas das “Melhores empresas para se trabalhar”refletem sobre clima organizacional e gestão

PONTO E CONTRAPONTOUM TEMA, DUAS PERSPECTIVAS

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FÁBIO ABREU

A Embraco acredita na tecnologia que cria produtos e serviços inteli-gentes para um mundo globalizado. Mas, além disso, estamos compro-metidos com pessoas. Somos nós que criamos e participamos de todas as etapas dos processos de gestão e desenvolvimento dos negócios. Somos fundamentais para o suces-so. Com o talento e a paixão por um mundo mais sustentável, as chances de conquista são inúmeras.

Cremos que atuar em time constitui o nosso maior desafio cor-porativo. Por isso, como inspirar nossos funcionários para, juntos, trabalharmos em prol dos negócios da empresa? A resposta está no

comprometimento que cultivamos entre eles.

Nesse movimento colaborativo, trabalhamos para aprimorar o respei-to pela individualidade e a motivação para atuar em prol da diversidade de opiniões e formas de agir. O que é comum a todos é o espírito de vitória, a integridade de nossos valores, o respeito que cultivamos sobre o próximo e a consciência de despertar a inteligência pelo trabalho colaborativo. Nesse universo multi-cultural, o papel da Embraco está no compromisso de motivar e incentivar o clima organizacional positivo.

Para que essa inspiração seja possível, cremos que todas as em-presas devem ouvir seus funcio-nários e chamá-los a participar dos processos organizacionais. Essa é uma das mais importantes inova-ções em gestão de pessoas. Moti-vamos o diálogo em todos os níveis hierárquicos – durante a rotina de trabalho, no aprimoramento das po-líticas e práticas corporativas. Assim, estão na rotina da empresa reuniões constantes e o uso de ferramentas

de comunicação inovadoras para apoiar nossos colaboradores.

Trabalhamos constantemente nossas estruturas internas para pro-mover mais agilidade nos processos de tomada de decisões e para refor-çar o alinhamento estratégico no dia a dia. É assim que nos preparamos para novos desafios do mercado globalizado. Além disso, todas as áreas da organização participam, em maior ou menor grau, da vida da empresa com o objetivo de criarmos um clima inspirador de cooperação e participação real.

Para dar um passo além da rotina diária e valorizar a cultura organiza-cional e o desejo da liderança no futuro, apoiamos iniciativas que envolvam a gestão de talentos e de desempenho e estimulamos a criação de um ambiente de tra-balho confiante e comprometido. Esse movimento rumo ao futuro está presente nos nossos valores, missão e visão Embraco, que têm muito claro que as pessoas são a base para a realização de metas de crescimento global.

Ursula Angeli

VICE-PRESIDENTE DE RH, COMUNICAÇÃO E SUSTENTABILIDADE EMBRACO

Comprometimento estratégico

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Daniel Casas, dono da

escola Salamandra, ensina

escalada há 11 anos: aulas

trabalham a mente e o

corpo, simultaneamente

HAPPY HOURCULTURA, GASTRONOMIA E COMPORTAMENTO

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53REVISTA 21

Com o interesse crescente pelos chamados esportes radicais em Joinvil-le e região, pode-se afirmar que houve um boom em relação a essas prá-ticas – especialmente quando se trata de lazer, mas até como ferramenta de recursos humanos. De uns tempos para cá, grandes empresas e insti-tuições, como Docol e Senai, vêm investindo em treinamentos que aliem o conhecimento corporativo a atividades ligadas à natureza.

O termo “esporte de aventura”, ou “esporte radical”, surgiu no final dos anos 1990, para classificar aqueles esportes voltados ao público adulto, quando modalidades como surfe, alpinismo, montanhismo e trekking, antes restritas a um número pequeno de pessoas, passaram a ganhar adeptos em todos os lugares. Mesmo com o alto grau de risco físico, as condições extremas de altura e velocidade funcionam como atrativos. Um dos motivos consiste na profissionalização do segmento, envolvendo lojas especializadas e profissionais capacitados para instruir da melhor maneira os iniciantes.

Geograficamente, Joinville se situa em uma área rica para o desenvolvi-mento do esporte, de acordo com Alan Jacob da Rosa, dono da Comandos Brasil, especializada em venda de equipamentos para montanhismo, esca-lada, aventura e vestimentas para regiões frias. Dentre as modalidades com maior ibope, segundo ele, destacam-se montanhismo, trekking, escalada e travessias entre montanhas. Os mais jovens optam pela escalada, até como forma de desafio pessoal. Os mais velhos, em contrapartida, preferem apre-ciar a natureza ao atravessar uma montanha.

A maior parte dos clientes da Comandos Brasil é formada por simpa-tizantes do estilo ou aqueles que costumam viajar para regiões mais ge-ladas. O público técnico responde por uma pequena parcela. Há 11 anos em Joinville, a ideia inicial era comercializar artigos militares e de camping. Com o incremento dos esportes radicais na região, a loja migrou de vez

Superar limites e manter

contato com a natureza são

atrativos dos “esportes

radicais”, usados até em

treinamentos corporativos

adrenalinaEm busca de

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para o segmento. Além dos produ-tos, a Comandos Brasil, em parce-ria com a Academia One Fitness e Sports, oferece curso de escalada.

Outro caso interessante é o da Salamandra, escola de monta-nhismo especializada em cursos e eventos ligados ao alpinismo e montanhismo. Em paralelo aos cursos, a escola conta com o ser-viço de guia de montanha e muro de escalada para eventos. Daniel Casas, responsável pela empresa e único guia e instrutor certificado da região, é montanhista desde 1988, mas abriu a empresa em 2001.

Jovens universitários e pes-soas maduras, com estabilidade profissional, são os que mais ba-tem na porta de Casas. Um dos fatores para o crescimento do in-teresse por esse tipo de atividade em Joinville, conforme o proprietá-rio, diz respeito ao fato de a região ser considerada ideal para o espor-te, justamente por sua localização privilegiada. “Em um raio de pou-cos quilômetros, pode-se praticar várias modalidades. Temos praias de um lado e montanhas do outro, além de quatro estações do ano bem definidas”, enumera Casas.

Todos os guias são profissio-nais certificados pela Associação de Guias, reconhecida pela Confe-deração Brasileira de Montanhis-mo. Das pessoas que procuram a escola, o principal motivo está na ideia da auto-superação. Mas Ca-sas não se limita a ensinar o ofício. Há também a preo cupação com o meio ambiente. “Utilizamos em to-das as nossas idas à montanha as ‘Práticas de Mínimo Impacto em Ambientes Naturais’”, diz.

A Salamandra tem uma equipe de três guias e cinco monitores. O curso para iniciantes em monta-nhismo, com aulas teóricas e prá-ticas, custa R$ 600. Casas garante que a pessoa sai sabendo tudo o que precisa para escalar com se-gurança. “Depois é só se especiali-zar em outras técnicas e modalida-des mais complexas”, recomenda. Apesar de ser uma atividade em que há desgaste físico acima da média, segundo o montanhista, não é necessário nada além de for-ça de vontade. “A escalada traba-lha a mente e o corpo, simultanea-mente, então os dois devem estar sadios. Entretanto, o preparo físico vem com a prática da atividade.”

Uma forma de estimular as equipes de trabalho de uma empresa é o chamado “treinamento vivencial”, que representa situações análogas ao ambiente profissional, mas com o aspecto lúdico como ponto forte. Especializado nesse tipo de ativi-dade, o psicólogo Matheus Vilon, praticante de esportes radicais, entende que a vantagem dos trei-namentos vivenciais é de que são mais experienciais do que expo-

sitivos. Os eventos acontecem de duas maneiras: com atividades de aventura, ou mais voltados aos es-portes radicais, geralmente usando a estrutura do local onde o treina-mento será realizado. Dentre as principais modalidades desenvolvi-das, Vilon cita arvorismo, rapel, raf-ting e trilha como as mais comuns.

A Docol é uma das empresas joinvilenses que já realizaram esse tipo de atividade. O gerente de Re-

cursos Humanos, Vanderlei Scha-deck, explica que o treinamento normalmente engloba a busca por resultados e trabalho em equipe. Por esse motivo, a prática é bastan-te realizada na área comercial. Os últimos eventos foram no formato de gincana em área de floresta e de pastos no interior de Joinville e tam-bém na Barra do Sul, com a utiliza-ção de barcos e atividades em terra como arborismo e paintball.

Construindo o aprendizado a partir da vivência

DIVULGAÇÃO

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Aventureiro na medida certaTrekking, rafting e mountain bike, mensalmente. Já experimentou skydive – no qual se salta de um avião a quase quatro mil metros de altura e se chega a 200 quilômetros por hora em queda livre –, bungee jump, canyon swing, canyoning, rapel, mergulho autônomo de dia e de noite, e exploração em caverna. Pode parecer um profissional dos esportes de aventura, mas o dono do currículo de fazer inveja aos ávi-dos por emoção à flor da pele é o empresário e diretor da Anagê Imó-veis, Rodrigo Alves da Silva.

Mesmo durante a semana de trabalho, Rodrigo consegue fazer as atividades de uma a três vezes por mês, além de jogar squash e fazer treinamento funcional semanalmen-te. Praticante há dez anos, desde o perío do em que cursava a universi-dade, os esportes radicais fazem a diferença no cotidiano de Rodrigo. Graças a eles, recarrega as ener-gias. “Afasto-me do estresse e dos problemas do dia a dia. Sinto falta quando não consigo praticar por um período longo”, conta.

Os locais em que costuma fugir ficam próximos a Joinville ou na re-gião. Nas montanhas, frequenta o Monte Crista, Castelo dos Bugres e a Cachoeira do Rio da Prata. Na água, opta pelo Rio Cubatão, na descida da Serra Dona Francisca; e também as estradas do Piraí e da Ilha. Das cidades em que há uma vastidão natural, Rodrigo destaca Urubici, Cambará do Sul, Corupá, São Bento do Sul, Ibirama, Santo Amaro da Imperatriz, Bombinhas e Florianópolis. Apesar de motivar os outros para que pratiquem esportes radicais, o empresário ainda vê mui-ta relutância. “Incentivo bastante,

No alto, Rodrigo Alves, da Anagê, “em atividade”: superação, saúde e

bem-estar; acima, o psicólogo Matheus e Alan, da Comandos Brasil

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mas muitas vezes é difícil encontrar alguém com espírito de aventura.”

A adrenalina atrai muita gente também dentro da água. Seguindo os passos do irmão mais velho e al-guns amigos, Ricardo Graça, sócio da empresa Evolution Fitness Shop Brasil, pratica surfe há 20 anos. “Para mim, é mais que um esporte, faz parte do meu estilo de vida”, esclare-ce. Dele e do sócio, Adilson Floriano. “É o DNA de nossa empresa”, brin-ca Ricardo, que procura ter um am-biente de trabalho positivo para que toda a equipe possa dar “seu 100%” e executar funções e tarefas em alto desempenho.

Nos fins de semana, costuma frequentar as praias de Barra Ve-lha, Barra do Sul e São Francisco do Sul. Mas, nos feriados, o Farol de Santa Marta, em Laguna, é destino certo. Ricardo faz questão de levar outras pessoas, sempre que pode, para o mundo do surfe. “Assim como qualquer esporte junto à na-tureza, reduz o estresse e faz você aumentar o nível de qualidade de vida.” Para o empresário, um final de semana de boas ondas é capaz de mudar a semana. Com humor elevado, o surfe interfere positiva-mente no dia a dia, e dá um “gás” no ímpeto empresarial.

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Com a proposta de suprir a carên-cia na divulgação de esportes radi-cais em Joinville, e aproveitando o crescimento do mercado nesse setor, o jornalista Dudu Martins criou o programa “Soltos”. Há quase dois anos, vai ao ar todas as quintas-feiras, às 16h15, pela Rádio Cultura, e, além de ajudar na divulgação dos esportes radicais em Joinville e região, traz convida-dos que são referência na moda-lidade. Para Dudu, que também é praticante de surfe, a tendência é que os esportes cresçam cada vez mais. “As pessoas estão dando mais valor ao bem-estar”, comen-ta. Às segundas-feiras também é possível acompanhar a coluna “Soltos” no caderno de esportes do jornal Notícias do Dia.

Mais espaço na mídia

Natureza privilegiada da região de

Joinville convida para a prática

de esportes de aventura

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Márcia TiergartenPedagoga por formação, Márcia Tiergarten descobriu que era apaixonada por educação, seja em uma sala de aula, em um salão para centenas de pessoas ou no acompanhamento de um líder. Especializou-se em comportamento humano, gestão de pessoas, liderança profissional e pedagogia empresarial e atua com treinamentos nessas áreas há mais de 12 anos, um deles sobre administração de conflitos e assertivi-dade, que foi ministrado na Acij em novembro. É sócia diretora da Praxes Empresarial Consultoria e Coaching e afirma que o desenvolvimento do seu próprio com-portamento assertivo a ajudou a se libertar de algumas “amarras psicológicas” comuns, como querer agradar a todos. Ela lembra, porém, que ninguém é assertivo 100% das vezes, mas é possível tornar o gerencia-mento de conflitos intra ou interpessoais mais “leve”.

1 De modo geral, os conflitos são vis-tos como negativos pela sociedade. O que diferencia um conflito enrique-cedor de um negativo? Por que nem sempre a melhor opção é evitá-los?

O conflito é visto como algo que se deve evi-tar. Porém, sabe-se que isso não é possível, já que naturalmente cada ser humano tem sua própria maneira de encarar as diversas situa-ções que a vida apresenta. A diferença está na forma com a qual lidamos com ele. Evitá-lo pode nos levar à passividade e ao conformis-mo, não agregando valor à vida nem aprendi-zagem para fortalecer as relações.

2 Assertividade é a postura segura e comedida diante das situações. Que práticas podem ser feitas para atingir este posicionamento com facilidade?

Quem quer ter um comportamento mais assertivo deve compreender que terá que se dedicar ao próprio aprendizado. Ser as-sertivo é respeitar os próprios direitos sem negar os dos outros, ou seja, tenho o direito de expressar o que sinto sobre determinado comportamento de outra pessoa e ela tem o direito de ser tratada com respeito. Se quero expressar o que penso, devo saber fazer isso com educação. Sugiro como prática inicial se apropriar do conhecimento dos próprios direi-tos e deveres para com cada relacionamento.

3 Qual o papel do líder na resolução de conflitos entre a sua equipe e com seus clientes?

Ele é o “mediador oficial” diante de um con-flito. Se não souber se posicionar assertiva-mente, poderá contribuir para que aumente ou que gere novos conflitos desnecessaria-mente. Os conflitos, em sua maioria, são oportunidades de crescimento e aumento de performance quando encarados de forma habilidosa. Para isso, um líder precisa se ca-pacitar em temas comportamentais também, já que somente assim poderá construir equi-pes de alta performance.

ANDRÉ KOPSCH

3 PERGUNTASUM PAPO RÁPIDO E DIRETO AO PONTO

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