AclimataçãoooAclimata

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Alterações Atmosféricas À medida que subimos em altitude, a capacidade de desempenho atlético diminui, a partir de altitudes tão baixas como os 1500 metros. Esta redução torna-se cada vez mais significativa, até atingir valores de 80% do VO2max e mais de 30% da FCmax a 8850 metros de altitude. O principal motivo das alterações observadas é a diminuição da pressão atmosférica: dado que a nossa atmosfera atinge uma altitude mais ou menos constante em todas as regiões do planeta; em altitudes elevadas teremos um menor volume de ar por cima de nós. O "peso" desse ar por unidade de superfície (mm2) resulta numa pressão atmosférica inferior. A diminuição da pressão atmosférica provoca a expansão das moléculas de ar, o que faz com que um determinado volume de ar inspirado tenha menos moléculas de oxigénio do que ao nível do mar. A percentagem de oxigénio mantém-se igual (cerca de 21%), pois a composição da atmosfera é constante até altitudes superiores a 20.000 metros. No entanto, a pressão parcial de O2 (quantidade de moléculas deste gás num determinado Volume de Ar) no cume do monte Everest diminui para cerca de 43 mmHg, em contraste com 149 mmHg ao nível do mar. Paralelamente à diminuição da Pressão Atmosférica, dá-se uma drástica diminuição da humidade e da temperatura do ar. Estes dois fatores encontram-se associados, na medida em que a diminuição da temperatura do ar provoca uma diminuição do ponto de saturação, isto é: quanto mais frio o ar se encontra, menos humidade consegue suportar sem que haja condensação. Assim, a diminuição da humidade relativa é, em termos absolutos, ainda mais significativa do que pode parecer, ou seja: uma humidade relativa de 30% num ambiente com uma tempreatura de -30ºC representa uma quantidade de "moléculas de água por Litro de Ar" muito inferior à que encontramos num ambiente com humidade relativa idêntica (30%) mas temperatura de 30ºC.

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Alteraes Atmosfricas

medida que subimos em altitude, a capacidade de desempenho atltico diminui, a partir de altitudes to baixas como os 1500 metros. Esta reduo torna-se cada vez mais significativa, at atingir valores de 80% do VO2max e mais de 30% da FCmax a 8850 metros de altitude.O principal motivo das alteraes observadas a diminuio da presso atmosfrica: dado que a nossa atmosfera atinge uma altitude mais ou menos constante em todas as regies do planeta; em altitudes elevadas teremos um menor volume de ar por cima de ns. O "peso" desse ar por unidade de superfcie (mm2) resulta numa presso atmosfrica inferior.A diminuio da presso atmosfrica provoca a expanso das molculas de ar, o que faz com que um determinado volume de ar inspirado tenha menos molculas de oxignio do que ao nvel do mar. A percentagem de oxignio mantm-se igual (cerca de 21%), pois a composio da atmosfera constante at altitudes superiores a 20.000 metros. No entanto, a presso parcial de O2 (quantidadede molculas deste gs num determinado Volume de Ar) no cume do monte Everest diminui para cerca de 43 mmHg, em contraste com 149 mmHg ao nvel do mar.

Paralelamente diminuio da Presso Atmosfrica, d-se uma drstica diminuio da humidade e da temperatura do ar. Estes dois fatores encontram-se associados, na medida em que a diminuio da temperatura do ar provoca uma diminuio do ponto de saturao, isto : quanto mais frio o ar se encontra, menos humidade consegue suportar sem que haja condensao. Assim, a diminuio da humidade relativa , em termos absolutos, ainda mais significativa do que pode parecer, ou seja: uma humidade relativa de 30% num ambiente com uma tempreatura de -30C representa uma quantidade de "molculas de gua por Litro de Ar" muito inferior que encontramos num ambiente com humidade relativa idntica (30%) mas temperatura de 30C.

A diminuio da temperatura e da humidade contribuem tambm de forma significativa para a degradao da capacidade fsica. No caso da temperatura, o nosso organismo tem de gerir o fluxo sanguneo de forma a conseguir levar o sangue a todas as regies do corpo, mantendo o calor e ao mesmo tempo otrabalhomuscular. A diminuio da humidade do ar agrava esta situao porque provoca um aumento da desidratao que dificulta ainda mais a manuteno da temperatura corporal e o "abastecimento" das clulas: a desidratao acarreta uma diminuio do volume sanguneo e um aumento da viscosidade do sangue que dificulta a irrigao, especialmente ao nvel das extremidades. A irrigao deficiente faz com que as clulas arrefeam e/ou deixem de receber o oxignio e nutrientes necessrios, facilitando o aparecimento das congelaes.Adaptaes Permanncia em AltitudeNos primeiros dias em altitude, a Ventilao aumenta consideravelmente, bem como a Frequncia Cardaca (e o dbito cardaco - volume de sangue bombeado por minuto). A difuso do oxignio nos alvolos pulmonares diminui, devido ao aumento do lquido intersticial (um "ligeiro edema pulmonar temporrio"), que se resolve em 24-48h e diminuio da sua presso parcial, fato que se torna ainda mais importante em esforo, devido reduo do tempo de trnsito dos glbulos vermelhos, provocado pelo aumento do dbito cardaco (aumento da velocidade do sangue nos pulmes).O aumento da FC leva tambm ao aumento da presso arterial pulmonar provocando a perfuso de maior nmero de capilares e aumentando assim a rea total de trocas gasosas, na tentativa de contrariar a falta de oxignio. A nvel celular, aumenta a densidade capilar (nmero de capilares sanguneos/mm2), nmero de mitocndrias e concentrao de mioglobina, registando-se tambm outras alteraes enzimticas que beneficiam o metabolismo aerbio.

A nvel sanguneo, observa-se uma reduo temporria do plasma circulante (5 a 10%) e um aumento da produo de glbulos vermelhos, que demora vrias semanas (6 a 8 para uma adaptao de 90%) a concluir (de cerca de 140g/L para 170g/L). A diminuio do plasma muitas vezes agravada pela habitual desidratao, se no se aumentar consideravelmente a ingesto de lquidos.

A permanncia em Altitude (vrios anos) conduz ao aumento do volume pulmunar e da capacidade de difuso do oxignio.AclimataoConsiste na estabilizao das adaptaes fisiolgicas mencionadas, ao longo de um perodo varivel, consoante a altitude e as caractersticas individuais. Este processo consiste em alteraes a vrios nveis: estabilizao da ventilao e Freq. Cardaca (em patamares mais elevados); aumento da produo de glbulos vermelhos; aumento da densidade capilar e da concentrao de mitocondrias; regulao do pH sanguneo e outras alteraes a nvel enzimtico nos processos relacionados com a fonte aerbia (ver: Fisiologia).A durao do processo de aclimatao varia com a altitude em causa, mas pode dizer-se que at cerca dos 3000 metros, no (normalmente) necessrio um perodo de aclimatao, desde que no se realizem esforos violentos. A velocidade com que todo o processo se desenrola depende ainda das caractersticas individuais, como a condio fsica, hereditariedade e experincia. Sabe-se que aqueles que j aclimataram vrias vezes a altitudes elevadas, conseguem adaptar-se mais rapidamente, mas as razes que levam a isto ainda no so consensuais.

Em termos estritamente fisiolgicos, mesmo nas altitudes a partir de 2000 metros, o processo de aclimatao s estabiliza ao fim de pelo menos 2-3 semanas. Em altitudes na ordem dos 4500 metros j se recomenda 3 a 4 semanas e, a partir dos 5500 metros, pensa-se no ser possvel uma aclimatao completa. As alteraes de natureza respiratria e bioqumica costumam estabilizar ao fim de 6 a 8 dias. A nvel sanguneo, o aumento da quantidade de glbulos vermelhos circulantes demora cerca de 6 semanas; ao fim de 10 dias, j se deram 80% das adaptaes necessrias, mas so necessrias cerca de 6 semanas para se atinjir os 95% de adaptao.Recomendaes para o Processo de AclimataoEstas recomendaes so bastante consensuais, embora dependam de um grande nmero de variveis. Vrios factores podem promover uma aclimatao mais rpida ou atrasar o processo, pelo que devemos sempre estar atentos aos sintomas de "Mal-de-montanha".Resta referir que, ao dizermos "...entre 3.000 e 5.000m...", referimo-nos aclimatao desejvel paraactividades mantidas a estas altitudese no a uma ascenso rpida e espordica.

At altitudes de cerca de 3.000 m(a verde na imagem), para esforos de mdia intensidade, pode no ser necessria aclimatao. No entanto, recomenda-se uma estadia de 3 a 4 dias em altitude intermdia (cerca dos 2000m) ou a mesma estadia de 3 a 4 dias a 3000m, em repouso.Entre 3.000 e 5.000 m(a azul), recomenda-se um perodo de uma a trs semanas, com um limite de asceno de 300m/dia e um dia de repouso a cada 1000 m de asceno. A somar ao perodo recomendado anteriormente, a aclimatao devia incluir uma nova estadia de 3 a 4 dias entre os 3700 e os 4000m.A partir dos 5.000 m(a vermelho), no basta progredir lentamente; devem-se realizar ascenes programadas, regressando a altitude inferior para pernoitar, permitindo assim uma recuperao mais rpida (cumprindo a velha mxima: "climb high, sleep low"). Como, medida que a altitude aumenta, tambm aumenta o efeito das variveis individuais, fundamental que cada um acumule a experincia necessria, de forma gradual, melhorando o conhecimento que tem de si prprio e das suas reaces altitude, de forma a aprender a reconhecer todos os sinais e sintomas que o seu organismo lhe possa transmitir, porque essa a nica forma de evitar complicaes...ConclusesUma aclimatao correcta a que permite ascender altitude pretendida, sem a ocorrncia do "Mal de Montanha".Mal-de-Montanha (Acute Mountain Sickness - AMS)A doena de altitude ou "mal-de-montanha" aparece quando a aclimatao inadequada e consiste em problemas como a dor de cabea, nusea, vmitos ou anorexia e, em casos mais graves, edema pulmunar ou edema cerebral. O edema pulmunar pode ser confundido com uma gripe, j que os sintomas podem ser febre e congestionamento das vias areas. Em qualquer caso, desde que os primeiros sintomas no passem por si, recomenda-se o regresso a altitudes inferiores.Sintomas comuns:Dor-de-cabea, nusea, vmito, fadiga geral, anorexia, tonturas e perturbaes do sono;Sintomas extremos:conscincia alterada, cianose, perturbaes respiratrias graves, descoordenao motora (pode ser sinal do aparecimento de edema cerebral);Tratamento:repouso (se necessrio, tratamento sintomtico). Em casos graves: descida e/ou tratamento mdico (cmara hiper-brica e medicao adequada).O AMS pode evoluir para Edema Pulmunar ou Cerebral, casos em que necessria a descida imediata, oxignio e tratamento mdico especializado.Edema CerebralSintomas:descoordenao, confuso, perda de memria e alucinao, bem como dor de cabea persistente. Normalmente tambm existe cianose e edema pulmunar; Os sintomas so habitualmente mais notrios ao amanhecer e entardecer; Sempre que se detectem os sintomas, o indivduo deve ser forado a descer, uma vez que a ataxia (descoordenao e desequilbrio) evolui rapidamente; As vtimas devem ser impedidas de voltar a subir, mesmo depois de desaparecerem todos os sintomas; No caso de perda de conscincia, a vtima deve ser hospitalizada rapidamente.Edema PulmonarConsiste no preenchimento dos alvolos pulmunares com lquido intersticial, proveniente dos capilares (devido hipertenso pulmunar); Tem maior incidncia (>10X) em jovens (10 aos 18 anos).Sintomas:dificuldade respiratria e fadiga anormais; fraqueza; sensao de aperto no peito; tosse persistente, que comea por ser seca, mas evolui para espectorao esbranquiada e (mais tarde) ensanguentada; cianose (tom azulado nas extremidades, lbio, etc, consequncia da falta de oxigenao); perturbaes da conscincia, delrio, comportamento irracional.Tratamento:descida imediata, oxignio e/ou cmara hiperbrica; tratamento mdico especializado.