ACOLHIMENTO NA WEB AULA ATENÇÃO BÁSICA

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ACOLHIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA Eliana Maria Siqueira Carvalho Médica de Família e Comunidade Pediatra WEB AULA 21 de dezembro de 2016

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WEB AULA 21 de dezembro de 2016
Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS
ATENÇÃO BÁSICA
Conjunto de intervenções de saúde no âmbito individual e coletivo que
envolve: PROMOÇÃO, PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E
REABILITAÇÃO.
É desenvolvida ... sob forma de trabalho em equipe, dirigidas às
populações de territórios (território-processo) bem delimitados, das quais
equipes assumem responsabilidade.
Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que
devem resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância
das populações. (BRASIL, 2012).
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Primeiro contato Acesso
Coordenação do Cuidado
Integralidade da Atenção
DA ATENÇÃO BÁSICA
Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS
Portaria GM/MS n.º 2048, de 5 de novembro de 2002.
CAPÍTULO III
num primeiro nível de atenção, aos pacientes portadores de quadros
agudos, de natureza clínica, traumática ou ainda psiquiátrica, que possa
levar a sofrimento, seqüelas ou mesmo à morte, provendo um
atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde
hierarquizado, regulado e integrante do Sistema Estadual de Urgência e
Emergência.
Este atendimento é prestado por um conjunto de unidades básicas
de saúde, unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), Programa
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), ambulatórios especializados,
serviços de diagnóstico e terapia, unidades não hospitalares de
atendimento às urgências e emergências e pelos serviços de atendimento
pré-hospitalar móvel.
Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS
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Perguntas Freqüentes
acolher?
Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS
O que entendemos por Acolhimento ?
Ato ou efeito de acolher, uma ação de aproximação, um “estar com” e “perto de”, uma atitude de inclusão, que envolve diálogo
TÉCNICA DE CONVERSA
serem satisfeitas.
Acolhimento NÃO É ...
Uma sala em que um profissional atende a demanda espontânea e encaminha para o médico;
Restrita a um profissional de saúde ou horário
Igual a atendimento clínico centrado na doença.
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Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS
O que entendemos por Acolhimento?
“O acolhimento é uma ação tecnoassistencial que pressupõe a mudança da relação profissional/usuário e sua rede social através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, reconhecendo o usuário como sujeito e participante ativo no processo de produção da saúde” (HumanizaSUS, 2004).
É exatamente neste sentido, de ação de “estar com” ou “próximo de”, que queremos afirmar o Acolhimento como diretriz ética/estética/política da Política Nacional de Humanização do SUS.
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DIRETRIZ
Ética – se refere ao compromisso com o reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, modos de viver, sentir e estar na vida.
Estética - traz para as relações e encontros do dia a dia a invenção de estratégias que contribuem para a dignificação da vida e do viver e, assim, com a construção de nossa própria humanidade.
Política - implica o compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”, potencializando protagonismos e redes de inclusão nos diferentes encontros.
Na Atenção Primária à Saúde (APS), os parâmetros para acompanhamento da implantação da PNH incluem “[...] formas de acolhimento e inclusão do usuário que promovam a otimização dos serviços, o fim das filas, a hierarquização de riscos e o acesso aos demais níveis do sistema.
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A vida não é o que se passa apenas em cada um
dos sujeitos, mas principalmente o que se passa
entre os sujeitos, (família, comunidade, sempre
coletivamente), nas redes que os constroem como
potência de afetar e ser afetado.
ACOLHIMENTO E PRODUÇÃO DE
SUBJETIVIDADE
Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS
1.Tecnologia do ENCONTRO implica
Um processo de “afectabilidade” construído a cada encontro
e através dos encontros nos processos de produção de saúde
Construção de redes de conversações (autonomia e
compartilhamento) onde a experimentação advinda da
complexidade dos encontros possibilita que
“eu me re-invente inventando-me com o outro”.
(Regina Benevides)
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2. Ferramenta tecnológica
Modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender a
todos que procuram os serviços.
Acolher
aos usuários e
sua rede social
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Uma Postura Acolhedora
Identificação de riscos e vulnerabilidades conjugando necessidades dos
usuários;
encaminhamento responsável e resolutivo
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Por que acolher a demanda espontânea na atenção
básica?
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Avaliação de Risco e Vulnerabilidade
A fila e a cota de “consultas do dia” (senhas limitadas),
além de submeterem as pessoas à espera em situação
desconfortável e sem garantia de acesso, são muitas vezes
o contrário do princípio da equidade, na medida em que o
critério mais comum de acesso, nesses casos, é a ordem de
chegada.
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Situações não programadas que podem ser acolhidas: usuário com
cefaléia ou tontura; ardência ou dor ao urinar; criança com febre;
mulher com sangramento genital, entre outros.
Essas situações revelam que, apesar de ser necessário programar o
acompanhamento das pessoas também é fundamental que as UBS
estejam abertas e preparadas para acolher o que não pode ser
programado, as eventualidades, os imprevistos.
Esses momentos de sofrimento dos usuários são fundamentais para
a criação e fortalecimento de vínculos.
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Acolhimento como mecanismo de ampliação/facilitação do
acesso e dispositivo de (re)organização do processo de
trabalho em equipe.
Organizar-se a partir do acolhimento dos usuários exige que a
equipe reflita sobre o conjunto de ofertas para lidar com as
necessidades de saúde da população.
É importante que as equipes discutam e definam o modo como os
diferentes profissionais participarão: Quem vai receber o usuário; como
avaliar o risco e a vulnerabilidade; o que fazer de imediato; quando
encaminhar/agendar uma consulta médica; como organizar a agenda
dos profissionais; que outras ofertas de cuidado (além da consulta)
podem ser necessárias etc.
É fundamental ampliar a capacidade clínica da equipe de saúde, para
escutar de forma ampliada, reconhecer riscos e vulnerabilidades e
realizar/acionar intervenções.
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O que se pretende é que a necessidade do usuário seja estruturante
do tipo e do tempo das intervenções, materializando o princípio da
equidade.
Fica evidente a preocupação de não burocratizar o acolhimento e o
fluxo do usuário na unidade, bem como de ampliar a resolutividade e a
capacidade de cuidado da equipe.
Lembrando que, na atenção básica, os usuários geralmente são
conhecidos e que o efetivo trabalho em equipe produz relações
solidárias e complementares entre os profissionais (enriquecendo-os
individualmente e ao conjunto da equipe), gerando, assim, mais
segurança e proteção para os usuários.
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Modos de Acolhimento
1. O enfermeiro da equipe realiza a primeira escuta, atendendo à
demanda espontânea da população e os seus usuários agendados; o
médico faz a retaguarda.
2. O técnico de enfermagem faz a primeira escuta, estando o enfermeiro
e o médico na retaguarda.
3. Equipe de acolhimento do dia: em unidades com mais de uma equipe,
o enfermeiro e/ou técnico de determinada equipe ficam na linha de
frente do acolhimento, atendendo os usuários que chegam por
demanda espontânea de todas as áreas/equipes da unidade
4. Acolhimento Coletivo: toda equipe se reúne com os usuários que
procuraram a unidade para conversa e escutas.
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Modos de operar os processos de
acolhimento no cotidiano dos serviços
de saúde, objetivando:
A melhoria do acesso dos usuários aos serviços de saúde, mudando a
forma burocrática de entrada por filas e ordem de chegada;
A humanização das relações entre profissionais de saúde e usuários
no que se refere à forma de escutar este usuário em seus problemas e
demandas;
solidariedade e cidadania;
Aumento da responsabilização dos profissionais de saúde em relação
aos usuários e elevação dos graus de vínculo e confiança entre eles;
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O aperfeiçoamento do trabalho em equipe com a integração e
complementaridade das atividades exercidas pelas diferentes
categorias profissionais, buscando orientar o atendimento dos
usuários aos serviços de saúde por riscos apresentados,
complexidade do problema, grau de saber e tecnologias exigidas,
para a solução;
abordagem do usuário para além da doença e suas queixas;
Construção de vínculo terapêutico visando a aumentar o grau de
autonomia e de protagonismo dos sujeitos no processo de produção
de saúde, e a elaboração de projeto terapêutico individual e
coletivo.
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Acolhimento com Classificação de Risco
na ESF
necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de
risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento.
Uma alternativa possível é a construção coletiva de um processo
de trabalho em que as funções de cada membro de equipe estejam
claramente definidas, tanto nas situações de demanda espontânea
como programada, de modo a valorizar as competências clínicas de
todos.
Neste processo, as redes de conversações devem ser de
conhecimento comum, fluindo a um só tempo de forma flexível para
permitir uma aproximação com situações inesperadas, e de modo
recorrente, para evitar o esforço repetitivo de gerar canais de
comunicação a cada demanda que chega à Unidade de Saúde
(US).
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Pressupostos para utilização da
Avaliação/ Classificação de Risco
Avaliação/Classificação de Risco aproveitando os espaços de
encontros e rodas de conversa para sensibilizar o usuário sobre a
importância desse método na ESF. Enquanto tecnologia do
encontro, criando redes de conversações para resgatar um enfoque
centrado no usuário, e como ação técnico-assistencial para
reorganizar os processos de trabalho.
Deve ser feita por:
do usuário, sendo aqui necessário capacitação mínima para tanto;
explicitação - o usuário aponta o agravo.
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Pré-requisitos necessários à implantação do
Acolhimento e Classificação de Risco na ESF:
Qualificação de toda equipe da ESF sobre Acolhimento e
Classificação de Risco;
de risco;
ambulatoriais e encaminhamentos específicos;
Quantificação dos atendimentos diários e perfil da clientela e horários
de pico.
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“Vale a pena sair dos lugares já destinados para construir outros mundos... podemos nos fortalecer nos bons encontros que fazemos... Para compartilhar os sonhos e utopias e para lhes dizer que vale a pena insistir na vida.”
Regina Benevides
Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS
Fontes
CAMPOS, CR.; MALTA. D. REIS. A. Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte: reescrevendo o público. SP: Ed Xamã, 1998;
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FRANCO, T.; PANIZZI. M.; FOSCHIREA. M. O Acolher Chapecó e a mudança do processo de trabalho na rede básica de saúde. In: Revista Saúde em Debate. Rio de Janeiro, nº 30;
MERHY,E.E.&ONOCHO,R (Orgs). Agir em saúde: um desafio para o público. SP: HUCITEC, 1997;
MERHY,E.E. Saúde: A cartografia do trabalho vivo. SP: HUCITEC, 2002;
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Humanização (PNH). Cartilha da PNH: Acolhimento com classificação de risco, 2004.
TEIXEIRA. R.R. O acolhimento num serviço de saúde entendido como uma rede de conversações. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R.A. (org). Construção da Integralidade: Cotidiano, Saberes e Práticas de Saúde. RJ: UERJ/MS/ABRASCO, 2003.
Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS
Fontes:
FRANCO, T. B.; BUENO,W.S.; MERHY, E.E. O acolhimento e os processo de trabalho
em saúde: o caso Betim- MG. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, vol. 15, nº 2,
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Humanização (PNH). Cartilha da PNH:
Acolhimento com classificação de risco, 2004.
TEIXEIRA. R.R. O acolhimento num serviço de saúde entendido como uma rede de
conversações. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R.A. (org). Construção da Integralidade:
Cotidiano, Saberes e Práticas de Saúde. RJ: UERJ/MS/ABRASCO, 2003.
Scholze AS. Acolhimento com classificação de risco para a Estratégia Saúde da
Família: a prática em uma unidade docente-assistencial. Rev Bras Med Fam
Comunidade.
Cadernos de Atenção Básica
www.redehumanizasus.net
www.telessaude.mt.gov.br
www.youtube.com/teleeducamatogrosso
[email protected]