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    ACONSELHAMENTO PSICOLGICO E PSICOTERA

    Auto Afirmao como determinante bsico docomportamento humano

    OSW LDO DE B RROS S NTOS

    O autor relata suas experincias como Psiclogo Clnico, aptrabalhado muitos anos no campo da Psicologia Industrial e na Otao Vocacional. O livro ora publicado e esta comunicao refea seu trabalho na Psicologia Clnica iniciado nos anos 60, depoconcludo seu curso de ps-graduao na Universidade de Colunos Estados Unidos e aps sua tese de doutoramento na Universide So Paulo.

    Primeiramente, o autor comenta o longo caminho do diagnpara a ajuda psicolgica e prope a classificao dos mtodos de selhamento e de psicoterapia em trs categorias principais: 1) Mcentrados no contexto scio-cultural; 2) Mtodos centrados no contexto pessoal; 3) Mtodos mixtos e centrados no problema. Um tulo especial dedicado s idias e tcnicas rogerianas e um rogerianismo sugerido.

    Partindo inicialmente da terapia centrada na pessoa, de acocom as proposies de Rogers, o autor relata suas observaes rante cerca de 20 anos. Tais observaes o levaram a explorar importante fato que ocorria durante a terapia: a maioria dos cli

    atendidos para aconselhamento psicolgico ou terapia, caminhavsentido de um melhor bem-estar produtividade na medida em queatribuam a si mesmos e no a fontes externas s causas de seus pblemas e dificuldades. Nesse momento, uma questo importantlevantada pelo autor: haveria algum fenmeno psicolgico relacicom o auto-conceito que poderia ser responsvel pela reduo de tenses e melhor ajustamento s condies de vida? Nesta faixa rencial foi observado, atravs dos anos, com todos os tipos de clieindependentemente de seu status social ou econmico, que a melhavida estava fortemente associada a alteraes na sua auto-imaauto-estima, auto-conceito e auto-afirmao.

    bvio que a concluso no nova. Todos os sistemas e teopsicolgicas a tm mostrado, inclusive Freud, Adler, Yung, SartreRogers e muitos outros. Contudo, o ponto importante que podconsiderado como uma nova contribuio o papel da auto-ao no comportamento humano.

    Para esclarecer essas idias foi necessrio rever alguns concebsicos sobre motivao. Seguindo essa linha, o autor chega a

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    hiptese de que a auto afirmao um dos mais significantes deter-minantes do comportamento humano; talvez o fator preponderante, noconsiderado o campo biolgico (necessidades naturais para sobvncia).

    A auto-afirmao um fenmeno complexo; pode ser entencomo uma grande e variada reviso do Ego, tanto cognitiva comocional, seguida pelo julgamento feito pela pessoa sobre si mesma Pessoal) e sobre sua adaptabilidade s expectativas externas (Eu cial). As bases do comportamento humano, isto , as necessidadeos motivos que conscientemente ou inconscientemente estabeleos alvos da atividade, excludos os fatores puramente orgnicos, riam concentradas nos conceitos sobre si mesmo e sobre seu pna vida. Ser algum reconhecido como pessoa seria um importalvo, mesmo com limitaes e falhas. Os exemplos podem ser entrados diariamente em todas as formas do comportamento humcrianas que desejam fazer coisas por elas prprias; adolescentes tentam mostrar que j so crescidos; adultos que lutam pelo statpelo poder. De outro lado, a experincia mais traumtica parece ssentimento de ser ignorado, de no ter valor, esquecido ou coloem lugar inferior em qualquer aspecto da vida; significa, tambsentimento de ser incapaz diante dos valores e das expectatisociais.

    As conseqncias de tais observaes durante anos podem pcer triviais: uma espcie de concluso j conhecida e sem impocia No obstante, o sucesso da terapia foi sempre associado revido Eu (self) e obteno de um sentimento mais forte de auto-afo. O livro sobre o assunto e esta comunicao visa chamar a atenpara esse foco da vida emocional e indicar a possibilidade de seessa direo para uma nova compreenso do comportamento humEssa direo significaria, tambm, novos caminhos no processo putico, tanto quanto em atitudes profilticas em outros campos

    Muitas escolas filosficas, especialmente os chamados movitos humansticos, o existencialismo e a anti-psiquiatria tem chepor diferentes caminhos a concluses similares. Muitas outras tee tcnicas teraputicas tm sugerido que o sentimento de valor soal, a auto-imagem e o auto-conceito tem significativa influncterapia. Essa posio mais sensvel em Adler e Rogers. Mesmreforo, na teoria de Skinner, de alguma forma ligado idia: o de se ter completado uma tarefa pode ser em si mesmo uma fode auto-afirmao. Embora muitas teorias tenham postulado aefeito derivado do sentimento de auto-estima e auto-valor, no hria ou tcnica que enfatize a auto-afirmao como o mais signififator na existncia humana e, como conseqncia, na terapia plgica.

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    A principal contribuio do livro e desta comunicao a um congresso cientfico esquematizada no seguinte: 1) A motivao hu altamente influenciada pela auto-afirmao; esta concepo leva hiptese de ser a auto-afirmao o mais significativo determido comportamento; 2) Os melhores resultados com teorias e tcnrogerianas e similares, tm sido encontrados, na experincia do aquando h nfase na auto-afirmao, isto , quando o Terapeuta

    cliente atuam na rea cognitiva e emocional examinando, em conos sucessos e os fracassos atravs da vida, sem medos e ansiedadquando ambos so capazes de conciliar o Eu pessoal (caractersticnecessidades pessoais) com o Eu Social (caractersticas e necessdes grupais e sociais). 3) A estrutura psicolgica torna-se mais na medida em que a pessoa se reconhece como um ser vivo bastreal, com caractersticas que lhe so prprias; quando capaz de aciar seu prprio territrio; quando se sente como algum com prprias idias e maneira de ser, aberta ao mundo, capaz db sepensar, e agir em funo de suas capacidades e limitaes, sem sen

    timentos permanentes de perda ou de inferioridade.Por enquanto somente h dados clnicos que suportam a hipt

    A contribuio agora apresentada provem da observao de centde casos atendidos durante cerca de 20 anos. H grande necessidde pesquisas nesse campo; tenta o autor, apenas, abrir um novo minho, com uma fundamentao emprica, para expandir nossa preenso da motivao humana. As conseqncias podero sergrande valor para o aperfeioamento dos processos teraputicos quanto para outros aspectos da vida. O autor d vrios exemplos cionados com a famlia, a vida escolar, o trabalho e pessoas ido

    O trabalho acima, apresentado ao XX Congresso InternacionalPsicologia Aplicada, realizado em Edimburgo, Esccia, de 231 de julho de 1982, representa, tambm, um resumo do lirecentemente publicado pelo autor e intitulado "AconselhamPsicolgico & Psicoterapia Auto-afirmao um determinbsico do comportamento humano" (So Paulo, Livraria neira, Editora, 1982).