Acre Cooperativo

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Rio Branco - Acre, domingo, 7 , e segunda-feira, 8 de dezembro de 2008 Jornal Página 20 - ENCARTE ESPECIAL Coopervans quer ajudar a resolver o cáos no trânsito da Capital PAG 03 Sibá Machado é o Acre no Conselho Nac do Sescoop PAG 02 I Encontro de Jovens do cooperativismo é sucesso PAG 06 Aruakretur: Cooperativa do turismo acreano PAG 02 Esporte e lazer ajudam a construir espírito de equipe para vencer Mulheres são estimuladas ocupar mais espaços nas cooperativas Transcoop: A credibilidade reconquistada com suor e obras de qualidade Movelarias ameaçadas de extinção A realização do IEncontro ePrimeiro Forum de Gênero e Coo- perativismo no Estado do Acre valoriza conquistas. PAG 07 A I fase dos jogos cooperativos foi marcado pela competição e confraternização que continuam dia 14/12 no Juventus PAG 06 Enquanto as grandes ma- deireiras mandam a madeira do Acre para o Brasil e o mun- do, metade das marcenarias da Capital jé fecharam e outras estão fechando por falta de madeira legalizada. PÁGINA 08 JURACY XANGAI A capacidade de organização para o trabalho, especialmente nas áreas financeira, serviço e produção estão fazendo das cooperativas parceiras de desta- que nas ações de inclusão social promovidas pelo governador Binho Marques para gerar opor- tunidade aos pequenos produ- tores rurais e micro ]empresas urbanas. Um desses casos especiais é a Cooperativa dos Proprietários de Caminhões e Maquinas Pe- sadas de Rio Branmco (Trans- coop) iniciada por caçambeiros que tinham dificuldade para conseguir trabalho e receber por ele. Unidos se qualifica- ram e sob a liderança de seu presidente Romeu Paiva de Oliveira construíram um bom relacionamento com o governo do Estado e prefeituras, além de formar parcerias com empresas privadas. Organizados vencem con- corrências públçicas e se unem para realizar obras de qualidade que além de bons lucros geram credibilidade para novos ser- viços. Seus 80 associados vem ganhando dinheiro e investindo na ampliação de seu parque que hoje é composto por mais de 200 caminhões e máquinas pesadas. Mais de 4.600 quilômetros de estradas e ramais que aten- dem aos produtores rurais em 18 municípios acreanos foram beneficiados neste ano pelo governo do Estado que teve a Transcoop como principal par- ceira na realização dessas obras de recuperação, piçarramento e mais de 60 quilômetros de asfalto. Mais de dois anos de reuni- ões, conversas e muito trrabalho foram necessários para cons- truir esse relacionamento que começa a dar frutos. Colheita esta que permitiu à cooperativa movimentar R$ 8 milhões em 2007 e 2009 promete ser ainda melhor. PAGS. 4 E 5

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Caderno Especial do jornal Página 20

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Rio Branco - Acre, domingo, 7 , e segunda-feira, 8 de dezembro de 2008 Jornal Página 20 - ENCARTE ESPECIAL

Coopervans quer ajudar a resolver o cáos no trânsito da Capital

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Sibá Machado é o Acre no Conselho Nac do Sescoop

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I Encontro de Jovens do cooperativismo é sucesso

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Aruakretur: Cooperativa do turismo acreano

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Esporte e lazer ajudam a construir espírito de equipe para vencer

Mulheres são estimuladas ocupar mais espaços nas cooperativas

Transcoop: A credibilidade reconquistada com suor e obras de qualidade

Movelarias ameaçadas de extinção

A realização do IEncontro ePrimeiro Forum de Gênero e Coo-perativismo no Estado do Acre valoriza conquistas.

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A I fase dos jogos cooperativos foi marcado pela competição e confraternização que continuam dia 14/12 no Juventus

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Enquanto as grandes ma-deireiras mandam a madeira do Acre para o Brasil e o mun-do, metade das marcenarias da Capital jé fecharam e outras estão fechando por falta de madeira legalizada.

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JuRAcy XAngAi

A capacidade de organização para o trabalho, especialmente nas áreas financeira, serviço e produção estão fazendo das cooperativas parceiras de desta-que nas ações de inclusão social promovidas pelo governador Binho Marques para gerar opor-tunidade aos pequenos produ-tores rurais e micro ]empresas urbanas.

Um desses casos especiais é a Cooperativa dos Proprietários de Caminhões e Maquinas Pe-sadas de Rio Branmco (Trans-coop) iniciada por caçambeiros que tinham dificuldade para conseguir trabalho e receber por ele. Unidos se qualifica-ram e sob a liderança de seu presidente Romeu Paiva de Oliveira construíram um bom relacionamento com o governo do Estado e prefeituras, além de formar parcerias com empresas privadas.

Organizados vencem con-corrências públçicas e se unem

para realizar obras de qualidade que além de bons lucros geram credibilidade para novos ser-viços. Seus 80 associados vem ganhando dinheiro e investindo na ampliação de seu parque que hoje é composto por mais de 200 caminhões e máquinas pesadas.

Mais de 4.600 quilômetros de estradas e ramais que aten-dem aos produtores rurais em 18 municípios acreanos foram beneficiados neste ano pelo governo do Estado que teve a Transcoop como principal par-ceira na realização dessas obras de recuperação, piçarramento e mais de 60 quilômetros de asfalto.

Mais de dois anos de reuni-ões, conversas e muito trrabalho foram necessários para cons-truir esse relacionamento que começa a dar frutos. Colheita esta que permitiu à cooperativa movimentar R$ 8 milhões em 2007 e 2009 promete ser ainda melhor.

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ACRE COOPERATIVO

Jornal informativo do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop-Ac)

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Encarte Especial

Boa$ nova$Reunião realizada no início de novembro na sede da Unicred com

várias outras cooperativas de crédito e de produção deu início a um processo de discussão inovador que colocará o cooperativismo num novo patamar onde estaremos contribuindo ainda mais decisivamente para o desenvolvimento do Acre.

A idéia agora é de as cooperativas de crédito passarem a financiar o setor produtivo utilizando seu capital e recursos captados através de seus associados, os quais, ao invés de investirem seu dinheiro no mer-cado financeiro cada vez mais “evaporoso”, façam isso com objetivos mais concretos e vantajosos para toda a comunidade acreana.

Capacitar é precisoA profissionalização das lideranças e gestores cooperativos é uma

exigência natural dos novos tempos para que as empresas alcancem o sucesso desejado em seus projetos de benefício coletivo.

Para isso, o Sescoop/OCB ofereceram a 20 conselheiros de ad-ministração de cooperativas de Rio Branco, Porto Acre e Capixaba, no período de 20 a 22 de outubro um curso de capacitação para que conheçam qual seu verdadeiro papel e função dentro das empresas cooperativas.

Mais que analisar, aprovar ou reprovar contas, eles devem as-sessorar a diretoria das entidades para que as coisas andem bem. A segunda fase do treinamento acontece em dezembro.

Planejamento tributárioUm grupo de 31 contado-

res e gestores que atuam no ramo cooperativo participaram da primeira fase do curso de Planejamento Tributário para Cooperativas como Facilita-dor do Empreendimento que foi ministrado pela Trainee Assessoria representada pelo consultor de empresas, Evarlei dos Santos Pereira que atuou focado na questão tributária do cooperativismo.

No primeiro módulo estu-daram os aspectos contábeis e tributários relativos ao setor; a gestão contábil e administrati-va da cooperativa; as alterna-tivas contábeis facilitadas pela lei 11.638/2007; a apuração do lucro real; ajustes do lucro líquido na apuração do IRPJ e CSLLO; contribuição do PIS, COFINS e na folha de paga-mento.

A primeira fase aconteceu nos dias 23 e 24 de outubro, com 16 horas. A segunda acontecerá neste dezembro com igual carga horária.

Táxis e relacionamentosA pedido da Cooperatex,

mais conhecida como Rádio Táxi Executiva o Sescoop-Ac preparou e ministrou um curso de relações interpes-soais do qual participaram 29 taxistas e operadores de rádio para melhorar seu relacionamento com os clientes.

O treinamento que teve carga horária de 16 horas ministradas sempre à noi-te, será repetido em mais duas edições para atendes todos os 85 sócios e seis funcionários da Rádio Táxi.

“Aprendi muito com este curso porque nós so-mos pessoas simples e precisamos aprender a nos relacionar com clientes de todos os níveis. A maior di-ficuldade está em encontrar assuntos de interesse do passageiro, além de saber indicar pontos turísticos e falar sobre a história do Estado e do município”, explica José Aldeci Bran-co que está na praça há 10 anos.

Prestando contasLembrando a peculiaridade

do Sescoop que por ser uma entidade de caráter privado que utiliza recursos de origem para-fiscal em suas ações, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), André Luiz de Carvalho destacou as responsabilidades, direitos e de veres dos conse-lheiros nacionais e estaduais do sistema.

Carvalho foi o palestrante convidado para o II Encontro Nacional de Conselheiros do Sescoop.

Sibá o conselheiroA experiência e o bom relacionamento contruído pelo geógrafo

Sibá Machado durante o tempo que esteve no senado dedicando a maior parte de seu tempo a projetos que hoje beneficiam os pequenos produtores acreanos. Que o digam aqueles que hoje vivem melhor da bacia leiteira, além de ter conseguido recursos para a criação de centros de difusão tecnológica que orientam produtores e seus filhos para a melhoria da produtividade no cam-po, o fez digno de ser indicado conselheiro nacional do Sescoop representando o Acre.

Ele participou da II Encontro de Representantes do Conse-lho Nacional nos Conselhos Estaduais realizado no dia 25 de novembro, em Brasília, onde o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes Freitas destacou a importância do Sescoop com sua missão de educar e qualificar tanto jovens quanto lideranças, já que estar bem preparado é ponto fundamental para enfrentar e vencer a crise econômica que atinge o mundo.

Destacou a parceria proposta ao sistema Sescoop/OCB pelo próprio presidente Lula durante a 1ª Conferência Nacional de Aprendizagem Profissional, quando garantiu que o governo federal vai investir na capacitação de jovens e o sistema cooperativo é par-ceiro da lei que privilegia a inserção deles no mercado de trabalho. A meta é inserir 800 mil aprendizes no mercado até 2010.

Apanhando e aprendendoDurante a inauguração da indústria madeireira da Cooperfloresta

a coordenadora geral do Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA) Nívia Marcondes destacou que: “Nossos manejadores apa-nharam muito nestes últimos 12 anos, mas aprenderam que é neces-sário se unir, se organizar e qualificar-se para administrar a floresta e seus produtos que garantirão lucros e com ele a conservação de seu modo de vida com dignidade!”

Turismo cooperativoOutra cooperativa acreana que esteve presente durante a Feira

das Américas, maior evento da área dos negócios do turismo na América Latina foi a Aruakretur representada pela líder dos guias turísiticos do Acre, Ana Maria Cunha.

Ana lembra que: “Ali tivemos a oportunidade para divulgar o Acre e conhecer as experiências de sucesso em outros estados e países que investem no ecoturismo. Constatei que ainda teremos muito trabalho para consolidar nosso produto turístico, mas temos o que os visitantes mais querem, ou seja, o mistério e a fascinação pelos destinos inexplorados onde tudo é novidade!”

Alugue BrasilEmpresário Elvandro Ramalho, o “Noel”, proprietário da Noel

Veículo associou sua locadora à cooperativa nacional Alugue Brasil que pela primeira vez esteve oferecendo seus serviços durante a Feira das Américas realizada no mês de outubro no Rio de Janeiro.

Ele é mais um que adere à nova tendência mundial de negócios se unindo em cooperativas empresariais, o que comprova que a união faz a força. Um exemplo a ser seguido também pelas nossas cooperativas unindo-se a outras do mesmo ramo para reforçar o setor como tem feito as 22 associações e cooperativas que industrializam e vendem sua produção de castanha, borracha e outros produtos da floresta através da Cooperacre.

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Encarte Especial

Os transportes públicos tornaram-se um dos maiores problemas das cidades em todo

o Brasil e porque não dizer no mundo, mas no Acre isso começa a ser resolvido de maneira utili-zando o serviço alternativo de cooperativas que com seus micro-ônibus levam um atendimento mais eficiente e personalizado à população.

Os 15 micro-ônibus da Coo-perativa so Transporte Comple-mentar de Passageiros do Estado do Acre e Sindvans, o Cooper-vans, vão e vem nas duas linhas de Rio Branco para as vilas do “V” e do Incra transportam uma média de dois mil passageiros por dia. Nesse trabalho eles garantem a gratuidade para idosos e defi-cientes, além da meia passagem para estudantes e policiais.

Animados com os resultados positivos do ponto financeiro e da satisfação causada a seus usuários, a Coopervan sente-se preparada para propor à prefeitu-ra de Rio Branco a concessão de novos serviços complementares de transporte público, como por exemplo, a criação de linhas alter-nativas para atender a população de bairros que as grandes empre-sas não conseguem atender.

Outra reivindicação é pela autorização para que realizem o atendimento a setores específicos como estudantes, pacientes de hospitais, empresas e universi-tários.

“Queremos ajudar a desafogar o trânsito da capital que anda pra lá de conturbado por causa do excesso de carros que as pessoas usam para ir ao trabalho, deixar crianças na escola ou dirigir-se às universidades. Nós trabalha-ríamos criando linhas fixas com horário para recolher as crianças e deixá-las nas escolas, alunos que vão à universidade e pacientes que tem atendimento marcado na Fundhacre, por exemplo”, escla-rece o presidente da Coopervan, Edmar Araújo de Queiroz.

História de vencedores - Tudo começou há pouco mais de cinco anos quando algumas pessoas perderam o emprego e resolveram juntar suas economias para investir em vans para atuar no sistema complementar de transporte. Como eles não tinham concessão de linhas, as grandes empresas reclamaram e apesar de pressionados pela fiscalização da prefeitura, eles protestaram e unindo suas forçar para sobre-viver fundaram o Sindicato das Vans (Sindvans) que deu origem à Coopervan.

Na Coopervan a regra é que todos os micro-ônibus tenham ar condicionado e os passageiros viagem sentados. Cada veículo tem um proprietário, mas os lucros e despesas são divididos entre todos e o resultado vem sen-

do muito positivo, pois mesmo aquele que circule num horário de menos movimento, sabe que não está tendo prejuízo e presta seus serviços com satisfação ainda que leve poucos passageiros.

“No começo éramos apenas 15 veículos, hoje temos 15 carros associados gerando uma média de 400 empregos diretos. Consi-derando os problemas de trans-porte que afetam a população de Rio Branco e de municípios próximos, se a gente obtivesse as concessões que desejamos em pouco tempo estaríamos com cem associados e geraríamos mais de 400 empregos diretos”. Garante Edmar que acumulou experiên-cia suficiente sobre o setor ao atuar por mais de dez anos junto à administração das empresas de transporte Acreana, Aquiry e Eucatur, antes de tornar-se um cooperado.

Cliente é o patrão - Edmar lembra que ao serem atendidos pelas grandes empresas os pas-sageiros nunca tem a chance de conversar e reclamar diretamente ao dono dos carros, já quando usa um micro-ônibus da cooperativa quem está dirigindo o veículo é o proprietário é que precisa jus-tificar e corrigir as falhas que por acaso aconteçam.

Esse contato direto com o passageiro gera mais sensi-bilidade para solucionar seus problemas, tanto é assim que o número de veículos é aumentado no período do dia 20 a 10 do mês seguinte quando acontece o pagamento dos aposentados, os quais sempre voltam da cidade carregados de sacolas com o rancho do mês.

“Nossa prestação de serviços é um negócio que tem de gerar lu-cro senão a gente não sobrevive, mas o contato direto com a po-pulação nos faz parceiros porque nos solidarizamos buscando aju-dar a solucionar seus problemas. Muitos precisam chegar mais cedo para trabalhar na cidade ou trazendo frutos e verduras para a feira, outros têm de conseguir uma ficha de atendimento nos postos de saúde e na Fundhacre, assim realizamos um trabalho de utilidade pública”. Afirma.

Transporte seguro - Sem querer ofender, Edmar apela para os fatos e lembra que não são raros os acidentes com ve-ículos das grandes empresas, geralmente causados por falta de freios e manutenção de outros equipamentos que deveriam garantir a segurança e a vida dos passageiros. “Nós trabalhamos com 15 veículos há mais de cinco anos, com partidas de meia em meia hora de Rio Branco para o Humaitá desde às cinco e meia da manhã até às sete da noite, e , de lá para cá das cinco da manhã às seis da noite e nunca tivemos

TRANSPORTE DE QUALIDADECooperativa de micro-ônibus propõem soluções alternativas ao caos no transito da Capital e para atender zona rural

qualquer acidente dessa natureza porque quem está ao volante é o dono e cuida bem do carro que é seu ganha pão”.

Aos municípios - A Coopervan quer obter do governo do Estado a permissão para criar linhas de atendimento em horários alterna-tivos para municípios como Porto Acre, Plácido de Castro e projetos de colonização. “Quem não pegar o ônibus ao meio dia para Porto Acre, só vai poder fazer isso no fim da tarde, por isso os moradores

já nos procuraram pedindo que criasse uma linha alternativa que funcionasse às duas horas da tarde, mas não podemos fazer isso sem concessão do Estado”.

Essas dificuldades para am-pliar seus serviços que ajudariam a desafogar o trânsito da Capital além de melhorar as condições de vida da população urbana e rural, segundo Edmar, são causados pela falta de um marco legal que estimule os vários ramos de atua-ção do cooperativismo no Acre.

“Já está provado que o sistema

cooperativo é a forma mais barata e rápida de acelerar o crescimento econômico através da produção que vai gerar emprego e renda melhorando a vida da população, mas ainda há muita resistência a isso porque as empresas tem suas organizações com muita influên-cia nas esferas do poder. Pessoas como o deputado federal Fernando Melo e o senador Siba Machado sempre nos apoiaram e tem dado solução a vários problemas, por isso tenho fé de que ainda vamos chegar lá!” Promete.

Micros da Coopervans garante atendimento personalizado no campo e na cidade

Salvação da lavoura Dona Gencínia de Paulo mo-

radora da vila do V no Projeto Humaitá usou o ônibus para vir à Capital nesta semana para receber sua aposentadoria. Ela esclareceu que: “Antigamente era só os ônibus grandes que nos atendiam, mas eram poucos por dia, hoje são os micro-ônibus com ar condicionado saindo de meia em meia hora e isso facilita muita a vida da gente que precisa vir para a cidade e voltar logo pra casa”.

Já o ex-seringueiro Francisco Sales de Souza que há mais de 30 anos vive na colônia Pique do Meio, antiga colocação do atual projeto de assentamento Tocantins esclareceu que: “Antigamente a gente se obrigava a andar 45 quilômetros a pé ou em lombo de animal para conseguir chegar à beira da estrada de Porto Acre. Hoje a gente vai de Toyota até a vila do V e de lá vem de micro-ônibus até Rio Branco. Assim a viagem que antes demorava até quatro dias, agora a gente faz num dia só. Melhorou muito mesmo!”

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Melhorando o ramal da Conquista

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Encarte Especial

Credibilidade reconquistadaUnião da categoria, bom relacionamento com governo e prefeitura sustentam ação da Transcoop e lucros aos sócios

Carreatas e protestos contra o atraso no paga-mento de serviços pres-tados pelos operadores

de caminhões e máquinas pesadas ao governo do Estado e prefeitura da capital hoje são coisa do pas-sado e o setor que até bem pouco sofria em busca de trabalho hoje investe na compra de máquinas e vai muito bem obrigado.

Mas isso não foi obra de mi-lagre, mas de muito esforço da categoria que com as dificuldades aprendeu a unir-se em cooperati-vas para defender seus interesses comuns. O resultado é que de cada dez máquinas alugadas para obras do governo do Estado, oito pertencem às cooperativa e des-tas, seis são da Cooperativa dos Proprietários de Caminhões e Máquinas Pesadas (Transcoop), metade das máquinas alugadas ou contratadas pela prefeitura de Rio Branco são da desta cooperativa que assim lidera o setor.

“Conquistamos nosso espaço à custa de muita conversa, nego-ciação e o apoio de amigos como o engenheiro Ricardo e do depu-tado Walter Prado que ajudaram a resolver os problemas de rela-cionamento que tínhamos com o Deracre. O apoio do governador Binho ao criar oportunidades para os pequenos negócios e a serieda-de do Marcos Alexandre pagando

em dia pelos nossos serviços fez com que nosso setor progredisse muito nestes dois anos e todos os nossos sócios vem investindo na compra de máquinas novas”, explica Romeu Paiva de Oliveira que é presidente do Transcoop e vice –presidente da OCB/ Sesco-op no ramo dos transportes.

O bom relacionamento es-tende-se também à prefeitura da Capital e municípios onde os serviços da cooperativa são cada vez mais requisitados. Assim, em 2007 a cooperativa foi privi-legiada com R$ 12 milhões em contratos, dos quais R$ 8 milhões tiveram os recursos liberados e foram todos executados gerando cada vez mais credibilidade para o setor.

Um dos pontos fundamentais para que esse sucesso esteja sendo alcançado está no fundo de apoio aos sócios criado pela equipe de Romeu. Ele é acionado emprestando dinheiro aos coope-rados quando uma máquina ou caminhão quebra ou precisa ser melhorado para atender serviços específicos.

No caso de consertos orienta sobre a compra de peças e oficinas especializadas, mas também es-clarece dúvidas sobre os bancos e linhas de crédito mais favoráveis na hora de comprar equipamentos e caminhões.

União é a força

Crescendo juntos História de sucesso

A Transcoop que nasceu em 2002 sob a liderança de Júlio Farias com apenas 21 sócios, todos prestadores de serviços ao Deracre e prefeitura, hoje tem 43 associados. Se o número de participantes mais que dobrou o número de máquinas se multipli-cou várias vezes.

Durante três anos os co-operados enfrentaram sérias dificuldades até que em 2006 os problemas de relacionamen-to com o Deracre foram sendo resolvidos e em 2007 o negócio deslanchou apoiado pelo Serviço de Aprendizado do Cooperati-vismo (Sescoop) cujo presidente Valdomiro Rocha e o Superin-

tendente Emerson articularam o diálogo com parlamentares e o governo.

“O Deracre é nosso princi-pal cliente e seu diretor Marcus Alexandre atua de maneira justa abrindo concorrências leais onde a nossa união permite concorrer com as empresas na disputa de preço e a qualidade de nosso trabalho garante a credibilidade que o governo necessita para saber que o serviço vai ser rea-lizado com segurança. Quando a máquina de um sócio quebra na obra, acionamos outro sócio para resolver o problema, assim não falta serviço pra ninguém e todos ganham”.

Sócios da Transcoop comemoram vitórias coletivas ajudando a desenvolver e o Acre e melhorar a qualidade de vida da populção urbana e rural

Romeu não esconde sua sa-tisfação ao lembrar que quando assumiu a presidência da Trans-coop ela funcionava numa salinha alugada, hoje possui sede própria totalmente equipada para atender os associados. Mas os planos não param por aí já que o presidente poupou dinheiro para construir outra no ano que vem, uma nova sede onde haverá um posto de abastecimento de combustíveis, posto de lavagem, oficina, borra-charia e como ninguém vive só de trabalho, um restaurante para re-fazer as forças, mais área de lazer e piscina em sua sede social.

O crescimento da cooperativa é reflexo do crescimento de seus associados que repassam à entida-de 3% de seus contratos. Exem-plo de como as coisas andam, segundo Romeu, o ex-presidente Júlio Farias que tinha apenas um caminhão caçamba, hoje tem quatro caminhões e mais quatro máquinas pesadas e um areal. O próprio Romeu recorda: “Eu mes-mo tinha apenas uma caçamba toco, hoje tenho sete caminhões, sete máquinas pesadas e um areal. Isto graças à credibilidade que rende cada vez mais trabalho aos sócios da cooperativa”.

Romeu: “Construímos relacionamentos que redem obras para todos”

O caçambeiro José Maria de Melo Nogueira lembra que em 1999 quando Jorge Viana as-sumiu o governo ele tinha uma caçamba toco 15/19 e penava para encontrar trabalho. Dali por diante as oportunidades começa-ram a aparecer e na época ainda eram representados pelo Sintraba, os arranhões políti-cos atrapalhavam os negócios e em 2002 fundaram a coopera-tiva que por motivos semelhantes viram as portas dos principais fornecedores de ser-viços se fecharem à sua frente.

Isso acabou ge-rando um racha entre os associados, o que deu origem a uma segunda cooperativa, mas Zé Maria persistiu continu-ando na Transcoop. “As coisas só começaram a mudar quando Romeu assumiu a liderança de nossa cooperativa e soube nego-ciar com o governo. A partir de 2004, a parceria entre o governo federal, governo do Estado e prefeitura para realizar obras, as coisas começaram a melhorar,

“Hoje nossa perspectiva é a de crescer

cada vez mais, tendo em vista que o governo

e prefeitura estão realizando cada vez mais

investimentos...”

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Encarte Especial

Quantidade e qualidade

Credibilidade reconquistadaUnião da categoria, bom relacionamento com governo e prefeitura sustentam ação da Transcoop e lucros aos sócios

História de sucesso

Investindo nos sócios

Acreditando no cooperativismo

Sócios da Transcoop comemoram vitórias coletivas ajudando a desenvolver e o Acre e melhorar a qualidade de vida da populção urbana e rural

mas as portas só se abriram to-talmente pra nós já no governo Binho”.

A empolgação de Zé Maria é motivada pelo progresso que ele próprio conseguiu através da co-operativa, recordando que no co-meço dessa luta de quase dez anos tinha apenas uma caçamba, hoje

possui quatro, três delas são truck e uma toco, mais uma patrol, uma pá mecânica, um rolo compressor e uma prancha para facilitar o transporte das máquinas.

Animado ele de-clara: “Hoje nossa perspectiva é a de crescer cada vez mais, tendo em vista que o governo e prefeitura estão realizando cada

vez mais investimentos e o Ro-meu tem sabido ampliar nossos relacionamentos com eles, com outras prefeituras e especialmente com as empresas privadas que an-tes nos viam como concorrentes e hoje nos têm como parceiras alugando nossas máquinas ou sub-contratando serviços em muitas obras”.

“Hoje nossa perspectiva é a de crescer

cada vez mais, tendo em vista que o governo

e prefeitura estão realizando cada vez mais

investimentos...”

Os sócios do Transcoop hoje possuem cerca de 210 máquinas, equipamentos e caminhões que neste ano estiveram realizando ou participando de obras em 12 dos 22 municípios do Estado. Cada máquina gera uma média de três empregos diretos, além de oferecer serviços às oficinas me-cânicas, tornearias, restaurantes e postos de combustíveis.

Desde que passou a trabalhar em parceria com o Sescoop-Ac, a diretoria da Transcoop passou

por uma série de cursos e trei-namentos para profissionalizar a administração desta coopera-tiva. E vai aproveitar a parada das máquinas neste inverno 2008/2009 para colocar em prá-tica as parcerias com Deracre, Sescoop, Sinduscon e Senai para oferecer treinamento de qualificação profissional para os motoristas, operadores de má-quinas e mecânicos associados ou que prestam serviço regular nas suas obras.

Romeu nem gosta de lembrar que quando assumiu a coope-rativa só restavam 12 sócios, o restante tinha ido buscar socorro em outras duas entidades de onde muitos retornaram e outros foram associados. “Preferimos trabalhar com a qualidade que com a quantidade de sócios, por isso só trabalhamos com quem garante o serviço. As obras do PAC vieram reforçar

nossas ações com a realização de obras pelo governo do Esta-do, prefeitura e INCRA, mas os financiamentos também refleti-ram positivamente nas empresas para as quais temos feito a terra-plenagem de terrenos como a do novo Ceasa, pátios de indústrias e muitos açudes financiados pelos produtores rurais, prin-cipalmente junto ao Banco da Amazônia”, afirma Romeu.

O futuro prometeA nova tendência da política de

desenvolvimento que está sendo executada pelo governo do Estado voltado ao fortalecimento do setor produtivo gerando oportunidade às micro empresas e pequenos produ-tores rurais anima Romeu. “Nós passamos mais da metade do nosso primeiro mandato curando feridas

e buscando espaço para trabalhar, agora as portas estão abertas e nosso segundo mandato será a hora de colhermos juntos os frutos deste trabalho. Me empolgo porque essa nova política que se implantou no Acre está criando ótimas oportu-nidades que nós precisamos saber aproveitar bem”.

Parceria Transcoop e governo beneficia Transacreana

“Romeu tem sabido ampliar nossos relacionamentos com eles, com outras prefeituras

e especialmente com as empresas privadas que antes nos viam como concorrentes e hoje nos têm

como parceiras”

ZÉ MARIA

Questão de credibilidade

Mantendo contratos de obras com a Transcoop, Emot e Transterra, o diretor geral do Deracre, Marcos Alexandre lembra que o governo do Esta-do conseguiu realizar ações de recuperação e melhoria em mais de 4.000 quilômetros de ramais e estradas vicinais e outros 500 quilômetros de melhorias de pista utilizando mais de 300 máquinas pertencentes ao De-racre e às cooperativas.

Foram 24 frentes de trabalho em 18 municí-pios que além dos trechos re-cuperados ain-da realizaram o asfaltamen-to dos ramais Santa Helena e Quixadá, na Capital, Linha Três e Santa Lu-zia em Cruzeiro do Sul e Bato-que em Mâncio Lima num total de 63,5 quilô-metros. Apesar do inverno está em andamento o asfaltamento do ramal de acesso ao Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita e em 2009 acontecerão os dos pólos Hélio Pimenta, Costa e Silva, Dom Joaquim e Wilson Pinheiro.

“Confesso que havia uma certa resistência a repassar trabalho às cooperativas por-que tínhamos dúvidas de sua capacidade e organização para executar as obras, além do fato de que algumas lideranças dificultavam as negociações. Mas elas são hoje nossas prin-cipais parceiras, especialmente a Transcoop. Temos trabalhado mais e melhor graças à divisão e organização do trabalho que permitiu criar várias frentes de serviço cada uma cuidando de seus problemas locais, por isso esta parcerias com as cooperati-vas só tende a se ampliar”.

Marcus Alexandre destaca que a vontade política do go-vernador Binho Marques em criar oportunidades de negócios para os trabalhadores organi-zados também reforçou estas parcerias.

“Antes o Deracre mantinha contratos individuais com mais de cem caçambeiros e proprietá-rios de máquinas, era complicado administrar toda aquela papelada, mas hoje negociamos com apenas três cooperativas que repassam os

recursos a seus associados, isso facilitou a vida deles e a nossa”, afirmou Marcus para então des-tacar que: “Além de facilitar a ope-racionalização de nossas obras, o contrato com as cooperativas garante aos acre-anos contribu-am, participem e lucrem do pro-cesso de desen-

volvimento econômico e social que estamos promovendo”.

Lembrou que as obras de asfaltamento da BR-364 entre Sena Madureira e Cruzeiro do Sul geraram emprego para mais de 1.600 operários neste ano e que muitos deles pertenciam às cooperativas. Isso permitiu que neste verão fossem batidos todos os recordes anteriores no transporte de carga e passagei-ros naquele trecho.

Marcos destacou que : “A continuidade e o sucesso desta parceria do governo com as cooperativas depende exclu-sivamente do bom relaciona-mento de seus diretores com os administradores públicos. Essas lideranças são a cara da cooperativa por isso precisam saber conversar e negociar conhecendo direitos e reconhe-cendo seus deveres”.

Marcus Alexandre : “O bom relacionamento atrai parcerias”

Gerenciando o departamento de estradas vicinais e ramais do Deracre pelo governo, Ari Jú-nior esclarece que as parcerias entre o Estado e as cooperativas é sustentado pela credibilidade conquistada por essas empresas coletivas ao cumprir prazos e garantir qualidade nas obras re-alizadas a um preço mais baixo que as concorrentes.

Segundo Júnior, o fato de os cooperados serem proprietários das máquinas permite que tenham uma maior flexibilidade na hora de negociar o preço dos serviços, outra vantagem é a de que quan-do uma máquina dá problema eles atuam solidariamente com outro cooperado substituindo o equipamento parado, essa orga-nização e apoio mútuo garante maios eficiência na realização das obras que garantem benefícios à população da cidade, do campo

e da floresta.“Neste ano nós atuamos

em cerca de 4.600 quilômetros de estradas, 400 quilômetros foram de piçarramento isto mo-bilizou mais de 350 máquinas e movimentou aproximadamente R$ 32 milhões, dos quais, pelo menos R$ 6 foram contratados diretamente com as cooperati-vas, mas as empresas também sub-locam muitos serviços e máquinas dos cooperados.

Focado no desenvolvimento econômico pelo estímulo ao setor produtivo, o governo vem levando apoio ao produtor rural que teve 435 ramais melho-rados neste ano de 2008. Ele garantiu que: “Em 2009, todos os ramais de acesso aos pólos agroflorestais estarão asfaltados e, com certeza, as cooperativas vão participar disso direta ou indiretamente”.

SÉRGIO VALE

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Encarte Especial

Muito suor, lazer e diversão marca-ram a realização da primeira fase dos

primeiros Jogos de Integração Cooperativista do Estado do Acre realizados na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) de Rio Branco no dia 23 de novem-bro com a participação de 300 lideranças, sócios e trabalhadores do sistema cooperativo acreano.

O futebol de salão, dama, sinuca e tênis de mesa foram as principais modalidades dispu-tadas nesta atividade recreativa criada para desenvolver o inter-câmbio sócio-desportivo entre as lideranças, sócios, trabalhadores do sistema e seus familiares. Em dos propósitos principais dessa ação é incentivar as crianças, jovens e adolescentes a uma vida mais saudável praticando esportes, conhecendo pessoas e promovendo a troca de experiên-cias entre as organizações.

“Estes primeiros jogos coope-rativos só foram possíveis graças a aprovação de nosso projeto beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura e ao Desporto pelo go-verno do Estado por meio da Se-cretaria do Esporte e do Lazer. A segunda fase destas competições acontecerá no dia 14 de dezem-bro no Clube Juventus quando também haverá um torneio de fu-tebol de campo”, explicou Denir Oliveira que organizou os jogos realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperati-vismo (Sescoop-Ac).

Ele também agradeceu o apoio financeiro recebido de cooperativas como Credmac, Co-operacre, Unicred, Cooperfica, Capital Cred, Coopel, Cooperflo-

O futuro do cooperativismoMais de 80 jovens represen-

tando as cooperativas existentes em dez municípios do Acre participaram do I Encontro Es-tadual de Jones Cooperativistas realizado no dia 25 de outubro, em Rio Branco.

Vindos dos municípios de Manuel Urbano, Sena Madureira, Rio Branco, Porto Acre, Acrelân-dia, Capixaba, Xapuri, Brasiléia, Senador Guiomard e Assis Brasil aqueles 88 jovens superaram a meta de 70 participantes deste evento que tem como motivação principal a ação dos jovens que melhorando seus conhecimen-tos poderão fazer ainda mais e melhor quando assumirem as empresas cooperativas hoje lide-radas por seus pais.

“Aqui no Acre a participação dos jovens dentro do ambiente co-operativo ainda é uma novidade, mas é vista com muita simpatia por todos, só que lá no centro-sul

há uma preocupação tão grande nesse sentido que a maioria das cooperativas tem departamentos e ações específicas para estimu-lar sua participação tanto nas atividades esportivas quando na produção e administração das entidades”, explica Solange ... que coordenou a organização deste evento pelo Serviço de Aprendizagem do Cooperativis-mo (Secoop-Ac).

A palestra proferida por Leo-nardo Boeschi que é responsável pelo setor de treinamento de recursos humanos do Sescoop do Paraná foi um dos pontos altos do encontro. Durante os debates que o seguiram, os jo-vens participaram ativamente tirando dúvidas, questionando e buscando esclarecimento sobre o funcionamento das entidades e o papel que podem exercer dentro destas organizações.

Aproveitaram a ocasião para

expressar seu interesse pessoal em poder participar de todas as atividades das cooperativas. Além disso expressaram seu interesse em multiplicar para ou-tros jovens de suas localidades o conhecimento adquirido durante este primeiro Encontro Estadual de Jovens Cooperativistas.

Aproveitaram para sugerir que nos próximos eventos sejam incluídos na pauta de debates, assuntos como saúde e doenças sexualmente transmissíveis, investimentos na juventude coo-perativista. Ainda noções de ge-renciamento e mercado para que as cooperativas possam investir bem seu capital e assim garantir o crescimento das organizações que assim estarão contribuindo para o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida no Acre.

O evento foi concluído com uma despedida calorosa de jo-

vens que ali construíram novas amizades e tomaram consciência de sua importância para o cresci-mento e o fortalecimento do setor cooperativo no Acre, no Brasil

e no mundo. Partiram já com a expectativa do quanto poderão ampliar seus conhecimentos no próximo encontro que será reali-zado em 2009.

JOGOS COOPERATIVOSEsportes promovem integração fortalecendo o espírito de equipe entre cooperados que trabalham e se divertem juntos

resta, Coopervan, Coopermóveis e Uniodonto, além do patrocínio da Disk Papelaria Globo e siste-ma Sescoop/OCB.

Glória aos campeões - O time da Cooperativa dos Trabalhado-res Autônomos do Adalberto Ara-gão (Coopscar) venceu o time da Unimed sagrando-se campeã do torneio de futebol de salão.

Nos jogos de mesa, Ricardo Soares da Silva venceu na si-nuca pela Unimed e Lukmane Nascimento Pinto no jogo de dama defendendo a Cooperatex.

O vencedor na modalidade tênis de mesa foi Leumes Félix da Sil-va representando a Cooperbem. Adultos, jovens e crianças foram atraídos pelo dominó como ativi-dade de lazer e diversão.

Mais de 300 pessoas represen-tando dezenas de cooperativas de todo o vale do Acre e Purus que enviaram suas equipes para par-ticipar dos jogos que prometem uma segunda fase ainda mais ani-mada neste mês de dezembro.

Integração cooperativa - Cleyton Aguiar de Morais, 18 que

participou dos jogos integrando a equipe de futsal da Coopera-tiva Doce Mel declarou: “Gosto muito de futebol de campo e de salão e acho muito legal que as cooperativas tenham organizado esta festa onde podemos conhecer os participantes de outras coope-rativas e trocar idéias”.

Já Maria de Nazaré, 22 anos desafiou e venceu vários adversá-rios no tabuleiro de dama . “Jogos como este criam envolvimento que geralmente não existia entre as cooperativas. Quando as co-munidades se encontram, além

de conhecer mais pessoas, nós trocamos informações e experi-ências”.

Morador do projeto de as-sentamento Zaqueu Machado, em Capixaba, Marlon Pereira Rodrigues participou do time de futsal que defendeu o nome da Cooperbem. “Estes são os primeiros jogos cooperativos que participo e estou achando ótimo, princi0palmente pelo fato de que melhora o intercâmbio entre as pessoas. De minha parte estou dando o máximo nas equi-pes de futsal, dominó e dama, se der tempo ainda quero jogar sinuca!”

Para todos - O primeiro campeonato entre cooperativas aconteceu no ano passado com recursos do Sescoop e OCB, mas que a partir da aprovação de projeto apoiado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura e o Esporte está sendo possível consolidar este evento enquanto jogos específicos do setor coo-perativista.

Denir declarou que: “Estes jogos promovem a integração entre lideranças, cooperados e trabalhadores do setor coopera-tivo estimulando o trabalho em equipe e divulgando as atividades do sistema. Isto só foi possível graças ao apoio que recebemos do secretário estadual do Turis-mo, Esporte e Lazer, Cassiano Marques, além das cooperativas e empresas que contribuíram para abrilhantar nossas competições”, agradeceu Denir avisando que para 2009 estão sendo progra-madas atividades voltadas espe-cificamente ao público infantil, jovens, mulheres e idosos.

Jogos cooperativos promoveram diversão e a integração que continuam dia 14 de dezembro no Juventus

Jovens empolgados para assumir seu papel dentro das cooperativas

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Encarte Especial

MULHERES COOPERATIVISTASEncontro de gênero destaca a força e influência crescente das mulheres no campo e na cidade

Ampliar a participação e o empoderamento das mulheres dentro das cooperativas acreanas

foi o tema central do I Encontro de Mulheres Cooperativistas e I Fórum Estadual de Gênero e Cooperativismo do Estado do Acre que aconteceu durante todo o dia 22 de novembro, das oito da manhã às cinco da tarde no auditório da Delegacia Federal da Agricultura.

O evento que reuniu 109 mu-lheres cooperativistas e colabora-dores de todo o Estado, foi presti-giado com a presença do deputado Federal, Fernando Melo, e da coordenadora Municipal de As-suntos da Mulher, pela prefeitura de Rio Branco, Rose Scalabrini.

Na pauta de debates, além da necessidade das mulheres partici-parem cada vez mais de cargos com poder de decisão dentro das coope-rativas urbanas e rurais, também constaram assuntos como a saúde e a violência contra a mulher.

Solange Luiz Ribeiro de Ma-tos a gerente de desenvolvimento do cooperativismo pelo Sesco-op-Acre foi quem organizou o evento e destacou que: “Dentre

as 74 cooperativas associadas ao sistema Sescoop no Acre, 25 são presididas por mulheres. Isto demonstra que nós acreanas que já tivemos a primeira go-vernadora, primeira senadora e primeira presidente de Tribunal de justiça do país, continuamos sendo referência no que se refere à participação de mulheres nas esferas do poder. Apesar disso temos de reconhecer que ainda há muito preconceito, violência e desrespeito para com os direitos da mulher, destacadamente nas áreas da saúde, segurança e nas relações de trabalho!”

O descaso das autoridades para com o gênero feminino, é flagrante quando se constata que dos 22 municípios acreanos, só três possuem secretarias ou co-ordenadorias dedicadas a solucio-nar os problemas das mulheres. Mulheres estas que já compõem mais da metade do eleitorado e considerando que nas salas de aula dos cursos de formação e profissionalização elas geralmen-te compõem 70% dos alunos, sua participação nas esferas do poder e de trabalho vai crescer muito nos próximos anos.

Saúde precáriaA primeira palestra foi pro-

ferida pela conselheira Nacional dos Direitos da Mulher, Leide Aquino falando sobre as Polí-ticas Públicas para mulheres, ela destacou o fato de que de cada 100 mulheres acreanas que engravidam, sómente 30 conseguem receber atendimento no pré-natal o que não permite

prevenir má formação do feto e prevenir doenças evitáveis, além de colocar em risco a vida da mãe e da criança. Também destacou o esforço do governo do Estado para corrigir esse problema a fim de que até 2010 pelo menos metade das acreanas grávidas recebam atendimento pré-natal na rede pública de saúde.

Participação organizada

Ameaça do câncer

Valdemiro Rocha presidente do Sescoop-Acre, organização re-alizadora do I Encontro e Fórum de Gênero no Acre, destacou a importância crescente da mulher na sociedade acreana e brasileira. “Temos clareza no entendimento de que apesar do esforço dos governos federal, estadual e municipal, é quase impossível das políticas públicas cheguem a toda a população sem que haja

uma participação efetiva das mu-lheres em cada uma delas. É por entender isso que nós do Sess-coop estamos estimulando que as mulheres, além de participar diretamente do gerenciamento das cooperativas, organizem –se em grupos para atuar de maneira solidária para acelerar o desenvolvimento do Estado e a melhoria das condições de vida da população!”

Maria Suely M. Medeiros da ONG Amigos do Peito proferiu palestra preventiva contra a inci-dência do câncer em mulheres, especialmente o de mama, tendo em vista que a cada ano são des-cobertos mais 8 milhões de casos no mundo, 54 mil deles no Brasil e destes, dez mil morrem em conse-qüência dessa doença silenciosa.

Alertou também para o fato de que o auto-exame feito pelas próprias mulheres para detectar o surgimento de caroços tem pouca eficiência porque quando chega a ser sentido pela mão esse câncer já está muito desenvolvido. Por

isso o ideal mesmo é que todas as mulheres pudessem fazer o exame de momografia a cada seis meses.

“O problema é que a maioria das mulheres não tem dinheiro para pagar o exame em clínicas particulares, assim dependem dos dois mamógrafos instalados no Centro de Controle do Câncer (Cecon), mas um dos aparelhos está quebrado e o outro funciona precariamente. Sem dinheiro as mulheres não tem a quem recorrer e, quando percebem que estão do-entes, já pode ser tarde demais”, advertiu.

Novos mamógrafosDurante sua palestra, o de-

putado Fernando Melo aprovei-tou para anunciar que reservou R$ 600 mil em suas emendas parlamentares com a finalida-de de que esse dinheiro seja utilizado para comprar quatro

mamógrafos que deverão ser instalados nos municípios de Sena Madureira, Brasiléia, Ta-rauacá e Cruzeiro do Sul.

“Estamos sensibilizados para com o problema enfrenta-do pelas mulheres que tem suas

vidas ameaçadas pelo câncer, especialmente o de mama, por isso destinamos recursos para a compra dos mamógrafos na esperança de poder ajudar a sal-var vidas das mães de famílias acreanas”, afirmou Fernando.

Violência continuaAtual delegada da 3ª Regional,

Wania Lilia Maia foi por seis anos delegada da mulher e também corregedora geral de polícia do Estado do Acre e se apoiou nessa experiência durante a palestra que proferiu sobre a violência contra a mulher. Ela destacou que as formas de violância contra a mu-lher podem ser de natureza física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, isoladamente ou combi-nadas de acordo com cada caso, mas todas punidas criminalmente quando denunciadas.

Lembrou que o Acre foi o

segundo Estado Brasileiro a criar uma delegacia especializada da mulher, a qual teve sua infra-estrutura melhorada significati-vamente em 2003, mas apesar disso a violência contra a mulher continua sendo um dos grandes problemas da família acreana. Também elogiou o avanço repre-sentado com a aprovação da Lei Maria da Penha que tornou mais rigorosa a punição aos que agri-dem as mulheres, mas destacou que outros artigos dessa lei tem como objetivo principal a prote-ção da família brasileira.

Mulheres unidas

Se estão cada vez mais orga-nizada na defesa de seus direitos, as mulheres já não fazem o mes-mo quando é hora de votar para conquistar cargos nos poderes legislativo e executivo, tanto que poucos partidos tem conseguido preencher os 30% de vagas reser-vadas para o gênero nas chapas eleitorais. Apesar disso, a coor-denadora municipal da mulher, Rose Escalabrini destacou que no Acre elas ocupam espaços repre-sentativos nos poderes legislativo, executivo e judiciário. “Mulheres como a ex-seringueira Marina Silva que foi alfabetizada aos 14 anos, orgulha o Acre no senado e é referência mundial na luta em defesa do meio ambiente”.

Fórum nacionalO I Encontro e Fórum Estadual

de Gênero e Cooperativismo no Acre, precedeu o I Encontro e Fórum Nacional de Igualdade de Gênero realizado em Brasília no dia 26 de no-vembro, do qual participaram três só-cias das cooperativas relacionadas ao Sescoop-Ac, mais duas funcionária da Delegacia Federal da Agricultura e uma da Coordenadoria da Mulher pela prefeitura de Rio Branco.

Lá a ministra Nilcéa Freire, secretária Especial da Mulher pela presidência da República destacou que as mulheres vem se destacando cada vez mais pela sua capacida-de de liderança tanto nas esferas políticas, quanto nas organizações

cooperativas e à frente de empresas privadas. Assim sendo, o que se constata é que no campo e na flores-ta elas já não são mais meras coadju-vantes de seus maridos no trabalho e produção, mas passaram a liderar esse processo, especialmente no que se refere à produção familiar.

Isso levou o secretário do De-senvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (MAPA), Márcio Portocar-rero a anunciar que o ministério já defende a criação do Dia do Gênero e Cooperativismo, considerando o papel fundamental da mulher na transmissão de valores à família.

A artesã Vera Lúcia da Silva Santos presidente da Cooperativa Paiol, uma das pioneiras na pro-dução de biojóias em Rio Branco foi uma das representantes do Acre durante o Encontro e Fórum Na-cional de Gênero Cooperativista.

“Nossa participação nesse evento foi muito importante porque criou oportunidade para conhe-cermos as experiências que estão acontecendo em outros estados do Brasil e em países da América La-tina. Aprendemos muito com elas, especialmente com as do Uruguai onde, aparentemente, o governo apóia com bastante força o coope-rativismo”, concluiu Vera.

Euracy Bonner destacou a participação da mulher no cooperativismo, seu desefios e oportunidades

“Mulheres como a ex-seringueira Marina Silva que foi alfabetizada aos 14 anos, orgulham o

Acre no senado e é referência mundial na luta em defesa do meio ambiente”

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Encarte Especial

O calcanhar da preservaçãOPolêmico conflito entre o manejo da madeira, sustentabilidade dos animais e dos povos da floresta

O princípio fundamen-tal da ecologia está baseado nas cadeias alimentares onde

cada animal, inclusive o ho-mem, se posicionam e sobrevi-vem de acordo com a oferta de alimentos, assim a cutia come o capim, a onça come a cutia e assim por diante, mas quando essa cadeia é quebrada alguém vai passar fome.

Foi isso que o deputado es-tadual Zé Carlos do PTN-Acre apresentou e conseguiu apro-var na Assembléia Legislativa um projeto de lei proibindo o abate e a retirada de madeira de 23 espécies que alimentam e dão abrigo aos animais, aves e insetos da floresta amazônica. Vinte e quatro espécies fazem parte da lista, a começar pela copaíba e andiróba que além

de medicinais alimentam uma infinidade de aves e animais, também inclui espécies como o jutaí, jatobá, ingá-ferro, en-vira caju, castanharana, toari, caucho, miringuiba, ureinha, cajuzim, uxi, guariúba, piqui, gameleira, caxinguba, gameli-nha e cueira.

O projeto foi vetado pelo governo do Estado atendendo aos apelos do setor madeireiro de que ele inviabilizaria o mane-jo florestal. Daí para cá está um para pra acertar a situação.

“Fui criado no seringal e sei que como lá não tem su-permercado os seringueiros e ribeirinhos são obrigados a caçar para conseguir parte da carne com que alimentam suas famílias. Agora como deputado tenho visitado os seringais e eles reclamam que nas áreas onde

Marcenarias em extinção Solução negociada

Descaminhos da floresta

Aldeia ameaçada

realizaram o manejo florestal a caça simplesmente desapareceu porque derrubaram as árvo-res que produziam os frutos e

sementes dos quais animais e aves se alimentavam. Por isso fiz o projeto de lei para defen-der aquelas árvores que são

essenciais para a sobrevivência dos bichos, pássaros, peixes e a população que vide da floresta”, esclarece Zé Carlos.

Marceneiros pedem socorro e oram pela sobrevivência de seus negócios e da floresta

A polêmica que começou na floresta também atinge direta-mente as 152 pequenas marcena-rias que geram mais de 600 em-pregos na cidade de Rio Branco. Isto porque elas não tem dinheiro para contratar bons técnicos e advogados para garantir a apro-vação de seus planos de manejo e por isso tornaram-se dependentes das grandes indústrias madei-reiras que só aceitam vender a madeira a preços que superam os R$ 1.200 o metro cúbico. O interessante é que essas mesmas empresas pagam de R$ 25 a R$ 40 por metro cúbico de madeira para os seringueiros.

Cabe lembrar que como a maior parte dessa madeira vai para exportação ela também não paga o ICMs ao governo do Estado e ainda com o fato de que os proprietários das grandes em-presas não sendo acreano aplica seus lucros fora do Acre.

Isso gera um custo imprati-cável às pequenas movelarias, cuja única escapatória é comprar madeira ilegal, por isso mesmo são

acuadas pela legislação ambiental que está levando à extinção essas pequenas empresas. O fato é que em 1999 haviam 256 movelarias gerando cerca de mil empregos em Rio Branco. Em 2002 já restavam apenas 202 marcenarias e seu número continua se reduzindo a cada ano.

“Estamos cercados pela fisca-lização ambiental e sem o apoio devido nos vemos incapazes de vencer o cipoal burocrático para liberar nossos planos de manejo, por isso estamos ameaçados de extinção, enquanto praticamente toda madeira retirada no Acre vai para a exportação”, protesta Domingos Sávio o presidente da Cooperativa de Produção dos Mo-veleiros do Estado do Acre (Co-opermóveis), o qual aproveitou para alertar que: “Visitei as 152 marcenarias que ainda existem na Capital e posso afirmar que se não formos apoiado imediatamente, mais de 50 movelarias serão fe-chadas nos próximos seis meses e isso vai deixar mais de 200 pessoas desempregadas”.

Essas duas situações, a dos animais e a das marcenarias, le-vou o deputado Zé Carlos a pro-mover no dia 28 de novembro numa das salas do Sest/Senat um debate com os marceneiros e o secretário estadual de floresta, Carlos Ovídio, o “Resende” na tentativa de encontrar uma solução mediadora para esse conflito.

Resende defendeu que a industria madeireira é hoje um importante segmento da econo-mia acreana e sem as espécies defendidas pelo deputado o ma-nejo torna-se impossível. Propôs então que ao invés de proibir a derrubada das árvores, a solução estaria em definir onde e como elas poderiam ser retiradas.

Argumentou que a proibição de corte das castanheiras não impediu que fossem mortas pelo fogo nas pastagens onde milha-res apodrecem sem poderem ser aproveitadas, além do fato de que as que ainda sobrevivem tornaram-se economicamente improdutivas e os poucos frutos

que ainda produzem causam risco de morte ao gado, peões e agricultores quando caem do alto dos 40 metros de altura des-de a copa daquelas árvores.

O secretário lembrou que as movelarias de todo o Acre consomem cerca de 5 mil me-tros cúbicos de madeira por ano enquanto nas derrubadas dos roçados feitos por seringueiros e agricultores mais de 1,5 milhão de metros cúbicos de madeira viram fumaça e cinza todos os anos.

“A lei que proíbe a derrubada dessas árvores que produzem frutos, além de afetar a indústria madeireira também vai afetar diretamente as lavouras dos agricultores, por isso a solução seria definir quais espécies e quando é que elas podem ser derrubadas, creio que só devem ser protegidas nas áreas de re-serva legal que abrangem 80% das propriedades rurais, assim os 20% restantes ficarão livres para o uso do homem”, declara o secretário que não explicou

como isso irá beneficiar a grande indústria madeira.

Quanto ao problema enfren-tado pelas marcenarias Resende sugeriu que a Coopermóveis crie um pátio registrado para onde seriam levadas as toras vindas dos manejos e derru-badas autorizadas e, depois de beneficiadas seriam redistribu-ídas às marcenarias que assim poderiam trabalhar legalmente.

De sua parte o governo do Estado e mais especificamente, a secretaria de floresta ofereceria uma assessoria especial para au-torizar os pequenos produtores rurais a vender madeira maneja-da ou das derrubadas legalizadas para abastecer o pátio. Também prometeu que conseguiria di-nheiro facilitado para que a Coopermóveis e moveleiros legalizados consigam comprar essa madeira, que o governo vai contratar empresa para elaborar o plano de manejo e os move-leiros devem se comprometer em reflorestar 100 hectares com espécies regionais.

Sávio elogiou o governo do Estado e a prefeitura da Capital por reconhecerem as pequenas marcenarias como empresas de economia solidária que ga-nhou o direito de receber R$ 1,5 milhão para construir o que eles apelidaram de Aldeia de Marceneiros.

O dinheiro já está garantido e permitirá que se construa um grande galpão com máquinas industriais para a produção coletiva de móveis em série, em torno desse galpão serão instaladas uma série de peque-nas marcenarias onde os mar-ceneiros poderão atender suas encomendas pessoais.

“O problema é que não temos

um terreno onde a gente possa instalar nossas marcenarias, ou melhor, através do Copiai nos foi concedido um terreno no novo Distrito Industrial, mas acontece que o próprio governo do Estado instalou toda a infra-estrutura do Pólo Moveleiro com máquinas, ferramentas e estufas de secagem no antigo Distrito Industrial que está loca-lizado do outro lado da cidade a praticamente 25 quilômetros um do outro. Isto é inviável pra nós porque o meio de transporte da maioria dos marceneiros é a bi-cicleta com a qual precisaríamos percorrer toda essa distância toda vez que a gente precisasse afiar uma serra no pólo”.

Para Sávio, diante desse problema logístico a solução está em conseguir um terreno para a Coopermóveis no Distrito Industrial, o mais próximo pos-sível do Pólo Moveleiro. “Nós acreditamos que o Acre pode ser um grande produtor de móveis, também confio na sensibilidade do governador Binho Marques que com seu programa de inclu-são social vai ajudar a solucionar este problema caótico em que nos encontramos, pois estamos vendo fechar uma média de oito a dez marcenarias por ano e isso deixa um número cada vez maior de pais de família desem-pregados e seus filhos jogados na marginalidade!”

Após ouvir a reclamação e argumentos de vários marce-neiros e artesãos que trabalham com produtos florestais, Sávio esclareceu que promessa se-melhante foi feita há dois anos, mas que infelizmente, nenhum dos planos de manejo propostos pelas 27 marcenarias associadas à Coopermóveis, desde aquela época, foram aprovados e sequer analisados pelo Imac, tendo em vista que nenhuma resposta foi dada.

Também criticou a miopia da legislação ambiental que só permite a retirada da tora de ma-deira pelas empresas, condenado a galhada e a parte da base dos troncos a apodrecer na floresta. O problema é que em cada árvo-re da qual as empresas tiram dez metros de tora, ficam na floresta

mais de cinco metros de madei-ra que poderia ser aproveitada pelos moveleiros, artesãos e erveiros que poderiam produzir medicamentos, chás aromáticos, óleos essenciais e até perfumes com elas.

“O que a gente lamenta é que depois de mais de dez anos de política ambiental, nós que somos pequenos e proporcional-mente geramos mais empregos e muito menos danos à floresta, ainda não temos uma solução para os nossos problemas. A questão é urgente e não podemos mais aguardar por projetos que levam anos para serem resolvi-dos porque tanto o seringueiro que vive lá na floresta e os mar-ceneiros aqui da cidade precisam dar de comer suas famílias agora mesmo!” Reclamou Sávio.