Actividades raparigas

259
EQUIPA DE AUTISMO REGIÃO CENTRO SUGESTÕES DE ACTIVIDADES Maria Novembro 2000

Transcript of Actividades raparigas

Page 1: Actividades raparigas

EQUIPA DE AUTISMO

REGIÃO CENTRO

SUGESTÕES DE ACTIVIDADES

Maria

Novembro 2000

Page 2: Actividades raparigas

NOTA INTRODUTÓRIA

No dia 29 de Setembro de 1998 realizámos a reavaliação do David José Ramos

Garcia com 7 A e 7 M, tendo por base o PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisto, de

Schopler e Reichler).

Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento

funcional do David se situa por volta dos 4 anos, mas com possibilidades de evoluir

para um nível superior, apresentando como áreas mais fortes a Percepção a

Motricidade Global e Fina e a Coordenação Óculo-Manual.

A avaliação foi feita com base na edição revista do teste que é mais exigente e

daí a razão do David apresentar um nível funcional de desenvolvimento semelhante ao

da avaliação anterior. No entanto, em relação a esta notam-se progressos,

principalmente nas áreas que melhor domina.

As actividades que a seguir propomos são para acrescentar ao caderno de

“Sugestões de Actividades” do David. Porém, sugerimos que se continue a trabalhar as

actividades ele ainda não realiza, ou mostra dificuldades.

No dia 18 de Março de 1998 realizámos a avaliação da Maria com 9 A e 3 M,

tendo por base o PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisto, de Schopler e Reichler).

Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento

funcional da Maria se situa entre os , mas com possibilidades de evoluir para um nível

superior, e que apresenta como áreas mais fortes a Motricidade, a Imitação e a

Percepção.

De acordo com o nível de desenvolvimento funcional em cada área e partindo

dos comportamentos emergentes da Maria, a Equipa de Avaliação elaborou uma

sequência de actividades que poderão servir de suporte para a elaboração do seu

Programa Individual.

Assim, este bloco de “Sugestões de Actividades” deverá ser lido e discutido pela

Família e Técnicos intervenientes no processo educativo para que, posteriormente e

em reunião com Equipa de Avaliação, se seleccionem as actividades a desenvolver.

Qualquer uma destas actividades tem objectivos bem explícitos e o

procedimento relatado é um exemplo de como desenvolvê-las podendo servir de

suporte para muitas outras que Técnicos e Pais poderão recriar.

Page 3: Actividades raparigas

Possivelmente, a Maria já é capaz de realizar sozinha algumas das actividades

sugeridas, que poderão servir de proposta para ela as realizar no gabinete individual.

Propomos que em cada área se seleccione uma actividade para ser ensinada

em situação 1:1 e que só depois de bem consolidada se deverá passar a outra.

Page 4: Actividades raparigas

É importante não esquecer alguns conselhos práticos:

Não tentar trabalhar muitos aspectos ao mesmo tempo – escolher

prioridades

Manter-se o mais calmo possível e usar uma linguagem clara e precisa

Tentar ser consistente quando se trabalha um comportamento particular,

estabelecendo rotinas simples

A comunicação entre todos os envolvidos na educação da Maria tem de ser

contínua – todos têm de usar as mesmas regras

Sempre que possível, tentar lidar com os comportamentos inadequados de

uma forma calma e divertida

Quando a intervenção e a confrontação se tornar necessária, certificar-.se de

que se é capaz de controlar com sucesso

Ter cuidado para não reforçar comportamentos indesejáveis. Por exemplo,

gritar e zangar-se pode constituir uma recompensa se o resultado for uma

maior atenção por parte do adulto

Dividir todas as tarefas e comportamentos a trabalhar em passos muito

pequenos

O comportamento demora a mudar – ser paciente e persistente

Nunca se sentir só – pedir ajuda e partilhar os problemas

Tentar ter sempre em conta as coisas positivas, tentar não valorizar os

problemas

Não ter preocupação com o tempo

A Equipa responsável

Page 5: Actividades raparigas

IMITAÇÃO

A imitação é básica para a aprendizagem e para o desenvolvimento. Sem a

imitação, a criança não pode aprender nem a falar, nem outros comportamentos

necessários à adaptação da sua cultura. O desenvolvimento de capacidades de

imitação é essencial no crescimento de qualquer criança. Porque frequentemente, a

criança com autismo tem dificuldades em aprender a imitar, é necessário que as

capacidades de imitação sejam ensinadas de modo a que não aprenda

comportamentos bizarros.

As capacidades básicas de imitação envolvem repetições directas e simples, tais

como vocalizações ou bater de palmas, que são geralmente aprendidas muito cedo na

vida de uma criança. Mais tarde, vai aprender a imitar outros comportamentos mais

complexos e específicos.

Este capítulo propõe uma série de actividades designadas para a aprendizagem

das capacidades de imitação que, normalmente, se aprendem nos primeiros anos, com

especial interesse na aprendizagem da linguagem. Quando esta está comprometida há

dificuldade na capacidade imitativa da criança. Pelo facto de toda a expressão verbal

envolver o movimento dos lábios e língua, em muitos casos, é necessário trabalhar

primeiro na imitação da motricidade fina e grossa, para que a criança aprenda os

processos básicos que implicam a imitação.

O acto de imitar envolve muito factores, incluindo a motivação, a memória, o

processo sensorial e o controle de todos os músculos implicados na motricidade global

e a coordenação motora fina da boca e das mãos. A imitação pode ser imediata, como

quando a criança repete uma palavra que se lhe é dita, ou retardada, quando imita um

comportamento memorizado através da sua experiência.

A criança com autismo tem muitas dificuldades em seleccionar na memória o

comportamento adequado a cada situação.

Para começar um programa com a criança nesta área é necessário fazer-se

uma avaliação de todas as imitações existentes. As actividades que se seguem

representam uma simples proposta de tipos de actividades para cada grau de

desenvolvimento que podem ser utilizadas no ensino de capacidades de imitação.

Page 6: Actividades raparigas

1 – FAZER BATIMENTOS POR IMITAÇÃO

Imitação, motricidade

Motricidade fina, agarrar

Percepção visual

Meta: Aprender a imitar o uso dos materiais

Objectivo: Imitar um modelo de batimentos com uma colher

Materiais: 2 colheres e um pote

Procedimento:

Sente-se com a Maria à mesa e capte a sua atenção, balançando uma colher no

seu campo de visão. Bata na mesa com a colher com um ritmo definido e contínuo,

com a sua outra mão coloque outra colher na mão da criança e reforce sempre que

ela a agarrar. Comece a bater com a colher na mão dela contra a mesa da mesma

maneira que está a bater com outra mão. Progressivamente reduza a sua ajuda

para ver se a Maria continua a bater. Quando ela já consegue bater na mesa sem

ajuda, deixe de bater na mesa e passe para o pote. Repare se a criança faz o

mesmo e se não o fizer ajude-a. Depois de algum tempo, volte novamente à mesa

e repita o procedimento para que a criança faça o mesmo. Continue a actividade

até que a Maria aprenda a imitá-la a bater na mesa e no pote sem que necessite de

ajuda.

2 – COMEÇAR A IMITAÇÃO VOCAL

Imitação vocal

Desempenho verbal, vocalização

Meta: Desenvolver a imitação vocal

Objectivo: Imitar o som de séries simples de sílabas

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sempre que a Maria faça sons de forma espontânea, imite imediatamente o som

que ela acabou de emitir e repare se ela responde fazendo de novo o mesmo som.

Tente manter uma “conversa” imitando os sons que ela emite. De vez em quando

repita os sons que ela já tenha emitido e repare se ela os repete de novo, por

imitação. Se ela repetir os sons, insista nos mesmos algumas vezes para ver se ela

continua a imitá-la de forma interactiva. Quando a Maria começar a mostrar

interesse na imitação dos sons, deixe-a inicialmente ser ela a propor os sons e

imite-os, mas progressivamente vá-lhe propondo outros e preste atenção à possível

imitação dos mesmos e, logo a seguir, reforce-a.

Page 7: Actividades raparigas

3 - ANTECIPAR SONS EM IMITAÇÃO

Imitação vocal

Desempenho verbal, vocalização

Socialização, interacção individual

Meta: Desenvolver a imitação vocal

Objectivo: Dar uma aproximação vocal de um som associado a uma rotina física

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se numa cadeira com a Maria nos seus joelhos e faça-a saltar de vez em

quando, dizendo “Bom, bom, bom ,bom.”. A seguir balance-a para trás e para a

frente e diga ao ritmo do movimento “la, la la...”. Depois de repetir este movimento

com o som, repita e aguarde para ver se a Maria antecipa o som ”la,la,la...”. Deixe-a

saber que deve fazer o som fazendo você primeiro o som e depois toque-lhe nos

lábios, para ela emitir o som, Espere alguns segundos e se a Maria não emitir som

nenhum, toque-lhe de novo nos lábios e emita o som para lhe indicar que ela deve

emitir também. Para crianças mais velhas que não se conseguem manter

facilmente nos joelhos, cante uma cantiga que tenha “Para baixo”, mas atrase o

“BAIXO” e deixe-a tombar para o chão até que ela faça alguma tentativa para

vocalizar o som.

4 – IMITAR ACÇÕES PARA PRODUZIR SONS

Imitação vocal

Imitação, motricidade

Desempenho verbal, vocalização

Meta Encorajar a imitação de sons e aumentar a atenção visual para as acções de

outra pessoa

Objectivo: Imitar sons de sílabas singulares através de acções físicas simples.

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha uma das acções abaixo descritas. Demonstre essa acção e então ajude a

Maria a imitá-la através do movimento das mãos. Progressivamente reduza a

quantidade de ajuda à medida que ela vai aprendendo a produzir o som por ela

próprio. Repita a demonstração da 1ª acção até verificar que ela está a perceber e

colabora e só depois passe à segunda actividade..

a) Ponha os seus dedos perto dos lábios e diga “SHHHH”

b) Bata suavemente nos seus lábios com a sua mão e emita o som ao estilo

Page 8: Actividades raparigas

dos índios, dizendo “u u u u u u u u :::”.

c) Estale os seus lábios, como um beijo.

d)Faça um som de estalo, estando os seus dedos perto da face da Maria

5 – TOCAR PARTES DO CORPO IMITANDO

Imitação, motricidade

Percepção, visual

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aprender a observar uma pessoa e imitar as suas acções

Objectivo: Tocar 3 partes do corpo, imitando

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Coloque-se na mesa em frente a Maria e faça o que for necessário para chamar a

sua atenção. Assim que ela olhar para si, diga-lhe: “Maria, toca no nariz.”. Ponha o

indicador no seu nariz. Se ela não imitar, pegue no indicador dela com a sua outra

mão e toque-lhe no nariz repetindo: “Maria toca no nariz.”, continuando a tocar o

seu próprio nariz. Reforce-a imediatamente (por exemplo: sorria, elogie-a ou dê-lhe

uma recompensa comestível), mesmo que a tenha ajudado. Repita o procedimento

até ela conseguir responder, de forma consistente, sem ajuda. Assegure-se de que

todas as vezes em que repete o procedimento, ela olha para si enquanto você toca

o nariz e diz “Maria, toca o nariz.”. Recompense-a sempre que ela emite a resposta

apropriada. Após ela ser capaz de tocar o nariz, pelo menos 90% das vezes, em

resposta à sua acção e ao seu comando verbal, adicione outras partes do corpo

(uma de cada vez) pela seguinte ordem: cabelo, boca, olho, ouvido. Depois de

ensinar uma segunda parte do corpo, espere até ela consiga responder

apropriadamente a 90% das vezes às duas partes do corpo ensinadas antes de

adicionar uma terceira.

6 - BATER PALMAS, IMITANDO

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver a imitação dos movimentos da professora

Objectivo: Bater palmas imitando a professora

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Coloque-se na mesa em frente a Maria e diga: “Olha, Maria”, e bata as palmas

lentamente. A seguir agarre as mãos dela e bata as palmas, recompensando-a

Page 9: Actividades raparigas

imediatamente. Bata as suas mãos novamente e certifique-se que ela está a olhar

para si quando faz isso. Bata novamente as suas mãos e faça-lhe sinal para o fazer

também. Se ela fizer algum sinal para a imitar, ajude-a a completar a acção e

recompense-a imediatamente. Se ela continua sem entender o que se espera dela,

continue-lhe a guiar as mãos durante o movimento, recompensando-a de cada vez

de forma mais espaçada. Gradualmente tente reduzir a sua assistência para que

ela possa aprender que tem de bater as suas mãos afim de obter outra

recompensa.

7 – IMITAR MOVIMENTOS DE BRAÇOS

Imitação, motricidade

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Motricidade global, braços

Meta: Melhorar a imitação motora, a consciência corporal, e entender “em cima”, “fora”

e “em baixo”.

Objectivo: Imitar movimentos simples sem assistência

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Coloque-se em frente à Maria e diga: “Olha Maria.”. Coloque os braços acima da

sua cabeça e diga. “Braços para cima”. Se ela não responde coloque-lhe os braços

acima da cabeça, segure-os um instante e repita: “Braços para cima”. Levante os

seus braços acima da sua cabeça enquanto ela faz o mesmo. Repita: “Braços para

cima.”. Coloque os seus braços para baixo e diga “Braços para baixo”. Se

necessário ajude-a a colocar os braços para baixo. Repita novamente: “Braços para

baixo.” enquanto os dois seguram os braços em baixo. Então coloque os braços na

lateral e diga: “Braços para fora”. Tente fazer com que ela imite sem assistência. à

medida que ela vai executando melhor a tarefa, mova ocasionalmente o braços

sem emitir o comando verbal ou emita o comando verbal sem mover os braços.

Verifique se ela antecipa a acção ou o comando.

8 – IMITAR O USO DE OBJECTOS QUE FAZEM BARULHO

Imitação, motricidade

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a atenção ao uso de materiais

Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso de 3 objectos diferentes

Materiais: 2 brinquedos de apertar, 2 campainhas, 2 apitos, uma caixa de tamanho médio

Page 10: Actividades raparigas

Procedimento:

Sente-se em frente a Maria do outro lado da mesa com os brinquedos num lado.

Pegue no primeiro lote de brinquedos, coloque um em frente a Maria e guarde um

para si. (ver figura). Diga: “Olha Maria”, certificando-se que ela está a olhar para si e

faça o movimento apropriado com o brinquedo (ex.: aperte-o ou, no caso do apito,

sopre). Continue a usar o brinquedo e, com a outra mão, ajude-a a fazer o mesmo

movimento. Repita a acção com o seu próprio brinquedo e diga: “Faz tu.”. Se ela

tentar imitar a sua acção recompense-a imediatamente e coloque os brinquedos na

caixa. Repita o procedimento com os outros 2 brinquedos. Se ela os tentar usar de

forma inapropriada (ex.: abanar o brinquedo de apertar), pare a acção e demonstre

o seu uso correcto. Se necessário ajude-a a realizar a acção correcta, mas tente

retirar de forma gradual a sua ajuda, à medida que ela aprende a observar as suas

acções e a imitá-las sozinha.

9 – IMITAR MOVIMENTOS DE LÁBIOS

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver competências motoras orais necessárias ao desenvolvimento da

linguagem

Objectivo: Desempenhar séries de movimentos dos lábios imitando a professora

Materiais: Espelho (opção)

Procedimento:

Sente-se de frente para a Maria e assegure-se que ela está a olhar para si. Execute

os seguintes movimentos e faça com que ela os imite:

a) Comprima os lábios firmemente e depois abra-os

b) Franza os lábios, esticando-os o mais possível

c) Franza os lábios e depois abra-os num sorriso grande

d) Esfregue o lábio inferior no superior

e) Esfregue o lábio superior no inferior

Como recompensa da imitação apropriada, dê-lhe um pouco da sua bebida favorita

por uma palhinha no sentido de a encorajar a usar melhor os seus lábios. Se ela

tiver dificuldade em olhá-la de frente, sente-se ao seu lado e faça os exercícios ao

espelho.

Page 11: Actividades raparigas

10 –RABISCAR POR IMITAÇÃO

Imitação, motricidade

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar a imitação do uso de materiais e desenvolver competências básicas

do uso do lápis

Objectivo: Rabiscar durante 2-3 segundos numa folha de papel grande

Materiais: Lápis grossos e papel

Procedimento:

Sente-se à mesa de frente para a Maria. Coloque um lápis à sua frente e guarde

um para si. Coloque uma folha de papel na mesa de forma a ser facilmente

alcançada pelos dois. Rabisque no papel por 2 ou 3 segundos com o seu lápis.

Coloque, em seguida, o lápis na dela mão e ajude-a a rabiscar durante alguns

segundos. Recompense-a e coloque uma folha nova na mesa. Repita o

procedimento, mas desta vez o objectivo é fazer com que ela rabisque sem ajuda

manual. Se ela não imitar, pegue-lhe na mão e faça com que ela rabisque. Assim

que ela começar a imitar varie os riscos duma forma repetitiva (circular ou

horizontal). O objectivo é fazer com que ela imite os diferentes traços à medida que

a professora os executar.

11 - IMITAR MOVIMENTOS VULGARES DE AUTONOMIA

Imitação, motricidade

Autonomia, lavar-se

Meta: Aumentar competências motoras e ensinar competências comuns de Autonomia.

Objectivo: Imitar com sucesso 3 acções comuns de Autonomia.

Materiais: Pente, toalha, escova de dentes.

Procedimento:

Sente-se na mesa de frente para a Maria com o pente, a toalha e a escova de

dentes alinhados para que ela veja quantas acções tem de realizar. Segure o pente

e diga: “Pentear o cabelo.”, passando o pente lentamente pelo cabelo. Coloque o

pente na sua mão e ajude-a a pentear-se. Em seguida coloque o pente à sua frente

e faça o gesto de pentear dizendo “Pentear o cabelo.”. Se ela agarra o pente e faz

algum gesto que indique uma intenção de pentear, recompense-a imediatamente.

Se ela não imita a acção proposta, guie-lhe a mão através do movimento

pretendido e tente fazer com que desempenhe a tarefa de forma independente.

Repita este procedimento até ela imitar a sua acção sem assistência. Repita o

procedimento de forma independente com a toalha de rosto usando como pista

Page 12: Actividades raparigas

verbal a expressão “Limpar a cara.” e com a escova de dentes usando como pista a

expressão verbal “Lavar os dentes.”. Não se preocupe em fazer com que a criança

seja capaz de lavar os dentes ou pentear-se uma vez que se pretende que estas

actividades a ajudem, em primeiro lugar a copiar os movimentos. Devemos, neste

nível preocuparmo-nos em fazer com que ela copie os movimentos.

12 –TIRAR OBJECTOS DE UM SACO EM IMITAÇÃO

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a atenção ao uso de materiais pela professora

Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso de 5 objectos familiares

Materiais: Taça, bacia ou saco, 5 itens ou brinquedos comuns (ex.: esponja, bola, carro de

brincar, chávena, escova do cabelo)

Procedimento:

Coloque os 5 itens numa taça, numa bacia ou num saco. Se a Maria tiver

dificuldade em manter a atenção, use uma bacia ou uma taça para que veja

quantas vezes tem de desempenhar a tarefa antes desta estar completa.

Seleccione um item da taça, assegure-se que a criança está a olhar para si e use o

objecto da forma apropriada (ex. rolar a bola, mover o carrinho, etc.). Em seguida

dê-lhe o objecto e faça com que ela repita a acção. Ajude-a apenas se precisar.

Após ter copiado a acção com sucesso, ponha de lado o objecto e seleccione outro

da taça. Repita o procedimento até o saco ou a taça estar vazio.

13 - IMITAR OS SONS DE OBJECTOS

Imitação, vocal

Imitação, motricidade

Desempenho verbal, vocalização

Meta: Melhorar a articulação e aumentar a atenção aos movimentos dos lábios

Objectivo: Imitar com sucesso os sons associados a 3 brinquedos ou objectos comuns

Materiais: 3 brinquedos comuns ou objectos de casa com sons diferentes (ex.: relógio,

campainha, carro de brincar)

Procedimento:

Coloque os 3 objectos num dos lados da mesa onde a Maria possa ver

exactamente em quantas partes se divide a tarefa. Tire um dos objectos e emita o

som geralmente associado a este objecto. Se este tiver uma acção particular,

combine o som e o movimento. Assegure-se que a Maria está a olhar para si e

repita o som. Então dê-lhe o objecto e toque-lhe nos lábios para indicar que ela

Page 13: Actividades raparigas

deve reproduzir esse som. Não se preocupe se ela não reproduz o som de forma

exacta. Após ela ter imitado o som associado ao 1º objecto, coloque o item na outra

parte da mesa e repita o procedimento com outro objecto. Continue a actividade até

usar os 3 objectos.

Exemplos de objectos que podem ser associados com sons:

a) relógio- “tic-tac”

b) campainha- “Turim”

c) carrinho- “pó-pó”

d) comboio- “uu-uu”.

14 – DESENHAR LINHAS HORIZONTAIS, POR IMITAÇÃO

Imitação, motricidade

Coordenação óculo-manual

Meta: Imitar a professora, no que respeita o uso de materiais, ganhar prática em

controlar um lápis, desenvolver a compreensão dos passos que envolvem uma

tarefa

Objectivo: Desenhar 3 linhas horizontais imitando

Materiais: 3 lápis, 3 folhas de papel, 2 tabuleiros

Procedimento:

Coloque 3 lápis num tabuleiro, próximo de 3 folhas de papel. Coloque o tabuleiro

vazio no outro extremo da mesa. Tire uma folha do tabuleiro e um lápis e mostre a

Maria como desenhar uma linha horizontal no papel. Dê ênfase à linha através de

um movimento exagerado e com um som qualquer, por exemplo: “Zip Zip”. Em

seguida coloque-lhe o lápis na mão e ajude-a a fazer uma linha horizontal. Enfatize

a rapidez do movimento. Não a deixe rabiscar. Quando ela tiver feito a marca com o

1º lápis, coloque-o no tabuleiro vazio (correspondente às actividades terminadas) e

tire um outro lápis (ver figura). Repita o procedimento usando uma folha nova.

Retire gradualmente a sua ajuda, à medida que ela for conseguindo realizar a tarefa

sozinha. Quando todos os lápis estiverem no tabuleiro das actividades terminadas,

o exercício está completo.

15 – IMITAR MOVIMENTOS DAS MÃOS

Page 14: Actividades raparigas

Imitação, motricidade

Motricidade global, braço

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Melhorar a imitação de movimentos simples das mãos

Objectivo: Imitar movimentos simples das mãos tais como bater palmas

Materiais: Contas, fio

Procedimento:

Uma vez que sabemos que a Maria gosta de enfiar contas, vamos usar essa

capacidade para trabalhar outra aptidão. Dê-lhe o fio e a conta e deixe-a enfiar.

Para as contas seguintes, faça com que a Maria bata as mãos imitando a

professora antes de este lhe dar a conta. No início é provável que tenha de bater as

suas mãos e guiar as mãos dela para que consiga bater as palmas. Quando ela se

acostumar à ideia de bater as mãos imitando a professora para obter outra conta,

mude a actividade de imitação para outra como por exemplo: bater na mesa ou nas

mãos da professora. Usando as contas como factor de motivação, será mais

provável que a Maria preste atenção ao que lhe é proposto e fazer o que for

necessário para conseguir outra conta.

16 – IMITAR COM PLASTICINA

Imitação, motricidade

Motricidade fina,. manipulação

Meta: Aumentar a atenção ao uso de materiais por parte da professora e desenvolver

controle do movimento das mãos

Objectivo: Imitar movimentos simples envolvendo plasticina

Materiais: Plasticina

Procedimento:

Divida a plasticina em 4 bocados iguais. Coloque as 4 peças de um lado da mesa,

onde a Maria possa vê-las. Dê-lhe, em seguida uma peça enquanto fica com uma

peça para si. Assegure-se de que ela está a olhar para si e molde a plasticina em

forma de salsicha. Enquanto está a moldar a plasticina diga-lhe: “ Olha, faz tu.”. Se

ela não a tenta imitar ou se ela não usa um movimento de rolar a plasticina, use a

sua outra mão para fazer com que ela use o movimento adequado. Assim que ela

começar a usar a plasticina sozinha, recompense-a e coloque as duas peças já

usadas no outro lado da mesa. Repita o procedimento com as duas peças restantes

mas desta vez faça com que ela a imite a pressionar a plasticina como se fosse

uma panqueca. Após ela ter imitado essa actividade, coloque as duas peças

achatadas junto das duas primeiras e a actividade termina. Repita a actividade

Page 15: Actividades raparigas

muitas vezes e, à medida que ela fica com mais perícia, use mais peças de

plasticina e alterne os dois movimentos.

17 –TOCAR DUAS PARTES DO CORPO POR IMITAÇÃO

Imitação, motricidade

Motricidade global,. braços.

Motricidade fina, coordenação de duas mãos

Meta: Aumentar a atenção e desenvolver aptidões de imitação mais avançadas

Objectivo: Imitar uma série de 3 acções envolvendo o toque simultâneo de duas partes

diferentes do corpo

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Coloque a Maria, de pé, voltada para si e assegure-se que está a olhar para si.

Toque uma parte diferente do corpo com cada mão, por exemplo: coloque uma mão

em cima da cabeça e a outra na barriga. Exagere o movimento no sentido de se

assegurar que ela está a prestar atenção ao que está a fazer. Indique-lhe que tem

de a imitar. Diga-lhe “Faz tu.” e repita o movimento. Mantenha a posição para que

ela tenha continuamente um modelo para imitar. Se ela não fizer nenhum esforço

para imitar, coloque-lhe as mãos em posição. Se tentar imitar mas tem dificuldade

em realizar as duas acções, repita os dois movimentos e exagerando-os diga

“Cabeça e barriga.”.

18 - IMITAR EXERCÍCIOS COM O QUEIXO

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver competências orais motoras necessárias ao desenvolvimento da

linguagem

Objectivo: Desenvolver uma série de movimentos do queixo e da língua imitando a

professora

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se de frente para a Maria e diga “Faz como eu.”. Faça os seguintes

movimentos para que ela os imite:

a) Abra e feche a boca, batendo os dentes.

b) Fixe a cabeça e mova o queixo para a esquerda e depois para a direita.

Provavelmente, necessitará da sua ajuda, por isso esteja preparada para

mover-lhe o queixo com a sua mão.

Page 16: Actividades raparigas

c) Faça um movimento exagerado como se estivesse a mastigar e faça com

que ela a imite.

d) Deite a língua de fora, coloque-a dentro da boca, mova-a para a esquerda

e para a direita.

Como recompensa pela imitação, dê-lhe pedacinhos de comida difíceis de

mastigar, mas que sejam agradáveis (pastilhas, gomas, etc.).

19 – IMITAR O USO DE MATERIAIS

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver a imitação do uso de materiais.

Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso variado de materiais comuns.

Materiais: Colher de madeira, tacho, bola, chave

Procedimento:

Sente-se em frente a Maria com os 4 objectos de um lado da mesa. Tire um objecto

e certifique-se que ela está a olhar e demonstre a utilidade que esse objecto tem.

Em seguida peça-lhe para imitar a sua acção, com a sua ajuda se necessário.

Substitua o objecto e repita o procedimento com o segundo objecto. Use o mesmo

objecto de formas diferentes e assegure-se que ela copia a acção que está a

demonstrar neste momento e não uma outra acção demonstrada com o mesmo

objecto. Evite escolher os objectos de formas previsível. Pode inclusive, usar o

mesmo objecto duas vezes seguidas com diferentes acções mas lembre-se de

guardar os objectos com os outros, mesmo que pretenda demonstrá-lo novamente.

Exemplo de uma rotina:

a) Lançar a bola.

b) Bater no pote com a colher.

c) Rolar a bola.

d) Achatar a chave.

e) Mexer no pote com a colher.

f) Rodar a chave.

g) Atirar a bola ao ar.

20 – IMITAR BRINCADEIRAS COM BONECOS

Imitação, motricidade

Social, interacção individual

Meta: Aprender aptidões de jogo através da imitação

Objectivo: Imitar sérias de acções simples envolvendo bonecas

Page 17: Actividades raparigas

Materiais: 2 bonecos ou peluches, 2 toalhas pequenas, 2 lenços, 2 colheres pequenas, 2

chávenas pequenas, 2 caixas pequenas

Procedimento:

Sente-se com a Maria numa mesa, numa cama ou noutro sítio confortável. Dê-lhe

cada um dos objectos acima mencionados incluindo uma boneca e guarde um

conjunto para si. A professora coloca a sua boneca à sua frente e pede à Maria

para fazer o mesmo. Só a ajude se ela parecer confusa. Coloque a boneca na caixa

e ponha a toalha por cima como se fosse deitá-la. Ajude a Maria a fazer o mesmo

com a boneca dela. Repita o procedimento com o lenço para limpar o nariz da

boneca. Use as colheres para alimentar a boneca e a chávena para lhe dar de

beber.

21 – IMITAR SONS DE ANIMAIS

Imitação, vocal

Desempenho verbal, vocalização

Meta: Melhorar a articulação, atenção e imitação dos movimentos da boca

Objectivo: Imitar os sons de 5 animais

Materiais: Animais de brincar ou desenhos de animais com sons distintos

Procedimento:

Faça com que a Maria se sente do outro lado da mesa com 5 animais ou figuras de

animais de um lado da mesa. Tire um dos animais e mostre-lho. Faça os sons

associado com cada animal assegurando-se que ela está a olhar para a sua boca.

Exagere o som e faça os movimentos da boca de forma clara e distinta. Faça com

que ela toque na sua boca enquanto faz o som. Dê-lhe o animal e encoraje-a a

emitir o som em questão. Recompense-a por tentar imitar e ajude-a com os

movimentos da boca. Animais adequados para trabalhar esta competência incluem

o cão, o gato, o carneiro, a vaca e a abelha.

22 – JOGOS MUSICAIS COM AS MÃOS

Imitação, motricidade

Motricidade fina, movimentos das mãos

Meta: Copiar os movimentos das mãos e posições durante as canções

Objectivo: Abrir e fechar os punhos imitando o adulto. Colocar as mãos no colo, na cabeça

e atrás das costas imitando

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Page 18: Actividades raparigas

Escolha uma melodia simples, que possa ser repetida muitas vezes, para cantar à

medida que vai cantando:

“ Abre…fecha….abre…fecha,

bate as palmas, palmas, palmas.

Abre…fecha…abre…fecha.

Põe as mãos no colo, colo, colo”

As variações podem incluir “Pôr atrás das costas.”, e “Pôr na cabeça.”. Este é um

tipo de jogo musical que é frequentemente jogado nas escolas. É necessário que a

professora se sente numa cadeira, de frente para a Maria e, muito lentamente,

começar a cantar e a demonstrar a primeira linha da canção. Ajude-a a mover as

suas mãos imediatamente após ter feito a acção para que ela entenda que é

necessário fazer a mesma coisa. Somente após ela ter começado a compreender o

que se espera dela é que se deve acelerar o ritmo da canção.

23 – IMITAÇÃO AVANÇADA COM PLASTICINA

Imitação, motricidade

Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Imitação, vocal

Meta: Aprender a aumentar a atenção aos movimentos da professora e desenvolver

força nos dedos

Objectivo: Imitar a construção de três figuras simples feitas com plasticina

Materiais: Plasticina

Procedimento:

Page 19: Actividades raparigas

Coloque 6 pedaços médios de plasticina na mesa. Coloque 3 em frente à Maria e

guarde 3 para si. Com uma peça faça um objecto simples familiar à Maria, como

por exemplo: uma taça, (ver figura). Faça com que a criança imite a sua construção.

À medida que vai fazendo a sua taça diga-lhe “Faz como eu.”. É provável que tenha

de lhe dirigir as mãos inicialmente mas, em seguida, continue a moldar a sua taça

para que ela tenha um modelo para imitar. Quando a Maria tentar imitar a

construção coloque de lado as duas supostas taças e recompense-a. Siga o

mesmo procedimento com os restantes pedaços de plasticina. Diga-lhe o nome do

objecto em questão de forma repetida e encoraje-a a imitar. Se ela demonstrar

dificuldade é bom ter uma terceira pessoa a ajudá-la para que a professora

continue a moldar o objecto sem interrupções.

24 – IMITAR MOVIMENTOS DE ANIMAIS

Imitação, motricidade

Motricidade global

Meta: Melhorar a imitação motora mais complexa e encorajar a imitação de memória

Objectivo: Imitar os movimentos de 3 animais

Materiais: 3 animais de peluche ou 3 figuras de animais (usar apenas animais com

movimentos distintos tais como um pássaro, um coelho ou um elefante)

Procedimento:

Encontre uma área espaçosa em que não haja a possibilidade da Maria tropeçar

em móveis. Mostre-lhe um dos animais e deixe os outros num sítio visível para que

ela possa aperceber-se de que a tarefa tem uma sequência. Mostre-lhe, por

exemplo, o pássaro e diga “Olha, o pássaro. O pássaro voa.”. Bata os braços como

se estivesse a voar e diga “Um pássaro voa.”. Tente fazer com que ela a imite por

uns segundos, mas de início é provável que a tenha de ajudar a fazer os

movimentos. Repita a actividade com os outros dois animais. Quando a Maria tiver

feito a actividade algumas vezes deve começar a conseguir ligar o nome à figura e

à actividade a realizar. Quando ela conseguir imitar estas acções com facilidade,

mostre-lhe um dos animais, mas hesite alguns segundos para ver se ela se

antecipa nos movimentos. Se ela parecer confusa devido ao facto da professora

Page 20: Actividades raparigas

não antecipar os movimentos, continue a actividade de imitação por mais algumas

sessões. É importante não ir depressa demais uma vez que a Maria pode não estar

à vontade com a tarefa.

25 – JOGO DA ESTÁTUA

Imitação, motricidade

Motricidade global

Meta: Melhorar a motricidade global

Objectivo: Imitar pessoas ou bonecos em diferentes posições

Materiais: Figuras de pessoas em várias posições

Procedimento:

Mostre a imagem de uma pessoa de pé e assuma essa posição, ajudando a Maria

a assumir essa posição. Se possível, uma terceira pessoa ajudará a Maria a

posicionar os seus braços e pernas de forma a que ela possa estar sempre a olhar

para o modelo. Comece com diferentes posições para que ela não tenha receio de

perder o equilíbrio. Assim que as suas capacidades aumentem, faça com que ela

imite posições mais complicadas (ver figura).

26 – IMITAR ACÇÕES COM DUAS ETAPAS

Imitação, motricidade

motricidade global

Realização cognitiva, sequencialização

Meta: Melhorar a atenção, imitar as acções de outra pessoa e memorizar uma

sequência

Objectivo: Imitar pessoas ou bonecos em diferentes posições

Materiais: Figuras de pessoas em várias posições.

Procedimento:

Assegure-se que a Maria está a prestar atenção e desempenhe uma acção com

uma sequência de duas etapas. Assegure-se de que a Maria consegue

Page 21: Actividades raparigas

desempenhar cada movimento da rotina. Após lhe ter demonstrado a sequência da

acção acompanhe-a na sua execução e recompense-a. Em seguida, faça com que

ela desempenhe as acções pretendidas sozinha. Se ela desempenhar apenas uma

parte da sequência ou se entender a ordem de forma errada, guie-a através das

actividades novamente e depois recompense-a.

Exemplo de sequências com duas etapas:

a) Tocar a porta e em seguida andar à volta da mesa

b) Fechar a porta e sentar-se numa cadeira específica

c) Bater na mesa e depois bater na porta

d) Sentar-se numa cadeira e depois correr para a porta

27 – IMITAR MUDANÇAS DE SOM (VELOCIDADE E VOLUME)

Imitação, motricidade

Percepção, audição

Motricidade fina, manipulaçãos

Meta: Melhorar a atenção e desenvolver conceitos de imitação de alto/baixo e

devagar/depressa

Objectivo: Imitar mudanças de velocidade e volume de um padrão enquanto bate com uma

colher numa panela

Materiais: 2 colheres , duas panelas

Procedimento:

Sente-se com a Maria à mesa, coloque uma panela e uma colher à sua frente e

guarde uma de cada para si. Comece a bater com a colher na panela a um ritmo

regular e moderado. Faça com que ela imite as suas batidas. Ajude-a a começar se

necessário, mas tente ajudar o menos possível. Tente bater na sua panela ao ritmo

dela. Quando os vossos ritmos estiverem quase iguais, comece a bater na sua

panela a um ritmo mais veloz (assegure-se que a mudança de ritmo seja nítida). Se

a Maria não aumentar o seu ritmo para igualar-se ao seu, use a sua outra mão para

a guiar para o ritmo pretendido. Diga: “Bate mais depressa, Maria.”. Quando ela

aumentar o ritmo, mesmo que seja com a sua assistência, diminua novamente o

ritmo e veja se ela o imita. Repita a actividade muita vezes até ela conseguir prestar

atenção à velocidade das suas batidas e ao padrão aproximado. Quando a Maria

conseguir imitar com sucesso a sua velocidade, use a mesma estratégia para lhe

ensinar a prestar atenção ao volume.

Page 22: Actividades raparigas

PERCEPÇÃO

Muitos dos problemas de aprendizagem e do comportamento manifesto por

crianças com autismo resultam da percepção desordenada ou do processamento

deficitário da informação sensorial. Estas dificuldades podem envolver muitas

modalidades de combinação dos nossos sentidos, como audição, visão, tacto, olfacto e

gosto. Um dos problemas mais comuns nas crianças com autismo é a sua

incapacidade de integrar as diferentes modalidades de informação sensorial de forma a

conseguir uma imagem correcta do seu meio.

Os problemas de percepção de cada criança com autismo variam de caso para

caso. Uma criança pode parecer .não se aperceber de um som emitido perto dela, mas.

responder inadequadamente aos sons distantes do tráfego. Outras podem ter

preferência especial por um tipo de comida que não é usual, ou ficarem preocupadas

com o sabor ou o cheiro dos objectos. Algumas crianças com autismo podem ser

altamente responsivas a uma modalidade sensorial e não responder a outra

modalidade. O funcionamento pobre em qualquer modalidade sensorial pode causar

dificuldades adaptativas e as modalidades auditivas e visuais são, talvez, as mais

importantes por causa da sua associação com as funções cognitivas.

Hoje em dia, há uma grande preocupação com todas as outras áreas da

percepção e para isso os técnicos recorrem a outros técnicos especialistas nessas

mesmas áreas. Mas aqui, como nas outras áreas funcionais, é necessário para os pais

e professores incorporar um treino de percepção no programa individual da criança. As

capacidades de percepção têm de ser pensadas na criança com autismo como outra

área qualquer.

Seguidamente damos alguns exemplos de programas especiais de

aprendizagem focando essencialmente a percepção auditiva e visual que nos parecem

ser mais úteis para crianças de diferentes níveis de desenvolvimento.

Page 23: Actividades raparigas

28 – DESCOBRIR UM OBJECTO ESCONDIDO

Percepção, visuals

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a atenção a objectos e manter uma imagem visual na memória da

criança por breves períodos

Objectivo: Observar um objecto a ser coberto e manter o interesse nesse objecto por um

breve período de tempo enquanto está escondido e, em seguida descobri-lo

Materiais: Pedaço de pano pequeno, comida ou brinquedo favoritos

Procedimento:

Mostre à Maria o brinquedo e deixe-a manipular por um breve período de tempo.

Em seguida tire-lhe o brinquedo e coloque-o no chão mesmo à sua frente. Deixe

cair o pano em cima do brinquedo imediatamente. Diga “Oh-Oh.”, e ajude-a a puxar

o pano com a mão. Fique contente quando o brinquedo for descoberto para a

encorajar a participar na actividade. Dê-lhe cada vez menos ajuda manual à medida

que se habitua ao jogo e começa a descobrir sozinha o objecto.

29 – TRAJECTÓRIA VISUAL

Percepção, visual

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a atenção visual

Objectivo: Observar a mão de uma pessoa de forma a verificar a colocação de um objecto.

Materiais: 3 taças pequenas ou tabuleiros, pequenas recompensas alimentares

Procedimento:

Sente-se, na mesa, de frente para Maria com os 3 tabuleiros entre vós. Distancie os

tabuleiros 20 cm entre elas. Segure uma pequena recompensa alimentar tal como

um pedaço de chocolate ou um pedaço de bolo e coloque-o no seu campo de

visão. Assim que ela olhar para a recompensa, coloque-a num dos tabuleiros. Se

ela não tirar o pedaço de bolo imediatamente, encoraje-a a fazê-lo e aponte para o

tabuleiro em questão. Se ela não mostrar interesse, guie-lhe a mão até ao pedaço

de bolo. Repita a actividade quantas vezes for necessária até ela começar a prestar

atenção ao movimento da sua mão e começar a tirar o doce sem ajuda.

30 – RECUPERAR OBJECTOS CAÍDOS

Percepção, visual

Motricidade fina, agarrar

Page 24: Actividades raparigas

Motricidade global, braço

Meta: Estimular a atenção visual para localizar um objecto

Objectivo: Observar um objecto cair, localizar a sua posição e baixar-se para o recuperar

Materiais: Uma taça pequena, 5 blocos coloridos

Procedimento:

Alinhe os 5 blocos na ponta da mesa e segure a taça no seu colo. Faça com que a

Maria se sente perto de si. Diga-lhe “Olha.” e, ao mesmo tempo, empurre um dos

objectos para fora da mesa. Actue como se estivesse surpresa. Aponte e diga-lhe “

Olha, vai buscar.”. Se necessário ajude-a a localizar e a apanhar o bloco. Em

seguida, ajude-a a colocar o bloco dentro da taça que está no seu colo.

Imediatamente faça-lhe uma festa e elogie-a. Repita o procedimento com os 5

blocos. Em seguida diga-lhe “Acabou. Obrigada Maria” e dê-lhe um abraço e,

eventualmente, um pequeno lanche.

31 – ENCONTRAR UMA RECOMPENSA ESCONDIDA

Percepção, visual

Meta: Aumentar a atenção visual

Objectivo: Virar uma chávena para encontrar uma recompensa alimentar

Materiais: Chávena, pequenas recompensas alimentares (por exemplo rebuçados,

amendoins, uvas)

Procedimento:

Sente-se à mesa com a Maria à sua frente. Segure uma recompensa alimentar e

coloque-a no seu campo de visão. Chame-lhe a atenção: “Olha Maria.”. Assegure-

se que ela está a olhar e coloque a recompensa na mesa à sua frente. Lentamente,

coloque a chávena virada ao contrário em cima da recompensa. Em seguida,

segure-lhe a mão e ajude-a a tirar a chávena, fingindo-se surpresa quando encontra

o doce: “Olha Maria.”. Repita o procedimento com outra recompensa mas encoraje-

a e tirar a chávena sozinha. Continue a actividade até ela perceber que tem de

remover a chávena sem ajuda.

32 – RECONHECER SONS FAMILIARES

Percepção, audição

Realização cognitiva

Meta: Alertar para sons familiares e reconhecê-los como um meio de comunicação que

precede um acontecimento

Objectivo: Parar uma actividade quando uma campainha toca, olhar na direcção do som e,

Page 25: Actividades raparigas

de seguida, virar-se para um adulto

Materiais: Campainha

Procedimento:

Antes de iniciar as actividades de tomar banho ou andar de carro, toque a

campainha atrás da Maria e diga “Banho.” ou “Carro.” à medida que a prepara para

o banho ou para andar de automóvel. Se ela não se vira quando a campainha toca,

coloque-se ao seu lado para que note o movimento visualmente. Não a deixe ver o

movimento da campainha a não ser que esteja certo de que ela não se apercebe do

som. À medida que se habitua com esta rotina, ela notará o som com mais rapidez.

Toque sempre a campainha antes destas duas actividades e não use a campainha

noutras ocasiões. Quando ela se habituar a estas actividades comece a espaçar o

som.

33 – ASSOCIAÇÃO AUDITIVA

Percepção, audição

Social, interacção individual

Meta: Aumentar a percepção auditiva

Objectivo: Associar dois sons diferentes , discriminar dois sons e antecipar a acção

associada com cada um dos sons

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha dois sons engraçados e combine-os com duas actividades engraçadas. Por

exemplo: pode optar por fazer-lhe cócegas e dizer “ti-ti-ti” ou bater palmas e dizem

“buuuum”. Lembre-se sempre de associar o mesmo som com a mesma actividade.

A Maria eventualmente associará os sons às actividades distintas. Após ter repetido

esta rotina muitas vezes, faça uma actividade sem a outra, isto é, faça-lhe cócegas

sem o som, para ver se ela se antecipa. Por exemplo: hesite uns segundos antes

de lhe fazer cócegas e diga “ti-ti-ti”. Verifique se ela se antecipa. Diga “buum” e

verifique se ela antecipa o gesto de bater as mãos.

34 – RECUPERAR OBJECTOS

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Realização cognitiva, linguagem receptiva (opção)

Meta: Aumentar a atenção visual e a capacidade em discriminar objectos.

Objectivo: Pesquisar um espaço procurando um objecto desejado e recuperar esse objecto

Page 26: Actividades raparigas

sem se distrair com estímulos estranhos.

Materiais: Caixa média, 3 pares de objectos comuns ( por exemplo: sapatos, chávenas,

maçãs).

Procedimento:

Espalhe 3 objectos familiares em sítios visíveis da sala. Sente-se com a Maria num

local onde se possam ver os 3 objectos. Mostre-lhe um item idêntico a um dos

objectos espalhados. Por exemplo: segure um sapato e diga “Vai buscar o sapato.”.

Se ela tiver dificuldade em localizar o objecto, chame-lhe a atenção para o mesmo

apontando para a área onde ela se encontra. Se ela ainda mostrar dificuldades,

aponte directamente para o sapato. Como último recurso, dirija-lhe a mão, mostre-

lhe o sapato e diga “Vai buscar o sapato.” e encaminhe-a na direcção do sapato.

Coloque os dois sapatos no ponto de partida e, em seguida, na caixa.

Recompense-a assim que o par de objectos estiver na caixa, mesmo que a tenha

ajudado na tarefa. Repita a actividade até que todos os itens se encontrem dentro

da caixa. Se ela tem desenvolvida capacidades adequadas de linguagem receptiva,

use apenas comandos verbais “Vai buscar o sapato.”, em vez de emparelhar os

itens.

35 – JOGO DA CONCHA

Percepção, audição

Social, interacção individual

Meta: Aumentar a percepção visual e memória

Objectivo: Associar dois sons diferentes, discriminar dois sons e antecipar a acção

associada com cada um dos sons

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se à mesa e coloque a Maria à sua frente. Para a primeira parte da

actividade use 3 copos diferentes. Coloque-os ao contrário em cima da mesa e à

frente da criança. Chame-lhe a atenção “Olha Maria.“ e mostre-lhe uma pequena

recompensa alimentar (algo que ela goste), assegurando-se que esta se encontra

dentro do seu campo de visão. Quando tiver a certeza que ela está a prestar

atenção à sua mão, esconda a recompensa debaixo de um dos copos. Não os

mova nem os troque de posição. Diga-lhe “Tira o bolo.” (bombom, rebuçado, etc.) e

aponte para os copos para que ela entenda que deve procurar a recompensa. Se

ela parecer confusa, guie a sua mão para levantar o copo apropriado. Aja como se

estivesse contente por achar a recompensa, elogie-a e dê-lhe a recompensa.

Quando ela conseguir encontrar a recompensa debaixo de 3 copos diferentes,

Page 27: Actividades raparigas

repita o procedimento usando 3 copos iguais. Quando conseguir encontrar a

recompensa usando 3 copos iguais, repita o procedimento, usando apenas 2

copos, mas troque a sua posição após ter colocado a recompensa debaixo de um

delas. Lembre-se sempre de assegurar que a Maria está a prestar atenção ao

movimento da sua mão-

36 – COPIAR PADRÕES COM BLOCOS

Percepção, visual

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a percepção visual e colocar objectos num local específico

Objectivo: Dispor 4 blocos segundo um padrão pré- estabelecido

Materiais: 4 blocos, cartões ou papel branco, marcadores

Procedimento:

Faça um número de folhas de trabalho de cartão, cartolina ou papel, executando o

traçado exterior de um quadrado e, dentro desse quadrado, desenhe 4 quadrados

dispostos de formas variadas tal como é mostrado na figura. Coloque uma das

folhas em frente da Maria e dê-lhe um bloco dizendo-lhe “Põe em cima.” ou. ”Põe

na casinha.”. Dirija a mão da Maria para colocar o objecto no sítio indicado,

recompense-a imediatamente e repita o procedimento até os 4 blocos estarem nos

devidos sítios. Repita o procedimento com uma segunda cartolina, mas no quarto

bloco diga-lhe “Põe na casinha.” (ou outra expressão que tenha decidido adoptar)

sem apontar o sítio indicado. Verifique se ela procura o quadrado que falta

preencher. Reduza gradualmente a sua ajuda de forma a que, para o final, não

necessite de apontar.

37 – DISCRIMINAR DESENHOS

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Aumentar competências visuais e de emparelhar

Objectivo: Emparelhar pares idênticos de desenhos simples

Materiais: Papel, marcadores ou lápis

Procedimento:

Use marcadores grossos para fazer desenhos simples mas cheios (ver figura).

Page 28: Actividades raparigas

Coloque apenas um desenho por folha mas faça em duplicado. Coloque um

conjunto de desenhos em frente da Maria de forma a que ela os veja a todos ao

mesmo tempo. Guarde, no seu colo, os desenhos que combinam com os que estão

expostos. Dê-lhe um dos desenhos que tem no colo e diga-lhe “Procura o desenho

igual.”. Segure-lhe a mão e dirija-a aos desenhos que estão expostos. Se o

desenho não for igual, diga-lhe “Não é igual.” e compare-o com os cartões

seguintes. Quando encontrar o desenho igual, diga-lhe “Este é igual.” e coloque os

dois cartões lado a lado, assegurando-se que a Maria está a ver enquanto compara

os desenhos. Repita o procedimento até todos os desenhos estarem

emparelhados. No início não use mais que 3 desenhos por conjunto, mas,

gradualmente, aumente o número e complexidade dos desenhos à medida que as

suas capacidades aumentam.

38 – DISCRIMINAR OBJECTOS QUE PRODUZEM SONS

Percepção, audição

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar a percepção auditiva

Objectivo: Emparelhar os sons de diversos objectos

Materiais: 3 pares de objectos que produzam som (castanholas, sino, campainha, boneco

de apertar, apito, etc.)

Procedimento:

Sente-se com a Maria numa mesa. Coloque 2 objectos diferentes na mesa, à sua

frente, guarde 2 objectos iguais para si e coloque-os à sua frente. Use um deles de

forma apropriada e, de seguida, segure a mão da Maria e ajude-a a usar o objecto

igual por forma a produzir o mesmo som. Coloque-o no mesmo lugar e repita o

procedimento com o segundo objecto. Coloque-o no seu lugar original (em cima da

mesa). Volte a produzir som com o 1º objecto e encoraje-a usar o seu. Verifique se

ela escolhe o objecto correcto. Se ela não o faz, pare-a e guie-lhe as mãos para

aquela que está certo. Repita o procedimento, alternando entre os dois objectos.

Quando a Maria conseguir escolher o objecto produtor de som correctamente e de

forma consistente, comece a variar o padrão de escolha de forma a não alternar

entre os dois (por exemplo: escolha duas vezes o 1º e uma vez o segundo, etc..).

Finalmente coloque os seus objectos numa caixa atrás das costas. Escolha um

deles e produza um som de forma a que a Maria não consiga ver qual está a usar.

Faça com que ela escolha o objecto correcto e emita o som apropriado. À medida

Page 29: Actividades raparigas

que vai adquirindo mais competências, aumente o números de objectos de som

mas assegure-se sempre que cada um delas produz um som distinto.

39 – CAIXA DE ENCAIXES

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar.

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a procura visual, emparelhar, coordenação óculo-manual

Objectivo: Inserir 3 objectos numa caixa de encaixes simples

Materiais: Caixa de sapatos, 3 itens de vários tamanhos e formas ( por exemplo: uma

conta, 2 blocos diferentes)

Procedimento:

Corte o formato de 3 objectos simples na tampa da caixa de sapatos. Assegure-se

que os objectos podem ser introduzidos nesses espaços sem dificuldade.

Demonstre à Maria como colocar o objecto no sítio correcto e insira o objecto na

caixa. Dê-lhe um segundo objecto. Se ela parecer confusa, guie a sua mão no

sentido de ela conseguir colocar o objecto correctamente: dirija a sua mão para o

orifício. Se não couber diga “Não.” e mova a mão para o orifício seguinte. Quando

encontrar o sítio correcto diga “Sim.” e ajude-a a inserir o objecto. Repita o

procedimento até a Maria conseguir colocar todos os objectos sem assistência.

Quando esta caixa se tornar fácil para ela, construa uma mais difícil com diferentes

objectos.

40 – COPIAR PADRÕES COM BLOCOS

Percepção, motricidade

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a capacidade de perceber diferenças em desenhos e Imitar o uso de

Page 30: Actividades raparigas

materiais para copiar esses desenhos

Objectivo: Dispor 5 blocos de forma a imitar a disposição dada pela professora

Materiais: 10 blocos

Procedimento:

Sente-se com a Maria na mesa e coloque à sua frente 5 blocos, guardando 5 para

si. Diga-lhe “Olha Maria.“ e disponha os seus blocos de uma forma distinta (ver

figura), assegurando-se que ela está a prestar atenção à forma como dispõe os

cubos ou blocos. Aponte para os blocos que ela tem à frente e diga “ Faz tu”. De

início terá de lhe guiar as mãos para que ela consiga colocar os cubos de forma

apropriada. Repita o procedimento com 3 padrões diferentes por sessão. Reduza a

sua assistência assim que ela começar a copiar os desenhos sozinha.

Recompense-o cada vez que conseguir copiar correctamente a disposição dos

cubos da professora.

41 – ESCOLHER FORMAS

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Aumentar a atenção visual e competências de emparelhar

Objectivo: Escolher 3 formas diferentes

Materiais: Papel grosso colorido

Procedimento:

Corte vários triângulos, quadrados e círculos, assegurando-se que cada forma é do

mesmo tamanho e cor. Coloque um exemplar de cada um em frente à Maria. Dê-

lhe as outras formas, uma de cada vez, e peça-lhe para as colocar no conjunto

apropriado. Se ela parecer confuso, guie a sua mão para emparelhar as formas de

maneira correcta, dizendo “É esta.” ou “Não é esta.”. Além disso, vá nomeando as

formas à medida que as tenta colocar no sítio correcto. A Maria poderá não

entender os nomes, de início, mas habituar-se-á a ouvir diferenças nos sons desses

nomes.

42 – DISCRIMINAR TAMANHOS E FORMAS

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Page 31: Actividades raparigas

Meta: Aumentar a atenção visual e as competências de emparelhar

Objectivo: Emparelhar formas ou diferentes tamanhos

Materiais: Papel, cartão cola, tesouras

Procedimento:

Corte pares de quadrados, triângulos, círculos e rectângulos de diferentes

tamanhos. Assegure-se que todas as formas são da mesma cor. Cole um dos

conjuntos numa cartolina e guarde as formas correspondentes (ver figura). Coloque

a cartolina em frente da Maria, dê-lhe uma das formas e faça com que ela procure a

figura correspondente. Se ela parecer confusa, mostre-lhe como colocar a figura no

sítio correcto, comparando-a com as figuras da cartolina, uma a uma. Repita o

procedimento, até todas as formas terem sido colocadas.

43 – PUZZLES – 1

Percepção, visual

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a percepção visual e a percepção da forma

Objectivo: Observar a mão da professora, tirar uma peça do puzzle da sua mão e

emparelhá-la com o local apropriado do puzzle

Materiais: Um puzzle simples de 3 ou 4 peças

Procedimento:

Retire todas as peças do puzzle e coloque o encaixe em frente da Maria. Guarde as

peças no seu colo onde ela não as possa ver. Coloque uma das peças no seu

campo de visão e diga “Olha.”. Assegure-se de que ela está a olhar para a peça,

coloque-a na mão frente da Maria e ajude-a rodar até que ela a consiga colocar no

encaixe. Repita o procedimento com as outras peças, retirando a assistência

manual de forma gradual, à medida que ela começa a conseguir desempenhar essa

actividade sozinha. Recompense-a de cada vez que ela conseguir colocar

correctamente as peças. Se ela tem dificuldade em colocar a peça no encaixe, dê-

lhe toda a assistência possível antes dela se mostrar frustrada. O objectivo da

tarefa é simplesmente encaixar as peças nos locais certos. Assegure-se que lhe

Page 32: Actividades raparigas

mostra a peça de diferentes locais de cada vez que ela tiver que visualizar a sua

mão.

44 – PUZZLES – 2

Percepção, visual

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a percepção visual

Objectivo: Observar a mão da professora e colocar as peças no local apropriado do puzzle

Materiais: Um puzzle simples de 3 ou 4 peças

Procedimento:

Retire as peças do puzzle e espalhe-as de forma que fiquem ao seu lado. Diga “

Olha Maria.” e aponte para uma das peças. Quando ela olhar, diga-lhe para a

colocar. Se necessário, guie-lhe as mãos para que segure a peça, para que a

compare com os vários encaixes e para que a coloque no local apropriado. Se ela

tentar colocar outra que não a indicada por si, pare-a e dirija a atenção para a peça

correcta. Repita o procedimento até todas as peças estarem no puzzle. Uma vez

que isto é uma tarefa perceptiva primária, não se preocupe demasiado se ela não

conseguir colocar totalmente a peça no encaixe, mas recompense-a cada vez que

ela descubra o encaixe correcto.

45 – DISCRIMINAR CORES

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a atenção visual, a discriminação da cor e a generalização da cor

Objectivo: Escolher um grupo de 8 objectos diferentes pela cor

Materiais: 8 objectos diferentes , 4 de uma tonalidade e 4 de outra (escolha cores

parecidas, o mais semelhante possível), 2 tabuleiros

Procedimento:

Coloque os dois tabuleiros em frente da Maria. Coloque um objecto num tabuleiro e

nomeie a cor; coloque outro objecto, de cor diferente, noutro tabuleiro e nomeie a

cor. Guarde os objectos no seu colo para que a Maria não se distraia. Dê-lhe os

objectos, um de cada vez, nomeando sempre a cor. Faça com que ela coloque

cada item no tabuleiro de acordo com a cor. Se ela colocar o objecto no tabuleiro

correcto, diga “Sim, é azul.” e recompense-a imediatamente. Continue o

procedimento até todos os objectos estarem colocados nos sítios correctos.

Page 33: Actividades raparigas

Quando ela demonstrar à vontade nesta tarefa, adicione uma terceira cor. Lembre-

se sempre de nomear a cor sempre que lhe dá uma peça para que se habitue a

percepcionar a diferença dos sons.

46 – COMBINAR CORES

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Melhorar a discriminação da cor, a atenção visual e as competências de

emparelhar

Objectivo: Combinar blocos coloridos com papel colorido semelhante

Materiais: Blocos coloridos, papel a combinar

Procedimento:

Coloque 2 quadrados diferentes e coloridos numa folha de papel branco. Guarde os

blocos coloridos no seu colo. Dê à Maria um dos blocos diga-lhe para ela procurar o

da mesma cor. Se necessário, guie-lhe a mão. Então, ajude-a a colocar o segundo

bloco no segundo quadrado de papel da mesma cor. Elogie-a imediatamente.

Repita o procedimento com os mesmos materiais mas não lhe guie a mão. Se ela

tentar colocar um bloco em cima de um quadrado de cor diferente diga “Não.” e

guie a mão para o quadrado apropriado. Repita o procedimento até que ela consiga

colocar os blocos nos quadrados correctos, sem assistência. à medida que a tarefa

começa a ficar fácil para ela, introduza blocos e quadrados de papel de outra cor

diferente.

47 – PERCEPÇÃO DE SONS

Percepção, audição

Imitação, motricidade

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a percepção auditiva

Objectivo: Perceber um número de sons diferentes e imitar esse sons

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente-se à mesa e coloque a Maria na sua frente. Chame-lhe a atenção dizendo o

seu nome e bata imediatamente com os nós dos dedos na mesa. Faça uma

pequena pausa entre cada batida de forma que os sons sejam distintos. Encoraje-a

a fazer o mesmo e guie a sua mão para bater na mesa duas vezes. Elogie-a e

recompense-a imediatamente. Repita o procedimento, mas desta vez bata duas

Page 34: Actividades raparigas

vezes. Ajude-a novamente a bater três vezes e recompense-a. Finalmente bata

apenas uma vez e ajude-a mais uma vez. À quarta vez, bata novamente duas

vezes mas não a ajude. Se ela tentar bater mais ou menos vezes diga “Não.” e bata

duas vezes. Ajude-a a bater duas vezes. Repita o procedimento até a Maria

conseguir copiar, de forma consistente, o número de vezes que a professora bateu.

Quando ela se habituar à tarefa, bata no topo da mesa para que ela possa apenas

ouvir as diferentes batidas que deveria realizar. Se ela parecer confusa, aponte

para a sua orelha (da professora) e, de seguida, toque a da Maria e bata

novamente.

48 – JOGO DE DOMINÓ

Percepção, visual

Social, interacção individual

Meta: Jogar dominós com outra pessoa

Objectivo: Emparelhar conjuntos e esperar a sua vez

Materiais: Conjuntos de dominós e conjuntos de cartas pintadas com os padrões dos

dominós.

Procedimento:

Coloque as cartas numa linha, na mesa (ver figura A). Dê à Maria, uma carta de

cada vez para colocar na pilha correcta (colocar as cartas com duas pintas juntas,

com quatro pintas, etc..). Não lhe peça para contar as pintas pois o objectivo é fazer

com que ela reconheça visualmente cada conjunto. Quando ela conseguir realizar

essa tarefa sem dificuldade, mostre-lhe que cada carta é como uma das metades

duma peça de dominó. Pratique esse emparelhar com uma carta e com uma

metade duma peça de dominó (ver figura B). Quando a Maria conseguir realizar

esta actividade com diferentes peças, é altura de iniciar um jogo do mesmo género,

em que joga ela e a professora, um de cada vez. Coloque 6 dominós num tabuleiro.

Os jogadores tiram um dominó do tabuleiro e verificam se combinam com as cartas

que estão dispostas na mesa. Se tal não acontece, os jogadores podem tirar um

dominó extra da pilha. Não se joga por competição ou para contar pontos. Este jogo

serve apenas para combinar conjuntos e para aprender a jogar por turnos.

Page 35: Actividades raparigas

49 – COPIAR A SEQUÊNCIA DE UM DESENHO

Percepção, visual

Motricidade fina, manipulação

Desempenho verbal, vocabulário

Meta: Reconhecer uma sequência e copiá-la

Objectivo: Copiar uma sequência de cortes de papel, trabalhar da esquerda para a direita

Materiais: Papel colorido cortados em várias formas (rodas pretas de 3 cm, rectângulos e

quadrados, dois de cada tamanho), papel branco com duas linhas desenhadas

(ver figura)

Procedimento:

Mostrar a folha de trabalho à Maria apontando para o semáforo desenhado à

esquerda. Dizer-lhe “Olha, vou fazer uma fila com carros parados no semáforo.” (ou

outra expressão mais simples). Junte as rodas e os quadrados e as rodas para

formar uma linha com 3 carros. Peça à Maria para repetir “Primeiro o carro

vermelho e grande, depois o carro azul e por fim o verde comprido”. Agora, peça-

lhe para, na linha de baixo, fazer uma linha de carros iguais à que fez. Após ela ter

juntados as peças correctamente, peça-lhe para as passar para o papel. No dia

seguinte, use um tema diferente mas ainda com uma sequência de 3 objectos

(exemplo: caixas grandes, médias e pequenas debaixo de uma arvore de Natal,

etc.). Assegure-se que a Maria trabalha sempre da esquerda para a direita. Quando

verificar que ela entende a sequência, faça com que ela copie sequências de

formas e cores que não são representativas de objectos concretos.

50 – LEITURA GLOBAL

Percepção, visual

Desempenho verbal, vocabulário

Meta: Ler globalmente 5-10 palavras

Objectivo: Emparelhar a palavra escrita com o objecto e dizer a palavra.

Materiais: Cartões, fita cola, palavras escritas

Page 36: Actividades raparigas

Procedimento:

Coloque as palavras nos cartões e faça 5 cópias de cada palavra. Primeiro, ensine

a Maria a emparelhar as palavras para ter a certeza de que ela sabe que são as

mesmas (ver figura). Agora cole, com fita cola, a palavra ao objecto em questão

(cole a palavra “mesa” no objecto “mesa”, etc. ). Sente a Maria na cadeira, segure o

cartão e pergunte “O que diz neste cartão?”. Se ela não souber, diga-lhe e peça-lhe

para colocar o cartão no objecto real. Quando ela o fizer, tranquilize-a dizendo “

Sim, isso diz...” (nome do objecto). De seguida, peça-lhe para repetir a palavra.

Continue com este jogo diariamente, dando-lhe ajuda assim que ela hesitar.

Quando vir que ela se lembra das palavras, teste-a, removendo os cartões

previamente colados ao objecto e veja se ela ainda consegue ler os cartões e

apontar ou colocar o rótulo no objecto. Se a Maria conseguir lembrar-se das

palavras por uma semana, sem ajuda do objecto real, então tente ensinar-lhe mais

algumas. Ensine-lhe palavras que lhe sejam úteis mais tarde quando lhe quiser dar

instruções tais como “Apaga a luz.” ou “Coloca aqui a roupa suja.”.

Page 37: Actividades raparigas

MOTRICIDADE GLOBAL

O desenvolvimento das competências de motricidade global é uma parte

importante de qualquer programa pedagógico infantil. Apesar destas capacidades nas

crianças com autismo e nas crianças com perturbações de desenvolvimento se

desenvolverem normalmente, na maioria dos casos, é sempre necessário ensinar

novas competências usando as mesmas técnicas. A energia, a força e a agilidade de

uma criança com autismo pode estar mais desenvolvida do que a sua compreensão

verbal ou social. Implementando um programa para a motricidade global,

conjuntamente com o programa geral, podemos usar actividades divertidas que apoiam

a tomada de consciência do seu corpo e da sua relação com o meio. Podemos também

usar essas actividades no estabelecimento de limites comportamentais e sociais

apropriados, e no desenvolvimento de competências em quase todas as áreas de

funcionamento. A hiperactividade demonstrada por algumas crianças com autismo,

pode ser gerida mais eficazmente no contexto de um programa de motricidade global.

Existe um número cada vez maior de sistemas escolares que utilizam terapeutas

em currículos realizados para o desenvolvimento de motricidade global. Pensamos, no

entanto, que é importante que sejam os pais e professores a desenvolver esta área e

que consultem os terapeutas de motricidade apenas quando for necessário.

Professores e pais estão em melhor posição para integrar essas actividades

estruturadas na sala de aula e em casa.

Os problemas mais comuns das crianças com autismo, no que respeita a

motricidade global, são:

1. falta de energia e força muscular

2. fraco controle do equilíbrio

3. falta de jeito para contornar obstáculos

4. fraco controle na força e na velocidade

5. dificuldade em organizar o corpo todo numa acção motora única.

Page 38: Actividades raparigas

51 – BATER AS PALMAS

Motricidade global, braços

Meta: Aumentar a coordenação bilateral de movimentos

Objectivo: Bater as mãos na linha média

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente a criança no seu colo, de frente para si. Bata as palmas devagar enquanto

vai cantando uma melodia simples e vai dizendo com ritmo “Palminhas, palminhas,

Maria.”. Então faça-lhe cócegas devagar de forma a que ela goste. De seguida,

segure-lhe nas mãos e ajude-a a bater palmas enquanto repete a canção. Faça-lhe

cócegas mais uma vez. à medida que ela se habitua ao jogo, reduza gradualmente

a ajuda, segurando-lhe os pulsos, a seguir a parte inferior dos braços e, finalmente,

toque-lhe apenas nas mãos para lhe indicar que deve começar a bater palmas.

52 – SENTAR-SE, SEM AJUDA

Motricidade global, corpo

Meta: Conseguir sentar-se sem ajuda

Objectivo: Voltar-se e usar os braços para impulsionar o movimento

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sempre que for brincar com a Maria ou movê-la para outro local da casa, pratique a

rotina de sentá-la em primeiro lugar em vez de, simplesmente, levantá-la. Enquanto

ela estiver deitada coloque o braço direito da criança ao seu lado. Então, segure o

seu braço esquerdo e empurre-a ligeiramente de forma a que o seu peso fique

sobre o braço direito. Enquanto continua a puxar para a frente, ajude a criança a

levantar o cotovelo direito de forma a que a sua mão fique espalmada no chão

(servindo assim de suporte para que se levante). À medida que se vai habituando à

rotina, ajude-a cada vez menos de forma a que, quando a segurar no braço

esquerdo, ela se comece a impulsionar sem ajuda. Se seguir esta rotina cada vez

que a levantar, ela começará a antecipar os movimentos.

53 – PROCURAR UM OBJECTO

Motricidade global, braços

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar a capacidade da criança de atender às suas necessidades sem ajuda

Objectivo: Procurar objectos e colocá-los ao nível dos olhos

Page 39: Actividades raparigas

Materiais: Animal de peluche ou outro brinquedo

Procedimento:

Pendure por um fio um animal de peluche, por exemplo: numa porta e assegure-se

que o objecto fica à altura dos olhos da Maria, de forma a que ela possa chegar-lhe

facilmente. Diga-lhe “Mexe no boneco.” e recompense-a cada vez que ela se esticar

para o tocar. Quando ela tiver aprendido a esticar-se para apanhar o brinquedo,

coloque um brinquedo pequeno na ponta da mesa. Assegure-se que a Maria vê o

brinquedo e diga “Vai buscar o brinquedo.”. Quando ela retirar o objecto, elogie-a e

deixe-a brincar por alguns minutos. Repita o procedimento várias vezes mas

lembre-se que após esta actividade os objectos que estejam em cima ou nas

pontas das mesas não estarão a salvo. Assegure-se que objectos que se possam

partir ou sejam perigosos não sejam colocados nesses locais.

54 – APANHAR

Motricidade global, braços

Socialização, interacção individual

Realização cognitiva, linguagem receptiva (opção)

Meta: Desenvolver competências motoras dos braços e interacção social apropriada

Objectivo: Jogar à apanhada com outra pessoa

Materiais: Bola tamanho médio

Procedimento:

Faça com que a Maria fique de frente para si, distanciada cerca de 30 cm. Faça

com que ela vire as palmas das mãos para cima e dê-lhe a bola. Então, coloque as

suas mãos da mesma maneira, e diga “Dá-me a bola.”, ou faça um gesto que

signifique dar a bola. Se ela não responder, repita as palavras ou gestos e tire-lhe a

bola. Elogie-a imediatamente, mesmo que tenha tido de lha tirar das mãos. Repita o

procedimento até que a Maria aprenda a lidar com a bola. Distancie-se mais 30 cm

dela e atire a bola devagar para que ela a apanhe. Não se preocupe se, de início,

ela não a conseguir apanhar. Simplesmente volte à posição inicial, mas agora é a

criança que segura a bola. Diga-lhe “Dá a bola.” ou faça um gesto apropriado para

esse efeito. Se ela ficar confusa com a distância adicional, mime a acção de atirar a

bola. Continue a atirar a bola mesmo que ela não a consiga apanhar, até que

aprenda a fazê-lo. Elogie-a por atirar a bola de forma apropriada mas, se a apanhar

seja mais generosa com o elogio no sentido de a deixar saber que conseguiu

realizar algo de excepcional.

Page 40: Actividades raparigas

55 – PASSAR POR CIMA E FICAR EM CIMA DE OBSTÁCULOS

Motricidade global, braços.

imitação, motricidade

Meta: Aumentar a coordenação e a confiança nas capacidades relacionadas com a

motricidade global

Objectivo: Passar por cima ou ficar em cima de diversos obstáculos

Materiais: Caixas de sapatos, banco, livro grande, pacotes do leite

Procedimento:

Disponha uma série de caixas de sapatos e pacotes de leite no chão. Mostre à

Maria como passar por cima de cada obstáculo usando movimentos exagerados.

Em seguida, ajude-a a passar por cima mesmo que a tenha de levantar

ligeiramente, dizendo ao mesmo tempo “Por cima.”, todas as vezes que passar por

cima de um obstáculo. Quando ela conseguir passar por cima dos pacotes de leite

e das caixas de sapatos, ajude-a a ficar em cima dum banco baixo ou dum livro

largo. Demonstre como fica em cima do livro (1º um pé e depois o outro), dizendo

“Em cima.”. Ajude-a a imitar as suas acções. Repita a actividade tantas vezes

quantas forem necessárias até conseguir realizar a actividade sem assistência. Não

espere que ela responda correctamente apenas aos comandos verbais “Em cima.”

e “Por cima.”. Aponte sempre para o topo do objecto quando quiser que ela fique

em cima de algo.

56 – CORRIDA DE OBSTÁCULOS

Motricidade global, corpo

percepção, visual

Meta: Melhorar a coordenação e o equilíbrio e desenvolver a capacidade de seguir um

percurso visual

Objectivo: Seguir um percurso envolvendo movimentos “debaixo de, em cima de ou à volta

de” séries de obstáculos simples

Materiais: Mobília, corda

Procedimento:

Coloque uma corda colorida, se possível, numa dependência da casa de forma a

contornar vários móveis, debaixo das cadeiras, em cima das mesas, etc. Chame a

atenção da Maria e coloque uma recompensa no final da corda. Então guie-a pelo

percurso que a corda exige. No final da corda, ela recebe a recompensa. Depois de

ter realizado, com a Maria o percurso algumas vezes, verifique se ela o consegue

realizar sozinha. Mantenha-se perto dela e, se parecer confusa, dirija a atenção

para a corda. Lembre-se de criar obstáculos simples, de início.

Page 41: Actividades raparigas

57 – APANHAR BRINQUEDOS DO CHÃO

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar o equilíbrio

Objectivo: Apanhar um objecto do chão sem perder o equilíbrio

Materiais: Animal de peluche, bloco, bola, caixa pequena

Procedimento:

Colocar um animal de peluche no meio do chão afastado da mobília e de perigos

potenciais. Ande com a Maria até ao brinquedo e mostre-lhe que se dobra para o

apanhar. Então coloque o brinquedo novamente no chão e indique-lhe para o fazer

também. Segure-a, se for necessário, enquanto ela o faz. Recompense-a,

deixando-a brincar com o animal alguns minutos. Repita o procedimento tantas

vezes quanto as necessárias, até que a Maria seja capaz de se baixar para

apanhar o objecto sem perder o equilíbrio.Quando a Maria estiver segura do seu

equilíbrio, espalhe um número de brinquedos um pouco mais pequenos na sala.

Comece com 2 ou 3 blocos ou bolas e coloque-os no chão, num sítio visível

enquanto ela estiver a ver. Leve consigo uma caixa e caminhe com a Maria até ao

sítio onde estão esses brinquedos. Faça com que ela apanhe os objectos e os

coloque na caixa. Reforce-a quando todos os objectos estiverem na caixa.

58 – BLOCOS GRANDES

Motricidade global, corpo

Meta: Melhorar a capacidade da criança de caminhar enquanto transporta objectos

Objectivo: Apanhar, carregar e empilhar 4 blocos largos

Materiais: 4 caixas de sapatos, papel colorido

Procedimento:

Transforme as caixas de papel em blocos, enchendo-as com papel de jornal.

Coloque as respectivas tampas e forre-as com papel colorido. Espalhe os blocos no

chão, assegurando-se que estão visíveis. Dirija a atenção da Maria para um dos

blocos e diga: “Vai buscar o bloco.”. Faça com que ela apanhe a caixa e a traga de

volta. Ajude-a apenas se ela precisar. Repita o procedimento até a Maria conseguir

recolher todos os blocos. Mostre-lhe como elas se empilham os dois primeiros

blocos e faça com que ela empilhe os seguintes. Ajude-a se necessário. Quando

estiverem todos empilhados, deixe-a dar um pontapé e recomeçar.

Page 42: Actividades raparigas

59 – SUBIR DEGRAUS

Motricidade global, corpo

Meta: Melhorar o equilíbrio, coordenação e a capacidade da criança em mover-se de

forma independente

Objectivo: Subir degraus sem alternar os pés

Materiais: Degraus, fio, lápis

Procedimento:

Quando a Maria conseguir pisar em objectos de forma consistente (actividade 55),

comece a trabalhar com os degraus. Faça com que ela fique de pé em frente delas.

Fique ao seu lado e segure-lhe na mão. Diga “Para cima.” ou “Upa.” ou outra

expressão semelhante e coloque o seu pé esquerdo em cima do degrau. Repita

“Para cima.” e dê-lhe um pequeno empurrão até que ela levante o seu pé esquerdo.

Ajude-a se necessário. Elogie-a e repita o procedimento. Quando ela conseguir

subir 3 degraus segurando a sua mão mas sem que tenha de lhe mover os pés,

repita a actividade, mas deixe-a segurar apenas um dos seus dedos. À medida que

as suas capacidades e confiança aumentam faça com que ela suba os degraus,

mas em vez de a deixar segurar um dos seus dedos, faça com que ela segure a

ponta de lápis enquanto o adulto segura a outra ponta. Depois, substitua o lápis por

um fio. Finalmente, apenas suba ao seu lado para fazer com ela se sinta segura.

60 – ROLAR UMA BOLA – 1

Motricidade global, braço

Coordenação óculo-manual, controle

Percepção visual

Meta: Seguir um objecto visualmente, controlá-lo manualmente e dirigi-lo para um alvo.

Objectivo: Apanhar uma bola e fazê-la rolar sem ajuda.

Materiais: Bola grande

Procedimento:

Sente-se no chão distanciada da criança sensivelmente 1,5 metros. Diga “Olha,

Maria” e role a bola devagar na sua direcção. Se ela se mover para a apanhar,

gesticule para que a devolva. De início, é provável que necessite de uma terceira

pessoa que se sente por detrás dela e lhe guie as mãos. Quando ela se aperceber

que o que se pretende dela é que apanhe a bola, comece a rolá-la em diferentes

direcções. Por exemplo pode começar por fazer rolar a bola para o seu lado

esquerdo e direito de forma a que ela tenha de seguir a bola visualmente e

Page 43: Actividades raparigas

posicionar-se para a alcançar.

61 – ROLAR A BOLA – II

Motricidade global, braço

Percepção, visual

Meta: Desenvolvimento do braço e aprender a rolar uma bola

Objectivo: Rolar uma bola contra a parede, apanhá-la consistentemente sem ajuda

Materiais: Bola grande

Procedimento:

Sente-se no chão à distância de um metro da parede. Faça com a Maria se sente

ao seu lado. Pode ser que, de início, tenha de usar as suas pernas para impedir

que ela se vá embora. Coloque a bola no seu campo de visão e role-a, devagar,

contra a parede. Apanhe-a quando ela voltar para si. Então coloque a bola nas

mãos da Maria e ajude-a a rolar a bola contra a parede. Ajude-a também a apanhar

a bola quando esta voltar. Reduza gradualmente a sua ajuda até que ela consiga

rolar a bola sem ajuda, ver para onde vai a apanhá-la.

62 – CAMINHAR SEM AJUDA

Motricidade global, corpo

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar o equilíbrio e desenvolver a confiança nas capacidades motoras

Objectivo: Andar 6 metros sem ajuda

Materiais: Metro articulado, corda

Procedimento:

Delimite uma área para andar, livre de obstáculos. Coloque duas peças de fio no

chão para significar as linhas de chegada e de partida. Distancie as linhas 1 metro

entre si e, gradualmente, aumente a distância entre elas à medida que as aptidões

da Maria aumentam. Coloque uma recompensa, talvez um pedaço de bolo ou um

boneco, no final do percurso para lhe mostrar exactamente até onde ela vai.

Coloque-se na linha de partida e ajude a Maria a chegar à outra linha seguinte,

segurando-a pelas mãos. Se ela não tentar mexer os pés levante-a ligeiramente de

forma a que dê alguns passos. Deixe-a parar e descansar se necessário mas

mantenha-a numa posição erecta para fortalecer as pernas. À medida que a Maria

se tornar mais autónoma, deixe que faça o percurso segurando apenas uma das

suas mãos. Quando ela conseguir andar uma distância de 3 metros, segurando

apenas uma das suas mãos, faça com que ela segure a ponta de um metro

Page 44: Actividades raparigas

articulado, enquanto o adulto segura a uma pequena distância a mão da criança.

Continue a percorrer o caminho e vá movendo a sua mão para o outro extremo do

metro articulado. Quando ela conseguir andar uma distância de 6 metros segurando

o metro articulado, substitua-o por um pedaço de corda com cerca de 0,5 metro e

repita o procedimento. Quando a Maria conseguir andar uma distância de 6 metros

segurando a extremidade do fio, enquanto o adulto segura a outra, encoraje-a a

fazê-lo sem segurar nada. De início o adulto terá de se manter perto dela, mas

tente, gradualmente, separar-se dela enquanto está a andar.

63 – CAMINHAR PARA OS LADOS E PARA TRÁS

Motricidade global, corpo

Percepção, visual

Meta: Melhorar o equilíbrio e desenvolver várias formas de andar

Objectivo: Andar para os lados e para trás enquanto mantém o equilíbrio

Materiais: Puxar fio com brinquedo

Procedimento:

Coloque o fio na mão da Maria e reforce-a quando ela o agarra com a sua própria

mão. Comece a andar de forma que, ao puxar o brinquedo, este fique atrás de si.

Dirija a sua atenção para o brinquedo de modo a que a Maria tenha de voltar a

cabeça para o ver enquanto ainda anda para trás. Quando ela se sentir bem

andando de lado, faça com que se volte e fique de frente para o brinquedo. Então,

vocês as duas andam para trás enquanto olham para o brinquedo. Se ela mostrar

pouco interesse em andar para trás olhando o boneco, tente com outro, ou então

faça um ruído que combine com o brinquedo (por exemplo: choo - choo, enquanto

puxa um comboio), para a encorajar a prestar atenção. Quando a Maria se puder

movimentar facilmente, enquanto olha o boneco, faça com que ela puxe o

brinquedo à volta de móveis para que se acostume a prestar atenção ao que está à

sua frente e atrás de si.

64 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: TOQUES NOS DEDOS DOS PÉS

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a flexibilidade e a condição física geral

Objectivo: Tocar os dedos 10 vezes

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Page 45: Actividades raparigas

Sente-se perto da Maria com os seus braços direitos e as palmas das mãos

pousadas no chão. Ajude-a a assumir posição similar. Faça com que ela perceba

que se pretende que ela a imite e, devagar, dobre-se pela cintura até tocar os

joelhos. Em seguida, toque os joelhos. Se a Maria demonstrar dificuldade na

imitação, pode ser útil ter uma terceira pessoa para ficar atrás dela para a ajudar a

assumir as posições que se pretendem. Gradualmente tente chegar com as mãos

ao chão até que consiga tocar nos pés sem dobrar excessivamente os joelhos.

65 – ABRIR GAVETAS E ARMÁRIOS

Motricidade global, braço

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a capacidade da criança em satisfazer as suas próprias necessidades

e desenvolver a força das mãos e braços.

Objectivo: Abrir gavetas e armários sem ajuda.

Materiais: Pequenos brinquedos, armários com gavetas e portas.

Procedimento:

Assegure-se que a Maria está a vê-la esconder o brinquedo favorito ou uma

recompensa num armário. Lentamente abra a porta do armário e mostre-lhe o

brinquedo. Feche novamente a porta. Coloque a mão da Maria na porta e ajude-a a

abri-la. Mostre-lhe o brinquedo e deixe-a brincar com ela por uns instantes. Repita o

procedimento muitas vezes, reduzindo de forma gradual a sua ajuda até ela

conseguir abrir a porta de forma autónoma. Repita o procedimento para ensinar a

Maria a abrir gavetas. Assegure-se que os armários onde ela pratica têm gavetas e

portas que abrem facilmente, para que não fique frustrada. Após ter trabalhado

nesta actividade, lembre-se de retirar objectos perigosos do interior de gavetas que

estejam ao seu alcance.

66 – PERMANECER NUM SÓ PÉ

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Melhorar o equilíbrio

Objectivo: Ficar num só pé 5 segundos sem ajuda e sem perder o equilíbrio

Materiais: 2 cadeiras, metro articulado

Procedimento:

Coloque as duas cadeiras juntas numa área livre de outros objectos. Coloque a

Maria à sua frente e cada um de vós segura-se a uma cadeira. Assegure-se que ela

Page 46: Actividades raparigas

está a olhar para si e, lentamente, levante um pé do chão. Faça-lhe sinal para que a

imite. Se ela não a imitar, levante-lhe o pé e certifique-se que ela está a segurar-se

à cadeira. Se possível peça a uma terceira pessoa que lhe levante o pé enquanto

você está a modelar. Repita o procedimento até que ela consiga ficar num só pé,

durante 5 segundos, enquanto está seguro à cadeira. Retire a cadeira e segure-lhe

a mão enquanto a Maria mantém a posição. Quando ela se sentir seguro a agarrar

a sua mão, faça com que ela segure a extremidade de um metro articulado, pondo

a sua mão perto da dela. Lentamente afaste a sua mão para a outra ponta do metro

articulado, sem o largar Finalmente, quando ela conseguir ficar num só pé durante

5 segundos enquanto você segura na ponta do metro articulado, retire-o e faça com

que a Maria se mantenha num pé sem suporte.

67 – DAR PONTAPÉS NUMA BOLA

Motricidade global, pernas

Socialização, interacção individual

Meta: Melhorar a coordenação olho-pé e aprender a dar um pontapé numa bola grande

Objectivo: Dar um pontapé numa bola grande na direcção de uma pessoa

Materiais: Duas cadeiras, bola grande

Procedimento:

Alinhe duas cadeiras, de frente uma para a outra, junto a uma parede. Delimite o

outro espaço lateral com caixas ou outros materiais, para criar uma espécie de

corredor em que a Maria e o adulto possam dar um pontapé à bola, sem que esta

role para os lados. Faça com que ela se sente numa cadeira enquanto você se

senta noutra. Devagar empurre na sua direcção a bola e encoraje-a a fazer o

mesmo. Repita a acção se necessário. Se a Maria tiver dificuldade em entender o

que se pretende, coloque a bola aos seus pés e manipule as suas pernas afim de

dar um pontapé na bola. Recompense-a imediatamente e encoraje-a a pontapear

novamente a bola.

68 – PERMANECER NAS PONTAS DOS PÉS

Motricidade global, pernas

Meta: Melhorar a força das pernas e o equilíbrio

Objectivo: Balançar-se nas pontas dos pés por 10 períodos de 3 segundos cada

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Fique de frente para a Maria e chame-lhe a atenção. Lentamente, eleve-se em

Page 47: Actividades raparigas

meias pontas de pés e volte à posição inicial. Repita o movimento mas, desta vez,

chame-lhe a atenção para os pés (aponte) “Olha, Maria.”. Segure-lhe os braços e,

lentamente eleva-a um pouco para que ela fique apoiada nos dedos. Repita várias

vezes até que ela se habitue a permanecer em meias pontas, reduzindo

gradualmente a actividade. O objectivo é que ela consiga fazer este exercício 10

vezes seguidas.

69 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: PULAR

Motricidade global, pernas

Imitação, motricidade

Meta: Melhorar a força das pernas, coordenação e a condição física geral.

Objectivo: Saltar e tocar um objecto suspenso 10 vezes.

Materiais: Fio, esponja

Procedimento:

Coloque a Maria à sua frente e mostre-lhe como pular. Peça-lhe para a imitar,

enquanto você continua a pular várias vezes. Se ela não a tentar imitar, segure-a

pelos braços e levante-a ligeiramente enquanto o adulto salta. Quando ela começar

a compreender que se pretende que salte, reduza gradualmente a sua ajuda até

que ela o consiga fazer sozinha. Pendure uma esponja a uma distância a Maria

consiga chegar, quando salta. Mostre-lhe como saltar e chegar a tocar na esponja.

Recompense-a sempre que ela conseguir tocar o objecto suspenso. Quando a

Maria conseguir tocar a esponja 10 vezes seguidas, aumente a altura mas

certifique-se que continua dentro do seu alcance.

70 – JOGO DE BOLICHE

Motricidade global, braços.

Socialização, interacção individual

Imitação, motor

Meta: Aumentar a força dos braços e melhorar a precisão dos braços para atingir um

alvo

Objectivo: Rolar uma bola larga com precisão a uma distância de 3 metros

Materiais: Bola grande, pacotes do leite vazios

Procedimento:

Coloque 6 pacotes do leite num padrão 3-2-1. Desenhe um linha a

aproximadamente 2 metros dos pacotes. Mostre à Maria como se posicionar atrás

da linha e rolar a bola para derrubar os pacotes de leite. Coloque novamente os

Page 48: Actividades raparigas

pacotes na sua posição original e ajude a Maria a rolar a bola. Elogie-a por derrubar

qualquer pacote. Anote quantos pacotes é que ela derruba de cada vez que lança a

bola. À medida que o jogo se torna fácil para ela, aumente gradualmente a distância

entre a linha e os pacotes. Além disso, assim que ela começar a habituar-se ao

jogo, pode começar a trabalhar a noção de jogar por turnos. Faça marcas simples

num cartão para que ela veja quantos pacotes derrubou e quantos é que o adulto

derrubou. Encoraje-a a divertir-se com o jogo sem que este se torne competitivo.

71 – ATIRAR UM PROJÉCTIL

Motricidade grossa, braços

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Desenvolver movimentos de atirar e aprender a dirigir um projéctil a um alvo

Objectivo: Atirar um projéctil para dentro de uma caixa colocada a 1 metro de distância 5

vezes seguida

Materiais: 2 projecteis, caixa

Procedimento:

Sente-se ao lado da Maria numa área aberta e demonstre-lhe como atirar o

projéctil. Assegure-se que ela está a olhar quando o demonstrar. Segure o projéctil

numa mão, lentamente puxe o braço atrás e, ao puxá-lo para a frente, descreva um

movimento em forma de arco. Lembre-se de manter os movimentos lentos. Dê à

Maria outro projéctil e guie a sua mão para a ajudar a lançá-lo. Repita a actividade

muitas vezes, retirando gradualmente o controle da mão da criança para o punho e,

depois, para o seu braço, para o cotovelo e, finalmente para o antebraço até retirar

por completo a ajuda. Quando ela conseguir atirar o projéctil sem ajuda, comece a

desenvolver o acto de atirar a um alvo específico. Coloque a caixa no chão à frente

da Maria. Faça com que ela fique em frente à caixa e ajude-a a deixar cair o

projéctil dentro desta. Diga “Caixa.” sempre que deixar cair o projéctil. Além disso,

também deve tocar na caixa para a lembrar do sítio-alvo. Quando ela conseguir

deixar cair de forma consistente o projéctil dentro da caixa, estando posicionada

perto desta, remova gradualmente a caixa até que esta esteja fique a cerca de um

metro de distância. Mantenha um quadro com registos relativamente ao número de

vezes que a Maria consegue atirar com sucesso o projéctil dentro da caixa. Esse

registo deve incluir todas as distâncias a que distanciar a caixa. Esse registo das

distâncias vai ajudá-la a saber quando deve aumentar essa distância.

72 – SUBIR ESCADAS, ALTERNANDO OS PÉS

Page 49: Actividades raparigas

Motricidade global, corpo

Meta: Aumentar o equilíbrio e a capacidade de se mover de forma independente

Objectivo: Subir uma escada alternando os pés

Materiais: Escada

Procedimento:

Quando a Maria se sentir confortável a subir escadas sem alternar os pés

(actividade 59), comece a ensiná-la a colocar um pé em cada degrau. Se possível,

coloque uma terceira pessoa atrás dela para a segurar e fazê-la sentir-se confiante,

enquanto você demonstra como é que ela deve fazer. Faça com que a Maria fique

de frente para as escadas. Aponte para o seu pé direito e, de seguida, aponte para

o 1º degrau. Se ela parecer confusa coloque o seu pé direito em cima do degrau e

mantenha o esquerdo no chão. Elogie-a imediatamente mesmo que o tenha

ajudado. Aponte para o seu pé esquerdo e depois para o primeiro degrau. Se ela

tentar colocar o seu pé esquerdo ao lado do direito, aponte novamente para o 1º

degrau e mova-o para o segundo. Elogie-a imediatamente. Repita o procedimento

dando-lhe apenas a ajuda necessária, até ela conseguir subir degraus, alternando

os pés.

73 – PERCURSO COM OBSTÁCULOS

Motricidade global, corpo

Percepção, visual

Meta: Aumentar o controle do corpo e o equilíbrio

Objectivo: Completar um percurso com cinco obstáculos

Materiais: Cadeiras, vassouras, caixas, mobília, corda

Procedimento:

Quando a Maria conseguir completar um percurso simples de obstáculos sem

assistência (actividade 56), construa um percurso mais difícil com 5 obstáculos,

dando ênfase particular ao equilíbrio e ao controle corporal. Coloque uma peça de

corda ao longo do percurso para que a Maria o possa seguir. Acompanhe-a durante

o percurso várias vezes, demonstrando o que tem que fazer. Permaneça próximo

dela durante as primeiras vezes para a lembrar de seguir a corda. Por exemplo:

a) gatinhar debaixo do uma vassoura suspensa entre duas cadeiras.

b) saltar por cima de outra vassoura suspensa em dois bancos pequenos.

c) atravessar, gatinhando um caixote de cartão cortado dos dois lados.

d) andar por entre duas peças de mobília dispostas de tal forma que a criança

tem de se virar de lado para conseguir passar.

e) saltar de um tapete para o outro.

Page 50: Actividades raparigas

74 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: SALTO DE SAPO

Motricidade global, pernas

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a coordenação, a força das pernas e a condição física geral.

Objectivo: Fazer 10 saltos de sapo sem parar ou cair

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha uma área segura num tapete ou na relva. Mostre à Maria como ficar numa

posição de agachada e salte algumas vezes. Assegure-se que ela está a ver

enquanto salta. Ajude-a a assumir a posição de agachado. Deixe-a permanecer

nessa posição durante alguns minutos para que se habitue. Então salte algumas

vezes e indique-lhe para o fazer também. Se possível, coloque uma terceira pessoa

atrás da Maria para a segurar enquanto ela salta. De início, é provável que ela salte

apenas uma ou duas vezes. Elogie-a pelo esforço e anote num mapa quantas

vezes é que ela consegue saltar antes de perder o equilíbrio.

75 – SALTAR

Motricidade global, pernas

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar o equilíbrio e a coordenação

Objectivo: Saltar com os pés juntos, ao longo de 5 metros

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Chame a atenção da Maria e faça com que ela salte com dois pés. Então, fique ao

seu lado e faça com que ela salte consigo. Se ela não o fizer, levante-a ligeiramente

enquanto salta. Repita a actividade até que ela salte sem assistência. Quando a

Maria conseguir saltar de forma independente, desenhe linhas com 5 metros entre

elas. Coloque-se de frente para a linha de partida e salte até à linha seguinte. Faça

com que ela salte as 5 metros sozinha. Quando ela conseguir saltar facilmente com

os dois pés, repita o mesmo procedimento mas com outras formas de saltar:

a) saltar em dois pés com os braços de lado e levantados.

b) saltar só com um pé.

c) saltar com os pés alternados.

d) saltar com os dois pés mas com os braços no ar.

Page 51: Actividades raparigas

76 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar o equilíbrio, a agilidade e a condição física geral

Objectivo: Manter um bom equilíbrio enquanto desempenha uma série de acções

envolvendo simultaneamente movimentos de braços e pernas

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Ponha-se de joelhos e mãos no chão e coloque a Maria ao seu lado. É importante

que as duas estejam na mesma direcção para que não confundam a esquerda com

a direita. Desempenhe as seguintes acções e faça com que ela a imite (se possível,

coloque uma terceira pessoa para a ajudar a assumir as posições enquanto você as

mantêm).

a) levante cada braço

b) levante cada perna

c) levante a perna e o braço direito; repita com a perna e o braço esquerdo

d) levante o braço esquerdo e a perna direita; repita com o braço direito e a

perna esquerda

77 – ROLAR

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Melhorar as capacidades físicas em geral

Objectivo: Rolar, de lado, uma distância de dois metros e, em seguida, rolar no sentido

inverso

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Coloque-se numa área aberta e numa superfície macia como um tapete ou relva.

Assegure-se que a Maria a está a observar e deite-se com os braços colocados ao

lado do corpo. Mostre-lhe como se rola para a frente e para trás nessa posição.

Ajude-a a assumir uma posição semelhante e faça com que ela role numa direcção.

Não permita que ela role de forma anárquica, mas sim como se pretende. Quando

ela conseguir rolar sozinha, pare-a e mostre-lhe como rolar na direcção oposta.

Marque linhas de partida e chegada com 3 metros de distância. Faça com que ela

role de uma linha para a outra.

Page 52: Actividades raparigas

78 – ANDAR NUMA FITA

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Melhorar o equilíbrio e aprender diferentes estilos de caminhar

Objectivo: Andar, sobre ou ao lado de um percurso de 3 metros, delimitado por uma fita

adesiva, usando diferentes estilos de caminhar sem perder o equilíbrio

Materiais: Fita adesiva com cerca de 3 metros de comprimento

Procedimento:

Coloque a fita no chão de maneira a formar uma linha recta. Assegure-se que a

Maria está a olhá-la e mostre-lhe como percorrer a fita, andando normalmente.

Quando percorrer a fita pela segunda vez, faça com que ela a siga. Finalmente,

faça com que ela percorra a fita sozinha. recompense-o cada vez que completar um

percurso. Assim que ela dominar o estilo simples de andar sobre a fita, demonstre

um segundo método e leve-a a imitá-la. Outros métodos de andar na fita incluem:

a) andar para trás com um pé atrás do outro

b) andar de lado, sem cruzar as pernas

c) andar para a frente com um pé no lado direito da fita e outro do lado esquerdo

d) saltar de lado mantendo os dois pés juntos

e) andar de lado, cruzando os pés

79 – ATIRAR UMA BOLA ATRAVÉS DE UM PNEU

Motricidade global, braço

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Atirar a um alvo

Objectivo: Atirar uma bola média através de um pneu

Materiais: Pneu, corda forte, bola média

Procedimento:

Pendure um pneu de forma a que fique a cerca de um metro do chão. Faça com

que a Maria permaneça em frente do pneu e ajude-o a atirar a bola pelo buraco.

Elogie-a imediatamente. Gradualmente, reduza a assistência à medida que ela vai

começando a perceber o que se espera dela. Quando conseguir atirar a bola pelo

buraco, com facilidade, distancie-a um pouco mais, até que ela consiga atirar a bola

de uma distância de 3 metros. Anote, numa tabela as vezes em que ela obtém

sucesso e a que distância. Assegure-se que ela consegue atirar a bola pelo menos

7 vezes em 10 antes de aumentar a distância entre a Maria e o pneu. Além disso

assegure-se que este não balanceie quando ela o atira.

Page 53: Actividades raparigas

80 – DRIBLAR UMA BOLA

Motricidade global, braço

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar o controle braço-mão e desenvolver a coordenação óculo-manual

Objectivo: Driblar 5 vezes uma bola, sem perder o controle

Materiais: Bola grande de praia ou outra qualquer que não seja pesada

Procedimento:

Assegure-se que a Maria olha para si e drible a bola algumas vezes. Então segure-

lhe na mão e drible a bola. Recompense-a imediatamente. Reduza, gradualmente,

o controle da sua mão à medida que a Maria dribla a bola sozinha. De início, é

provável ela não consiga driblar a bola mais que uma ou duas vezes. Continue a

encorajá-la no sentido de driblar a bola o máximo de vezes que ela conseguir.

81 – CAMBALHOTAS

Motricidade global, braço

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a coordenação, o equilíbrio e a consciência corporal

Objectivo: Fazer 5 cambalhotas

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha uma área aberta, num tapete ou na relva. Assegure-se de que a Maria está

a observá-la. Actue com entusiasmo, dizendo “Ééééia.” (ou qualquer outro som)

enquanto dá uma cambalhota para demonstrar que pode ser divertido. Se possível

faça com que uma terceira pessoa a ajude a executar os movimentos, enquanto

você continua a demonstrar o modelo de actividade proposta. Coloque-se de

cócoras com as duas mãos no chão e ajude a Maria a assumir a mesma posição.

Coloque o queixo a Maria no peito. Ajude-a a inclinar-se para a frente, lentamente e

empurre-lhe as pernas para que complete a cambalhota. Reforce-a imediatamente.

Repita o procedimento, reduzindo de forma gradual a sua ajuda até que ela consiga

completar a volta sozinha.

82 – PASSOS DE ELEFANTE

Motricidade global, corpo

Page 54: Actividades raparigas

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar o equilíbrio e o movimento

Objectivo: Andar 10 passos como um elefante com o corpo dobrado pela cintura e os

braços a balançarem em frente

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Demonstre, à Maria, como é a forma de andar do elefante; dobre-se pela cintura e

deixe-se cair os braços, balouçando-os. Assegure-se que a Maria está a prestar

atenção ao que faz. Diga “ Olha, Maria sou um elefante.”. Então, ajude-a a assumir

a mesma posição mas mantenha-se ao seu lado, demonstrando continuamente o

que ela tem de fazer. Se possível, tenha uma terceira pessoa para a ajudar a

assumir a posição enquanto você executa o movimento proposto. De início, não

espere que ela assuma a posição por muito tempo mas, à medida que a Maria

executa com mais confiança a actividade delimite uma distância de 3 metros para

que ela ande como um elefante.

83 – CORRIDA DE BATATAS

Motricidade global, corpo

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar o equilíbrio e o controle da mão

Objectivo: Carregar uma batata pequena numa colher por uma distância de 15 metros sem

que esta caia

Materiais: Colher larga, batata pequena

Procedimento:

Assegure-se que a Maria está a prestar atenção enquanto você equilibra uma

batata numa colher durante alguns segundos. De seguida, comece a andar devagar

equilibrando a batata. Após ter demonstrado o que pretende, coloque a colher na

mão da Maria e verifique se ela a consegue segurar durante alguns segundos.

Quando ela começar a sentir-se mais confiante em equilibrar a batata, reduza a

ajuda prestada e encoraje-a a dar alguns passos. Quando ela começar a

demonstrar um maior à vontade em dominar a tarefa, faça com que ela percorra

cerca de 15 metros com a batata dentro da colher. Quando ela conseguir terminar o

percurso, faça uma corrida com ela e outra pessoa. No entanto, não permita que as

corridas se tornem competitivas.

84 – TRAVE

Page 55: Actividades raparigas

Motricidade global, corpo

Meta: Aumentar o equilíbrio

Objectivo: Andar numa trave

Materiais: Uma trave de 2 metros de comprimento e 20 cm de largura, 2 tijolos, 2 blocos de

cimento

Procedimento:

Encontre um espaço aberto onde não existam desníveis no terreno ou possíveis

perigos. Comece por colocar a tábua no chão e fazer com que a Maria caminhe em

cima dela por algumas vezes para ela se sentir mais confiante. Assim que ela se

sentir confiante, coloque 2 tijolos no chão e a tábua em cima para construir uma

trave. De início, é provável que tenha de segurar-lhe a mão e andar ao seu lado

enquanto ela caminha em cima da trave. Gradualmente, reduza a ajuda, fazendo

com que a Maria apenas segure a ponta do seu dedo e, mais tarde, a ponta de um

lápis enquanto você segura a outra, posteriormente, substitua o lápis por um fio.

Finalmente tente fazer com que ela ande sem ajuda. Quando ela o conseguir fazer

com confiança, aumente o grau de dificuldade da tarefa, substituindo os tijolos por

blocos de cimento de forma a que fique distanciado do chão cerca de 1/2 metro.

Repita a actividade várias vezes, ajudando-a sempre que ela precisar.

85 – PERCURSO AVANÇADO DE OBSTÁCULOS

Motricidade global, corpo

Meta: Aumentar o equilíbrio, a coordenação, a força e a condição física geral

Objectivo: Completar um percurso de 7 obstáculos, de dificuldade moderada, sem

assistência

Materiais: Vários

Procedimento:

Quando a criança conseguir completar um percurso de obstáculos sem problemas

(actividade 73), construa um ligeiramente maior e com um grau de dificuldade

também maior. Use os objectos do percurso descrito na actividade 73 (pois já lhe

são familiares) e acrescente outros materiais já descritos na actividade 84 (a

trave). Siga o mesmo procedimento daquela descrito nos percursos de obstáculos

simples ou de dificuldade moderada. Coloque uma corda à volta dos obstáculos

para que a Maria saiba onde se deve dirigir em primeiro lugar, em segundo, em

terceiro, etc.. e acompanhe-a no percurso para se assegurar que ela sabe o que

fazer em cada obstáculo. Quando a Maria tiver aprendido o caminho, anote num

quadro, o tempo que demora a percorrê-lo. Recompense-a cada vez que terminar o

percurso e dê-lhe algo especial cada vez que bater o seu próprio recorde de tempo.

Page 56: Actividades raparigas

86 – ACERTAR NUMA BOLA

Motricidade global, braços

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar a força dos braços e desenvolver a coordenação óculo-manual

Objectivo: Balançar um bastão e bater num objecto que se encontra parado e suspenso à

altura do ombro

Materiais: Bola grande de esponja, fita adesiva, corda bastão leve de plástico ou madeira

Procedimento:

Ate a ponta de uma corda a uma bola grande de esponja. Em seguida, cubra a

esponja e a bola com fita adesiva para impedir que a bola se solte. Suspenda a

bola de forma a que fique ao nível dos ombros da Maria. Assegure-se que a área

que escolheu está desimpedida o suficiente de forma a poder balançar o bastão

sem partir nada. Ajude-a a movimentar o bastão algumas vezes sem tentar acertar

na bola. Em seguida, ajude-a a movimentar o bastão devagar e a fazer contacto

com a bola. Elogie-a imediatamente. Gradualmente, reduza o controle das suas

mãos à medida que ela aprende o movimento. Assegure-se que a bola retorna a

uma posição estática cada vez que a Maria lhe tenta bater. Não permita que ela

bata na bola de forma desordenada.

87 – CARRINHO DE MÃO

Motricidade global, braços

Meta: Desenvolver a força dos braços e a coordenação

Objectivo: Andar para a frente apoiada nas duas mãos enquanto alguém lhe segura as

pernas

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Diga a Maria que vão brincar de carrinho de mão e faça com que ela se ajoelhe e

coloque as mãos no chão. Coloque-se por detrás dela e levante-lhe as pernas de

forma a que o seu peso fique colocado nas mãos. Inicialmente, não a segure nesta

posição por mais que uns segundos. Assim que lhe colocar as pernas no chão,

elogie-a imediatamente. À medida que os seus braços se fortalecem e a sua

confiança aumenta, aumente o tempo da actividade. Comece, também a levantar

os pés um pouco mais, mas tenha cuidado para não colocar demasiada pressão

nos braços antes da criança estar pronta para isso. Quando ela se sentir

confortável nesta posição fixa, faça com que ela comece a andar para a frente.

Page 57: Actividades raparigas

Coloque, no chão duas linhas, distanciadas entre si de 5 metros, que representam a

linha de chegada e de partida e faça com que ela percorra essa distância.

Assegure-se que ela sabe exactamente que distância tem de percorrer.

88 – PUXAR UM OBJECTO PESADO

Motricidade global, corpo

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar a força das mãos e o desenvolvimento muscular geral

Objectivo: Puxar um peso a uma distância determinada pela condição física geral da

criança

Materiais: Corda de aproximadamente 1 metro de comprimento, caixa larga, materiais

diversos (livros, pedras, etc.) para adicionar peso à caixa

Procedimento:

Desenhe uma linha, no chão com fita adesiva. Coloque a corda pelo meio interno

da fita de forma a que a corda ocupe uma posição equidistante em relação à fita.

Ate uma ponta da corda à caixa. Agarre o outro extremo da corda e mostre à Maria

como a puxar. Coloque a caixa na sua posição original e ajude a Maria a puxar a

caixa. Repita a actividade até ela demonstrar alguma autonomia na execução desta

tarefa reduza então, gradualmente, a sua ajuda. Em seguida, adicione mais peso à

caixa. No entanto, tome cuidado para que a caixa não fique demasiado pesada de

forma a que a tarefa não se torne frustrante.

89 – CABO DE GUERRA

Motricidade global, corpo

motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a força das mãos e o desenvolvimento muscular geral

Objectivo: Puxar uma corda que está segura por outra pessoa que exerce uma pressão

ligeira

Materiais: Corda com 1 metro de comprimento

Procedimento:

Desenhe uma linha no chão com fita adesiva. Coloque a corda no chão de forma a

que esta passa pelo centro da corda, mas colocada em cima. Segure uma ponta e

a Maria segura a outra. Faça com que ela a puxe enquanto você também a puxa

com suavidade. Elogie-a imediatamente. Gradualmente, comece a puxar a corda

cada vez com mais força. para que ela também aumente a força com que o faz.

Lembre-se de não tornar a actividade frustrante para ela.

Page 58: Actividades raparigas

90 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: SALTOS

Motricidade global, corpo

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar a coordenação dos braços e pernas

Objectivo: Saltar 10 vezes, abrindo e fechando a pernas e batendo os braços em cima da

cabeça.

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Escolha um espaço aberto onde se possam mover sem esbarrar nos objectos.

Fique de pé e coloque a Maria de frente para si e faça com que ela imite tudo o que

fizer. Eleve os seus braços acima da cabeça até que as palmas das mãos se

encontrem e volte a colocá-los caídos ao lado do corpo. Ajude a Maria a assumir a

posição se ela não a imitar imediatamente. Repita esta parte do exercício até ela

consiga levantar os braços sem ajuda. Coloque-se frente à Maria e tente que ela

imite somente os movimentos das pernas. Salte, afastando as pernas e depois volte

a saltar juntando-as. Ajude a Maria apenas se ela necessitar. Quando ela conseguir

imitar os movimentos dos braços e das pernas separadamente, peça-lhe para que a

imite enquanto você os combina. Salte afastando as pernas e batendo as palmas

acima da cabeça. Hesite com os braços em cima e as pernas afastadas, para que

ela a possa imitar facilmente. Registe quantas vezes a Maria consegue fazer sem

se cansar.

91 – SALTAR À CORDA

Motricidade global, corpo

Meta: Aumentar a coordenação

Objectivo: Saltar 5 vezes sobre uma corda que se balança

Materiais: Corda de 1,20 metros aproximadamente

Procedimento:

Ate a ponta de uma corda a um objecto fixo. Coloque-se, com a Maria ao meio da

corda e peça a outra pessoa para segurar a outra ponta. Quando a corda se

aproximar, diga “Salta.” e levante a Maria do chão enquanto você também salta. De

início, tente apenas um salto de cada vez para aumentar a sua confiança.

Gradualmente, reduza a sua ajuda à medida que ela vai saltando sobre a corda,

mesmo que não seja capaz de saltar devidamente. Quando a Maria começar a

saltar sozinha, afaste-se da corda mas continue a ajudá-la, dizendo “Salta.”, no

Page 59: Actividades raparigas

tempo apropriado. Registe quantas vezes ela consegue saltar sobre a corda,

sucessivamente.

92 – MACACA

Motricidade global, corpo

Realização cognitiva, linguagem receptiva (opção)

Meta: Aumentar a coordenação muscular, o equilíbrio e as competências de contagem

Objectivo: Jogar correctamente à macaca

Materiais: Fita adesiva forte, pedra

Procedimento:

Desenhe os quadrados no chão ou delimite-os com fita adesiva forte, tal com está

apresentado na figura .Assegure-se que os quadrados são grandes e as linhas

visíveis. De início, será mais fácil para a Maria se não existirem números nos

quadrados para não a confundirem. Mostre-lhe como se salta com um pé nos

quadrados únicos e com dois pés nos quadrados duplos. Assim que ela conseguir

percorrer o caminho de ida e volta, ensine-lhe como se joga à macaca, usando uma

marca ou uma pedra. Quando ela conseguir reconhecer os números e aprender a

contar, numere os quadrados. De seguida, faça com que ela siga os números,

sequencialmente, ou salte para os que indicar.

93 – TRAVE AVANÇADA

Motricidade global, corpo

Motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar o equilíbrio

Objectivo: Andar numa trave com 1,5 metros de comprimento e 20 cm de largura enquanto

carrega uma variedade de objectos

Materiais: Trave (ver actividade 84), duas caixas, 5 objectos pequenos (bola, boneco de

peluche, boneca, copo, esponja, etc.)

Procedimento:

Quando a Maria conseguir andar pela trave sem problemas, ensine-a a carregar

pequenos objectos enquanto realiza o percurso da trave. Coloque uma caixa com 5

objectos num extremo da trave e uma caixa vazia na outra. Faça com que a Maria

retire um objecto da caixa cheia, percorra a trave e o deposite na caixa vazia.

Repita o procedimento até que os objectos tenham sido transferidos para a caixa

Page 60: Actividades raparigas

vazia.

Page 61: Actividades raparigas

MOTRICIDADE FINA

As capacidades motoras finas referem-se, particularmente, às actividades que

envolvem o uso das mãos e dedos. Tal como é referido na definição das actividades

que compõem este capítulo, as actividades de motricidade fina, aparecem mescladas

com outras competências, nomeadamente, competências de imitação, percepção,

motricidade global e, em especial, coordenação óculo-manual. As competências

básicas envolvidas na motricidade fina, são:

1. mover as mãos e dedos de uma forma controlada.

2. agarrar um objecto numa mão sem assistência.

3. manipular um objecto no desempenho de uma tarefa.

4. usar as duas mãos coordenadamente.

As competências de motricidade fina são essenciais para a implementação de

um programa de ensino individualizado. Os sucesso de aptidões de autonomia, tais

como desenhar, escrever e o sucesso de competências pré- vocacionais estão todas

dependentes das capacidades de motricidade fina da criança. O controle da mãos e

dos dedos é necessário quando se utiliza a linguagem gestual como uma parte de um

programa de comunicação. À medida que a criança desenvolve um controle maior das

suas mãos e dedos, as sessões de ensino, tornam-se menos frustrantes e mais

agradáveis tanto para a(o) professor(a) como para a criança.

As actividades que se seguem são apenas uma pequena selecção das

diferentes tarefas de diferentes níveis de desenvolvimento que podem ser usadas em

casa ou na sala de aula com o intuito de desenvolver o controle da motricidade fina.

Page 62: Actividades raparigas

94 – AGARRAR UMA COLHER

Motricidade fina, agarrar

Autonomia, alimentação

Meta: Melhorar as aptidões de agarrar e de alimentação independente.

Objectivo: Agarrar uma colher com uma mão e segurá-la sem ajuda.

Materiais: Colher.

Procedimento:

Segura a colher e coloque-a no campo de visão da Maria. Quando ela olhar, diga

“Colher.”. Segure-lhe na mão e envolva-lhe os dedos no cabo da colher para que a

Maria agarre na colher com a sua ajuda física. Use a sua mão para reforçar o

agarrar e para evitar que ela deita fora a colher. Ajude-a a segurar a colher por

alguns segundos, enquanto lhe fala de forma agradável e a encoraja.

Gradualmente, aumente o período de tempo em que ela deve segurar a colher

antes de terminar a actividade. À medida que for verificando que ela exerce um

maior controle sobre a colher, diminua a pressão exercida pela sua mão na da

criança. Finalmente, retire a mão por completo e verifique se ela consegue segurar

a mão sozinha por alguns segundos.

95 – CAIXA ESCURA

Motricidade fina, agarrar

Percepção, táctil

Meta: Melhorar as aptidões de agarrar objectos sem os ver

Objectivo: Tirar 3 objectos de uma caixa fechada

Materiais: Caixa de cartão, 3 objectos médios comuns (por exemplo: cubo, copo de papel,

colher)

Procedimento:

Faça um buraco numa caixa de cartão suficientemente grande para que, nela, caiba

a mão da Maria. Coloque 3 objectos pequenos, de dimensões adequadas para que

consigam passar pelo corte efectuado e feche a caixa. Assegure-se que a Maria

está a olhar para si, coloque a mão no buraco da caixa e puxe um dos objectos.

Finja-se surpresa ao retirar o item. De seguida, guie a mão de Maria através do

buraco e ajude-a a localizar um dos objectos e a retirá-lo. Repita o procedimento e

recompense-a cada vez que retirar um objecto. Após ter repetido a actividade

várias vezes, guie a sua mão para o buraco mas deixe que a Maria chegue ao

objecto sozinha. À medida que ela for aprendendo a tarefa, o número de objectos

pode aumentar ou diminuir e a caixa pode ser maior, de forma a que o espaço a

explorar seja maior.

Page 63: Actividades raparigas

96 – AGARRAR OBJECTOS

Motricidade fina, agarrar

Percepção, visual

Meta: Melhorar a pinça e o controle motor fino

Objectivo: Apanhar 10 objectos de tamanhos variados e colocá-los numa taça

Materiais: Taça pequena, 10 objectos pequenos (por exemplo: uva, amendoim, botão,

cubo, conta, caneta, chave, bola e moeda)

Procedimento:

Faça com que a Maria se sente à mesa e diga-lhe que é tempo de trabalhar.

Espalhe os objectos na mesa, assegurando-se que estão todos ao seu alcance.

Apanhe os objectos, fazendo pinça com os dois dedos e o polegar. Diga “Põe!” e

coloque o objecto na taça. Segure a mão da criança e guie-lhe os dedos para a

posição pretendida (pinça maior), faça com que ela segure o objecto, dirija-lhe a

mão para a taça e diga “Põe!”. Use a sua outra mão para a ajudar a libertar o

objecto na taça. Elogie-a e recompense-a imediatamente. Repita a actividade as

vezes necessárias até você achar que ela consegue iniciar os movimentos

necessários. Note quais os objectos que ela tem mais dificuldade em segurar e

esteja preparada para a ajudar com esses brinquedos. Lembre-se que ela deve

dizer “Põe!”, cada vez que colocar o objecto na taça.

97 – DESENVOLVER A “PINÇA”

Motricidade fina, agarrar

Meta: Desenvolver uma boa pinça e melhorar o controle motor fino

Objectivo: Separar pequenos pedaços de plasticina e colocá-los numa lata

Materiais: Plasticina, lata

Procedimento:

Sente-se, com a Maria à mesa, e coloque-se à sua frente. Tire a plasticina da lata

mas deixe-a ao seu alcance. Agarre na sua mão e ajude-a formar uma salsicha.

Assegure-se que a criança está a observar e, com um movimento exagerado,

demonstre como tirar um pequeno pedaço de plasticina, fazendo pinça com o

polegar e o indicador. Segure esse pequeno pedaço de plasticina em frente do seu

rosto, diga “Põe!” e coloque-o dentro da lata. Em seguida, ajude-a a executar o

mesmo procedimento. Repita a actividade muitas vezes, reduzindo o controle da

mão à medida que sentir ela que está a usar correctamente os dedos. Faça com

que ela saiba exactamente quantas vezes espera que desempenhe a actividade,

Page 64: Actividades raparigas

colocando um número determinado de recompensas em sítio visível. Cada vez que

põe um pedaço de plasticina na lata, recebe uma recompensa.

98 – TIRAR AÇÚCAR COM UMA COLHER

Motricidade fina, manipulação

Motricidade fina, agarrar

Autonomia, alimentação

Meta: Aumentar a capacidade de agarrar, a manipulação de objectos e desenvolver

aptidões de alimentação independente

Objectivo: Usar uma colher para transferir açúcar de um recipiente para o outro

Materiais: Colher, açúcar (ou outro material granuloso sólido), duas taças ou outro

recipiente

Procedimento:

Quando a Maria se sentir confortável a segurar a colher por curtos períodos

(actividade 94), comece a ensiná-la a usar a colher. Coloque um açucareiro e uma

taça vazia, na mesa, em frente da criança. Coloque a colher na sua mão e reforce o

acto de agarrar colocando a sua mão sobre a mão da criança. Guie-lhe o

movimento de forma a que introduza a colher no açúcar, fazendo um movimento

exagerado. Repita este movimento muitas vezes antes de transferir o açúcar para o

recipiente vazio. Quando achar que ela já adquiriu a noção do movimento, ajude-a

a tirar uma pequena porção de açúcar e transferi-la para o outro recipiente. De

início as taças devem estar próximas, mas à medida que a Maria adquirir maior

domínio da actividade, coloque-as afastadas entre si. Comece por fazer com que

ela, inicialmente, transfira apenas duas colheres. No entanto, o objectivo é treinar a

Maria para que ela transfira todo o açúcar. Reduza, progressivamente, o controle

da sua mão, direccionando-lhe o pulso, depois o braço e, finalmente, solte-lhe o

braço.

99 – APANHAR MOEDAS

Motricidade fina, agarrar

Coordenação óculo-manual, controle

Percepção, visual

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e as capacidades de agarrar

Objectivo: Apanhar 10 moedas e colocá-las numas lata

Materiais: Moedas, lata de café com tampa de plástico com ranhura

Procedimento:

Page 65: Actividades raparigas

Corte a tampa da lata de forma a que caiba uma moeda. Comece a actividade,

deixando duas moedas em cima da mesa em frente à criança. Diga “Olha, Maria” e,

devagar, apanhe uma das moedas fazendo uma pinça exagerada com o indicador e

o polegar. Acene com a moeda à frente do seu rosto no sentido de chamar a sua

atenção e coloque-a na ranhura. Segure na mão da Maria e guie os seus dedos

afim de repetir o mesmo procedimento com a segunda moeda. Recompense-a

imediatamente e deixe-a sair da mesa por alguns momentos. Repita o

procedimento, adicionando gradualmente mais algumas moedas à medida que a

Maria se torna mais apta a desempenhar a tarefa. Deixe sempre em cima da mesa

todas as moedas que pretende que ela coloque na lata para que ela saiba

exactamente quando a tarefa termina. Lembre-lhe de colocar as moedas na lata

apontando para a moeda, dizendo “Põe aqui.” e apontando para a ranhura da lata.

100 – ABRIR RECIPIENTES

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina, a força das mãos e a cooperação das

duas mãos.

Objectivo: Abrir 4 recipientes diferentes para obter uma recompensa.

Materiais: Caixa de sapatos, lata do café com tampa de plástico, caixa de jóias,

recompensas alimentares.

Procedimento:

Sente-se com a Maria à mesa, no chão ou em qualquer lugar onde estejam

confortáveis. Segure numa das caixas e chame a tenção da criança: “Olha!”, e

passe a recompensa alimentar no seu campo de visão. Lentamente, mova a

recompensa para a caixa e feche-a. Assegure-se que ela está a observar as suas

mãos e abra a caixa lentamente. Finja-se surpresa e mostre-lhe a recompensa que

foi colocada dentro da lata. Feche novamente a caixa e dê-lha. Gesticule de forma

a que perceba que é para abrir o contentor. Se a Maria não conseguir abrir a caixa,

ajude-a. Se ela não entender o que se pretende, segure-lhe nas mãos e guie-lhe a

acção. Assim que abrir a caixa, recebe a recompensa e esta é colocada de lado.

Repita o procedimento com os outros recipientes. Note quais os recipientes que

abre com maior facilidade e os que tem mais dificuldade. Se um deles lhe gerar um

maior grau de dificuldade, substitua-o por outro mais simples. A ideia desta

actividade é fazer com que a Maria pratique a abertura de recipientes vários.

Page 66: Actividades raparigas

101 – JOGO DE DAR E RECEBER

Motricidade fina, agarrar

Coordenação óculo-manual, controle

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Melhorar o agarrar e largar objectos e desenvolver competências interactivas

Objectivo: Tirar 4 objectos de uma caixa e dá-los a outra pessoa, tirar 4 objectos de uma

pessoa e colocá-los numa caixa

Materiais: 2 caixas de tamanho médio, 4 objectos de diferentes tamanhos e formas ( por

exemplo: bloco, conta, chave, pente)

Procedimento:

Sente-se à mesa, em frente da Maria e coloque uma caixa do seu lado esquerdo e

outra do seu lado direito. Coloque 4 objectos dentro de uma das caixas. De

seguida, tire um deles diga-lhe “Toma.” e verifique se ela o agarra. Se necessário,

coloque-lhe o objecto na mão e feche-a em torno deste. A seguir, aponte para a

caixa vazia e diga “Põe.”. Guie-lhe a mão na direcção da caixa, ajude-a a largar o

objecto e recompense-a imediatamente. Repita o procedimento até todos os

objectos terem sido transferidos de uma caixa para outra. Assim que ela tiver

aprendido a actividade, encoraje-a a agarrar um objecto dentro da caixa e a dar-lho.

Aponte para a caixa e diga “Dá.”. Gesticule com a mão enquanto diz “Dá.”. Se ela

não corresponde, continue a manter esse gesto da mão e, com a outra dirija a mão

da criança afim de desempenhar a actividade que se pretende. Quando ela lhe der

um objecto, coloque-o na caixa e recompense-a. Repita a actividade até ela lhe ter

entregue todos os objectos. Assim que a Maria tiver aprendido as duas rotinas,

varie as actividade de forma a trabalhar “Dar.” num dia e “Tirar.” no outro. Desta

forma a Maria vai ter de se habituar a ouvir instruções para entender o que é

suposto fazer.

102 – PRESSIONAR BOTÕES

Motricidade fina, manipulação

Coordenação óculo-manual, controle

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e desenvolver a capacidade de dirigir o

dedo a um alvo.

Objectivo: Pressionar um botão sem ajuda de forma a obter um resultado desejado.

Materiais: Qualquer objecto ou brinquedo em que o facto de pressionar um botão provoca

um resultado interessante (por exemplo: uma caixa de música, uma campainha)

Procedimento:

Sente-se à mesa com a Maria e coloque o brinquedo à sua frente. Capte a sua

Page 67: Actividades raparigas

atenção e mostre-lhe como se pressiona o botão de forma a que o brinquedo

funcione. Segure o seu dedo indicador, coloque-o no campo de visão da Maria e,

lentamente, dirija-o em direcção ao botão (esta lentidão do gesto torna-se

necessária para que ela faça uma associação entre o dedo e o resultado). Quando

pressionar o botão, sorria, bata palmas ou finja-se excitada no sentido de

demonstrar que a actividade é divertida. Prepare-lhe o brinquedo, segure-lhe na

mão e dirija-lhe o dedo para o botão. Ajude-a a pressioná-lo. Repita a actividade

várias vezes mas retire a sua assistência removendo a sua mão para o pulso da

criança, em seguida para o cotovelo e, finalmente, afaste-se do braço dela. Quando

ela conseguir pressionar o botão sem ajuda, mude para um segundo brinquedo

similar ao primeiro (isto é, com um botão visível).

103 – TIRAR MEIAS

Motricidade fina, manipulação

Autonomia, vestir

Meta: Descobrir objectos, tirando o invólucro e desenvolver as competências

necessárias para se vestir e despir de forma independente

Objectivo: Descobrir uma recompensa puxando uma meia que foi colocada de forma frouxa

em cima de um recipiente

Materiais: Meia larga, garrafa de plástico, recompensas alimentares

Procedimento:

Chame a atenção da Maria acenando com uma recompensa alimentar, à frente do

seu campo de visão. A seguir, coloque a recompensa alimentar dentro da garrafa

(não a tape) e ponha a meia na abertura do recipiente de forma a que fique um

pouco solta. Segure na mão da criança e ajude-a a puxar a meia. Depois, ajude-a a

obter a recompensa alimentar. Repita a actividade muitas vezes mas assegure-se

que a criança vê sempre a recompensa a ser colocada dentro do recipiente.

Diminua a sua assistência assim que ela conseguir puxar a meia sem a sua ajuda.

Em seguida repita a actividade, enfiando a meia na garrafa de forma mais profunda.

104 – DOBRAR PAPEL

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar as capacidades da motricidade fina, aprendendo a dobrar papel

Objectivo: Dobrar uma folha de papel 2 vezes sem ajuda

Materiais: Folha de papel.

Page 68: Actividades raparigas

Procedimento:

Coloque-se por detrás da Maria enquanto ela está sentada à mesa e demonstre-lhe

como dobrar uma folha de papel. Faça movimentos lentos e deliberados. Após a

sua demonstração, tire outra folha de papel e guie as mãos da criança afim de a

dobrar ao meio. Repita a actividade até que ela aprenda a dobrar o papel ao meio.

Não se preocupe se o papel não está bem dobrado ou se a tarefa não está

terminada. Coloque cada folha de papel dobrada numa pilha. Reduza,

gradualmente, o controle das mãos até que ela consiga desempenhar a tarefa

sozinha. Quando a criança conseguir dobrar o papel sem ajuda, faça com que ela

desempenhe uma segunda dobra. Sente-se ao lado dela. Cada uma de vós fica

com uma folha. Dobre a sua folha e faça com que ela desempenhe a mesma acção

mas, em vez de a colocar no pilha das folhas dobradas, diga-lhe “Olha, Maria.” e

dobra uma segunda vez. Ajude-a apenas se ela estiver confusa.

105 – COMEÇAR A COLORIR

Motricidade fina, manipulação

Coordenação óculo-manual, desenhar

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver competências elementares para colorir.

Objectivo: Agarrar um lápis e fazer dois ou três riscos ao acaso numa folha.

Materiais: Dois lápis grossos, papel, caixa pequena.

Procedimento:

Sente-se ao lado da Maria na sua mesa de trabalho com os lápis, com o papel e

com a caixa à sua frente. Tire uma folha de papel e um lápis e faça dois ou três

rabiscos ao acaso. Use o mesmo lápis e a mesma folha de papel e tente levá-la a

fazer dois ou três rabiscos. Coloque o lápis na mão, coloque a sua mão em cima da

mão da criança e ajude-a a rabiscar por alguns segundos. A seguir, elogie-a, ponha

o papel na pilha das tarefas acabadas e coloque o lápis na caixa. Repita o

procedimento com o segundo lápis. Reduza, gradualmente a sua ajuda até que ela

consiga segurar o lápis e rabiscar sozinha. Encoraje-a a rabiscar por períodos

longos mas dê-lhe somente alguns lápis para que veja em quantas partes se pode

dividir uma tarefa.

106 – BOLAS DE SABÃO

Motricidade fina, manipulação

Motricidade fina, agarrar

Page 69: Actividades raparigas

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e as competências de agarrar

Objectivo: Tirar a tampa de um frasco de bolas de sabão e usar o dispositivo de forma a

conseguir fazer bolas

Materiais: Frasco com dispositivo para bolas de sabão

Procedimento:

Assegure-se que a tampa do dispositivo está colocada de forma solta e coloque o

dispositivo na mesa em frente da Maria Chame-lhe a atenção e demonstre-lhe

como tirar a tampa. Então retire o dispositivo que serve para fazer as bolas e sopre.

Coloque-o novamente no frasco de forma solta. Segure a mão da criança e dirija-

lhe os movimentos até ela fazer algumas bolas de sabão. Em seguida volta a

colocar o dispositivo e a tampa no frasco. Coloque-o em frente da criança e incite-o

a abrir o frasco. Finja que o está a fazer, se necessário, e posicione as mãos de

forma apropriada no frasco. Repita a actividade até ela conseguir tirar a tampa sem

ajuda.

107 – DESAPERTAR TAMPAS DE FRASCOS

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Imitação, motricidade

Meta: Melhorar o controle da motricidade fina, cooperação das duas mãos, força das

mãos e rotação do pulso

Objectivo: Desapertar a tampa de um frasco sem ajuda

Materiais: 3 frascos pequenos com tampas de desapertar, recompensas alimentares

Procedimento:

Coloque os três frascos na mesa em frente à Maria. Acene com uma recompensa

de um alimento que ela goste e, quando tiver chamado a sua atenção, tire a tampa

de um dos frascos, coloque a recompensa lá dentro e ponha a tampa no frasco de

forma a ficar solta. Dê-lhe o frasco e gesticule no sentido de ela imitar o que fez.

Coloque as mãos da Maria no frasco e ajude-a a desempenhar a tarefa para que

obtenha a recompensa que está no interior do frasco. Repita o procedimento com

os três frascos. Reduza progressiva a sua ajuda até a Maria conseguir abrir os três

frascos sozinha. Lembre-se de verificar sempre se as tampas não estão demasiado

apertadas.

108 – EXERCÍCIOS DE DEDOS

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motricidade

Page 70: Actividades raparigas

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Aumentar o controle dos dedos

Objectivo: Desempenhar movimentos simples dos dedos sem assistência

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Demonstrar à Maria movimentos simples dos dedos e fazer com que ela os imite

(por exemplo: tocar em sucessão cada um dos dedos da sua mão direita com o seu

polegar esquerdo). Gesticule para que a Maria imite o que acabou de fazer. Se ela

fizer algum movimento no sentido de a imitar, use as suas mãos para mover os

dedos dela de forma correcta. Elogie-a imediatamente.

Outros movimentos possíveis dos dedos incluem:

a) Agitar o polegar com o punho fechado

b) Agitar todos os dedos com a palma da mão para cima

c) Agitar cada um dos dedos individualmente com a palma da mão para

baixo.

Repita a actividade usando outros movimentos simples dos dedos de forma a que a

Maria aprenda como mover os dedos conjuntamente e individualmente.

109 – PUXAR CORDÕES

Motricidade fina, manipulação

Motricidade fina, agarrar

Percepção, audição

Imitação, motricidade

Meta: Aumentar as competências de agarrar e o controle motor fino

Objectivo: Puxar um fio de um boneco para que este fale

Materiais: Boneca ou peluche que fale ou emita sons quando um fio é puxado

Procedimento:

Mostre à criança um brinquedo e diga “Olha, Maria.”. Assegure-se que ela está a

olhar e mostre-lhe como puxar o fio do brinquedo para que este fale. Quando o

boneco parar de emitir sons, guie a mão da Maria para que puxe o fio.

Recompense-a imediatamente por puxar o fio apropriadamente. Mostre-lhe onde

está o fio e finja que a vai puxar. Ajude-a apenas se ela parecer confusa.

Finalmente, ensine-a a puxar o fio sem ajuda, usando as duas mãos num esforço

cooperativo.

110 – EXERCÍCIOS DE MÃOS

Page 71: Actividades raparigas

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a força das mãos

Objectivo: Apertar uma esponja ou uma bola macia 5 vezes em cada mão

Materiais: Esponja, bola macia de borracha

Procedimento:

Sente-se ao lado direito da Maria e coloque a sua palma da mão direita voltada

para cima. Com a sua mão esquerda coloque-lhe a mão direita na mesma posição.

Feche a mão lentamente e diga “Fecha.”. Em seguida diga “Abre.” e coloque a mão

na posição original. Repita o procedimento usando a sua mão esquerda para a

ajudar a abrir ou fechar a mão. Lembre-se de usar os comandos “Abre.” e “Fecha.”.

Repita o procedimento até ela conseguir abrir e fechar o punho 5 vezes seguidas

baseada em ordens verbais. Quando ela conseguir desempenhar a tarefa

correctamente coloque-se do outro lado da Maria e trabalhe esse lado. Assim que

os dois lados estiverem trabalhados, coloque uma esponja numa das mão e faça

com que a aperte 5 vezes seguidas. O mesmo acontece para a outra mão.

Finalmente substitua a esponja por uma bola de borracha e continue o treino.

Lembre-se de dizer “Abre.” E “Fecha.” de cada vez e de colocar a sua mão a

desempenhar a mesma tarefa para que ela tenha um modelo a imitar.

111 – MOLAS DE ROUPA

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar o controle motor fino e a força das mãos

Objectivo: Prender 6 molas de roupa nos bordos de uma caixa de sapatos

Materiais: 6 molas da roupa de plástico, caixa de sapatos

Procedimento:

Antes de iniciar a actividade, verifique se as molas não são demasiado rígidas para

que a Maria as abra facilmente. Segure a mola em frente ao rosto da criança e

demonstre como se abre e fecha. Em seguida diga “Olha.” E prenda a mola no

bordo da caixa. Coloque a mola na mão da Maria e use a sua mão para a ajudar a

abrir a mola. Guie-lhe as mãos para prender a mola ao bordo da caixa. Elogie-a

sempre que se prenda a mola. Reduza gradualmente a sua assistência até que ela

consiga desempenhar as suas actividades sozinha. Quando ela conseguir realizar

essa actividade sem ajuda, coloque 6 molas à sua frente para que termine a tarefa.

Em seguida faça com que remova as molas e as coloque dentro da caixa.

Recompense-o de cada vez que realizar essa actividade.

Page 72: Actividades raparigas

112 – SEGUIR COM O DEDO

Motricidade fina, manipulação

Coordenação óculo-manual, controle

Percepção, táctil,

Meta: Melhorar o controle das mãos e dos dedos

Objectivo: Traçar com o dedo os contornos de formas

Materiais: Itens comuns de casa (bola, mesa e um livro)

Procedimento:

Segure o dedo indicador da Maria e, lentamente, trace o contorno exterior de uma

série de objectos tais como: um livro, uma mesa, uma bola. Fale com ela de forma

reconfortante enquanto o faz. Reduza, gradualmente, o controle da mão e verifique

se ela vai fazendo o contorno dos objectos sozinha. Elogie-a enquanto traçar,

lentamente, os contornos com os dedos. Se ela começar o traçado de forma

impaciente ou impulsiva, acalme-a verbal ou, se necessário, fisicamente. Á medida

que ela se habituar à sensação táctil desses objectos, introduza outros.

113 –DOBRAR PAPEL

Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Realização cognitiva, linguagem receptiva, (opção)

Meta: Melhorar o controle motor fino, a coordenação das mãos e a discriminação da

cor

Objectivo: Fazer um brinquedo, dobrando papel

Materiais: 2 tiras de papel colorido

Procedimento:

Page 73: Actividades raparigas

Cole as duas extremidades das fitas tal como é demonstrado na figura. Mostre, à

Maria como dobrar a tira horizontal sobre a vertical. Se ela for receptiva e nomear

as cores faça com que ela saiba o que vai dobrar, dizendo “Azul.” e faça as dobras

seguintes (figuras C, D e E). Se ela não souber as cores, aponte para as fitas que

ela deve dobrar, dizendo “Dobrar.”. Se ela hesitar, guie-lhe as mãos até que o

brinquedo esteja completo.

114 – CORTAR

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e aprender a usar tesouras

Objectivo: Cortar ao acaso tiras de papel

Materiais: Tesouras, papel

Procedimento:

Antes de iniciar a actividade, faça 3 cortes numa folha de papel com 5 cm de

distância entre elas para que a Maria seja capaz de completar os cortes. Coloque o

material (folha de papel e tesoura) em frente dela. Chame-lhe a atenção e segure

nas tesouras. Segure-as de forma apropriada e coloque-as no seu campo de visão.

Faça um corte. Segure nas mãos da Maria e posicione as tesouras

apropriadamente. Use as suas mãos para reforçar o acto de agarrar a tesoura por

parte da criança e para controlar os seus movimentos. Manipule as suas mãos de

forma a que abra e feche a tesoura várias vezes. Diga “Cortar.” de cada vez que as

tesouras fecham. Ajude-a a prolongar os cortes. À medida que achar que as suas

mãos evidenciam mais destreza, reduza a ajuda prestada. Não se preocupe se os

cortes não saírem direitos. Encoraje a Maria a terminar apenas os cortes já

efectuados pois, dessa forma, a tarefa terá um fim delimitado e ela não se sentirá

frustrada.

Page 74: Actividades raparigas

115 – PARAFUSOS E PORCAS

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Coordenação óculo-manual, controle

Percepção, visual

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Aprender a discriminar tamanhos e melhorar as capacidades motoras finas.

Objectivo: Emparelhar 3 parafusos e 3 porcas de 3 tamanhos diferentes sem ajuda

Materiais: 3 parafusos e porcas de tamanho igual, 3 parafusos e porcas de tamanhos

diferentes, 2 tabuleiros.

Procedimento:

Quando a Maria conseguir completar dois tabuleiros diferentes (actividades 143 e

144), comece a ensiná-la a emparelhar as peças soltas (sem encaixe de madeira

como suporte), usando as duas mãos de forma cooperativa. Comece com as peças

de tamanho igual. Misture-as em frente da Maria. Coloque, em seguida, dois

tabuleiros na mesa com um parafuso num deles e uma porca no outro. Demonstre,

em seguida como enroscá-los. Guie as suas mãos para que a Maria enrosque o

segundo par. Repita o procedimento até que ela consiga completar os 3 pares de

peças sem ajuda. Quando ela não demonstrar dificuldade em associar as 3 peças

semelhantes, repita o procedimento com as 3 peças de tamanhos diferentes até ela

não demonstrar dificuldade na execução desta nova tarefa.

116 – FLOCOS DE NEVE

Motricidade fina, manipulação

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar a precisão das competências de dobrar papel e aumentar a força

muscular para usar tesouras

Objectivo: Dobrar e cortar 4 folhas de papel ao mesmo tempo

Materiais: Folhas, tesouras

Procedimento:

Coloque um quadrado de papel à sua frente e outro em frente da Maria. Chame-lhe

a atenção “Olha, Maria.” e dobre o papel ao meio. Em seguida, segure nas suas

mãos e ajude-a a fazer o mesmo. Diga “Outra vez.” e dobre novamente a folha ao

meio. Leve-a a fazer o mesmo, preferencialmente sem a sua ajuda. Com um lápis,

desenhe os sítios que ela deve cortar (ver figura). Corte. Em seguida abra o papel e

mostre-se entusiasmada com o desenho obtido. Ajude-a a colar o desenho na

janela para mostrar como gostou do trabalho que fez. De início terá de lhe guiar as

Page 75: Actividades raparigas

mãos para que a Maria consiga cortar o papel no sítio exacto.

117 – PENDURAR ROUPA

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Motricidade fina, agarrar

Meta: aumentar a força muscular e o período de atenção

Objectivo: Pendurar roupas numa corda e apertar com uma mola da roupa

Materiais: Molas da roupa, toalhas, lenços, meias, corda, cesto

Procedimento:

Estenda a corda de forma a que fique ao nível dos ombros da Maria. Coloque a

roupa num cesto, aos seus pés, e as molas numa caixa. Dirija-a, guiando as mãos

em primeiro lugar, e depois por gestos e palavras, da seguinte forma: “Tira a meia.”

(use a mão esquerda da criança), “Tira a mola.” (use a mão direita da criança), “Põe

a meia.” (coloque-a na corda), “Põe a mola.” (ajude-a a apertar a mola, a colocá-la

na corda e a libertá-la). Se verificar que a Maria tem alguma dificuldade particular,

como por exemplo: em abrir a mola; pratique esta actividade antes de continuar a

implementar toda a sequência (por exemplo: pratique o apertar das molas numa

toalha de mesa).

118 – TACHAS – I

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motor

Motricidade fina, agarrar

Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e da força dos dedos

Objectivo: Empurrar 12 tachas num quadro de cortiça

Materiais: Tachas, quadro de cortiça

Procedimento:

Sente-se à mesa, com a Maria e coloque o quadro à sua frente. Coloque as tachas

ao lado. Assegure-se que ela está a olhar para si quando apanhar a primeira tacha.

Usando um movimento deliberado de pinça, apanhe a tacha e segure-a em frente

dos olhos da Maria para que ela veja o que está a fazer. Diga “Olha, Maria.” e

empurre a tacha de forma a que fique presa na cortiça. Segure nos dedos da Maria

e repita o procedimento. Aponte para a segunda tacha e diga “Põe no quadro.” e

aponte para o quadro. Se ela não fizer nenhum movimento, guie-lhe a mão. Repita

o procedimento até ela conseguir colocar as 12 tachas no quadro. De início,

escolha apenas 3 ou 4 tachas da mesa; mas, à medida que aprende a tarefa,

Page 76: Actividades raparigas

aumente o número.

119 – TECER COM TIRAS

Motricidade fina, manipulação

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aprender a tecer, usando padrões regulares

Objectivo: Entender as noções “em cima”, “em baixo” e mover o papel de acordo com

essas noções. Trabalhar até a tarefa estar completa

Materiais: Tiras de papel de duas cores

Procedimento:

Cortar o papel em tiras de 3cm iguais (azul - 20 cm; vermelho - 30 cm). Coloque

uma folha lisa na mesa para formar a base do. Cole as tiras azuis no cimo da folha

trabalho (ver figura). Segure uma tira vermelha e teça-a nas azuis, da direita para a

esquerda (ver figura). Enquanto faz a demonstração vá dizendo: “Em cima, em

baixo.”, conforme vai movendo a fita. Em seguida, dê à Maria outra fita vermelha e

ajude-a a passar por baixo e por cima das fitas azuis. Utilize palavras simples “Olha

Maria, agora vai para cima e agora, para baixo”. Assim que ela perceber o que se

espera dela, afaste-se e veja se ela parece confusa. Após a fita estar colocada

correctamente, segure-a com um pedaço de fita cola. Quando o padrão ficar

completo, elogie-a e dê-lhe a tesoura para aparar as pontas. Use-o na cozinha ou

noutro ponto da casa, como enfeite para que ela se sinta motivada a fazer outro.

Page 77: Actividades raparigas

COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL

A coordenação de capacidades é uma das competências que mais falha nas

crianças com autismo. Assim, é especialmente importante considerar os níveis de

desenvolvimento nas tarefas que envolvem coordenação óculo-manual. Mesmo que a

criança seja boa, em termos de competência de motricidade fina, a sua coordenação

óculo-manual pode ter um nível baixo devido a problemas de percepção. A maioria das

capacidades de motricidade fina descritas pretendem ensinar à criança como agarrar e

manipular objectos. A coordenação óculo-manual envolve a coordenação dessas

competências com as capacidades de percepção. Por exemplo: agarrar um lápis e

usá-lo para riscar espontaneamente, numa tarefa de motricidade fina. Usar o mesmo

lápis para passar por cima (ou desenhar) de um padrão simples. Esta tarefa tanto

envolve a coordenação da motricidade fina como as capacidades de percepção. É isto

que é considerado a coordenação óculo-manual.

As actividades de percepção, motricidade fina e coordenação óculo-manual,

aqui sugeridas, estão intimamente relacionadas, mas a professora não deve entender

que os níveis de desenvolvimento da criança nestas funções vão ser os mesmos. Não

é raro que uma criança com autismo tenha capacidades de motricidade fina num nível

de, mas tenha capacidades de percepção e de coordenação óculo-manual, apenas

num nível de 2 anos. Uma avaliação cuidada do nível funcional desta criança, em cada

uma das áreas, é extremamente importante para se delinear um programa de

educação individualizado efectivo. As actividades que se seguem são uma amostra de

tarefas que podem ser usadas para melhorar a coordenação óculo-manual e estão

agrupadas em duas categorias: desenho e manipulação de materiais. As actividades

que envolvem o desenvolvimento do controle óculo-manual são especialmente

importantes na programação pré-profissional. As actividades de desenho, a este nível,

constituem a base para uma eventual aprendizagem da escrita. O desenvolvimento e

consolidação das competências de coordenação óculo-manual são um dos aspectos

mais importantes do crescimento e adaptação da criança.

Page 78: Actividades raparigas

120 – PRÉ- EMPILHAR

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, agarrar

Imitação, motor

Meta: Aumentar o controle em colocar objectos

Objectivo: Empilhar 3 ou 4 caixas

Materiais: Pequenas caixas de cereais (vazias ou cheias), cesto

Procedimento:

Coloque as caixas de cereais dentro do cesto e sente-se a Maria, no chão. Retire

uma caixa do cesto e coloque-a no chão. Então tire outra caixa e coloque-a em

cima da primeira. Repita o procedimento até todas as caixas estarem empilhadas.

Em seguida empurre-as e faça um barulho qualquer divertido. Coloque novamente

todas as caixas no cesto. Em seguida, recomece a actividade mas, ao colocar a

primeira caixa no chão, dê à Maria a outra caixa para que seja ela a colocá-la.

Repita o procedimento, retirando progressivamente a sua ajuda até que ela seja

capaz de retirar as caixas do cesto, empilhá-las e deitá-las ao chão sem ajuda.

121 – TRABALHO PRÉ-PUZZLE – I

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, agarrar

Percepção, visual

Meta: Aumentar as competências de agarrar um objecto e de o atirar a um alvo

Objectivo: Colocar um objecto numa lata vazia

Materiais: 4 latas vazias, 4 pares de meias

Procedimento:

Coloque 4 latas, em fila na mesa, em frente à Maria. Coloque os 4 pares de meias

enroladas numa caixa de sapatos ao seu lado. Agarre num dos pares de meias e

mostre à criança como a deixar cair dentro da lata. Guie-lhe a mão de forma a que

ela apanhe um par de meias, dirija a mão à lata e deixe cair a meia dentro da lata.

Repita a actividade até cada lata ter uma meia dentro. Gradualmente, reduza a sua

assistência à medida que a Maria for desempenhando a tarefa de forma mais

independente. Observe-a cuidadosamente no sentido de verificar se existe alguma

parte da tarefa que lhe seja particularmente difícil. Se ela mostrar dificuldade com

alguma parte específica, gesticule no sentido da acção desejada. Quando todas as

meias estiverem nas latas, remova os materiais e recompense-a.

Page 79: Actividades raparigas

122 – TRABALHO PRÉ-PUZZLE – II

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, agarrar

Percepção, visual

Meta: Aumentar a capacidade de agarrar um objecto e lançá-lo num alvo

Objectivo: Colocar uma conta numa caixa dos ovos

Materiais: Caixa dos ovos, 12 contas grandes (ou nozes)

Procedimento:

Divida uma embalagem de cartão dos ovos e coloque uma das partes em frente à

Maria. Ponha uma das contas à sua frente e aponte para um dos espaços vazios da

caixa de cartão e diga: “Põe.”. Elogie-a e recompense-a imediatamente se ela fizer

alguma tentativa para segurar na conta e depositá-la num dos espaços vazios que

pertencem à caixa de ovos. Se ela parecer que não entende dirija-lhe a mão nessa

actividade. Repita o procedimento até colocar todas as contas na embalagem.

Reduza gradualmente a assistência até que a criança consiga libertar a conta na

embalagem. De início, terá de apontar para a caixa vazia no sentido de lhe dirigir a

sua actividade. Quando estiver familiarizada com a actividade, diga: “Põe.”, mas

não aponte. Verifique se ela consegue localizar visualmente o recipiente vazio e

colocar a conta, lá dentro.

123 – ANÉIS

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e o controle da motricidade fina

Objectivo: Enfiar 4 anéis numa estaca sem ajuda

Materiais: Anéis, estaca

Procedimento:

Coloque a estaca à frente da Maria e mostre-lhe os anéis. Diga “Olha, Maria”, e

mostre-lhe como atirar o anel na estaca. Tire o anel e repita o procedimento. Dê o

segundo anel à Maria e diga-lhe “Põe.”. Guie a sua mão pela actividade pretendida.

Repita o procedimento até que todos os anéis estejam introduzidos na estaca.

Elogie-a sempre que colocar um anel e recompense-a quando todos os 4 anéis

estiverem introduzidos. Assegure-se que ela vê que todos os anéis que lhe serão

dados para que tenha a noção do término da tarefa.

124 – EMPILHAR BLOCOS

Page 80: Actividades raparigas

Coordenação óculo-manual, controle

motricidade fina, agarrar

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e o controle da motricidade fina

Objectivo: Empilhar 4 blocos sem ajuda

Materiais: 4 blocos médios

Procedimento:

Coloque 4 blocos na mesa, à frente da Maria. Assegure-se que lhe despertou a

atenção e demonstre como se empilham os blocos no sentido de formar uma torre.

Desfaça a torre e coloque os blocos na posição original. Coloque um dos blocos

directamente em frente da Maria. Tire um segundo bloco e diga “Põe em cima.” e

coloque-o em cima do primeiro. Assegure-se que ela está a olhar enquanto empilha

o segundo bloco. Segure a sua mão, ajude-a a apanhar o 3º bloco, diga “Põe em

cima.” e dirija a mão da Maria. Repita o procedimento com o quarto bloco, mas,

desta vez, aponte e diga “Põe em cima.”. Dê-lhe uma oportunidade de empilhar o

bloco sozinha mas ajude-a se parecer confusa. Quando todos os blocos estiverem

empilhados, a actividade termina. Repita o procedimento até a Maria conseguir

empilhar os blocos sem ajuda.

125 – CUBOS EM LATA

Coordenação óculo-manual, controle

Percepção, visual

Meta: Aumentar as motricidade fina e atenção

Objectivo: Colocar 4 blocos numa lata

Materiais: Lata de café com um corte na tampa, 4 blocos, 2 tabuleiros

Procedimento:

Coloque a lata de café na mesa entre si e a Maria. Coloque 2 cubos em cada

tabuleiro e coloque um de cada lado da lata (ver figura). Aponte para um cubo e

diga “Põe dentro.”. Se necessário, segure-lhe na mão e guie-a para a actividade

pretendida (segurar um cubo e colocá-lo dentro da lata através do corte da tampa).

Aponte para um bloco no outro tabuleiro e repita o procedimento. Assegure-se que

a Maria está a olhar para a sua mão enquanto você aponta para os blocos. Alterne

os cubos dos tabuleiros diferentes para que ela seja forçada a mover os seus olhos

à medida que vai apontando.

Page 81: Actividades raparigas

126 – ENCAIXES

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Meta: Aumentar a capacidade em direccionar um objecto para um alvo específico.

Objectivo: Inserir 5 cavilhas num quadro sem ajuda.

Materiais: Caixa de sapatos, cavilhas (podem ser feitas do pau da vassoura).

Procedimento:

Coloque o encaixe na mesa em frente à Maria. Manipule a mão dela para que tire

todas as cavilhas e as coloque na mesa. Segure o dedo indicador e ajude-a a

localizar o orifício na caixa. Aponte para uma das cavilhas e aponte para um dos

buracos e diga “Põe dentro.”. Guie-a na introdução da primeira cavilha mas,

gradualmente, reduza a ajuda prestada. Após a ter ajudado a introduzir a primeira

cavilha, ajude-a a retirá-la e a introduzi-la novamente. Repita o procedimento com

todas as cavilhas. Após a Maria se habituar a esta rotina, diga-lhe “Põe.”, mas não

aponte para uma peça específica ou para um buraco. Recompense-a quando todas

as cavilhas estiverem na caixa.

127 – ESTOJO DE LÁPIS

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Meta: Melhorar a manipulação de objectos e controlar a direcção para um alvo

Objectivo: Colocar 4 lápis nos furos de um estojo de lápis sem ajuda

Materiais: Lata (sumo, vegetais, etc.), cartão, 4 lápis

procedimento:

Construa um estojo de lápis simples, fazendo furos numa peça de cartão e colando-

a no cimo da lata (ver figura). Assegure-se que os furos têm a dimensão suficiente

para que os lápis caibam. Coloque os estojo e 4 lápis à frente da Maria. Assegure-

se que ela está a olhar e ponha um lápis num dos furos. Dê-lhe um lápis e guie-lhe

a mão para um dos furos, enquanto diz “Põe dentro.”. Elogie-a imediatamente. Dê-

lhe um terceiro lápis, aponte para outro furo e diga: “Põe dentro.”. Ajude-a só se for

necessário. Quando ela estiver habituada a pôr os lápis, pare de apontar para os

furos e veja se ela é capaz de localizar os furos vazios e tenta lá pôr os lápis.

Page 82: Actividades raparigas

128– COLORIR

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar o controle da mão e desenvolver competências de colorir

Objectivo: Fazer 4 ou 5 marcas com um lápis dentro de um espaço delimitado por uma

linha grossa

Materiais: Lápis, papel, marcadores

Procedimento:

Usando um marcador faça dois círculos ou quadrados numa folha de papel (ver

figura). Faça os contornos grossos, escuros e claramente visíveis. Coloque uma

folha de papel e dois lápis na mesa em frente da Maria. Tire um lápis e faça alguns

rabiscos dentro do espaço delimitado pelo círculo. Dê-lhe um segundo lápis e diga

“Faz tu.”. Ajude-a a agarrar o lápis e a rabiscar por alguns segundos dentro do

círculo. Elogie-a, remova a folha e repita o procedimento com uma segunda folha.

De início a Maria não entenderá a ideia de colorir dentro de um espaço delimitado.

Continue a fazer as marcas apenas dentro das linhas e use a sua mão para que ela

faça o mesmo. Retire, gradualmente o controle da mão à medida que ela conseguir

colorir de uma forma controlada. Recompense-a sempre que completar um folha de

trabalho.

129- ENFIAR CONTAS – I

Coordenação óculo manual, controle

Motricidade fina e coordenação das duas mãos

Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos.

Objectivo: Enfiar duas contas num pino enquanto o segura com uma mão.

Material: Pino de enfiar e contas.

Procedimento:

Page 83: Actividades raparigas

Coloque o pino em cima da mesa e dê à Maria uma conta (certifique-se de que

cabe no pino) e guie a sua mão para que a enfie. Pegue numa segunda conta,

mostre-a e diga: “Põe aqui.”, apontando para o pino. Ajude-a apenas se for

necessário. Quando estiverem duas pintas no pino, coloque-o de lado e ponha

outro na mesa. Desta vez tente que ela ponha o pino sem a sua ajuda. Quando ela

conseguir fazê-lo com a base assente na mesa, ajude-a a segurar o pino com uma

mão e a enfiar as contas com a outra. De inicio terá que a ajudar com as suas

mãos, mas vá retirando a assistência à medida que a Maria vai progredindo.

130 – ENFIAR CONTAS – II

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos

Objectivo: Colocar duas contas num suporte sem ajuda

Material: Pino de enfiar e contas

Procedimento:

Quando a Maria conseguir colocar as contas num pino (actividade 129) tente que o

faça num objecto mais flexível, mas ainda rígido, como por exemplo um tubo de

plástico. Demonstre como fazê-lo segurando o tubo com uma mão e usando a outra

para apanhar as contas, depois dê-lhe o tubo e ajude-a a segurá-lo com uma mão.

Ajude a Maria a colocar as contas no tubo e quando ela conseguir recompense-a.

Reduza o seu apoio à medida que ela vai progredindo.

131 – ENFIAR CONTAS – III

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos

Objectivo: Enfiar 5 contas num atacador de sapato, sem ajuda.

Material: Atacador de sapato e contas.

Procedimento:

Depois da Maria conseguir enfiar as contas no tudo sem ajuda (actividade130),

mude parta um cordão ou atacador de sapato. Dê um nó numa das extremidades

para que as contas não saiam. Demonstre primeiro como enfiar a conta no fio.

Certifique-se de que a Maria está a olhar para a sua demonstração. Depois guie-a

para que segure no atacador com uma mão e numa conta com a outra. Ajude-a a

enfiar a primeira conta e a fazê-la deslizar até ao nó do fio. Repita a actividade até

Page 84: Actividades raparigas

enfiar as 5 contas. No principio terá que lhe ensinar o que cada mão terá que fazer,

parar que ela consiga usá-las cooperativamente. Repita a actividade até que ela

consiga colocar as 5 contas sem ajuda.

132 – MOLAS DE ROUPA

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação, emparelhar

Meta: Incrementar competências para emparelhar e força manual

Objectivo: Colocar 6 molas de roupa no lugar assinalado num tubo

Material: 6 molas de roupa de cores diferentes, um tudo

Procedimento:

Quando a Maria conseguir colocar molas de roupa numa caixa sem ajuda

(actividade 111) comece a ensinar-lhe a colocar molas em sítios marcados de um

tubo. Desenhe 6 estrelas no lado exterior do tubo e vire-as para cima, para que ela

coloque as molas directamente nas estrelas. Se quiser usar esta tarefa para o

emparelhar das cores, desenhe as estrelas com as cores das molas. Depois dê-lhe

uma mola aponte para a estrela e diga: “Põe aqui.”. Se ela a tentar colocar em

qualquer lado do tubo aponte para a estrela e repita: “Põe aqui.”. Se ela lhe parecer

confusa, guie-lhe a mão para a estrela. Quando ela conseguir colocar as 6 molas

sem a sua ajuda, diga ocasionalmente: “Põe aqui.”, sem apontar. Veja se ela

procura as estrelas ainda vazias para colocar a mola.

133 – TRABALHAR O PRÉ-DESENHO

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Imitação, Motricidade

Meta: Incrementar o controle manual e desenvolver as primeiras competências de

desenho

Objectivo: Traçar três linhas num prato de açúcar ou farinha com um dedo

Materiais: Um prato, açúcar ou farinha

Page 85: Actividades raparigas

Procedimento:

Espalhe o açúcar num prato. Pegue no dedo indicador da Maria e mostre-lhe como

fazer linhas rectas. Reduza o seu apoio à medida que ela começar a fazer marcas

sozinha. quando ela perceber toda a actividade, faça marcas e tente que ela a

imite. Faça padrões na vertical e horizontal.

134. BRINQUEDOS DE ENCAIXE

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual e aprender a usar adequadamente os

brinquedos

Objectivo: Fazer uma construção simples de 3 encaixes

Materiais: Brinquedos de encaixe

Procedimento:

Certifique-se de que a Maria está a olhar para si e faça as três construções. Ponha

o seu modelo na mesa e dê-lhe peças para ela fazer construções semelhantes.

Ajude-a a copiar o primeiro modelo, controlando as suas mãos. Reforce-a e coloque

a construção ao lado da sua. Dê-lhe as peças para fazer o segundo modelo. Ajude-

a se ela parecer confusa. À medida que ela for controlando melhor a actividade,

retire a sua ajuda e aumente o número de peças da construção. Recorde que

demasiadas peças em frente dela podem desorganizá-la.

135 – MOLDAR PLASTICINA - I

Coordenação óculo-manual

Motricidade fina, coordenação óculo-manual

Percepção visual

Imitação e motricidade

Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e desenvolver a capacidade de copiar

objectos

Objectivo: Copiar três objectos comuns com a plasticina

Material: Plasticina, 3 objectos comuns com formas simples (por exemplo bola, bolacha,

cubo

Page 86: Actividades raparigas

Procedimento:

Sente a Maria à mesa. Coloque um dos objectos a serem copiados em frente dela,

assim como dois pedaços de plasticina. Nomeie o objecto a copiar e certifique-se

de que ela está a olhar. Se estiver a fazer uma bola diga “Olha, Maria, uma bola.”.

Quando ela olhar mostre-lha e coloque-a ao lado do objecto original. Depois aponte

para o segundo objecto e faça o mesmo. Se ela não fizer nenhum movimento com

a plasticina ajude-a a começar, com a sua mão. Se ela não compreender ajude-a,

com as suas mãos, a moldar a bola. Reforce-a imediatamente e repita o

procedimento com os outros objectos. À medida que ela for sendo mais capaz e

independente, retire o seu apoio.

136 – MOLDAR PLASTICINA – II

Coordenação óculo-manual

Motricidade fina, coordenação óculo-manual

Percepção visual

Imitação e motricidade

Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual, aprender a usar adequadamente os

jogos e desenvolver a capacidade de reproduzir cópias de representações

bidimensionais

Objectivo: Moldar com plasticina figuras representadas por desenhos

Material: Plasticina, desenho de três objectos comuns e familiares à Maria. Devem ser

muito claros para ela, podem ser desenhados ou recortados de uma revista, se

possível devem representar os mesmos objectos trabalhados na actividade 135

Procedimento:

Quando a Maria conseguir moldar a plasticina para copiar os objectos com estes

presentes, ensine-a a moldar objectos a partir de figuras. Coloque dois bocados de

plasticina em cima da mesa e uma figura a reproduzir. Certifique-se de que ela esta

a olhar para a figura. Diga: ”Olha Maria, a bola.“ e aponte para a figura. Depois

pegue num bocado de plasticina e faça uma bola. Aponte para o segundo bocado

de plasticina e diga: “ Olha, faz a bola.”. Se ela lhe parecer confuso, ajude-a a

começar. Coloque a segunda bola perto da figura e aponte para o conjunto

dizendo: “ Bola”. Reforce-a imediatamente e repita o procedimento com as outras

duas figuras.

137. PARTES DE UM TODO

Coordenação óculo-manual, controle

Page 87: Actividades raparigas

Motricidade fina, manipulação

Percepção visual

Meta: Reconhecer a relação entre as partes e o todo e juntar as partes correctamente

para formar um objecto

Objectivo: Juntar, sem ajuda as partes de uma figura dividida em duas

Material: Papel de cor, papel branco, lápis, tesoura e cola

Procedimento:

Corte partes de objectos que, quando juntas, formem um objecto que a Maria

reconheça facilmente. Desenhe uma linha no meio de uma folha branca e num dos

lados da linha coloque o modelo do objecto. Mostre à Maria as duas partes do

objecto e como deve colocá-las no outro lado da folha que contém o modelo.

Certifique-se de que ela está a olhar para si enquanto as coloca directamente no

outro lado da folha. Nomeie o objecto e retire as duas partes novamente. Diga-lhe

que junte as duas partes, se ela parecer confuso ajude-o a rodar as partes até que

encaixem adequadamente e depois cole o desenho no papel. Pendure o desenho

na sala de aula para mostrar que tem orgulho no seu trabalho. À medida que ela for

dominando a tarefa divida as figuras em 3 ou 4 partes e repita o procedimento.

138. PINÇAS

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, manipulação

Percepção visual

Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual, o controle da motricidade fina e a

capacidade de movimentar objectos

Objectivo: Pegar em 6 objectos pequenos com pinças e colocá-los em copos ou cartões

dos ovos.

Material: Pinças pequenas e flexíveis, cartão de ovos, pequenos objectos (blocos, contas

etc.)

Page 88: Actividades raparigas

Procedimento:

Coloque 2 ou 3 objectos pequenos em cima da mesa em frente da Maria e diga

“Olha, Maria.” e mostre-lhe como se usa a pinça. Certifique-se de que ela está a

olhar para si e use a pinça para pegar num dos objectos e colocá-los num buraco

do cartão de ovos. Liberte o objecto no cartão abrindo a pinça. Tente que a Maria a

imite no uso da pinça. Ajude-a a pegar-lhe de forma adequada. Com a outra mão

aponte para o objecto que ela deve pegar e diga “Põe este.”. Ajude-a a controlar a

pinça e a pegar no objecto. Depois encaminhe-a para o cartão e ajude-a a libertar o

objecto. Inicialmente terá que apontar para um buraco vazio para que ela saiba

onde deixar o objecto. Treine com vários objectos para que ela adquira o controle

da pinça. Diminua o controle das mãos à medida que sentir que ela vá percebendo

e controlando melhor a tarefa.

139- DESENHO: LINHAS HORIZONTAIS

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Objectivo: Aumentar o controle manual e desenvolver competências de desenho

Objectivo: Desenhar linhas horizontais unindo pontos

Material: Papel, lápis e marcadores

Procedimento:

Usando os marcadores, prepare várias folhar de trabalho desenhando 5 ou 6

conjuntos de pontos bem visíveis com cerca de 1 cm de intervalo. Dê um lápis à

Maria e ajude-a a colocar o lápis no ponto da esquerda. Diga: “Por cima.” e guie-lhe

a mão para que vá passando por cima dos outros pontos até ao último da direita.

Repita esta actividade várias vezes. Reduza a ajuda manual à medida que sentir

que ela começa a mexer o lápis sozinha. Reforce-o por cada folha completa. Pode

ir gradualmente aumentando o grau de dificuldade, aumentando a distância entre

os dois pontos.

140- DESENHAR CÍRCULOS

Page 89: Actividades raparigas

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Desenvolver competências básicas de desenho

Objectivo: Unir uma série de pontos para formar e completar círculos de um desenho

simples

Material: Papel, lápis e marcadores

Procedimento:

Desenhe vários desenhos simples, um em cada página, nos quais o circulo forme

uma parte importante do desenho. Use os marcadores para fazer a figura, mas

desenhe o circulo apenas com uma série de pontos bem visíveis. Dê à Maria um

lápis e uma das folhas. Nomeie o objecto e aponte para o que falta. Guie a mão

dela para desenhar o circulo que falta, unindo os pontos. Reduza a ajuda à medida

que ela aprende o que se espera dela. Veja se ela consegue descobrir no desenho

onde está o circulo para completar.

141- CORTAR COM TESOURA

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Desenvolver o controle da tesoura e a coordenação óculo-manual

Objectivo: Cortar tiras de papel através de uma linha bem demarcada

Material: Papel, tesoura. marcador

Procedimento:

Corte uma folha de papel em tiras de cerca de 1 cm cada. Com um marcador

desenhe linhas grossas ao, longo da tira com cerca de 2 cm de intervalo. Dê à

Maria as tiras e a tesoura, ajudando-a a segurá-las com as mãos. Aponte para uma

das linhas e diga: “Corta.”. Se ela parecer confusa ou se tentar cortar em qualquer

parte guie as suas mãos para a linha mais próxima. Reforce-a imediatamente.

repita a actividade tantas vezes quanto as necessárias para ela conseguir cortar as

linhas sem ajuda. Quando ela já tiver percebido que deve cortar quando aponta

para a linha, experimente dizer apenas, “Corta.”, sem apontar. Veja se ela encontra

a linha sozinha e se corta adequadamente.

Page 90: Actividades raparigas

142-. RECORTAR FIGURAS

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Cortar adequadamente usando a tesoura para crianças

Objectivo: Cortar figuras simples sem ajuda

Material: Livro de pintar, tesoura, lápis

Procedimento:

Quando a Maria tiver aprendido como cortar uma linha (actividade 141) ensine-lhe

a recortar figuras. Os livros de pintar são excelentes para estes trabalhos. Primeiro

tente que ela recorte figuras apenas com linhas rectas, mas à medida que aumenta

a coordenação das mãos, pode começar a trabalhar figuras com curvas simples. Se

os desenhos estiverem pintados torna-se mais fácil para ela recortar. Quando ela

chegar ao fim de uma linha ajude-a a mudar de direcção. Quando ela acabar

reforce-a imediatamente e cole a pintura no caderno dela.

143 – QUADRO COM PORCAS E PARAFUSOS

Coordenação óculo-manual, controlo

motricidade fina, manipulação

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual

Objectivo: Juntar 3 porcas e 3 parafuso de tamanhos iguais num quadro de encaixe

Materiais: Quadro de madeira, 3 porcas e 3 parafusos de tamanho igual

Procedimento:

Antes de iniciar a actividade, construa um quadro simples, de madeira, tal como

visualiza na figura. Coloque 3 parafusos de tamanho idêntico tal como está na

figura. Diga “Olha, Maria.”. Quando estiver segura de que ela está a olhar, tire uma

porca e aperte-a de forma a ficar solta, num dos parafusos. Então, segure a mão da

Maria e ajude-a a agarrar a porca, fazendo pinça. Em seguida, guie a sua mão para

que aperte a porca no parafuso. Finalmente, aponte para a porca restante e diga

“Põe tu.”. Se ela tentar colocar a porca, elogie-a imediatamente e ajude-a a terminar

a tarefa. Repita a actividade muitas vezes, reduzindo a sua ajuda até que ela seja

capaz de completar todas as 3 porcas sem ajuda. Não espere que ela consiga

apertar a porca totalmente. De início, é provável que a Maria consiga apenas

realizar duas ou 3 voltas.

Page 91: Actividades raparigas

144 – QUADRO COM PORCAS E PARAFUSOS- II

Coordenação óculo-manual, controlo

Motricidade fina, manipulação.

Percepção, visual.

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e a discriminação de tamanhos

Objectivo: Juntar 3 porcas e 3 parafuso de tamanhos diferentes num quadro de encaixe

Materiais: Quadro de madeira, 3 porcas e 3 parafusos de tamanho igual (actividade 143)

Procedimento:

Quando a Maria conseguir executar um quadro simples tal como está descrito na

actividade 143, construa um mais avançado usando 3 peças de tamanhos

diferentes. Coloque o quadro na mesa, em frente da Maria e espalhe as peças de

diferentes tamanhos. Segure na sua mão e ajude-a a apanhar uma das porcas.

Assegure-se que ela está a olhar e tente colocar a peça em todos os parafusos até

encontrar uma que sirva. Quando encontrar uma que não sirva, sorria, abane a

cabaça e diga “Não.”. Quando encontrar a peça apropriada, acena e diga “Sim.” e

ajude a Maria a enroscar a peça. Repita o procedimento com as restantes peças.

Após a ter ajudado com a segunda peça, verifique se ela consegue agarrar,

sozinha, a terceira porca e colocar no parafuso vazio. Repita a actividade, dando-

lhe a ajuda que necessita até que ela seja capaz de completar o quadro sozinha.

145 – COSER CARTÃO

Coordenação óculo-manual, controle

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Motricidade fina, agarrar

Realização cognitiva, sequencialização

Meta: Desenvolver competências organizadas de coser

Objectivo: Passar um fio pelos furos de um cartão de forma sequencial

Materiais: Cartão grosso com furos, laço de sapato

Procedimento:

Page 92: Actividades raparigas

Mostre o cartão com furos, à Maria e faça com que ela toque em cada furo com o

indicador. De início terá de guiar a sua mão para que toque nos furos no sentido

dos ponteiros do relógio. Lembre-a de tocar em todos os furos. Ajude-a a agarrar a

fio com a mão direita e a passá-lo pelo primeiro furo. Enfatize a direcção com a

ordem: “Para cima.”. Ajude-a a agarrar a ponta do fio com a mão esquerda e diga

“Para baixo.”. Ajude-a a deixar cair o fio. Em seguida, repita o procedimento,

alternando a mão direita para o movimento ascendente e a mão esquerda para o

movimento descendente. A repetição constante das directrizes vai fazer com que a

Maria organize a tarefa. Á medida que ela começar a iniciar a tarefa sem as

directrizes verbais, retire a sua ajuda por completo. Continue, no entanto a verificar

se ela não se esquece da direcção “Para cima.” e se não salta buracos.

146 – IMPRIMIR LETRAS DE IMPRENSA.

Coordenação óculo-manual, desenhar

Motricidade fina, manipulação

Meta: Desenvolver competências de imprimir e melhorar a coordenação óculo-manual

Objectivo: Ligar pontos para formar letras maiúsculas

Materiais: Papel, lápis, marcador

Procedimento:

Prepare folhas de trabalho, desenhando letras maiúsculas, formadas por pontos.

Coloque uma pinta de uma cor para indicar o ponto de partida e use setas para

indicar a direcção dos movimentos. As folhas devem conter letras constituídas por

linhas rectas (ver figura). Dê o lápis, à Maria e guie-lhe a mão para desenhar as

letras. Dê-lhe directrizes verbais simples à medida que traça as letras. Por exemplo:

com a letra “A” pode dizer “Para baixo, para baixo, para o lado.”, para indicar as

direcções que as linhas deverão tomar. Quando ela estiver familiarizada com as

folhas de trabalho, aumente o espaço entre os pontos e faça-os menos grossos.

Finalmente veja se ela consegue desenhar as letras somente através das suas

directrizes verbais.

Page 93: Actividades raparigas

147 – DESENHAR (CÍRCULOS E QUADRADOS)

Coordenação óculo-manual, desenhar

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motor

Meta: Aumentar as competências de desenho e a coordenação óculo-manual

Objectivo: Ligar pontos para desenhar círculos e quadrados

Materiais: Papel, lápis, marcadores

Procedimento:

Prepare várias folhas de trabalho contendo um círculo ou um quadrado cujas linhas

exteriores são constituídas por pontos. Os pontos devem ser claramente visíveis e,

no início, próximos um dos outros. Coloque uma dessas folhas e um lápis em frente

da Maria. Segure-lhe no indicador e, lentamente, trace a forma das figuras que a

folha de trabalho contém. Á medida que move o seu dedo diga: “Ponto.” todas as

vezes que o dedo da Maria passar por cima de um destes. Após repetir esta

actividade muitas vezes, dê-lhe o lápis e ajude-a a ligar os pontos. Continue a

repetir “Ponto.” todas as vezes que os ligar. Repita a actividade várias vezes,

usando novas folhas de trabalho. Quando ela começar a ligar os pontos sozinha,

reduza o número de pontos de cada figura e trace pontos cada vez com menos

pressão de forma a que fiquem desenhados com menos tinta logo, mais claros.

Quando o número de pontos tiver sido reduzido a 4 por figura, tire uma folha de

papel em branco e desenhe apenas metade do círculo ou do quadrado. Verifique se

a Maria completa a outra metade.

148 – DESENHAR CRUZES E DIAGONAIS

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar as competências de desenho e a coordenação óculo-manual.

Objectivo: Ligar pontos para formar cruzes e linhas diagonais.

Materiais: Papel, lápis, marcadores

Procedimento:

Faça várias folhas de trabalho, desenhando conjuntos de pontos que formam

cruzes ou diagonais. Use uma cor diferente para indicar o ponto de partida (ver

figura). Comece com as folhas de trabalho que contenham apenas as linhas

diagonais. Dê o lápis à Maria e guie-lhe as mão para que ligue os pontos. Diga

“Ponto, ponto, ponto.”, enquanto desenhas as linhas. À mediada que ela começa a

mover o lápis sozinha, retire progressivamente o controlo das mãos, mas continue a

Page 94: Actividades raparigas

repetir “Ponto, ponto, ponto.”. Repita o procedimento usando folhas de trabalho que

contenham cruzes formadas por pontos. Á medida que as suas aptidões

aumentam, use menos pontos por padrão e faça-os mais leves. Quando a Maria

conseguir conectar somente dois pontos pequenos, desenhe uma linha diagonal ou

uma cruz e veja se ela as consegue copiar sem quaisquer que lhe sirvam de

referência.

149 – DESENHAR: DECALQUES

Coordenação óculo-manual, desenho

motricidade fina, manipulação

imitação, motor

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual, controlo de um lápis e a capacidade em

desenhar formas

Objectivo: Desenhar figuras geométricas simples, usando inicialmente um decalque e, em

seguida, sem qualquer referência

Materiais: Cartão grosso, lápis, papel

Procedimento:

Prepare decalques simples cortando quadrados, círculos e triângulos de peças de

cartão forte. Coloque as 3 peças de um lado da mesa de forma a que a Maria veja

quantas vezes ela terá de desempenhar a tarefa. Coloque o 1º decalque numa

folha, à frente da Maria e ajude-a a mover o dedo no interior do decalque. Repita o

procedimento com o lápis na mão da Maria. Remova o decalque e mostre-lhe o

desenho que acabou de executar. Repita o procedimento com o 2º o e 3º decalque.

Recompense-a após cada decalque. Reduza o controlo da sua mão até que

consiga traçar o decalque sozinha. Á medida que adquire experiência com o

decalque, faça com que trace apenas metade da figura e, na outra metade, execute

o desenho sem modelo. Continue a desenhar a forma com e sem o decalque.

Reduza o controlo da mão até que ela consiga desenhar a forma com e sem o

decalque.

150 – DESENHAR: CONVERTER FORMAS EM DESENHOS

Coordenação óculo-manual, desenho

Percepção visual

Page 95: Actividades raparigas

Meta: Melhorar as competências de desenho e desenvolver a imaginação

Objectivo: Converter figuras simples em desenhos vulgares

Materiais: Papel, lápis

Procedimento:

Faça várias folhas de trabalho, cada uma delas contendo um círculo ou um

quadrado. Tire uma dessas folhas e um lápis e mostre à Maria como decorá-la de

forma a convertê-la um objecto que lhe é familiar (ver figura). Por exemplo: mostre-

lhe um quadrado e diga “Olha Maria: quadrado. Desenha casa.”. Dê-lhe um lápis e

guie-lhe a mão para decorar um quadrado, fazendo-o parecido com uma casa.

Segure o seu dedo e contorne o traçado original, dizendo “Quadrado.”. Em seguida

segure a imagem à sua frente e diga “Casa.”. Após a ter ajudado a converter o

quadrado em casa muitas vezes, aligeire o controlo da mão e, quando estiver

quase a terminar o desenho, verifique se ela o consegue terminar sozinha.

Gradualmente, tente fazer com que ela desenhe porções maiores da figura sozinha.

151 – IMPRIMIR O NOME PRÓPRIO

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Realização cognitiva, emparelhar

Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual, imprimir, aptidões em emparelhar

Objectivo: Imprimir as letras do 1º nome da criança com cópia de um modelo

Materiais: Papel colorido, papel branco, lápis

Procedimento:

Corte as letras referentes ao nome da Maria (no caso do exemplo: S-C-O-T-T) em

papel colorido. As letras devem ter cerca de 8 cm tamanho. Trace os contornos

exteriores das mesmas debaixo do modelo. Desenhe as mesmas letras, uma

terceira vez, constituídas por pontos (ver figura). Faça várias folhas de trabalho

iguais. Coloque uma destas folhas em frente à Maria. Dê-lhe um conjunto de letras

e faça com que ela as emparelhe com as do modelo. Se ela necessitar de ajuda,

mostre-lhe como emparelhar letra a letra até que ela o consiga fazer. Em seguida,

faça com que pinte as letras da segunda fila. Ajude-a a colorir dentro das linhas,

Page 96: Actividades raparigas

guiando-lhe a mão. Finalmente, faça com que ligue os pontos da terceira fila. Ajude-

a se necessitar. Diga “Ponto, ponto, ponto.”, enquanto ela vai ligando os pontos.

Repita as letras, nesta sequência. Cada vez que a Maria combinar, pintar as letras

ou juntar os pontos que as formam, diga o nome da letra. Tente fazer com que ela

repita o nome da letra. Além disso, cada vez que ela completar uma sequência,

repita o nome total e peça-lhe parar fazer o mesmo. Use apenas uma folha por

sessão.

152 – DESENHAR: COMPLETAR FIGURAS SIMPLES

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Percepção, visual

Meta: Aumentar as competências de desenho e a percepção

Objectivo: Observar uma figura, notar o que falta e completar o desenho

Materiais: Papel, lápis

Procedimento:

Desenhe vários objectos simples com os quais a Maria é familiar mas deixe por

desenhar uma parte óbvia da figura (ver figura). Dê-lhe uma folha e um lápis.

Segure no seu indicador e ajude-a a percorrer o traçado do desenho. Assegure-se

que ela está a olhar para o desenho à medida que move os seus dedos. Quando

chegar à parte do desenho que foi omitida, diga “Oh oh, não está.”. Ajude-a a

completar o desenho. Recompense-a imediatamente e tire uma segunda folha.

Repita o procedimento muitas vezes. Á medida que ela se habituar à tarefa,

verifique se ela consegue localizar a parte que falta sem que tenha de mover o seu

dedo pelo desenho inteiro.

153 – DESENHAR FORMAS E DESENHOS

Coordenação óculo-manual, desenho

Page 97: Actividades raparigas

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar as competências de desenho

Objectivo: Ligar pontos para realizar formas simples e desenhos

Materiais: Papel, lápis, marcadores

Procedimento:

Faça várias folhas de trabalho com pontos de lápis que formam desenhos simples e

formas. Use um ponto colorido afim de indicar o início do desenho e setas para

indicar a direcção pela qual deverá mover o lápis (ver figura). Ajude a Maria a unir

os pontos para completar os desenhos. Retire a sua ajuda assim que ela começar a

unir os pontos sozinha. Á medida que ela se tornar mais apta a ligar os pontos,

separe mais os pontos e trace-os de forma mais leve.

154 – Escrever números

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Desenvolver competências de escrita

Objectivo: Seguir padrões formados por números para desenhar números formados por um

dígito

Materiais: Papel, lápis, marcador

Procedimento:

Faça números constituídos por pontos de, aproximadamente 10 cm de tamanho.

Assegure-se que os pontos são claramente visíveis e, no início, deverão estar muito

perto uns dos outros. Use um ponto vermelho ou verde para indicar o ponto de

partida e setas para indicar a direcção (ver figura). Coloque uma folha de trabalho

em frente da Maria e dê-lhe um lápis. Guie-lhe a mão no sentido de ligar todos os

pontos. Diga “Ponto.” todas as vezes que o lápis atingir um deles. Quando terminar

de ligar os pontos, diga o nome do número. Não espere que a Maria aprenda mas

números. O objectivo da actividade é fazer tão somente que ela se habitue a ouvir o

nome. Quando ela conseguir ligar os ponto sem ajuda, use menos pontos por

número e faça os pontos com menos pressão. Quando atingir o estádio de ter

apenas 3 ou 4 pontos por número, tente fazer com que ela copie o número sem a

sua ajuda manual usando esse mesmo padrão. De início, limite cada sessão a uma

Page 98: Actividades raparigas

ou duas folhas de trabalho mas, gradualmente, aumente a duração da tarefa à

medida que esta se tornar mais fácil para ela.

155 – ESCREVER NÚMEROS

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Meta: Desenvolver competências de escrita

Objectivo: Seguir pontos para desenhar algarismos

Materiais: Papel, lápis, marcador

procedimento:

Faça números constituídos por pontos de, aproximadamente 10 cm de tamanho.

Assegure-se que os pontos são claramente visíveis e, no início, deverão estar muito

perto uns dos outros. Use um ponto vermelho ou verde para indicar o ponto de

partida e setas para indicar a direcção (ver figura). Coloque uma folha de trabalho

em frente da Maria e dê-lhe um lápis. Guie-lhe a mão no sentido de ligar todos os

pontos. Diga “Ponto.” todas as vezes que o lápis atingir um deles. Quando terminar

de ligar os pontos, diga o nome do número. Não espere que a Maria aprenda mas

números. O objectivo da actividade é fazer tão somente que ela se habitue a ouvir o

nome. Quando ela conseguir ligar os ponto sem ajuda, use menos pontos por

número e faça os pontos com menos pressão. Quando atingir o estádio de ter

apenas 3 ou 4 pontos por número, tente fazer com que ela copie o número sem a

sua ajuda manual usando esse mesmo padrão. De início, limite cada sessão a uma

ou duas folhas de trabalho mas, gradualmente, aumente a duração da tarefa à

medida que esta se tornar mais fácil para ela.

156 – LABIRINTOS

Coordenação óculo-manual, desenho

Motricidade fina, manipulação

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Melhorar o controlo do lápis e desenvolver competências de desenho

Objectivo: Completar labirintos simples desenhando uma linha entre duas linhas paralelas

afastadas entre si , 1 cm

Page 99: Actividades raparigas

Materiais: Papel , lápis, folhas plastificadas (para serem reutilizadas)

Procedimento:

Prepare um número de labirintos simples, desenhando duas linhas paralelas

afastadas entre si 3 cm. Faça apenas um labirinto por página e, se possível,

plastifique-as. Comece por trabalhar labirintos simples com cerca de 10 cm de

comprimento (ver figura). Mostre, à Maria, como começar do lado esquerdo e

desenhar uma linha intermédia direccionada para o lado direito. Dê-lhe o lápis e

guie-lhe a mão de modo a que não desenhe fora das linhas. Reduza a ajuda à

medida que ela for conseguindo desenhar uma linha entre as do labirinto. Assim

que as suas aptidões aumentarem, faça labirintos mais divertidos, colocando

figuras no início e no final destes.

157 – DESENHAR UMA PESSOA

Coordenação óculo-manual, desenho

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação, motor

Meta: Desenvolver competências de desenho e entender conceitos corporais

Objectivo: Desenhar uma figura humana simples, sem ajuda

Materiais: Papel, lápis

Procedimento:

Sente-se, à mesa, ao lado da Maria. Cada uma de vós deverá ter um papel e um

lápis à vossa frente. Chame a atenção da Maria e diga “Olha Maria, desenha a

cabeça.”. Desenhe um círculo na sua folha de papel e diga “Cabeça.”. Em seguida,

aponte para a folha de papel da Maria e diga “ faz tu”. Desenha cabeça”. Ajude-a a

começar se necessitar. Após ter desenhado a cabeça, dirija a sua atenção para os

olhos, “Desenha olhos.” e adicione olhos simples ao seu desenho. Aponte para o

Page 100: Actividades raparigas

papel da Maria e diga “Faz tu. Desenha olhos.”. Ajude-a apenas se parecer

extremamente confusa. Repita o procedimento com as restantes partes corporais.

Mantenha o seu desenho simples de forma de forma a que ela o consiga imitar

facilmente. Lembre-se de nomear cada parte do corpo à medida que for

desenhando. De início, use apenas 3 partes corporais de cada vez. Adicione

gradualmente outras partes assim que ela estiver familiarizada com a tarefa, por

exemplo, boca, cabelo, nariz, dentes, etc.

158 – DESENHAR CATEGORIAS

Coordenação óculo-manual, desenho

Realização cognitiva, categorização

Meta: Aumentar competências de desenho, imaginação e a capacidade de categorizar

objectos e decidir o que desenhar de forma independente

Objectivo: Pensar acerca de e executar um desenho de um objecto da mesma categoria de

um objecto desenhado pela professora

Materiais: Papel, lápis

Procedimento:

Seleccione uma categoria com a qual a Maria está familiarizada e que contenha um

número de objectos diferentes que ela consiga desenhar. Podem ser frutos,

brinquedos ou coisas móveis (carros, aviões, barcos). Tire uma folha de papel e

diga “Vamos desenhar frutos.”. Numa folha de papel desenhe uma maçã e diga-lhe

o nome. Diga “Uma maçã é um fruto. Desenha um fruto diferente”. Se a Maria se

mostrar confusa, diga “Uma banana é um fruto. Desenha uma banana”. Assim que

ela estiver mais apta na tarefa de desenhar diferentes membros das diferentes

categorias, dê-lhe mais escolhas e tente fazer com que a Maria escolha o que quer

desenhar. Por exemplo, após desenhar uma maçã, diga-lhe “Bananas, pêras e

uvas são frutos.”. Tente evitar que ela desenhe um determinado item sem escolher.

Repita a actividade usando tantas categorias quantas a Maria conhecer. De início,

terá de a ajudar a desenhar os outros membros da categoria até que aprenda a

associar os desenhos e os objectos.

Page 101: Actividades raparigas

REALIZAÇÃO COGNITIVA

Nesta secção incluímos 2 áreas:

1) A compreensão receptiva da linguagem, símbolos e unidades

simbólicas da comunicação;

2) As aptidões de realização, tais como emparelhar, categorizar e

sequencializar, são necessárias para organizar e compreender a

informação do ambiente. Estas capacidades de realização são facilitadas

pela linguagem receptiva, mas a linguagem não é um pré-requisito para

levar a cabo todas as tarefas de realização cognitiva.

Colocámos as actividades de linguagem receptiva e realização na mesma

categoria, porque muitas crianças com autismo têm muitas dificuldades para adquirir

essas funções.

Algumas crianças podem aprender capacidades cognitivas não verbais muito

mais rapidamente do que a linguagem receptiva, enquanto que outras aprendem mais

facilmente de forma inversa .Porque ambos os tipos de capacidades são essenciais

para a adaptação, nós achamos que é útil descobrir quais os tipos de resposta que a

criança prefere dar e não fazer uma distinção formal entre a linguagem receptiva e a

realização cognitiva

Os exemplos apresentados nesta secção foram seleccionados tendo em conta

uma aplicação geral, mas não estão todos os exemplos incluídos. Entre as ilustrações

da linguagem receptiva estão os procedimentos de ensino das ordens “senta”, “vem”,

“pára” e “vai”. Num nível mais elevado estão os nomes de objectos e os nomes da

família, frases com sujeito e predicado e preposições.

As realizações cognitivas não verbais contêm exercícios de correspondência de

pares de objectos ou de imagens, agrupamento de objectos ou figuras pelas suas

funções, distinguindo substâncias comestíveis de não comestíveis, categorização e

sequencialização de imagens.

Todas as funções cognitivas desta natureza são certamente aprendidas mais

facilmente quando a criança conhece as palavras mais relevantes, mas também as

poderá aprender sem conhecer essas palavras, no entanto, terá mais dificuldade.

Muitas destas capacidades de realização são especialmente importantes para

um futuro percurso de aprendizagem na área da pré-profissionalização.

Page 102: Actividades raparigas

159 – RECONHECIMENTO DO NOME

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção, auditiva

Meta: Desenvolver o reconhecimento do nome

Objectivo: Olhar para a pessoa que fala quando o seu nome é pronunciado

Materiais: Nenhum

Procedimento:

De forma periódica, ao longo do dia, diga o nome da Maria em voz alta e clara. Se

ela olhar para si recompense-a imediatamente com um abraço ou outra pequena

recompensa que ela aprecie. Se ela não responder, coloque-se no seu campo de

visão e chame-a de novo “Maria.”. Comece por estar muito perto dela e repita o seu

nome uma vez durante alguns minutos. Recompense-a de cada vez que ela mover

a cabeça para si, mesmo que não faça o contacto visual. Quando ela começar a

responder aumente gradualmente a distância da criança noutras actividades ou

quando está só a brincar com ela.

160 – INDICAR OBJECTOS DESEJADOS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a aptidão de indicar necessidades ou desejos de forma não verbal

Objectivo: Apontar para um objecto desejado

Materiais: Recompensas comestíveis ou brinquedos favoritos

Procedimento:

Mostre à Maria um brinquedo favorito (ou uma recompensa comestível) e coloque-o

na mesa em frente a ela: Não a deixe alcançar a recompensa até que a tenha

ajudado a apontar para o objecto. Deixe a Maria olhar para a recompensa e aponte

para ela. Depois guie-a para que a aponte antes de lha dar. Repita a actividade

muitas vezes durante o dia. À medida que Maria adquire a ideia de apontar, mesmo

que a tenha de ajudar, não perca qualquer oportunidade durante o dia de a

encorajar a apontar. Retire a sua ajuda gradualmente, à medida que Maria

compreende que pode apontar correctamente quando deseja algo. Quando ela

começar a apontar sozinha, dê-lhe 2 objectos e leve-a a apontar espontaneamente

indicando que quer algo. No princípio a Maria provavelmente irá indicar os seus

desejos apontando à volta. Gradualmente encoraje-a a apontar correctamente com

o dedo, ajudando-a a mantê-lo na posição correcta.

Page 103: Actividades raparigas

161 – RESPONDER A ORDENS VERBAIS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais

Objectivo: Vir em resposta a uma ordem verbal

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Esta actividade requer 2 pessoas. Cada uma deve ter um pequeno grupo de

recompensas. Os 2 adultos (A e B) devem sentar-se frente a frente, a alguns

centímetros de distância, com a Maria ao lado de B. A pessoa A diz “Maria, vem

cá.”, empunhando uma recompensa. No princípio, a pessoa B poderá ter de dar à

Maria um pequeno toque de encorajamento para que ela caminhe para a

recompensa. Quando a Maria vai para o pé de A, ela dar-lhe-á uma recompensa.

Este processo deve repetir-se várias vezes e os adultos devem alternar os seus

papéis. Repetir 4 ou 5 vezes em cada sessão. À medida que ela vai

correspondendo ao pedido vá retirando progressivamente as recompensas. Se ela

tentar movimentar-se antes da ordem ser dada, segure-a até que a ordem seja

dada. Quando a Maria for capaz de corresponder a essa ordem, numa actividade

controlada, comece a generalizar a sua compreensão da palavra das seguintes

maneiras:

a) Diga-lhe para vir algumas vezes durante o dia: Assegure-se de que ela está

atenta e dê-lhe a instrução verbal.

b) Diga-lhe para vir quando ela está perto mas não está a olhar.

c) Diga-lhe para vir quando você está atrás dela de forma que ela tenha de se

virar para chegar até si.

Faça estes passos um de cada vez. Assegure-se de que ela aprendeu um antes de

passar ao seguinte.

162 – SENTAR-SE QUANDO SE LHE É PEDIDO

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais

Objectivo: Sentar-se em resposta a uma ordem verbal

Materiais: 3 cadeiras, incluindo uma mais pequena

Procedimento:

Coloque as 3 cadeiras de maneira a que 2 fiquem de frente a uma cadeira, com

uma distância de alguns pés. Esta actividade requer 2 pessoas Uma pessoa deve

sentar-se na cadeira em frente das outras. A Maria e um adulto devem estar, de pé,

Page 104: Actividades raparigas

em frente às suas cadeiras de forma a que os olhos da criança estejam ao nível da

pessoa que está sentada. Esta pessoa diz: “Maria, senta-te.”, de forma clara e

firme. O adulto que está ao pé da criança senta-se e pode ajudar a Maria a sentar-

se. Quem dá a ordem deve imediatamente recompensá-la. Repetir a actividade

tantas vezes quantas as necessárias até que a criança comece a antecipar a ordem

verbal e já não necessite da ajuda do adulto.

163 – JOGAR AO “PÁRA E ANDA”

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais

Objectivo: Parar e andar em resposta a uma ordem verbal, enquanto caminha

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Agarre na mão da Maria e caminhe com ela à volta da sala algumas vezes.

Ocasionalmente diga “Pára.” E mantenha-a numa posição de paragem. Elogie-a por

parar e insista nessa posição estacionária durante alguns segundos. Depois diga

“Anda.” E comece a andar de novo. Repita o processo muitas vezes. Repare se ela

começa a parar quando ouve a palavra ou se pára porque a mantém nessa

posição. Quando ela começa a antecipar a paragem depois de ouvir a ordem, solte-

lhe a mão enquanto caminham lado a lado.

164 – RECONHECER A SUA PRÓPRIA IMAGEM AO ESPELHO

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção, visual

Meta: Desenvolver a compreensão da auto-imagem e reconhecimento do nome

Objectivo: Apontar para a própria imagem no espelho em resposta à pergunta “Onde está a

Maria?”

Materiais: Espelho de corpo inteiro

Procedimento:

Quando a Maria consegue responder ao seu próprio nome (actividade 159), leve-a

para um espelho de corpo inteiro e mostre-lhe a sua imagem. Guie-a para tocar o

Page 105: Actividades raparigas

espelho para que perceba que não é outra criança que está do outro lado. Ajude-a

a movimentar os braços para cima e para baixo para que ela veja que a imagem faz

o mesmo. Então diga: “Onde está a Maria?”, ajude-a a apontar para si própria e

depois para a sua imagem no espelho. Aponte para o espelho e diga “Olha está ali

a Maria!”. Repita a actividade algumas vezes durante o dia até que a Maria comece

a generalizar a sua imagem. Se ficar assustada com o espelho ou se ficar fixada

nela ajude-a a ultrapassar isto de maneira gradual várias vezes por dia. Chame a

atenção para a imagem no espelho enquanto está a passar por lá, mas não a deixe

parar até que ela se sinta confortável com a sua imagem reflectida.

165 – EMPARELHAR OBJECTOS COMUNS

Realização cognitiva, emparelhar

Percepção, visual

Meta: Aumentar as capacidades de emparelhar e atenção visual

Objectivo: Olhar a mão da professora e encontrar um objecto igual, de entre um conjunto

de 4 objectos

Materiais: 4 pares de objectos idênticos (meias, tachas, blocos, colheres, lápis, etc.), caixa

pequena

Procedimento:

Coloque um exemplar dos 4 objectos na mesa em frente à Maria. Guarde os

objectos iguais a esses 4 no colo para que ela não os veja. Coloque a caixa perto

de si num dos lados da mesa. Segure um dos objectos, que estão no colo, e faça

com que ela encontre o correspondente de entre os objectos que estão dispostos

na mesa. Por exemplo: segure uma meia e diga “Maria, dá a meia”. Aponte para o

grupo de objectos que está colocado na mesa. Quando ela apanhar, ou indicar o

item correcto, elogie-a e coloque os dois itens na caixa. Repita a actividade até que

todos os objectos estejam dentro da caixa.

166 – EMPARELHAR OBJECTOS CONHECIDOS – II

Realização cognitiva , emparelhar

Percepção visual

Meta: Aumentar as competências de emparelhar e atenção visual

Objectivo: Encontrar o par para cada item a partir de um conjunto de outros itens, sem se

distrair

Material: 4 pares de objectos idênticos e uma caixa grande

Procedimento:

Page 106: Actividades raparigas

Coloque todos os objectos dentro de uma caixa e sente-se no chão com a caixa

entre si e a Maria. Pegue num dos objectos, mostre-o e diga “Olha Maria, procura o

outro.”. Depois aponte para a caixa e ajude-a a procurar o entre os restantes

objectos da caixa até ela encontrar o par. Coloque o par de lado e recompense-a.

Repita a actividade até emparelhar todos os objectos que se encontram na caixa.

Não comece a actividade se a Maria não conseguir emparelhar um objecto

mostrado quando existe um número limitado de distractores (actividade 165).

167 – EMPARELHAR FIGURAS E OBJECTOS

Realização cognitiva , emparelhar

Meta: Desenvolver as competências cognitivas de emparelhar

Objectivo: Emparelhar 5 figuras de objectos simples com os objectos reais

Material: Objectos comuns com figuras correspondentes (as figuras podem ser

desenhadas ou recortadas de um livro de figuras ou de colorir)

Procedimento:

Coloque as figuras em cima da mesa em frente da Maria e mantenha os objectos

no seu colo para que ela não se distraia. Dê-lhe os objectos, um de cada vez, e

peça-lhe que coloque na figura idêntica. De inicio é provável que tenha que

começar com apenas uma figura e um objecto. Por exemplo: sente a Maria em

frente de uma figura com uma colher. Dê-lhe a colher e diga-lhe o nome do objecto.

Incentive-a a colocar a colher na figura correspondente e reforce-a imediatamente

pelo sucesso. Quando sentir que ela já compreendeu a tarefa, coloque duas figuras

em cima da mesa por forma a que ela tenha que escolher a que corresponde ao

seu objecto. Por exemplo coloque na mesa as figuras da colher e do sapato e dê-

lha a colher para ela emparelhar. Se ela colocar a colher na figura correcta diga:

“Sim, é uma colher.” E recompense-a imediatamente. Se ela tentar colocar a colher

na figura errada, repita: “Colher.” e guie a sua mão para a figura correcta. Repita o

procedimento adicionando mais figuras até que ela consiga fazer as 5 numa

sessão.

168 – CLASSIFICAÇÃO SIMPLES

Page 107: Actividades raparigas

Realização cognitiva , categorização

Percepção, visual

Meta: Aumentar as competências cognitivas de classificar e atenção visual

Objectivo: Classificar dois grupos de objectos, sem ajuda

Material: 2 tabuleiros, 4 lápis, 4 contas

Procedimento:

Ponha os tabuleiros em frente à Maria e coloque uma conta num delas e um lápis

noutro. Dê-lhe um lápis de cada vez, dizendo: “Põe aqui.” E apontando para o

tabuleiro correcto (ver figura). Guie-lhe a mão se ela tentar pôr o objecto no

tabuleiro errado. Quando ela tiver colocado correctamente todos os lápis, repita o

procedimento com as contas. Tente apontar apenas na primeira conta e depois dar-

lhe o comando verbal. Se ela não conseguir, continue a apontar. Tente retirar,

gradualmente, todas as pistas visuais. Repita a actividade muitas vezes, até que a

Maria pegue num objecto e o ponha no lugar correcto, sem qualquer tipo de ajuda.

Depois de repetir a actividade muitas vezes, comece a alternar lápis e contas, mas

primeiro certifique-se de que o padrão é claramente reconhecível.

169 – LOCALIZAÇÃO RECEPTIVA DOS OBJECTOS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção visual

Motricidade fina e controle

Meta: Desenvolver a compreensão receptiva de nomes de objectos comuns e

incrementação das competências de procura visual

Objectivo: Sentar a criança numa cadeira, procurar visualmente objectos na sala e apontar,

sem ajuda, para um objecto especifico em resposta à questão “Onde está o

________ ?”

Material: Uma mesa , duas cadeiras e 4 objectos comuns que sejam familiares à criança.

Procedimento:

Escolha 4 objectos comuns que a Maria conheça e compreenda os nomes. Durante

Page 108: Actividades raparigas

os minutos iniciais da actividade sente a Maria em frente à mesa e coloque em cima

desta os quatro objectos. Mostre-lhe os objectos, um de cada vez, e diga o nome

correspondente. Depois coloque os objectos em locais bem visíveis dentro da sala.

Estenda os braços por cima da mesa segure as mãos da Maria e pergunte-lhe:

“Onde está a ______ ?”. Não a deixe levantar-se e ir buscar o objecto e tente que

ela se mantenha sentada, procurando os objectos com o olhar e depois apontar o

objecto. É importante que a criança aprenda a usar gestos, como o apontar. Repita

a actividade com os 4 objectos. Se a Maria não olhar em busca do objecto pedido,

repita a questão e dirija os olhos dela para o objecto, depois pergunte: “A bola está

ali?”. Quando, finalmente, ela olhar para o objecto, pegue numa das suas mãos e

ajude-a a apontar. Encoraje-a a repetir o nome do objecto, se ela tiver alguma

linguagem expressiva. Depois da Maria apontar os 4 objectos com sucesso diga “

Maria, vai buscar a _____.” E deixe que ela se levante e vá buscar a bola.

Certifique-se de que enfatiza a diferença entre “Onde está a bola?” e “Vai buscar a

bola.”. Quando ela conseguir localizar e apontar com sucesso continue a actividade,

mas distribua os objectos antes da criança entrar na sala. Certifique-se que todos

são visíveis da perspectiva da Maria.

170 – APRENDER OS NOMES DOS MEMBROS DA FAMÍLIA

Realização cognitiva , linguagem receptiva

Meta: Aprender a identificar os membros da família

Objectivo: Dar um objecto ao membro da família escolhido após ordem verbal.

Material: Qualquer tipo de objecto ou brinquedo familiar à criança.

Procedimento:

Quando ensinar os nomes à Maria, certifique-se de que lhe ensina apenas um de

cada vez. Sente-a na sua frente, numa cadeira ou no chão. Dê-lhe um objecto

familiar, como por exemplo uma bola e diga: “Dá a bola à mamã.”, estenda a mão

para que ela saiba que lhe deve dar a bola. Repita este procedimento várias vezes.

Quando ela lhe der a bola sem problemas junte outra pessoa. Sente a outra pessoa

ao seu lado, e em frente à Maria, e diga: “Dá a bola à mamã.”. Depois devolva a

bola e diga “Dá a bola ao papá.”. A outra pessoa deve estender as mão para

segurar a bola. Se ela lhe tentar dar a bola novamente a si, direccione a sua

atenção para a outra pessoa e repita a ordem, enfatizando o nome . Repita as

actividades tantas vezes quantas as necessárias até a Maria fazer a distinção dos

nomes. Quando a tarefa já for clara para ela, deixe de estender as mãos e observe

se ela consegue decidir a quem dar a bola, sem qualquer pista visual. Quando ela

conseguir discriminar entre os 2 nomes, adicione um terceiro e repita todo o

Page 109: Actividades raparigas

procedimento.

171 – FRASES VERBAIS E NOMINAIS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver a compreensão de verbos

Objectivo: Ensinar o significado dos verbos em associação com os adjectivos comuns

Material : Uma bola

Procedimento:

Quando a Maria lhe der a bola face a um pedido (ver actividade 166), comece a

ensinar-lhe nomes para outras actividades a fazer com a bola. Comece por reforçar

a ordem “Dá-me a bola.”, enfatizando o verbo de forma clara, e estenda as suas

mãos para que a Maria lhe dê a bola. Depois diga “Olha Maria, atira a bola.”.

Certifique-se de que de que ela a observa quando atira a bola contra a parede. Dê-

lhe a bola e guie as suas mãos para atirar a bola enquanto diz: “Atira a bola.”.

Repita “Atira a bola.”, várias vezes até juntar com a ordem anterior “Dá-me a bola.”.

Quando começar a usar as duas ordens “Dá-me a bola.“ e “Atira a bola.” Faça-o

com uma sequência, até que ela consiga cumprir a ordem dada. Repita o

procedimento, adicionando outras ordens verbais. Acrescente apenas um verbo de

cada vez. Uma vez aprendida uma nova ordem, certifique-se de que está clara a

distinção com as anteriormente aprendidas. Enfatize sempre muito bem os verbos

de cada vez que inicia a ordem, por forma a facilitar a distinção.

172 – EMPARELHAR DE FIGURAS

Realização cognitiva , emparelhar

Realização cognitiva , linguagem receptiva

Meta: Desenvolvimento de competências de emparelhar e compreensão de que um

nome pode representar vários objectos diferentes

Objectivo: Emparelhar figuras de objectos semelhantes, com aspecto diferente

Material: Figuras de vários objectos semelhantes, mas diferentes (por exemplo: vários

sapatos diferentes)

Procedimento:

Coloque um grupo de figuras de um tipo de objectos (por exemplo sapatos)

misturadas com outro tipo de figuras. Mostre à Maria uma das figuras do sapato e

diga: “Olha, é um sapato.”. Depois diga: “Procura sapatos.” E aponte para as outras

figuras. Peça todas as figuras com sapatos. Se ela lhe der apenas uma figura e

Page 110: Actividades raparigas

deixar de procurar, foque de novo a sua atenção para as figuras e diga: “Procura os

outros sapatos.”. Tente trabalhar com a maior variedade de figuras de sapatos

possível. É importante que a Maria se aperceba que a palavra “sapato” pode referir-

se a diferentes objectos com um aspecto totalmente diferente.

173 – DISCRIMINAÇÃO DE COMER E BEBER

Realização cognitiva , categorização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Autonomia, alimentação

Meta: Desenvolver o reconhecimento dos alimentos e aumentar a capacidade de

categorizar

Objectivo: Escolher figuras de diferentes alimentos na categoria de comer e beber

Materiais: Desenhos de diferentes tipos de alimentos e bebidas recortados de revistas

Procedimento:

Sente-se em frente da Maria e diga: “Hora das figuras.”. Mantenha as figuras no

seu colo para que ela não se distraia. Mostre-lhe uma figura com um alimento

comestível e diga: “Olha, é para comer.”. Certifique-se de que ela olhou para a

figura e coloque-a em frente dela. Depois pegue noutra figura de algo para beber e

diga: “Olha, é para beber.”. Enfatize as palavras “comer” e “beber”. Coloque a figura

de beber ao lado da anterior. Por agora, não diga o nome dos alimentos. Repita o

procedimento com todos os cartões utilizando as palavras “beber” e “comer” e

coloque-as no grupo adequado. Quando terminar diga: “Acabou a hora das figuras.”

E deixe-a brincar. Repita o procedimento, durante 2 ou 3 dias, colocando as figuras

nos grupos correctos. Quando sentir que ela percebeu a tarefa, peça-lhe para

indicar em que grupo deve colocar a figura que lhe mostra. Comece por lhe pedir

que indique onde colocar apenas um ou dois cartões por sessão. E aumente

gradualmente o número, até que ela coloque todas as figuras sozinha nos grupos

correctos, sem ajuda.

174 – COMPREENSÃO DE FRASES DUPLAS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a compreensão receptiva de frases complexas

Objectivo: Executar adequadamente ordens duplas

Material: 4 objectos comuns ( colher, carro, copo, brinquedo favorito)

Procedimento:

Estabeleça um lugar especifico ao qual a Maria deve regressar depois de cada

Page 111: Actividades raparigas

ordem ou sequência. Tenha sempre disponível uma recompensa para lhe dar no

fim da tarefa. Dê à Maria uma ordem, como por exemplo: “Dá-me a bola.” e depois

dê-lhe uma segunda ordem: “Depois senta-te.”. Se ela se distrair e não conseguir

completar a tarefa, traga-a de novo para a cadeira e repita as ordens. De início

deixe-a cumprir as ordens separadamente, mas à medida que ela começa a

compreender a tarefa dê-lhe as duas ordens seguidas. Se lhe parecer que ela se

perde, diga: “O que é a seguir?” de forma a lhe reforçar a atenção. Após a Maria

conseguir executar a frase de duas ordens, onde a segunda ordem é sempre

“Depois senta-te.”, comece a formar frases um pouco mais difíceis. Por exemplo:

pode começar por sentá-la na cadeira e dizer-lhe: “Vai buscar o copo e coloca-o na

mesa.”. Certifique-se de que ela conhece todos os nomes dos objectos envolvidos

nas tarefas.

175 – COMPREENSÃO RECEPTIVA DAS FUNÇÕES

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Realização cognitiva, categorização

Percepção visual

Desempenho verbal, vocabulário (opção)

Meta: Aumentar a compreensão receptiva do nome e utilidade de objectos comuns

Objectivo: Apontar, sem ajuda, para um objecto adequado, quando lhe é pedido

Material: Algo de comestível e algum brinquedo

Procedimento:

Coloque os materiais em locais visíveis dentro da sala e sente a Maria à mesa.

Segure os braços dela sobre a mesa e diga: “Onde está qualquer coisa para

comer?” Aguarde que ela observe toda a sala em busca da maçã, leve-a a apontar

e a repetir o nome do objecto, se possível. Não a deixe levantar-se e ir buscar os

objectos. Ela deve aprender a manter-se sentado e a usar os gestos ou linguagem.

Repita o procedimento com os outros objectos, enfatizando sempre a sua função.

Mude de objectos e localização periodicamente para que ela tenha de procurar

activamente na sala. Certifique-se de que os objectos lhe são familiares e que são

claramente visíveis na sua perspectiva. À medida que as competências aumentam

peça-lhe para encontrar um segundo objecto com a mesma função. Se ela se

confundir aponte para alguns dos objectos expostos na sala e pergunte: “Isto é de

comer?” Encoraje-a a abanar a cabeça, ou a responder negativamente de alguma

forma, se o objecto mostrado não estiver associado à categoria que referiu.

Page 112: Actividades raparigas

176 – ENCAIXAR FIGURAS

Realização cognitiva, encaixe

Percepção visual

Meta: Aprender a reconhecer figuras e incrementar as capacidades de encaixe

Objectivo: Completar um jogo de encaixes, com 4 formas simples

Material: Cartão espesso e marcador preto

Procedimento:

Faça um loto em cartão espesso, dividido em quatro partes por um traço grosso e

desenhe quatro formas (quadrado, rectângulo, círculo e triângulo). Copie as formas

e recorte-as. Coloque o cartão em frente à Maria e guarde as formas recortadas

(ver figura). Dê-lhe uma forma de cada vez dizendo: “Põe no sítia Maria.” e, ao

mesmo tempo, nomeie a forma para que ela vá ouvindo os nomes. Se ela lhe

parecer confuso, ajude-a, guiando-lhe a mão de modo a que faça a

correspondência correcta. Repita o procedimento com as outras formas. Continue a

actividade até que ela consiga completar o loto sem ajuda. Como variante desta

actividade, depois da Maria conseguir completar o loto, dê-lhe o lote das quatro

figuras e guarde outro igual para si. Mostre-lhe uma das formas e diga: “Maria, dá-

me o triângulo.”, ajude-a a encontrar a figura correspondente e a entregá-la a si.

177 – IDENTIFICAÇÃO RECEPTIVA DE ANIMAIS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a compreensão receptiva dos nomes dos animais

Objectivo: Dar o animal de peluche correcto, quando pedido

Material: 3 animais de peluche , de borracha ou desenhos (por exemplo: um cão, um gato

e um leão)

Page 113: Actividades raparigas

Procedimento:

Mostre cada um dos animais à Maria durante um intervalo de tempo: diga o nome

de cada um delas algumas vezes, enquanto lhe dá o animal. Deixe-a brincar com o

animal durante alguns minutos, enquanto repete o seu nome e depois diga: “Maria,

dá-me o cão.”. Quando ela lhe der o animal, repita o procedimento com os outros

animais. Quando ela tiver ouvido os nomes dos 3 animais várias vezes deixe-os

todos sobre a mesa e diga: “Maria, dá-me o cão.” Se ela der o animal errado,

direccione a sua mão para o cão e repita o nome do animal. Repita a tarefa até que

ela lhe dê correctamente os animais, sem ajuda. Gradualmente vá juntando novos

animais, sempre com o mesmo tipo de procedimento. Adicione apenas um animal

de cada vez, e mantenha apenas três animais em cima da mesa de cada vez.

178 – EMPARELHAR BLOCOS

Realização cognitiva, emparelhar

Percepção, visual

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Coordenação óculo-manual, controle

Socialização, interacção individual

Meta: Desenvolver capacidades para emparelhar, atenção visual e capacidades de

interacção

Objectivo: Construir uma torre colocando um bloco igual ao da professora

Materiais: Blocos coloridos

Procedimento:

Divida os blocos em 2 grupos idênticos, cada um com o mesmo número e a mesma

cor. Diga: “Vamos construir uma torre.”. Ponha um bloco e a seguir ajude a Maria a

pôr outro igual por cima. Por exemplo: ponha o bloco vermelho e diga: “Põe um

bloco vermelho.”. Enfatize a cor do bloco. Repita o procedimento com a outra cor,

até os blocos estarem todos numa torre (ver figura). Lembre o nome da cor do

bloco cada vez que a Maria o sobrepõe. Inicialmente ela não responderá ao nome

das cores, mas poderá começar a usar pelo facto de ter ouvido tão

consistentemente.

Page 114: Actividades raparigas

179 – EMPARELHAR DE OBJECTOS

Realização cognitiva, categorização

Meta: Categorizar os objectos no contexto em que são usados

Objectivo: Associar pares de objectos que normalmente se encontram associados.

Material. Uma caixa média. Pares de objectos que normalmente se encontram associados

(por exemplo meia e sapato, escova de dentes e pasta de dentes, etc.)

Procedimento:

Sente-se na mesa com a Maria Coloque 3 objectos na mesa em frente dela: dois

dos objectos devem formar um par. Tente certificar-se de que a criança conhece

estes três objectos, por exemplo: pode colocar um sapato, uma meia e um animal

de peluche em cima da mesa. Aponte para os objectos e diga “Maria quais é que

ficam juntos?”. Aguarde que ela indique o par correcto e que lho dê. Quando ela

encontrar o par os três objectos devem ir para a caixa. Se ela teve dificuldades em

encontrar o par ajude-a com uma questão simples acerca da função dos dois

objectos a emparelhar. Pode perguntar por exemplo: “Qual é que vai para o pé?”.

Registe quantos objectos ela consegue associar e em que categorias revela mais

dificuldades. À medida que a tarefa progride vá intercalando pares que a Maria

discrimina facilmente com outros que lhe causam alguma dificuldade.

180 – CATEGORIZAÇÃO DE FIGURAS

Realização cognitiva, categorização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver a capacidade de escolher uma categoria

Objectivo: Escolher figuras de objectos familiares pelas suas funções comuns

Material: Figuras de objectos familiares, agrupados de forma clara pelas suas funções

Procedimento::

Coloque um conjunto das figuras espalhadas na mesa em frente da Maria e diga-

lhe que tipo de figuras quer que ela lhe dê. Por exemplo: coloque a figura de uma

maçã, uma bola, um carro, um prato de sopa, uma toalha, uma colher e um

sabonete. Peça à Maria para lhe dar um objecto para ir ao banho, se ela lhe der o

sabonete, mas se esquecer de outros objectos relevantes direccione a sua atenção

para as figuras e pergunte “O que é que é usamos mais para o banho?”. Se ela não

conseguir encontrar, dê-lhe uma pista verbal do tipo “A toalha também é precisa

para o banho?”. Se a Maria continuar a não lhe dar a figura, direccione a sua

atenção para ela e diga “Toalha, tu precisas dela quando tomas banho?”. Mantenha

sempre as categorias variadas, mas bem definidas. Pode usar brinquedos,

Page 115: Actividades raparigas

alimentos, animais, ou rapazes e raparigas. Certifique-se de que a ideia básica é

familiar à Maria. Quando ela entender a tarefa, introduza novas figuras de itens

diferentes com os quais ela se encontra menos familiarizado. Desta forma ela

aumentará o vocabulário.

181- ORDENAMENTO POR FUNÇÃO

Realização cognitiva, categorização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Compreender a relação entre objectos com funções semelhantes e separá-los

de acordo com essa função

Objectivo: Ordenar objectos familiares em grupos, de acordo com a sua função

Material: 2 ou 3 caixas médias, 2 ou 3 grupos de objectos com funções relacionadas (ex.:

grupo 1- colher, copo e prato; grupo 2 meia, calças e camisola)

Procedimento:

Certifique-se de que a Maria está a olhar para si e a vê-la colocar um objecto de

cada grupo em caixas separadas. Diga o nome de cada objecto à medida que o

coloca na caixa Depois dê à Maria os outros itens, um de cada vez, e peça-lhe

para os colocar na caixa certa. Por exemplo: segure a meia e diga “ Olha Maria,

uma meia - para usar.” e coloque-a numa das caixas. Depois segure uma colher e

diga “ Olha, Maria uma colher - para nos ajudar a comer.” e repita o procedimento.

Depois dê-lhe um prato e diga “ Olha, um prato. Onde o vais colocar?” Se ela tentar

colocar o prato na caixa errada guie a sua mão para a caixa correcta: Se ela o

colocar na caixa certa, sem ajuda, reforce-a rapidamente. Gradualmente aumente o

número de itens. Quando estiver familiarizada com a tarefa, adicione uma terceira

caixa com outra categoria diferente.

182 – IDENTIFICAÇÃO RECEPTIVA DE CORES

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção visual

Meta: Incrementar o reconhecimento das cores e desenvolver o conhecimento

receptivo dos nomes das cores primárias

Objectivo: Dar a cor correcta quando pedida

Material: Blocos coloridos, papel, botões

Procedimento:

Page 116: Actividades raparigas

Quando a Maria conseguir fazer corresponder os blocos de acordo com a sua cor

(actividade 178), inicie o treino de resposta às cores pelo nome. Na actividade

referida ela já esteve exposto aos nomes. Agora terá que se certificar de que ela

associa o nome com a cor do bloco. Seleccione os blocos vermelho, amarelo e o

azul. Dê o à Maria e diga várias vezes: “Bloco azul.”, enfatizando bem o nome da

cor. Depois diga: “Dá-me o bloco azul.”. Repita o mesmo procedimento com os

cubos vermelho e amarelo. Se a Maria pegar no cubo errado, guie a sua mão para

o correcto e diga “ Este é que é o bloco vermelho.”. Continue a actividade até que

ela consiga dar as três cores a pedido. De forma a generalizar esta aprendizagem,

repita o mesmo procedimento usando botões coloridos ou pedaços de papel.

Gradualmente vá introduzindo novas cores, uma de cada vez.

183 – ENCONTRAR OBJECTOS ESCONDIDOS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Incrementar a compreensão de substantivos e proposições e desenvolver a

capacidade de seguir ordens verbais.

Objectivo: Seguir instruções verbais envolvendo o uso de substantivos e proposições para

encontrar objectos comuns, por exemplo: em cima, por baixo.

Material: Objectos comuns da sala de aula.

Procedimento:

Inicie a tarefa, escondendo 2 ou 3 objectos que sabe que são familiares à Maria No

principio todos os objectos devem estar escondidos na mesma sala. Dê à Maria

orientações simples envolvendo o objecto que ela deve procurar e a área onde

deve fazê-lo: “Maria, dá-me o copo que está debaixo da mesa”. Enfatize as três

palavras chave que lhe dizem o que deve e onde deve procurar. Reforce-a sempre

que ela lhe trás os objectos. Lembre-se que deve usar sempre substantivos e

proposições que ela já conhece.. À medida que a actividade progride, esconda mais

objectos pela sala, em locais cada vez mais complicados. A dificuldade da

localização também deve ir aumentando, por exemplo: “ Dá-me a bola que está

atrás da porta e dentro da caixa.”.

184 – O QUE É QUE NÃO PERTENCE?

Realização cognitiva, categorização

Meta: Incrementar o reconhecimento das categorias

Objectivo: Retirar o objecto que não pertence à categoria dos 3 outros objectos, que

formam claramente uma categoria distinta e reconhecível.

Page 117: Actividades raparigas

Material: 2 caixas médias, grupos de 4 objectos, 3 com funções ou características

semelhantes (ex. banana, maça, laranja, e um carro de brincar)

Procedimento:

Sente-se à mesa com a Maria. Coloque os 4 objectos em frente dela. Demonstre

como encontrar um item que não pertence aquela categoria. Por exemplo: coloque

todos os objectos na sua frente e diga: “Qual é que não pertence?” Certifique-se de

que ela está a olhar para si, aponte cada o objecto individualmente. Diga; “A maça

é para comer.” “ A banana é para comer.” “A laranja é para comer.”, “O carro não é

para comer.”. Se necessário pantomine o acto de comer com um dos frutos, para

lhe mostrar que o carrinho é diferente. Coloque os frutos numa caixa e o carrinho

noutra. Após ter demonstrado a tarefa, repita o procedimento com outros 4

objectos. Por exemplo: um bolo, uma bolacha, um rebuçado e um livro . Peça-lhe

que coloque numa caixa os que pertencem e não outra o que não pertence. Tente

sempre trabalhar uma categoria de cada vez, indo sempre incluindo categorias

novas com objectos que já lhe são familiares.

185- ORDENAR SEQUÊNCIAS DE FIGURAS

Realização cognitiva, sequencialização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aprender as sequências temporais e incrementar a compreensão das rotinas

diárias

Objectivo: Ordenar 3 figuras que traduzem actividades diárias da forma de como elas se

decorrem ao longo do dia

Material: Figuras (recortadas ou desenhadas) de uma criança executando actividades

quotidianas, como acordar e levantar-se, ir para a escola, comer, e ir para a

cama

Procedimento:

Mostre as figuras à Maria pela ordem na qual as actividades se devem desenvolver

durante o dia. Diga: “ Olha Maria primeiro levantas-te da cama.”, e mostre-lhe a

figura correspondente. Depois diga: “De seguida tomas, o pequeno almoço.” e

mostre a figura. Depois diga: “Finalmente vais para a escola.” e mostre-lhe a figura.

Page 118: Actividades raparigas

Quando tiver a certeza de que ela olhou para as 3 figuras retire as figuras e

desordene-as na mesa. Diga “Maria, qual é a primeira?” se ela apontar ou lhe der a

figura correcta diga “Sim, primeiro levantas-te da cama.” Repita o procedimento

com as restantes figuras na ordem correcta. Se ela lhe der uma figura errada, dê-

lhe pistas verbais. Inicie apenas com 3 cartões e aumente o número à medida que

ela for progredindo. Tenha em conta que os desenhos devem ser claros e devem

traduzir rotinas familiares à Maria.

186 – MONTAR PARTES DO CORPO

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Controle e Coordenação óculo-manual

Realização verbal, vocabulário (opção)

Meta: Incrementar a compreensão dos conceitos corporais

Objectivo: Ordenar as partes corporais correctamente

Materiais: Papel colorido, tesouras, cartolina.

Procedimento:

Recorte as várias partes do corpo. De inicio use apenas 3 peças para representar a

cabeça, o tronco e as pernas. Posteriormente à medida que as competências da

Maria progredirem, adicione os pormenores faciais, as mãos os pés etc.. Chame a

atenção da Maria e mostre-lhe como se colocam as peças adequadamente, vá

sempre nomeando cada peça que coloca adequadamente. Desmanche a figura e

peça à Maria que a coloque correctamente, guie a sua mão para o local correcto,

caso ela tenha dúvidas ou erre. Repita a tarefa até ela conseguir colocar as três

peças no local correcto. Quando ela conseguir completar o puzzle das 3 peças sem

ajuda, vá acrescentando gradualmente mais peças. Lembre-se de nomear cada

Page 119: Actividades raparigas

peça que ela coloca. Vai demorar algum tempo para que ela os repita, mas assim

vai-se habituando a ouvi-los.

187- ADJECTIVOS OPOSTOS

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção, sabor

Realização cognitiva, categorização

Realização cognitiva, leitura (opção)

Meta: Incrementar a compreensão de adjectivos e reconhecer opostos

Objectivo: Agrupar vários alimentos de acordo com “doce” e “amargo”

Material: Vários alimentos doces ( rebuçados, bolos, bolachas, sumos) e amargos (limão ,

lima ) , papel, e marcador

Procedimento:

Faça um rótulo a dizer “Doce” e outro “Amargo” e coloque-os na mesa. Mostre-os à

Maria e repita algumas vezes “Doce.” e “Amargo.”. Mantenha os alimentos no seu

colo para que ela não se distraia. Dê-lhe um alimento de cada vez, depois de ela

provar, pergunte: “É doce ou amargo?”. Diga “É Doce.” e retire um bocado do

alimento e coloque perto do rótulo correspondente. Capte a atenção da Maria e

repita “Este é Doce”. Repita o procedimento com os restantes itens e coloque-os

nos locais correctos. Depois de todos ordenados pergunte à Maria se quer algo

doce ou amargo, não a deixe dirigir-se aos alimentos antes de fazer a escolha,

tanto por gestos como por palavras aproximadas. Gradualmente vá extinguindo a

sua ajuda. Dê-lhe um alimento para comer e peça-lhe que lhe indique onde deve

colocá-lo, repita o procedimento com todos os itens.

188- ORDENAR SEQUÊNCIAS DE FIGURAS II

Realização cognitiva, sequencialização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Page 120: Actividades raparigas

Realização verbal, conversação (opção)

Meta: Incrementar a compreensão de sequências e o desenvolvimento dos conceitos

de primeiro, seguinte e último

Objectivo: Ordenar 3 figuras após ouvir uma história

Material: Livro de desenhos ou uma sequência de cartões dos quais é possível contar

uma história.

Procedimento:

Escolha três figuras de um livro de histórias que representem claramente as cenas

de uma história . Conte a história à Maria e coloque as figuras nas posições

correctas. Certifique-se de que ela olhou para a figura antes de continuar com o

resto da história. Enfatize algum detalhe da figura, por forma a melhor lhe captar a

atenção. Quando acabar a história recolha as figuras e desordene-as. Pergunte-lhe:

“Qual é a primeira?”, “Qual é a seguir?” e “Qual é a última?”. Após cada questão ,

ajude-a a colocar a figura correcta. Quando ela for capaz de fazer a sequência

correctamente, tente que ela lhe reconte partes da história. Não se preocupe se a

Maria demorar muito tempo para começar ou se ela se perder em detalhes das

figuras.

189. COMPREENSÃO DE QUESTÕES

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Realização cognitiva, categorização

Meta: Responder a uma variedade de questões

Objectivo: Apontar para a figura correcta quando se faz uma questão envolvendo, quem, o

quê ou onde

Material: Figuras de objectos ( bola, carro, cadeira, cama) animais ( cão, cavalo, vaca,

gato) e pessoas ( mãe, pai, bebé, bombeiro)

Procedimento:

Escolha uma figura de cada grupo em frente da Maria. Capte a sua atenção e

certifique-se de que ela está a ouvi-la. Coloque por exemplo uma vaca, um adulto e

uma bola e pergunte-lhe: “Quem guia o carro?” Ajude-a a escolher a figura correcta.

Quando ela já for capaz de proceder correctamente à escolha, face à pergunta:

“Quem?”, passe para a pergunta “O quê?”. Coloque a figura de um carro, um bebé

e um cão e pergunte: “O que é que a mãe guia?”. Quando ela souber escolher a

figura certa para a questão ”O quê?” comece a alternar as questões. Por exemplo,

mostre-lhe figuras de uma bola, um bombeiro, um cão, e uma cama e pergunte-lhe:

“O que é que morde?”, “Quem guia o carro dos bombeiros?” e “Onde é que tu

dormes?” Se ela escolher a figura errada, repita a questão enfatizando as palavras

Page 121: Actividades raparigas

chave. Apenas a ajude com pistas verbais se for absolutamente necessário.

190. PROPOSIÇÕES

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Coordenação óculo-manual, desenho

Meta: Aumentar a compreensão de conceitos de posição representadas em duas

dimensões

Objectivo: Desenhar numa área especificada por ordem verbal, envolvendo o uso de

proposições

Material: Lápis e papel

Procedimento:

Ao iniciar a actividade prepare várias folhas de papel com desenhos simples. Numa

das filhas pode desenhar uma árvore, uma menina e uma casa. Noutra pode ser

um quadrado, um circulo e um triângulo. Sente-se ao lado da Maria e dê-lhe as

folhas. Dê-lhe ordens simples envolvendo “dentro”, “debaixo”, à volta”, “ao lado”.

Por exemplo: Dê-lhe a folha com a casa, a menina e a árvore e diga: “Faz um

circulo à volta da menina.”. Pode também pedir-lhe que faça uma linha debaixo da

casa ou fazer um triângulo ao lado da árvore. Certifique-se de que ela sabe os

nomes de todos os objectos que estão na folha e de que ela sabe desenhar tudo

aquilo que lhe pede. À medida que as competências progridem, vá gradualmente

aumentando o grau de dificuldade. Por exemplo pode dar-lhe dois lápis e pedir-lhe

que faça um quadrado azul dentro do circulo.

Page 122: Actividades raparigas

DESEMPENHO VERBAL

Esta secção contém actividades que foram utilizadas com sucesso de modo a aumentar

a linguagem expressiva da criança com autismo. Seleccionámos um grupo de actividades para

cada nível de desenvolvimento da linguagem de modo a ilustrar uma variedade de estruturas

de ensino tendo em conta os respectivos objectivos na aprendizagem da linguagem. Porque

qualquer programa de linguagem deve ser individualizado para a criança com défices e

capacidades especiais e atendendo aos seus interesses de comunicação, as actividades

propostas nesta área não representam em exclusivo o seu programa, nem sugerem o seu

currículo.

Estas actividades devem ser utilizadas pelos pais e professores em sessões

estruturadas de ensino, à medida que a criança adquire novas capacidades. Nós sugerimos

formas pela quais essas capacidades possam ser generalizadas ao longo do dia.

Os objectivos das actividades incluem o seguinte: começar a vocalizar, uso de uma

palavra simples, pequenas frases, respostas sociais, descrição de acções e acontecimentos,

fazer perguntas e conversação social.

Cada objectivo da linguagem deve ter em conta o significado para a criança, de modo a

ser útil e adequado ao seu nível de desenvolvimento. Por exemplo: a primeira palavra simples

que deve ser escolhida deve corresponder ao que ela quer. Para uma criança pode ser “carro”,

para outra pode ser “bolo” e para outra “bebé”. O vocabulário é escolhido porque tem

significado e porque é útil para a criança e está de acordo com o seu nível de desenvolvimento.

Cada técnica deve ir ao encontro do interesse da criança, de forma a tornar as

actividades o mais interessantes possível. Por exemplo: algumas crianças gostam de cantar,

outras de movimentos corporais, outras de figuras e outras de construir puzzles. A atenção da

criança e a sua cooperação na actividade é produtivo quando as actividades contêm materiais

ou acções que ela considera intrinsecamente interessantes. Nós ilustramos todas estas

variações de modo a providenciar o leitor com uma vasta selecção de actividades de ensino

estruturado a escolher.

Estas actividades são relatadas nas secções de Imitação e na de Realização Cognitiva.

A linguagem, normalmente, desenvolve-se através da imitação; a criança ouve uma palavra e

copia-a. A sua linguagem começa a ser uma real comunicação somente quando ela as ouve e

entende o seu significado. A criança pode dizer muitas palavras, mas não ser capaz de as usar

espontaneamente, ainda que as perceba a nível da linguagem receptiva, o que será uma parte

do programa individual de linguagem.

Para as crianças que não falam os sinais manuais são combinados com o discurso no

início das actividades de linguagem. Contudo, as actividades que ensinam códigos não verbais

não faz parte deste conjunto de propostas de actividades, devendo assim ter um espaço para

isso.

Page 123: Actividades raparigas

191 – COMEÇAR A VOCALIZAR

Desempenho verbal, vocalização

Imitação, vocal

Meta: Encorajar o desenvolvimento de vocalização com significado

Objectivo: Fazer um som perceptível de rebentamento, quando rebenta bolas de sabão

Materiais: Frasco de bolas de sabão

Procedimento:

Sente-se à mesa com a Maria à sua frente. Ponha o frasco de bolas de sabão entre

os dois. Sopre algumas bolas ou deixe a Maria soprar. Rebente algumas bolas com

o seu dedo e diga ao mesmo tempo “PO”, bem audível, de cada vez que rebenta

uma bola. Repare se a Maria presta atenção às bolas e ao som. Depois dela estar

bem disposto com as bolas, sopre mais algumas e tome o dedo dela, guiando-a

para rebentar mais bolas. Continue a fazer o mesmo som. Imite os sons que Maria

faz e regresse ao som “Po”. Se ela não tentar imitar o som, cative a sua atenção

para a sua boca, enquanto lhe mostra como se faz o som e então ajude-o a colocar

a boca de maneira a produzir o som. Sopre mais bolas e repita a actividade até que

ela comece a fazer o som sozinha. Reforce sempre que ela o comece a fazer

espontaneamente.

192 – SONS DE CONSOANTES

Desempenho verbal, vocalização

Imitação vocal

Meta: Desenvolver a capacidade de repetir os sons de consoantes iniciais simples

Objectivo: Familiarizar-se com consoantes específicas e repeti-las como parte de uma

canção

Materiais: Livro de histórias ou figuras de um cão, vaca e pato

Procedimento:

Sente a Maria na sua frente, num sítio confortável no chão. Cante uma cantiga que

tenha animais. Quando nomear cada um dos animais mostre a respectiva figura e

emita o som que ela faz. Quando está a mostrar a figura verifique se a Maria está a

olhar para ela e depois direccione a sua atenção para a observação da sua boca a

articular os sons dos animais. Enfatize as consoantes, repetindo-as, use os seus

dedos para posicionar os lábios da Maria encorajando-a a repetir a consoante.

Repita este procedimento, mas não espere de início que ela faça mais do que sons

iniciais aproximados. Assegure-se de que a reforça de cada vez que ela se

aproxima do som. À medida que a vê mais capaz, encoraje-a a fazer os sons de

forma mais clara e a terminar a palavra. Encoraje-a também a fazer o refrão “EEEE-

Page 124: Actividades raparigas

I,EEEE-I.OH”

193 – COMBINAÇÃO DE SONS

Desempenho verbal, vocalização s

Imitação vocal

Socialização, interacção individual

Meta: Desenvolver a capacidade de vocalização necessárias para a linguagem

Objectivo: Combinar 2 sons de forma expressiva

Materiais: Nenhum

Procedimento:

Sente a Maria no seu colo e pratique sons das consoantes já conhecidas. Uma vez

que a criança já está familiarizada e a consegue imitar (actividade 192), comece a

combinar as mesmas consoantes com vogais simples. Por exemplo: depois da

Maria copiar o som “B” várias vezes, hesite alguns segundos e então diga “B-OO”.

Se ela só repetir o som “B”, não o reforce imediatamente, mas repita a combinação,

enfatizando o som da vogal. Reforce-a rapidamente se ela tentar combinar os sons.

Lembre-se que só deve usar sons iniciais que ela já repete com sucesso.

194 – EXCLAMAÇÕES SIMPLES

Desempenho verbal, vocalização

Imitação, vocal

Meta: Desenvolver as aptidões preliminares de vocalização

Objectivo: Repetir e usar exclamações simples de forma apropriada e desenvolver o

conceito de relação entre sons e acções

Materiais: Bola

Procedimento:

Quando estiver a jogar com a Maria, baixe a bola e diga “OH-OH!”. Repita a acção

e faça o som muitas vezes e tente que ela faça o mesmo som espontaneamente.

Ajude-a a emitir o som pondo os lábios em “O” se ela necessitar de ajuda. Logo que

ela comece a fazer o som consigo, baixe a bola e hesita antes de emitir o som para

ver se ela vocaliza bem sozinha. Reforce sempre que ela emita o som apropriado.

Quando a Maria já consegue emitir o “OH-OH!” sozinha ao ver o a bola a baixar

reforce essa emissão de som e comece a propor-lhe outro som com “OOOOOOH”,

mostrando excitação. Mostre à Maria o seu brinquedo favorito ou uma recompensa

comestível e faça o som: Leve-a a fazer o mesmo som antes de lhe dar a

recompensa. Quando a Maria consegue fazer ambos os sons, comece a criar

Page 125: Actividades raparigas

situações para ela emita os sons, mas deverá distinguir entre os 2 sons. Se por

exemplo: alguma coisa cair em frente à Maria observe se ela emite

espontaneamente os sons treinados. Veja se faz “OH-OH” ou “OOOH” ou se faz

outro som e imite-a.

195 – PRIMEIRAS PALAVRAS

Desempenho verbal, vocalização

Interacção Individual e social

Imitação Vocal

Meta: Desenvolver vocalizações em imitação de palavras significativas

Objectivo: Uso de palavras simples de forma expressiva e apropriada

Materiais: Bola, biscoito e boneca

Procedimento:

As melhores palavras para começar o discurso são normalmente “MAMÔ e

“PAPÁ”. Comece por colocar a Maria sentada no seu colo e voltada para si .

Consiga a sua atenção, aponte para si e diga “MAMÔ. Agarre-lhe nas mãos e

passe-as pela sua face à medida que vai dizendo “MAMÔ. Recompense-a sempre

que ela tente emitir algum som, demonstrando vontade de dizer a mesma palavra.

À medida que a Maria vai ficando mais confortável com a actividade, reduza a

recompensa dando-lhe só quando ela diz claramente. Repita o mesmo processo

com a palavra “PAPÁ”. Outras palavras boas para lhe ensinar poderão ser “PÁPA,

BOLA, BÈBÈ,…. Contudo, quando ensinar essas palavras é importante que tenha

os objectos nomeados à sua frente para que ela possa concretizar o que está a

nomear. Quando ensinar as primeiras palavras é importante recordar que deve

escolher palavras com um ou duas sílabas.

196 – CUMPRIMENTAR E DESPEDIR-SEDesempenho verbal, vocalização

Socialização, interacção individual

Imitação, vocalização e motora

Meta: Desenvolver vocabulário social apropriado

Objectivo: Fazer o gesto, ou dizer, “Olá.” e “Adeus.” de forma independente e em situações

apropriadas

Material: Nenhum

Procedimento:

Sempre que entrar ou sair de uma sala na qual esteja também a Maria, aproveite a

Page 126: Actividades raparigas

oportunidade para trabalhar com ela os cumprimentos e as despedidas. Sempre

que entrar nessa sala, levante a mão sorria e diga: “Olá, Maria.”. Sempre que

estiver com ela numa sala e entrar outra pessoa, ajude-a a utilizar o gesto para

cumprimentar e reforce-a imediatamente por qualquer tentativa para vocalizar “olá”.

Repita o procedimento com o “adeus”. Sempre que sair da sala diga “Adeus,

Maria.” e faça o gesto. Assegure-se que ela está a olhar para si antes de sair da

sala. Se não fizer qualquer tentativa para vocalizar ou acenar, hesite alguns

momentos à porta e continue a acenar e a dizer adeus. Se ela continuar a não

imitar qualquer das suas acções, faça com que uma terceira pessoa se sente perto

dela para a ajudar a imitar o acto de acenar, sempre que alguém entra ou sai da

sala.

197 – DIZER O PRÓPRIO NOME

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Interacção social e individual

Meta: Desenvolver a linguagem expressiva e o auto-conceito

Objectivo: Referir-se a si próprio pelo nome

Material: Espelho

Procedimento:

Após a Maria compreender o seu nome de forma receptiva, comece a encorajá-la a

referir-se a si próprio pelo seu nome (actividade 159). Coloque-a em frente ao

espelho e mostre-lhe o reflexo, repita isto várias vezes, e leve-a a apontar para a

imagem, depois diga: “Quem é? É a Maria.”. Comece por dizer o nome dela, mas

não termine a tarefa enquanto ela não fizer uma tentativa de o dizer. Reforce-a

imediatamente por qualquer tentativa de pronuncia do nome. Gradualmente elimine

a ajuda inicial até a extinguir totalmente. Quando tentar generalizar o uso do nome,

mesmo fora do espelho, é importante dar-lhe diferentes oportunidades durante o dia

para que diga o seu nome. Por exemplo: à mesa de almoço podem todos dizer o

nome apontando para si próprios , quando chegar a vez da Maria ajude-a se ela

necessitar.

198 – SONS AMBIENTAIS

Desempenho verbal, vocalização

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação vocal

Page 127: Actividades raparigas

Interacção individual e Socialização

Meta: Incrementar a vocalização independente e desenvolver capacidades de jogo

mais adequadas

Objectivo: Fazer vários barulhos ambientais e sons de animais, espontaneamente

Materiais: Um carro de brincar, um avião, um cão de peluche e um gato

Procedimento:

Quando a Maria conseguir imitar os sons de objectos sem auxilio (actividade 13)

ensine-a a identificar esses sons receptivamente e a usá-los expressivamente.

Coloque o cão e o carrinho em cima da mesa em frente dela e diga: “Maria, dá-me

aquele que faz zoom.”. Enfatize o som de forma clara. Quando ela lhe der o

carrinho agradeça e diga: “Boa, Maria.”. Depois pergunte: “O que é que este faz?”

ajude-a a começar a dizer o som, se ela precisar. Repita a actividade com um

segundo par de objectos com sons sempre bem perceptíveis. Certifique-se se a

Maria já aprendeu claramente a imitar os objectos que lhe vai solicitar.

199 – VERBOS

Desempenho verbal, linguagem receptiva

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver o conhecimento e o uso de verbos e aumentar as competências de

linguagem expressiva

Objectivo: Usar os verbos simples correcta e independentemente

Materiais: Figuras de pessoas a fazer actividades comuns

Procedimento:

Sente a Maria na mesa na sua frente. Mostre-lhe a figura de um homem a fazer

uma acção simples e clara, que ela seja capaz de reconhecer, por exemplo um

homem a correr e diga: “Olha, o homem está a correr”. Enfatize claramente o verbo,

para que ela perceba o foco da lição. Repita a frase “O homem está a correr.”

várias vezes, enfatizando sempre o verbo. Depois peça à Maria que lhe diga o que

é que o homem está a fazer e recompense-a por qualquer tentativa de verbalizar o

verbo correr. Os verbos mais indicados para começar são: sentar, comer, dormir,

saltar… Aproveite todas as oportunidades do dia para que ela possa usar os verbos

aprendidos. De inicio trabalhe apenas com 2 ou 3 verbos e gradualmente vá

aumentando até 5. Lembre-se de reforçar todos os verbos que ela foi aprendendo

nas sessões anteriores.

200- NOMEAR ELEMENTOS DA FAMÍLIA

Page 128: Actividades raparigas

Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar a linguagem expressiva e as capacidades de comunicação

Objectivo: Nomear cada membro da família sem ajuda

Material: Fotografias de todos os membros da família, incluindo animais de estimação

(devem ser fotografias facilmente reconhecidas)

Procedimento:

Comece por mostrar à Maria apenas uma fotografia de cada vez. Aponte para a

foto e diga: “Mãe, esta é a mãe”. Depois diga: “Maria quem é esta? Esta é a

________ .”Tente que seja ela a preencher o que falta. Se ela hesitar capte-lhe a

atenção para a sua boca e repita lentamente a palavra. Depois ajude-a a formar as

palavras . Repita o procedimento até que ela consiga identificar a primeira figura

pelo menos 5 vezes, sem ajuda. Adicione uma segunda foto e repita o mesmo

procedimento. Depois alterne as duas fotos com uma sequência fixa. Quando ela

conseguir identificar as duas fotos pelo menos 5 vezes sem ajuda, aponte para a

pessoa real e repita a questão. Quando tiver aprendido 2 nomes adicione mais

membros da família sempre da mesma forma.

201 – CANTAR

Desempenho verbal, vocalização

Percepção, audição

Imitação vocal

Meta: Incrementar as capacidades de vocalização e desenvolver a capacidade de

compreensão do tom vocal

Objectivo: Mudar de tom e de inflexões quando canta com outra pessoa

Material: Nenhum

Procedimento

Sente-se no cão com a Maria e comece a cantar uma canção simples para ela

ouvir. Use gestos e mude o seu tom frequentemente durante a canção para que ela

diferencie o cantar do falar normal. Use as suas mãos e expressão facial para lhe

mostrar como é divertido cantar. Quando vir que ela está a prestar atenção à sua

canção, tente envolvê-la na canção. Por exemplo: tente que ela bata palmas ao

ritmo. Quando ela começar a participar a nível motor, hesite ocasionalmente

durante a canção e toque-lhe na boca para indicar que ela deve cantar também.

Certifique-se de que ela olha para a sua boca e cante mais lentamente para que ela

perceba. Deve reforçar todas as tentativas que ela faça para vocalizar a canção.

Gradualmente comece a exigir-lhe respostas mais especificas e uma participação

Page 129: Actividades raparigas

mais actividade. Mais tarde encoraje-a a imitar as suas modificações no tom de voz.

202 – CONCEITO DE MAIS

Desempenho verbal, vocabulário

Interacção individual e social

Meta: Desenvolver o conceito de mais e aumentar as competências sociais

Objectivo: Pedir mais, sempre que deseje sem precisar de ajuda

Material: Reforços alimentares para dar sempre que a criança peça mais de qualquer

coisa que pretende

Procedimento

Pegue numa grande quantidade de algo que sabe que a Maria gosta e coloque-a

em cima da mesa em frente dela. Não deixe que ela tire imediatamente, mas tente

mantê-la sentada e atenta. Quando ela lhe prestar atenção, recompense-a com um

pouco da recompensa e diga: “Maria, queres mais?” enfatizando a palavra “mais”

claramente e repita-a várias vezes. Depois mostre-lhe outro pedaço da recompensa

e repita a questão novamente. Mostre-lhe o sinal de “mais” e repita a palavra várias

vezes. Se ela tentar obter a recompensa sem dar a resposta adequada, retire o

reforço da sua frente e repita a questão. Não o reforce até ela fazer uma tentativa

de verbalizar a palavra, quando o fizer, reforce-a imediatamente e diga: “ Sim Maria,

mais.” Repita o procedimento até que as recompensas terminem. Esta actividade

deve ser repetida todos os dias até que ela aprenda a pedir mais sempre que o

pretender. È natural que depois de aprender o conceito, passe a pedir mais de tudo

aquilo que lhe derem, tente agir de forma compreensiva e consistente.

203 – PALAVRA FRASE

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Imitação vocal

Meta: Aperfeiçoar as competências comunicativas e aumentar o vocabulário

Objectivo: Expressar a necessidade e o desejo usando as palavras

Material: Escadas triciclo e bola

Procedimento:

Quando ensinar a linguagem expressiva é importante que tenha em conta todas as

pequenas oportunidades que surgem ao longo do dia. Por exemplo: quando a Maria

quer descer as escadas para ir brincar, hesite por instantes no cimo da escada e

diga: “O que é que queres fazer?” e depois sussurre-lhe “Descer as escadas.”,

Page 130: Actividades raparigas

enfatizando bem a palavra “descer”. Repita a palavra chave as vezes que achar

necessárias. Outras actividades possíveis incluem solicitar-lhe que diga “Empurra.”,

quando brinca com um triciclo, ou pedir-lhe que “atire” ou “agarre” quando se brinca

com a bola. Outras palavras importantes para trabalhar são, por exemplo “abraça”,

“beija” “abre” “fecha”. Nesta altura a Maria já terá capacidades de executar sons e é

importante que aprenda quando usar as palavras e como fazê-lo.. Limitando os

pedidos a frases de uma palavra, vai permitir-lhe aprender o que é que cada

palavra traduz realmente e como pode usá-la para obter o que precisa.

204 – O QUE É QUE QUERES?

Desempenho verbal, vocabulário

Meta: Incrementar as capacidades de linguagem expressiva e vocabulário

Objectivo: Indicar aquilo que pretende pelo nome, tendo que escolher perante 2 objectos

Material: 3 pares de objectos comuns que lhe são familiares (um dos pares deve ser algo

que ela aprecie verdadeiramente)

Procedimento:

A Maria tem que aprender que ela pode usar a linguagem para pedir coisas que

pretende. Uma boa forma de começar a ensinar-lhe essa capacidade é levá-la a

escolher entre dois objectos, quando um é realmente algo que ela pretende e o

outro é algo que não lhe desperta muita atenção. Sente-a em frente à mesa e

coloque um par de objectos em cima da mesa entre os dois. Por exemplo: pode

usar um carrinho que ela goste e um copo (cuidado para não usar objectos nos

quais ela se possa fixar). Prenda as duas mãos da Maria nas suas e aponte com

elas cada um dos objectos nomeando-os. Repita os nomes várias vezes, mantendo

sempre o contacto das mãos da Maria com os objectos. Continue a segurar as

mãos dela e pergunte-lhe: “Qual é que queres?” Se ela disser “carro” ou fizer

qualquer tentativa de dizer a palavra recompense-a por isso e deixe-a brincar com o

objecto escolhido por alguns minutos. Repita o procedimento até que todos os

pares de objectos se esgotem. Os sons mais fáceis de serem trabalhados

inicialmente são os P, B, M, N, D, C e T”.

205- CONCEITO DE POSSE

Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Interacção individual e social

Meta: Incrementar a expressão verbal e ensinar os pronomes possessivos

Page 131: Actividades raparigas

Objectivo: Identificar os objectos pela pessoa a quem pertencem

Material: Objectos pertencentes a membros da família que são claramente identificáveis

com elas (ex. sapato da mãe, óculos do pai, boneca da irmã)

Procedimento:

Sente-se numa mesa com a Maria e coloque os objectos sobre a mesa. Pegue em

cada um dos objectos individualmente e identifique-os. Diga “Sapato da mãe.” ou

“Óculos do pai.”, enfatizando o nome e a posse. Após a identificação de cada

objecto, peça-lhe que os identifique receptivamente. Diga “Maria, dá-me o sapato

da mãe.”. Repita o procedimento com todos os objectos . Quando ela conseguir

identificar receptivamente todos os objectos, repita a actividade e pergunte-lhe: “De

quem é o sapato?”, se ela hesitar ajude-a com o som inicial. Reforce-a

imediatamente sempre que a Maria tentar identificar o pedido, por exemplo “Sapato

da mãe.” é uma resposta aceitável.

206- JOGO SIM –NÃO

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar o conhecimento do nome dos objectos e desenvolver a capacidade de

ouvir pequenas questões e responder adequadamente sim ou não

Objectivo: Usar adequadamente o sim ou não quando lhe mostramos um objecto e

perguntamos “ Isto é um ____?”

Material: 2 caixas pequenas, 5 a 8 objectos comuns que a criança reconheça facilmente

(ex. sapato, bola, colher, sabonete, copo, pente, carrinho)

Procedimento:

Sente-se à mesa em frente da Maria com as duas caixas entre os dois. Mostre-lhe

cada um dos objectos. Tire um objecto da caixa e segure-o em frente da Maria.

Certifique-se de que ela está a olhar e pergunte-lhe “Isto é um sapato?” De inicio

vai ter que provavelmente responder à questão e só depois ela estará apto a imitá-

la. Diga: “Não, isto não é um sapato.”. Depois coloque o objecto dentro da outra

caixa para que ela saiba que a tarefa terminou. Faça o mesmo com todos os

objectos. Há medida que a tarefa progride, ela responderá “Sim.” ou “Não.”, ou

então fará sinais com a cabeça. Gradualmente, encoraje a Maria a dizer a frase

mais completa “Sim, é um copo.”. Inicie com um pequeno número de objectos e

gradualmente aumente o número, à medida que a concentração melhora. Tente

generalizar este tipo de respostas em questões simples durante o desempenho de

outras actividades durante o dia.

Page 132: Actividades raparigas

207- Nomear animais

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Incrementar o vocabulário

Objectivo: Nomear 4 animais sem ajuda

Material: Animais de peluche, borracha ou desenhos.

Procedimento:

Enquanto trabalha com a Maria na identificação receptiva dos animais (actividade

177) verifique se ela parece conseguir expressar o nome do animal. Coloque os 4

animais em cima da mesa em da Maria. Peça-lhe que lhe dê cada um dos animais “

Dá-me o cão.” repita o nome do animal várias vezes, mesmo após ela lho dar.

Depois de ela lhe dar todos os animais, pergunte “Maria, o que é isto?”. Se ela

precisar de ajuda, dê-lhe o som inicial e depois hesite, permitindo que ela acabe a

palavra. Reforce-a imediatamente por qualquer tentativa de verbalizar o nome do

animal. Há medida que ela for progredindo na tarefa vá retirando a sua ajuda até

que ela diga sozinha o nome de todos os animais propostos.

208- NOMEAR OBJECTOS

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptivas

Percepção visual

Realização cognitiva, leitura (opção)

Meta: Aumentar as competências expontâneas para responder a questões e nomes

dos objectos

Objectivo: Nomear um número de itens de uma categoria apenas com pistas visuais

Material: Objectos de uso comum agrupados em categorias (ex. alimentos- maçã,

banana, bolacha, bolo)

Procedimento:

Quando a Maria puder identificar receptivamente os itens de uma categoria

apontando ou seleccionando os objectos correctos (actividade165), comece a

ensiná-la a identificar os mesmos objectos expressivamente. Distribua os objectos

pela sala de forma clara e visível para ela e pergunte “O que é que é de comer?”.

Enfatize a categoria de forma clara: De inicio a Maria vai concerteza querer apontar

ou agarrar o objecto correcto, pois foi o que lhe solicitou na actividade

anteriormente referida, mas desta vez impeça-a de se levantar e quando ela

apontar diga “Boa, o que é isso?” Nomeie o objecto várias vezes e tente que a

Page 133: Actividades raparigas

Maria repita as suas palavras. Dado que algumas palavras exigem uma articulação

cuidada, podem ocorrer meias palavras ou respostas parciais, mas reforce qualquer

esforço ou tentativa. Se ela não conseguir identificar um objecto ou uma categoria,

mude para outra e continue o procedimento.

209 – COMPREENSÃO DE FRASES

Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Realização cognitiva, leitura (opção)

Realização cognitiva, sequencialização

Meta: Usar frases de construção simples

Objectivo: Olhar para uma figura e descrevê-la usando frases simples, de 3 ou 4 palavras,

envolvendo o sujeito e o verbo

Material: Uma folha de cartolina, figuras de pessoas envolvidas em acções comuns (por

exemplo correr, andar, dormir)

Procedimento:

Divida a cartolina em duas partes, uma com a palavra QUEM e outra com a frase O

QUE FAZ?. Coloque a cartolina em cima da mesa, em frente da Maria. Comece

com 3 cartões com pessoas envolvidas em tarefas simples de identificar, por

exemplo 3 figuras de um homem a andar. Se estiver também a trabalhar a leitura,

rotule cada uma das figuras adequadamente. Mostre à Maria duas cartas e

descreva a acção, diga “Olha, o homem está a andar.”. Coloque a figura em cima

da cartolina depois de ter a certeza de que ela está a olhar. Depois pegue noutra

figura com a mesma acção (com a personagem sempre do mesmo sexo) e

coloque-a debaixo da palavra QUEM. Capte a atenção da Maria para a segunda

figura e diga “Olha, quem é?” tente que ela diga ”O homem.” ou algo adequado, do

tipo o menino ou o rapaz. Se ela não responder, direccione a atenção para a

segunda figura e repita o mesmo procedimento. Repita também com a terceira

figura. Finalmente tente que ela coloque as duas ideias numa frase. Repita o

procedimento usando outras acções simples como nadar, andar, saltar etc.

Certifique-se de que as acções são claras e de que o sexo da personagem é

claramente distinguível em todas as figuras

Page 134: Actividades raparigas

210 – TAMANHO

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver o uso adequado de adjectivos para melhorar a familiaridade com

conceitos de tamanho

Objectivo: Dizer ou assinalar “grande” “pequeno” em resposta à questão, de que tamanho

é?

Material: 2 objectos idênticos de diferentes tamanhos (ex. cubos ou botões)

Procedimento:

Quando a Maria puder identificar receptivamente objectos de acordo com o

tamanho, comece a pedir-lhe que tente identificar o tamanho expressivamente.

Coloque dois cubos na mesa em frente da Maria e diga “Dá-me o grande.”, quando

ela lhe der o cubo maior reforce-a,. Depois pegue no cubo e diga “De que tamanho

é este cubo?. Se ela não responder diga “Olha, é grande, agora diz tu.” .Reforce-a

imediatamente se ela tentar dizer. Por forma a evitar confusão, trabalhe estes dois

tamanhos intensamente, mas trabalhe expressivamente apenas um dos conceitos

até ela o assimilar. Só depois deve começar a pedir-lhe que identifique ambos.

211. ELE E ELA

Desempenho verbal , vocabulário

Realização cognitiva, categorização

Meta: Desenvolver o uso de pronomes pessoais e incrementar a discriminação ele/ela

Page 135: Actividades raparigas

Objectivo: Usar ela e ela adequadamente quando identifica o masculino e o feminino nas

figuras.

Material: Desenhos de revistas com homens e mulheres ou rapazes e raparigas em

actividades que são familiares à Maria (certifique-se que o sexo de cada

personagem está facilmente identificável.

Procedimento:

Sente-se próximo da Maria com um conjunto de figuras na sua frente. Mostre-lhe a

figura com um homem numa actividade que ela conheça e diga “Olha ela está

sentado.”. Enfatize bem o pronome de forma clara e mais alto. Repita o

procedimento com a figura de uma mulher. Coloque as figuras ao lado uma da

outra sobre a mesa, certifique-se de que ela está atenta, enquanto repete os

pronomes apontando para as respectivas figuras. Repita o procedimento com todas

as figuras. Enfatize sempre o pronome e coloque as figuras nos respectivos grupos

(homens/mulheres). Tente que a Maria lhe indique em que grupo deve colocar uma

das figuras, se ela não conseguir, ajude-a com o som inicial. Mantenha sempre

frases curtas e simples. Use apenas actividades que ela conheça.

212.-EM CIMA/EM BAIXO

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Incrementar a capacidade de expressão através do uso de adjectivos e

compreensão de relações temporais.

Objectivo: usar ou sinalizar “em cima “ e “em baixo” para indicar a localização de uma

recompensa desejada.

Material: 3 copos, e reforços alimentares

Procedimento:

Sente-se à mesa com a Maria e mostre-lhe os reforços. Esconda uma delas

debaixo de um copo e peça-lhe para o tirar. Repita esta actividades alguns minutos

para a familiarizar. Coloque uma vez o reforço em cima do copo e peça-lhe que o

retire. Quando ela estiver familiarizada em procurar o rebuçado dentro e em cima

do copo, continue a actividade, mas usando as expressões. Por exemplo: “Olha

Maria, debaixo.” e coloque o reforço debaixo do copo. Depois de repetir várias

vezes, coloque o reforço debaixo e pergunte “Onde está?” e responda lentamente

“Debaixo.”. Motive-a a começar a responder. Reforce-a por qualquer tentativa.

Page 136: Actividades raparigas

213 – RESPONDER A QUESTÕES COM “OU”

Desempenho verbal , expressão

Desempenho verbal, linguagem receptiva

Meta: Aumentar a linguagem expressiva e desenvolver a capacidade de fazer escolhas

de forma independente

Objectivo: Fazer escolhas de forma independente quando lhe dão 2 alternativas concretas

e, expressar essa escolha verbalmente.

Materiais: Objectos da sala que lhe são familiares e que lhe agradam

Procedimento:

Dado que a Maria apresenta dificuldades em se expressar quando se lhe é

oferecido algo a escolher, aproveite todas as oportunidades do dia para usar a

palavra “ou”. Por exemplo, antes da “hora do conto”, seleccione 2 livros e coloque

os em frente dela. Aponte para cada um dos livros, separadamente, e pergunte:

“Queres este ou aquele?”. Quando ela se dirigir para um deles repita a questão e

diga “Maria, diz, este.”. Encoraje-a a verbalizar o que quer sempre que lhe oferece

a escolha. Este programa pode ser implementado com comer, brinquedos ou

qualquer outra coisa que lhe interesse especialmente. Quando a Maria já estiver

habituada a questões com “ou” e conseguir responder-lhes verbalmente, comece a

introduzir questões para respostas mais especificas envolvendo nomes de objectos,

categorias ou cores. Por exemplo, agarre num cubo vermelho e pergunte-lhe

“Maria, este cubo é vermelho ou azul?”. Se ela hesitar, mostre-lhe outro cubo

vermelho e nomeie a cor, depois mostre-lhe outro azul e nomeie-o também. Por fim

repita a questão com os cubos originais.

214.CONVERSA ESTRUTURADA

Desempenho verbal e cognitivo, conversação

Interacção individual e social

Meta: Desenvolver competências de conversação

Objectivo: Responder adequadamente a conversas simples e a questões simples e

incrementar as competências sociais básicas

Material: Figuras de revistas, botões, copo

Procedimento:

Nesta altura, o vocabulário da Maria já melhorou consideravelmente, mas precisa

de aprender a usar as suas palavras numa conversa adequada. Para esse efeito

ela vai precisar de praticar muito em situações estruturadas. Sente-se na mesa em

frente da Maria. Planeie um tópico para a conversa na qual deverá fazer 3 questões

simples Maria. Por exemplo:

Page 137: Actividades raparigas

“Maria, o que é que podemos comprar no supermercado?”

“ Como é que vamos para o supermercado?”

“O que é que fazemos com o comer que compramos no supermercado?”

Depois de ela lhe dar uma resposta satisfatória, coloque um botão no copo, o que

lhe permitirá ver quantas questões respondeu adequadamente. Se ela não

conseguir responder adequadamente, use figuras auxiliares e dê-lhe pistas. Por

exemplo se ela não responder “carro” para a 2ª questão, mostre-lhe a figura de um

carro e repita a questão. Use sempre temas que lhe despertem interesse. À medida

que ela for aderindo melhor à conversa, comece a extinguir o sistema token e

elogie a sua resposta imediatamente.

215 – TRANSMITIR UMA MENSAGEM SIMPLES

Desempenho verbal, conversação

Interacção social e individual

Meta: Desenvolver competências de comunicação e incrementar competências de

memória e competências sociais

Objectivo: Recordar uma mensagem pequena ( 4 ou 5 palavras) e transmiti-la verbalmente

a outra pessoa

Material: Nenhum

Procedimento:

Sente a Maria numa sala e tenha outra pessoa numa sala próxima. Leve-a à outra

sala para poder ver que está lá outra pessoa. Cada um dos elementos deve ter uma

dose de reforços a dar à Maria. Antes de iniciar a actividade ambas devem

combinar a mensagem a transmitir, de forma a poderem saber se ela a transmitiu

bem. Dê à Maria uma mensagem pequena e peça-lhe para ir dizê-la à outra

pessoa, coloque-a na direcção correcta e repita a mensagem. Quando ela chegar à

outra pessoa e não disser a mensagem, esta pode começar por ajudar “O que é

que a _____disse?”. Quando ela transmitir a mensagem, reforce-a e dê-lhe uma

mensagem semelhante para ela levar de volta à outra pessoa. Comece apenas

com 2 mensagens e 2 viagens e gradualmente vá aumentando o número de

viagens e a complexidade das mensagens. Lembre-se de que a ________ tem que

compreender bem a mensagem, senão ficará confusa e será incapaz de a recordar

correctamente.

216 – PLURAIS

Desempenho verbal , expressão

Page 138: Actividades raparigas

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver o uso adequado do plural

Objectivo: Usar os plurais adequadamente quando identifica grupos de objectos familiares

Material: Objectos de uso comum que ela reconheça (ex. bolos, bolas, cubos)

Procedimento:

Sente a Maria na mesa e coloque os objectos na sua frente. Nomeie os objectos à

medida que pega neles. Por exemplo, pegue num bolo e diga: “Olha Maria, um

bolo.”, quando ela lhe quiser pegar pergunte “O que é isto?”, quando ela responder

“Bolo.”, coloque vários bolos em cima da mesa e diga: “Olha Maria, bolos.”. Enfatize

bem o plural. Repita a palavra “bolos” várias vezes. Depois aponte para o bolo e

diga “Bolo.” aponte para o conjunto de vários bolos e diga “Bolos.”. Não se esqueça

de enfatizar bem a diferença entre as duas palavras. A seguir aponte para o bolo e

pergunte “O que é, Maria?”. Quando ela responder “Bolo.”, repita a questão para o

conjunto de bolos. Se ela não captar o plural, repita o som “S” mais alto após a

palavra “bolo” e peça-lhe que repita.

217.NOMEAR FIGURAS GEOMÈTRICAS

Desempenho verbal, vocabulário, 4 5 anos

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Percepção visual

Meta: Aumentar a linguagem expressiva e a nomeação

Objectivo: Identificar verbalmente 3 figuras simples (circulo, quadrado e triângulo)

Material: Figuras geométricas recortadas em formas de circulo, triângulo e quadrado

Procedimento:

Quando a Maria for capaz de lhe dar a figura geométrica apropriada à ordem:

“Maria, dá-me o (circulo).” (actividade 176) comece a trabalhar para que ela diga o

nome das figuras. Depois de ela lhe dar a figura correcta, sustenha-a à frente dela e

diga pausadamente o nome (da figura várias vezes. Depois pergunte “Maria que

figura é?”. Repita o nome da forma várias vezes, para que ela associe a palavra

“figura” com as palavras “circulo”, “triângulo”, “quadrado”. Depois de fazer este

procedimento várias vezes, encoraje-a a responder sozinha.

218. VERBALIZAR O USO DOS OBJECTO

Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar as competências de conversação e compreensão do uso dos objectos

Page 139: Actividades raparigas

Objectivo: Explicar verbalmente o uso de objectos comuns

Material: 4 objectos de uso comum que lhe sejam familiares (livro, colher, brinquedo,

copo)

Procedimento:

Quando a Maria estiver familiarizada com os objectos e conseguir mimar o seu uso

(actividade 11 e 12) tente que ela verbalize o seu uso. Por exemplo, dê-lhe um

livro e diga: “ Olha Maria, um livro. O que é que fazes com um livro?”. Como ela

sabe fazer o uso adequado do livro, provavelmente ela começará a lê-lo. Não lho

dê até que ela tente verbalizar o uso do livro. Repita o procedimento com outros

objectos. Lembre-se que deve pronunciar claramente o uso dos objectos para que

ela tenha um modelo correcto para imitar.

219. QUESTÕES TEMPORAIS

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar a compreensão e os conceitos temporais, expandir o vocabulário

Objectivo: Responder com uma palavra a questões simples acerca do tempo em que um

determinado evento ocorre

Material: Desenhos de pessoas a fazer acções que lhe são familiares

Procedimento:

Mostre à Maria uma figura e explique-lhe o que se passa. Por exemplo, mostre-lhe

uma figura com um menino a dormir e pergunte “O que está o menino a fazer?”.

Quando ela responder “A dormir.” diga “Certo. O menino está a dormir. O menino

dorme à noite”. Repita a palavra “noite” várias vezes em conjugação com a palavra

“dormir”. Repita este procedimento com as outras figuras mostrando as actividades

e conjugando-as com a localização temporal em que ocorrem. Repita várias vezes

as palavras “manhã”, “tarde”, “noite” para que se tornem bem claras. Depois

pergunte “Quando é que o menino dorme?” se ela hesitar, ajude-a com o som “N”.

À medida que ela evolui tente inverter a questão, “O que é que o menino faz à

noite?” para que ela responda “Dorme.”, sem ver a figura. Encoraje-a a pensar em

coisas que pode fazer durante o dia e a relacioná-las.

220- CONTAGEM

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, associação

Imitação verbal

Page 140: Actividades raparigas

Meta: Aumentar o vocabulário e o conceito de número

Objectivo: Contar sem ajuda

Material: Blocos de madeira

Procedimento:

Certifique se a Maria é capaz de imitar os sons dos números. Trabalhe com 5

blocos. Conte os blocos em voz alta e lentamente, movendo os blocos para um

grupo separado após dizer o número. Faça isto várias vezes e hesite antes de dizer

o último número para ver a reacção dela. Depois peça-lhe 3 blocos., quando ela lhe

der o número certo de blocos, conte-os em voz alta, não dizendo o último número

de cada grupo. Repita o procedimento várias vezes, mas de inicio peça-lhe que

identifique apenas o primeiro número. Gradualmente, peça-lhe que identifique os 2

últimos e vá aumentando a quantidade de números exigidos à medida que ela

melhora.

221 – NOMEAR CORES

Desempenho verbal, vocabulário

Realização cognitiva, linguagem expressiva

Meta: Desenvolver o uso de adjectivos descritivos e aumentar a compreensão das

cores

Objectivo: Nomear expressivamente as 4 cores primárias

Material Blocos coloridos (vermelho, amarelo, verde e azul)

Procedimento:

Sente-se na mesa em frente da Maria. Coloque os 4 blocos coloridos na mesa em

frente dela. Quando ela lhe responder correctamente 90% das vezes ao seu pedido

“Dá-me o bloco azul.” (actividade 182), comece a trabalhar o conhecimento

expressivo das cores. Enquanto faz a actividade vá repetindo os nomes das cores

frequentemente, falando de forma clara e audível. No decorrer da actividade aponte

para um dos blocos e pergunte “Que cor é esta?”. Ajude-a sussurrando o nome da

cor. Recompense-a imediatamente se ela fizer algum esforço para verbalizar a

palavra. Continue a actividade aumentando as oportunidades dela se exprimir

quanto às cores. Gradualmente vá envolvendo outras cores.

222 – RECONTAR O CONTO – I

Desempenho verbal, conversação

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Page 141: Actividades raparigas

Interacção social e individual

Meta: Incrementar as competências de expressão linguistica e memória

Objectivo: Relatar um conto recente, com ajuda mínima

Material: Televisão

Procedimento:

Utilize a televisão para verem um conto ou uma série do agrado da Maria, de

preferência qualquer coisa breve e simples. Depois de ela observar a série, faça-lhe

algumas questões simples acerca do que acabou de ver . Tente que ela lhe conte

toda a história. Por exemplo, se estiver a ver a Rua Sésamo pergunte: “O que é que

aconteceu ao Oscar?”. Depois de ela lhe responder pergunte novamente “E o que é

que aconteceu a seguir?”. Tente que ela fale o máximo acerca daquilo que viu e

aconteceu, isto vai permitir-lhe aprender a falar sobre coisas concretas e que lhe

interessam. Esta é uma actividade que pode ser repetida mesmo durante os

tempos de lazer, sem que ela sinta que está a ser forçada a “ trabalhar”.

223 – RECONTAR O CONTO – II

Desempenho verbal, conversação

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar as competências de conversação e competências sociais

Objectivo: Descrever 4 ou 5 características de uma figura, sem ajuda

Material: Um livro de contos infantis, simples

Procedimento:

Sente-se confortavelmente com a Maria de forma a que ela veja o livro claramente.

Mostre-lhe uma figura e tente que ela lhe explique o que aconteceu, com todos os

detalhes que ela conseguir. De inicio, provavelmente, terá que lhe direccionar a

atenção para as várias partes componentes da figura e relembrá-la para continuar a

descrever a figura, mas, gradualmente, ela poderá começar a fazê-lo sozinha. As

questões que poderá fazer devem ser do tipo:

“O que é que o menino tem vestido?”

“ Como é que ele se sente? Está triste ou contente?”

“Há animais no desenho?”

224- CONCEITO DE TEMPO

Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva. Linguagem receptiva

Meta: Aumentar o vocabulário e a compreensão dos conceitos de tempo

Page 142: Actividades raparigas

Objectivo: Usar adequadamente palavras como “ontem”, “hoje” e “amanhã”

Material: Uma folha de cartolina, marcadores, fotos representando acontecimentos

da rotina da Maria.

Procedimento:

Faça uma grelha representando os dias da semana. Use figuras para representar

as actividades que a Maria faz durante o dia, e explique-lhe o significado da grelha.

Comece por explicar aquilo que ela vai fazer hoje: “Olha, Maria, hoje vais para a

escola, vais comer esparguete ao jantar e ver televisão.”. Enfatize a palavra “hoje” e

peça-lhe para repetir o que vai fazer hoje. Pode deixar de fora uma outra actividade

e depois perguntar-lhe: “Que mais vais fazer hoje?. Depois de ela já ter assimilado

a noção de “hoje”, pode começar a trabalhar o “ontem“. Ande, na grelha, para trás

um dia e diga “Olha, Maria, ontem foste para a escola, comeste hambúrgueres ao

jantar e foste brincar para a rua.”. Enfatize bem o “ontem” e repita várias vezes.

Depois pergunte-lhe “Olha, Maria, o que é que fizeste ontem?”. Se ela se confundir,

remeta-a para a grelha. Quando ela tiver aprendido a usar as duas expressões,

repita o mesmo procedimento para “amanhã”.

225- DIAS DA SEMANA

Desempenho verbal, expressão

Realização cognitiva, linguagem receptiva

Meta: Aumentar a linguagem expressiva e a compreensão dos conceitos de

tempo.

Objectivo: Nomear os dias da semana

Material: Grelha com os dias da semana.

Procedimento:

Quando a Maria já dominar o uso das expressões de “ontem”, “hoje” e amanhã”

adequadamente (actividade 224) comece a ensinar-lhe os nomes dos dias da

Page 143: Actividades raparigas

semana. Proceda do mesmo modo que fez para lhe ensinar as referidas

expressões, mas comece a incorporar os dias da semana. Por exemplo: “Olha,

Maria, hoje é segunda-feira e tu vais para a escola.”. Tente que ela repita o que

acabou de dizer. Depois repita o procedimento com a frase “Ontem foi domingo,

fomos ao jardim e jantámos pizza.”. Depois de ter isto bem treinado, faça questões

do tipo. “Ontem foi domingo. O que é que fizemos no domingo?”. Depois desta

actividade nomeie os 7 dias de semana por ordem e tente que ela os repita

consigo.

Page 144: Actividades raparigas

AUTONOMIA

Esta secção contém actividades que podem dinamizar a independência da criança com

autismo em relação ao ambiente. As áreas mais importantes mais importantes a desenvolver

nesta secção são a alimentação ,a utilização da casa de banho, a higiene e o vestuário. muito

do stress sentido pelos Pais e professores anda à volta dos objectivos a longo termo que têm

em conta estas sub-áreas, tão importantes para a independência da criança, que normalmente

tornam-se extremamente dependentes. Estas actividades devem ser incorporadas diariamente

numa rotina em casa e na escola. O número de actividades descritas nesta secção é simbólico

pelo facto de ser uma área que abarca um grande número de actividades, por isso terão de ser

alargadas para outras actividades de acordo com as necessidades de cada um, (ver

bibliografia. Muitas destas actividades foram desenvolvidas através da experiência com

crianças com atraso de desenvolvimento severo, elas podem ser adaptadas a crianças com

autismo uma vez que as suas dificuldades de aprendizagem sejam tomadas em conta.

As características específicas das crianças com autismo são:

1 – Uma forte preferência por certo tipo de comida, o que significa que se deve

aproveitar para ensinar os aspectos de autonomia na alimentação quando está a

ingerir os seus alimentos preferidos

2 – Aptidões pobres da linguagem impedem a professora de usar linguagem para

conduzir a criança. Os gestos claros e as demonstrações devem ser usadas para que

a criança entenda o que se pretende

3 – Uma forte necessidade de igualdade ou gosto por rotinas. Logo que uma rotina foi

ensinada, a criança pode ter dificuldades em generalizar para outras situações ou

contextos diferentes

4 – Utilização inadequada dos sentidos (Hipersensibilidade ou hiposensibilidade aos

estímulo). As respostas da criança a vários sabores ou cheiros, ao estar molhada, com

frio ou zangada ou com medo podem ser extraordinariamente fortes ou inexistentes

5 – Capacidade de atenção pobre (grande distractibilidade), que necessita de estrutura

e sinais visuais ou auditivos para a manterem atento.

As actividades apresentadas nesta secção foram escolhidas de modo a ilustrar técnicas

de ensino que têm em conta as características apontadas atrás. Também ilustra tarefas

concretas que são necessárias para capacitar a criança a aprender como generalizar de uma

situação para a outra. O nível de desenvolvimento das capacidades de autonomia pode não

estar adequadamente avaliado através do PEP; sendo assim importante verificar melhor quais

as capacidades de resposta da criança nesta área de funcionamento.

226 – COMER COMIDA COM OS DEDOS

Page 145: Actividades raparigas

Independência, alimentação

Motricidade fina, agarrar

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver aptidões autónomas na alimentação

Objectivo: Agarrar e comer alimentos que se comem com os dedos

Materiais: Alimentos de comer com os dedos tais como pão, cenouras cozidas, salsichas,

banana

Procedimento:

Sente a Maria numa cadeira alta e coloque alguma comida que sabe que ela gosta

à sua frente. Assegure-se de que ela está a olhar para si e lentamente pegue numa

peça de comida e oriente-a para a sua boca. Faça gestos exagerados de modo a

demonstrar que a comida é muito boa, indicando à Maria que ela deve fazer o

mesmo. Se ela não imita ou brinca com a comida, oriente-lhe a mão ao mesmo

tempo que usa a outra para que ela tenha um modelo para imitar. Lembre-se de

fazer movimentos deliberados e tente manter a atenção dela focada nas suas

mãos. Elogie-a de cada vez que ela come, mesmo com a sua ajuda. Tente

descobrir qual a comida que ela gosta mais e qual a que recusa sempre. A tarefa

torna-se mais simples se houver comida que ela aprecia bastante. À medida que

aumentam as suas capacidades de motricidade fina, vá reduzindo

progressivamente o tamanho das peças da comida.

227 – BEBER POR UM COPO DE ÁGUA

Independência, alimentação

Meta: Beber por um copo

Objectivo: Manter o copo com as duas mãos e levá-lo à boca.

Materiais: Copo de plástico, sumo favorito

Procedimento

Maria bebe quando você lhe pega no copo, mas não segurará o copo sozinha.

ela detesta qualquer mudança. Por isso temos que fazer essa mudança

progressivamente e só assim ela aceitará a mudança sem ficar perturbada. Use os

seguintes passos, mudando para uma nova etapa sempre que veja que ela aceita a

mudança seguinte:

1 –Sente-se perto da Maria, segure o copo nas suas mãos e leve-o à sua

boca

2 – Perto da Maria, coloque as mãos dela no copo com as suas por cima e

leve-a a levar o copo à boca

3 – Faça o mesmo que em 2, mas agora segure-lhe nos pulsos firmemente

Page 146: Actividades raparigas

4 – Agarre-lhe nos pulsos ao de leve, o suficiente para lhe dar confiança, mas

deixando que os músculos da Maria trabalhem para segurar o copo

5 – Reduza a ajuda a um toque no braço para que a Maria recorde o que

fazer.

228 – COMER COM A COLHER

Independência, alimentação

Motricidade fina, agarrar

Meta: Desenvolver aptidões autónomas na alimentação

Objectivo: Comer usando a colher sem derramar excessivamente

Materiais: Colher

Procedimento:

Depois da Maria ter aprendido como apanhar substâncias e mantê-las na colher

(actividade 98) pode começar a usar a colher para comer de forma independente.

Enquanto ela está a aprender a comer com a colher, use a comida que ela mais

aprecia e que seja fácil de apanhar com a colher e mantê-la fixa na mesma, como

por exemplo: papa de aveia espessa, puré de batata, pudim, geleia, etc. Coloque-

lhe a colher na mão mantendo suavemente a sua mão na da Maria e oriente-a ate à

comida e, devagar, direccione-a para a boca dela. Elogie-a logo que ela apanhe

uma colherada com comida e, progressivamente, reduza o seu controle:

começando por aliviar a sua pressão nas mãos dela e depois passe para os pulsos,

mais tarde para os braços e finalmente retire-lhe a ajuda. Repita o procedimento

com diferentes comidas até que ela consiga manobrar a colher e comer sem ajuda.

229 – USO ADEQUADO DA COLHER

Autonomia, alimentação

Motricidade fina, manipulação

Independência social

Meta: Incrementar as competências de autonomia e maneiras à mesa

Objectivo: Comer com uma colher de forma adequada e independente

Material: Uma colher

Procedimento:

Tente que a todas as refeições não haja alimentos fáceis de comer com os dedos.

Sente a Maria em frente da mesa e chame a sua atenção para a colher “Olha,

Maria, vamos comer com a colher.”. Depois coloque o prato em frente dela,

coloque-lhe a colher na mão e guie com a sua mão as primeiras tentativas e diga “

Page 147: Actividades raparigas

Estamos a comer com a colher”. Gradualmente reduza a ajuda até que ela consiga

controlar a colher. Se ela tentar usar os dedos, retire o prato para o centro da mesa

e diga “Não, estamos a comer com a colher.”. Demonstre outra vez e, lentamente,

levando à boca a sua colher. Coloque novamente o prato em frente da Maria e

coloque-lhe a colher na mão. Se ela voltar a colocar os dedos, retire-lhe o prato .

Sempre que ela tentar colocar os dedos retire o prato da frente por um minuto, e

demonstre novamente o uso da colher, depois coloque-lhe o prato à frente e a

colher na mão. Este procedimento vai ensinar-lhe que se quiser comer, terá que

fazê-lo com a colher. É importante usar comida que ela goste. Para melhores

resultados não se deve permitir que ela petisque entre as refeições. Este programa

deve ser aplicado de forma consistente. Se ela for autorizado a comer uma vez com

os dedos e outra com a colher, poderá ficar frustrada e confusa. Toda a refeição

deve assim ser composta por alimentos que tenham de ser comidos com colher,

para que a aprendizagem seja mais consistente.

230 – BEBER POR UM COPO

Autonomia, alimentação

Motricidade fina, manipulação

Imitação, motricidade

Meta: Desenvolver competências de autonomia e independência

Objectivo: Beber por um copo usando as duas mãos, sem entornar.

Material: Um copo inquebrável

Procedimento:

Sente a Maria numa mesa e sente-se em frente dela. Dê-lhe um copo e deixe-a

brincar com ele alguns segundos, para se habituar a ele. Depois pegue no copo e

mostre-lhe como agarrar com as duas mãos. Coloque-lhe as duas mãos no copo,

adequadamente e elogie-a por agarrar bem. Lentamente leve-lhe o copo à boca e

volte a colocá-lo na mesa. Repita o gesto. Quando a Maria se sentir confortável a

pegar no copo, coloque-lhe uma pequena porção de liquido. Guie as mãos da Maria

até ao copo, para o agarrar e guie lentamente o copo à boca. Diga “Bebe.” e incline

lentamente o copo para que beba uma pequena porção de liquido, se for um liquido

que ela goste ela vai abrir os lábios. Depois coloque novamente o copo na mesa.

Leve lentamente o copo aos lábios da Maria e diga: “Bebe.”. Coloque novamente o

copo na mesa. Gradualmente diminua a ajuda e incite-a a pegar sozinha no copo

para beber. No inicio, provavelmente, ela vai entornar alguns pingos de bebida, não

pare a meio da actividade para limpar, isso poderá perturbar a aprendizagem. A

Maria necessita de uma ordem contínua por forma a aprender a rotina

adequadamente.

Page 148: Actividades raparigas

231 – DESCALÇAR MEIAS

Autonomia, vestir

Motricidade fina, manipulação

Meta: Despir-se de forma independente

Objectivo: Descalçar as meias sozinha

Material: Uma meia larga, uma garrafa.

Procedimento:

Comece por usar uma meia de homem, grande e uma garrafa de plástico.

certifique-se de que a Maria está a olhar para si e coloque dentro da garrafa alguns

reforços (amendoim ou um doce) e coloque a tampa pouco apertada. Coloque

lentamente a meia no topo da garrafa (ver actividade 103) . Pegue na mão da

Maria e ajude-a a tirar a meia na garrafa. Depois ajude-a a ver a surpresa. Repita o

procedimento até que ela consiga fazê-lo sozinha e sem ajuda. Quando o conseguir

coloque a mesma meia no pé. Certifique-se de que ela está bem sentada e

equilibrada. Ajude-a a retirar a meia. Repita a actividade algumas vezes com a meia

grande, quando ela estiver habituada à actividade tente que o faça com uma meia

da sua medida. Comece por pedir-lhe para colocar a meia na garrafa.

Gradualmente coloque a meia no pé e tente que ela a retire. Ajude-a se precisar e

não deixe que ela se sinta frustrada.

231 – COMER COM UM GARFO

Autonomia, alimentação

Motricidade fina, manipulação

Meta: Incrementar as capacidades de autonomia

Objectivo: Comer com um garfo

Material: Um garfo de plástico

Procedimento:

Depois da Maria ter aprendido a comer com a colher, introduza gradualmente o

garfo. Tente usar um garfo de plástico resistente. Use comida que seja facilmente

comestível com o garfo e que a Maria goste. Mostre-lhe como deve pegar no garfo

e demonstre como deve levá-lo à boca. Depois coloque-lhe o garfo na mão e cubra-

a com a sua, guie lentamente o garfo à boca e novamente para a mesa. Repita o

procedimento várias vezes, alternando entre a sua boca e a dela. Quando ela

estiver habituada à tarefa coloque pequenos pedaços de comer num prato. Reforce

o facto de ela agarrar no garfo e guie-a até aos pedaços de comer, para picar um.

Vá demonstrando com o seu garfo. Certifique-se de que ela está a olhar para si

quando leva o seu garfo à boca. Reforce o facto dela ter pegado com comer e

Page 149: Actividades raparigas

depois encaminhe-a para a boca e diga “Come, Maria.” e deixe lentamente o comer

na boca dela. Reforce-a. Continue o procedimento por mais algum tempo,

reduzindo a ajuda. Use sempre comeres que ela goste.

233 – DISTINGUIR COMESTÍVEL DE NÃO COMESTÍVEL

Autonomia, alimentação

Desempenho cognitivo, categorização

Desempenho cognitivo, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver as capacidades de autonomia

Objectivo: Distinguir substâncias comestíveis de não comestíveis sem ajuda

Materiais: Comida, substâncias não comestíveis (não tóxicas) por exemplo, objectos,

cubos, pedras, contas.

Procedimento:

Sente-se com a Maria à mesa. Em frente dela, coloque um pedaço de comida em

cima da mesa e um objecto não comestível, por exemplo: uma pedra e um bocado

de chocolate. Diga: “Come.” e faça o gesto para que coma um dos objectos que

estão na mesa. Se ela escolher a pedra, segure-lhe na mão e dirija-lhe a atenção

para a pedra, diga “Não é para comer.”. Depois dirija-lhe a mão para o chocolate e

diga “Para comer.”. Reforce-a por comer o correcto. Remova rapidamente a pedra e

substitua por outro par de itens. Repita o procedimento variando os itens, tentando

incorporar os mais variados objectos. Lembre-se de reforçar sempre que ela

escolher os itens correctamente.

234 – VESTIR: CAMISOLA

Autonomia, vestir

Meta: Vestir-se sozinha

Objectivo: Vestir uma camisola ou T-shirt sem ajuda

Material: Camisola ou T- shirt

Procedimento:

Repita o seguinte procedimento de cada vez que ajudar a Maria a vestir uma

camisola. Coloque o braço esquerdo na manga esquerda e coloque a manga direita

sobre o ombro direito. Diga “Maria, veste camisola.”. Guie-lhe o braço direito pela

manga. Elogie-a imediatamente. Repita este passo simples, muitas vezes,

reduzindo gradualmente a sua ajuda até que ela consiga colocar o braço na manga

correcta estando o outro braço previamente colocado. Somente quando ela

conseguir completar com sucesso este passo sem a sua ajuda, deve tentar o

Page 150: Actividades raparigas

próximo passo. Mostre-lhe como colocar a camisola aberta e como meter o braço

através da 1ª manga. Assegure-se que lhe mostra como segurar a camisola aberta

da mesma forma de todas as vezes que inicia esta actividade. A seguir, coloque a

manga sobre o ombro e proceda como anteriormente. Quando ela estiver habituada

a desempenhar os dois passos com as duas mangas, hesite antes de colocar a 2ª

manga sobre o ombro, com o intuito de verificar se ela localiza por si a 2ª manga.

Lembre-se de dizer “Maria, veste camisola.” de todas as vezes que inicia esta

actividade. Reduza gradualmente a sua ajuda até que lhe consiga dizer

simplesmente “Maria, veste camisola.” e induzi-la a começar, se necessário. É

provável que demore bastante tempo antes dela conseguir aprender a posicionar a

camisola de forma apropriada antes de começar a vesti-la.

235 – VESTIR: CALÇAS

Autonomia, vestir

Meta: Vestir-se sozinha

Objectivo: Vestir calças sem ajuda

Material: Calças

Procedimento:

Quando estiver a vestir a Maria enfie-lhe as calças até ás ancas e tente que ela as

puxe para cima. Coloque-lhe as mãos no cós das calças, com a sua ajuda e diga:

“Puxa as calças.”. Reforce o esforço que ela fizer. Repita o procedimento até sentir

que ela está a puxar sozinha. Gradualmente vá retirando a sua ajuda até que ela as

puxe sozinha. Quando ela conseguir puxar as calças acima dos joelhos, tente que

as puxe desde os tornozelos. Para executar este passo a Maria terá que se dobrar

mais. Faça-o lentamente parar que ela perceba como fazer. Certifique-se de que só

avança para outro passo depois de consolidar o anterior . diga de cada vez “Maria,

puxa as calças.”. Quando ela já conseguir puxar as calças sozinha., comece a

tentar que ela as coloque nós pés correctamente. Comece por lhe ensinar como

deve fazer. Sente-o numa cadeira e coloque-lhe as calças na frente na posição

correcta. Diga “Maria, veste as calças.”. Guie-lhe as mãos para que enfie os pés

nas calças. Repita o procedimento várias vezes. No inicio vai ter que a ajudar a

encontrar a parte da frente das calças e certifique-se sempre que ela tem um pé em

cada perna antes de as puxar para cima. Reforce-a sempre que execute um passo

e gradualmente vá retirando a sua ajuda. Mostre-lhe sempre as calças da mesma

forma para que ela aprenda a ver qual o lado da frente.

236 – CONTROLO DE ESFÍNCTERES

Page 151: Actividades raparigas

Autonomia, higiene

Meta: Incrementar a higiene pessoal

Objectivo:. Usar a casa de banho de um modo adequado e independente.

Material: Casa de banho

Procedimento:

Linhas gerais:

Neste treino o factor mais importante é a manutenção de uma atitude positiva.

Qualquer mostra de desagrado, negativismo ou desaprovação pode ser sentida

pela Maria. Ensine esta actividade da mesma forma que tem ensinado outras. Dê-

lhe regularmente reforços e use uma linguagem simples, como “xixi”, “molhada”,

“seca”. Reforce-a de uma forma agradável sempre que ela tiver sucesso.

Normalmente é mais eficaz dar um reforço positivo após o sucesso de uma tarefa

do que mostrar reprovação após um incidente. Dispa-lhe a roupa apenas na casa

de banho e sempre que ocorrer um incidente só lhe mude a roupa na casa de

banho. Isto permite-lhe associar os acidentes à casa de banho.

Procedimentos específicos:

Leve a Maria à casa de banho de hora a hora cerca de 5 minutos de cada vez.

Certifique-se de que ela está calmo e descontraído sem se mostrar descontente. De

início fique com ela. Tenha qualquer coisa à mão na casa de banho, para reforçar

sempre que fizer na sanita (ou bacio). Após passarem os 5 minutos retire-o da

sanita, mas se não fez a necessidade não lhe dê o reforço. Escreva a hora de cada

ida à casa de banho e dos acidentes para descobrir o horário natural das

necessidades. Tenha o cuidado especial de o colocar na sanita assim que ela

acorda de manhã, depois das refeições, antes de sair para a rua e antes de ir para

a cama. Registe os resultados sempre que o colocar na sanita. Mostre-lhe os

resultados colocando uma estrela dourada nas situações em que ela teve sucesso,

para que ela compreenda que está satisfeita.

237 – PASSAR-SE POR ÁGUA, NO BANHO

Autonomia, lavar-se

Motricidade fina, manipulação

Meta: Lavar-se sozinha

Objectivo: enxaguar-se da espuma de sabonete com uma esponja molhada.

Material: Sabonete e esponja

Procedimento:

Quando estiver a dar banho à Maria ensaboe bem os braços até fazer muita

espuma. Dirija-lhe a atenção para as bolinhas de espuma, dê-lhe a esponja para a

mão e guie-o para a água. Depois diga, “Enxagua o braço.” (tira a espuma) e ajude-

Page 152: Actividades raparigas

a a espremer a esponja para o braço. Repita o procedimento para outras partes do

corpo sempre que lhe der banho. Quando sentir que ela já consegue fazer a tarefa

sozinha, vá reduzindo a ajuda. Quando ela terminar de se enxaguar, diga: “Já

está.”. Depois ensine-lhe a espremer a esponja e a deixá-la na saboneteira. Isto é

importante porque não só fortalece as mãos como também permite que ela

compreenda o estabelecimento da rotina e o fim da tarefa.

238 – ABOTOAR – I

Autonomia, vestir

Motricidade fina, coordenação das duas mãos

Meta: Vestir-se sozinha e aumentar a coordenação motora.

Objectivo: Enfiar um botão grande na casa (num quadro de treino de abotoar)

Material: Cartão um botão e tecido

Procedimento:

Construa um quadro de abotoar colando um cartão a meio do tecido, pregando o

botão num extremo e fazendo uma casa no outro (ver figura). Coloque-se por

detrás da Maria com o quadro em cima da mesa diante dela. Pegue-lhe nas mãos

e guie-o para o botão. Direccione a sua atenção para o botão e para a casa. Ajude-

a para que agarre o botão e o coloque na casa. Ajude-a a puxá-lo com o polegar e

o dedo indicador. Diga “Puxa.”. Reforce-a por qualquer esforço que faça. Repita o

procedimento tantas vezes quantas as necessárias para que aprenda e refira

sempre “Puxa”. De inicio ela vai precisar de muita ajuda para compreender como

puxar o botão, guie-lhe as mãos até que compreenda. Quando sentir que ela já é

capaz de o fazer sem ajuda, use um bocado de tecido com mais do que um botão.

239 – ABOTOAR – II

Autonomia, vestir

Motricidade fina, coordenação das duas mão

Motricidade fina, agarrar

Meta: Vestir-se sozinha e incrementar a coordenação motora.

Objectivo: Apertar e desapertar botões de uma camisa ou camisola

Material: Camisa ou camisola de botões grandes

Procedimento:

Tente trabalhar com uma camisa de botões grandes, que se apertem e desapertem

facilmente. Quando a Maria já apertar os botões do quadro de abotoar (actividade

Page 153: Actividades raparigas

238), mostre-lhe como abotoar numa camisola. Quando ela estiver a usar a

camisola, guie-lhe as mãos para os botões. Tente que ela segure uma parte da

camisola enquanto empurra o botão para a casa. diga “Puxa.” para que ela puxe o

botão com o dedo indicador e o polegar. Reforce-a imediatamente e repita o

procedimento com os outros botões. Depois de repetir várias vezes, tente

gradualmente retirar a ajuda. Será mais fácil de aprender se começar por apertar e

desapertar a partir de baixo.

240 – DEITAR LÍQUIDO NUM COPO

Autonomia, alimentação

Motricidade fina, manipulação

Meta: Aumentar as competências de alimentação e controlo da motricidade fina.

Objectivo: Deitar líquidos de um jarro para depósitos mais pequenos sem ajuda e sem

entornar.

Material: Jarro de plástico pequeno, copos de plástico transparentes, corantes

alimentares.

Procedimento:

Coloque alguma água no jarro e junte-lhe algumas gotas de corante alimentar.

tenha o cuidado de ver se o jarro não está demasiado cheio e se torna difícil de

controlar. Coloque 2 copos de plástico transparente em cima da mesa e faça-lhes

uma marca com marcador para que ela veja até onde deve colocar o liquido. Ajude-

a a pegar no jarro e a direccioná-lo para os copos, depois diga “Deita.” e ajude-a a

deitar o liquido no copo. Quando se aproximar da linha desenhada diga “Pára.” e

puxe-lhe a mão para trás gentilmente. Reforce-a imediatamente. Repita a

actividade as vezes que achar necessárias para que ela consiga colocar liquido

nos copos sem salpicar excessivamente, vá diminuindo a sua ajuda física e verbal

para que aprenda quando deve parar. A partir do momento em que ela conseguir

fazer a tarefa sozinha, permita-lhe que deite os líquidos nos copos em todas as

oportunidades que surgirem , quer para si próprio, quer para o resto da família.

241 – LAVAR OS DENTES

Autonomia, higiene

Motricidade fina,manipulação

Meta: Desenvolver hábitos de higiene pessoal.

Objectivo: Lavar os dentes sozinha

Material: Escova de dentes, paste de dentes.

Procedimento:

Coloque a Maria em frente do espelho e faça-o olhar para o seu reflexo enquanto

Page 154: Actividades raparigas

lava os dentes. Depois tente que ela agarre na escova de dentes enquanto lhe põe

a pasta de dentes. Fique atrás dela, olhe para o espelho e guie-lhe a mão com a

escova para a boca, muito devagar. Tente que ela vá movendo a escova muito

lentamente para cima e para baixo contra os dentes. Gradualmente vá retirando a

sua ajuda quando lhe parecer que ela está a fazer os movimentos de cima e baixo

sozinha. De inicio poderá ser boa ideia colocar um pouco de pasta de dentes noa

ponta do dedo e massajar lentamente as gengivas para o sensibilizar do uso da

pasta. Certifique-se de que a escova tem sedas suaves e de que ela não esfrega os

dentes com muita força. De inicio provavelmente ela só vai permitir uma ou duas

escovadelas, mas gradualmente vá tentando aumentar o numero de escovadelas e

a área lavada.

242- VESTIR-SE SOZINHA

Autonomia; vestir-se

Socialização, independência

Meta: Vestir-se rapidamente e sozinha

Objectivo: Acordar com o despertador e vestir-se totalmente e sozinha num determinado

período de tempo.

Material: Despertador

Procedimento:

Comece por ajudar a Maria a escolher aquilo que ela quer vestir no dia seguinte,

antes dela ir para a cama. Deixe todas as peças de roupa necessárias num

determinado local para que seja fácil de encontrar. Mostre-lhe o relógio

despertador. Ensine-lhe como desligar o despertador. Nas primeiras manhãs ajude-

a a levantar-se da cama e a desligar o despertador, antes de continuar com o resto

do programa. Quando tiver a certeza de que ela já é capaz de desligá-lo sozinha,

mostre-lhe o relógio e diga-lhe que terá que estar completamente vestido quando o

ponteiro chegar ao sinal desenhado para receber uma surpresa(mostre-lhe onde

assinalou). Mantenha-se no quarto mas apenas ajude se sentir que ela está

confusa ou frustrada. Elogie sempre o esforço que ela faz e reforce-a com qualquer

coisa que ela goste especialmente sempre que ela terminar de se vestir a tempo.

243 – PREPARAR UM LANCHE

Motricidade fina, manipulação

Socialização, independência

Meta: Incrementar capacidades de se alimentar sozinha

Page 155: Actividades raparigas

Objectivo: Preparar um pequeno lanche sozinha

Material: Comida para um pequeno lanche e os utensílios de cozinha necessários

Procedimento:

Planeie um lanche simples para que a Maria o prepare para si próprio a meio da

tarde, quando chega da escola. Por exemplo: pão com manteiga, ou bolachas com

doce, cereais com leite, pudim instantâneo, etc. Use a sua imaginação e os gostos

da Maria para escolher os lanches. Assegure-se de que ela é capaz de fazer todas

as tarefas que envolvem cada lanche. Se implicarem ingredientes com medidas

diferentes, deixe-os já preparados em caixinhas separadas. Primeiro guie os

passos da Maria em cada lanche, quando sentir que já o poderá fazer sozinha, dê-

lhe liberdade de escolha para comer o que lhe apetecer e como fazê-lo. Tente

variar os lanches, para que ela aprenda uma série de acções ao mesmo tempo, Por

exemplo: cortar, barrar, tirar açúcar ou farinha com a colher, mexer o leite, deitar

leite num copo ou taça, etc.

244 – TOMAR BANHO SOZINHA

Autonomia, higiene

Desempenho verbal, vocabulário

Meta: Tomar banho ou duche sozinha sem precisar de ajuda

Objectivo: Regular a temperatura da água

Material: Fita vermelha e azul

Procedimento:

Antes de deixar a Maria brincar com as torneiras do duche ensine-lhe como

controlar a temperatura da água usando as torneiras misturadoras. Coloque uma

marca vermelha bem visível na torneira de água quente. Diga-lhe que isso significa

quente. Depois deixe a água correr na mão dela até ficar quente, mas não

demasiado. Diga “Está morna, está boa.” Depois deixe correr até estar demasiado

quente para ela poder usar, passe a mão muito rapidamente pela água (cuidado

para não estar demasiado quente) e diga “Oh! Está tão quente.”. Mostre uma

expressão de desagrado para que ela perceba. Agora ponha a marca azul na

torneira da água fria e ensine-lhe como usar esta torneira. Ensine-lhe a rodar as

duas torneiras lentamente e a experimentar a temperatura da água. Quando ela

conseguir regular a temperatura correctamente peça-lhe apenas que a chame ,

antes dela tomar banho, para verificar se está realmente correcta e depois poderá

deixá-la tomar banho sozinha.

Page 156: Actividades raparigas

SOCIALIZAÇÃO

O comportamento social pertence à categoria de ensino mais generalizada neste

manual, já que qualquer aumento da linguagem, capacidades e diminuição de

problemas de comportamento têm um efeito positivo no comportamento social da

criança. Em geral, o comportamento social inclui o estabelecimento de

comportamentos sociais positivos e a diminuição das peculiaridades do autismo e dos

problemas de comportamento. Embora as capacidades sociais coincidam com todas as

outras áreas funcionais, elas são tratadas separadamente. Esta secção foca-se no

aumento de capacidades sociais, enquanto que a secção seguinte se focaliza em

reduzir os comportamentos negativos ou disruptivos. Apesar das crianças com autismo

conseguirem memorizar e mecanizar alguns comportamentos sociais de cortesia, a

ênfase desta secção está no iniciar o contacto social e no prazer dos jogos de

interacção social. Porque a consciência social não é compreendida instintivamente, e

no autismo é até uma área deficitária, a interacção social e as capacidades do jogo

social têm de ser ensinadas. Nos níveis mais altos das capacidades sociais incluem-se

actividades de autocontrole necessárias para seguir regras sociais comuns, tal como o

respeitar a sua vez e a propriedade dos outros. Estas actividades ensinam novas

capacidades e conceitos que promovem o comportamento social adequado.

Page 157: Actividades raparigas

245 – JOGO DIVERTIDOSocialização, interacção individual

Desempenho verbal, vocalização

Imitação, vocal

Meta: Melhorar a interacção social e a tolerância ao contacto físico

Objectivo: Aumentar o divertimento com interacção física limitada

Material: Nenhum

Procedimento:

Tente envolver a Maria em pequenos períodos de contacto físico, com frequência.

Use muita vocalização para tentar que ela imite os sons que vai fazendo. Utilize

sons simples como “Eia.” ou “Uau.”. Se ela mantém um contacto limitado, continue

a actividade falando lenta e calmamente para ela. À medida que ela estiver mais

relaxada tente levantá-la muito lentamente, mas com cuidado para ela não se

assustar. Por exemplo pode começar por tentar levantá-la ou balançá-la apenas

uma vez em cada sessão, contudo, a sessão pode ser repetida várias vezes no

mesmo dia. Gradualmente aumente o tempo que ela tolera a presença e o contacto

físico. Há medida que a sentir relaxada pode aumentar para duas vezes em cada

sessão. Desta forma irá aumentar a aceitação da interacção física.

246 – CÓCEGASSocialização, interacção individual

Meta: Incrementar a interacção social e o divertimento, com contacto físico

Objectivo: Reagir adequada e amigavelmente ao contacto físico

Material: Boneco

Procedimento:

Sente-se com a Maria na cama ou numa manta. Pegue no boneco e diga: “Olha,

Maria.” Tente chamar-lhe a atenção para o animal, se necessário passando com ele

no seu campo de visão. Use o boneco para tocar na Maria, muito carinhosamente,

fazendo-lhe cócegas. Certifique-se de que não está a ser demasiado intrusiva.

Quando lhe tocar sorria e sussurre algumas palavras agradáveis. De início faça-o

por pequenos períodos. Há medida que a tolerância da Maria aumentar, aumente a

quantidade de cócegas. Páre de lhe fazer cócegas para ver se ela faz algum tipo de

movimento que indique que quer continuar. Continue a actividade enquanto ela

mostrar prazer nela.

247 – ESCONDE - ESCONDESocialização, interacção individual

Meta: Incrementar a interacção e o contacto visual

Objectivo: Manter o contacto visual pelo menos durante 3 segundos e ter prazer em jogos

de interacção social.

Page 158: Actividades raparigas

Material: Uma toalha

Procedimento:

Sente-se em frente da Maria com os joelhos dela junto aos seus. Segure a toalha

entre vocês para que ela não a possa ver. Pergunte “Onde está a Maria?” e levante

lentamente a toalha para que ela veja os seus olhos. Diga ”Cu-cu.” e faça-lhe

cócegas rapidamente, cuidado para não o assustar. Repita a actividade várias

vezes. Veja se ela olha para ver se os seus olhos aparecem por trás da toalha. Veja

também se ela começa a antecipar a rotina. Ponha a toalha em cima da sua cabeça

e retire-a lentamente. Depois coloque-a na cabeça dela e repita a actividade.

Lembre-se de lhe fazer cócegas quando ela olhar para si. Veja se ela começa a

pedir cócegas, olhando para si. Gradualmente vá aumentando o tempo entre ela

olhar para si e fazer-lhe cócegas, para aumentar o contacto visual, pelo menos para

3 segundos.

248 – CAVALO DE BALOIÇO

Socialização, interacção individual

Motricidade global

Meta: Incrementar a interacção social e aprender a brincar calmamente

Objectivo: Andar no cavalo de baloiço pelo menos 2 a 3 minutos

Material: Um cavalo de baloiço

Procedimento:

Coloque a Maria no cavalo de baloiço por alguns minutos. Sorria e sussurre-lhe

suavemente, por exemplo, “Tlin-tlão, tlim-tlão.”. Gradualmente reduza a ajuda à

medida que ela baloiçar o cavalo sozinha. Se ela ficar excitada e começar a andar

muito depressa, segure-o e sussurre-lhe novamente. Tente que ela ande no cavalo

com a sua cadência/ritmo. Se ela continuar excitada retire-a do cavalo e continue a

sorrir e a sussurrar para que ela acalme. Depois coloque-a novamente no baloiço e

controle a velocidade.

249 – DAR UM BEIJOSocialização, interacção individual

Motricidade global

Meta: Dar um beijo quando solicitada

Objectivo: Tocar com a boca na face do adulto

Material: Nenhum

Procedimento:

Mesmo que a Maria não goste muito de ser tocada ou de receber carinho, abraços

ou beijos, ela pode aprender a dar um beijo se for ensinada e recompensada por

isso. Depois de ela ter aprendido a dar-lhe um beijo e apresentar menos medo da

proximidade física, pode pedir-lhe que dê “um beijo” ao pai, à avó, ao irmão, etc. No

Page 159: Actividades raparigas

fim da tarefa, diga-lhe que terminou (use um sinal). Depois vire-a para si e diga “

Dá-me um beijinho.” e toque-lhe na face com o sua mão. Chegue-lhe a sua cara

para que os lábios dela lhe toquem na face. Depois reforce-a imediatamente e leve-

a para brincar. Faça esta actividade diariamente para que não tenha que a trazer

até si, mas que ela venha ter consigo quando lhe pede o beijo. Uma vez que a

rotina esteja adquirida, tente afastar um pouco a sua face por forma a que ela tenha

que fazer algum esforço para lhe dar o beijo. Depois explique a rotina aos pais e

tente que eles lhe peçam o mesmo. Ajude-a a responder-lhes se necessário.

Certifique-se de que agradece e reforça o esforço realizado por ela. Deixe-a ir

embora se começar a manifestar desagrado.

250 – BRINCAR COM O CAMIÃOSocialização, interacção individual

Motricidade global, braço

Meta: Estimular a interacção e desenvolver actividades de jogo

Objectivo: Empurrar para a frente e para trás um camião, com ajuda

Material: Camião de brincar e reforços comestíveis

Procedimento:

Sente-se com a Maria no chão, com alguma distância de intervalo entre as duas.

Diga “Olha, Maria, um camião.” e empurre o camião para ela com um alimento que

ela goste em cima. Certifique-se de que ela está a olhar para si para a ver colocar a

recompensa. Encoraje-a a empurrar o camião outra vez para si, depois de tirar a

recompensa. De inicio poderá ser necessário estar outra pessoa ao lado da Maria

para a ajudar a retirar a recompensa e a empurrar o camião de volta. Use a palavra

“camião” várias vezes para que ela se vá habituando a ela. Continue a actividade

enquanto a Maria se mostrar interessada.

251 – AJUDAR OS OUTROSSocialização, interacção individual

Motricidade global

Meta: Compreender o que a outra pessoa quer

Objectivo: Colocar os restos de comer no lixo, quando lhe é pedido

Material: Guardanapos e pratos com restos de comida

Procedimento:

Peça à família da Maria para a ajudar nesta actividade após as refeições. No fim da

refeição, ajude-a a retirar os restos do prato (certifique-se de é capaz de o fazer

sem causar problemas). Leve-a até aos guardanapos das outras pessoas, um de

cada vez, e peça que cada membro da família pegue nele e diga “Maria, por favor,

deita fora.” e depois agradeça. Peça à família para demonstrar que gosta da ajuda

que a Maria está a dar e demonstre que ela está a fazer qualquer coisa para eles.

Encoraje também a Maria a olhar para as pessoas à medida que pega no

Page 160: Actividades raparigas

guardanapo. Isto pode ser feito se segurarem o guardanapo até que ela olhe para

eles. Depois diga “Obrigado.”. Quando a Maria for capaz de realizar esta rotina a

todas as refeições, generalize pedindo-lhe que deite fora coisas, periodicamente

durante o dia. Certifique-se de que as suas orientações são claras e concisas e de

que ela sabe onde está o balde do lixo.

252 – ESCONDIDASSocialização, interacção individual

Socialização, independência

Motricidade fina, corpo

Desempenho cognitivo, linguagem receptiva

Meta: Ter consciência de que está escondida dos outros, incrementar o desejo de

procura e de interacção com os outros

Objectivo: Esconder-se de uma pessoa e depois procurar por outra que está escondida

Material: Nenhum

Procedimento:

Comece a actividade ensinando a Maria a esconder-se. Terá que ter outra pessoa

na sala, o pai ou um colega. Pegue na mão da Maria e diga “Esconde-te do pai.”

Leve-a para trás da porta, de uma cadeira ou para debaixo da mesa. Ensine-lhe

apenas 3 locais diferentes onde se possa esconder. Durante a actividade, repita a

ordem: “Esconde-te.”. Depois ajude-a a esconder-se num dos locais anteriormente

ensinadas. Peça à outra pessoa para perguntar, “Onde está a Maria?”. Depois

ajude a Maria a aparecer e a levantar o braço para dizer onde está . A outra pessoa

deve correr para ela e dar-lhe um grande abraço. Depois dela aprender como se

esconder e mostrar quando é chamada, faça com que a outra pessoa se esconda

num dos 3 locais anteriores e ajude a Maria a procurá-la quando perguntar “Onde

está a …?”. À medida que ela for entendendo a actividade , encoraje-a a esconder-

se onde quiser e sem ajuda.

253 – BRINCAR COM UMA BONECASocialização, interacção individual

Imitação, Motricidade

Meta: Aumentar as capacidades de interacção e desenvolver capacidades de brincar.

Objectivo: Desenvolver uma rotina de 3 ou 4 passos na interacção com uma boneca.

Material: Boneca, escova de cabelo, luva para higiene.

Procedimento:

Tente que a Maria interaja com a boneca tal como você interage com ela.

Estabeleça rotinas para ela realizar com a boneca, semelhantes às suas próprias

rotinas. Por exemplo, quando vai deitar a Maria, faça com que ela vá deitar também

a boneca. Após lavar a cara à Maria, faça com que ela lave a cara da boneca com a

luva. Depois penteie o cabelo dela e faça com que penteie o da boneca também .

Page 161: Actividades raparigas

Depois leve-a a colocar a boneca na cama ou numa caixa e a tapá-la com uma

toalha. Use a sua imaginação para enriquecer as rotinas que vão permitir à Maria

aprender a interagir com a boneca tal como você interage com ela. Tente que ela

se sinta responsável pelos cuidados a dispensar à boneca, tal como você se sente

por ela.

254 – JOGOS COOPERATIVOS COM CUBOSSocialização, interacção individual

Integração óculo-manual, controlo

Desempenho cognitivo, sequencialização

Meta: Incrementar as sequências interactivas e desenvolver o conceito de torre com a

professora

Objectivo: Alternar a colocação de cubos numa torre, com a professora

Material: Cubos

Procedimento:

Sente-se em frente da Maria numa mesa ou no chão. Coloque 3 cubos em frente de

cada uma. Aponte para os cubos e diga “ Põe aqui um.” e aponte para o topo do

cubo que já colocou. Guie a mão da Maria para colocar o segundo cubo, se

necessário. Após ela colocar o cubo, volte a colocar um dos seus em cima do que

ela colocou. Depois aponte para os que ainda restam à Maria e diga “Põe aqui

um.”. Repita o procedimento até colocarem todos os cubos na sequência correcta.

Depois de ela perceber a sequência, abandone as pistas verbais e a ajuda física e

aguarde para ver se ela antecipa a sua vez.

255 – INTERAGIR COM FANTOCHES

Socialização, interacção individual

Desempenho verbal, conversação (opcional)

Meta: Aumentar a interacção social, as capacidades de jogo imaginativo e habilidades

de conversação (opcional)

Objectivo: Usar apropriadamente o seu fantoche para interagir com o fantoche de outra

pessoa

Material: 2 fantoches

Procedimento:

Coloque um dos fantoches na sua mão e use-o para brincar com a Maria. Faça-lhe

cócegas com o fantoche e represente uma conversação social simples utilizando

uma voz falsa (característica dos fantoches). Encoraje-a a responder ao boneco de

forma apropriada. Tente que ela olhe para o fantoche e não para a sua cara.

Quando a Maria apreender a ideia da brincadeira dê-lhe o outro fantoche e mostre-

lhe como usá-lo. Tente que ela use o fantoche dela para interagir com o seu.

Page 162: Actividades raparigas

Experimente fazer cócegas com o seu fantoche no dela para ver se ela reage ao

boneco e não a si. A princípio faça sessões curtas, mas tente aumentar o número

de interacções, à medida que a Maria se sente mais à vontade com a brincadeira.

256 – BRINCAR AO “FAZ DE CONTA”

Socialização, interacção individual

Imitação, motor

Meta: Desenvolver capacidades de jogo interactivo

Objectivo: “Fazer de conta” num episódio simples, pelo menos 2 minutos

Material: Nenhum

Procedimento:

Tente envolver a Maria numa pequena sequência de “faz de conta”. Inicialmente

estas sequências devem ser curtas e extremamente simples, provavelmente

apenas com uma ou duas frases acompanhadas de acções fáceis e

compreensíveis. No começo terá de fazer a maior parte da representação, mas

tente que a Maria se interesse pelo que estão a fazer. Ela precisará de uma grande

dose de ajuda para que consiga perceber o que se espera dela, por isso seja

especialmente paciente. Envolva-a na actividade da forma que puder. No princípio,

provavelmente, ela só imitará as suas acções sem perceber o conceito de “faz de

conta”. Repita a actividade tantas vezes até que ela participe activamente.

Episódios simples de “faz de conta” podem ser:

a) Faz de conta que ambos são árvores:

Diga: “Maria, vamos ser árvores.”. Levante os braços como se fossem ramos

e peça-lhe para a imitar. Depois diga: “Aí vem o vento.” E sopre com os lábios

ao mesmo tempo que abana os braços, como se fossem ramos ao vento. Fim

do episódio.

b) Faz de conta que vão dar um passeio de carro:

Sente-se num banco perto de Maria e finja que está a sentar-se num carro.

Diga: ”Brrumm brrumm.”. Tente que ela imite as suas acções. Levante-se do

banco e finja que está a fechar a porta de um carro. Fim do episódio.

Lembre-se de utilizar uma linguagem simples, mas mostre o mais clara e

exactamente possível aquilo que pretende.

257 – LIMPAR O TAMPO DA MESA

Socialização, interacção individual

Meta: Ensinar organização, atenção e aderência às rotinas

Page 163: Actividades raparigas

Objectivo: Limpar o tampo da mesa depois de cada sessão de ensino

Material: tabuleiro, esponja, toalha de papel

Procedimento:

Mantenha os materiais desta actividade sempre no mesmo lugar. Antes de cada

sessão, certifique-se de que tudo está no lugar e pronto a ser usado. No fim de

cada sessão na mesa, deverá ir com a Maria até ao tabuleiro e fazer com que ela o

leve até à mesa e o poise numa cadeira. Possivelmente, no início, terá de a ajudar

a transportar o tabuleiro. Se a Maria conseguir levar uma taça com água sem

derramar, encha-a até meio e coloque-a no tabuleiro. Se ela não conseguir, leve

você a taça com água. Pegue na mão da Maria e mostre-lhe como limpar a mesa

com a esponja húmida. Faça-o através de passos simples para que ela não fique

confusa. Ensine-lhe a limpar a mesa sempre da mesma maneira, começando de

dentro para fora. Depois coloque a esponja no tabuleiro e repita o procedimento

com a toalha de papel. Finalmente, faça com que ela leve o tabuleiro de volta ao

seu lugar. Quando o tabuleiro estiver no lugar, a sessão acabou e então a Maria

terá um pouco de tempo para fazer o que lhe apetecer.

258 – JOGO DO “TIRA E DÁ”

Socialização, interacção individual

Desempenho verbal, expressão

Meta: Aumentar a consciência e o prazer de dar e receber

Objectivo: Dar um objecto a uma pessoa, receber um objecto em troca e dizer “Obrigado.”

Materiais: Caixa grande, pequenos brinquedos, recompensas comestíveis

Procedimento:

Neste jogo necessitará do auxílio de uma amiga de Maria. Ponha a caixa com os

brinquedos no chão. Sente-se com a Maria e a amiga à volta da caixa. Peça à

amiga para tirar um brinquedo da caixa e lho dar. Diga: “Obrigado.”. A seguir peça-

lhe para tirar outro brinquedo da caixa (por exemplo, o brinquedo favorito da Maria)

e o dar à Maria. Ajude a Maria a receber o brinquedo e a dizer “Obrigado.”. Quando

ela disser: “Obrigado.”, ou qualquer coisa parecida, a amiga deve sorrir e dizer: “De

nada.” e dar-lhe uma pequena recompensa. Depois peça à Maria para tirar um

brinquedo e dá-lo à amiga e esta deve responder apropriadamente. Continue esta

actividade de dar e receber entre os três jogadores até a caixa ficar sem

brinquedos. Quando o jogo acabar deixe a Maria brincar com os brinquedos que

tirou da caixa ou comer as recompensas. A princípio a Maria poderá necessitar de

muita ajuda nesta actividade e, provavelmente, terá dificuldade em dizer

“Obrigado.”. Comece por aceitar qualquer resposta, mas, gradualmente, exija uma

Page 164: Actividades raparigas

maior aproximação ao modelo correcto.

259 – PÔR A MESA: TALHERES

Socialização, autonomia

Meta: Aumentar a capacidade de compreender rotinas e desenvolver a capacidade de

ajudar em casa de uma forma útil

Objectivo: Colocar os talheres nos locais correctos da mesa

Material: Pratos e talheres

Procedimento:

Comece por mostrar à Maria apenas um tipo de talher. Ponha a mesa e coloque

uma colher no local certo. Depois segure uma colher e diga “Olha , Maria, uma

colher.” Depois dê-lhe o número de colheres correspondente aos pratos da mesa e

diga “Põe as colheres.”. Se ela parecer confusa, ajude-a a colocar as colheres no

local correcto. Repita o procedimento para todas as colheres. Recompense-a por

cada colher colocada no lugar. Quando ela conseguir colocar correctamente as

colheres no local correcto, repita o procedimento usando as facas e os garfos.

Quando a Maria conseguir colocar todos os talheres no local correcto, tente que ela

coloque por exemplo o garfo e a colher ao mesmo tempo.

260 – PEQUENAS TAREFAS DOMÉSTICAS

Socialização, independência

Desempenho cognitivo, emparelhar

Meta: Aumentar as competências para trabalhar

Objectivo: Executar pequenas tarefas domésticas sem ajuda e sem supervisão

Material: Toalha, talheres, tabuleiro de arrumar talheres

Procedimento:

Planeie algumas actividades domésticas nas quais a Maria possa participar, para

desenvolver o trabalho independente e para que ela seja útil em casa.

Se necessário crie tarefas desdobrando toalhas ou misturando talheres, mas não

deixe que ela a veja, para que sinta que está mesmo ajudá-la. Use a imaginação

para criar tarefas que sejam agradáveis e simples de fazer. No início pode manter-

se ocupada por perto para se ela precisar de ajuda. Gradualmente vá-se afastando

para que ela se habitue a trabalhar sozinha. Faça um cartão/plano de trabalho com

as actividades que ela terá que executar e com a recompensa que receberá quando

completar a tarefa (ver figura). Quando começa “a hora de trabalho” leve-a ao plano

de trabalho e aponte para a actividade que ele terá que realizar, tente colocar a

Page 165: Actividades raparigas

segunda tarefa no plano e veja se ela prossegue com a segunda da mesma forma,

quando acabar a primeira. Recompense-a quando completar cada tarefa com o

item indicado no plano. Lembre-se de usar apenas actividades que ela já aprendeu

a fazer sozinha.

261 – JOGO DE FAZ DE CONTA INTERMÉDIO

Socialização, Interacção individual

Desempenho cognitivo, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver o jogo imaginativo e aumentar a interacção social

Objectivo: Participar activamente cerca de 5 minutos num episódio de faz de conta

Material: Animal de peluche

Procedimento:

Depois da Maria se ter começado a interessar pelo jogo de faz de conta

(actividade 256) use a sua imaginação e conhecimento dos interesses dela para

elaborar sequências de brincadeira com cerca de 5 minutos. Por exemplo, uma de

vocês pode fazer de conta que é “um caçador de ursos”. Esconda o boneco de

peluche em qualquer local da casa e depois vão procurá-lo. Ande pela casa em

bicos de pés sorrateiramente, como se estivesse a tentar apanhar o urso de

surpresa. Leve-a a espreitar debaixo dos objectos para ver se encontra o urso.

Quando finalmente o encontrarem, fujam depressa para se esconderem, como se o

urso vos estivesse a perseguir. Use a sua imaginação para recriar outras histórias a

partir daqui. Certifique-se de que a Maria participa activamente.

262 – JOGO “ O QUE É QUE EU PRECISO?”

Socialização, interacção individual

Meta: Desenvolver a interacção e compreender a função dos objectos

Objectivo: Compreender as necessidades dos outros e responder com os objectos

adequados

Material: Lenços de papel., camisola, pente

Procedimento:

Coloque os três objectos em cima da mesa em frente da Maria. Pantomine uma

acção mostrando que necessita de um dos objectos. Por exemplo, pode abraçar-se

Page 166: Actividades raparigas

a si própria e estremecer para indicar que está com frio e precisa de uma camisola.

Diga “ Olha, Maria.”, pantomine a acção e diga “O que é que eu preciso?”. Repita a

acção outra vez e depois aponte para os três objectos. Se ela não responder, repita

a acção outra vez, aponte para a camisola e diga: “Maria, dá-me a camisola.”.

Quando ela lhe der o objecto correcto, use-o adequadamente e diga “Obrigado.”

Por exemplo, você treme, a Maria dá-lhe a camisola e você veste-a. Se estiver

constipada a Maria dá-lhe um lenço. Se estiver despenteada ela dá-lhe um pente e

você penteia o cabelo. Repita o procedimento até a Maria compreender o que está

a representar e a precisar e lhe dê o objecto correcto.

263 – DESENHAR SOZINHA

Socialização, independência,

Integração óculo-manual, desenho

Desempenho cognitivo, linguagem receptiva

Meta: Desenvolver capacidades de trabalho independente e aumentar as

competências de desenho.

Objectivo: Copiar um desenho simples sozinha

Material: Papel, lápis.

Procedimento:

Antes de iniciar a sessão de trabalho, desenhe alguns desenhos de objectos que a

Maria conheça - um objecto por cada folha de papel. Por exemplo, pode desenhar

uma casa, uma árvore, ou uma pessoa. Dê à Maria uma folha de papel, um lápis e

o seu desenho. Aponte para o desenho e diga “casa”. Depois aponte para a folha

dela e diga “Desenha a casa.”. Diga-lhe que quando terminar terá uma recompensa

. Mantenha-se por perto a supervisionar, para manter a sua atenção. Se ela

começar a fazer rascunhos ou parar de desenhar, oriente-lhe novamente a atenção

para o desenho e diga “Desenha a casa.” E lembre-a da recompensa. Dê-lha

sempre que ela tentar copiar o modelo, mas à medida que as competências

aumentarem, dirija-lhe a atenção para partes do desenho que ela não desenhou e

deixe que ela desenhe todo o modelo para lhe dar a recompensa.

264 – DESENHAR SOZINHA A PARTIR DE ORIENTAÇÕES ESCRITAS

Socialização, independência

Integração óculo-manual, desenho

Desempenho cognitivo, leitura

Meta: Desenvolver capacidades de trabalho independente e aumentar a capacidade

Page 167: Actividades raparigas

para seguir orientações por escrito

Objectivo: Ler ordens escritas simples, e desenhar sozinha de acordo com essas

orientações

Material: Papel e lápis

Procedimento:

Escreva orientações simples para algo que quer que a Maria desenhe. Certifique-se

de que as orientações são compreensíveis para ela. Ela deve conhecer todas as

palavras escritas e ser capaz de desenhar o que se lhe pede. Lembre-se de que o

facto de ela não conseguir ler uma das palavras pode comprometer todo o trabalho.

Depois de lhe escrever a orientações, dê-lhe uma folha de papel, um lápis e um

conjunto de orientações. Ajude-a a ler as instruções e a começar a desenhar.

Mantenha-se atenta ao que ela fizer e oriente-lhe a atenção, se necessário. Quando

ela já estiver mais habituada a este tipo de actividade coloque em frente dela 3

folhas com orientações, 3 lápis e 3 folhas de papel. Diga-lhe que quando terminar

terá um prémio especial. Repita este procedimento até que ela consiga seguiras

instruções e desenhar de forma independente por 20 a 30 minutos.

265- “ESTOU A BRINCAR COM OS MEUS BRINQUEDOS.”

Socialização, linguagem receptiva

Desempenho verbal, expressão

Meta: Discriminar os pertences pessoais dos pertences dos outros

Objectivo: Saber o que pertence a cada membro da família e inibir o uso de objectos

pertencentes a outros

Material: Um objecto de cada membro da família de fácil identificação, caixas de sapatos

e fotografias de membros da família

Procedimento:

Cole uma fotografia de cada membro da família em cada caixa de sapatos. Mostre

cada caixa à Maria e diga, “Esta caixa é para as coisas da mamã…, esta é para as

coisas do papá..., esta é para as coisas do Miguel (irmão)”. Pegue numa coisa de

cada vez e diga a quem pertence, por exemplo: “ Isto é da mamã.”. Ajude-a a

colocar na caixa certa, repetindo o nome e indicando a caixa. Se ela tentar brincar

com um dos objectos, chame-a à atenção “É da mamã.” e guie-a para a caixa

correcta. Se ela tentar brincar com um objecto dela diga “Sim, isto é da Maria.” e

deixe-a brincar por alguns minutos. Quando ela estiver habituada à tarefa, comece

a ensiná-la a pedir autorização para poder brincar com um objecto de outra pessoa.

Dê-lhe um objecto do Miguel e diga “Isto é do Miguel.”, pegue-a pela mão e dirija-a

ao Miguel. Ajude-a a dizer “Maria, posso brincar?”. Se o Miguel disser “Sim.” ela

Page 168: Actividades raparigas

pode brincar com o objecto, se disser “Não.” guie-a para colocar o objecto na caixa

do Miguel, sem brincar com ele. Sempre que ela pegar nalguma coisa que não lhe

pertença, detenha-a e oriente-a para pedir permissão ao dono. Recompense-a

imediatamente sempre que ela pedir permissão correctamente.

266 – ATENDER O TELEFONE

Socialização, interacção individual

Desempenho verbal, conversação

Meta: Aumentar a capacidade de interacção

Objectivo: Atender o telefone de forma independente e adequada.

Material: Telefone de brincar, se possível.

Procedimento:

Pratique a actividade antes de usar um telefone real. Primeiro, ensine a Maria a

pegar no auscultador e dizer “Está?”. Pode ser útil colar desenhos de uma boca e

de um ouvido em cada parte do auscultador, para a orientar. Depois de ela

conseguir dizer isso, ensine-a a dizer ”Só um minuto, por favor.” e chamar o

membro da família a que a chamada se destina. Treine isso realizando chamadas

telefónicas para cada membro da família. Quando ela tiver aprendido a rotina, tente

com um telefone verdadeiro. Tente que outro familiar ou amigo telefone a uma hora

que lhe permita atender, combine com essa pessoa para que diga apenas aquilo

que a Maria está ensinada a ouvir e responder. Repita o procedimento várias vezes

e, à medida que ela se vai familiarizando com a situação, peça ao seu amigo ou

familiar que vá fazendo diferentes pedidos, para que ela aprenda a reagir a

situações diferentes. Quando ela se sentir à vontade , deixe-a atender o telefone

sempre que ela quiser, mas mantenha-se perto para o caso de ela se confundir.

267 – SEGUIR ORIENTAÇÕES ESCRITAS SOZINHA

Socialização, independência

Desempenho cognitivo, leitura

Meta: Aumentar as capacidades de leitura e de trabalho independente

Objectivo: Ler e seguir orientações escritas simples para uma tarefa e completar a tarefa de

uma forma independente

Material: Caixas de sapatos, papel e lápis

Procedimento:

Construa uma série de actividades para a Maria, separando o material que ela vai

precisar e colocando-o numa caixa de sapatos. Coloque uma actividade por caixa.

Page 169: Actividades raparigas

Escreva orientações simples e curtas para cada uma das actividades e coloque

dentro da caixa, por cima do material. Coloque todas as caixas num local de fácil

acesso para a Maria. Diga-lhe ”Maria, vai buscar a tua caixa de trabalho.”. Ajude-a

da primeira vez a colocar a caixa na mesa, a ler as instruções e a começar a

trabalhar. Depois ajude-a a arrumar os materiais na caixa e a colocá-la no armário.

Recompense-a pelo trabalho realizado. Certifique-se de que as actividades são

fáceis para ela executar sozinha. É muito importante que as orientações sejam

claras e compreensíveis. Por exemplo:

1 - Não fales.

2 - Empilhar quatro cubos.

3 - Põe os cubos na caixa.

4 - Arruma a caixa.

5 - Vem à mãe buscar a bolacha.

Page 170: Actividades raparigas

COMPORTAMENTO

As 5 áreas de comportamento problema das crianças com autismo são:

1. Auto-agressão, como bater-se com as mãos ou bater com a cabeça;

2. Agressão, como uma bofetada rápida ou uma cuspidela;

3. Disrupção, por exemplo, atirar objectos, gritar ou deixar a mesa;

4. Repetição insistente, incluindo a persistente declamação de objectos

ou questões intermináveis; e

5. Impulsividade, não saber onde começar, evitando o contacto físico,

pouco tempo de atenção, e incapacidade para aceitar a mudança nas

suas rotinas diárias.

Esta secção ilustra como manusear técnicas úteis para ultrapassar estes

problemas de comportamento.

Dois tipos de administração destas técnicas ocorrem num contexto de

ensino/aprendizagem:

1. Aqueles em que o comportamento problema aparece no contexto de

ensino do currículo;

2. E aqueles que perturbam todas as actividades de ensino e são

incompatíveis com a aprendizagem de novas capacidades.

Numa primeira instância, as melhores técnicas serão aquelas que estão

integradas numa estrutura de ensino. O primeiro objectivo, do programa educativo

pode ser mantido com a gestão do comportamento subordinado a aspectos do

currículo. Para os comportamentos mais disruptivos que influenciam a continuação do

ensino, esses comportamentos devem ser evitados antes da criança continuar a

participar em actividades de aprendizagem. Ensinando, nestas situações, deve ser

subordinado à gestão do comportamento particular. Só quando o ensino se torna

impossível deve aparecer a modificação como primeiro objectivo de todo o Programa

Educativo.

A nossa experiência tem mostrado que os professores e os pais tornam-se mais

capazes em ensinar as crianças com autismo, manejando melhor os problemas de

comportamento no contexto ensino/aprendizagem. Por esta razão, a distinção entre os

dois tipos de comportamento-problema não é claro. É, contudo, mais útil guardar-se

esta distinção em mente quando planificamos o programa de ensino contendo

aspectos de modificação de comportamento.

No desenvolvimento dum programa é importante não esquecermos:

Page 171: Actividades raparigas

1. A prioridade do problema assinalada pelos pais e professor;

2. A natureza do contexto educacional em que o comportamento ocorre;

3. As técnicas que foram tentadas para alterar esse comportamento e

tiveram insucesso.

Esta base de estudo faz parte do cabeçalho da Análise.

Essas ilustrações apoiam-se numa série de exemplos de intervenção, incluídas

para dar ao leitor uma variedade de exemplos de técnicas de modificação de

comportamento. Estas ilustrações e exemplos serão mais efectivas se forem

devidamente individualizadas para uma criança específica.

Esta secção não tem como objectivo ser um catálogo completo de todos os

problemas das crianças com autismo e não tem a intenção de dar uma lista completa

de intervenção a nível do comportamento.

Page 172: Actividades raparigas

C1 – AUTO-AGRESSÃO

Problema: Ferir ou roer as costas da mão

Antecedentes: João, de 8 anos de idade, com um nível de 4 -5 anos, com comunicação

expressiva ao nível dos 2 anos. A sua mão estava marcada já que ele tinha o

hábito de morder sempre que lhe propunham uma actividade nova ou o

mudavam para outra. Foram utilizadas punições, chamadas de atenção,

censura, ou dando uma palmada e nenhuma destas estratégias teve sucesso.

Análise: O comportamento de morder é uma forma do João comunicar o seu stress.

Com este comportamento consegue com bastante sucesso obter o que quer

ou interromper as tarefas que se lhe foram pedidas. A sua dor física não é

suficientemente forte prevenir as feridas na sua mão. Ele precisa de uma

forma alternativa para comunicar o seu stress, e nós devemos aperceber-nos

disso e tomar uma atitude, fazendo compromissos (por exemplo, dar-lhe mais

ajuda, dividindo-lhe as tarefas em pequenos passos e dar-lhe um substituto

para o que ele quer e não pode ter.

Objectivo: Ensinar ao João alguns comportamentos alternativos de modo a ele poder

comunicar o seu desconforto, mas prevenindo a sua auto-agressão.

Intervenção: Durante as actividades, observe o João cuidadosamente de maneira a que

possa intervir antes ou no momento em que ele começa a morder-se.

Rapidamente estenda a mão, bloqueie o movimento na sua boca, e guie a

sua mão para a mesa, dizendo “Mãos em cima da mesa”. A seguir dirija-o

para que a imite: abane a cabeça e diga “Não - trabalhar não.”, ou “Não -

quero rebuçados.”, dependendo do que o faz estar em stress. Quando ele

tiver imitado essa comunicação, faça um compromisso e diga “Muito bem,

João, eu ajudo-te a acabar.” ou “Muito bem ,João. Mais uma vez e eu dou-te

um rebuçado”.

Page 173: Actividades raparigas

C2 – AUTO-AGRESSÃOProblema: Dar pancadas com a cabeça

Antecedentes: O João tem uma boa coordenação e é um menino com 4 anos de idade

muito activo. Funciona normalmente com um desenvolvimento médio de 2-3

anos, mas na expressão oral emite cerca de 5 palavras. O João tem

conhecimento de outras e é capaz de predizer as suas respostas no seu

comportamento. O seu estado de espírito é flutuante. Durante um ano tem

batido frequentemente com a cabeça enquanto fica perturbado pela sua

má disposição ou porque é interrompido na actividade que ele escolheu.

Este comportamento é stressante para os sues pais, mas não causa danos

físicos nele próprio. Nenhuma punição nem nenhum afecto especial pareceu

mudar esta situação de modo a ele abandonar esse comportamento.

Análise: Sempre que ele batia com a cabeça tinha atenção dos outros. Ele não parecia

entender essa atenção como zangado e punitivo ou relacionada e afectuosa.

Ele não parecia distinguir, quando essa atenção era punitiva ou afectuosa.

Ele parecia entender que quando se batia, conseguia o que desejava.

Objectivo: Diminuir este comportamento de bater com a cabeça, não lhe dando atenção

ou mudando as suas ordens.

Intervenção: Ao longo das actividades na mesa (ex. Puzzles, pintar com lápis...) coloque a

mesa e a cadeira de modo a estarem afastadas da parede, de modo a ele

não poder chegar com a cabeça à parede. Quando o João começar a bater

com a cabeça na mesa, resguarde o material que ele está a utilizar e volte-lhe

o corpo de costas para a mesa, contando até 10 e seguidamente ponha-o na

posição inicial e dê-lhe os materiais para ele começar de novo a actividade.

Dê-lhe uma pequena ajuda para ele recomeçar. Dê-lhe um elogio logo que

ele comece. Repita esta estratégia sempre que ele começar de novo, mas

não o deixe abandonar a sua tarefa sem ele colocar a última peça. Continue

isto durante cerca de 2 semanas, tomando nota num quadro cada vez que ele

tem este comportamento. É importante dispor de muita atenção e reforçar

sempre que ele não se auto-agride, elogiando-o.

Data Actividade N.º episódios – bater na cabeça

C3 – AGRESSÃO

Page 174: Actividades raparigas

Problema: Cuspir nas pessoas

Antecedentes: O João tem 13 anos com uma idade mental de 3 anos. Cospe muitas

vezes para a face do seu irmão mais novo, por vezes para outras crianças e

ocasionalmente para os adultos, mas nunca para os pais. Por mais que se

tenha antecipado este comportamento e se lhe tenha chamado dizendo-lhe

“Não.”, mandando-o para o seu quarto ou deixando o seu irmão atenção, não

tem havido sucesso bater-lhe. O João não é capaz de perceber explicações

verbais e os limites das suas consequências. O cuspir, não é geralmente

provocado

Análise: Não sabemos porque é que o João actua assim com o irmão e os outros, mas

o que sabemos é que ele não faz isso aos adultos da sua família o que

demonstra que ele tem a capacidade de controlar este comportamento

sempre que é necessário. A punição que escolhemos não está directamente

ligada ao acto de cuspir, pois o João não é capaz de associar o cuspir com o

responder

Objectivo: Parar o comportamento de cuspir

Intervenção: Peça ao irmão que chame o João para uma actividade que seja fácil para ele

participar: como colorir um círculo, ou colocar peças dum puzzle. Faça estas

actividades em que as 3 pessoas tenham de tomar a vez. Sente o João junto

do irmão, para que ele tenha a possibilidade de cuspir. Cada vez que ele

cuspir ao irmão ponha-lhe piri-piri na língua. Depois faça-o voltar à actividade

que estavam a desenvolver. Anote na sua tabela (ver figura) cada vez que

este comportamento ocorre e continue pelo menos uma semana. Quando “o

cuspir” estiver controlado durante estas actividades, faça o mesmo

procedimento sempre que o João cuspir nas pessoas. (Normalmente usa-se

vinagre, mas como o João gosta de vinagre, sugerimos piri-piri. Deve

assegurar-se que não usa nada de que o João gosta.)

FEIRA

FEIRA

FEIRA

FEIRA

FEIRA SÁBADO DOMINGO

Page 175: Actividades raparigas

C4 – AGRESSÃO

Problema: Bater na cara do adulto

Contexto: O João tem 4 anos de idade e uma idade funcional de 18 meses. Não possui

qualquer sistema de comunicação verbal ou gestual. Começou a bater no

rosto das pessoas. O comportamento ocorre quando se lhe exige atenção,

quando desempenha actividades da rotina diária e durante as sessões de

ensino.

Análise: O comportamento de esbofetear do João é uma forma de comunicar que não

gosta de uma situação, a sua resposta à frustração ou confusão. Uma vez

que a comunicação é o nosso principal objectivo para o João, não queremos

eliminar a expressão dos seus sentimentos mas antes ensinar-lhe uma

melhor forma e transmitir a sua mensagem. Se ele for capaz de transmitir os

seus desejos, a necessidade de esbofetear será eliminada.

Objectivo: Ensinar o João a usar um gesto para indicar que está cansado de trabalhar

ou está confuso e que não quer ser interrompido.

Intervenção: Sempre que a criança tentar bater-lhe durante uma sessão de ensino,

restrinja a sua mão, calmamente, diga-lhe “não bate” e ensine-lhe o gesto

alternativo para dizer “acabou” (coloca-se os dedos debaixo do queixo).

Reforce o sinal com elogio e deixe-o brincar uns momentos com o que ele

quiser na mesa. Em seguida, retome a sessão de trabalho com uma

actividade que ele consiga realizar. Ajude-o com frequência e elogie-o.

Ensine-o a fazer o sinal “acabou” quando ele estiver pronto para esbofeteá-la.

Concorde sempre em deixar que ele páre de trabalhar uns instantes após ter

feito o sinal para ele ver que o entendeu. Quando ele aprender este sinal

durante as sessões de trabalho, então pode usar a mesma técnica durante as

rotinas diárias.

C5 – DISRUPÇÃO

Problema: Atirar objectos

Contexto: O João é um rapaz de 4 anos de idade, sem linguagem, cujo funcionamento

evidencia um atraso moderado. As sessões de trabalho na escola e em casa

Page 176: Actividades raparigas

tornaram-se difíceis devido ao seu comportamento que consiste em atirar

para o chão os materiais de trabalho. Este comportamento também se torna

disruptivo para a vida familiar, uma vez que atira objectos de casa. Este

comportamento é mais frequente quando se exige que faça tarefas das quais

não gosta ou quando não consegue obter o que quer. Existiram várias

intervenções no passado mas sem qualquer sucesso: reprimendas verbais,

ignorar o comportamento, obrigá-lo a apanhar tudo, mudar a estrutura das

sessões de trabalho e bater-lhe firmemente na mão cada vez que atira

objectos. Durante as actividades escolares relacionadas com o trabalho a

nível da motricidade global, os professores concluiram que a criança não

gosta de ser restringida fisicamente.

Análise: Ao atirar objectos, o João controla com sucesso o ambiente. Não se

consegue ensinar aptidões novas e ele consegue interromper a actividade

sempre que o desejar. Este comportamento é potencialmente perigoso para si

e para os outros uma vez que ele não possui a cpacidade de julgar o que se

parte, o que é de valor ou o que pode fazer mal. Ele não consegue inibir o seu

comportamento a não ser que entenda que esse comportamento acarreta

consequências desagradáveis. Para esta criança seria a restrição física.

Objectivo: Eliminar o comportamento de atirar materiais durante as sessões de trabalho.

Intervenção: Durante as próximas semanas, concentre-se em reduzir o comportamento de

atirar objectos durante a sessão de trabalho. Durante o resto do dia use as

seguintes técnicas: 1) remova objectos de valor de forma a ficarem fora do

seu alcance; 2) vigie-o e dê-lhe atenção antes de ele chegar perto de um

objecto para o atirar; 3) não lhe dê atenção se ele atirar algo. Durante as

sessões de ensino, apresente-lhe tarefas fáceis. Sempre que atire um dos

objectos (bloco, encaixe, etc.), responda imediatamente, dizendo com voz

firme “não atira”. Em seguida, segure-lhe nas mãos de forma a ficarem em

cima da mesa e de forma a que ele não as consiga mexer. Afaste a sua

cabeça e conte silenciosamente até trinta. Em seguida, liberte-lhe as mãos,

volte-se para ele e dê-lhe o objecto seguinte pertencente à sessão de

trabalho que já estava a decorrer. Anote na grelha este acontecimento (ver

figura 10.3). Não se levante para apanhar o objecto que ele atirou fora.

Reserve material extra para que possa completar a tarefa sem se levantar.

Page 177: Actividades raparigas

Repita este procedimento cada vez que ele se levanta. Se ele não atirar o

objecto, elogie-o e recompense-o com um pedaço de alimento que ele goste,

dizendo “bom trabalho”, sorria e aplauda.

Data Actividade nº de vezes em que

atirou fora objectos

Recompensas, por

não ter atirado

20 /01/98 encaixes I I I I I I I I (uvas)

Grelha para registo do comportamento de atirar fora objectos.

C6 – DISRUPÇÃO

Problema: Gritar, chorar, recusas verbais quando se exige que obedeça a

exigências simples.

Contexto: A Cindy é uma rapariga de 6 anos de idade cujo funcionamento é

borderline. Reage a quase todas as interacções com uma resposta negativa,

gritando “não...pára...não quero fazer” ou, então, chora. Este comportamento

continua até que os pais acabam por ceder. Ela recusa sair de casa para

fazer compras com a sua mãe, em seguida chora para que a deixem ir, em

seguida recusa-se entrar no carro, etc. Um pedido simples relativamente às

áreas de autonomia causa o mesmo tipo de resposta. Os pais tentaram usar

uma variedade de recompensas para cada acção cooperativa: elogio, comida,

actividades favoritas ou tempo extra para brincar. Nenhuma destas

abordagens resultou. Sentem-se tristes e frustrados devidos às suas

reacções negativas e aos seus esforços para a ajudar. Além disso, pretendem

fazer com que ela os obedeça sem terem de ser punitivos.

Análise: As recusas não parecem estar ligadas a dificuldades inerentes às actividades

mas sim ao facto de ter de mudar para actividades ou rotinas novas. A Cindy

não tem uma ideia definida do que quer, exceptuando o facto de manter o

controlo da situação. A promessa de ameaças futuras não é suficiente para

vencer a sua forte aversão à mudança da rotina. Os pais não pretendem ser

Page 178: Actividades raparigas

punitivos.

Objectivo: Diminuir a ocorrência da resposta de gritar ou chorar.

Intervenção: Durante as 2 semanas próximas, mantenha uma grelha (ver figura 10.4) na

qual se regista o comportamento da Cindy de chorar ou gritar para verificar se

as seguintes técnicas podem ser eficazes: 1) Ignorar; 2) Fornecer ajuda

frequente através de indução ou manipulação; 3) coloque uma recompensa

alimentar em sítio visível para lhe ser dada imediatamente a seguir ao término

da tarefa. Duas vezes ao dia sente-se com a criança e dê-lhe uma tarefa

simples e não verbal (emparelhar, colorir, etc.). Coloque a recompensa

alimentar perto dela e diga-lhe que a pode obter assim que terminar a tarefa.

Ignore os protestos e comece a actividade, colocando você a 1ª peça. Em

seguida ajude-a, fisicamente, a colocar a peça seguinte. Não use indutores

verbais mas sorria à medida que ela vai fazendo o que se pretende. Não dê

atenção aos sons ou palavras mas ajude-a com frequência, movendo as suas

mãos se ela parar de trabalhar. Assim que a tarefa tiver terminado, faça-lhe

uma festa, sorria e dê-lhe a recompensa alimentar. Em seguida regista na

grelha a resposta que a criança demonstrou para com esta abordagem.

Data Actividade nº de induções Comportamento de gritar ou chorar

(nenhum, ligeiro, moderado, severo)

20 /01/98 emparelhar I I I I I moderado

Figura 10.4. Grelha para registo do comportamento de gritar.

C7 – DISRUPÇÃO

Problema: Saltar da mesa à hora das refeições

Contexto: Jimmy é um rapaz de 41/2 anos de idade, com boa coordenação e

extremamente activo. Consegue entender linguagem simples em frases

curtas mas é demasiado distraído e demasiado activo para ouvir explicações

Page 179: Actividades raparigas

verbais. As refeições familiares eram constantemente interrompidas pelo

comportamento do Jimmy: tirava comida dos outros pratos, saltava e corria.

Em seguida voltava para tirar mais comida dos pratos. Os pais bateram-lhe,

ralharam-lhe e ataram-o à cadeira. Esta última técnica provocou-lhe birras.

Análise: O comportamento do Jimmy produz tensão contínua à hora das refeições,

quer devido à expectativa da possibilidade de ele se comportar mal, quer

devido ao facto de ter de gerir o seu comportamento disruptivo. Nestes casos

ele é igualmente o foco de atenção e parece igualmente satisfeito com a

atenção positiva ou com a atenção negativa. Para modificar este ciclo, é

necessário dar-lhe atenção apenas quando ele se comporta de forma

apropriada e retirar a comida quando ele não conseguir sentar-se à mesa e

comer do seu prato.

Objectivo: Ensinar o Jimmy a manter-se sentado durante as refeições.

Intervenção: O ponto importante a lembrar é que pretendemos recompensar o bom

comportamento com atenção e elogio e não queremos recompensar o mau

comportamento com qualquer tipo de atenção. Sente-o, à mesa num sítio

onde não consiga chegar a outros pratos além do seu próprio. Quando ele se

levantar ignore-o completamente. Não o chame nem sequer olhe para ele.

Quando ele voltar e se sentar, olhe para ele, sorria e diga “Muito bem. Sentar

para comer”. Se ele tentar tirar comida sem estar sentado, não discuta com

ele, mas coloque o prato no centro da mesa e não lho dê a não ser que ele se

sente na sua cadeira. Quando a família tiver terminado a refeição, remova

toda a comida da mesa. Não lhe permita que tome lanches a seguir à refeição

excepto sumos. A criança tem de esperar até á próxima refeição para que

este procedimento seja eficaz. Faça registos do número de vezes em que ele

se levanta da mesa (ver figura 10.5).

Data refeição nº de vezes em que

se levanta da mesa

Lanches que se deram, em seguida

20 /01/98 almoço I I I I I I maçã

Page 180: Actividades raparigas

Grelha para registo do comportamento de levantar-se da mesa .

C8 – REPETIÇÃO

Problema: Colocar na boca objectos não comestíveis.

Contexto: Jenny uma criança letárgica de 8 anos de idade, possui um funcionamento

moderadamente atrasado mas tem uma boa memória para rotinas e uma

capacidade para de self-taugh reading acima da sua idade. Apesar da sua

capacidade para ler, a capacidade em entender a mensagem estava

severamente atrasada. Enquanto via T.V., a sua actividade favorita, cortava e

mastigava pequenos pedaços de papel, plástico, fios do sofá, etc. Quando

estava no jardim ou no recreio, colocava paus, pedras, flores ou folhas na

boca. As refeições em família eram pertubadas pelo seu hábito de tirar gelo

do copo para o mastigar. A criança ficava muito perturbada quando as suas

rotinas eram interrompidas. Além disso, os seus hábitos perseverantes eram

difíceis de mudar. O facto de os pais lhe baterem, ralharem, de a isolarem no

quarto e a elogiarem por não colocar objectos na boca, não surtiram efeito. A

Jenny entendia a regra e parava sempre que lhe chamavam a atenção mas

esquecia-se depressa assim que via T.V. ou brincava no pátio.

Análise: A criança tem a capacidade de inibir o acto de levar à boca objectos quando

induzida. Mas sem essa indução, alheia-se do que está a fazer. Este

comportamento é potencialmente perigoso devido ao facto de existirem bagas

venenosas e quimicos no jardim. É necessário que a Jenny tenha um meio

alternativo de ser lembrada da regra “na boca não”, quando a mãe não está

presente. As suas competências de leitura podem ser usadas como um

indutor visual.

Objectivo: Ensinar a criança a inibir o acto de levar objectos à boca sem a indução da

mãe.

Intervenção: Vamos começar por ensinar a criança a ler um cartão com a regra e usá-la

para inibir os seus impulsos. Assim que ela aprender que é necessário que

leia a regra em vez de esperar que o adulto a leia, então podemos usar esta

Page 181: Actividades raparigas

técnica num número de diferentes situações.

1º passo: Durante as sessões de trabalho, coloque um copo e uma colher

perto dela. Em frente ao copo coloque um cartão dizendo “usar a colher para

tirar gelo”. Assim que ela esquecer e agarrar o gelo com os dedos, não diga

nada mas remova rapidamente o copo e atire o gelo fora. Aponte para o

cartão e peça-lhe para ler. Explique: “esqueceste a regra,vamos tentar mais

tarde”. Tente novamente após uns 5-10 minutos.

2º passo: Durante as sessões de trabalho, coloque algum do material que ela

gosta de colocar na boca, perto dela. Coloque um cartão perto disso com a

inscrição “na boca, não”. Explique que se ela se lembrar da regra durante 10

minutos, pode ser recompensada com pastilha elástica. Mais uma vez não a

lembre verbalmente, mas esteja pronta para remover a pastilha elástica se ela

se esquecer.

3º passo: Debaixo do ecrã da TV, coloque um cartão dizendo “na boca não”.

Não lhe forneça induções verbais. Vigie-a e, sempre que se esquecer e

colocar algo na boca, aproxime-se da TV, silenciosamente, e apague-a

durante alguns minutos. Aponte para o cartão e abane a cabeça. Não lhe

ralhe nem a tente confortar se ela parecer zangada ou aborrecida

C-9 REPETIÇÃO

Problema: Perguntas perseverantes “Que horas são?” independentemente

da resposta ou da situação.

Contexto: Tommy é um rapaz com excesso de peso e letárgico com 10 anos de idade

cujo funcionamento se situa no atraso moderado. Tem um forte interesse e

uma memória excelente para os aniversários das pessoas, números de

telefone, números de matrícula e horas. As questões acerca do tempo são as

mais frequentes e mais perseverantes. Pergunta as horas mesmo quando

está em frente a um relógio que possa ver facilmente. Esforços anteriores

para diminuir este comportamento incluiram responder à questão, ignorar,

irem embora e dizer-lhe para estar quieto.

Análise: As técnicas passadas foram ineficazes porque possivel

Page 182: Actividades raparigas

C10 – DÉFICE

Problema: Curtos periodos de atenção, fraco controlo dos impulsos.

Contexto: O Dave é um rapaz de 4 anos de idade, extremamente energético cujo

funcionamento se situa nos 2 anos de idade relativamente às competências

não verbais. É impulsivo e distraido, não se senta para as refeições, não fica

quieto para tomar banho, quando está na casa-de-banho ou para o vestirem.

Consegue compreender algumas ordens simples se combinadas com gestos

quando está a prestar atenção. No entanto, tais momentos são raros.

Esforços prévios para o controlar incluiram reprimendas verbais e castigos

físicos. Os pais constataram que ele não entendia que tinha feito mal e

tornava-se mais activo e aborrecido. Os pais gostavam da natureza alegre da

criança e não queriam usar medicação para controlar o seu nível da

actividade.

Análise: Aumentar o período de atenção do Dave, o tempo em que ele permanece em

tarefa, são competências básicas para o progresso na linguagem, na área de

autonomia e para a frequência de um programa pré-escolar. Ele pode iniciar

por melhorar a sua atenção e controlar a sua impulsividade durante sessões

de ensino curtas e estruturadas nas quais ele saiba o que está a fazer, onde

tem de fazer e o que vai acontecer a seguir. Uma organização visível de

trabalho e a seguir brincar vai ensinar-lhe a diferença entre o tempo de fazer

o que ele quer e o tempo de controlar o seu movimento.

Objectivo: Melhorar o comportamento de sentar e a capacidade de atenção de 2-15

segundos.

Intervenção: Delimite a sua área de trabalho de forma a que a criança possa ver onde vai

trabalhar e onde vai brincar (ver figura 10.6). Comece com uma actividade

simples, uma que saiba que o Dave consegue fazer (por exomplo, um puzzle

simples de 4 peças). Coloque o puzzle na mesa e remova uma peça para que

a criança a coloque no local adequado. Chame-o para a mesa, diga-lhe para

se sentar e diga-lhe para completar o puzzle. Elogie-o e dê-lhe uma uva. Em

seguida, dirija-o para a àrea de brincar. Após cerca de 30 segundos, chame-o

para repetir a tarefa. Da segunda vez, remova 2 peças do puzzle. Novamente,

Page 183: Actividades raparigas

recompense-o com uma uva e um elogio e diga-lhe para ir brincar. Quando a

criança ficar habituada a esta rotina (cerca de 60 ensaios), aumente a tarefa

removendo duas peça. Siga o mesmo procedimento. Desta forma podemos

aumentar a quantidade de trabalho que ele faz antes de se levantar. Não

alongue para uma tarefa maior (3 ou 4 peças) até que o David consiga

terminar a tarefa mais curta sem necessitar de indução da sua parte.

Figura 10.6. Estrutura para aumentar o período de atenção

C11 – DÉFICE

Problema: Falta de iniciativa em mudar actividades durante períodos de

trabalho na escola.

Contexto: O Brian é um rapaz de 14 anos com um nível intelectual cuja capacidade é

treinável. Na sala de aula ele aprendeu a trabalhar de forma independente

numa tarefa estruturada, mas era incapaz de passar à tarefa seguinte sem

que a professora acenasse, apontasse ou sem indução verbal da professora.

O Brian entendeu a estrutura diária e todos os outros alunos da sala

trabalhavam de forma consistente, não necessitando de induções verbais

quando terminavam a tarefa. Sem as induções da professora, o Brian senta-

se, olha para a professora e não inicia movimentos ou contactos com a

professora.

Análise: O Brian tornou-se dependente da indução da professora e é reforçado pela

sua própria falta de iniciativa de cada vez que lhe é fornecida a indução. A

sua capacidade em iniciar uma mudança de uma actividade para outra é

essencial para a sua adaptação para uma situação futura de trabalho

protegido. Os professores podem desenvolver um sistema de recompensaa

com prémios (sistema token) para que o Brian se motive para iniciar o seu

trabalho sem necessitar de atenção individual.

Objectivo: Guardar trabalho terminado e tirar trabalho novo sem directivas individuais ou

atenção da professora.

Page 184: Actividades raparigas

Intervenção: Coloque em uso um sistema token para o Brian no qual ele receba

inicialmente um prémio por cada ocasião em que, voluntáriamente, guarde o

trabalho terminado e tire trabalho novo sem que seja necessário dirigi-lo

pessoalmente através de um acenar de cabeça, de apontar ou verbalizar.

Inicialmente, pode induzir o Brian dando uma direcriz ao grupo todo sem olhar

para a criança “Lembrem-se têm de guardar o trabalho, sozinhos”. Coloque

uma caixa de prémios na sua secretária e, de cada vez que inicie uma acção

sem indução, dê-lhe atenção positiva, colocando um prémio na caixa e

elogiando-o. De início pode dar-lhe 10 minutos de tempo livre por cada 3

prémios na caixa. Assim que ele iniciar as tarefas por si com maior frequência

pode aumentar o número de prémios que ele necessita de juntar para ganhar

tempo livre.