ACUPUNTURA CINOMOSE

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CÂMPUS DE BOTUCATU ANDERSON DELLAI MATTHIESEN ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA CINOMOSE CANINA Monografía apresentada à faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – campus de Botucatu, como parte integrante do Curso de Especialização em Acupuntura Veterinária. Botucatu 2004 1

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

CÂMPUS DE BOTUCATU ANDERSON DELLAI MATTHIESEN

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA CINOMOSE CANINA Monografía apresentada à faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – campus de Botucatu, como parte integrante do Curso de Especialização em Acupuntura Veterinária.

Botucatu 2004

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

CÂMPUS DE BOTUCATU ANDERSON DELLAI MATTHIESEN

ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA CINOMOSE CANINA

Orientador : Prof. Dr. Stelio Pacca L. Luna Prof. Jean Guilherme F. Joaquim Botucatu 2004

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AGRADECIMENTOS Aos meus pais pelo apoio e dificuldades que tiveram para me formar.

À Solange, minha esposa, Tatiana e Isadora, minhas filhas , pela paciência, apoio e compreensão nesta jornada interminável de dedicação aos animais.

Aos cães que nos serviram e puderam contribuir desta forma para

aumentar meus conhecimentos. Aos colegas do curso de especialização, por compartilharem mensalmente,

boas horas de convívio. Aos professores, coordenadores e funcionários da universidade, pela

paciência , dedicação e por estarem sempre presentes nestes dois anos de estudo.

Á Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual

Paulista – Campus Botucatu, por ter me acolhido pelo quarto ano consecutivo nos Cursos de Especialização em Cirurgia, Anestesiologia e Acupuntura Veterinária.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6 2. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 8

2.1 CINOMOSE ................................................................................................. 8 2.1.1 Transmissão e sintomas .......................................................................... 8 2.1.2 Diagnóstico .............................................................................................. 12 2.1.3 Tratamento .............................................................................................. 13 2.1.4 Prevenção ................................................................................................ 14

3. ACUPUNTURA ................................................................................................. 15 3.1 CONDUTA TERAPEUTICA DA CINOMOSE ATRAVES DA

ACUPUNTURA ................................................................................................. 15 3.1.1 Convulsões / rigidez do pescoço / temperatura elevada / opstótono / tremor dos membros / tontura / coma ................................................................... 17 3.1.2 Inconsciência repentina / convulsões / desvio dos olhos e boca / Hemiplegia / afasia ou dislalia / tontura .............................................................. 18 3.1.3 Parestesia dos membros / tique / tremor na cabeça e nos membros ........ 18 3.1.4 Insônia ..................................................................................................... 19 3.1.5 Fezes (diarréia) ........................................................................................ 19 3.1.6 Vertigens ................................................................................................. 20 3.1.7 Órgãos dos sentidos ................................................................................ 20 3.1.8 Corpo ...................................................................................................... 21 3.1.9 Dor ........................................................................................................... 21 3.1.10 Tosse e dispnéia ....................................................................................... 21 3.1.11 Náuseas e vômitos, soluço e regurgitação ............................................... 24 3.1.12 Avaliação da marcha ................................................................................ 25 3.1.13 Observação dos olhos .............................................................................. 25

4. TRATAMENTO DA CINOMOSE ATRAVES DA ACUPUNTURA .............. 26 5. ESTUDO E EXPLICAÇÃO DOS PONTOS ...................................................... 28

5.1 VB 20........................................................................................................ 28 5.2 VB 30 ........................................................................................................ 29 5.3 VB 34 ........................................................................................................ 30 5.4 VB 39 ........................................................................................................ 30 5.5 F 2 ............................................................................................................. 31 5.6 R 3 ............................................................................................................. 31 5.7 B 60 ........................................................................................................... 32 5.8 TA 5........................................................................................................... 32 5.9 BAI HUI ................................................................................................... 33 5.10 VG 16 ........................................................................................................ 33 5.11 B 10 ........................................................................................................... 34 5.12 B 18 ........................................................................................................... 34 5.13 B 23 ........................................................................................................... 35 5.14 IG 4 ............................................................................................................ 36

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5.15 IG 11 ....................................................................................................... 36 6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 37 7. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 38

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Introdução

Sendo uma das terapias complementares mais testadas e avaliadas., a

acupuntura surgiu há aproximadamente 4.000 anos no oriente, porém , na ultima

década , o uso de agulhas para tratamento de enfermidades na área veterinária

vem crescendo e se tornando mais uma alternativa para a cura ou prevenção de

doenças em animais de grande e pequeno porte.

A acupuntura visa, através de sua técnica e procedimentos, a estimular os

pontos reflexos que tenham propriedade de restabelecer o equilíbrio, alcançando-

se assim, resultados terapêuticos. A acupuntura age sobre o sistema nervoso

autônomo e sistema endócrino e seu efeito pode ser imunoestimulante ,

imunossupressivo, analgésico e antiinflamatório. Cada ponto de acupuntura tem

função definida e específica, baseado na resposta fisiológica. O tratamento em

geral pode envolver de 1 a 20 pontos (Martins & Tanaka, 2003)

Inúmeras pesquisas tem sido realizadas em Universidades Brasileiras na

área de acupuntura veterinária, em sua maioria , vinculadas à pós graduação,

com apoio de órgãos de financiamento. Desta forma , pode-se observar a

importância e o crescimento desta especialidade no Brasil. Em diversos estudos

pode-se observar a ampla possibilidade de uso da acupuntura tanto na clínica

de pequenos animais, como em rebanhos, visando uma maior produtividade ,

demonstrando também sua importância econômica .Em muitas situações,

principalmente em distúrbios neuromusculares , a acupuntura tem sido

preconizada como uma das mais eficazes formas de tratamento ( Joaquim,

2003).

Atualmente , utilizamos com sucesso a acupuntura na clinica veterinária,

para tratamento de doenças até então ditas como incuráveis, como a Cinomose,

enfermidade que provoca uma encefalite provocada por um vírus e como

consequência , leva a sérios danos ao sistema imune do animal provocando

90 % de óbito. Atualmente um animal com cinomose pode ter grandes chances

de vida com a utilização da acupuntura. Uma visão mais recente, utilizando

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metodologia científica padronizada, tem demonstrado que a acupuntura é uma

técnica eficiente para tratamento de várias doenças e sintomas, como cinomose

e constipação (LUNA et all, 2003).

Enfermidades ortopédicas como artrite, bursite, displasias, hérnia de disco

intervertebral, tendinites, etc. são tratadas com sucesso pela Medicina

Tradicional Chinesa, em pequenos e grandes animais, tendo como objetivo a

eliminação da dor e a cura.

Emergências como convulsão, coma, choque, apnéia , reações alérgicas,

hemorragias, distúrbios cardio-respiratórios, etc. também podem ser revertidas

pela acupuntura.

Dessa forma, a Medicina Tradicional Chinesa chega na Veterinária como

mais uma opção para os proprietários de animais de estimação e reprodução ,

principalmente no tratamento de enfermidades crônicas, visando a solução de

problemas que muitas vezes não são solucionados pela medicina ocidental.

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Revisão de Literatura

CINOMOSE A cinomose é uma moléstia febril altamente contagiosa de cães e outros

carnívoros, com distribuição mundial (Ettinger, 1992). Ocorre principalmente em

cães jovens, com três a seis meses de idade, depois que a imunidade passiva

materna desaparece. O primeiro relato ocorreu em 1761. A partir de 1920 novos

avanços ocorreram no diagnóstico e na prevenção.

(www.bestconsulting.com/veterinaria/virus/caes/cinomose.htm.

Causa mais morbidade (25 a 75%) e mortalidade (50 a 90%, dependendo

da cepa do vírus) que qualquer outro vírus que infecta cães. Apenas a Raiva

possui uma taxa de mortalidade mais elevada que a cinomose (Ettinger, 1992).

O vírus da cinomose é classificado na família Paramyxoviridae, estando

relacionado intimamente, em termos antigênicos e biofísicos, ao vírus do

sarampo de seres humanos e ao vírus da peste bovina dos ruminantes (Ettinger,

1992). São relativamente lábeis, sendo destruídos pelo calor (50 a 60 graus

Celcius por 30 minutos), ressecamento, detergentes, solventes lipídicos e

desinfetantes, como éter, clorofórmio, formol, fenol e desinfetante com amônio

quaternário.

Transmissão e sintomas

A transmissão ocorre principalmente por aerosol e gotículas infectantes

provenientes de secreções corporais dos animais infectados , que eliminam o

vírus por 60 a 90 dias, e se expande rapidamente entre cães jovens susceptíveis.

Há apenas um sorotipo do vírus da cinomose, mas existem cepas

virulentas, biologicamente distintas. Algumas cepas são levemente virulentas e

geralmente causam infecções inaparentes. Outras causam moléstia aguda, com

elevada freqüência de encefalite e altos índices de mortalidade. Existem cepas

mais viscerotrópicas, causando uma moléstia debilitante com elevada

mortalidade, mas com baixa freqüência de encefalite. Um aspecto comum a

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todas as cepas virulentas do vírus da cinomose é o efeito imunossupressivo em

cães.

A imunossupressão é decorrente da multiplicação viral em tecido linfóide,

durante o período de incubação, e é importante fator na determinação das

conseqüências da infecção. Os sintomas típicos de cinomose geralmente

ocorrem apenas nos cães que estão imunossuprimidos. Os cães que reagiram

contra o vírus desenvolvem imunidade e apresentam a infecção inaparente, sem

que sejam desenvolvidos os sintomas de cinomose aguda, exceto pela

ocorrência de encefalite em uma pequena porcentagem de cães. Infecções

bacterianas secundárias são freqüentemente responsáveis por muitos dos

sintomas clínicos associados à cinomose e contribuem para o aumento da

mortalidade. Alem das infecções secundárias, toxoplasmose, coccidiose, enterite

viral e infecções micoplasmicas são favorecidas pelos efeitos imunossupressivos

da infecção pelo vírus da cinomose.

No primeiro dia de infecção ocorre multiplicação em células monoclonais

de linfonódos bronquiais e tonsilas. Entre o segundo e terceiro dia ocorre

multiplicação no timo, baço, medula óssea e linfónodo retrofaringeo. Entre o

quinto e sexto dia, a multiplicação ocorre na lâmina própria do estômago e

intestino, linfónodo mesentérico e células de Kuppfer. Entre o sétimo e oitavo dia

ocorre a viremia, com presença de vírus nas células sanguíneas (monócitos e

macrófagos). Entre o nono e décimo quarto dia há produção de anticorpos e

disseminação do vírus para os tecidos epiteliais. Nesta fase, 50% dos cães tem

títulos neutralizantes menores que 1:1000, e a doença se dissemina com

manifestações multissistêmicas severas. Febre, perda de peso, anorexia, vômito,

diarréia, dispnéia e distúrbios neurológicos, ocorrendo o óbito entre o vigésimo e

trigésimo dia da infecção.

Nos outros cães, que possuem anticorpos superiores a 1:1000, o antígeno

viral desaparece do tecido linfóide e não há disseminação para o tecido epitelial.

A maioria não apresenta manifestações clínicas, mas 7% tem quadro

neurológico, sem passar por problemas digestivos e respiratórios. O antígeno

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viral vai para o cérebro (síndrome do Sistema Nervoso Central) e coxim plantar

(hiperqueratose digital).

O período de incubação para o surgimento dos sintomas clínicos da

cinomose aguda é, geralmente, de 14 a 18 dias. Após a exposição e infecção pelo

vírus da cinomose, ocorrem febre transitória, não muito elevada, entre o quarto e

sétimo dias, sem sintomas evidentes da moléstia. A temperatura retorna ao

normal após 7 a 14 dias, após o que há uma segunda elevação na temperatura

corporal, acompanhada de conjuntivite e rinite. Tosse, dispnéia, alteração dos

ruídos pulmonares, diarréia, vômitos, anorexia, desidratação e perda de sangue

com debilitação são comumente observados em cães com cinomose aguda.

Corrimento óculonasais mucopurulentos e pneumonia freqüentemente resultam

de infecções bacterianas secundárias. Bordetella bronchiseptica é comumente

encontrada em cães com cinomose (Ettinger, 1992). Uveíte , cegueira repentina,

por lesão no nervo óptico, e degeneração retiniana podem ser observados.

Erupção cutânea, progredindo para pústulas, pode ocorrer, especialmente no

abdômen, mas os cães se recuperam destas lesões com freqüência .

Hiperqueratose digital também pode estar presente.

A disseminação para o Sistema Nervoso Central (SNC) depende do grau

de resposta imune. O inicio da sintomatologia nervosa ocorre entre uma a três

semanas após recuperação da doença sistêmica. É impossível prever qual

animal irá apresentar quadro neurológico. Diagnóstico precoce em animais

jovens diminui a probabilidade de ocorrência de sintomas nervosos.

Os sinais neurológicos variam de acordo com a área do SNC afetada.

Hiperestesia e rigidez cervical indicam inflamação das meninges; convulsão,

sinais cerebelares e vestibulares, paraparesia e tetraparesia estão associados

com ataxia sensitiva e mioclonias; convulsões do tipo “mascar chiclete“

relacionam-se com poliencefalomalácea dos lobos temporais. A idade do animal,

sua imunocompetência e as propriedades imunossupressoras do vírus, definem

o tipo de lesão e o curso da infecção no SNC, classificando-se em encefalite

aguda, encefalite não supurativa e encefalite crônica.

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Os sintomas da encefalite aguda podem surgir com uma série de

manifestações . Mioclonismo , ataques de mascar borracha, ataxia,

incoordenação, locomoção em círculos, hiperestesia, rigidez muscular,

vocalização similar a do estado de dor, respostas de temor e cegueira são mais

comumente observados na cinomose.

Na encefalite não supurativa, alguns sintomas neurológicos podem ocorrer,

semanas ou meses após a recuperação de infecções inaparentes, ou depois da

recuperação de uma cinomose aguda. Ocorre uma desmielinização internodal

primária, principalmente em neonatos, animais mais velhos e em fases tardias da

doença. Cães que desenvolvem sintomas neurológicos tardios , geralmente

apresentam imunidade ao vírus.

O vírus da cinomose é considerado como a causa mais comum de

convulsões em cães com menos de seis meses de idade. A desmielinização é

um achado compatível na encefalite aguda e subaguda, além de alterações

neuronais, gliose, necrose tecidual, edema e infiltração de macrófagos. Os cães

que sobrevivem podem apresentar deficiências neurológicas permanentes,

envolvendo espasmos flexores e disfunções visuais e olfatórias.

A forma de encefalite crônica por cinomose é conhecida como encefalite

multifocal. É uma moléstia lentamente progressiva, que pode ter curso clinico de

mais de um ano, geralmente ocorrendo em cães com 4 a 8 anos de idade

imunocompetentes que sobreviveram à infecção aguda. Os sintomas são :

incoordenação, fraqueza nos membros pélvicos, ameaça de deficiência uni ou

bilateral, inclinação da cabeça, nistagmo, paralisia facial e tremores da cabeça

sem mioclonismo. Os cães afetados podem, ocasionalmente, cair e a

perturbação pode progredir para uma eventual paralisia, mas mantêm-se

mentalmente alertas. Convulsões generalizadas e alterações da personalidade

não são aspectos desta moléstia.

Outra forma de encefalite crônica por cinomose é conhecida como

“encefalite dos cães idosos” . É um distúrbio progressivo de rara ocorrência,

detectado geralmente em cães com mais de seis anos de idade. O sintoma

clínico inicial é a deficiência visual. À medida que progride, os cães afetados

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tornam-se mentalmente deprimidos, evoluem para uma movimentação

compulsiva em círculos ou para a compressão de cabeça e manifestam

alterações de personalidade, um estado de mudez e não reconhecem seus

donos, nem respondem aos estímulos normais em seu ambiente.

Diagnóstico

O diagnostico baseia-se, geralmente, na história (idade, ingestão do

colostro, contato com outros animais) e nos sintomas clínicos.

Uma combinação de febre, sintomas respiratórios (rinite, tosse e

pneumonia), corrimentos oculonasais mucopurulentos, diarréia, hiperceratose

dos coxins plantares e sintomas neurológicos, é altamente indicativa de

cinomose, especialmente em cães jovens não vacinados adultos com historia de

vacinação inadequada.

Linfopenia é um achado compatível com cinomose aguda no exame de

sangue, podendo ser base de sustentação para o diagnostico clinico.

Trombocitopenia pode estar presente no inicio. Além disso a presença de

corpúsculos de inclusão nas células sanguíneas. A radiografia do tórax mostra

um quadro intersticial ou alveolar. A analise do liquido cefaloraquidiano (LCR)

indica um aumento na quantidade de proteínas e na contagem de células.

Testes sorológicos podem, ou não, serem úteis para o diagnostico da

cinomose aguda, porque os cães com cinomose geralmente deixam de

responder imunologicamente. Cães que se recuperam da cinomose aguda

apresentam títulos mais baixos de anticorpos em relação aos cães com infecções

inaparentes ou com imunidade induzida por vacinação, mas a relação entre IgM

e IgG especificas para o vírus da cinomose é mais elevada no cão em

recuperação.

Algumas provas imunológicas podem ser realizadas como, por exemplo, a

soroneutralização, dp LCR, principalmente; a imunofluorescência indireta (IFI), do

LCR, do epitélio conjuntival, genital ou respiratório: e o teste de ELISA, do soro.

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Geralmente o teste de anticorpos fluorescentes é realizado com base em

células epiteliais coletadas da conjuntiva ou de outras membranas mucosas.

Pode também ser realizado com base em esfregaços de sangue ou em células

do tampão linfocitário do hematócrito, visto que o vírus infecta linfócitos e

trombócitos. O sucesso do teste baseia-se na detecção do antígeno anti-virus da

cinomose, apenas no interior de células epiteliais intactas. O êxito do teste é

satisfatório durante os poucos primeiros dias de sintomas agudos da cinomose.

O teste geralmente é negativo em outras situações porque os cães com estes

distúrbios geralmente possuem anticorpos neutralizadores que eliminararm o

vírus, ou que bloqueiam a reação dos anticorpos fluorescentes.

Outro teste, o isolamento viral, pode ser realizado através da inoculação de

tecidos ou secreções, que supõe-se ter o agente, em furões. O vírus mata os

furões entre 10 e 14 dias.

Tratamento

Não existem medicamentos antivirais ou agentes quimioterápicos de valor

pratico para o tratamento especifico da cinomose em cães.

O tratamento de apoio pode ser feito através de:

- antibióticos de amplo espectro (ampicilina ou amoxacilina, 20

mg/kg TID por 7 dias; ou tetraciclina, 22 mg/kg TID por 7 dias; ou

cloranfenicol 15 a 25 mg/kg TID por 7 dias) para o controle de

infecções secundarias;

- Fluidoterapia (Ringer Lactato para anorexia ou solução com glicose

a 5% para fornecer energia);

- Anti-eméticos e anti-diarréicos;

- Vitaminas do complexo B para melhorar o apetite;

- Suplementos nutricionais;

- Anticonvulsivantes (fenobarbital, 1 a 2 mg/kg BID)

- Antiinflamatórios (dexametasona), nos casos de edema do SNC (1

a 2 mg/kg SID, intra-venoso) ou neurite óptica (0,1 a 0,2 mg/kg

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SID, via oral). Os corticóides são indicados nos casos em que os

sinais neurológicos estão presentes há mais de 24 ou 48 horas.

- Vitamina C e o éter dietilico tem sido considerado como benéficos

no tratamento da cinomose, mas há carência de estudos sobre isto.

- Acupuntura, atualmente vem sendo utilizada com sucesso no

tratamento da cinomose .

O prognostico é reservado para a maioria dos casos de cinomose aguda,

especialmente na presença de sintomas neurológicos.

Prevenção

Atualmente há no mercado nacional, vacinas com vírus vivo modificado,

que são as mais potentes e seguras e que induzem imunidade efetiva para a

cinomose.

A idade na qual os cãezinhos se tornam susceptíveis á cinomose é

proporcional ao titulo de anticorpos de sua mãe, e varia de acordo com a

transferência colostral. Aproximadamente 50% dos cães são imunizáveis por volta

das seis semanas de idade, cerca de 75% com nove semanas, e mais de 95%

por volta de 13 semanas de idade. Devido à idade variável na qual os animais se

tornam imunizáveis contra a cinomose, recomenda-se varias doses, segundo

esquemas de vacinação, que maximizam a probabilidade de indução da

imunidade. É recomendada a revacinação anual, visto que o título de anticorpos

declina a níveis que não são protetores dentro de um ano, em ate um terço dos

cães jovens. (www.bestconsulting.com/veterinaria/virus/caes/cinomose.htm).

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ACUPUNTURA O objetivo da acupuntura no tratamento da cinomose , é a estimulação dos

pontos cutâneos através da inserção de agulhas de metal sólidas em locais

específicos por onde percorrem os meridianos que estão em desarmonia,

conseqüentemente promovendo o equilíbrio do organismo e a cura da doença.

Além de agulhas e fios de ouro aplicados nos pontos em desarmonia, na

acupuntura veterinária pode-se incluir a prática de moxabustão, que é uma

técnica que usa aplicação de calor para estimular os acupontos através da

queima da erva Artemísia vulgaris , alem da eletroacupuntura.

CONDUTA TERAPEUTICA DA CINOMOSE ATRAVÉS DA ACUPUNTURA Na visão da Medicina Tradicional Chinesa (M.T.C.), a Cinomose canina é

sugestiva em estabelecer analogia primordialmente aos síndromes referentes ao

vento e calor (Cole, 1996).

Como a madeira, o vento simboliza o Yang que cresce no interior, gerando

movimento. O vento obstrui, e caracteriza-se pela intensidade e rapidez, o que dá

a ele muita capacidade de penetração. Ele também veicula outros fatores que

podem resfriar ou aquecer rapidamente um determinado local. Isto causa o rápido

aparecimento de fleuma (adensamento do fluido corporal). Inicio súbito é

sugestivo de vento. O vento segundo M.T.C. tem característica Yang (que tende a

subir), por isso, os sintomas do vento costumam localizar-se ou serem mais

intensos no alto do corpo, principalmente na cabeça (Wen, 1985; Auteroche e

Navailh, 1986; Gomes, et al., 1993; Bastos, 1993).

As manifestações clínicas gerais do vento do fígado (Gan) são: tremor,

tique, parestesia, tontura e convulsões ou paralisia. Sinais de vento interior são

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caracterizados por movimentos ou pela ausência destes, portanto o tremor e as

convulsões ou paralisias (como no Acidente Vascular Cerebral)(Maciocia, 1996).

Podemos citar alguns pontos empíricos que tratam vento interno: B18,

VB20, F2, F3, VG20.

Levando-se em consideração os Oito Princípios, a identificação da doença

na acupuntura é baseada nas categorias de Interior / Exterior, Frio / Calor,

Excesso / Deficiência e Yin / Yang. Assim sendo, analisando os sintomas da

Cinomose, podemos descreve-la , segundo a M.T.C., como segue.

O calor relaciona-se com o movimento fogo e pode ser dividido em dois

tipos de acordo com a intensidade dos sintomas. Calor ou fogo moderado se

ampliam ao calor que invade pequenas regiões da pele , sem causar sintomas

sistêmicos. Calor ou fogo intensos costumam acometer o corpo de forma mais

grave e gerar sintomas sistêmicos. O calor consome o Yin gerando um

predomínio de Yang, sendo o mais Yang dos fatores, por isto, tende a ascender e

dilatar-se. A ascensão faz com que os sintomas predominem na parte superior (e

anterior) do corpo, concentrando-se geralmente no aquecedor superior. O calor

afeta o Yang do coração por serem os dois relacionados ao movimento fogo. O

coração alberga a mente, por isto, as doenças de calor podem evoluir com

sintomas relativos a SHEN (Wen, 1985; Auteroche e Navailh, 1986; Gomes, et al.,

1993; Bastos, 1993).

Com relação à localização da patologia e à profundidade da doença,

podemos distinguir a cinomose como uma síndrome interna ou profunda.

A desarmonia é definida como interior quando os sistemas internos são

afetados, podendo ou não originar-se de um fator patogênico exterior, mas uma

vez que a patologia é localizada no interior, é definida como um padrão interno,

sendo tratada como tal (Maciocia, 1996). O Padrão interior , afeta os sistemas

internos e os ossos,e os sintomas variam de acordo com o Zang Fu afetado.

Apreciando-se o carácter relativo a intensidade da enfermidade, que

permite avaliar, sob o ponto de vista funcional, se existe uma hiperfunção ou

exagero orgânico (excesso) ou se a característica aponta uma hipofunção ou

falta (deficiência), verifica-se ser ela de excesso (Gomes, et al. 1993), que é o

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desequilíbrio que ocorre quando existe uma hiperreação aos fatores exteriores,

com sinais de luta entre a energia de defesa e o fator patogênico . Finalmente, em

relação aos padrões Yin / Yang, dentro da teoria dos oito princípios , sabendo-se

que Yin e Yang são uma generalização dos outros seis princípios , uma vez que

Interior, Deficiência e Frio são de natureza Yin; e Exterior, Excesso e Calor são

de natureza Yang (Maciocia, 1996), analisando os aspectos referentes à

cinomose, esta enfermidade demonstra ser Yang, através da analise referente á

natureza intrínseca desta doença, já que estabelece compatibilidade com dois dos

três fatores de avaliação: excesso e calor (Cole, 1996) . Como são três fatores

para cada doença, se dois ou três deles forem Yin, então a doença é Yin; se dois

ou três forem Yang, então a doença é Yang . A natureza intrínseca de uma

doença é sua essência . Determinado qual é a essência da doença é possível

estabelecer uma estratégia de tratamento e um prognóstico (Gomes, et al., 1993).

Para estabelecer qual é a natureza intrínseca de um desequilíbrio qualquer basta

analisar os seus três aspectos básicos: localização, manifestação e intensidade.

Eles são polares, e cada um dos pólos dos três aspectos identifica-se com a idéia

de Yin e Yang (Wen, 1985; Auteroche e Navailh, 1986: Gomes, et al., 1993;

Bastos, 1993). A seguir relataremos alguns sintomas clínicos observados em

pacientes com cinomose , sejam eles sistêmicos e/ou neurológicos, analisados de

acordo com a metodologia empregada pela M.T.C., sob a ótica da acupuntura.

Convulsões / Rigidez do pescoço / Temperatura elevada / Opstótono /

Tremor dos membros / Tontura /Coma

Vento do Fígado agitando no Fígado- Caudado por Calor extremo gerando

vento .

Lingua vermelho-escura, rigidez, com saburra espessa e de cor amarela.

Pulso em corda-rapido-cheio. Este padrão é encontrado somente nas patologias

febris agudas, quando o Calor patogênico exterior tiver penetrado profundamente

no nível de Sangue, dando origem ao Vento Interior do Fígado . É um tipo de

excesso do Vento Interior e como conseqüência aparecem sinais como tremores

e convulsões. Por outro lado, o Vento Interior impede o Fígado de umedecer os

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tendões, o que causa rigidez do pescoço e o opstótono. Nos casos mais severos,

o Calor e o Vento extremos podem obscurecer a Mente e causar coma. Como

tratamento, os princípios são : Eliminar o Calor, dispersar o Fígado e dominar o

vento. (Maciocia, 1996).

Inconsciência repentina / convulsões / desvio dos olhos e boca / hemiplegia/

afasia ou dislalia / tontura

Vento do Fígado agitando no Fígado – Causado por aumento do Yang do

Fígado causando Vento .

Língua vermelho-escura e desviada. Pulso vazio-flutuante ou em corda-fino

e rápido. Esta condição origina-se da Deficiência do Yin que, por um período

longo de tempo, causa o aumento ascendente do Yang do Fígado. Sob

determinadas circunstância , o Yang do Fígado pode gerar o Vento Interior.

Nestes casos o Acidente Vascular Cerebral pode ocorrer. Este padrão necessita

de dois fatores para aparecer : Deficiência de Yin do Fígado (atividade sexual

excessiva ou excesso de atividade esportiva) e ascendência do Yang deste

sistema (fatores emocionais, fúria, ressentimento, frustração, etc) .Principio de

tratamento : Nutrir o Yin do Fígado, dominar o Yang do Fígado e o

Vento.(Maciocia, 1996).

Parestesia dos membros / Tique / Tremor na cabeça e nos membros Vento do Fígado agitando no Fígado - Causado por Deficiência do Sangue

do Fígado causando Vento.

Língua pálida e desviada. Pulso agitado. Este padrão é causado pela

Deficiência do Sangue do Fígado que cria um vazio nos vasos sanguíneos os

quais são “preenchidos” pelo Vento Interior. Este padrão é do tipo Deficiente do

Vento Interior. Tremor da cabeça, tique e tremores são decorrentes de \vento

\interior. A parestesia é decorrente do Sangue deficiente que não nutre os

músculos e tendões. Neste caso o tremor dos membros é mais ameno, não

representando convulsões reais como nos dois casos anteriores. Princípio de

tratamento : Tonificar o sangue do Fígado e dominar o Vento. (Maciocia, 1996).

18

Page 19: ACUPUNTURA CINOMOSE

Insônia

A insônia relaciona-se com o equilíbrio do Yin e do Yang no corpo. Quando

existe predomínio de Yang (absoluto ou relativo), o paciente tem dificuldade de

dormir. A mente, albergada no coração, está envolvida no processo também, pois

o sono é o repouso da mente (Wen, 1985; Auteroche e Navailh, 1986; Gomes et

al, 1993; Bastos, 1993).

A qualidade e a quantidade do sono dependem do curso no estado da

Mente. A Mente é enraizada no Coração, especialmente no Sangue e no Yin do

Coração. Se o Coração for saudável e o Sangue abundante, a Mente é

devidamente enraizada e o sono será profundo. Se o Coração for deficiente ou

agitado por fatores patogênicos como o Fogo, a Mente não é devidamente

enraizada e o sono será afetado.

Como sempre, na M.T.C., há um relacionamento entre o corpo e a Mente.

Por um lado , a Deficiência de Sangue ou o fator patogênico, como o Fogo, pode

afetar a Mente; por outro lado, estresse emocional afetando a Mente pode causar

uma desarmonia dos órgãos internos. De fato, qualquer desarmonia dos órgãos

internos, seja proveniente de Deficiência ou de Excesso, afeta o Sangue e a

Essência. Uma vez que o Qi são a raiz da mente, a mente não terá resistência,

resultando em insônia. Princípio de tratamento: Drenar o Fogo, acalmar a mente e

assentar a Alma Etérea. (Maciocia, 1996)

Fezes (diarréia)

Diarréia aquosa com muitas evacuações diárias e muco nas fezes significa

invasão do estômago e intestinos por umidade. Se o muco é branco é Umidade

Frio; se o muco é amarelo e/ou existe sangue é Umidade Calor (Wen, 1985;

Auteroche e Navailh, 1986; Gomes et al, 1993; bastos, 1993).

19

Page 20: ACUPUNTURA CINOMOSE

Vertigens Segundo a M.T.C., as vertigens tem duas fisiopatologias básicas: ora

causadas por vento (interno ou externo), que perturba os orifícios superiores

(órgãos dos sentidos); ora são caudadas por deficiência de Qi e/ou sangue, que

não ascendem à cabeça para nutrir os órgãos dos sentidos (Wen, 1985;

Auteroche e navailh, 1986; Gomes et al, 1993; Bastos, 1993).

Causas das vertigens:

- Deficiência de Qi ou Sangue – Os sinais manifestam-se como

tonteiras leves;

- Acometimento por vento – Os sinais manifestam-se como

vertigens intensas, rotatórias, súbitas, com náuseas e vômitos

.(Gomes et al, 1993)

Órgãos dos sentidos

Os órgãos dos sentidos dependem da nutrição de Qi e sangue e do bom

funcionamento dos órgãos a que são relacionados para funcionarem

adequadamente. Os órgãos dos sentidos também estão conectados com o

cérebro, que é o “mar de essência” . Se a essência é fraca, os órgãos dos

sentidos não funcionam adequadamente (Wen, 1985; Auteroche e Navailh, 1986;

Gomes et al, 1993; Bastos, 1993).

Olhos – estão relacionados com o Fígado e o movimento Madeira

- Diminuição da visão – representa enfraquecimento da essência do

Rim e do Fígado;

- Perda súbita da visão – ocorre por obstrução dos canais que

nutrem os olhos. Pode ser devido a estagnação de Qi e sangue ou

vento interno obstruindo os canais (Wen, 1985; Auteroche e

Navailh, 1986; Gomes et al, 1993; Bastos 1993).

Nariz – O nariz relaciona-se com o Pulmão e com o movimento Metal

(Wen, 1985; Auteroche e Navailh, 1986; Gomes et al, 1993; Bastos, 1993).

20

Page 21: ACUPUNTURA CINOMOSE

Corpo Os parâmetros analisáveis são os seguintes:

- dores generalizadas

- perda de sensibilidade corporal ou parestesias

Relação entre as alterações da sensibilidade com suas causas:

- Parestesias ou hipoestesias – causada por obstrução do fluxo de

Qi nos canais por Vento, trauma, estagnação de Qi do Fígado ou

Fleuma Umidade;

- Anestesia – causada por obstrução completa do fluxo de Qi por

Vento, trauma, lesão de essência ou acúmulo de de Fleuma ou

Umidade;

- Parestesias em extremidades – causada por deficiência do fluxo de

Qi por estagnação do Qi do Fígado, deficiência de Qi, ou obstrução

por Umidade;

- Prurido – causada por invasão de Vento ou deficiência de Sangue

no Fígado, gerando Vento de deficiência, secura ou Vento Calor no

exterior. (Gomes, et al., 1993).

Dor

Relação existente entre os tipos de dor com suas causas

- Dor crônica – doença interna causada por deficiência ou

estagnação;

- Dor aguda – doença externa causada por excesso ou doença

interna com excesso e Calor;

- Dor que piora com a pressão – Síndrome de excesso;

- Dor que melhora com a pressão – Síndrome de deficiência.

(Gomes, et al., 1993).

Tosse e dispnéia

A tosse é a inversão do fluxo de Qi normal dos pulmões. O fluxo de Qi é

para baixo, para possibilitar a captura do Qi do ar. Na tosse, o Qi do pulmão

21

Page 22: ACUPUNTURA CINOMOSE

direciona-se para cima, e isto é chamado de inversão do fluxo de Qi do pulmão. A

tosse ocorre quando algum fator interfere na descida do Qi do ar. (Wen, 1985;

Auteroche e Navailh, 1986; Gomes et al, 1993; Bastos, 1993).

O Vento externo é a principal causa de tosses exteriores. O Vento penetra

na pele e na porção do Qi de defesa que é controlada pelos Pulmões,

prejudicando portanto a descida do Qi do Pulmão e causando tosse . O Vento

combina-se com a outros fatores patogênicos externos e os mais prováveis de

causar tosse são: Vento-Frio, Vento-Calor e Vento-Secura.

- O Vento-Frio invade a pele e a porção do Qi de Defesa,

prejudicando a descida do Qi do Pulmão e causando

conseqüentemente , tosse. Como tratamento deveremos aliviar o

Exterior, restabelecer a difusão e a descida do Qi do Pulmão,

expelir o Vento, dispersar o Frio (promovendo a transpiração) e

cessar a tosse. Pontos: P-7 , B-12, B-13, IG-4, R-7, P-6. Sedar e

aplicar ventosa nos pontos B-12 e B-13.

- O Vento-Calor entra pelo nariz e pela boca e afeta a garganta.

Causa tosse pela invasão do meridiano do Pulmão na garganta,

impedindo a descida do Qi do Pulmão. Tosse do tipo mais seco

que a do Vento-Frio. Como tratamento, aliviar o Exterior, expelir o

Vento, clarear o Calor, restabelecer a descida do Qi do Pulmão e

cessar a tosse. Pontos: Idem anterior mais IG-11, P-11, VG-14.

Ex. Medicina Ocidental : Traqueíte.

- O Vento-Secura, também invade o meridiano do Pulmão na

garganta, causando tosse muito seca e coceiras. Além de

prejudicar a descida do Qi do Pulmão, o Vento-Secura também

seca completamente os fluidos do Pulmão, resultando em tosse

mais persistente que aquela causada por Vento-Frio ou Vento-

Calor. Principio de tratamento: aliviar o exterior, restabelecer a

descida do Qi do Pulmão, promover fluidos e cessar a tosse..

Pontos : P-7, P-9, VC-12, R6, BP-6. Tonificar estes pontos , exceto

P-7 que devera ser sedado (Maciocia, 1996).

22

Page 23: ACUPUNTURA CINOMOSE

Como Padrão Interior, a Tosse aguda poderá ser proveniente dos

seguintes fatores patogênicos:

- Calor no Pulmão. Se o paciente sentir aversão ao calor, sentindo-

se geralmente quente, com muita sede e inquietação, isto indica

padrão interior de Calor, isto é, o fator patogênico está no Interior e

transformou-se em Calor. A presença de tosse, dispnéia, certa dor

no tórax e possivelmente queimação nas asas do nariz, indica a

localização de Calor nos Pulmões. O principio de tratamento seria

Clarear o Calor do Pulmão, restabelecer a descida do Qi do

Pulmão e cessar a tosse. Pontos: P-5, P-1, VG-4, P-6 e IG-11.

Usar método de sedação.

- Mucosidade – Calor no Pulmão. As tosses interiores podem ser do

tipo Deficiência ou Excesso e o principal fator patogênico no tipo

Excesso é a Mucosidade ou o Fogo. Tosse rouca com

expectoração profusa, amarela e pegajosa, febre , inquietação,

sede, sensação de calor e opressão no tórax, são as

manifestações observadas. O Vento-Calor gera Mucosidade com

facilidade, uma vez que rapidamente seca por completo os fluidos,

que se condensam na forma de Mucosidade. O principio de

tratamento seria, Clarear o Pulmão, eliminar a Mucosidade,

restabelecer a descida do Qi do Pulmão e cessar a tosse. Pontos:

Sedar P-5, P-1, VC-12, VC-9, E-40, BP-6, P-6, VG-4, IG-11, TA-6 e

BP-15. Tonificar VC-12.

Ex. Medicina Ocidental : Bronquite Aguda, Bronquite Crônica,

Pneumonia.

- Mucosidade – Fluida nos Pulmões. Tosse com produção de som

baixo e acompanhada de expectoração de escarro branco, aquoso

e diluído, sensação de frio, sensação de opressão no tórax ,

cansaço, pouco apetite e pouca disposição. Tratamento, drenar a

Umidade, eliminar a Mucosidade, dispersar o Frio, tonificar o

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Page 24: ACUPUNTURA CINOMOSE

Baço/Pâncreas e os Rins e cessar a tosse . Pontos: Sedar P-5,

VC-9, E-40, BP-6, B-13, B-22. Tonificar E-36, VC-12, B-20, VG-4,

B-23. (Maciocia, 1996).

Ex. Medicina Ocidental : Bronquite Crônica.

- Fogo do Fígado Insultando os Pulmões. Sintomas não observados

em casos de cinomose.

No Padrão Tipo Deficiência, a Tosse aparece pelos seguintes fatores:

- Deficiência do Qi do Pulmão. Onde os sintomas são tosse

moderada com produção de som baixo, ausência de catarro,

transpiração espontânea, propensão a resfriados, voz fraca,

cansaço e face pálida. O tratamento tem como objetivo Tonificar o

Qi do Pulmão e restabelecer a descida do Qi do Pulmão. Pontos:

Tonificar P-9, B-13, B-43, VC-12, E-36, BP-6.

- Deficiência do Yin do Pulmão. Tosse Seca com crises breves, com

produção de som baixo, ausência de catarro oi catarro escasso,

escarro com raias de sangue, garganta seca, sensação de calor á

noite,transpiração noturna, corpo magro, cansaço extremo.

Tratamento – Nutrir o Yin do Pulmão, umedecer os Pulmões,

clarear o Calor-Vazio se necessário, restabelecer a descida do Qi

do Pulmão e cessar a tosse. Pontos: Tonificar P-9, P-10, VC-12, P-

1, E-36, BP-6, P-7, e R-6. Sedar P-10. (Maciocia, 1996)

Náuseas e vômitos, soluços e regurgitação.

São sintomas de perversão do Qi do estômago. Em geral, o Qi do

estômago deve descender. Contudo, se existe algum fator perturbando essa

descida, aparecem náuseas, vômitos, regurgitação e soluços (Wen, 1985;

Auteroche e Navailh, 1986; Gomes et al, 1993; Bastos, 1993).

Relação entre os sintomas associados a náusea, vômitos, regurgitação e

soluços com suas causas:

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Page 25: ACUPUNTURA CINOMOSE

- Plenitude, anorexia, tosse com muito muco – Acúmulo de Fleuma

no aquecedor médio;

- Diarréia, dor abdominal, febre – Penetração de Frio Umidade ou

Calor Umidade;

- Vertigens, tinitus, cefaléia – Obstrução de Qi por Vento. (Gomes, et

al.,1993).

Avaliação da marcha

Relação existente entre distúrbios da marcha com suas causas:

- Marcha com pequenos passos – Deficiência da essência do Rim;

- Marcha arrastando os pés – Acúmulo de fleuma e/ou umidade;

- Marcha escarvante – Síndrome WEI ou agressão de Vento aos

canais e colaterais;

- Marcha hesitante – Vento obstruindo os orifícios superiores ou

deficiência da ascensão do Qi;

- Marcha lenta, difícil – Deficiência do Qi do Rim e/ou Baço, severa

deficiência de Qi e Sangue;

- Marcha claudicante, com um membro fraco – Síndrome Wei;

- Marcha descoodenada – Vento de deficiência por má nutrição dos

tendões ou deficiência da essência dos Rins. (Gomes, et al.,1993).

Observação dos olhos

Os olhos são considerados uma exteriorização da essência, e portanto, da

essência dos órgãos. Através de seu exame é possível obter-se uma serie

de informações sobre os órgãos Zang Fu. A seguir temos uma relação de

alterações dos olhos com sua condição:

- Conjuntiva vermelha e edemaciada – Síndrome de deficiência de

Yin com ascensão do Fogo do Fígado, Calor no Pulmão ou ataque

externo de Vento Calor;

- Cantos avermelhados – excesso de Fogo do Coração;

- Blefarite – Calor no Baço ou invasão por Calor umidade;

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Page 26: ACUPUNTURA CINOMOSE

- Edema de Pálpebras – acúmulo de água patogênica no alto do

corpo;

- Edema de pálpebra inferior – deficiência do Qi do Rim;

- Olhos encovados – deficiência de Qi do sangue, deficiência de

líquidos, deficiência de essência do Rim e do Fígado;

- Exoftalmia – acumulo de Fleuma Calor no estomago; acumulo de

Fleuma no aquecedor superior;

- Pterígio – Vento Calor afetando os olhos;

- Conjuntivas amareladas – Icterícia por Calor umidade no

aquecedor médio;

- Anisocoria – Vento ascendendo e obstruindo os canais;

- Midríase paralítica – deficiência grave de essência do Fígado e

Rim;

- Estrabismo – Ascensão do Vento do Fígado;

- Ptose Palpebral – Deficiência do Yang do Fígado e/ou Coração;

- Retração Palpebral – Calor por deficiência do Yin do Rim com

excesso relativo do Yang do Fígado e/ou Coração;

- Opacificação da córnea ou cristalino – deficiência da essência do

Fígado ou trauma lesando o olho. (Gomes, et al., 1993).

TRATAMENTO DA CINOMOSE ATRAVES DA ACUPUNTURA Devido a escassez de pesquisas veterinárias sobre este assunto, toda

bibliografia desta monografia foi extraído de trabalhos onde parâmetros humanos

foram levados em consideração. Assim sendo, segundo a M.T.C., a cinomose

por ser causada por um agente patológico virulento, apresenta a maioria da

sintomatologia de patologias relacionadas à Síndrome Vento , Calor Externo e

Síndrome Wei Bi ( Síndrome Atrófica).

O termo Wei significa “murcho” e na M.T.C., refere-se ao quadro

caracterizado por “secagem” dos músculos e tendões, proveniente de

desnutrição. O termo Bi sugere inabilidade ao andar, pois o pé não pode ser

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Page 27: ACUPUNTURA CINOMOSE

levantado corretamente. Portanto , a Síndrome Atrófica consiste em um quadro

caracterizado por fraqueza dos quatro membros, gerando atrofia progressiva,

estado flácido dos músculos e tendões, incapacidade de andar corretamente e

eventualmente paralisia. (Maciocia, 1996).

Uma doença Quente é proveniente de invasão Vento-Calor quando o fator

patológico for particularmente virulento e infeccioso (Maciocia, 1996), como é o

caso da cinomose canina. Embora toda doença Quente seja proveniente de

Vento-Calor, nem toda invasão de Vento-Calor se constitui em uma doença

Quente. Tal doença é proveniente de um fator patogênico infeccioso que penetra

através do nariz e da boca, e é particularmente forte. (Maciocia, 1996).

Desta forma, o animal com cinomose , poderá apresentar-se ao

ambulatório veterinário com inúmeros sintomas diferentes e conseqüentemente o

tratamento através da acupuntura poderá ser o mais variado possível.

Logicamente há pontos que quase sempre estarão presentes e outros que

raramente irão ser utilizados. O tratamento também poderá ser realizado com

agulhas de metal nos acupontos por onde passam os meridianos comprometidos

ou através de implante de fio de ouro nos acupontos selecionados. No caso de

implantes, a realização de algumas seções de acupuntura antes deste

procedimento é aconselhado, para ter-se certeza de que estamos tratando os

pontos corretos através da melhora do quadro clinico do animal.

Desta forma , foram selecionados vários pontos que pode ser utilizados em

um animal com quadro clássico de cinomose onde já existe um comprometimento

neurológico :

- VB 20 - VG 3 -BAI HUI

- VB 30 - VG 16 - IG 4

- VB 34 - B 10

- VB 39 - B 18

- F 2 - ID3 – B62

- R 3 – B 60 - B 23

- TA 5 - IG 11

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Page 28: ACUPUNTURA CINOMOSE

Em uma tese de mestrado realizada na Universidade Federal Rural de

Pernambuco, por Cole, E.F., 1996, 52 cães acometidos de paralisia de membros

posteriores e conseqüente paralisia de membros posteriores, causados por

cinomose, foram divididos aleatoriamente em três grupos, após a realização de

uma avaliação neurológica completa. Dezessete cães foram tratados

convencionalmente de acordo com a medicina ocidental, incluindo antibióticos,

complexos vitamínicos e corticosteróides, quando necessário. Dezoito cães foram

tratados com acupuntura com agulhas de aço inox n* 04 (0,23X30) , por dez

minutos cada sessão e sem nenhuma estimulação elétrica, nos seguintes

acupontos: B 10, B 12, B 23, VB 20, VB 30, VB 34 e E 36. E dezessete cães não

receberam nenhum tratamento. O tratamento com acupuntura foi realizado

semanalmente durante quatro semanas, ao final do qual um novo exame

neurológico foi realizado e através de escore, comparado ao exame inicial, para

analise estatística do efeito dos tratamentos nos diferentes grupos. Considerou-se

cura quando os animais eram capazes de andar novamente e ter uma vida

normal, sem se observar seqüelas, tais como incontinência fecal ou urinaria e

outras. A cura foi observada em nove cães tratados com acupuntura, em apenas

um dos cães tratados convencionalmente e em nenhum cão não tratado. Todos

cães tratados com acupuntura sobreviveram, enquanto que três cães tratados

convencionalmente e cinco não tratados, apresentaram óbito neste período de

avaliação, demonstrando que o tratamento com acupuntura em pontos pré-

estabelecidos, apresentou bom resultados para o tratamento de distúrbios

neurológicos produzidos pela cinomose em cães.

(www.abravet.com.br/piblicacoes/publicacoes.htm).

ESTUDO E EXPLICAÇÃO DOS PONTOS VB 20 (Feng chi) – Poço dos ventos Localização: Abaixo da borda occipital na depressão entre os músculos trapézio e

esternocleidomastóideo, na margem do cabelo (Wen, 1985). Numa reentrância

óssea entre a tuberosidade occipital externa e o processo mastóideo.

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Page 29: ACUPUNTURA CINOMOSE

Função energética : Dispersa Vento, Vento-Frio ou o Vento-Calor para tratar

resfriados ou gripes, é capaz de acalmar o Vento-Interno para tratar vertigem,

ataques apopléticos e hemiplegia. Pode ser usado para fortalecer o cérebro para

tratar memória fraca e falta de concentração, é capaz de eliminar o Fogo e o Yang

do Fígado para tratar da hipertensão , hipertireoidismo, raiva e hiperatividade

estressante.(Ross, 2003). Elimina Vento interno e externo. Ativa sangue.

Exterioriza energia perversa. Relaxa músculos e tendões, facilita fluxo de Qi,

dispersa Vento do Fígado e clareia Fogo do Fígado e a mente (Lade, 1996).

Indicação : É específico para problemas oculares, dos ouvidos e dos seios da

face; para dor e rigidez do ombro e do pescoço, para dores musculares

generalizadas e para dores de cabeça occipitais. (Ross, 2003). Doenças febris,

apoplexia, tetania muscular, hipertireoidismo, hipertensão devido ao excesso de

Yang, dor generalizada no corpo, frio, urticária, erisipela devido ao Vento-Calor,

hemiplegia, insônia, vertigens devido ao excesso de Yang do Fígado, dor

occipital, sensação de peso na cabeça, dor no pescoço e ombro, tétano,

neurastenia devido ao excesso de Yang no Fígado, neuralgia do trigêmio, e dor

nas costas. (Lade, 1996)

VB 30 (Huán tiào)

Ponto de cruzamento com o canal da Bexiga (Ross, 2003)

Localização: À meio caminho, entre o Trocanter maior do Fêmur e à

Tuberosidade Isquiática.

Função energética: Fortalece a porção baixa das costas, beneficia o quadril,

dispersa Vento e Calor, clareia a mente, fortalece e relaxa os tendões , e

transforma Umidade. (Lade, 1996). O principal efeito do VB 30 é mover a

Estagnação do Qi e do Sangue nos canais da Vesícula Biliar e da Bexiga e em

segundo lugar, remover o Vento Exterior, Frio e Umidade e drenar Umidade Calor

e tonificar o Qi do Sangue (Ross, 2003).

Indicação: A principal indicação é para problemas do quadril e da perna,

especialmente dor ciática, que pode envolver a pressão e a inflamação do nervo

ciático ou dos nervos espinhais que levam a esta dor. Artrite do quadril, atrofia

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Page 30: ACUPUNTURA CINOMOSE

dos músculos do quadril e da perna e para hemiplegia (Ross, 2003). Dor na

perna, dor no quadril, dor ciática, paralisia na perna, dor lombar e lombossacra,

hemiplegia, urticária, prurido na pele, reumatismo na perna (Wen, 1985; Bastos,

1993).

VB 34 (Yang líng quán) – Yang Monte Primavera

Ponto Mar e Terra do canal Vesícula Biliar e ponto influencia dos tendões.(Lade,

1996).

Localização: Localizado numa depressão anterior e inferior à cabeça da Fíbula.

(Lade, 1996). Numa reentrância entre as epífises da Tíbia e Fíbula.

Função energética: Ponto Mestre dos músculos e tendões.

Regula os músculos e tendões; regula o canal de Vesícula Biliar; move a

Estagnação do Qi do Fígado e da Vesícula Biliar; acalma a hiperatividade do

Yang do Fígado; acalma a mente e as emoções; elimina a Umidade Calor em

Fígado-Vesicula Biliar; regula os Intestinos.(Ross, 2003)

Indicação: Artrite ou periartrite no joelho; tendinite no joelho; dor na perna;

inchaço na perna; dor na axila; inchaço no rosto; boca amarga; vomito; vertigem;

tontura; hemiplegia; qualquer distúrbio dos tendões (Wen, 1985). Doenças

musculares, atralgia do joelho, ciatalgia, claudicação intermitente, paraplegia,

doenças do sistema nervoso (Bastos, 1993).

VB 39 (Xuán zhõng) - Segurando a campainha Ponto de Influencia para a medula

Ponto mestre da medula óssea e cérebro Localização: 3 tsun acima do maléolo lateral em uma depressão na borda

anterior da Fíbula.(Lade, 1996).

Função energética: A função mais importante desse ponto é tonificar Jing do Rim

e a Medula. (Ross, 2003). Regular a Vesícula Biliar. Eliminar Vento do Fígado,

dispersar Vento, clarear a Mente, fortalecer os ossos, e transformar Umidade-

Calor. (Lade, 1996).

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Page 31: ACUPUNTURA CINOMOSE

Indicação: Pode ser utilizado para fraqueza e espasmos musculares, debilidade,

rigidez e inflamação das articulações, para a degeneração dos ossos e para

zumbidos nos ouvidos e perda gradual da audição. Para tonificar

F 2 (Xíng jiãn) – No meio da viagem

Ponto Nascente , ponto Fogo.

Localização: Na porção medial do segundo dedo do pé, distal à articulação

metatarso-falangeana, a meio caminho da vista medial e dorsal do osso.

Função energética: Elimina o Fogo do Fígado, elimina a Umidade Calor, tonifica o

Fogo do Fígado (Ross, 2003). Regula o Fígado (especialmente QI E Yang),

elimina o Fogo do Fígado e Calor no Sangue, e fortalece o Sangue. Domina o

Yang do Fígado, elimina Vento do Fígado e acalma o Espírito. Transforma

Umidade Calor. (Lade, 1996).

Indicação: Hepatite, Icterícia com febre, hipertensão, neurastenia, conjuntivite,

problemas uterinos, convulsão, insônia, náusea, vertigens, neuralgia intercostal,

cólica, dor genital e constipação . (Lade, 1996). Dor de cabeça, glaucoma e

gastrite nervosa.

R3 (Tài xi) – Grande ribeirão

Ponto Fonte, ponto Terra, ponto Riacho.

Localização: Em uma depressão entre o maléolo medial e o tendão do Calcâneo

.na extremidade do maléolo medial.

Função energética: Como ponto Fonte, pode apelar para o Qi Essencial para

tonificar uma condição de Deficiência, como ponto Fonte de um órgão Yin, é

neutro e pode tonificar o Yin ou o Yang. Como ponto Terra, não só supre energia,

mas dá qualidade Terra da estabilidade. Isso combina com a capacidade do Qi do

Rim em manter as coisas estáveis e equilibradas, mesmo sob condições de

mudanças. Portanto, R3 pode ser usado para fortalecer e estabilizar as emoções

e ajudar a pessoa a se adaptar de forma rápida e fácil, como água corrente, às

mudanças no ambiente, sem o medo de perder o controle.

31

Page 32: ACUPUNTURA CINOMOSE

R3 também pode ser usado para ajudar os Rins a manter energia da

respiração na parte inferior do corpo, a regular o metabolismo da água, a controlar

os orifícios inferiores e a tonificar o Jing. (Ross, 2003).

Indicação: Nefrite, Cistite, cio irregular, infertilidade, melancolia, fraqueza nos

membros posteriores, alterações neurológicas.

B 60 – (Kun lún) - Montanha Kunlun

Ponto Rio movimento Fogo do canal da Bexiga

Localização: Numa depressão entre o maléolo lateral e o tendão do Calcâneo na

extremidade do maléolo lateral.

Função energética: Este ponto à semelhança de B 62, 64 e 65, pode tratar

problemas ao longo de todo o trajeto do canal da Bexiga, da cabeça ao pé. (Ross,

2003). Fortalece as costas, relaxa os tendões, facilita o fluxo de Qi e Sangue,

regula o Sangue, tonifica o Sangue , e dispersa Vento e Frio. (Lade, 1996).

Fortalece o Qi dos Rins e harmoniza Qi do útero.

Indicação: Convulsões na infância, ondas de febre, dor occipital, vertigens, dor no

pescoço, ombro e nas costas, espasmos e rigidez, dor sacral , paralisia nas

extremidades, dor ciática no tornozelo e calcanhar. Edema no tornozelo e dor na

sola do pé. (Lade, 1996). Paralisia do membro posterior, algias viscerais,

problemas ósseos, patologias renais , cio irregular e patologias neurológicas.

TA 5 – (Wài guãn) – Portão do exterior

Ponto de conexão, Ponto de Abertura do Vaso de ligação Yang .

Localização : 2 tsun acima da prega dorsal do punho, entre o radio e a ulna.

Função energética : Regula o TA e, alivia condições exteriores, elimina Calor,

tonifica Qi, dispersa Vento e Vento-Calor, fortalece e relaxa os tendões e alivia a

dor.

Indicação: Doenças febris, pneumonia, neuralgia do trigêmeo devido ao Vento-

Calor, síndrome atrófica dos membros anteriores, hipertensão, hemiplegia,

convulsão, dor occipital , rigidez no pescoço, náusea, vomito, dor no peito e

hipocôndrio, dor e rigidez no ombro, dor abdominal, câimbra e incontinência

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urinaria. Problemas locais como contratura , dor e tremor das mãos. ( Lade,

1996).

VG 3 – BAI HUI (Yão yáng guãn) – Dobra lombar do Yang Localização: É um ponto de localização variável e deficiente, que fica entre os

processos espinhosos dorsais , entre L4-L5, L5-L6 ou L6-L7. (IVAS, sem ano).

Função energética: Tonifica os Rins (especialmente Qi e Yang), tonifica a origem

de Qi, regula a Passagem das águas, seca Umidade e Umidada-Frio, aquece o

Yang e aquece o Frio, e beneficia as regiões lombares e ossos. (Lade, 1996).

Indicação : É usado especialmente para dor local da região dorsal, para dor na

região dorsal que se irradia para as pernas e para a dor e fraqueza nas pernas e

nos joelhos.(Ross, 2003). Nefrites, colites, menstruação irregular, impotência,

ejaculação precoce, problemas em discos lombares, dor na região lombar, dor em

distenção abdominal, dor no joelho, paralisia e diarréia.

VG 16 – (Feng fú) – Palácio do Vento

Ponto Janela do Céu, ponto Mar da Medula, ponto de Cruzamento do Vaso de

Ligação Yang e do Vaso Governador.

Localização: Na junção atlanto occipital.

Função energética : Beneficia e clareia o cérebro, abre orifícios sensoriais, e

dispersa Vento, Vento-Frio e Vento-Calor. (Lade, 1996). È semelhante ao VG 15,

juntos podem ser usados e funcionam quase como uma unanimidade. Constituem

um portão regulador do fluxo de energia entre o pescoço e a cabeça e também

representam o centro de energia da garganta. (Ross, 2003).

Indicação: Hemiplegia, nistagmo, todas afecções da cabeça, paresia dos

membros, atonia súbita, surdez súbita, distúrbios mortais.

Vertigem, dor de cabeça, epilepsia, AVC, hemiplegia, problemas de

linguagem depois de AVC ou de traumatismo craniano. (Ross, 2003)

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B 10 – (Tiãn zhù) – Pilar celestial Ponto Janela do Céu.

Localização: Na porção lateral do músculo trapézio, próximo ao GV 15, entre C1-

C2 (Lade, 1996). Parte dorsal do pescoço numa depressão da junção atlanto

axial, medial à asa do Atlas.

Função energética: Abre orifícios sensoriais, dispersa Vento, Vento-Frio, Vento-

Calor, reduz febre e clareia Calor. Relaxa tendões e fortalece as costas. (Lade,

1996).

Indicação: Dor de cabeça occipital, occipito-temporal, enxaqueca, dor na testa

(oftálmica); torcicolo, rigidez e dor na nuca, tonteira, vertigem, insonia, turvação

da visão, faringite, dor nas costas e ombros, obstrução nasal, distúrbio do olfato,

rinite (Wen, 1985). Distonia neurovegetativa, nevralgia do trigêmeo (Bastos,

1993).

B 18 – (Gãn shu) – Buraco do Figado

Ponto de transporte dorsal para o Fígado.

Localização: 1,5 tsun lateral à borda inferior do processo espinhoso da nona

vértebra torácica (Lade, 1996). Lateral ao décimo espaço intervertebral.

Função energética: Regula e tonifica o Fígado (especialmente Qi, Yang e

Sangue). Domina Yang do Fígado, regula a Vesícula Biliar, transforma Umidade-

Calor (especialmente Fígado e Vesícula Biliar), regula Qi, e fluxo de Qi. Clareia

Fogo do Fígado, Calor e acalma Calor do sangue. Expande Qi do Fígado , e

regula o Estomago .

Indicação: Doenças do Fígado e Vesícula Biliar, todas desordens oftálmicas

(conjuntivite, glaucoma), tetania muscular, insanidade,, vertigens, síndrome

atrófica, fadiga crônica, redução apetite, insônia, distúrbio do sono, neuralgia

intercostal, menstruação irregular, desorientação e irritabilidade, gastrite, dor

abdominal. (Lade, 1996).

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B 23 – (Shèn shu) – Buraco do Rim Ponto de assentamento do Rim.

Ponto mestre : vago-simpatico.

Localização: 1,5 polegada, lateral da borda inferior do processo espinhal da

segunda vértebra lombar. (Lade, 1996).

Função energética: Tonifica Rins (especialmente Qi e Yang), regula aquecedor

inferior, aquece o Yang e Frio, e tonifica a fonte de Qi. Harmoniza via das águas,

produz urina, e resolve Umidade. Beneficia os ouvidos e ilumina os olhos.

Estabiliza Qi dos Rins e fortalece as costas e joelho. Expele cálculos

(especialmente do trato urinário). Fortalece a mente. (Lade, 1996).

Indicação: Nefrite, infecção urogenital, enurese noturna, impotência, lombalgia,

edema, diabete melito, dismenorreia, neurastenia (Wen, 1985). Diabete, nefrite

crônica, prostatite, disfunção urinaria, infecção do trato urinário, incontinência

urinaria, sangue na urina, retenção urinaria. Dininuição da audição,

desorientação, letargia . (Lade, 1996).

IG 4 – (He gu) - Vale Profundo

Ponto Fonte

Localização: Em cima da mão, na união entre o primeiro e segundo metacarpiano.

Função energética: É um dos maiores pontos de acupuntura, com uma enorme

variedade de efeitos: remove o Vento Exterior; regula o canal do Intestino Grosso;

regula o órgão do Intestino Grosso; remove o Calor e o Calor de Verão; relaxa a

tensão muscular; move massas de tecidos; move a Estagnação de Sangue no

útero; alivia a dor; acalma hiperatividade do Yang do Fígado e o Vento Interior;

acalma a mente; alivia distúrbios cutâneos; tonifica o Qi e o Sangue. (Ross,

2003).

Indicação: Cefaléia, dores em geral, dor de dente, desordem nasal, faringe,

paralisia facial, dor e paralisia dos membros anteriores, parto prolongado,

urticária, etc.

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IG 11 – (Qu chí) – Lagoa tortuosa Ponto Mar, ponto Terra.

Localização: Numa reentrância na extremidade externa da prega de flexão do

cotovelo entre o P 5 e o epicôndilo lateral do cotovelo em 90* .

Função energética: IG 11 é parecido com IG 4 por ser um dos maiores pontos da

acupuntura, com efeitos poderosos e uma enorme variedade de ações. A relação

dos efeitos produzidos por IG 11 lembra a IG 4, mas existem diferenças

importantes: expele o Vento Exterior; remove o Calor; regula o canal do Intetino

Grosso; regula o órgão Intestino Grosso; relaxa a tensão muscular e alivia a dor;

move massa de tecidos; acalma a hiperatividade do Yang do Fígado e remove o

Fogo do Fígado; alivia distúrbios cutâneos (Ross, 2003).

Indicação: Dor local, hemiplegia, constipação, hipertensão, epilepsia, pneumonia,

conjuntivite e baixa de imunidade em geral.

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CONCLUSÕES Esperanças surgiram com a progressão de estudos, de pesquisas e a

evolução das técnicas de acupuntura em animais domésticos . Hoje através de

trabalhos científicos, comprova-se a eficácia desta especialidade médica, como

uma alternativa na cura de doenças até então ditas como incuráveis .

A acupuntura tem sido utilizada, em grande escala, para o tratamento de

doenças neurológicas , principalmente a cinomose canina, onde a eutanásia era

normalmente indicada para pacientes com Encefalite instalada e paralisias de

membros.

Felizmente ótimos resultados tem sido colhidos com o emprego desta

técnica milenar. Estudos demonstram que o tratamento acupuntura contribui de

maneira mais eficiente, quando confrontado ao tratamento alopatia, diante da

evolução clínica regressiva do paciente.

Concluindo, o emprego da acupuntura em pacientes com cinomose após a

regressão dos sintomas agudos, tem demonstrado grande evolução em relação à

cura deste animais.

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