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«A totalidade daquilo a que damos o nome de história universal não é senão a história da criação do homem pelo trabalho humano…»

Karl Marx

"Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse", (Smith)

Adam Smith

Stuart Mill

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ÍndiceIntrodução.....................................................................................................................................3Adam Smith ..................................................................................................................................4

1. Biografia...........................................................................................................................4

2. Filosofia Económica e Moral de Adam Smith...................................................................6

3. Economia Liberal (segundo Adam Smith).......................................................................10

4. Frases de Adam Smith....................................................................................................13

Stuart Mill....................................................................................................................................14

Karl Marx.....................................................................................................................................15

1. Biografia.........................................................................................................................16

2. Contributo para o Comunismo.......................................................................................17

3. Karl Marx – “Homem do seu tempo”.............................................................................18

4. Karl Marx – Método.......................................................................................................19

5. Divisão do Trabalho........................................................................................................20

6. Luta de Classes...............................................................................................................21

7. O Comunismo.................................................................................................................22

8. “O Capital”......................................................................................................................23

Conclusão....................................................................................................................................24

Bibliografia..................................................................................................................................26

Trabalho realizado por: Gonçalo Pitta nº 13; Guilherme Cunha nº 14; Daniela Neves nº 6; Jim Bingre nº 16; Disciplina: Ciência Política; Professora: Fernanda Gomes;

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IntroduçãoNeste trabalho, iremos realizar um estudo sobre três

pensadores políticos, filósofos entre outros. Pensadores estes que tiveram grandes influências na sua época e que até hoje essa influência se mantêm e serve de apoio a muitos políticose economistas. Observamos então que a influência dos estudos destes pensadores perdura, com o passar dos séculos.

Citamos assim, Adam Smith (1723-1790), Stuart Mill (1806-1875) e Karl Marx (1818-1883). Smtih é considerado o “Pai da Economia” e o mais importante teórico do liberalismo económico. Teve uma grande influência no incentivo á acção privada e a pouca intervenção governamental. A sua obra mais reconhecida “A Riqueza das Nações”, procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da actuação individual dos indivíduos.

Stuar Mill, enquadra-se num teórico liberal socialista. Aplicou diversas acções na sociedade contribuindo para melhorar as condições de vida dos indivíduos, nomeadamente das mulheres e da escravatura. Mill, nem sempre foi linear ao seu “eu” ideológico, acabando por ser socialista.

Marx, foi um filósofo, um economista, um sociólogo entre outras profissões. Defendeu ao máximo os direitos dos trabalhadores, lutou contra a sociedade estratificada, a divisão do trabalho e outros assuntos que veremos desenvolvidos mais á frente. Marx, de certo modo, era um radicalista quando defendia as suas teorias e acabou por ser expulso de alguns países europeus.

Com o avançar do trabalho, mais conteúdos estarão desenvolvidos sobre estes pensadores. Esperemos que o nosso trabalho contribua para o enriquecimento e cultura do leitor/receptor.

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Adam Smith – Filósofo e Economista Escocês

Biografia

Adam Smith, filho de outro Adam Smith e sua segunda mulher, Margarete Douglas, foi baptizado dia 5 de junho de 1723 em Kirkcaldy. Uma pequena cidade portuária situada no mar do Norte, próxima a Edimburgo, importante pelo comércio de sal. O pai era fiscal da alfândega e a mãe era filha de pai proprietário de vários terrenos.

O único episódio conhecido da infância de Smith é que aos quatro anos foi raptado por ciganos e, devido à intensa busca que foi organizada, foi abandonado por estes últimos e recolhido a salvo. Recebeu educação primária em Kirkcaldy e, aos 14 anos, em 1737, entrou para a Universidade de Glasgow. Na universidade Smith foi profundamente influenciado pelo seu professor de filosofia moral, Francis Hutcheson.

Depois de graduar-se em 1740, Smith conseguiu uma bolsa para estudar em Oxford, para onde foi a cavalo e onde se hospedou no Balliot College. Encontrou em Oxford um ambiente atrasado, em contraste com a estimulante atmosfera de Glasgow. Ensino rude e retrógrado a ponto de lhe confiscarem o "Tratado" de David Hume, visto que nele Hume negava o princípio de causa e efeito, o que invalidava a prova da existência de Deus como causa última necessária. Em Oxford Smith praticamente promoveu uma auto-educação em filosofia clássica e contemporânea.

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Devido às boas relações da família de sua mãe, juntamente com o apoio de Lord Kames, abriu-se para Smith a oportunidade de uma ocupação provisória, paga, de conferencista público em Edimburgo. Esta era uma actividade nova, prevista no novo sistema de educação como parte do espírito de progresso que prevalecia na época.

As suas conferências, que cobriam ampla gama de assuntos desde a retórica, história e economia, causaram profunda impressão em alguns dos grandes contemporâneos de Smith. Isto foi decisivo para a sua própria carreira, porque resultou daí ser nomeado em 1751, na idade de 27 anos, professor de lógica na Universidade de Glasgow. Desse posto Smith transferiu-se no ano seguinte para o melhor professor remunerado de filosofia moral, que na época compreendia os campos relacionados de teologia natural, ética, jurisprudência e economia política.

Membro da faculdade, Smith entrou num período de intensa actividade. As suas aulas eram em inglês, uma novidade introduzida pelo falecido professor da mesma disciplina, Francis Hutcheson. Foi eleito reitor em 1758. Smith considerou este período o mais feliz e nobre da sua existência.

Em 1759 publicou o seu primeiro trabalho já referido, "A Teoria dos Sentimentos Morais", que toma uma natureza humana imutável como base para as instituições sociais. A natureza é dominada pelas paixões e os instintos da auto-preservação e auto-interesse, porém controlada por uma capacidade de simpatia, e por uma presença interior que aprova ou desaprova as acções do indivíduo. Essa estrutura põe os homens uns contra os outros, mas dá-lhes também a faculdade de criar instituições através das quais esse conflito é transformado em bem social. Este primeiro trabalho expressa o pensamento, que repetiria depois na "Riqueza das Nações", que "os homens voltados para seus próprios interesses são conduzidos por uma mão invisível...sem saber e sem pretender isto, realizam o interesse da sociedade".

"A Teoria" tornou-se lida e conhecida. Atraiu a atenção de Charles Townshend, um político importante a quem interessavam as questões canónicas. Townshend tinha se casado recentemente e procurava um tutor para o seu enteado e tutelado, o jovem duque de

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Buccleuch. A empenhada recomendação de Hume e sua própria admiração pelo autor de "A Teoria dos Sentimentos Morais", levaram-no a propor a função a Smith com a oferta de um salário acima do que Smith ganhava na universidade. Smith renunciou a sua cadeira e funções, em 1763 e partiu para a França no ano seguinte como tutor do jovem duque de Buccleuch. Em Toulouse permaneceu o mestre e o discípulo por 18 meses, e nesse período Smith iniciou os manuscritos da "Riqueza das Nações".

De Toulouse foram para Genebra, onde Smith se encontrou com Voltaire e de lá seguiram para Paris. A permanência em Paris foi, porém, abreviada por um acontecimento chocante. O irmão mais jovem do duque de Buccleuch, que se juntara a eles em Toulouse, foi assassinado em plena rua. Smith e o seu aluno voltaram imediatamente para Londres. Smith trabalhou em Londres até a primavera de 1767 com Lord Townshend, um período durante o qual, foi eleito membro da Royal Society e ampliou ainda mais o seu círculo intelectual.

No final de 1767 Smith voltou para Kirkcaldy, onde os seis anos seguintes foram gastos ditando e revisando a "Riqueza das Nações", seguidos por outra estadia de três anos em Londres, onde o livro foi finalmente concluído, e publicado, em 1776. Apesar de não ter sido um sucesso popular imediato, a "Riqueza das Nações" foi recebida com admiração pelo largo círculo de amigos e admiradores de Smith.

O ano seguinte ao da publicação do livro, Smith foi indicado comissário da alfândega e do imposto do sal para a Escócia. Smith agradeceu ao duque Buccleuch afirmando que não necessitava mais o seu salário, ao que o duque respondeu que o seu senso de honra nunca lhe permitiria deixar de paga-la. Smith estava portanto inteiramente bem nos anos finais da sua vida, que foi passada principalmente em Edimburgo com viagens ocasionais a Londres ou a Glasgow, onde foi distinguido como reitor da universidade.

Os anos passaram quietamente, com várias revisões dos seus dois principais livros. Em 17 de julho de 1790, na idade de 67 anos, cheio de honras e reconhecimento, Smith morreu. Foi enterrado no pátio da igreja em Canongate, com um monumento simples dizendo

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que Adam Smith, autor do "Riqueza das Nações", estava enterrado ali.

Assim como Hume, Smith nunca se casou, e quase nada se sabe do seu lado pessoal. Infelizmente o seu arquivo pessoal foi destruído, e somente um retrato seu existe, um medalhão do seu perfil. Segundo vários testemunhos, era também um homem de muitas peculiaridades: tinha um modo vacilante de falar, um modo de andar descrito como "vermicular" e acima de tudo uma cabeça muito distraída. Por outro lado, muitos contemporâneos mencionaram seu sorriso de "inexprimível bondade", o seu tacto político e expediente em conduzir os negócios as vezes difíceis da universidade de Glasgow. Atraiu estudantes de nações tão distantes quando a Rússia e seus últimos anos foram coroados não somente com expressões de admiração de muitos pensadores europeus mas também por um crescente reconhecimento.

Filosofia económica e moral de Adam Smith

Como salienta o articulista Heilbroner, Adam Smith é o protótipo do filósofo iluminista: esperançoso porém realista, especulativo e ao mesmo tempo prático, sempre respeitador do passado clássico mas dedicado com afinco à grande descoberta da sua época, o progresso (como veremos, mais á frente pelas suas teorias).

Conhecido pela sua obra: An Inquiry Into the Nature and Causes of the Wealth of Nations ("Uma Investigação sobre a Natureza e Causas da Riqueza das Nações"), de 1776, foi na verdade um filósofo social, não um economista. Quando se examina o contexto do seu pensamento que inclui ainda outra grande obra: The Theory of Moral Sentiments ("A Teoria dos Sentimentos Morais"), de 1759, obra que tencionava publicar sobre os princípios gerais da lei e do governo, e as diferentes revoluções que esses princípios sofreram em diferentes épocas e períodos da sociedade, vê-se que a sua obra-prima "Riqueza das Nações", não é meramente um tratado de economia mas uma peça dentro de um sistema filosófico que parte de uma teoria da natureza humana para uma concepção de organização política e de evolução histórica.

Influência de Hutcheson.

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O problema da fonte da habilidade do homem em formar juízos morais, face à sua aparentemente paixão por auto-preservação e interesse próprio é uma questão que interessava bastante a Smith. A resposta de Smith é que está presente em cada um de nós um "homem interior" que desempenha o papel de "espectador imparcial", aprovando ou condenando as nossas acções próprias e as dos outros com uma voz impossível de ser ignorada. Esta voz interior é, certamente, a voz do "sentido moral" em que acreditava seu mestre Francis Hutcheson, cujo pensamento foi a principal influência sofrida por Adam Smith na concepção de seu sistema filosófico.

Egoísmo e Altruísmo.

Smith escreveu na "Teoria" a famosa observação que ele repetiria mais tarde no "Riqueza das Nações": que os homens interesseiros, egoístas, são frequentemente "levados por uma mão invisível sem que o saibam, sem que tenham essa intenção, a promover o interesse da sociedade".

Smith viu o homem como uma criatura guiada por paixões e ao mesmo tempo auto-regulada pela sua habilidade de raciocinar e pela sua capacidade de simpatia. Esta dualidade interfere com os homens, colocando uns contra os outros, levando estes a criar racionalmente instituições pelas quais lutam mutuamente por vezes pelo bem comum.

Estágios da evolução Social;

Adam Smith é o primeiro filósofo a conceber uma organização dinâmica da sociedade no sentido da sua evolução para um maior bem estar colectivo, uma linha de pensamento que evoluíra ao longo do século XIX para o Utilitarismo. Smith afirma que o agente desse movimento é a própria "natureza humana" levada por uma forte inclinação para a troca comercial e pelo desejo de satisfação própria, porém susceptível de ser guiada pelas faculdades da razão. Realmente, o problema a que Smith definitivamente se interessava era a da luta interior entre a paixão e o "espectador imparcial" revelado na Teoria dos Sentimentos Morais. Essa luta tem quatro estágios de organização da sociedade, nos quais a história de todos os povos se desdobra, se não houvesse guerras, escassez de recursos, ou deliberado intervencionismo do governo.

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Na sua obra, Smith explana os quatro principais estágios dessa evolução:

1. O estágio original "rude": neste estágio existe pouca propriedade e raramente existe qualquer instituição estabelecida ou qualquer administração regular de justiça.

2. O estágio de agricultura nómada: começa de uma forma mais complexa de organização social, com a instituição da propriedade privada, cuja manutenção e garantia requerem o indispensável apoio e suporte da lei e da ordem.

3. O estágio de fazendas: neste estágio a sociedade requer novas instituições tais como salários que seriam determinados pelo mercado em lugar de serem determinados pelas corporações; e empreendimentos livres em vez de serem controlados pelo governo.

4. O estágio de interdependência comercial, estágio de perfeita liberdade em que actua a famosa "mão invisível", capaz de levar a cabo acção ambiciosa e egoísta do homem a criar o bem-estar geral da comunidade. Isto porque, havendo liberdade, o lucro dependerá da livre concorrência em apresentar ao público aquilo que este espera de melhor.

A livre Concorrência;

Enquanto a "A Teoria dos Sentimentos Morais" se apoiou principalmente na presença do "homem interior" para provar as necessárias restrições para a acção particular privada, a "Riqueza das Nações" não espera que essa natureza seja contida. Ao contrário demonstra que são aqueles mesmos homens que agem segundo sua liberdade e pensam exclusivamente no próprio lucro, é que serão, involuntariamente, os motores do desenvolvimento social. "Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse", afirma Smith.

Nota: Karl Marx imitou Smith nestes pilares. A diferença é que Marx, como economista, atribui a evolução à luta de classes, enquanto Adam Smith a atribui à própria natureza humana, dirigida pelo desejo de progresso pessoal e pelo uso da razão na

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É no inesperado resultado dessa luta competitiva por melhoramento próprio que "a mão invisível" regula a economia, e Smith explica como a mútua competição ou concorrência força o preço dos produtos a baixarem até aos seus níveis "naturais", que correspondem ao seu custo de produção. O desejo apaixonado do homem para melhorar a sua condição pelo melhoramento próprio em detrimento do outro, é transformado num agente social, dando origem a uma sociedade ordenada e progressista.

Divisão do Trabalho;

A "Riqueza das Nações" abre com uma famosa passagem que descreve a divisão do trabalho numa fábrica de alfinetes na qual dez pessoas, que se especializarem numa só tarefa (taylorismo), produzem 48.000 alfinetes por dia. No seu Livro é descrito o princípio que dá origem à divisão do trabalho no grupo social: "Essa divisão do trabalho, da qual derivam tantas vantagens, não é, em sua origem, o efeito de uma sabedoria humana qualquer...Ela é consequência necessária, embora muito lenta e gradual, de uma certa tendência ou propensão existente na natureza humana...a propensão a intercambiar, permutar ou trocar uma coisa pela outra." (Smith)

E dessa forma, a certeza de poder permutar toda a parte excedente da produção do seu próprio trabalho que ultrapassa o seu consumo pessoal, estimula cada um a dedicar-se a uma ocupação específica, e a cultivar e aperfeiçoar todo e qualquer talento ou inclinação que possa ter por aquele tipo de ocupação ou negócio. A divisão do trabalho equilibra-se pelo mesmo mecanismo da competição e da oferta e procura.

A Análise de Smith do mercado como um mecanismo auto-regulador era impressionante. Assim, sob o impulso do apelo aquisitivo, o fluxo anual da riqueza nacional podia ser vista crescer continuamente. A divisão do trabalho torna as trocas obrigatórias e vantajosas, mediante o desenvolvimento de actividades diferentes e complementares (a solidariedade entre os homens, as economias e as nações) transforma o mundo numa vasta oficina, aproveitando melhor as aptidões humanas e a colaboração da natureza.

Esta divisão do trabalho dá-se, por levar espontaneamente o indivíduo, em razão de seu interesse pessoal a ser mais eficaz.

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Educação mais eficaz;

Na sua obra a "Riqueza" diz Smith que também as instituições para a educação podem proporcionar um rendimento suficiente para cobrir os seus próprios gastos. É dever do Estado propiciar educação gratuita aos cidadãos. Smith apenas garante que, se esse for o caso, infalivelmente será a pior educação possível. Smith compara o ensino particular com o público, este último exemplificado com o péssimo ensino que viu em Oxford, universidade onde os professores tinham o seu salário garantido, mesmo que nem dessem aulas. Quando o professor não é remunerado às custas do que pagam os alunos, "o interesse dele é frontalmente oposto a seu dever, tanto quanto isto é possível"... "é negligenciar totalmente seu dever ou, se estiver sujeito a alguma autoridade que não lhe permite isto, desempenhá-lo de uma forma tão descuidada e desleixada quanto essa autoridade permitir". Nesta situação, mesmo um professor consciencioso do seu dever, irá, segundo Smith, acomodar o seu projecto de ensino, e não de acordo com parâmetros reais de interesse dos seus alunos.

Economia Liberal (segundo Adam Smith)

A economia Liberal não está presa a nenhuma teoria económica previamente estabelecida. A produção e os preços não dependem do planeamento de uma instituição do governo. O economista liberal Adam Smith demonstrou os vícios dessa política na sua célebre obra “A Riqueza das Nações”. Os produtos têm preços livremente fixados pelo produtor, que terá a possibilidade de aceitar a resposta do mercado ou desistir da produção.

A sua obra, “A Riqueza das Nações”, já referida anteriormente, apresenta essencialmente uma teoria sobre o crescimento económico. A riqueza é identificada pela renda per capita, o qual é determinado pela produtividade do trabalho. Vejamos agora algumas das teorias defendidas por Smith nesta sua obra.

1. Teoria da Produtividade

A consequência do aumento da produtividade com a divisão do trabalho, gera aumento de excedentes, tendo como consequência o aumento do capital circulante, determinando o crescimento do

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emprego produtivo. Maior produtividade provoca então, o aumento dos salários, melhorando a condição de vida do trabalhador e com isto, dá-se o aumento da dimensão dos mercados. Smith observa ser possível produzirem facilmente dez operários, por entre os quais estarem divididos as diferentes tarefas, enquanto tendo um operário de realizar todas as operações sozinho, por mais habilidoso que seja.

Smith, após um estudo aprofundado do trabalho, concluiu que a repartição de um determinado produto por um maior número de consumidores, nas regiões ou nações mais civilizadas, é maior nestas duas ultimas o consumos desses bens do que em regiões mais primitivas. Nestas circunstâncias a eficácia do trabalho predomina nas nações mais ricas, que provém essencialmente da divisão do trabalho.

A Teoria da Produtividade de Smith é portanto um hino de glória, à divisão do trabalho e da eficácia do interesse privado.

2. Teoria do Preço

Segundo Smith, o preço de mercado é determinado pela interacção entre a procura e oferta, com alguma influência do mecanismo de mercado, que se considera auto-regulador. A este preço Smith chama: Preço Natural.

Os preços de mercado devem girar, á volta do preço natural, mas sempre suficientes para assegurar a renumeração dos factores de produção utilizados.

3. Teoria da Dinâmica do Crescimento

Para garantir o dinamismo do crescimento, o ajustamento da oferta e da procura será feita através de variações do emprego dos factores essencialmente de capital, ou na decorrência de excessos ou da insuficiência da oferta ou através de preços (renumeração de salários, interação entre investimento e população), lucros e quantidade dos stocks.

A resposta do mercado relativamente a um produto dependerá do interesse e da disponibilidade de recursos dos consumidores para o obter. Se o interesse é grande e circula muito dinheiro, isto criará uma atraente “oportunidade de mercado”. A oportunidade declina com a maior oferta do produto, o que faz caírem os preços a um nível

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mínimo para sustentar a produção e a comercialização. Perante este cenário temos o chamado “mercado livre” e está baseado numa “harmonia natural de interesses”. Deste modo, a distribuição da riqueza é naturalmente proporcional á iniciativa. A virtude da economia liberal não está, portanto, em operar com lucros mínimos, mas em não corromper a lei do mercado com a formação de situações que sustentem preços altos, ou baixar os preços de uma mercadoria operando com prejuízo até eliminar seus concorrentes, fazer propaganda enganosa dos seus produtos, e outras medidas que quebram artificialmente a “harmonia natural de interesses” e prejudicam a sociedade. Estas situações que corrompem a harmonia de interesses também se verificam na prestação de serviços a colectividade, que devem contribuir para o seu conforto natural. Algumas das virtudes da economia liberal devem ser, portanto, a disposição para o trabalho, o interesse nos lucros, e a atenção para as oportunidades do mercado.

Para concluir, o liberalismo económico assenta sobre o interesse individual que coincide com o interesse gera. Smith afirma que deve haver plena liberdade de acção aos interesses privados. Afirma também que os capitais circulantes devem permitir pagar aos factores de produção, sem esperar que a produção seja vendida. E que os capitais fixos são necessários para adquirir qualquer equipamento para a produção capitalista. A causa imediata do aumento de capital é a poupança, será conveniente canalizar os capitais para a actividade que gerar maior lucro.

A espontaneidade, ocasionada pelo interesse pessoal constitui a peça essencial do sistema de liberdade natural de Smith, a liberdade impõe-se ao seu sistema como consequência da harmonia entre o interesse pessoal e o da sociedade.

Smith acredita deverem ser reduzidas as intervenções do Estado, uma vez que se deveriam promover as acções comerciais de interesse privado, em que cada individuo se promovia a si prórprio no mercado. A competição livre entre os diversos fornecedores/produtores levaria não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas, com o principal fim de rebaixar o custo de produção e vencer os concorrentes.

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Smtih enumera quatro tarefas do governo

Adam Smith enumera quatro tarefas do governo:

Proteger a sociedade contra a violência externa (a paz); Proteger internamente os membros da sociedade de

injustiças e opressão de terceiros; Construir e manter as instituições públicas e as obras

públicas, promovendo uma tolerável administração da justiça, bem como a assistência social;

Impostos e outras despesas efectuadas pelo Estado;

No entanto, a sociedade tem hoje necessidades e problemas muito mais complexos que a época em que nasce o pensamento liberal. Actualmente, os países apresentam uma grande densidade populacional. Cresceram também o número de actividades em que a iniciativa individual ou de grupo não pode actuar sem o apoio de organismos permanentes. A função do governo no sistema liberal deve crescer conforme for necessário, porém este não pode nunca perder seu carácter de servidor da sociedade.

Segurança: O exército, os polícias, a estrutura judicial são imprescindíveis à segurança e, de acordo com o regime liberal, são formados por indivíduos que optam pela carreira militar ou se voluntariam para ajudar em caso de guerra ou outras situações conflituosas, a sociedade.

Smith afirma que o primeiro dever do Estado é poupar a sociedade da violência ou da invasão por parte de outras sociedades independentes.

A assistência social: A doutrina Liberal não considera o cidadão um membro da sociedade e portanto não é a sociedade nem o Estado que têm a responsabilidade natural ou qualquer obrigação para com os indivíduos. O direito à educação e à saúde dos indivíduos é então da responsabilidade da Família. A família considera-se então um agente primordial.

Na sociedade liberal, os homens não estão unidos apenas para garantir a sua liberdade, mas para formar uma sociedade que saiba sobreviver e desenvolver-se. A solidariedade liberal é a solução para

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que a desigualdade de aptidões e a diversidade de recursos não conduzam à desigualdade de direitos e à falta de liberdade dos com menos capacidades.

Impostos e Gastos Públicos: O custo das acções delegadas pelo cidadão ao governo tem um custo a ser coberto pelos impostos. O governo no Estado liberal presta contas de duas naturezas ao cidadão liberal. Primeiro, presta contas do que armazena; segundo, presta conta do emprego fiel dos recursos quanto à finalidade para a qual foram arrecadados.

Simth conclui que para arrancar um Estado do mais baixo grau de erro ou fraqueza e elevá-lo a uma grande potência bastam três coisas: a paz; impostos e gastos públicos e uma tolerável administração da justiça.

Frases de Adam Smith

"A riqueza de uma nação mede-se pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes."

"Impostos que visam prevenir, ou mesmo reduzir a importação, são evidentemente tão destrutivos das rendas alfandegárias quanto a

liberdade de comércio."

"No estágio adiantado da sociedade, são paupérrimas as pessoas que fazem comércio daquilo que os outros procuram como passatempo."

"Nenhuma nação pode florescer e ser feliz enquanto grande parte de seus membros for formada de pobres e miseráveis."

"Mas, mesmo que o trabalho seja a medida real do valor de troca de todas as mercadorias, não é por ele que seu valor é avaliado."

John Stuart Mill

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Nasceu: 20 de Maio de 1806 Faleceu: 8 de Maio de 1873 Observações: era empirista, socialista, liberal e utilitarista Principais obras: “Princípios de economia política” e “O governo

representativo” Ideologias : Utilitarismo, Liberalismo e Socialista

A filosofia económica de John Stuart Mill era numa ideia de livre mercado; mas, aceitando também intervenções na economia, tal como os impostos aplicados sobre o tabaco ou sobre o álcool, e isto se, e só se tivermos numa visão/espaço utilitarista, onde se avalia uma acção unicamente em função das suas consequências, de forma a optimizar o bem-estar de um conjunto de seres vivos, isto é, esta tal intervenção na economia só poderá ser feita, no ponto de vista de Mill, se o efeito das suas consequências contribuir em igualdade e equidade para todas as pessoa e seres vivos na qual irá intervir.

John apoia também a intervenção legislativa (a intervenção dos órgãos legislativos, neste caso a Assembleia da República e o Governo); onde no ponto de vista de Mill, irão actuar somente para a protecção dos animais, na aplicação de leis que visem o seu bem-estar.

Stuart Mill dizia que a aplicação de impostos progressivos penalizava aqueles que trabalhavam mais e tinham mais, pois os impostos progressivos são tanto maiores quanto maior for o rendimento de uma certa pessoa passando-se o contrario se a pessoa tiver menos rendimento, onde os impostos serão menores. Chamando a isto Mill, “a mild for of robbery”,(traduzindo para português, “uma leve/suave maneira de roubar”)

Quando uma certa pessoa recebia uma herança e somente ela desfrutava da tal herança, para John isso estava errado, acreditando então que deveriam ser aplicados impostos ás heranças, pois para Mill tinha de existir um equilíbrio, uma igualdade e equidade no seu ponto de vista para uma sociedade.

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Quanto á caridade, e a doação de meios monetários a instituições de caridade, só poderia ser feita se e só se, a entidade que gere esta instituição fosse o Estado, pois assim os meios monetários iriam ser igualmente distribuídos para toda a população. O que não se passaria se esta instituição pertencesse á igreja, pois assim os meios monetários iriam ser distribuídos a quem mais necessitasse deles, e isso estava errado no ponto de vista de Mill.

Não é de deixar de dizer que seu pai James Mill, (que era economista), foi o seu grande inspirador, basicamente todas as suas ideologias e crenças partiram do seu pai, podendo dizer que James era o seu ídolo. Tendo Stuart aulas até aos treze anos de idade em casa com o seu pai.

Mais tarde, tendo John já uns bons anos de vida, mudou o seu ponto de vista para um mais socialista, foi deputado em Londres onde usou politicas muito radicais para a sua época, defendendo o voto das mulheres, a condenar os restos da escravatura e encarou a hipótese da nacionalização.

A sua obra mais conhecia “Princípios de economia politica”, contendo dois vastos volumes de mais de quatrocentas páginas, foi o manual utilizado na Universidade de Oxford em Inglaterra, da data de 1848 até 1919, estando o livro setenta e um anos em uso, até ser substituído por Alfred Marshall.

Karl MarxKarl Marx é conhecido como filósofo, como economista, como

sociólogo, como historiador e como cientista político.

Marx vive num período em que a sociedade passa por enormes transformações.

É Considerado o mais famoso dos autores socialistas. Fundador da mais famosa força do socialismo.

Propunha a derrubação da classe dominante, a burguesia, através de uma revolução do proletariado.

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Marx criticava o capitalismo e o seu sistema de livre empresa que, segundo ele, pelas contradições económicas internas, levaria a classe operária à miséria. Propunha uma sociedade na qual os meios de produção fossem de toda a colectividade.

Com o decorrer dos anos, as teses de Karl Marx converteram-se no marxismo, um movimento social com características próprias. Depois da morte de seu criador, o pensamento marxista expandiu-se em proporções nunca vistas, ganhando contornos tanto na teoria como na prática.

“ Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais por esta suscitadas, contribuir para a libertação do proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam rivalizar. (…) Como consequência, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos, deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultra-democráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários - das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e da América - e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal. ”

Palavras de Engels no funeral de Marx

Biografia

Karl Heinrch Marx, filósofo e economista alemão, nasceu em Trier, actual Alemanha Ocidental, a 5 de Maio de 1818.

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Estudou na Universidade de Berlim, interessando-se principalmente pelas ideias do filósofo Engels. Formou-se pela Universidade de Lena em 1841.

1842: Assumiu o cargo de redactor tinha a postura de um liberal radical. Queria descobrir a causa dos conflitos de classes provocadas pela revolução Industrial e o meio de os resolver. Os seus artigos irritaram as autoridades.

Foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo .

1843: Transferiu-se para Paris. Lá conheceu Engels, um radical alemão de quem se tornaria amigo e com quem escreveria vários ensaios e livros. No ano seguinte foi expulso de França.

1845 – 1848: Viveu em Bruxelas, onde participou de organizações clandestinas de operário e exilados.

1847: Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de Fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. No Manifesto Marx convoca o proletariado à luta pelo socialismo.

1848: Quando eclodiu o movimento revolucionário em vários países europeus, Marx voltou para Paris e daí foi expulso para Londres. Em Londres dedicou-se a vastos estudos económicos e históricos. Escrevia artigos para jornais norte-americanos, sobre política exterior, mas sua situação material esteve sempre muito precária. Foi generosamente ajudado por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras.

1864: Fundou, a Associação Internacional dos Trabalhadores com o objectivo de organizar a conquista do poder pelo proletariado em todo o mundo.

1867: Publicou o 1º volume de sua obra mais importante, O Capital, livro em que faz uma crítica ao capitalismo e a sociedade burguesa.

Este notável personagem histórico faleceu em Londres, Inglaterra, em 14 de Março de 1883

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Contributo para o comunismo

Primeiro pensador socialista que percebeu ser menos importante traçar a constituição pormenorizada de um estado utópico do que discutir como se haveria de percorrer o caminho que a ele levaria. Que dependia de uma análise minuciosa do ambiente que o rodeava.

Marx deu ao comunismo uma estratégia; uma discussão pormenorizada dos meios pelos quais se efectuará a passagem do regime burguês para a futura sociedade sem classes.

A sua contribuição consistiu nas seguintes teses:

1. As classes existentes são ligadas a certas fases da produção material.

2. A luta conduz necessariamente à ditadura do proletário.3. Esta ditadura é meramente o trânsito para a abolição de todas

as classes e para a criação de uma sociedade livre e igualitária.

Karl Marx – “ Homem do seu tempo”

Marx é claramente o que se costuma designar por “homem do seu tempo”. Vive num período de profundas transformações sociais, políticas e económicas e é neste contexto e devido à realidade existente que desenvolve o seu pensamento e o materializa na sua vasta e diversificada obra.

Estas transformações derivaram da Revolução Industrial. É sob esta realidade que Marx vive e pensa.

Este acontecimento originou, segundo Marx, o aparecimento de duas classes emergentes: operariado (proletariado) e burguesia industrial. Estas duas forças antagónicas estão na base do surgimento da ideologia e dos princípios defendidos por Marx.

Surge:

Antes de Marx – as teorias comunistas não constituíam um programa, mas eram só uma série de afirmações morais.

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conceitos como luta de classes desemprego como consequência da mecanização crescente da

industria. divisão do trabalho como realidade pungente

Karl Marx

A principal preocupação de Marx é contribuir para a resolução dos problemas sociais do seu tempo. Sobre esta questão diz-nos Marx:

« O princípio fundamental que nos deve guiar na escolha de uma vocação é o bem da humanidade e o nosso próprio aperfeiçoamento. Não se deve pensar que esses dois interesses são opostos e que um tem forçosamente de destruir o outro. Pelo contrário, a natureza do homem faz com que este só se possa realizar trabalhando para o seu próprio aperfeiçoamento e para o bem da sociedade em que vive…Diz-nos a história que os grandes homens foram sempre aqueles que se enobreceram trabalhando pelo bem universal.»

Karl Marx – Método

O método é baseado numa análise histórica que permite analisar a evolução social desde as sociedades primitivas até à sociedade do século XIX.

De acordo com o pensamento de Marx para se conhecer uma sociedade basta analisar o seu modo de produção. Ou seja, basta conhecer a forma como os homens se organizam para desenvolver a sua actividade material.

«A totalidade daquilo a que damos o nome de história universal não é senão a história da criação do homem pelo trabalho humano…»

«O trabalho dos proletários perdeu, com a extensão da maquinaria e a divisão do trabalho, todo o carácter autónomo e, portanto, todos os atractivos para os operários. Ele torna-se um mero acessório da máquina ao qual se exige apenas o manejo mais simples, mais monótono mais fácil de aprender. (…) não são apenas servos da classe burguesa, do Estado burguês, dia a dia, hora a hora, são feitos servos da máquina (…)»

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Materialismo Histórico

Pretende explicar a história das sociedades humanas, através dos factos materiais, essencialmente económicos e técnicos.

  «As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais.»

Defende que as transformações da sociedade se processam, essencialmente, a partir de uma base material e não através das ideias. Essa transformação resulta de um processo dialéctico de confrontação de dois pólos opostos.

Portanto, não é possível entender os conceitos marxianos como forças produtivas, capital, entre outros, sem se ter em conta o processo histórico, pois não são conceitos abstractos e sim uma abstracção do real, tendo como pressuposto que o real é movimento.

Material supera o ideológico

Apela à criação de uma ciência social que se autonomizasse da filosofia e se dedicasse ao estudo das relações humanas no mundo real e concreto.

Materialismo dialéctico

A dialéctica do materialismo é a posição filosófica que considera a matéria como a única realidade e que nega a existência da alma, de outra vida e de Deus.

Marx, rejeita, como Feuerbach, o idealismo, mas, ao contrário, não procura preservar os valores do cristianismo.

A dialéctica marxista afirma que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade.

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Marx acusou Feuerbach, afirmando que seu humanismo e a sua dialéctica eram estáticas: o homem de Feuerbach não tem dimensões, está fora da sociedade e da história, é pura abstracção. É indispensável segundo Marx, compreender a realidade histórica em suas contradições, para tentar superá-las dialecticamente.

Hengel Marx

Divisão do trabalho

Crítica ao sistema capitalista

Esta dicotomia de classes é característica do regime capitalista. Mais do que em qualquer outro modo de produção, o sistema capitalista,

tende a proporcionar as condições para a separação da sociedade em duas classes.

Esta divisão do trabalho implica o aumento da produtividade

Acumulação de excedentes.

Esta situação produz diferenciação entre quem produz – quem vende a sua força de trabalho - e os proprietários. Cria-se assim, de acordo com Marx, uma relação de exploração. Os detentores dos meios de

considerava ontologicamente a contradição (antítese) e a superação (síntese)

apresentava uma filosofia que procurava demonstrar a perfeição do que existia

considerava historicamente como contradição de classes vinculada a certo tipo de organização social

Marx apresentava uma filosofia revolucionária que procurava demonstrar as contradições

Estes excedentes são comercializados sendo que os proveitos, decorrentes da sua transacção comercial, revertem maioritariamente para o detentor dos

meios de produção, ou seja, para o capitalista burguês.

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Período de ditadura do proletariado: transição para uma sociedade livre e sem classes, em que o Estado segundo a doutrina, naturalmente murchará depois de ter sido omnipotente

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produção configuram-se como exploradores e os trabalhadores como explorados.

Marx aponta a divisão do trabalho como um factor negativo que retira importância social aos trabalhadores e os coloca numa posição de inferioridade social e como serviçais das próprias máquinas.

O trabalhador deixa de controlar as diversas fases da produção e perde um conjunto de competências que detinha e que lhe davam poder.

«Um homem que passa toda a vida a desempenhar algumas operações simples… não tem oportunidades de exercer a inteligência… Torna-se em geral o mais estúpido e ignorante que uma criatura humana pode ser»

Luta de classes

«Não devem satisfazer-se com reformas, nem depositar confiança na boa vontade dos políticos burgueses…»

Segundo Marx a ambição dos proletariados deverá ser, não o mitigar, mas sim a luta de classes.

Acreditava que os proletários, a força maioritária, que seriam a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade, socialista.

Entre estas duas classes dar-se-ia um confronto final que teria que, inevitavelmente, terminar na vitória do proletariado e posteriormente na eliminação definitiva de todas as classes.

A luta de classes conduz necessariamente à ditadura do proletariado. Esta ditadura é meramente o trânsito para a abolição de todas as classes e para a criação de uma sociedade livre e igualitária.

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Características do período de ditadura do proletariado:

Abolição dos direitos de sucessão Centralização de créditos nas mãos do Estado por meios de um

Banco Nacional, com capital e monopólio do Estado. Nacionalização de meios de produção e transporte Trabalho obrigatório com estabelecimentos de exércitos de

trabalho, principalmente na agricultura Combinação da agricultura com a indústria Educação livre Abolição do trabalho das crianças em oficinas.

Comunismo

A sociedade comunista é vista como a última fase do processo de libertação do modo capitalista: antes de se alcançar a sociedade sem classes e sem propriedade privada, é necessário passar por uma fase socialista. Esta fase socialista é uma espécie de processo de desmantelamento das principais referências do sistema capitalista.

A eliminação de classes não implicava, para Marx, a completa igualdade material entre os indivíduos. Marx pensava apenas que o novo modelo de sociedade iria esbater de forma acentuada essas diferenças e assim a sociedade seria tendencialmente igualitária.

«…a sociedade comunista permitirá o desenvolvimento integral das potencialidades e capacidades de todos os homens, o que é impossível em todos os outros sistemas anteriores de produção. …Só na comunidade social o homem se pode individualizar por intermédio da utilização dos recursos facultados pelos produtos colectivos» (Marx).

“O Capital”

A sua principal obra: O Capital

É um livro principalmente económico, tratando da teoria do valor, mais-valia, da acumulação do capital etc. Marx reuniu

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documentação imensa para continuar esse volume, mas não chegou a publicá-lo. Os volumes II e III de O Capital foram editados por Engels, em 1885 e em 1894.

Teoria da Mais valia - O conceito foi empregue por Marx para explicar a obtenção dos lucros no sistema capitalista. Para Marx o trabalho gera a riqueza, portanto, a mais-valia seria o valor extra da mercadoria. A diferença entre o que o empregado produz e o que ele recebe. Os operários em determinada produção produzem bens (ex: 100 carros num mês), se dividirmos o valor dos carros pelo trabalho realizado dos operários teremos o valor do trabalho de cada operário. Entretanto os carros são vendidos por um preço maior, esta diferença é o lucro do proprietário da fábrica, a esta diferença Marx chama de valor excedente ou maior, ou mais-valor.

O excedente originado pelos trabalhadores acaba sempre nas mãos dos capitalistas, classe que fica cada vez mais rica às custas do empobrecimento do proletariado

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ConclusãoMarx foi um humanista, para quem a liberdade, a dignidade e a

actividade constituíam as premissas fundamentais da genuína sociedade. Como humanista acreditou na unidade de todos os homens e na capacidade de o homem criar uma nova harmonia com o Homem e a natureza.

Fez com que se levantasse a bandeira do comunismo e se atacasse o sistema capitalista. Defendia a ideia de que a classe trabalhadora deveria unir-se com o propósito de derrubar o capitalismo que.

Deixou muitos seguidores dos seus ideais. Lenine foi um deles, e, na União Soviética, utilizou as ideias marxistas para sustentar o comunismo, que, sob sua liderança, foi renomeado para marxismo-leninismo.

Até hoje, as ideias marxistas continuam a influenciar muitos historiadores e cientistas sociais que, independente de aceitarem ou não as teorias do pensador alemão, concordam com a ideia de que para se compreender uma sociedade deve-se entender, em primeiro lugar, a sua forma de produção.

Adam Smith foi um economista e filósofo escocês. Considerado o mais importante teórico do liberalismo económico. Assim acreditava que a iniciativa privada deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. A competição livre entre os diversos fornecedores/produtores levaria não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas, com o principal fim de baratear o custo de produção e vencer os competidores.

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Autor de "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", a sua obra mais conhecida, e que continua a ser uma referência para gerações de economistas. As suas doutrinas económicas e morais encontram-se actualmente presentes não só na educação dos indivíduos, mas também se encontram vigentes nas economias modernas dos países, bem como nas democracias liberalistas.

Stuart Mill, era a semelhança de Smith um liberalista, mas também utilitarista e mais tarde socialista. Defendia o livre mercado, mas também a intervenção na economia através dos impostos principalmente. Fez grandes obras na sociedade, como o voto das mulheres. Deixou uma grande obra que se estendeu também para educação durante longos anos.

Concluindo com uma pequena análise comparativa, temos dois pensadores que se aproximam em termo ideológicos, Smith e Mill, ambos defendem o liberalismo económico, num sistema de livre mercado, e social. Já Marx se distancia destes dois pensadores, uma vez que defendia a total igualdade de classes que perante um sistema de livre mercado, ou melhor dizendo capitalista, não aconteceria. Observamos então um certa discórdia em Marx em relação aos outros dois pensadores.

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Bibliografia

Fontes de Adam Smith:

1. http://www.suapesquisa.com/biografias/adam_smith.htm (Dezembro de 2009)2. http://www.cobra.pages.nom.br/ftm-liberalismo.html (Dezembro de 2009)3. http://www.economics.ox.ac.uk/members/robert.allen/Papers/smith-2.pdf

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4. www.economia2008.com (Dezembro de 2009)5. http://www.pensador.info/autor/Adam_Smith/ (Dezembro de2009)6. http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/adam_smith.html (Dezembro

de 2009)7. http://www.cobra.pages.nom.br/fmp-smith.html (Dezembro de 2009)8. http://www.wikipedia.pt/ (Dezembro de 2009)

Fonte de Karl Marx:

1. http://www.suapesquisa.com/biografias/marx/ 2. http://www.culturabrasil.pro.br/marx.htm 3. http://www.eses.pt/usr/ramiro/docs/etica_pedagogia/A%20%C3%89TICA%20DE

%20KARLMARX%5B1%5D.pdf4. http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx 5. http://sociologicar.blogspot.com/2009/07/os-fundadores-da-sociologia-

enquanto.html6. Manuscritos Económicos filosóficos7. Dicionário de Politica8. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira9. Clássicos de Bolso – Antologia filosófica – Marx e Engels

Fontes de Stuart Mill:

1. http://www.wikipedia.pt/ 2. Princípios da Economia Política3. Enciclopédia de Ciência Política

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