Adaptaçãos literarias para quadrinhos

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ADAPTAÇÕES LITERARIAS EM QUADRINHOS

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Publicação desenvolvida para pesquisa.

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ADAPTAÇÕESLITERARIAS

EMQUADRINHOS

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SUMÁRIO

IntroduçãoAplicação na EducaçãoAdaptaçãoAdaptações BrasileirasO AlienistaO Pagador de PromessasO CortiçoDom CasmurroO GuaraniMemórias Póstumas de Brás CubasAdaptações EstrangeirasDom QuixoteO Pequeno PrincipeHamletO Corcunda de Notre DameA Baleia BrancaA Princesa e o Sapo

Arte e Diagramação: Dayane Deise Silva Santos

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É possível usar as histórias em quadrinhos na salas de aula? Ex-istem professores que dizem sim para esta pergunta. Um exemplo é o professor Elydio, pois o uso destas adaptações traz grade interesse para os alunos, levando-os à reflexão e auto conhecimento.

“A leitura dos quadrinhos favorece um desenvolvimento mais harmonioso entre as tarefas de analisar racionalmente e o trabalho de ler o mundo com sensibilidade. Quero lembrar também que o próprio Ministério da Educação sugere a utilização das histórias em quadrinhos no trabalho escolar”, diz o diretor.

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Os quadrinhos sempre foram consid-erados uma forma secundaria de leitu-ra, por muito tempo sem muito credito na literatura. Eles trazem uma dinâmica forte, levando o leitor a mergulhar nas histórias através das imagens.

Nos últimos anos, os quadrinhos veem conquistando um novo espaço, sendo utilizado na área educacional com adaptações para obras literárias. Muitos sucessos literários já foram adaptados e trouxeram grande aceita-ção às histórias contadas.

A aceitação é grande, mas ainda hoje, existe um grande preconceito com os quadrinhos, por criticas defenderem que afastam os leitores da obras origi-nais.

Aqui serão apresentadas famosas adaptações, revelando arte sequencial se unindo com a arte literal.

“Para definir histórias em quadrinhos, não basta usar do senso comum e dizer que são desenhos acompanhados de palavras, pois nem sempre temos desen-hos e palavras ao mesmo tempo em um quadrinho”. (Lielson Zeni)

INTRODUÇÃO

APLICAÇÃOEDUCAÇÃO

NA

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Segundo alguns especialistas, como Lielson Zeni, mestre em Estu-dos Literários pela Universidade Federal do Paraná, com o estudo “A Metamorfose da Linguagem: Análise de Kafka em Quadrinhos”, não há uma fórmula que garanta a qualidade de uma adaptação.

“Quando se está escrevendo, o mundo que você cria está nas palavras e na imaginação do leitor, enquanto nos quadrinhos você tem que mostrar tudo aquilo. Se você tiver um número de páginas limitado, você terá que escolher melhor as imagens para caber tudo isso dentro da história”, explica Fábio Moon, que também cita vanta-gens.

Muitas adaptações brasileiras foram feitas de grandes obras primas da literaturas, de grandes mestres, Machado de Assis, Dias Gomes, Aluisio Azevedo, José de Alencar entre outros.

Os quadrinhos são de diferentes estilos gráficos, com um roteiro forte e simples, dando ao leitor grande compreensão na complexa linguagem literária que esse grandes autores trazem.

AdaptaçõesAdaptação Brasileiras

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OPDE PROMESSAS

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A missão de transformar em quadrinhos um dos contos mais fa-mosos de Machado de Assis coube aos gêmeos Fábio Moon e Gabri-el Bá. E o resultado ficou excelente. “Nossa intenção era preservar ao máximo o texto original, o jeito que Machado de Assis escrevia. Mas, ao mesmo tempo, queríamos que fosse uma história em quadrinhos, não uma história ilustrada”, declarou Moon.

“Acho que é uma oportunidade legal para alguns fãs de HQs conhecerem essa obra tão importante; e de leitores de Machado de Assis lerem uma história em quadrinhos”, ressalta Moon. Essa tese, aliás, é endossada pelo escritor Flávio Moreira Costa, que assina o prefácio da edição.

Adaptar uma obra já é, por si só, uma en-crenca. Imagina então adaptar uma que, do texto para teatro original, já virou até filme vencedor de Palma de Ouro.

Guazzelli apostou num roteiro simples, correto e acessível, sem deslumbramentos e rococós - como, aliás, é o trabalho de Dias Gomes.

É na arte que Guazzelli mata a pau.Sua opção é a de fazer uma arte singela,

simples, mas profundamente tocante.O trabalho de Guazzelli é primoroso. Das

diversas adaptações de literatura brasileira para HQ que vêm sendo publicadas nos últi-mos anos, é uma das mais brilhantes.

O ALIENISTAO

DEPAGADORPROMESSAS

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HQ tem roteiro e adaptação de Ronaldo Antonelli, desenhos de Francisco L. Vilachã e cores de Fernando A. A. Rodrigues.

A obra O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, faz parte da coleção Literatura Brasileira em Quadrinhos.

O personagem principal deste livro não é de carne e osso.

Nem mesmo João Romão, o português bronco e ambicioso que explora até a última gota de sangue da escrava trabalhadeira Bertoleza...

A negra também não serve de heroína, nem a sensual Rita Baiana.

A vida contada no livro é a do próprio cortiço, personagem de um mundo sem leis, valores, nem moral.

Dom Casmurro é um dos principais clás-sicos de nossa literatura e foi transportada numa fiel adaptação para os quadrinhos por dois autores de destaque das HQs brasileiras, Wellington Srbek e José Aguiar.

O roteirista Welington Srbek consegue preservar toda a riqueza do texto mach-adiano, reunindo os 148 capítulos curtos que integram a obra original em 20 partes.

O realismo que caracteriza a obra é tam-bém transposto nos traços dos desenhos em preto e branco de José Aguiar, que trazem dois estilos para diferenciar a narração feita por Casmurro dos fatos que ele narra.

O

DOM

CORTIÇO

CASMURRO

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O trabalho editorial competente coroa a ótima adaptação. O roteiro é assinado por Ivan Jaf, que captura o essencial da longa obra de Alencar, suprimindo algumas passa-gens de menor importância. Sem as longas narrativas da literatura romântica, a história cresce em emoção e diversão, cativando o leitor com muita ação e relacionamentos amorosos.

Mas o principal motivo para regozijo de quem gosta de quadrinhos é a arte de Luiz Gê. O desenhista estava afastado das HQs havia muito tempo, deixando órfãos os fãs do seu trabalho. Talvez por isso, supondo que ele tenha desenhado primeiro as pá-ginas inicias, a arte demora um pouco a engrenar. É possível perceber que Gê estava “enferrujado”.

“Memórias Póstumas de Brás Cubas” é Considerada por muitos a obra máxima da literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas inaugura o Realismo no Brasil. Nela, Machado de Assis narra, com extrema maestria, a vida e a morte de Brás Cubas, membro da alta sociedade carioca da se-gunda metade do século XIX. A publicação, lançada pela Escala Educacional é escrita e ilustrada pelo quadrinista Sebastião Seabra; a mesma possui 48 paginas.

O GUARANI

MEMÓRIAS

DEPOSTUMAS

BRÁS CUBAS

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ADAPTAÇÕESESTRANGEIRAS

DOM QUIXOTE

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As adaptações estrangeiras são bem antigas, com diverças series de grandes obras, com grandes nomes como: Miguel de Cervantes, Antonie de Saint-Exupéri, Willian Shakespear, Herman Melville e muitoa outros.

Os exemplos aqui apresentados, destacam o grande Will Eisner entre outro diferentes estilos de arte, com grande roteiros, que visam sempre a fidelidade a obra original.

Will Eisner usa a linguagem da história em quadrinhos para apre-sentar aos leitores jovens um dos maiores clássicos da literatura mundial: Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1547-1616). Em ritmo movimentado, ele conta as aventuras do sonhador que era visto como um velho maluco e mostra de que maneira os sonhos de Dom Quixote acabaram sendo eternizados.

Para narrar a história do “cavaleiro de triste figura”, Will Eisner, o criador do Spirit, usa todo o seu poder de síntese. Tanto no plano das imagens como no plano do texto, cada quadrinho é altamente informativo.

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PEQUENOPRINCIPE

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O

HAMLET

O livro de Sfar, que sai no Brasil pela edi-tora Agir, não é uma versão fiel do clássico infantil, mas uma nova obra, daí seu brilho. A revista francesa Lire, aliás, chegou a eleger “O pequeno príncipe” (Agir, cor, 112 pgs., R$ 34) em quadrinhos como a melhor HQ do ano.

Mérito de Sfar, que ao inserir na história o autor, Saint-Exupéry, obviamente como o aviador que narra a HQ, mostrou um novo ol-har: “Acho que cada um tem sua história com ‘O pequeno príncipe’. Para mim, foi o livro em que aprendi o que era a morte e também as aquarelas”, chegou a dizer Sfar na época do lançamento, na França.

Adaptação de Steven Grant como roteirista de Tom Mandrake com a arte.

Hamlet é uma tragédia de William Shakespeare, escrita entre 1599 e 1601. A peça, situada na Dinamarca, reconta a história de como o Príncipe Hamlet tenta vingar a morte de seu pai Hamlet, o rei, executando seu tio Cláudio, que o envenenou e em seguida tomou o trono casando-se com a mãe de Hamlet. A peça traça um mapa do curso de vida na loucura real e na loucura fingida — do sofrimento opressivo à raiva fervorosa — e explora temas como a traição, vin-gança, incesto, corrupção e moralidade.

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A BALEIA BRANCA

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OPDE PROMESSASCORCUNDA

NOTREDAMEDEO

Em O Corcunda de Notre Dame, o número 2 da coleção, vivendo recluso na Catedral de Notre Dame, o forte e estranho Quasímodo é tratado por todos como um monstro, até que encontra a gentil cigana Esmeralda e se torna um surpreendente herói ao salvá-la de uma injusta sentença de morte. Clássico de Victor Hugo, adaptado por L. L. Owens e ilustrado por Greg Rebis.

Will Eisner contou com a popularidade da história ao criar a sua versão em quadrinhos: certo de que bem ou mal o leitor faz idéia de que vai acompanhar a luta de morte entre um homem e uma baleia, ele pôde montar uma seqüência narrativa feita quase exclu-sivamente de momentos tensos. Com seu traço ao mesmo tempo realista e expres-sionista, com suas cores fortes que tomam conta de cada quadrinho, Eisner recompõe a obsessão do capitão Ahab em destruir o ser monstruoso que já lhe arrancara uma perna. Sem medir conseqüências, Ahab lança-se mar afora para encontrar a grande baleia branca e, nessa busca, arrasta junto a tripula-ção. Moby Dick, encarnação do mal, encon-tra a morte, mas é esse também o destino de seus perseguidores.

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PRINCESASAPOOE

A

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Esta versão de um dos mais famosos con-tos de fada dos irmãos Grimm é uma dessas empreitadas que está muito longe de ser um trabalho “menor” na carreira de Eisner. Mesmo narrando uma história universal-mente conhecida, o autor dá mostras de sua genialidade inserindo elementos marcantes no texto e no desenho.

O estilo teatral do desenho e da narrativa visual de Eisner dá um forte ar dramático à história, que chega a parecer uma peça de William Shakespeare.

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