Adesão-adesivos

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Os sistemas adesivos são compostos por uma associação de monómeros hidrofóbicos e hidrofílicos dissolvidos num solvente orgânico como a água, o etanol ou a acetona. (Patrícia de Britto Pereira Garcia DUARTE e Eduardo Moreira da SILVA., 2007) a)Evolução dos adesivos A evolução dos adesivos dentários bem como a sua utilização é bastante recente, contudo a utilização destes vem dos tempos dos Maias que utilizavam cimentos ácidos para ligar os seus inlays feitos de pedras semi-preciosas. (Grayson W. Marshall Jr., 2007) Apesar da tecnologia moderna dos adesivos ter tido a sua raiz em 1940, quando Hagger iniciou o uso de monómeros ácidos com o objectivo de alcançar uma melhor ligação ao esmalte e à dentina, foi somente em 1955 que Buonocore revolucionou a área de denstisteria restaurativa ao publicar um artigo denominado “A simple method of increasing the adhesion of acrylic filing materials to enamel surfaces”.(Grayson W. Marshall Jr., 2007) (MICHAEL G. BUONOCORE., 1955) Neste, Buonocore indicava diferentes abordagens que incluíam, o desenvolvimento de novos materiais com propriedades adesivas, a modificação dos materiais já existentes utilizando revestimentos com propriedades adesivas entre o material de restauração e o dente bem como, a alteração da superfície do dente através de um tratamento químico com o objectivo de produzir uma nova superfície rugosa, de modo aos materiais aderirem mais facilmente. (Jorge Perdigão) (J. Perdigao et al., 1994) (MICHAEL G. BUONOCORE., 1955). É necessário que a superfície do dente esteja limpa, de modo que as partículas de H 2 0, detritos orgânicos e biofilmes sejam removidos para que não interferiram na adesão. (Sally J. Marshall et al., 2009). Buonocore fixou-se preferencialmente na alternativa, visando a ligação ao esmalte, pois descobriu que o ácido fosfórico ou preparações contendo ácido fosfórico eram usadas para tratar superfícies metálicas com o objectivo de obter uma adesão mais eficaz por parte das resinas e tinta. (MICHAEL G. BUONOCORE,. 1995)

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Materiais Dentários

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  • Os sistemas adesivos so compostos por uma associao de monmeros

    hidrofbicos e hidroflicos dissolvidos num solvente orgnico como a gua, o etanol ou

    a acetona. (Patrcia de Britto Pereira Garcia DUARTE e Eduardo Moreira da SILVA.,

    2007)

    a)Evoluo dos adesivos

    A evoluo dos adesivos dentrios bem como a sua utilizao bastante recente,

    contudo a utilizao destes vem dos tempos dos Maias que utilizavam cimentos cidos

    para ligar os seus inlays feitos de pedras semi-preciosas. (Grayson W. Marshall Jr.,

    2007)

    Apesar da tecnologia moderna dos adesivos ter tido a sua raiz em 1940, quando

    Hagger iniciou o uso de monmeros cidos com o objectivo de alcanar uma melhor

    ligao ao esmalte e dentina, foi somente em 1955 que Buonocore revolucionou a rea

    de denstisteria restaurativa ao publicar um artigo denominado A simple method of

    increasing the adhesion of acrylic filing materials to enamel surfaces.(Grayson W.

    Marshall Jr., 2007) (MICHAEL G. BUONOCORE., 1955)

    Neste, Buonocore indicava diferentes abordagens que incluam, o

    desenvolvimento de novos materiais com propriedades adesivas, a modificao dos

    materiais j existentes utilizando revestimentos com propriedades adesivas entre o

    material de restaurao e o dente bem como, a alterao da superfcie do dente atravs

    de um tratamento qumico com o objectivo de produzir uma nova superfcie rugosa, de

    modo aos materiais aderirem mais facilmente. (Jorge Perdigo) (J. Perdigao et al., 1994)

    (MICHAEL G. BUONOCORE., 1955).

    necessrio que a superfcie do dente esteja limpa, de modo que as partculas de

    H20, detritos orgnicos e biofilmes sejam removidos para que no interferiram na

    adeso. (Sally J. Marshall et al., 2009).

    Buonocore fixou-se preferencialmente na alternativa, visando a ligao ao

    esmalte, pois descobriu que o cido fosfrico ou preparaes contendo cido fosfrico

    eram usadas para tratar superfcies metlicas com o objectivo de obter uma adeso mais

    eficaz por parte das resinas e tinta. (MICHAEL G. BUONOCORE,. 1995)

  • Desde ento o cido fosfrico foi considerado um prottipo de um cido

    aplicado na estrutura do dente proporcionando uma interaco dos adesivos com as

    microporosidades resultantes da eroso cida. (Jorge Perdigo).

    Uma das maiores contribuies de Buonocore foi tornar-nos conscientes de que

    os poros microscpicos aumentam a reteno dos materiais dentrios. (Grayson W.

    Marshall Jr., 2007)(MICHAEL G. BUONOCORE., 1955)

    Foi somente com Bowen em 1960 que se falou nos adesivos para a dentina e se

    iniciou um estudo com o objectivo de formar novos adesivos.(Grayson W. Marshall Jr.,

    2007) Contudo esta tarefa no foi fcil e Bowen teve de ter em ateno que a ligao

    adesiva dentina mais difcil que a ligao ao esmalte conseguida anteriormente.

    Bowen tambm teve de ter em ateno que a dentina um tecido que no pode ser

    exposto a cidos fortes, a presena de gua deve ser minimizada pois vai preencher

    espaos que as molculas adesivas deviam preencher, bem como, as molculas adesivas

    devem ser no mnimo bi-funcionais para se ligarem de um lado superfcie do dente e

    do outro lado resina do composto. (Grayson W. Marshall Jr., 2007)(J. Perdigao et al.,

    1994)(25).

    Em 1979, Fusayama e os seus colaboradores apresentaram o seu estudo que revelou

    ser possvel fazer uma ligao condicionamento cido-dentina, sem quaisquer reaces

    significativas sobre a polpa, o que se considerou um avano essencial para a adeso.

    (Grayson W. Marshall Jr., 2007)

    Outro marco importante foi em 1982, no Japo, quando Nakabayaski e os seus

    colaboradores publicaram um artigo a propsito da formao de adeso atravs da

    infiltrao de monmeros nos substratos dentrios depois do condicionamento cido

    que ir dar origem camada hibrida. Este artigo apresentava a camada hibrida e uma

    teoria para a sua formao. (Karen A. Schulze et al., 2004)(Grayson W. Marshall Jr.,

    2007)(J. De Munck et al., 2005)

    A principal falha nas restauraes utilizando adesivos a sua durabilidade limitada

    in vivo. As principais razes para este fracasso so, a perda de reteno e a adaptao

    marginal. (J. De Munck et al., 2005)

    b) Princpios da adeso

  • A adeso definida como um fenmeno em que duas superfcies se ligam atravs de

    um processo qumico ou fsico com a ajuda de um adesivo. (Juan I. Rosales-Leal et al.,

    2001) (K.L. Van Landuyt et al., 2008) (Sally J. Marshall et al., 2009)

    A adeso fsica, nomeadamente a reteno micromecnica, o principal mecanismo

    utilizado e o mais eficaz a criar ligaes mais fortes e duradouras entre a resina e a

    superfcie dentria. Este consiste inicialmente no condicionamento cido, que resulta,

    no caso da dentina, na desmineralizao e na remoo da smear layer. As fibras de

    colagnio so expostas devido desmineralizao, as irregularidades da superfcie so

    aumentadas e o adesivo e a resina entram dentro dos tbulos dentinrios formando os

    resin tags que complementam a adeso impedido que fluidos subam atravs dos tubulos

    dentinrios. As fibras expostas de colagnio, nomeadamente os espaos interfibrilares,

    so seguidamente preenchidos por resina, que vai penetrar na dentina desmineralizada

    criando a camada hibrida, com o objectivo de proteger as fibras de colagnio, preencher

    os espaos interfibrilares como tambm, permitir o interlocked mecnico. (Sally J.

    Marshall et al., 2009)(Patrcia de Britto Pereira Garcia DUARTE e Eduardo Moreira da

    SILVA., 2007)(Viviane Hass et al ., 2012)(Andr Figueiredo REIS et al., 2006)(Juan I.

    Rosales-Leal et al., 2001)

    Relativamente adeso qumica, esta pode manifestar-se por ligaes covalentes e

    inicas contudo so muito difceis de produzir in vivo. Foi demonstrado que os grupos

    funcionais capazes de libertar um ou mais protes tais como o fosfato, carboxilo e

    grupos fosfato, podem potenciar uma ligao qumica ao clcio presente nos cristais de

    hidroxiapatite. Os monmeros funcionais vo descalcificar ou ligar-se ao substrato

    dentrio ou seja, o grupo funcional primeiro interage ionicamente com o clcio presente

    nos cristais de hidroxiapatite. Dependendo da estabilidade do complexo clcio-

    monmero resultante, esta ligao inica pode decompor e desmineralizar a superfcie

    dentria ou permanecer quimicamente estvel com o clcio. (K.L. Van Landuyt et al.,

    2008)(Sally J. Marshall et al., 2009)

    A interaco qumica adicional importante para prevenir a nanoinfiltrao e

    promover a vida de uma restaurao adesiva. (K.L. Van Landuyt et al., 2008)(Sally J.

    Marshall et al., 2009)

  • I) Adeso dentina

    Tal como foi referido anteriormente, Bowen teve de ter em ateno a adeso

    dentina pois, muitos factores contribuem para a dificuldade desta ligao, tais como

    o elevado contedo orgnico da dentina, as variaes na sua composio intrnseca,

    a presena de fluido e processos odontoblsticos nos tbulos, a presena de smear

    layer que uma camada composta por uma mistura de colagnio, minerais,

    biofilmes, detritos orgnicos e partculas de H2O que so fracamente aderentes

    dentina subjacente obstruindo os tbulos dentinrios, bem como a humidade

    inerente da superfcie que impede a penetrao da resina visto que esta era

    maioritariamente hidrofbica. (Grayson W. Marshall Jr., 2007)(J. Perdigao et al.,

    1994)(25)(Grayson W. Marshall Jr et al., 1997).

    O elemento chave para uma adeso forte a associao entre o adesivo e o

    substracto ou seja o adesivo deve escoar para o interior de todas as irregularidades

    da superfcie. A este escoamento denominamos molhabilidade. Como h pouca

    evidncia para a formao de ligaes qumicas dentina, a adeso depende da

    penetrao eficaz do adesivo na dentina parcialmente ou totalmente

    desmineralizada, dependendo do sistema de adesivo utilizado bem como da

    presena ou no de smear layer.(J. Perdigao et al., 1994)(25)(Grayson W. Marshall

    Jr et al., 1997).

    Figura 2- Passos chave para o desenvolvimento de

    uma boa adeso. (Retirada e adaptada de After Bayne

    SC: Bonding to dental substrates. In Craig RG, Powers

    JM, editors: Restorative dental materials, ed 11, St Louis,

    2001, Mosby Sturdevants Art & Science Of Operative Dentistry, 5 th Edition.)

  • Actualmente, a abordagem utilizada consiste na formao de uma camada hibrida

    devido penetrao de monmeros na dentina desmineralizada que vo polimerizar em

    torno das fibras de colagnio. (J. Perdigao et al., 1994)(25)(Grayson W. Marshall Jr et

    al., 1997).

    II)Agentes da adeso

    Existem alguns requisitos que influenciam a adeso que so de extrema importncia:

    -Superficies limpas: As partculas de H2O, detritos orgnicos, biofilmes, mistura de

    colagnio e minerais esto sempre presentes e interferem na adeso. Estes no podem

    ser eliminados atravs da higiene oral comum, como dentfricos. necessrio o

    condicionamento cido que remove a maioria doa contaminantes e produz uma

    superfcie rugosa para a ligao micromecnica e forma facetas nos cristais

    mineralizados. (Sally J. Marshall et al., 2009)(Patrcia de Britto Pereira Garcia

    DUARTE e Eduardo Moreira da SILVA., 2007)(Viviane Hass et al ., 2012)

    -Microporosidades refora a capacidade dos monmeros penetrarem o substracto

    condicionado. (Sally J. Marshall et al., 2009)

    -ngulo de contacto adequeado. A aderncia requer um contacto ntimo do adesivo

    superfcie de adeso. Para que esta adeso ocorra, necessrio que o adesivo molhe

    substracto. O mtodo mais comum para se obervar este molhagem a medio do

    ngulo de contacto. (Sally J. Marshall et al., 2009)

    -Baixa viscosidade e o fluxo de adesivos adequados. O adesivo deve ser pouco

    viscoso de maneira a conseguir fluir, espalhar e adaptar-se dentro da superfcie aderente

    durante o tempo de aplicao. (Sally J. Marshall et al., 2009)

    2- Sistemas Adesivos

    Na primeira classificao dos adesivos estes eram divididos em 7 geraes, s em

    2003 Van Meerbeek, et al propuseram uma classificao mais simples baseando-se na

    sua interaco com os substractos dentrios e o nmero de passos na sua utilizao

    sendo que a principal diferena entre eles a existncia de um condicionamento cido

  • separado do primer e do adesivo. Passaram ento a classificar-se os adesivos como:

    Etch-and-rinse em que se remove a smear layer aplicando a tcnica do condicionamento

    cido separadamente e os Self-etch que mantm a smear layer no substracto, tm um

    nmero de passos reduzidos e apresentam o passo do condicionamento cido em unio

    com o primer ou com o primer e o adesivo. (Mario Honorato SILVA E SOUZA

    JUNIOR et al., 2010) (M. Yamautii et al., 2002) (27)

    I)Etch and rinse

    Apesar da camada de smear layer actuar como uma barreira de difuso, que reduz a

    permeabilidade da dentina, esta, uma barreira que impede uma adeso eficaz

    dentina. Por esta razo, surgiram os adesivos com indicao para a dentina sujeita a um

    condicionamento cido ou seja, aplicado um cido seguido de um processo de

    lavagem que vai preparar a superfcie do substrato para uma adeso forte e consistente

    da resina retirando a smear layer. (28)(Mario Honorato SILVA E SOUZA JUNIOR et

    al., 2010)

    Denomina-se three-step quando o processo de adeso se encontra dividido em trs

    passos sendo que o primeiro passo consiste no condicionamento cido do esmalte ou

    dentina referido anteriormente, que permite o aumento da vida til das restauraes com

    resina composta, diminuindo a possibilidade de colorao marginal, caries secundarias e

    sensibilidade ps-operatrio. Esta tcnica baseia-se na aplicao de um cido, como o

    fosfrico de 32% a 40%, para a remoo da smear layer e desmineralizao da dentina

    subjacente a uma profundidade de 3 a 6 m, expondo o colagnio intertubular e

    peritubular abrindo os tbulos e criando uma superfcie irregular de baixa energia.

    Contudo, existem alguns efeitos que podem variar dependendo de alguns factores tais

    como o tipo de dentina, a profundidade e a orientao dos tbulos. A aplicao deste

    no deve exceder os 15 segundos pois vai resultar na degradao das fibras de colagnio

    que prejudicial adeso e propicio degradao. (Andr Figueiredo REIS et al.,

    2006)(Mario Honorato SILVA E SOUZA JUNIOR et al., 2010)(J. De Munck et al.,

    2005)(Philips)(28)

    O segundo passo consiste na aplicao do primer, que contm monmeros

    hidrofilicos que se ligam dentina e hidrofbicos que se ligam ao material restaurador,

    dissolvidos num solvente que pode ser etanol, acetona ou gua. Os solventes so

    importantes para assegurar a difuso dos monmeros na dentina desmineralizada e tm

  • de ser posteriormente evaporados. Os monmeros infiltram-se nas fibras de colagnio

    quando so colocados sobre o substracto levemente humedecido formando uma rede

    polimrica de ligaes cruzadas originando a camada hibrida que possibilita a ligao

    do adesivo como tambm, entram dentro dos tbulos dentrios formando os resin tags.

    (Mario Honorato SILVA E SOUZA JUNIOR et al., 2010)(phillips)(28)(Y. Malyk et al.,

    2009)(Polliana Vilaa SILVA et al., 2012)

    Um dos monmeros mais utilizados o HEMA (2-hydroxymethyl methacrylate).

    muito utilizado tanto nos etch-and-rinse de dois ou trs passos e uma das razes para a

    sua preferncia est relacionado com a sua capacidade hidroflica que o torna um

    excelente promotor da adeso aumentando a fora da ligao.(Mario Honorato SILVA

    E SOUZA JUNIOR et al., 2010)(Philips)

    A ltima etapa resume-se aplicao do adesivo, sobre a superfcie dentria

    previamente condicionada e onde o solvente do primer j foi evaporado. Deve-se

    remover o excesso de resina com um pincel e no com um jacto de ar, para evitar a

    inibio por oxignio que iria inibir a polimerizao do primer e do bond que feita em

    simultneo.(Mario Honorato SILVA E SOUZA JUNIOR et al., 2010)(Andr Figueiredo

    REIS et al., 2006)(Philips)

    A presena de fibras de colagnio desprotegidas na dentina podem ser explicadas

    pela presena de gua residual que pode impedir a completa infiltrao dos monmeros

    na zona de desmineralizao o que compromete a infiltrao ideal dos adesivos bem

    como a polimerizao. Por isso importante que o primer contenha um solvente que

    evapore facilmente e remova a gua. (Mario Honorato SILVA E SOUZA JUNIOR et

    al., 2010) (Philips)(28)

    Contudo, existe uma necessidade de simplificar este processo de adeso, diminuindo

    o tempo de aplicao e reduzir a probabilidade de erros. Como consequncia

    apareceram os Etch-and Rinse de dois passos. Estes tiveram origem no Japo e so

    denominados adesivos de quinta gerao pois combinam o primer e o bonding num

    nico passo.(28)

    importante referir que os sistemas etch-and-rinse com apenas dois passos possuem

    alguns problemas como por exemplo, quando os monmeros hidrofbicos e hidrofilicos

    esto combinados com os solventes, podem causar alguma desordem qumica. (Mario

    Honorato SILVA E SOUZA JUNIOR et al., 2010)

  • II) Self-etch

    Os sistemas autocondicionantes foram introduzidos para controlar a sensibilidade

    humidade secagem excessiva da tcnica etch-and-rinse bem como, reduzir o tempo

    de aplicao e diminuio da possibilidade de ocorrerem erros durante o procedimento.

    Podem ser compostos por dois passos, two-bottle self-etch em que se combina o

    condicionamento cido com o primer e de seguida aplica-se o bond ou apenas por um

    passo que se denomina all-in-one self-etch, que se combina o condicionamento cido, o

    primer e o bond. (Manoel M.Junior et al., 2011)(A.Ruya Yazici et al.,

    2012)(25)(Tomoyuki TAKAI et al., 2012)(28).

    Globalmente estes sistemas baseiam-se na utilizao de um primer acidico sem

    remover a smear layer. Os monmeros de primer cidos infiltram-se atravs da smear

    layer, na matriz da dentina removendo a hidroxiapatite e expondo cerca de 0.5 a 1 m

    de colagnio intertubular, criando uma camada hibrida especial que contm uma zona

    de smear layer hibridizada e uma zona inferior de dentina desmineralizada infiltrada

    pelo primer cido e por resina. (M. Yamautii et al., 2002)(28)(Mario Honorato SILVA

    E SOUZA JUNIOR et al., 2010)

    Contudo, existem algumas desvantagens. A alta concentrao de solventes presentes

    nos sistemas self-etch podem prejudicar a polimerizao dos monmeros dentro da

    dentina desmineralizada e esta polimerizao incompleta resulta no aumento da

    permeabilidade das camadas adesivas e reduz as propriedades mecnicas do polmero

    dentro da camada hibrida. Alm disso, estes sistemas tm uma capacidedade de

    selamento menor, o que torna a restaurao mais propensa degradao. (Eiji Yoshida

    et al,. 2006)(Viviane Hass et al ., 2012)

  • Alm disso, a sua interface de ligao mais sensvel ao ataque da gua e a

    separao das faces monmero-solvente ocorrem na interface adesiva dentina. Estes

    problemas so provavelmente, devido a altas concentraes de monmeros hidrfilos e

    monmeros cidos da resina e da falta de uma camada de resina hidrofbica de

    acoplamento. (Eiji Yoshida et al,. 2006)(Viviane Hass et al ., 2012)

    Outra grande desvantagem deste tipo de adesivos que apresenta uma ligao

    resina-dentina mais baixa e uma nanoinfiltrao extensa e interfacial comparativamente

    com as outras abordagens de ligao. (Viviane Hass et al ., 2012)

    Uma possibilidade de evitar a hidrolise dos monmeros hidrofilicos como o

    HEMA, presentes em grande quantidade nos sistemas self-etching, consiste em revestir

    a dentina preparada, com uma camada adicional de um agente hidrofbico convertendo

    um adesivo de um passo em dois passos. (Mario Honorato SILVA E SOUZA JUNIOR

    et al., 2010)

    A gua um solvente indispensvel nos adesivos self-etching para ionizar os

    monmeros cidos e desencadear o processo de desmineralizao logo, estes sistemas

    autocondicionates contm grandes quantidades de gua o que por vezes constitui um

    problema devido gua residual que permanece dentro da interface adesivo formando

    bolhas e diminuindo a fora de ligao que dificilmente removida. (Mario Honorato

    SILVA E SOUZA JUNIOR et al., 2010) (Karen A. Schulze et al., 2004)

    Outro estudo indica que o excesso de gua pode competir com o HEMA na zona

    desmineralizada. (Karen A. Schulze et al., 2004)

    Os all-in-one self etch, apesar de terem uma aplicao mais rpida so os

    sistemas de adesivos mais propcios degradao pois contm altas concentraes de

    monmeros hidrfilicos e tm falta de uma camada maior de resina hidrofbica de

    acoplamento comportando-se como uma barreira semi-permevel (Mario Honorato

    SILVA E SOUZA JUNIOR et al., 2010)(28)

  • Sistemas adesivos Vantagens Desvantagens

    Etch-and-Rinse No ocorre nanoinfiltrao Maior capacidade de selamento Ligaes resina-dentina mais fortes

    Secagem excessiva gua residual Mais demorada Fibras de colagnio desprotegidas na dentina

    Self-Etch Menor sensibilidade humidade

    Menor sensibilidade secagem excessiva

    Reduo do tempo de aplicao

    Diminuio da possibilidade de ocorrerem erros durante o procedimento

    Alta concentrao de solventes Alta concentrao de monmeros hidrofilicos Reduo das propriedades mecnicas do polmero dentro da camada hibrida Menor capacidade de selamento Ligao resina-dentina mais fraca Nanoinfiltrao