Adinstração cientifca resumo taylor

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PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA DE FREDERICK WINSLOW TAYLOR 1 Por Roneison Batista Ramos 2 A busca permanente pela eficiência é um fato importante a ser considerado nas organizações, sejam elas atuais ou não. A eficiência é, na realidade, uma das bases da produtividade máxima que garante a sobrevivência das empresas no mercado. Um dos principais precursores em eficiência e produtividade na história da administração foi Frederick Winslow Taylor que desenvolveu os princípios da administração científica e que foram publicados no livro “Princípios de Administração Científica” em 1911 (um século atrás). Nele Taylor propôs que as decisões baseadas na tradição oral deveriam ser substituídas por procedimentos precisos após estudo criterioso de um indivíduo realizando o seu trabalho e aaplicação desse estudo exigiria um alto grau de controle gerencial sobre as práticas operacionais de trabalho. Princípios de Administração Científica está divido em três partes. Introdução, onde Taylor inicia com a fala do presidente T. Roosevelt sobre eficiência o que, segundo ele, deveria ser o foco principal dos homens de dos sistemas de organização. Na segunda parte, Fundamentos da Administração Científica, Taylor vai afirmar que as indústrias de sua época padeciam de males que poderiam ser agrupados em três fatores. Primeiro: vadiagem sistemática por parte dos operários, que reduziam propositadamente a produção a cerca de um terço da que seria normal, para evitar a redução das tarifas de salários pela gerência. Haveria três causas determinantes da vadiagem no trabalho, que podem ser assim resumidas:o erro que vem de época imemorial e quase universalmente disseminado entre os trabalhadores, de que o maior rendimento do homem e da máquina terá como resultante o desemprego de grande número de operários; o sistema defeituoso de Administração, comumente em uso (iniciativa e incentivo), que força os operários à ociosidade no trabalho, a fim de melhor proteger os seus interesses; os métodos empíricos ineficientes, geralmente utilizados em todas as empresas, com os quais o operário desperdiça grande parte do seu esforço e do seu tempo. Segundo: desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização de cada tarefa. Terceiro: falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho. 1. Resenha apresentada para obtenção de nota parcial na disciplina Teoria Geral da Administração, ministrada pelo Prof. Adm. Paulo César Diniz de Araújo, M.Sc. e M.B.A. 2. Aluno do curso de Administração da Universidade do Estado do Amazonas, matricula nº 1113010047.

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PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

DE FREDERICK WINSLOW TAYLOR1

Por Roneison Batista Ramos2

A busca permanente pela eficiência é um fato importante a ser considerado nas organizações,

sejam elas atuais ou não. A eficiência é, na realidade, uma das bases da produtividade máxima

que garante a sobrevivência das empresas no mercado.

Um dos principais precursores em eficiência e produtividade na história da administração foi

Frederick Winslow Taylor que desenvolveu os princípios da administração científica e que

foram publicados no livro “Princípios de Administração Científica” em 1911 (um século

atrás). Nele Taylor propôs que as decisões baseadas na tradição oral deveriam ser substituídas

por procedimentos precisos após estudo criterioso de um indivíduo realizando o seu trabalho e

aaplicação desse estudo exigiria um alto grau de controle gerencial sobre as práticas

operacionais de trabalho.

Princípios de Administração Científica está divido em três partes. Introdução, onde Taylor

inicia com a fala do presidente T. Roosevelt sobre eficiência o que, segundo ele, deveria ser o

foco principal dos homens de dos sistemas de organização. Na segunda parte, Fundamentos

da Administração Científica, Taylor vai afirmar que as indústrias de sua época padeciam de

males que poderiam ser agrupados em três fatores. Primeiro: vadiagem sistemática por parte

dos operários, que reduziam propositadamente a produção a cerca de um terço da que seria

normal, para evitar a redução das tarifas de salários pela gerência. Haveria três causas

determinantes da vadiagem no trabalho, que podem ser assim resumidas:o erro que vem de

época imemorial e quase universalmente disseminado entre os trabalhadores, de que o maior

rendimento do homem e da máquina terá como resultante o desemprego de grande número de

operários; o sistema defeituoso de Administração, comumente em uso (iniciativa e incentivo),

que força os operários à ociosidade no trabalho, a fim de melhor proteger os seus interesses;

os métodos empíricos ineficientes, geralmente utilizados em todas as empresas, com os quais

o operário desperdiça grande parte do seu esforço e do seu tempo. Segundo:

desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua

realização de cada tarefa. Terceiro: falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho.

1. Resenha apresentada para obtenção de nota parcial na disciplina Teoria Geral da Administração, ministrada pelo Prof.

Adm. Paulo César Diniz de Araújo, M.Sc. e M.B.A.

2. Aluno do curso de Administração da Universidade do Estado do Amazonas, matricula nº 1113010047.

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Para resolveresses males, Taylor idealizou os Princípios da Administração Científica, a

terceira parte do livro, que tem enfoque no método científico para a realização das tarefas,

seleção e treinamento trabalhadores, supervisão e orientação dos trabalhos e consolidação da

divisão do trabalho entre os operários, pela especialização de cada um.

Os principais pontos destacados por Taylor foram:

Seleção científica do trabalhador – o trabalhador deve desempenhar a tarefa mais compatível

com suas aptidões. A boa execução da tarefa, resultado de muito treino, é importante para o

funcionário e para a empresa.

Tempo-padrão – o trabalhador deve atingir no mínimo a produção estabelecida pela gerência.

É muito importante contar com parâmetros de controle da produtividade, porque o ser

humano é naturalmente preguiçoso. Se o seu salário estiver garantido, ele certamente

produzirá o menos possível.

Plano de incentivo salarial – a remuneração dos funcionários deve ser proporcional ao número

de unidades produzidas.

Trabalho em conjunto – os interesses dos funcionários e da administração podem ser

conciliados, através da busca do maior grau de eficiência e produtividade. Quando o

trabalhador produz muito, sua remuneração aumenta e a produtividade da empresa também.

Gerentes planejam e os operários executam - o planejamento deve ser de responsabilidade

exclusiva da gerência, enquanto a execução cabe aos operários e seus supervisores.

Desenhos de cargos e tarefas – com a Administração Cientifica, a preocupação básica era a

racionalidade do trabalho do operário e, consequentemente, o desenho dos cargos mais

simples e elementares.

Divisão do trabalho e especialização do operário - uma tarefa deve ser dividida ao maior

número possível de subtarefas. Quanto menor e mais simples a tarefa, maior será a habilidade

do operário em desempenhá-la. Ao realizar um movimento simples repetidas vezes, o

funcionário ganha velocidade na sua atividade, aumentando o número de unidades produzidas

e elevando seu salário de forma proporcional ao seu esforço.

Supervisão - deve ser funcional, ou seja, especializada por áreas. A função básica do

supervisor, como o próprio nome indica, é controlar o trabalho dos funcionários, verificando o

número de unidades produzidas e o cumprimento da produção padrão mínima. Aqui um

operário tem vários supervisores de acordo com a especialidade.

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Ênfase na eficiência – Existe uma única maneira certa de executar uma tarefa. Para descobri-

la, a administração deve empreender um estudo de tempos e métodos, decompondo os

movimentos das tarefas executadas pelos trabalhadores.

Condições de trabalho – Taylor verificou que as condições do trabalho interferiam nos

resultados do trabalho. Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho para minimizar

esforço e perda de tempo na execução do trabalho. Arranjo físico das máquinas e

equipamentos para racionalizar o fluxo da produção. Melhoria do ambiente físico de trabalho,

diminuição do ruído, melhor ventilação e iluminação.

Padronização - Taylor através dos seus estudos preocupou-se com a padronização dos

métodos e processos de trabalho, máquinas e equipamentos, ferramentas e instrumentos de

trabalho, matérias primas e componentes, para eliminar o desperdício e aumentar a eficiência.

Princípio da exceção - Taylor se preocupava somente com os resultados que saiam fora dos

padrões esperados, para corrigi-los. Assim, este princípio é um sistema de informação que

apresenta seus dados somente quando os resultados efetivamente verificados na prática

divergem ou se distanciam dos resultados previstos em algum programa.

Em síntese, a Administração Científica para Taylor consistia em assegurar a máxima

prosperidade para o empregador junto à máxima prosperidade para o empregado. Máxima

prosperidade significava para o empregador lucros a curto e longo prazos e para o empregado,

remuneração gradualmente maior e pleno desenvolvimento de suas capacidades. Essa

correlação mútua só poderia ser possível pressupor a ausência de conflitos entre a

administração e o funcionalismo.

Taylor encontrou um ambiente totalmente desorganizado, desestruturado e tentou por ordem

na casa. Uma consequência imediata foi a redução no custo dos bens manufaturados,

tornando-se disponível para as massas.Porém, inúmeras críticas podem ser feitas à

Administração Cientifica, mas segundo Silva (2008) essas críticas podem ser resumidas em

dois grupos:

A Mecanização que desestimula a iniciativa pessoal do operário, robotizando-o, não

considerando os seus aspectos psicossociais.

O Esgotamento físico, que é resultado frequente da ânsia do operário em realizar mais do que

o previsto, para aumentar o seu pagamento. E como consequência especializa

demasiadamente a produção do operário, tornando-o apêndice da máquina e destruindo a

iniciativa própria, e de algum modo o relacionamento interpessoal e, por fim, a atomização

em demasia do trabalho que minimiza as aptidões dos operários.

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Apesar das críticas, Taylor foi o primeiro a fazer uma análise completa do trabalho na fábrica,

tempo e movimento, estabelecendo padrões de execução e mesmo com limitações e restrições

aAdministração Científicafoi o primeiro passo concreto da Administração rumo a uma teoria

administrativa. Foi o início, pois naquela época não havia nenhum pensamento por trás do ato

de trabalhar. Trabalho era ação pura; trabalhava-se apenas e os gerentes limitavam-se a

estabelecer cotas de produção, não se preocupavam com processos e muito menos com a

satisfação dos operários.

A observância dos males sofridos pelas indústrias, e que foram identificados por Taylor em

seus estudos, continuam presentes nas organizações dos dias de hoje e continua sendo um dos

principais desafios para os administradores.O administrador de hoje pode se beneficiar de sua

persistência em manter um relacionamento altamente cooperativo entre o funcionário e a

direção, pois é da qualidade desse relacionamento que depende a produtividade da

organização.

Nas palavras de Peter Drucker em 1974: “Frederick W. Taylor foi o primeiro homem na

história a considerar o trabalho digno de estudo e observação sistemática. Na "administração

científica" de Taylor reside, sobretudo, o enorme aumento da riqueza nos últimos 75 anos que

impulsionou as massas trabalhadoras nos países desenvolvidos bem acima de qualquer nível

antes registrado, até para os mais prósperos. No entanto, Taylor, como um Isaac Newton (ou

talvez um Arquimedes) da ciência do trabalho, deixou apenas as primeiras fundações. Pouco

tem sido acrescentado a elas desde então - embora ele esteja morto há sessenta anos”.

CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração.7ed. Rio de Janeiro:

Elsevier, 2003. 634p.

SILVA, R. O. Teorias da Administração.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. 480p.

TAYLOR, F. W. Princípios de administração científica. 8 ed. São Paulo: Atlas, 1990. 109p.