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1 ADMINISTRAÇÃO: Cresce a procura e aceitação por profissionais temporários e terceirizados no Brasil ESPECIAL: O novo mundo da Economia Compartilhada resgata natureza humana de viver coletivamente CONTABILIDADE: Lógica do pensamento integrado é desafio para companhias. Presidente do IIRC esteve no Brasil CARREIRA: ANEFAC e IMA estão juntos no fomento à certificação internacional CMA no Brasil

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ADMINISTRAÇÃO: Cresce a procura e aceitação por profissionais temporários e terceirizados no Brasil

ESPECIAL: O novo mundo da Economia Compartilhada resgata natureza humana de viver coletivamente

CONTABILIDADE: Lógica do pensamento integrado é desafio para companhias. Presidente do IIRC esteve no Brasil

CARREIRA: ANEFAC e IMA estão juntos no fomento à certificação internacional CMA no Brasil

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hegamos à época de mais um Congresso

ANEFAC, e nada melhor do que comemorar

um evento tão tradicional entre os executivos

de Finanças, Administração e Contabilidade do

que trazer para o centro das atenções o novo

mundo que se desenha em nosso tempo. A

Economia Compartilhada está desafiando a for-

ma como aprendemos a fazer negócio a partir

da transformação de mentalidade que veio com as novas gerações.

O desafio para as empresas da economia tradicional está em

entender o que está por trás da ascensão desta forma mais co-

letiva de negociar e adaptar-se ao novo contexto, encontrando

internamente o que cada uma faz de melhor e explorando como

diferencial frente à nova concorrência. Sobre desafios e visões de

liderança, conversamos também com os Profissionais ANEFAC do

Ano para entender o que os levou ao reconhecimento destacado

por seus pares.

Tivemos ainda neste período a presença do novo CEO do IIRC

no Brasil, e acompanhamos o andamento do Relato Integrado pelo

mundo. E na esteira do pensamento integrado, contamos nesta

edição uma novidade que muito nos orgulha. Lançamos o Projeto

ANEFAC Solidário para levar trabalho voluntário à iniciativas de valor

para o nosso entorno. Nesta edição, contamos como estão sendo

desenvolvidas as primeiras ações deste projeto de amplo escopo

para a sociedade.

Boa leitura!

Edmir Lopes de CarvalhoPresidente da ANEFAC

“O desafio para as empresas da economia

tradicional está em entender

o que está por trás da ascensão

desta forma mais coletiva de

negociar e adaptar-se ao novo.”

Um pensamento compartilhado

CARTA AO LEITOR

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6 ENTREVISTAOs Profissionais ANEFAC, Rui Affonso, Sandoval Martins e Amaro Gomes falam sobre seus desafios

12 GIRO DIRETOR

14 GIRO ANEFAC

16 PESQUISA ANEFAC

18 ANEFAC

20 ESPECIAL

24 FINANÇAS

28 ADMINISTRAÇÃO

20 24

28

32 CONTABILIDADE

36 CARREIRA

40 PERFIL

42 HOBBY

44 ARTIGO

46 REUNIÕES TÉCNICAS

SUM

ÁRIO

Jornalista responsável: Suzamara Bastos (Mtb 45.822)

Editora: Carolina Bridi

Repórteres: Andrea Fagundes e Jennifer Almeida

Design: Patricia Barboni

Projeto gráfico:

Revista ANEFACUma publicação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e ContabilidadeRua 7 de Abril, 125 - 4º andar - Cj. 405CEP 01043-000 - Centro - São Paulo/SPFone: 11 2808-3200 / Fax: 11 [email protected]

Presidente: Edmir Lopes de Carvalho

Conselho Editorial: Renato Zuccari (Diretor Responsável), Andrew F. Storfer, Carlos Ribeiro, José Ronoel Piccin, Louis Frankenberg, João Carlos Castilho Garcia e Roberto Vertamatti

EventosAndréia Fernandez (Vice-Presidente)Mídias Sociais e ComunicaçãoJussara Goyano (Vice-Presidente)

Conselho de Administração: Amador Alonso Rodriguez (Presidente), Andrew F. Storfer, Antonio Carlos Machado, Carlos Roberto Matavelli, Charles Barnsley Holland, Clóvis Ailton Madeira, Gennaro Oddone, João Carlos Castilho Garcia, José Ronoel Piccin, Pedro Lucio Siqueira Farah, Roberto Vertamatti e Rubens Lopes da Silva

Sede:Superintendente: Carlos RibeiroAssociados: Luciana LimaComercial: Talita Dias Comunicação: Suzamara Bastos e Cinthya AraújoEventos: Juliana Spalding Financeiro: Maria Penha Costa

VICE-PRESIDÊNCIAS - ÁREA TÉCNICAFinançasCarlos Aragaki (Head)ContabilidadeEdinilson Apolinário (Head)AdministraçãoDavid Kállas (Head)

REGIONAISSão PauloMarta Pelucio (Vice-Presidente)Rio de JaneiroAna Cristina França (Vice-Presidente)BahiaVinicius Rego (Vice-Presidente)ParanáLeandro Camilo (Vice-Presidente)

VICE-PRESIDÊNCIAS – ÁREA INSTITU-CIONALAdministração e FinançasMarcus Beszile (Vice-Presidente)Associados e ParceriasMilton Toledo (Vice-Presidente)Relações InstitucionaisMaria Helena Pettersson (Vice-Presidente)

As opiniões expressas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

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“A 32ª EDIÇÃO DO PRÊMIO ANEFAC PROFISSIONAL DO ANO DESTACOU RUI AFFONSO (SABESP), SANDOVAL MARTINS (BUSCAPÉ COMPANY) E AMARO GOMES (IASB) COMO PROFISSIONAIS DO ANO 2016. A SEGUIR, A VISÃO DOS EXECUTIVOS.

OS PROFISSIONAIS ANEFAC PROFISSIONAL DO ANO

FINANÇAS

RUI AFFONSODiretor econômico-financeiro e de Relações com Investidores da Sabesp

Revista ANEFAC: O que se destacou na sua atuação profissional em 2016?Rui Affonso: No ano de 2016 consegui-mos superar a maior crise hídrica da história registrada em São Paulo. Desde 1953 não havia uma seca tão severa como a ocorrida em 2014 e 2015, o que implicou uma restrição drástica da oferta de água e, consequentemente, das receitas da companhia, com uma queda estimada da receita bruta de mais ou menos R$ 3,4 bilhões. Somou-se a isto a crise macroeconômica aguda. A elevação da taxa de juros, da inflação e a desvalorização cambial resultaram no aumento expressivo do endividamento da companhia. Isso fez com que a em-presa se aproximasse dos seus limites contratuais de dívidas, o seus covenants, o que traria para o curto prazo uma dívida de R$ 13 bilhões. O rating da Sa-besp acompanhou o nacional, agravado pela crise hídrica. Para quem precisava refinanciar suas dívidas no mercado de capitais, a situação não poderia ser

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R.A.: O que este ano representou na sua carreira? R.A.: Um amadurecimento enorme. Gerir uma grande empresa que atende quase 28 milhões de consumidores com um serviço crucial como água e coleta e tratamento de esgoto é, em si, um grande desafio. Ainda mais se levarmos em conta que é uma empresa de capital misto e com acionistas no Brasil e no exterior, com investidores em renda fixa e variável. Em 2016, colhemos o resultado de um desafio extremo, um teste de stress máximo exigindo gestão financeira privada e levando em conta a dimensão pública da empresa. Também foi preciso tomar decisões muito rápidas, porém, bastante refletidas como em uma simultânea de xadrez. Para mim, o ano de 2016 mostrou a importância do trabalho coletivo e interdisciplinar. Esta interdependência se materializou em cada decisão, em cada opção, colocada em forma de desafios para nós.

R.A.: Qual sua principal contribuição para a trajetória da companhia?R.A.: Minha principal contribuição para a trajetória da Sabesp, desde 2003, é a de coach e estrategista de um time de profissionais brilhantes. Em todas as áreas tivemos avanços: reduzimos nosso custo de capital nacional e internacional, melhoramos nosso rating, melhoramos significativamente o perfil de nossa dívi-da, aumentamos nossos investimentos e avançamos na governança corporativa da empresa. A gestão de controladoria e tesouraria da Sabesp é um exemplo no setor de saneamento e a superin-tendência de tarifas é um parâmetro no mercado. Nossa área de contabilidade é reconhecida entre as mais respeitadas do país, levando nossos balanços a estarem entre os mais transparentes por 16 vezes segundo o Troféu Transparência da ANEFAC. O meu papel tem sido o de articulador destas diversas proficiências, de conceber as estratégias capazes de

executar cada uma delas em benefício da Sabesp.

R.A.: O que você espera de 2017 em relação aos cenários?R.A.: A recuperação da economia me-dida pelo crescimento do PIB será mo-desta, principalmente pela estagnação dos investimentos e pela manutenção da elevada taxa de desemprego. O cenário externo permanece incerto com sinais positivos vindos da expansão, por exemplo, da economia americana e da zona do Euro e sinais preocupantes, decorrentes das políticas protecionistas lideradas pela nova administração dos EUA. A marca de 2017 é a de uma tran-sição sob incerteza institucional e sem hegemonia política definida.

R.A.: O que lhe inspira na condução do seu trabalho?R.A.: Meu foco na gestão da Sabesp é obter eficiência privada para alcançar objetivos coletivos ou públicos. Dessa forma, homens públicos com capaci-dade de gestão e gestores privados com visão pública me inspiram. Em minha vida profissional tive a felicidade de conviver com grandes profissionais com estas características: o professor J. A. Gianotti, no Cebrap; o ex-premier de Ontario, Bob Rae, no Forum of Federations; o professor João Manuel Cardoso de Mello, no IE-Unicamp. Na Sabesp, Iassuo Hagy, superintendente de Contabilidade, o professor Nelson Carvalho, nosso conselheiro-mor e o Dr. Jerson Kelman, nosso CEO. Uma síntese de inspiração maior é meu pai, Almino Affonso, que doou sua vida pública ao Brasil sem tirar nada em troca, a não ser a satisfação republicana de fazê-lo.

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OS PROFISSIONAIS ANEFAC

pior. O agravamento da crise institucio-nal que desembocou no impeachment da presidente adicionou incerteza ao mercado de crédito. Temos o que os economistas chamam de “tempestade perfeita”, a combinação de crises que se agravam mutuamente. No caso da Sabesp, tratava-se de uma “tempestade no deserto”, sem recursos hídricos e sem liquidez financeira.A Sabesp é uma empresa que produz um serviço essencial: água tratada, coleta e tratamento de esgoto. Assim, o receituário tradicional para enfrentar uma severa e inesperada crise financeira não podia ser o tradicional. Do ponto de vista operacional, a companhia reagiu com o bombeamento da reserva técnica do sistema Cantareira, a maior interligação dos vários sistemas de reservação, com o controle da pressão noturna da rede de distribuição e com a aceleração de investimentos para ampliação da oferta de água. Enquanto isto, adotamos o desconto para quem economizasse água. Enquanto promovíamos a gestão conjugada da oferta e da demanda, do ponto de vista financeiro tratava-se de evitar que a “tempestade perfeita” co-lapsasse a situação econômica da com-panhia, impedindo a reação operacional à crise hídrica. Adotamos uma restrição orçamentária severa, renegociamos covenants bilateralmente com órgãos como BNDES e BID, e intensificamos a cobrança de devedores públicos, inclu-sive o governo do Estado. Para garantir a liquidez, implementamos a troca de depósitos judiciais por seguro garantia, o que evitou uma saída de caixa de mais de R$ 240 milhões. Finalmente, fizemos uma gestão minuciosa da dívida de curto prazo com pagamento antecipado de dívidas a vencer, reduzindo o covenant dívida total/Ebitda e recompondo o cai-xa através de novas emissões. No ano de 2016 começamos a colher os frutos desta política de ajuste micrológico e começamos a ver a crise pelo retrovisor.

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“PROFISSIONAL DO ANO – ADMINISTRAÇÃO

SANDOVAL MARTINSCEO do Buscapé Company

Revista ANEFAC: 0 que se destacou na sua atuação profissional em 2016?Sandoval Martins: 2016 foi o ano em que tive a honra de assumir a presidên-cia do Buscapé Company. Dentre os inúmeros novos desafios e responsabili-dades, destaco algumas mudanças que pude conduzir junto à equipe. A primeira é a mudança de estrutura da empresa. O Buscapé cresceu e inaugurou um novo escritório totalmente personalizado conforme nossa cultura, mais horizontal e com a nossa cara. A segunda, uma mudança que ainda está em curso: iniciamos em 2016 um processo de transformação no core business. Essa transformação está prestes a se concluir e, com ela, o Buscapé será muito mais que um comparador de preço, o que vai representar uma grande oportunidade para o varejo e para os consumidores. Em meio a tudo isso, o mais gratifican-te foi ver que, em um ano de crise, o Buscapé saiu mais forte do que nunca, sadio e crescendo. R.A.: O que este ano representou na sua carreira? S.M.: 2016 - contrariando a percepção geral - foi um dos melhores anos da minha vida. Os desafios que surgiram transformaram minha vida e carreira. Pude colocar à prova minhas capacida-des de gestão, liderança e inovação a

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“Assumi a empresa em um momento delicado, o mercado retraído com a crise de um lado; do outro, forte pressão por resultados. Implementar mudanças era um fator crucial para nos mantermos em crescimento”

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PROFISSIONAL DO ANO – ADMINISTRAÇÃO

SANDOVAL MARTINSCEO do Buscapé Company

“um nível inédito e extrapolá-las, enfren-tando problemas novos, maiores e, com isso, desafiando a mim mesmo a ser cada vez melhor. Além disso, conheci e me aproximei de pessoas incríveis com quem tenho o privilégio de trabalhar. R.A.: Qual a sua principal contribui-ção para a trajetória da companhia e do mercado?S.M.: Sou um profissional de bagagem diversificada. Nos meus mais de 20 anos de experiência, atuei em áreas financei-ras com forte foco em resultados em mercados diversos, como linhas aéreas, marketing e tecnologia. Essa experiên-cia foi essencial no momento em que me tornei CEO do Buscapé Company. Assumi a empresa em um momento delicado, o mercado retraído com a crise de um lado; do outro, forte pressão por resultados. Implementar mudanças era um fator crucial para nos mantermos em crescimento. Nesse sentido, pude me valer da minha expertise prévia como CFO para estruturar novos processos, organizar times de maneira mais efetiva e atribuir valor mais estratégico ao pla-nejamento, com foco na transformação do negócio. Tudo sem descuidar da va-lorização de talentos que faz do Buscapé uma das melhores empresas de TI para se trabalhar. R.A.: O que você espera de 2017 em relação ao cenário?S.M.: Apesar de ainda vivenciarmos instabilidade nos cenários político e eco-nômico, especialistas estão esperando melhoras para o ano. O aquecimento da economia interna favorece também as relações internacionais com o aumento

da exportação. Porém, precisamos estar alertas. O mundo sofre uma crise diplo-mática com grandes potências como protagonistas. Um sopro nessa conjun-tura pode virar um vendaval. O mercado brasileiro não deve baixar a guarda. Para o Buscapé, vejo um horizonte azul cheio de oportunidades. Como eu disse, o momento é de transformação para melhor, a turbulência mais forte já passou e agora devemos mirar no futuro e colocar em prática tudo aquilo para o que nos planejamos. Se fizemos bonito no ápice da crise, faremos tudo ainda melhor agora. R.A.: O que ou quem lhe inspira na condução do seu trabalho?S.M.: Um dos meus mentores atual-mente é o professor Falconi, autor de grandes livros sobre gerenciamento que contribuem muito para minha formação profissional. Além disso, todo dia apren-do algo novo no meu trabalho. Meus principais professores são as pessoas com quem atuo. Não apenas os VPs, com quem acabo lidando mais, mas colaboradores que, no seu cotidiano, me mostram novos caminhos e manei-ras de fazer as coisas diferentes. Essas pessoas me fazem encostar a cabeça no travesseiro no final do dia sempre um pouco mais inspirado.

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Revista ANEFAC: O que se destacou na sua atuação profissional em 2016?Amaro Gomes: O continuado empenho para que a América Latina implemente as IFRS de maneira consistente e completa, mediante o apoio técnico, participando de reuniões, fóruns, seminários, con-gressos e outros eventos nos países que já adotam as normas internacionais de maneira abrangente, tais como Brasil, Chile e Peru, bem como naqueles que estão avançando paulatinamente, como Argentina, Colômbia e México. Além da presença frequente nessas jurisdições, destaco ainda o trabalho junto ao Glenif (Grupo Latinoamericano de Emissores de Normas de Informação Financeira), grupo cuja ideia de constituir compartilho com o então chairman do IASB, Sir David Twee-die, e que teve o imprescíndivel apoio do CFC (Conselho Federal de Contabilidade) para sua formação em 2011. O Glenif tem contribuído de maneira importante para a disseminação das IFRS e participado ativamente nas atividades junto ao IASB, o que representa um significativo avanço em termos de representatividade para a América Latina.

R.A.: O que este ano que passou representou na sua carreira?A.G.: A confirmação de que determina-ção, paciência, humildade e disciplina são atributos valiosos e fundamentais

“PROFISSIONAL DO ANO – CONTABILIDADE

AMARO GOMESBoard member do IASB (International Accounting Standards Board)

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““Continuo a trabalhar para que osbenefícios associados à implementaçãodas IFRS sejam revertidos para o mercadobrasileiro e latinoamericano”

para desenvolver uma sólida carreira, principalmente quando atuamos em ambiente internacional. Adicionalmente, a certeza de que participei de maneira rele-vante para a finalização de projetos abso-lutamente fundamentais para aprimorar a qualidade da informação financeira e, consequentemente, para o mercado internacional, entre os quais destaco as normas que tratam de reconhecimento de receitas, de arrendamento mercantil e de contratos de seguros.

R.A.: Qual sua principal contribuição para a trajetória do IASB e do mercado?A.G.: Ao acreditar na integração do Brasil ao mercado internacional e na estabilidade financeira, ainda em mea-dos dos anos 1990, me empenhei para que as IFRS fossem adotadas no Brasil por entender que aprimorar a qualidade da informação contábil se tornaria um aspecto fundamental nesse processo. Nessa jornada, tive, no Banco Central, o apoio de pessoas que igualmente acreditavam nesse potencial, a exemplo de Sérgio Darcy da Silva Alves, chefe do Denor (Departamento de Normas); e de Armínio Fraga Neto, presidente. Fui um dos componentes da equipe que deu início à incorporação das IFRS no sistema financeiro e tive a honra de consolidar esse processo ao assumir a chefia do Denor em 2004. Até 2009, quando passei a integrar o IASB, participei ativamente de diversas iniciativas no âmbito governa-mental e privado para que a adoção das IFRS a partir de 2010 se confirmasse. E, já no IASB, continuo a trabalhar para que os benefícios associados à implementação das IFRS sejam revertidos para o merca-do brasileiro e latinoamericano.

R.A.: O que você espera de 2017 em relação ao cenário do mercado bra-sileiro e internacional?A.G.: O mercado brasileiro, sujeito aos efeitos da instabilidade política, que

obviamente afeta a economia como um todo, poderá chegar ao final de 2017 com um índice de inflação próximo da meta estabelecida pelo Banco Central e com taxas de juros significativamente mais baixas às vigentes ao final de 2016. No entanto, não acredito que vamos experi-mentar um volume significativo de inves-timentos de longo prazo, tendo em vista a incerteza quanto ao comportamento do mercado interno e as eleições de 2018. Além disso, o ambiente internacional não apresenta perspectivas otimistas, com as tensões políticas geradas pelos conflitos no Oriente Médio, a massiva emigração dessa região e da África para a Europa, a incerteza quanto ao futuro da União Europeia, a tensão na Ásia (disputas no Mar da China, avanços no programa nuclear da Coreia do Norte, etc). Em termos financeiros, a continuidade de taxas de juros negativas ou próximas de zero nas economias mais desenvolvidas pode eventualmente proporcionar opor-tunidades para atrair investidores para o mercado brasileiro e a manutenção de volumes elevados de investimentos estrangeiros diretos para o Brasil, princi-palmente para infraestrutura e agricultura.

R.A.: O que ou quem lhe inspira na condução do seu trabalho?A.G.: Acreditar que minha contribuição é importante para o desenvolvimento do mercado financeiro e de capitais e, por conseguinte, do ambiente econômico do Brasil. Trabalho com genuína paixão e empenho permanente para concretizar minhas ideias, buscando a parceria de pessoas que se respeitam, que compar-tilhem ideias, princípios e ideais.

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GIRO DIRETOREdmir Lopes de Carvalho, Marta Pelucio e Fernando Fonseca, respectivamente presidente, vice-presidente e diretor executivo da ANEFAC, reuniram-se ao CEO do IIRC (International Integrated Reporting Council), Richard Howitt, no Fórum Especial IIRC e Instituições Brasileiras, realizado no dia 14 de março no auditório da KPMG, em São Paulo. O evento reuniu um seleto grupo de empresários, reguladores e formadores de opinião no que diz respeito a transparência de mercado e relatórios corporativos. Com moderação de Heloisa Bedicks, do IBGC, e uma breve introdução de Vania Borgerth, o evento seguiu com apresentação de Howitt e plenário com a participação das instituições.

Edmir Lopes de Carvalho participou do I Fórum Fipecafi de Arbitragem e Mediação, realizado no dia 14 de março, em São Paulo. Entre outros temas, foram abordados suporte legal e evolução das práticas no Brasil; aderência às práticas e convenções internacionais; estrutura e forma de atuação das câmaras; benefícios da qualificação e foco de especialização dos árbitros; e exemplos de casos reais bem-sucedidos.

O presidente da ANEFAC também participou de evento em que o Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) e o OSB (Observatório Social do Brasil) assinaram acordo de cooperação com objetivo de melhorar a qualidade da informação, o compartilhamento de conhecimento técnico e a realização de atividades conjuntas para promover mais transparência pública, prevenção à corrupção, eficiência da gestão, ética e integridade nas relações entre o público e o privado. A cerimônia foi realizada na sede do Ibracon, em São Paulo, no dia 28 de março.

No dia 10 de abril, Carvalho prestigiou ainda a sessão solene ao Dia do Profissional da Contabilidade, celebrado em 25 de abril. Realizada no Plenário 1º de Maio da casa legislativa de São Paulo, foi convocada pela vice-presidente da Câmara, a vereadora Edir Sales (PSD), que presidiu a sessão e entregou placas aos homenageados.

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30Porto Alegre - Semi-nário: ECF e Com-pliance Digital

31Rescisão de Contrato de conces-são comercial de veículos automotores - Lei Ferrari

01 e 02 São José dos Cam-pos e Ribeirão Preto - Seminário: ECF e Compliance Digital

05Curitiba - IFRS 15: Reconhecimentode receitas

06Seminário: ECF e Compliance Digital: Principais pontos de atenção 2017

06Trade Marketing - Caso Coca-Cola

06Comunicar para liderar - seja um líder comunicador

07Salvador - Conhecen-do o IFRS 15: Reco-nhecimento de receita

07Rio de Janeiro - Semi-nário: ECF e Complian-ce Digital

07Temas tributários atuais, tendências e alterações relevantes

08 e 09Belo Horizonte, Salvador e Maringá - Seminário: ECF e Compliance Digital

13Inovação Tecnológica em Controladoria

ANEFAC Brasil

ANEFAC

ANEFAC

@Anefac_Brasil

AGENDAConfira a programação de eventos e reuniões técnicas da ANEFAC para os próximos meses:

Agenda sujeita a alteraçõeswww.anefac.com.br

Maio

Junho

PROJETO ANEFAC SOLIDÁRIOA ANEFAC está em busca de executivos com boas ideias

e boa vontade para colocar em prática diferentes inicia-

tivas voluntárias voltadas à sociedade e ao seu entorno.

Algumas iniciativas já estão em andamento, mas se você

tem uma ideia na cabeça ou vontade de ajudar, entre em

contato com a sede para saber como fazer parte deste

amplo projeto solidário.

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Por que sou associadoda ANEFAC?MIGUEL IANNACO, IANNACO CONSULTORIA E ASSESSORIA EMPRESARIAL

“Conheci a ANEFAC no início da minha carreira profissional como auditor e mantive minha ligação durante mais de 30 anos, com grandes benefícios de aprendizado, atualização e discussão de temas relevantes que impactam o dia a dia das empresas, não somente nas áreas de Finanças como tam-bém de outras áreas, como TI, Logística e Administração.”

Baixe o app da Revista ANEFAC

14Green Bonds: um novo e flexível ins-trumento financeiro para financiamento de investimentos sustentáveis no Brasil

20Liderança eCompliance

21IFRS for SME

21 Reunião técnicade Logística

28 Acompanhamento das atividades da Comissão Brasileira de Relato Integrado

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Selic11,25%

AS TAXAS DE JUROS DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO VOLTARAM A SER REDUZIDAS EM MARÇO DE 2017, SENDO A QUARTA REDUÇÃO CONSECUTIVA E A QUINTA EM DOIS ANOS. ESTE RESULTADO PODE SER ATRIBUÍDO À QUEDA DA TAXA BÁSICA DE JUROS E À EXPECTATIVA DE NOVAS REDUÇÕES DA SELIC FRENTE À CONTRAÇÃO DA INFLAÇÃO.

Taxa de juros x SelicConsiderando todas as elevações e reduções da Selic promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, tivemos até março de 2017 uma elevação de cinco pontos percentuais (elevação de 68,97%), de 7,25% ao ano para 12,25% ao ano.Neste período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 65,81 pontos per-centuais (elevação de 74,81%), de 87,97% ao ano em março de 2013 para 153,78% ao ano em março de 2017. Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 28,75 pontos percentuais (elevação de 65,97%), de 43,58% ao ano em março de 2013 para 72,33% ao ano em março de 2017.

PERSPECTIVAS PARA OS PRÓXIMOS MESESNOS PRÓXIMOS MESES, DEVEREMOS TER NOVAS QUEDAS DA SELIC, O QUE

RESTRINGE O CUSTO DE CAPTAÇÃO DOS BANCOS, POSSIBILITANDO NOVAS

REDUÇÕES DAS TAXAS DE JUROS NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO.

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Pessoa FísicaDas seis linhas de crédito pesquisadas, todas reduziram suas taxas de juros no mês. A taxa média geral para pessoa física apresentou redução de 0,03 ponto percentual no mês (0,85 ponto percentual no ano), correspondente a uma redução de 0,37% no mês (0,55% em 12 meses), passando de 8,10% ao mês (154,63% ao ano) em fevereiro para 8,07% ao mês (153,78% ao ano) em março de 2017. Esta é a menor taxa de juros desde junho de 2016.

Pessoa JurídicaDas três linhas de crédito pesquisadas, todas reduzi-ram suas taxas de juros no mês. A taxa média geral para pessoa jurídica apresentou redução de 0,04 ponto percentual no mês (0,80 ponto percentual no ano), correspondente a uma redução de 0,85% no mês (1,09% em 12 meses) passando de 4,68% ao mês (73,13% ao ano) em fevereiro para 4,64% ao mês (72,33% ao ano) em março de 2017. Esta é a menor taxa de juros desde junho de 2016.

Taxa Mês PJ • Março/17

Taxa Mês PF • Março/17

Evolução de Taxas Mensais PJ

Evolução de Taxas Mensais PF

*Miguel Oliveira é sócio-diretor da Ribeiro de Oliveira Consultores Associados e diretor executivo de Estudos Financeiros da ANEFAC

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ANEFAC lança amplo projeto solidário

Na primeira reunião da dire-toria da ANEFAC da nova gestão, Marta Pelucio, vi-ce-presidente da regional São Paulo, apresentou, ao então recém-empossado presidente Edmir Lopes de

Carvalho, a intenção de realizar um proje-to de orientação sobre Imposto de Renda

com atendimento gratuito à pessoa física de baixa renda. “Nesse mesmo dia, o Edmir disse que não somente apoiava o projeto do IR, como gostaria que de-senvolvêssemos um projeto mais amplo, intitulado Projeto ANEFAC Solidário, que atendesse a diferentes necessidades da sociedade”, conta Marta.

“Temos executivos voluntários traba-

lhando para a ANEFAC e, até agora, as iniciativas voluntárias voltadas para a sociedade através da Associação eram pontuais. Estamos agora criando uma bandeira e uma estrutura para abraçar estas que já eram realizadas e criar mui-tas outras iniciativas”, explica Carvalho.

A projetos como o de Roberto Ver-tamatti, Andrew Frank Storfer e Carlos

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Aragaki, que realizaram palestras gratui-tas para o Sebrae, uniu-se a intenção de Marta em preparar as pessoas para o IR no início do ano, e também um movimen-to de assistência a escolas estaduais, com conhecimento e engajamento de voluntários que possam agir diretamente em prol da sociedade como um todo.

“A ANEFAC faz parte das Entidades Congraçadas, e em reuniões com o Secretário do Estado de São Paulo, ele expôs as dificuldades em arcar com toda a infraestrutura das escolas, propondo que as entidades pudessem auxiliar de alguma forma”, revela. A partir dali, a ANEFAC adotou uma escola com objetivo de mobilizar os executivos a prestarem um serviço voluntário. “A ANEFAC tem todo interesse em prestar este serviço à sociedade, por isso, fomos até a escola mais próxima da nossa sede para conhecer as principais demandas e, a partir disso, estamos buscando financiadores e voluntários para os ser-viços de infraestrutura nas dependências dessa escola”, detalha.

A ideia, segundo ele, é que iniciativas surjam também, até o final do ano, tendo como foco as crianças em orfanatos e os idosos. “Já havíamos conversado sobre estruturar um projeto mais amplo para organizar as iniciativas pontuais que vinham sendo desenvolvidas, e com ob-jetivo de aumentá-las. Com isso, uniu-se a necessidade exposta pelo Secretário e a ANEFAC tem agora este grande projeto sensibilizando os executivos para as demandas da sociedade que está no nosso entorno”, aponta Carvalho.

Programa IR para TodosO IR para Todos é um programa dentro do Projeto ANEFAC Solidário. Marta explica que algumas universidades têm efetuado atendimento gratuito ao público para apoio na elaboração do IR da pessoa física. “Esse tipo de atendimento, além de ser uma atividade solidária, propicia um ganho de conhecimento aos estudantes”, desta-ca. O objetivo da ANEFAC, segundo ela, é apoiar este atendimento gratuito por meio do treinamento aos estudantes, busca de parcerias com empresas, universidades e Receita Federal e assessorando o desen-volvimento do projeto das universidades.

“Eu tive a ideia de apoiar essa inicia-tiva das universidades, mas ainda não tinha muito claro como operacionalizar. Em conversa com o Gemau Halla, dire-tor da ANEFAC, fomos desenvolvendo conjuntamente como poderíamos tornar viável essa iniciativa. E o Gemau teve uma atuação espetacular, fazendo o link entre as universidades e a ANEFAC”, observa. Marta ficou responsável pela busca do apoio financeiro, que foi efe-tuado pela Praesum, e pela busca de um instrutor, Gerson Grecco, da Grecco Contábil, especialista no tema.

Halla observa que os programas de IR voluntário já existiam nas universidades, e a ANEFAC entrou com a parte do trei-namento de quem faz os atendimentos. “Fui informado de que a diretoria tinha interesse em realizar um treinamento de IR para alunos de universidades. Como eu tinha contato dentro de uma delas, intermediei junto à coordenação uma parceria com a ANEFAC”, detalha. Resol-veu, então, verificar se outras instituições

teriam o mesmo interesse. “Os desafios eram achar os coordenadores respon-sáveis pelos programas de atendimento voluntário e convencê-los a participar. Muitos nem retornaram a ligação, outros se mostraram muito empolgados com a possibilidade da parceria”, relembra.

O resultado não poderia ter sido melhor. A expectativa inicial era treinar de 40 a 50 alunos de uma universidade para que eles pudessem atender cerca de 60 pessoas de baixa renda de forma gratuita. Porém, a expectativa foi supera-da. Com a adesão de três universidades, foram treinados mais de 225 alunos que realizaram de forma gratuita 850 declarações de imposto de renda. O atendimento é focado em pessoas físicas com uma única fonte de renda. Fica a cargo das universidades estipular limites de valores patrimoniais e de rendimento para o atendimento gratuito.

“A participação dos alunos foi exce-lente. Pontuais e interessados, alguns mantiveram contato com o instrutor inclusive após o treinamento”, destaca Marta. “É um resultado muito relevante para o primeiro ano dessa iniciativa. Já começamos o trabalho de prospecção e planejamento para o IR de 2018, e queremos que seja ainda maior, tanto no número de universidades quanto de pessoas atendidas”, complementa Halla.

Para os próximos anos, Marta acrescen-ta que a atuação da ANEFAC será amplia-da para além do papel de disseminação do conhecimento. A intenção é ser um ente fomentador do atendimento solidário. “Estudaremos a possibilidade de criar alguns canais de perguntas e respostas ou atendimento virtual”, observa. “Com certeza, nossa intenção não é somente dar continuidade, mas melhorar e ampliar a cada ano esse atendimento. Vale ressaltar que o IR para Todos é somente o início do Projeto ANEFAC Solidário que preten-demos desenvolver”, afirma. A ANEFAC busca agora, junto aos seu diretores e as-sociados, ideias para serem desenvolvidas dentro da amplitude do escopo do Projeto ANEFAC Solidário.

Gemau Halla, Toshiba e ANEFAC; e Marta Pelucio, Praesum e ANEFAC

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O mundo novo

da economia compartilhada

COM MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NA FORMA DE FAZER NEGÓCIO, O MODELO ECONÔMICO FUNCIONA

A PARTIR DE NOVA POSTURA DOS PROFISSIONAISPor Jennifer Almeida

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onde moravam. Os amigos resolveram alugar o espaço para turistas durante um grande evento de design que lotou os hotéis da cidade. A princípio, apostavam que apenas mochileiros apareceriam, mas se surpreenderam com um indiano, uma senhora e um pai de família. Foi então que perceberam: a ideia poderia

se tornar uma plataforma para conectar o mundo inteiro, criando uma comunidade de pessoas que, além de viajar, poderiam viver experiências únicas e conhecer cul-turas diferentes em sua essência. Com o tempo, o pequeno site criado para alugar quartos cresceu e hoje opera em 34 mil cidades de 194 países.

O ano de 2016 foi decisivo para o Airbnb no Brasil. Como hospedagem alternativa oficial das Olimpíadas no Rio de Janeiro, incluiu a cidade entre as dez com maior número de anúncios na pla-taforma. Apenas durante os jogos foram registradas 85 mil chegadas de hóspedes e calcula-se um giro de atividade econô-mica de R$ 100 milhões para a cidade. Isso prova que o hábito cada vez mais comum de utilização das redes sociais e aplicativos de compartilhamento, troca ou compra de serviços e produtos é muito mais do que uma moda. Vivemos na época da economia compartilhada, onde a tendência é conectar pessoas desco-nhecidas com interesses em comum.

Para o jornalista Adalberto Piotto, do-cumentarista e âncora de notícias em rá-dio, tv e web, o aumento da utilização da economia compartilhada é uma inovação inspirada no modo de viver do ser huma-no há milênios. “Emprestar, trocar, utilizar em conjunto, reduzir custos em nome de interesse coletivo são meios pelos quais os seres humanos já se estabeleceram”, analisa. Piotto é um dos palestrantes do 19º Congresso da ANEFAC, que tem como tema “Economia compartilhada - o futuro dos negócios e das profissões” e acontece em Barra Bonita entre os dias 25 a 28 de maio.

De acordo com ele, no passado lidava-se com a pouca oferta disponível e a dificuldade de acesso. “Há o receio de menor oferta com o esgotamento de recursos naturais no futuro, a questão am-biental e a tentativa de nos entendermos novamente como uma única espécie, que pode dividir, e, por fim, o uso da inteligência dos custos com notável re-dução. Preço menor hoje, mais dinheiro amanhã”, avalia.

Era agosto de 2008, auge da cri-se econômica norte-america-na, quando Brian Chesky, Joe Gebbia e Nathan Blecharczyk fundaram o Airbnb na cidade de São Francisco, Califórnia. A ideia surgiu com o aluguel de

um colchão inflável colocado em um loft

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Na visão de Piotto, o futuro e o su-cesso sustentável disso será uma con-jugação de partes iguais de benefícios trazidos pela economia compartilhada e a decisão individual das pessoas em aceitarem de fato viver coletivamente, retomarem essa condição natural. “Com o aumento da conectividade e mobili-dade em todo o mundo ficou mais fácil integrar os ativos através de plataformas. Temos exemplos em todos os setores, desde o grande impacto causado pelo Airbnb até iniciativas como a Roupateca (guarda-roupa compartilhado)”, atesta Arthur Igreja, empresário, investidor-anjo e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), também palestrante no Con-gresso ANEFAC.

Igreja é proprietário da Disrupt Inves-timentos, consultoria focada em levar inovação disruptiva e economia com-partilhada para empresas tradicionais. “Entendo que as pessoas estão des-pertando para a urgência em aumentar a capacidade de inovar e reinventar suas empresas”, opina.

Quanto aos desafios da economia compartilhada, Igreja acredita que estão ligados à mudança de modelo mental e quebra de paradigmas. A tecnologia, segundo ele, evolui em velocidade expo-nencial e o impacto gerado em empresas e pessoas reduz ciclos de adoção e expande as ondas de choque. “Até por isso, um grande desafio é o regulatório, quando os governos se dão conta de que estas plataformas já ganharam escala. É como se diz no Vale do Silício: a inovação pede desculpa, não pede licença. Para superar, precisamos nos conectar, apren-der e, principalmente, ter alta capacidade de adaptação”, destaca.

Fátima Lemos, assessora técnica da Fundação Procon-SP, enfatiza que esse formato de negócio é novo e deve se adequar à lei de defesa do consumidor. “Sabemos que existem muitos sites de aproximação entre quem quer comprar e quem está vendendo. Quando quem oferece e compra são pessoas físicas

pode não haver relação de consumo, mas quando há uma plataforma na qual as pessoas confiam intermediando a oferta, estamos diante de um fornece-dor”, esclarece. Por isso, ela entende que as plataformas devem seguir o Código de Defesa do Consumidor. “Há uma responsabilidade das plataformas que estão oferecendo esses produtos ou serviços”, declara.

Diante de tantas mudanças, o mer-cado está diante de um novo cenário e as empresas devem se comportar com eficiência. Segundo Piotto, os serviços são os que mais geram reclamações na economia formal e há um distancia-mento das empresas com seus clientes camuflada por SACs de um atendimento com deficiência gritante. Em sua visão, serviço de qualidade, garantido, preço e atendimento dedicado ao cliente são as ferramentas para evidenciar que sua experiência no mercado pode render um melhor produto ou serviço que a nova concorrência. “A economia comparti-lhada é uma alternativa que já estava aí, e reclamar pode ser uma fuga deses-perada de quem já não atendia mais a contento”, alerta.

Da esq. para a dir., Adalberto Piotto, jornalista; Fátima

Lemos, Procon; e José Augusto Minarelli,

Lens & Minarelli

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“A economia compartilhada é uma alternativa que já estava aí, e reclamar pode ser uma fuga desesperada de quem já não atendia mais a contento.” Adalberto Piotto

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Impacto nas carreiras Do ponto de vista de carreiras, José Augusto Minarelli, CEO da Lens & Minarelli, palestrante no Congresso ANEFAC, afirma que a economia compartilhada requer outra maneira de pensar o exercício da profissão. “Estamos acostumados com um mo-delo onde as empresas fazem tudo ou compram algum serviço e, por isso, oferecem empregos em período integral e com longa duração. Nesse formato, o profissional se dedica para um único tomador de serviço”, expli-ca. Mas há novas necessidades do mercado, de rapidez no atendimento e redução de custos. “O profissional que entender essas necessidades vai

resiste ao talento, à qualidade, ao bom serviço e à eficiência.

Minarelli considera que o “software mental” do profissional de hoje não é o mesmo do passado. “Neste novo mundo, todo profissional precisa se comportar como uma empresa individual de serviço e compreender que no lugar do emprego tradicional existe outra modalidade, que oferece aquilo que ele precisa - ocupação e remuneração”, diz. Enquanto Igreja indica atenção para o universo de oportu-nidades que se abre quando mudamos o mindset de escassez para a abundância, pois o mundo não é mais dominado pelo maior ou mais forte, mas por quem age e se adapta mais rapidamente.

se preparar para prestar serviços ao mesmo tempo para vários tomadores de serviço”, acrescenta.

Piotto faz dois questionamentos cujas respostas, em sua opinião, atendem o aflito mercado convencional. “A primei-ra é: o meu concorrente da economia compartilhada oferece algo que eu tam-bém possa oferecer, mas no meu caso agregando tradição, história, qualidade atestada e referência? E a segunda: não é chegada a hora de evidenciar a quali-dade do meu produto, os diferenciais que tenho, mesmo que menos competitivos em preço, saindo da letargia que me fazia acreditar que clientes vêm pela força da gravidade?”, provoca. Para ele, nada

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Planejamento financeiro pessoal deve começar cedo

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ENTENDER OBJETIVOS

E RESPEITAR O PRÓPRIO PERFIL SÃO

OS PRIMEIROS PASSOS PARA

UM FUTURO FINANCEIRO TRANQUILO

Por Jennifer Almeida

Aos vinte anos de idade, André Mizokami, consultor no setor automotivo, não tinha ideia do impacto que o planejamento financeiro poderia ter em sua vida. Há um ano, quando foi desliga-

do de suas funções em uma multinacional, a empresa ofereceu os serviços de uma consultoria de planejamento financeiro para que pudesse organizar suas finanças. Antes de iniciar a consultoria, ele reconhece que tinha controle dos gastos, mas não or-ganização. “Depois que eu e minha esposa começamos o trabalho com a consultoria, tivemos um controle muito maior, sabendo onde estávamos gastando à toa. Apren-demos a utilizar melhor o nosso dinheiro e estamos muito tranquilos”, conta.

É comum, inclusive entre executi-vos, a falta de hábito de fazer o próprio planejamento financeiro desde cedo. Mesmo conscientes de sua importância, a maioria adia para uma data indefinida num futuro longínquo. Quando iniciam o processo, a principal pergunta é: Por que não comecei antes?

“Planejamento financeiro é a consci-ência de que, com uma vida financeira organizada e equilibrada, prosseguimos em um caminho de realizações pessoais, com orientação para tomada de decisões assertivas e o alcance da tão sonhada qualidade de vida, pois ganhamos tempo e energia para dedicarmos a algo mais que gostamos de fazer”, destaca Ana Paula de Souza, planejadora financeira pessoal associada à GFAI Planejamento Financeiro.

Para a planejadora, é ainda na infância a fase da educação financeira. Dentro das escolas é o momento onde crianças deveriam aprender sobre como lidar com o dinheiro de forma saudável, já que toda informação recebida neste período é inserida e guardada na mente, tornando--se uma base para atitudes que serão tomadas ao longo da vida. “Infelizmente, diante da forma muito aleatória com que começamos a lidar com dinheiro, não se aprende nada”, comenta.

De acordo com Ana Paula, o apren-

dizado na fase certa de educação finan-ceira levará o adulto ao benefício das tomadas de decisões certas, as quais contribuirão de forma significativa para a evolução financeira e o alcance de uma vida próspera e realizadora. “É a fase mais importante do ser humano. O tempo aliado ao conhecimento é um dos nossos melhores meios para lidar com finanças pessoais”, observa. Mas como ainda é incomum que isso aconteça na infância, ao crescer, é preciso correr atrás do pre-juízo, trabalhar o mindset para seguir um rumo com foco. Quanto mais cedo iniciar, menos gastos e maiores são as chances de acúmulo de recursos financeiros.

Ana Paula atribui às questões culturais o fato de o brasileiro não aprender ou considerar uma forma de fazer planeja-mento financeiro pessoal, que vai muito além de uma conta de débitos e créditos e algum dinheiro guardado na poupança ou em um CDB (Certificado de Depósito Bancário). “Atualmente, essa cultura está mudando. A educação financeira está sendo inserida entre os brasileiros por iniciativa de profissionais especializados na área, dedicados a transformar grada-tivamente esta mentalidade”, observa.

Na GFAI, ela conta que é comum atender pessoas de níveis diversos e executivos com larga experiência em suas áreas de atuação, que lidam com projetos de valores astronômicos e de longo prazo em sua atividade profis-sional, mas sem experiência quando o assunto é lidar com suas finanças. “Essas pessoas acabam não sabendo como acumular recursos próprios, como rentabilizar o dinheiro para formação de patrimônio, como se proteger de riscos e como preparar a própria aposentadoria e a sucessão familiar. Costumamos dizer que lidam com o dinheiro como crianças, ou seja, como crianças que não tiveram educação financeira”, enfatiza Ana Paula.

Antônio Corrêa, planejador financeiro e associado da ANEFAC, destaca que os executivos, pressionados por pesadas metas pessoais e empresariais, não têm tempo e concentração para se dedicarem

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às finanças pessoais. “Sem mencionar a necessidade de constante atualização. Em alguns casos, delegam a terceiros essa missão. Somente no momento de um desligamento ou com a proximidade da aposentadoria percebem que deve-riam ter dedicado mais tempo. De uma maneira geral, o planejamento financeiro não é realizado como se esperaria de um profissional acostumado com metas e finanças no dia a dia”, afirma.

Louis Frankenberg, planejador finan-ceiro pessoal e diretor de Economia da ANEFAC, diz que são realmente poucos aqueles que conseguem preparar-se adequadamente para os anos cada vez mais longos da aposentadoria. “As prin-cipais causas são tanto deles mesmos quanto de origem econômica e financeira ocasionadas por fatores alheiros às sua próprias vontades, como aumento da idade média de sobrevivência das pessoas em geral, porém principalmente de executivos com planos de saúde de boa qualidade; despreocupação durante a época prematura na qual já deveriam estar se preparando para gerar futuras fontes de renda; e insuficiente diversifi-cação de investimentos.

Para fazer um bom planejamento, Ana Paula destaca a importância de ter em mente os próprios objetivos, sejam eles grandes ou pequenos. “Objetivos nos tiram da zona de conforto e nos levam a uma direção, e com foco temos a capa-cidade de trabalhar pontos importantes que farão toda a diferença na abordagem de um planejamento financeiro”, diz.

Naturalmente, não existe uma única receita. A melhor estratégia é respeitar o perfil, identificar atitudes mediante o di-nheiro, entender quais são os sonhos, as vontades de um indivíduo e da família para então iniciar um planejamento financeiro pautado em análise qualitativa, que, aliada a uma quantitativa, dará um horizonte de atividades para qualquer indivíduo alcan-çar suas realizações. “A metodologia que utilizamos para nossos clientes respeita essas premissas, pois alinhamos a condu-ta financeira com a esfera do desenvolvi-

“Alinhamos a conduta

financeira com a esfera do

desenvolvimento humano, o

que torna o planejamento financeiro em

pessoal.” Ana Paula de Souza

mento humano, o que torna o planejamento financeiro em pessoal”, explica.

Mizokami conta que colocou detalha-damente em uma planilha todos os gastos mensais da família e todo mês conversa com a consultora via reunião online. A cada três meses acontece uma reunião presencial para discutir o andamento e conversar sobre a melhor forma de organizar e aplicar o dinheiro. Para que o planejamento financeiro funcione, é fundamental o apoio e engajamento da família. “Quando fui conversar com a con-sultora pela primeira vez, minha esposa e eu fomos de cabeça aberta e isso ajudou muito”, opina. Se no começo eles achavam um pouco complicado colocar todo e qual-quer gasto na planilha, hoje ele afirma que virou um hábito familiar atualizá-la toda vez que chegam de algum lugar, mesmo que seja uma simples ida à padaria.

Para os que desejam iniciar o plane-jamento financeiro, Ana Paula indica a escolha de um profissional que realmente trabalhe a seu favor. “Dispa-se de qual-quer crença, regra ou técnica recebida até hoje, esteja aberto e ao mesmo tem-po voltado para sua realidade pessoal. Redescubra-se como profissional e mais ainda como ser humano. Volte-se para sua realidade pessoal e familiar, tenha sonhos e objetivos definidos”, ensina.

Se fosse dar um conselho a si mesmo quando tinha 20 e poucos anos, André Mizokami diria: “Se você não tem o há-bito de controlar suas finanças, faça-o urgentemente”. Se no passado tivesse o interesse que tem hoje por finanças pessoais, com certeza teria guardado mais recursos, trabalhado muito melhor aquilo que recebe e, consequentemente, estaria bem mais tranquilo. “Mas nunca é tarde para começar”, conclui.

Ana Paula de Souza, GFAI; e André

Mizokami, consultor

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Cresce a contratação de

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A FLEXIBILIZAÇÃO TRABALHISTA

TEM SIDO APLICADA NÃO SÓ DE FORMA

SAZONAL, ESPECIALMENTE

NAS ÁREAS COMERCIAL E DE FINANÇAS

Por Jennifer Almeida

Unido, a flexibilização já faz parte da cultura do mercado de trabalho. Haag tem observado que, no Brasil, apesar do histórico de ressalva com uma posição temporária ou terceirizada, hoje muitos candidatos consideram uma excelente oportunidade de estar conectado ao mercado de trabalho.

O trabalhador temporário é contrata-do por um período de três a nove meses diante de aumento de demanda extraor-dinária ou para cobrir férias prolongadas, licença maternidade e licença médica. Ao término desse período, há dois cami-nhos possíveis: desligar-se da empresa ou ser contratado efetivamente. Já o trabalhador terceirizado não tem limite de prazo, podendo ser contratado por uma empresa e permanecer por tempo indeterminado. Nas duas modalidades, ambos têm os mesmos direitos que um trabalhador efetivado. “Esse profissional que prestará serviço para o meu cliente final é registrado por nós e recebe os benefícios”, esclarece.

As áreas Comercial e de Finanças estão entre as que mais demandam temporários e terceiros atualmente, se-gundo Haag. De acordo com ele, a força comercial faz a diferença no negócio, portanto, empresas têm investido nos seus times de venda, acreditando numa retomada da economia. “Finanças é outra área que tradicionalmente utiliza esse tipo de trabalho. Quando ocorre a implantação de um sistema de gestão, por exemplo, há o deslocamento dos funcionários responsáveis pelos proces-sos para o projeto, o que demanda uma nova equipe para continuar conduzindo o dia a dia. Em um movimento como esse, há utilização de um grande número de temporários e terceiros”, observa.

Demandas de auditoria e fechamento contábil são outro exemplo da neces-

sidade de contratação desses profis-sionais. Oitava maior rede global nas áreas de auditoria e consultoria, a Crowe Horwath está habituada ao sistema de terceirizados, atendendo empresas que precisam de estrutura profissional em alguns setores comuns à sua expertise. Sérgio Oliveira, sócio líder da área de Riscos e Auditoria da Crowe Horwath explica que a auditoria independente, por sua natureza, é sempre terceirizada. Já uma auditoria interna sim, pode ser efetuada por terceiros ou funcionários, assim como a consultoria.

Entre as vantagens de se terceirizar uma auditoria interna ou consultoria, ele destaca o desembolso de caixa controla-do, no qual a empresa pode estabelecer o cronograma de auditoria interna ou a contratação de uma consultoria conforme as demandas internas e o caixa disponí-vel, por exemplo. “No caso da auditoria interna, a empresa pode contratar so-mente quando tem a necessidade, ou o programa ser efetuado sob demanda, o que fará com que o desembolso de caixa não seja fixo”, destaca. Outra vantagem é a atualização dos profissionais. Ao contratar um terceiro, a empresa tem a vantagem de receber alguém já treinado e com experiência prática em casos se-melhantes. “Também evita custos com treinamentos”, acrescenta.

A presença certa do profissional também está entre as vantagens. “Com um terceiro, a empresa não precisa se preocupar com faltas, férias, etc., pois a contratada terá a obrigação de executar e entregar os serviços, portanto, esses pro-blemas passam a ser dela”, acrescenta.

“O desafio é o conhecimento no trabalho, onde o trabalhador terá que aprender as novas funções em pouco tempo”, opina Pablo Linhares, diretor do Grupo PLL.

O mercado de trabalho bra-sileiro está mais receptivo a profissionais temporários e terceiros para além de uma sazonalidade, como Natal, Ano-Novo, Páscoa e outras datas festivas. Este

formato de contratação é crescente no Brasil, especialmente nos departamentos de Vendas e Finanças. “Tivemos no último ano muita disponibilidade de profissionais para projetos de trabalhos temporários e terceiros, além disso, as empresas estão se habituando a este formato”, informa Ricardo Haag, diretor da Page Interim.

Em países como França e Reino

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Como colaborador temporário, Go-mes tem a possibilidade de conhecer ambientes de trabalho diferentes e adquirir experiências diversas. Mas ele está certo de que, se pudesse escolher entre continuar trabalhando como tem-porário ou se tornar efetivo, escolheria a efetivação em função da instabilidade econômica do país. “Eu me sentiria mais seguro sendo efetivo numa empresa”, disse. Não tendo a opção, aos tem-porários, ele sugere que aproveitem a experiência e tentem aprender o máximo possível. “Importante também é manter um bom relacionamento no ambiente de trabalho, pois, existindo possibilida-de interna de efetivação na empresa, há grandes chances de contratação”, compartilha.

Independente do estado em que se encontra a economia no país, Ricardo Haag acredita que a contratação de terceiros e temporários é uma tendência que veio para ficar, especialmente com as mudanças na legislação propostas pelo governo. “Temos um feedback positivo dos nossos clientes sobre essa flexibilização, bem como dos profissio-nais que têm trabalhado em diferentes empresas e participado de projetos interessantes, tendo a chance de se-rem efetivados quando a oportunidade surgir”, conclui.

Do ponto de vista do terceirizado, um grande desafio mencionado por Oliveira, da Crowe, é a possibilidade de não preencher todas as horas dis-poníveis no mês em cliente, seja por falta de projetos ou mal planejamento, o que representa uma perda financeira relevante. “Para superar esse desafio, planejamento adequado e uma forte abordagem comercial ajudam muito”, indica. Outra parte dos desafios diz respeito justamente às vantagens dos contratantes citadas por ele anterior-mente, já que todos os problemas de execução passam a ser do terceiro, que os administra de forma que o cliente perceba minimamente sua ocorrência.

Oliveira comenta que outro desafio significativo na contratação é o preço, pois, muitas vezes, a empresa contra-tante entende que o custo para a sua demanda deve ser menor do que a proposta e acaba não contratando ou optando pelo menor orçamento sem observar previamente a qualidade ofe-recida pelos concorrentes ao serviço. “A formação de preço acaba sendo uma ati-vidade complexa, pois existem variações relevantes entre empresas prestadoras de um mesmo serviço”, explica.

Aproveitando as oportunidadesHá seis meses, o técnico de gestão de pessoas, Cléber Gomes, trabalha como profissional temporário não por opção, mas sim porque foi a oportunidade que surgiu no momento. Trabalhando atual-mente como coordenador de operações do Grupo PLL, ele aguarda a oportuni-dade de efetivação. “Estou mostrando o meu melhor para a empresa, para que quando houver a vaga efetiva, eu consi-ga a oportunidade”, destaca.

“A formação de preço acaba sendo uma atividade complexa, pois existem variações relevantes de estrutura e qualidade entre empresas prestadoras de um mesmo serviço.”Sérgio Oliveira

Da esq. para a dir., Pablo Linhares,

Grupo PPL; Ricardo Haag, Page Interim;

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<IR>Lógica do

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desafio para organização

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Por Andrea Fagundes

Entre os avanços para a transparência das infor-mações empresarias, a abordagem do Relato Integrado (<IR>) surgiu por meio de uma coalizão global de reguladores,

investidores, empresas, definidores de padrões, profissionais do setor contábil e ONGs com objetivo de propor um modelo de relatório conciso e capaz de avaliar a capacidade de geração de valor das organizações. Desde 2010, o IIRC (International Integrated Reporting Council) vem disseminando mundial-mente a importância estratégica de sua adoção para melhorar a qualidade das informações relevantes das companhias a fim de aprimorar a comunicação com os stakeholders. Para falar dessa ten-dência internacional, o CEO do IIRC, Ri-chard Howitt, esteve em março no Brasil

participando de uma série de eventos com agenda organizada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), representante da Comissão Brasileira de Acompanhamen-to do Relato Integrado.

O CRCSP (Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo) sediou Seminário Internacional no dia 15 de março com apoio da ANEFAC, que tem uma diretoria sobre o assunto coor-denada pelo diretor executivo Fernando Fonseca. “O Relato Integrado faz parte da estratégia de desenvolvimento dos negócios, entregando para a sociedade informações com reconhecimento dos valores da empresa. A necessidade de transparência é global. O CRCSP apoia essa iniciativa e reforça que os profis-sionais de Contabilidade busquem essa competência para implementar o Relato Integrado nas organizações“, disse o

presidente do CRCSP, Gildo Freire de Araújo, na abertura do evento.

A coordenadora geral da Comissão Brasileira de Acompanhamento do Re-lato Integrado, Vânia Borgerth, ressaltou que o “Relato Integrado é uma importan-te ferramenta para o acompanhamento das decisões de investimentos. É um conceito revolucionário, que conta a verdadeira história de uma empresa, com começo, meio e fim”, observou.

Considerando que nenhuma com-panhia é hoje impacto zero, o mercado entende como fundamental que as organizações passem a elaborar os Relatórios Integrados para começar a mitigar impactos negativos. Ele vem se definindo como uma metodologia com estrutura mais fácil e padronizada, que atende a demanda dos stakeholders.

Falaram sobre suas experiências com Relato Integrado a chefe do gabinete da

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presidência da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Camila Pantera; a head of South America, Networks & Outreach at PRI (Principles for Responsible Investment), Tatiana Assali; a diretora de Imprensa, Sustentabilidade e Comunicação da BM&FBovespa, Sonia Favaretto; o head de Políticas Contábeis do Itaú, Rodrigo Mo-rais; e o professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Eduardo Flores.

“Como provedores de informações, produtos e serviços para as companhias, a nossa premissa é a transparência, con-ceito que está na raiz do nosso negócio”, disse Sônia Favaretto. Desde 2000, a Bolsa vem difundindo no mercado a adoção de políticas além de econômicas e financeiras, como a de governança corporativa. “Iniciamos esse movimento pioneiro. No Índice Sustentabilidade Am-biental, o Brasil é uma referência mundial

há mais de uma década. Dentro desse contexto, sugerimos que as empresas forneçam um relatório com informações ambientais, sociais e de governança corporativa, tomando por base padrões internacionais aceitos, como a estrutura do Relato Integrado do IIRC”, destacou. A Bolsa, segundo ela, procura estimular as corporações nesse caminho por meio de seus instrumentos. “Lançamos este ano uma iniciativa que pede às empresas listadas que informem anualmente se elaboram seus relatórios de sustenta-bilidade ou integrado, de acordo com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)”, exemplificou.

Os ODS fazem parte da agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, documento lançado pela ONU (Organi-zação das Nações Unidas) em 2015. “O mercado de capitais sente a necessidade de ser sustentável, a fim de trazer melho-res investimentos e resultados para todos os envolvidos. E a Bolsa vem auxiliando--as nesse caminho. Todos ganham nesse

Richard Howitt, IIRC, em seminário no CRCSP

Seminário no CRCSP

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cenário, tendo o Relato Integrado como parte das decisões”, assinalou Sônia.

Para Rodrigo Morais, do Itaú, é fun-damental que as companhias adotem o Relato Integrado com objetivo de gerar valor ao longo do tempo. Ele destacou que “o grande desafio da implementa-ção é difundir o pensamento integrado dentro da companhia. Fizemos o primei-ro, com enorme recepção interna, e já estamos caminhando para a publicação da 4ª edição do nosso Relato Integrado. Essa abordagem tem nos permitido uma comunicação mais inteligente”, avalia.

Segundo Eduardo Flores, da Fipecafi, as corporações ainda têm vários veículos de informação divulgados de maneira segregada. “Isso cria um problema de desconexão das análises dessas peças para reportar de forma eficiente o de-sempenho empresarial, o que gera, auto-maticamente, uma má interpretação dos resultados ou até total desconsideração por parte dos investidores. Temos uma pesquisa dentro da academia apontan-do que notícias de mídia especializada, como The New York Times e Financial Times, são mais consideradas para fins de determinação do preço das ações do que as publicações tradicionais dos financial statements”, aponta.

A professora Simone Letícia Sanches, da Universidade Estadual de Maringá, destacou, em dissertação de mestra-do sob sua orientação, que entre os fatores que contribuíram para a melhor produção do <IR> estão a perspectiva holística sobre o fluxo de informação; o compartilhamento do significado entre os envolvidos de diferentes setores; reuniões periódicas; filtro do que é infor-mação essencial a ser reportada; tornar o <IR> mais conciso, com redução de ambiguidade; experiência com diretrizes GRI; o entendimento compartilhado in-ternamente de que divulgar informações é fonte de vantagem competitiva; e o envolvimento da diretoria executiva de Finanças com o tema.

mercado sobre a prática do Relato Inte-grado, a exemplo do Itaú, que elaborou um relatório sem métricas em demasia, com informações de sustentabilidade integradas às financeiras”, disse.

Para Howitt, a economia do Brasil, em recuperação, é um grande desafio. “Mas as companhias devem seguir adiante. O Relato Integrado deve ser também uma ferramenta para tratar dificuldades, pois a metodologia fornecerá informações relevantes e de valor para investidores, sendo base também de reputação da empresa. Se uma companhia quer seguir na liderança, deve aderir ao movimento global. O nosso objetivo é que o Relato Integrado seja norma no mundo, pois empresas que o utilizam têm obtido muito sucesso. O <IR> representa uma organização”, assinalou o executivo, alertando: “A nova geração de CEOs vê o Relato Integrado como estratégico para a companhia. Hoje, é uma vantagem com-petitiva. No futuro breve, será mandatório no currículo profissional”.

Contexto globalSob um contexto global, o CEO do IIRC, Richard Howitt, destacou que o propósito do Relato Integrado é, justamente, pensar de maneira ho-lística que as informações não estão separadas. “Observamos um grande crescimento desse movimento no mundo, defendendo a integração nos relatórios financeiros. Cerca de 1.500 empresas internacionais já adotam o Relato Integrado e o modelo vem sen-do disseminado como princípio a ser adotado na economia mundial. Desen-volvemos treinamentos para empresas e temos apoio de redes acadêmicas como Stanford e Harvard”, mencionou.

Segundo Howitt, o Reino Unido é uma região estratégica, com cerca de 11 mil empresas já em fase de implementação do <IR>. Já os BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ganham destaque por serem economias emer-gentes, o que torna o Relato Integrado fundamental para o acesso a capitais internacionais. “No Brasil, cerca de 120 empresas já estão adotando o movimen-to, o que é muito significativo. Destas, 12 implementaram completamente o framework”, destacou. Positivamente, avaliou que o Brasil, como maior econo-mia da América Latina, é uma referência para os demais países na região. “Os legisladores, assim como os maiores líderes, veem o Relato Integrado como primordial para o futuro no mercado de capitais internacional. E o movimento no país está crescente e contínuo”, afirmou. Ele sugere pedir maior apoio aos órgãos reguladores, já que o <IR> não é obriga-tório, enquanto as organizações devem se conscientizar dos benefícios de sua adoção, criando conexões de valor. “Vale ressaltar que não é interessante copiar modelos da Índia ou da África do Sul, por exemplo. Isso criaria uma confusão no mercado. É mais eficaz que os órgãos reguladores eduquem o

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OFERECIDA PELO IMA COM APOIO DA ANEFAC NO BRASIL,

CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL

PROPORCIONA AMPLO CONHECIMENTO E OPORTUNIDADES

PROFISSIONAISPor Jennifer Almeida

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é diferencial na carreira de contador gerencial

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ara quem almeja carreira internacional, possuir uma certificação profissional reconhecida internacio-nalmente é um diferencial muito importante”, afirma Clemildo Senger, controller

Americas da Criteo Corp, líder global em publicidade de desempenho digital. De acordo com ele, obter a certificação aju-da não só na preparação do profissional, como faz com que sejam considerados preferencialmente em oportunidades de transferência internacional.

O executivo, hoje baseado em Nova York, possui o CMA (Certified Manage-ment Accountant), certificação profis-sional especialmente desenhada para mensurar os conhecimentos críticos de

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Contabilidade e Gestão Financeira, ofe-recida pelo IMA (Institute of Management Accountants), entidade internacional à qual a ANEFAC é afiliada. “Como de-senvolvi minha carreira em empresas multinacionais, tanto no Brasil como no exterior, buscava uma certificação profis-sional com reconhecimento internacional e que estivesse alinhada com minha atuação em Controladoria e Finanças”, conta Senger. Encontrou tudo o que precisava no CMA.

A certificação funciona como uma avaliação independente que atesta o conhecimento do profissional. “Na minha situação particular, como um brasileiro trabalhando nos Estados Unidos, o CMA trouxe resultados imediatos em termos de autoconfiança, credibilidade

profissional e visibilidade no mercado de trabalho”, acrescenta.

O estudo para o exame, segundo Sen-ger, foi útil como ferramenta de atualização profissional, já que o conteúdo é amplo e requer dedicação por parte do candidato. “Estudar para o exame foi como fazer uma espécie de mini MBA. Segundo o IMA, a taxa de aprovação é de 50%, o que demonstra a seriedade da certificação, o esforço requerido para obtê-la e o valor que ela representa”, completa.

O programa do CMA cobre conteúdo e ferramentas que permitem ao profis-sional de Contabilidade contar a história por trás dos números, e não apenas prepará-los. Dentre os principais con-ceitos abrangidos, ele destaca análise e planejamento financeiro, gestão de

resultados, gestão de risco, processo decisório em Finanças, Controles Inter-nos e ética profissional.

De acordo com Senger, aos profissio-nais menos experientes, a certificação serve ainda para complementar eventuais deficiências da formação acadêmica, além de diminuir a distância entre teoria e práti-ca, já que o conteúdo do exame é focado nos conhecimentos requeridos no dia a dia das empresas. Já para os profissionais mais experientes, trata-se de uma ótima oportunidade de reciclagem profissional.

Ao contar com um profissional certifi-cado pelo IMA, Maria Helena Pettersson, vice-presidente de Relações Institucio-nais da ANEFAC, afirma que a empresa terá melhor qualidade de informação para tomada de decisões internas.

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“Segundo o IMA, a taxa de aprovação é de 50%, o que demonstra a seriedade da certificação, o esforço requerido para obtê-la e o valor que ela representa.” Clemildo Senger

Na avaliação de Marcus Beszile, vice--presidente de Administração e Finanças da ANEFAC, o contador gerencial é um profissional-chave para a performance das companhias por seu perfil mais estratégico do que operacional. “Esses profissionais precisam estar atualizados com as tendên-cias globais, ter plano de carreira, construir networking de qualidade, ter acesso a informações específicas e oportunas que levem a ações práticas dentro da área de atuação da sua companhia, defender a ética nos negócios e ter acesso a treina-mentos diferenciados”, enfatiza.

Com objetivo de disseminar essa cul-tura global no mercado brasileiro e ajudar os profissionais a se tornarem executivos capazes de aumentar a performance das companhias, a ANEFAC vem apoiando a certificação do IMA no Brasil. Antonio Carlos Machado, conselheiro da ANEFAC, explica que a Associação está fortalecen-do o seu relacionamento com o IMA por meio de um comitê criado pelo presidente da entidade, Edmir Lopes de Carvalho.

“Estão sendo realizadas constantes reuniões com a diretoria do IMA para traçar ações práticas que deem visibi-lidade e façam com que a certificação CMA seja efetivamente buscada pelos executivos brasileiros interessados em se diferenciar no mercado de contabilidade gerencial”, comenta.

Maria Helena lembra que, uma vez feita a certificação, há sua manutenção, que faz com que os executivos estejam estudando continuamente os temas relacionados. “Vamos desenvolver opor-tunidades para que ele possa estar com a manutenção em dia aqui no Brasil”, conta. Serão realizados cursos, pales-tras, workshops, dentre outros, sempre com temas de interesse do contador gerencial e que possam agregar pontos na manutenção da certificação.

IMA e ANEFAC trabalhando em parceriaMaria Helena adianta que em breve será assinado um memorando de en-tendimento com o IMA para dar início às atividades de apoio e divulgação da certificação e do conteúdo oferecido. Segundo Marcus Beszile, a parceria demanda bastante dedicação, por isso, há diversas frentes de trabalho acontecendo ao mesmo tempo. “Isso exige decisões rápidas e integradas com outras áreas da ANEFAC e até mesmo com outras entidades, como a USP (Universidade de São Paulo), os reguladores e as companhias”, explica. “O comitê é formado por um grupo de executivos engajados e experientes, o que faz com que os trabalhos estejam fluindo com tranquilidade”, acrescenta.

O grupo conta com uma agenda de trabalhos anual que prioriza os temas a serem discutidos para encontrar solu-ções que viabilizem a participação dos executivos brasileiros no programa CMA, bem como em eventos no Brasil e no exterior a serem realizados pela parceria entre ANEFAC e IMA. “Teremos muitas novidades ainda neste ano”, antecipa.

Beszile observa que as expectativas das companhias, da ANEFAC e do IMA são grandes porque há muito trabalho pela frente a fim de resolver o gap entre formação dos profissionais e as habilida-des de liderança exigidas pelo mercado. “Já definimos a necessidade de uma nova visita da diretoria do IMA ao Brasil para uma rodada de divulgação do programa

Da esq. para a dir., Antonio Carlos

Machado, M/Legate e ANEFAC; Charles Holland, ANEFAC;

e Clemildo Senger, Criteo Corp

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e estamos trabalhando para levar uma boa quantidade de executivos brasilei-ros ao congresso do IMA neste ano, em Denver”, detalha Machado. Maria Helena observa que esta comitiva, ao voltar de Denver, pretende realizar um evento para compartilhar o que foi debatido no congresso internacional.

Na visão de Charles Holland, conse-

lheiro da ANEFAC, o Brasil está atrasado no reporte interno alinhado com as mé-tricas estratégicas das empresas. “Se têm, não são bem acompanhadas. Por isso, sempre apoiei e apoio o IMA. É um trabalho contínuo que precisa ser assumi-do pela nova geração, um ganha-ganha para todos”, observa. Ele acrescenta que, por ser a maior entidade profissio-

nal global de prestação de contas para públicos internos, o IMA tem muito a oferecer também na parte tecnológica.

“No mundo atual, onde a única cons-tante é a mudança, todos os profissio-nais precisam se atualizar mensalmente enquanto estiverem atuando em ativida-des ligadas à prestação de contas para públicos internos”, opina. Segundo ele, estudos confiáveis apontam que, para cada contador dedicado a prestação de contas para públicos externos, são necessários quatro contadores para públicos internos. “A empresa trabalha muito para divulgar informações externa-mente, seja para investidores ou órgãos reguladores. Um contador certificado melhora a qualidade da informação in-terna para a tomada de decisão”, conclui Maria Helena.

Marcus Beszile e Maria Helena Pettersson, ambos ANEFAC

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Para David Kallás, ‘mudança’ é a palavra que resume a vida. “As coisas vão mudando, acontecendo, e precisamos estar abertos para saber que as coisas vem e vão”, diz. Mineiro de Itajubá, mu-

dou-se sozinho aos 16 anos para São Paulo, onde cursou Administração de Empresas pela FEA/USP e trabalhou em algumas empresas até sentir o chamado da veia empreendedora, a qual atribui ao exemplo do pai, um libanês que chegou ao Brasil muito jovem decidido a ter sua própria loja.

Foi depois de adquirir experiência que, em 2005, David abriu seu próprio negócio, uma consultoria voltada para médias empresas. “Quem faz o país girar são as pequenas e médias e isso faz você ver mais valor no seu trabalho. Um segmento formado por empresários muito sozinhos e carentes de planeja-mento, onde você é ouvido, influencia e vê o resultado realmente acontecendo”, observa. “Algumas relações desenvol-vidas com clientes já duram dez anos. Além de ver o cliente multiplicar em 12 vezes o seu faturamento, com mudan-ças impressionantes, desenvolvem-se verdadeiras amizades. Assim, eu vejo muito mais gratificação no meu traba-lho”, complementa.

A KC&D, nas palavras de seu funda-dor, começou tímida e está mostrando--se longeva. “Cada experiência tem o seu valor e todas ensinaram muito. A Symnetics ajudou na minha formação como pessoa e profissional, mas não tenho dúvida de que o principal desafio foi abrir a minha própria empresa, onde refleti tudo que aprendi nos outros luga-res”, avalia.

Uma prova da solidez do negócio foi o período mais difícil que enfrentou pessoalmente. Em 2007, Kallás foi diagnosticado com uma grave e rara doença. “Ninguém sabia como tratar, e um conjunto de médicos foi trabalhando na base da tentativa, do erro e acerto. Era uma imprevisibilidade muito gran-de”, definiu. Completa imprevisibilidade, aliás, foi o mote de sua vida por alguns anos. O que, para um profissional de

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“O plano é uma base e não só pode como deve mudar porque o mundo muda rapidamente”David Kallás

planejamento estratégico, pode represen-tar o caos. Para Kallás, foi uma de suas maiores lições de vida: “Tudo passa um dia. Seja para o bem ou para o mal. As coisas mudam de repente e a gente tem que aprender a conviver com isso sem perder a essência”, ensina.

Com mestrado em Administração na FEA/USP 2001-2003 e doutorado na FGV-EAESP 2010-2014, Kallás desenvol-veu ainda uma longa carreira docente em instituições voltadas ao ensino de negó-cios. Ele faz questão de destacar sua identificação extremamente particular com o Insper, onde começou a lecionar no mesmo ano em que abriu a KC&D. Além de ter acompanhado e contribuído para o crescimento exponencial do então denominado Ibmec, o que faz ter um significado todo especial, o executivo nutre ainda uma relação de gratidão pela casa. Foi quando comunicou sobre a doença diagnosticada que recebeu um apoio espetacular.

Após a cura com quimioterapia, se-quelas no fígado o fizeram entrar na fila para um transplante em 2010. Foram oito meses de angústia. “Eu planejava as coisas, mas a qualquer momento poderia receber um telefonema chamando para o transplante, o que me deixaria pelo me-nos três meses completamente afastado de tudo”, lembra. Afinal, para um espe-cialidade em planejamento estratégico, como lidar com a imprevisibilidade? A resposta parece simples na prática: tudo precisa ter um plano B. “Eu aceitava um curso, uma palestra, uma consultoria, mas tinha sempre um backup, e trabalhei isso de uma forma muito transparente com todos os parceiros comerciais”, conta. Para sua surpresa, a maioria das pessoas não viu problemas na condição frágil que ele expunha. Foi nesta época, inclusive, que gerou interesse de uma sócia e viu a sociedade se concretizar. “Coisas que surpreendem”, analisa.

Outra grande surpresa foi a notícia de que está para chegar o segundo filho. A primeira gravidez do casal aconteceu após todos os tratamentos pelos quais Kallás havia passado. Por precaução à grande probabilidade de esterilidade que a quimioterapia poderia causar, ele congelou material que foi utilizado posteriormente em uma inseminação artificial na geração de Maria, sua primeira filha, hoje com quatro anos de idade. Mais uma vez, uma mudan-ça de rumos aconteceu. Em setembro do ano passado, veio a notícia: o casal havia gerado, naturalmente, uma nova vida. Aguardam, ansiosos, a chegada de um menino. “No dia que Maria nasceu, 13 de abril, era dia de Congresso ANEFAC, e ela o frequenta todos os anos”, conta.

Kallás está vivendo o melhor momento de sua vida. Esperando o segundo filho, vivendo a cada dia as alegrias de ver Maria crescer e percebendo a empresa já consolidada. “Nunca estivemos tão felizes”, afirma. “Ficamos preocupados com instabilidades no Brasil e no mundo, mas instabilidade é a regra, não é a exce-ção”, diz. Ao longo do tempo, o executivo considera ter asfaltado um caminho que proporciona segurança à família. “A partir de agora, a preocupação é com os filhos que deixaremos para o mundo”, reflete.

Quanto à questão que permeou sua vida - Como um profissional de plane-jamento lida com o fato de não poder prever o futuro - a resposta está na ponta da língua: “Mantendo os valores, a essência e nos cercando de pessoas como a gente. Sendo bacana, você acaba se unindo a pessoas bacanas também”, acredita. E isso, ele tem de sobra. Além da família, tem um grupo de amigos que se reúne toda semana há 20 anos. “Todos pernas-de-pau, mas toda quinta-feira à noite nos encontramos para jogar, muito mais pelas risadas e conversas do que pelo futebol em si”, diverte-se o flamenguista.

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Mas para chegar lá, é preciso disciplina e muito planejamento. “Fazer a rotina de treinos caber no dia a dia é um exercício diário”, acrescenta. Rego começou a praticar o triathlon quando estava em seu processo de intercâmbio, morando em Miami, nos Estados Unidos. A cidade possui um circuito de provas bastante ativo.

Hoje, está treinando para fazer seu primeiro Ironman no dia 28 de maio em Florianópolis, Santa Catarina. “O volume de treino para este tipo de prova é bastante elevado e inclui os sete dias da semana, sendo que nas terças, quartas e quintas temos duas sessões de treino”, detalha. Todo o esforço, segundo ele, é recompen-sado. “Me sinto pleno e muito feliz. Pode parecer loucura, mas fazer um treino de pedal na estrada, na linha verde aqui na Bahia, às cinco horas da manhã vendo o sol nascer, ou fazer um treino de natação no Porto da Barra por volta de cinco e meia da manhã, fazem o dia ser completamente outro”, afirma. Ele atribui esse feito ao costume da adrenalina/endorfina gerado pelo exercício. “Quando não treinamos, o dia não rende como deveria”, diz.

De acordo com ele, o primeiro grande benefício do triathlon está

relacionado à saúde. “O triatleta tem que praticar exercícios regularmente durante a semana para conseguir concluir suas provas. Quando você começa a fazer provas mais longas, um dos maiores benefícios está em aprender a se planejar e se disciplinar. Você precisa se hidratar com a periodi-cidade e quantidade adequada, precisa planejar o ritmo em que você vai fazer cada uma das modalidades da prova; um pequeno erro e você pode ‘quebrar’ na prova, e meses de treino serão per-didos”, detalha.

Como bom baiano, Rego não pode-ria negar que o benefício do triathlon também está na imensa capacidade de agregação de novos amigos proporcio-nada pela modalidade. “Com os amigos vêm as ‘resenhas’, os comentários do pós-treino, as brincadeiras, as apostas, tudo em um ambiente saudável e de muita amizade”, conta. Para quem quer começar, ele indica a busca por uma boa assessoria para treinar. “Lembro que quando comecei não conseguia correr cinco quilômetros seguidos”, exemplifica. E atesta: “nada é difícil, tudo é uma questão de se planejar e de treinar o corpo”.

Triathlon: corpo e mente dedicados à superação

Triathlon, acima de tudo, é a capacidade de treinar a mente para levar à supera-ção de limites. Esta é a visão de Vinicius Rego, sócio da PwC e vice-presidente da ANEFAC Bahia. “Você

começa fazendo provas mais curtas, na modalidade sprint/short, em que se nada 750 metros, pedala 20 quilômetros e corre cinco quilômetros. De repente, você está progredindo nas distâncias e se vê querendo fazer um sonhado Ironman (3.8 quilômetros de natação, 180 quilô-metros de bicicleta e 42 quilômetros de corrida)”, conta.

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Vinicius Rego, PwC e ANEFAC

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*Por Leandro Cossalter

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Já é de conhecimento de todos que o STF (Supremo Tribunal Federal) votou no último dia 15 de março o RE 574706, que determina a exclusão do ICMS (Imposto sobre Circula-ção de Mercadorias e Presta-

ção de Serviços) da base de cálculo do PIS e da Cofins. Apesar de a votação ter sido recente, essa discussão se estende há mais de décadas. Ela teve início lá atrás, com a Lei Complementar 7/70 e 70/91, que instituíram as contribuições do PIS e da Cofins.

Não entrando no mérito das discus-sões passadas sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, o que ficou claro durante estes últimos quase 50 anos é que o fisco tentou de todas as formas não permitir que um erro fosse consertado.

Agora, após a votação do recurso extraordinário, as empresas estão ani-madas com a possibilidade de recuperar tributos pagos nos últimos cinco anos e deixar de tributar o PIS e a Cofins sobre o ICMS em suas próximas operações. Apesar de se tratar de um recurso ex-traordinário de repercussão geral (o que significa que a decisão vale para todos os contribuintes), a coisa não é tão fácil quanto parece.

O alvoroço inicial precisa ser tratado com cautela pelas empresas. Mesmo com a decisão do STF, as empresas precisam aguardar o efeito modulador da decisão, que pode restringir o di-reito creditório à data da decisão. Isso implicaria às empresas a vedação de

encargo tenha sido passado a terceiros. Ou seja, a restituição somente será per-mitida a quem comprovar ter assumido o ônus do tributo.

Esclarecidas todas as dúvidas men-cionadas, e se todas se confirmarem em prol do contribuinte, as empresas terão um trabalho árduo, que é a constituição do crédito tributário a ser restituído. Isso porque as empresas terão que passar por uma maratona de reapuração de tributos e retificação de declarações eco-nômicas fiscais que totalizam em torno de 120 declarações, entre DACON, ECF – Contribuições e DCTF. Como se não bastasse, temos ainda o preenchimento das declarações de compensação (PER/DCOMP), que devem ser preenchidas por fato gerador e por tributo. Ou seja, mais 120 declarações.

Por fim e não menos importante, a repercussão dessa decisão deve influen-ciar diretamente as mudanças tributárias que estão por vir, nas quais o governo provavelmente irá querer compensar a perda de arrecadação com a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins. Nesse sentido, as empresas precisam estar bem assessoradas para evitar que uma possível economia tribu-tária torne-se um custo ainda maior.

aproveitamento dos tributos pagos inde-vidamente, salvo se a empresa já tenha entrado com algum tipo de ação que dê segurança jurídica para a recuperação das contribuições pagas.

Outro fato importante ao qual as em-presas precisam ficar atentas é a questão dos créditos do PIS e da Cofins tomados, os quais também poderão ser afetados, tendo em vista que as empresas que apu-raram suas contribuições na sistemática não cumulativa apropriam seus créditos sobre o total de suas compras, sem expurgar da base de cálculo utilizada para crédito o valor do ICMS embutido no preço.

Esse assunto ainda é fato obscuro, tendo em vista a sistemática não cumu-lativa do PIS e da Cofins não ser tão clara quanto à aplicada ao ICMS. Sobre esta, a Carta Magna determina de forma clara que o imposto devido é compensado com o montante cobrado nas operações anteriores. No caso do PIS e da Cofins, o crédito está relacionado às aquisições que são inerentes à atividade-fim da empresa, sem qualquer tipo de ligação ao tributo cobrado anteriormente. Isso se confirma no sentido de que não há dis-tinção, no momento da apropriação do crédito, quanto a alíquota aplicada, sejam elas referentes à sistemática cumulativa, não cumulativa, Simples Nacional e até mesmo monofásica.

O que também precisa ser analisado pelos contribuintes e seus assessores jurídicos é a aplicação do artigo 166 do CTN (Código Tributário Nacional), que veda a restituição de tributos cujo

*Leandro Cossalter é consultor tributário e sócio da Crowe Horwath.

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A mensuração contábil dos intangíveis: desafios e oportunidadesCom a convergência brasileiras às Normas Internacionais de Contabilidade, um novo cenário para o tratamento dos ativos intangíveis se configurou no Brasil, o que tem apresentado um cenário de muitos desafios e algumas oportunidades. Para discu-tir o que o futuro sinaliza nesse assunto, o Comitê de Avaliações (CBAN) da ANEFAC realizou reunião técnica online no dia 15 de março, sob coordenação de Ana Cristina França de Souza, vice-presidente na ANEFAC Rio de Janeiro. Para o palestrante Eduardo José Zanotelli, especialista e professor, é necessário discutir o conceito do intangível; do contábil de Ativo Intangível; o paradigma contábil de mensuração de ativos e passivos; as restrições impostas por esse paradigma à prática contábil de reconhecimento e mensuração dos ativos intangíveis; metodo-logias aplicáveis à avaliação dos ativos intangíveis; e os desafios e oportunidades para a avaliação dos ativos intangíveis.

CONTROLADORIA

Contabilidade gerencial: processos e custos de importaçãoNos períodos de baixa atividade econômica, a redução de custos e os novos processos são divisores de águas na gestão das companhias. Por isso, a ANEFAC, por meio do Comitê em Controladoria, coordenado por Marcus Vinícius Biazzin Beszile, realizou palestra sobre o assunto em São Paulo no dia 16 de março. Foram abordados alguns procedimentos aduaneiros especiais para exemplificar de forma clara e objetiva onde é possível reduzir custos na importação e mostrar um pouco da experiência prática nos portos, aeroportos e fronteiras de todo o país. “A expertise nesse segmento é real e necessária. A administração da área de Importação envolve a movimentação e armazenagem de matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados do ponto de origem ao ponto de consumo”, afirmou o palestrante Leandro Laface Labatut.

GOVERNANÇA CORPORATIVA E COMPLIANCE

Gestão de risco para tomada de decisãoA ANEFAC Rio de Janeiro, por meio do Comitê de Governança Corporativa e Compliance, realizou em 23 de março reunião técnica sobre as melhores práticas de mercado, além de mos-trar como identificar, monitorar e prevenir os riscos do negócio, garantindo assim sua conformidade. O encontro foi conduzido pela diretora executiva Andreia Reis. Segundo o Relatório Mun-dial PM Survey de 2013, apenas 28% das empresas possuem metodologia formal de gestão de riscos. “No ambiente de pro-jetos, riscos são eventos discretos futuros que podem afetar o projeto para melhor ou para pior, enquanto oportunidades são resultados positivos e ameaças resultados negativos” apontou o palestrante Rodrigo Mendes Gandra.

PERÍCIAS, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM

Conhecendo a mediaçãoA mediação como instrumento multidisciplinar foi o assunto de painel realizado pelo Comitê de Perícias, Mediação e Ar-bitragem da ANEFAC em 29 de março, em São Paulo. Com coordenação do diretor executivo Fernando Viana de Oliveira Filho, foram abordados os principais pontos sobre a mediação e sua importância nas atividades profissionais. Adolfo Braga, advogado e palestrante, abordou um breve histórico internacio-nal e nacional; princípios e norteadores; processo de mediação; papel, função e capacitação mínima do mediador; e aspectos legais da mediação - Lei 13140/15 e 13105/15.

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TRIBUTÁRIO

Panorama jurisprudencial sobre o insumo no âmbito da contribuição ao PIS e Cofins

NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE

Caso prático da implementação do CPC 12No dia 23 de março, em São Paulo, a ANEFAC realizou reunião técnica coordenada pela diretora executiva Cecília Geron sobre a implementação do CPC 12. A mensuração contábil a valor presente precisa ser aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos. Na aplicação do ajuste a valor presente, os juros das vendas e das compras a prazo precisam ser lançados contabilmente como receita e despesa financeira. Para a pales-trante da Telhanorte, Patricia Satomi Nishimura, as dificuldades na aplicação do CPC 12 são o controle do valor do estoque; alocação das contas de AVP nas linhas da DRE; o tratamento nos impostos; e o tratamento na contabilidade gerencial.

Principais aspectos do PRTDevido ao atual cenário econômico do país, em janeiro de 2017 o Governo Federal instituiu o Programa de Regularização Tributária com o objetivo de prevenir e reduzir os litígios administrativos ou judiciais relacionados aos créditos tributários e não tributários, bem como a regularização de dívidas tributárias exigíveis, parceladas ou com exigibilidade suspensa. A ANEFAC Bahia, por meio do Comitê em Tributos, abordou o assunto em reunião técnica realizada em 30 de março, com condução do diretor executivo Welhington Lancaster.

PRT: uma nova oportunidade para as empresasO governo federal anunciou recentemente o PRT (Programa de Regularização Tributária), medida que permite a renegociação de dívidas vencidas até o dia 30 de novembro de 2016 com a possibili-dade de utilizar créditos de incentivos ou prejuízos fiscais para sua amortização. Para tentar esclarecer os diversos questionamentos que surgem com a novidade, a ANEFAC Rio de Janeiro, por meio do Comitê de Tributos, realizou reunião técnica no dia 18 de abril, com organização do diretor executivo Mauro da Cruz Jacob. O palestrante Yan Dutra Molina observou que PRT não é um Programa de Recuperação Fiscal, como o Refis, mas uma op-ção de regularização dos débitos em aberto. “Sua principal vantagem é a possibilidade de utilização do Prejuízo Fiscal, da Base Negativa da CSLL e de créditos perante a SRFB para pagamento de débitos, inclusive previdenciários”, disse.

A discussão do conceito de insumo para fins de descontos de créditos relacionados ao PIS e Cofins tem evoluído no âmbito dos tribunais admi-nistrativos e judiciais. A ANEFAC, por meio do Comitê Tributário, realizou reunião técnica para falar sobre o assunto no dia 7 de março, em São Paulo. Com condução do diretor executivo Cláudio Yano, o encontro teve a participação de Edinilson Apolinário e Roberto Fragoso, respectivamente vice-presidente e diretor executivo da ANEFAC. Foram discutidas as prin-cipais questões e tendências sobre o assunto e alguns temas críticos e recentes das alterações tributárias.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Gerenciando os desafios financeiros da TIA ANEFAC, por meio do Comitê em Tecnologia da Informa-ção, realizou reunião técnica no dia 11 de abril para discutir o gerenciamento dos custos de TI de acordo com as diretrizes organizacionais. “É importante definir a estratégia e gestão de custos, modelagens de custeio e como tratar as pressões para redução de custos em TI”, disse o diretor executivo Ricardo Motz Lubachescki. “Uma das maiores dificuldades para ela-borar o orçamento de TI é conseguir dimensionar os custos de ‘on going’ para projetos que entrarão em operação futura”, destacou o palestrante Walter Soubihe Jr.

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RELATO INTEGRADO E SUSTENTABILIDADE

A jornada do Relato Integrado: oportunidades, desafios e perspectivasO Relato Integrado traz uma abordagem mais coesa e eficiente ao processo de elaboração de relatórios corporativos, visando melhorar a qualidade da informação disponível e permitindo a alocação de capital de maneira mais eficiente e produtiva. A ANEFAC, por meio do Comitê de Relato Integrado e Sustentabilidade, realizou reunião técnica no dia 24 de março, em São Paulo, para abordar o assunto. “As empresas têm os desafios de acompanhar as mudanças e adaptar à nova realidade os seus con-ceitos e práticas de prestação de contas e de en-gajamento dos seus stakeholders. As informações contábeis e financeiras não são mais suficientes para as tomadas de decisões diante do contexto de mudanças e dos riscos e tendências globais atuais”, explicou o diretor executivo Fernando Fonseca.

JURÍDICO

A essência e a forma nos negócios jurídicos à luz do CPC 00No dia 4 de abril, a ANEFAC, por meio do Comitê Jurídico, realizou reunião técnica para debater os conceitos de essência, forma e causa com o objetivo de compreensão do negócio jurídico e, por consequência, identificar de que modo a ausência desses

elementos podem representar a desconsideração de relações ju-rídicas por simulação, buscando um paralelo com os conceitos trazidos no CPC 00. “A definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido deve atentar para a sua essência subjacente e realidade econômi-ca, e não apenas para sua forma legal”, destacou o diretor executivo Roberto Fragoso.

Programa de Integridade e Lei Anticorrupção: sua empresa está preparada?Reunião técnica do Comitê Jurídico da ANEFAC, no dia 13 de abril, em São Paulo, abordou as diretrizes gerais da regulamentação de compliance, bem como as principais características da Lei Anti-corrupção e do Programa de Integridade da CGU (Controladoria Geral da União). “É necessário que a abordagem sugerida para implantação estruturada de um Programa de Integridade esteja em linha com o perfil e características dos negócios das empresas”, explicou o diretor executivo Roberto Fragoso. O palestrante Wal-demir Bulla destacou que as empresas, incluindo as de pequeno porte, poderão ser diretamente responsabilizadas pela prática de atos que sejam prejudiciais à administração pública. “O simples acontecimento de ato ilícito em benefício da empresa é suficiente para determinar sua punição, independentemente da comprova-ção de culpa ou intenção das pessoas envolvidas”, disse.

ESTRATÉGIAS

O efeito das alianças estratégicasCom objetivo de discutir as relações de poder e as possibilidades de alianças estratégicas num am-biente competitivo e colaborativo de negociações complexas, o Comitê de Estudos em Estratégia da ANEFAC realizou reunião técnica no dia 26 de abril, sob coordenação do diretor executivo David Kallás. Para o palestrante Murilo Furtado de Mendonça Junior, o capitalismo como o conhecemos está dando lugar à economia compartilhada. “A colaboração permite que empresas, pequenas ou médias, sejam vistas como grandes quando se unem para fortalecimento e composição de uma oferta comum”, observou.

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PROVISIONAMENTO DO RISCO JURÍDICO

Provisão, Risco trabalhista e e-Social, CPC 25A ANEFAC, por meio do Comitê do CPC 25 - Provisionamento do Risco Jurídico, realizou reunião técnica em 28 de março para discutir os aspectos relacionados à provisão do risco trabalhista nas organizações, à importância de seu acom-panhamento sistemático e à integração de dados com o e-Social. Entre os

temas abordados pelo diretor executivo Mauro Sampaio, estiveram: um modelo de acompanha-mento regular do risco trabalhista; informações do formulário S-1070; opor tun idade de um conceito integrado de controle de provisão e o S-1070.

Principais aspectos contábeis das concessões

CPC E NORMAS INTERNACIONAIS

IFRS 15 e CPC 47

A ANEFAC Rio de Janeiro, por meio do Comitê CPC e Normas Internacionais, realizou reunião técnica no dia 29 de março sobre o ICPC 01 - Contratos de concessões, conhecida como IFRIC 12. Na norma, um dos pontos mais po-lêmicos é a definição do reconhecimen-

to dos ativos da concessão. Segundo o diretor executivo Mauro da Cruz Jacob, foram debatidos os critérios para amor-tização do intangível da concessão e o reconhecimento da receita e custo de construção nos serviços regulados, com ênfase na concessão de distribui-

ção de gás canalizado. “Ao contrário do que se costuma ver em outras conces-sões, no caso de algumas concessões de distribuição de gás canalizado o regulador estabeleceu um ciclo fixo e automático de dez anos, vida útil na qual o benefício econômico de cada projeto de investimento termina. Este procedimento é prático e pragmático e obriga a concessionária, sem neces-sidade de interferência do regulador, a gerenciar e manter a velocidade dos investimentos, sob o risco de não conseguir recuperá-los”, explicou o palestrante Luiz Henrique Barros.

A ANEFAC Rio de Janeiro, por meio do Comitê de CPC e Normas Interna-cionais, realizou reunião técnica sobre IFRS 15 e CPC 47 em 12 de abril, no Rio de Janeiro. Christiano Augusto Beleze dos Santos, explicou que o IFRS 15 e ASC 606, Receita de Contratos com Clientes, contém princípios que uma

entidade aplicará para determinar a mensuração da receita e o momento em que ela é reconhecida.

A norma pode alterar significativa-mente como as entidades reconhecem a receita, especialmente aquelas que atualmente aplicam orientação espe-cífica do setor, e também resultará em

um aumento significativo no volume de divulgações relacionadas ao reconheci-mento de receita. O CPC 47, aprovado em novembro de 2016, foi elaborado a partir do IFRS 15, e sua aplicação, no julgamento do CPC, produz reflexos contábeis que estão em conformidade com o documento editado pelo IASB.

WORKSHOP

Redução de custos em tempos de criseNo dia 27 de abril, foi realizado workshop para a discussão de como identificar oportunidades de otimização de custos. No encontro coordenado pelo diretor executivo Marcus Beszile, a partir da multidisciplinaridade dos participantes foram apresentados casos de sucesso que contribuíram para a análise de reduções de custos sob novas perspec-tivas. Participaram como debatedores o vice-presidente da ANEFAC Edinilson Apolinário e as especialistas Cristiane Biazzin e Karen Facio.

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LIDERANÇA E GESTÃO DE PESSOAS

Consciência nos negóciosO livro Empresas Queridas (Firms of Endearment) demonstra que empresas conscientes têm desem-penho significativamente superior e mais susten-tável. O que estas empresas, como a Commerce Bank, Johnson & Johnson, Toyota, Google e Whole Foods têm em comum? Para falar sobre o assunto, o Comitê em Liderança e Gestão de Pessoas da ANEFAC, que tem como diretor executivo Emerson Weslei Dias, realizou reunião técnica em 16 de março. O palestrante Timothy Altaffer afirmou que o Capitalismo Consciente é a nova abordagem para condução de negócios adotada pelas melhores empresas do mundo. Elas estão sendo guiadas por um conjunto de valores que promove a prosperidade e a interligação de toda a cadeia de valor para atingir metas mais amplas de maneira justa e equilibrada.

Como lidar com as diferentes gerações no ambiente de trabalhoA interação entre gerações numa mesma equipe foi tema de reunião técnica realizada pela ANEFAC, por meio do Comitê de Liderança e Gestão de Pessoas, em 25 de abril. Conduzido pelo diretor executivo Emerson Weslei Dias e com palestra de Mauro de Oliveira, o encontro trouxe para discussão as formas de evitar conflitos entre pessoas de diferentes idades em uma empresa; como as diferentes gerações enxergam a relação com o tra-balho; e o fato de que conhecer os comportamentos e características de uma equipe é o passo principal para melhorar a gestão e aumentar a sinergia entre os grupos.

SUSTENTABILIDADE

Green Bonds: um flexível instrumento financeiro para financiamento de investimentos sustentáveisAnteriormente considerado um instrumento financeiro espe-cializado para instituições financeiras internacionais, os Green Bonds são considerados agora uma opção atrativa para a maioria das grandes empresas. A grande questão é que existe confusão no mercado sobre como tirar proveito deste instru-mento, segundo o palestrante Robert Ellison. “A ANEFAC Rio de Janeiro, por meio do Comitê de Sustentabilidade, realizou reunião técnica em 22 de março para mostrar como é possível acessar os benefícios deste produto financeiro inovador”, ex-plicou Luiz Paulo César Silveira, diretor executivo responsável.

PROCESSOS E RISCOS

Empresa Pró-ÉticaA CGU (Controladoria-Geral da União) e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social instituíram o Cadastro Empresa Pró-Ética em 2010, durante as comemorações do Dia Internacional de Combate à Corrupção. A iniciativa, pioneira na América Latina, foi criada para promover, junto ao setor empresarial, a adoção voluntária de medidas de integridade e de prevenção da corrupção, fomentando a criação de um ambiente corporativo mais íntegro, ético e transparente. O Comitê de Processos e Riscos da ANEFAC, que tem como diretor executivo Eduardo Nunes de Carvalho, trouxe o tema para discussão em reunião técnica realizada no dia 14 de março em São Paulo, com palestra de Sérgio Oliveira, sócio líder da área de Riscos e Auditoria da Crowe Horwath.

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