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Neoplasias Adriano de Carvalho Nascimento

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Neoplasias

Adriano de Carvalho Nascimento

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Neoplasias

Neo (novo) plasia (crescimento, formação).

Crescimento novo

Massa anormal de tecido cujo crescimento

excede aquele dos tecidos normais e não

está coordenado com ele, persistindo de

maneira excessiva mesmo após o término

do estímulo que induziu a alteração.

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Neoplasias

Principais conceitos:

• Tumor – inchaço, tumefação, aumento de

volume. Este termo tem origem inflamatória mas

hoje é utilizado para designar a massa tumoral.

Pode ser benigno ou maligno.

• Neoplasma

• Blastoma

• Neoplasia

• Câncer – termo utilizado para caracterizar todos

os tumores malignos.

• Oncologia – estudo dos tumores.

Também utilizados para designar a massa

tumoral (podem ser benignos ou malignos).

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Todos os tecidos tem origem em três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma)

Classificação das neoplasias

Os tumores podem se originar de qualquer um destes folhetos:

1. Tumores simples: as células neoplásicas (benignas ou malignas) se originam de apenas 1 folheto embrionário.

2. Tumores mistos: as células neoplásicas dão origem a 2 ou 3 folhetos embrionários (ambos neoplásicos). Podem ter um componente benigno e outro maligno, ambos benignos ou ambos malignos.

3. Tumores bifásicos: as células tumorais (monoclonais) estimulam a proliferação de um componente celular normal (policlonal).

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Classificação das neoplasias

Exemplos:

1. Tumor misto de glândula salivar (adenoma pleomórfico)

2. Tumor bifásico da mama (fibroadenoma)

3. Tumor misto de ovário (teratoma)

4. Tumor simples da mama (carcinoma ductal infiltrante)

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Principais estruturas derivadas das camadas germinativas:

Ectoderma• Sistema nervoso• Epitélio sensorial do olho, ouvido e nariz• Epiderme e seus anexos• Neurohipófise• Esmalte dos dentes• Melanócitos da pele

Mesoderma• Cartilagem• Osso• Tecido conjuntivo• Músculos lisos e estriados• Rins• Gônadas • Membranas serosas• Baço • Córtex supra renal

Endoderma• Revestimento epitelial dos tratos gastrointestinal e respiratório• Revestimento das vias urinárias• Revestimento da cavidade timpânica e tuba auditiva

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Nomenclatura:

• Tumores benignos:

• Nome da célula de origem acrescentado ao sufixo OMA.

• Tumores malignos:

• Tecido mesenquimal (são denominados sarcomas).

• Nome da célula de origem mais o sufixo sarcoma.

• Tecido epitelial (são denominados carcinomas).

• Epitélios convencionais de revestimento:

• Carcinoma mais o tecido epitelial de origem.

• Epitélio glandular:

• Adenocarcinoma mais o tecido epitelial de origem.

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Exemplos:

• Tecido mesenquimal benigno:

– Cartilagem (condroma).

– Osso (osteoma).

– Tecido adiposo (lipoma).

– Tecido muscular liso (leiomioma).

– Tecido muscular estriado (rabdomioma).

• Tecido mesenquimal maligno:

– Cartilagem (condrossarcoma).

– Osso (osteossarcoma)

– Tecido adiposo (lipossarcoma)

– Tecido muscular liso (leiomiossarcoma

– Tecido muscular estriado (rabdomiossarcoma)

Nomenclatura nos tumores

mesenquimais

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Nomenclatura nos tumores epiteliais

A nomenclatura dos tumores epiteliais é mais

complexa que nos tumores mesenquimais.

Podem ser classificados de várias maneiras:

1. Com base nas células parenquimatosas de origem e

no órgão envolvido

2. Na arquitetura microscópica ou macroscópica.

3. Denominações especiais (consagradas)

Assim como os epitélios, os tumores de origem epitelial

podem se originar dos três folhetos embrionários.

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Classificação quanto ao órgão de origem e tipo celular envolvido.

Tecidos epiteliais e correlatos

Benignos Malignos

Ectoderma

Mesoderma

Endoderma

Células basais da pele

Escamoso estratificado

Epitélio renal

Mesotélio*

Endotélio*

Hepatócitos

Epitélio transicional

Epitélio das vias respiratórias

Papiloma de células escamosas Carcinoma de células escamosas ou epidermóide

Carcinoma basocelular

Adenoma tubular renal Carcinoma de células renais

Mesotelioma benigno Mesotelioma maligno

Sarcoma de Kaposi

Adenoma Hepatocelular Carcinoma Hepatocelular

Papiloma de células transicionais

Carcinoma transicional

Carcinoma broncogênicoAdenoma broncogênico

_____________

_____________

_____________

*tendem a se comportar mais como sarcomas que como carcinomas

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Exemplos de nomenclatura quanto às característias macro e

microscópicas:

1. Papiloma urotelial da bexiga (deriva do urotélio que reveste o

trato urinário, recebe esta denominação por ter a formação de

papilas)

2. Cistadenoma papilífero do ovário (neoplasia benigna com morfologia cística e formação de papilas).

3. Cistadenocarcinoma papilífero do ovário (neoplasia maligna com morfologia cística e formação de papilas).

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Recebem a designação blastoma:

• Nome da célula de origem seguida do sufixo blastoma:

– Retinoblastoma.

– Neuroblastoma.

– Nefroblastoma (tumor de Wilms).

• Blastoma seguido do órgão de origem:

– Blastoma pleuropulmonar.

Nomenclatura nos tumores do blastema

embrionário

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Nomenclatura nos tumores

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Coristoma:

• Não é uma neoplasia.

• São tecidos normais ectópicos (mucosa gástrica ectópica

ou pâncreas ectópico no duodeno).

Hamartoma:

• Tecidos mal formados na sua topografia correta.

• Possui todos os elementos histológicos do tecido ou órgão

de origem.

Lesões mimetizadoras de neoplasias

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Parênquima:

• Células neoplásicas proliferantes.

Estroma:

• Constituído por tecido conjuntivo e vasos sanguíneos.

• Responsável pela nutrição e sustentação das células do

parênquima. Toda neoplasia precisa de nutrição para o seu

desenvolvimento

Constituição histológica dos tumores

O estroma é induzido pelas células do parênquima.

As células do parênquima secretam fatores de crescimento que

estimulam a proliferação de células fibroblásticas produtoras de

colágeno. Esse fenômeno é chamado desmoplasia.

Os fatores de crescimento também são responsáveis pela angiogênese.

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Padrão de crescimento:

• Benignos (expansivo, não invade tecidos adjacentes, tem limites)

• Malignos (infiltrativo, invadem tecidos adjacentes, não tem limites precisos)

Taxa de crescimento:

• Malignos (rápido)

• Benignos (lento)

Presença de cápsula:

• Benignos (geralmente encapsulados).

• Malignos (sem cápsula).

Capacidade de produzir metástases:

• Característica inerente aos tumores malignos (sua principal característica).

Características biológicas dos tumores

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Características histológicas dos tumoresDiferenciação (quanto à maturação das células):

• Tumores benignos (sempre bem diferenciados).

• Tumores malignos:1. Bem diferenciado. Se assemelham bastante ao tecido adulto que lhe deu origem.

2. Moderadamente diferenciado.

3. Pouco diferenciado.

4. Indiferenciado. Se assemelham à célula primitiva que lhe deu origem.

Anaplasia

• É uma característica dos tumores malignos.

• Caracterizada por células de tamanhos desiguais, acentuadas atipias

nucleares (pleomorfismo e aberrações nucleares), multinucleações,

gigantócitos e numerosos nucléolos.

Mitoses atípicas

• Distribuição irregular da cromatina com mitoses tri ou tetrapolares.

Perda da polaridade (a orientação das células é perdida).

Diferenciado: diferenciado das células primitivas de origem.

Se assemelham ao tecido adulto.

Indiferenciado: indiferenciado das células primitivas de

origem. Se assemelham às células primitivas de origem.

Podem ser:

•Sarcoma indiferenciado

•Carcinoma indiferenciado

•Neoplasia indiferenciada

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Invasão estromal e metástases

A capacidade de invadir e formar metástases são características dos

tumores malignos. As células neoplásicas ganham a capacidade de

ultrapassar a matriz extracelular e cair na corrente sanguínea.

As metástases podem ocorrer por diferentes vias:

1. Via linfática com crescimento secundário nos linfonodos regionais

(principalmente os carcinomas).

2. Via hematogênica com crescimento secundário em órgãos sendo os

principais os pulmões e o fígado (principalmente os sarcomas).

3. Semeadura: quando as células malignas ganham uma cavidade

aberta e se estabelecem na superfície de revestimento. Pode ocorrer

nas cavidades peritoneal, pleural, pericárdica, subaracnóidea e

articulações (ex.: tumores de ovário e retinoblastoma). A semeadura

entre diferentes indivíduos não foi relatada na espécie humana

Metástase: é o implante secundário do tumor primitivo em outros órgãos e

tecidos, distante do tumor principal. Geralmente são idênticas ao tumor principal

mas pode haver variação no imunofenótipo.

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Invasão estromal e metástases

Barreiras do organismo:

1.Membrana basal: dificulta a movimentação das

células. As células malignas ganham a capacidade

de destruir a MB do epitélio e do capilar

2.Linfócitos T killer e células Natural killer

(reconhecem e destroem células que expressam

receptores anormais).

3.Circulação: as células tumorais por terem

formatos irregulares sofrem mais atrito e podem se

romper com o fluxo turbilhonado.

4.Aderência de plaquetas e fibrina: podem

romper as células durante a retração ou formar

êmbolos tumorais.

5.Aderência ao endotélio: as células tumorais

possuem receptores com afinidade pelos

receptores do endotélio órgãos específicos

(fenômeno de homing).

6.Destruição da parede vascular e angiogênese

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São tumores com características de benignidade

mas com tendência a malignidade.

Várias classes de neoplasias tem grupos de tumores com

características intermediárias entre benignos e malignos, fazendo

com que seu comportamento não pode ser claramente previsto pelo

patologista ou oncologista:

Exemplos:

– Leiomiomas.

– Tumor de Brenner do ovário.

– Cistadenomas de ovário.

– Tumor filoides da mama.

Em geral a contagem de mitoses é o principal critério para

definir o comportamento da neoplasia.

Tumores “border line”

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Tumores mesenquimais

Morfologia geral

Tumor mesenquimal (Leiomioma) Pouco estroma de tecido conjuntivo e maior

riqueza de substância fundamental amorfa.

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Tumores epiteliais

Tecido epitelial

Os epitélios são constituídos pos células poliédricas

justapostas, entre as quais há pouca substância

extracelular.

As células epiteliais se aderem firmemente umas às

outras por meio de junções intercelulares

Principais funções dos epitélios

• Revestimento de superfícies (pele)

• Forramento e absorção (intestino)

• Secreção (glândulas)

• Sensorial (neuroepitélio)

• Muscular (mioepitélio)

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Tumores epiteliais

Morfologia geralNormalmente seguem a morfologia dos epitélios de origem:

• Pouca ou nenhuma substância intercelular.

• Grande coesão entre as células devido à presença de

desmossomos e interdigitações.

• Manutenção do fenótipo de origem (geralmente tendem a manter a

morfologia e constituintes da célula de origem, e continuar as

etapas de maturação do epitélio).

• Variações quanto ao grau de diferenciação (bem diferenciado,

moderadamente diferenciado e indiferenciado).

• O parênquima neoplásico tende a estimular a formação do estroma

conjuntivo.

• Características gerais (pleomorfismo nuclear e celular,

hipercromatismo nuclear, nucléolos evidentes e mitoses atípicas).

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Tumores derivados do mesotélio e endotélio

Morfologia geral

Possuem tendência a se comportar mais

como sarcomas do que como carcinomas.

Podem ter morfologia mista:

• Mesotelioma maligno sarcomatóide. Células fusiformes

e estroma fibroso que simula sarcoma

• Mesotelioma maligno predominantemente epitelial.

Formações glanduliformes de células mesoteliais

neoplásicas