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IPEF n.2/3, p.35-49, 1971

ADUBAO MINERAL NA FORMAO DE MUDAS DE EUCALIPTOJ. W. SIMES(*) R. M. SPELTZ(**) G. E. SPELTZ(**) H. A. MELLO(*) 1 - INTRODUO O sucesso de qualquer programa de florestamento ou de reflorestamento depende, em muito, da qualidade das mudas utilizadas. Para atingir tal objetivo, to importante quanto as sementes so as tcnicas empregadas para a produo de mudas superiores. E para obter mudas vigorosas e de rpido crescimento imprescindvel dispor de canteiros de semeadura preparados com solo de boa fertilidade. Entretanto, a obteno de solos naturalmente frteis torna-se progressivamente mais difcil, chegando, a ser impraticvel o uso de tais solos pelos grandes viveiros florestais. Face a isso, tem sido largamente recomendado o emprgo de estrco curtido em mistura a solos inferiores visando melhorar suas caractersticas tanto fsicas quanto qumicas, de modo a oferecer melhores condies para o bom desenvolvimento das mudas. No entanto a obteno do estrco, em quantidade suficiente para atender os grandes programas anuais de produo de mudas de essncias florestais hoje igualmente difcil e cara. Como necessidades bsicas de uma boa mistura de solo podem ser consideradas a porosidade, com vistas a assegurar boa drenagem da gua do solo e conseqente arejamento s razes e, a fertilidade, para propiciar rpido crescimento e vigor s mudas. A porosidade pode ser conseguida misturando-se terra arenosa e terra argilosa em propores adequadas a cada caso e, a fertilidade pela adio de fertilizantes minerais. Em vista das consideraes acima, foi proposto o presente trabalho com o objetivo de estudar as possibilidades de substituir o uso de solo orgnico de mata ou mistura com estrco pela aplicao de fertilizantes minerais na produo de mudas de eucalipto em recipientes. 2 - REVISO BIBLIOGRFICA grande o nmero de trabalhos sbre o uso de fertilizantes em viveiros florestais relatado pela bibliografia especializada. KOZLOWSKI (1966) menciona WAKELEY (1954) defendendo a tese de que os programas de fertilizao no devem objetivar a produo de mudas de mximo desenvolvimento por serem de baixa qualidade fisiolgica, em trmos de potencial de(*)

(**)

Departamento de silvicultura - ESALQ - USP Indstrias Klabin do Paran de Celulose S.A.

sobrevivncia. Fertilizao pesada produz mudas no indicadas ao plantio, com tecidos suculentos e relao raiz-caule desequilibrada. O mesmo autor cita que WILDE (1958) estabeleceu padres de fertilidade para solo de viveiro com o objetivo de produzir mudas de crescimento normal com alta capacidade de sobrevivncia.Fertilidade do solo Grau A Grau B Grau C pH Capacidade de troca (m.e./100g) 10,0 7,0 4,0 N total % 0,20 0,12 0,07 P2O5 K2O disponveis (kg/ha) 112 78 28 280 224 112 Ca Mg trocveis (m.e./100g) 5,0 2,5 1,5 2,0 1,0 0,5

5,5 - 7,3 5,0 - 6,0 4,8 - 5,5

O autor admite que sses padres obviamente variaro com as exigncias das espcies e que aplicaes excessivas de fertilizantes, especialmente sais nitrogenados, normalmente produzem mudas de baixa densidade especfica, que reflete em paredes finas dos traquedeos, considera ainda que tais mudas so muito suculentas e tm baixa resistncia sca, geadas e talvez a organismos parasitas. IYAMBO (1967) aceita como ponto pacfico a rpida deteriorizao da fertilidade do solo nos canteiros, devido s perdas de nutrientes por lixiviao e pela retirada pelas mudas. Em Gambari, Nigria, o status de nutrientes no viveiro e na floresta adjacente, 6 meses aps o corte era o seguinte (LOWE, 1966).C orgnico % Floresta Viveiro 2,6 1,6 N % 0,21 0,15 P2O5 Kg/ha 45 12 K2O Kg/ha 405 252 pH 6.9 7,6

Registra que o uso de fertilizantes artificiais como a principal fonte de nutrientes ganhou impulso rapidamente na dcada passada. A fonte e o montante aplicados variam com o desenvolvimento da prtica local, mas os ingredientes bsicos NPK so invarivelmente includos. Considera finalmente que a fertilidade local do solo de pouca importncia nos viveiros que produzem mudas em recipientes bastando que o solo tenha boa estrutura, pois a fertilidade pode ser melhorada com fertilizantes minerais. Cultivando E. saligna, E. botryoides e E. pilularis em vasos com soluo nutritiva, WILL (1963) encontrou os resultados seguintes: - As mudas carentes em potssio apresentaram entre-ns mais curtos na haste principal, enquanto que ramos primrios comearam a se desenvolver nas axilas de cada flha. Foi registrado tambm o aparecimento de alguns ramos secundrios. Dessa forma, as plantas apresentavam um aspecto repolhudo. - As mudas tratadas com as menores doses de nitrognio e cido fosfrico apresentaram poucos ramos e, em alguns casos, nem chegaram a form-los. - O crescimento em altura no parou em nenhum dos casos, porm foram bem inferiores, crca de metade do tratamento completo. KARSCHON e HAGIN (1961) em investigaes sbre as relaes entre o teor de nitrognio nas flhas de eucalipto e no solo determinaram que a colorao da flha de alto

valor dignstico como expresso do status do nitrognio. Assim o programa de fertilizao pode ser estabelecido com base nos sintomas das folhas. HAAG e COLABORADORES (1963) analisaram a composio de plantas com 2 anos de idade de Eucalyptus alba Reinw e E. grandis (Hill) ex Maidein cultivadas em solo de cerrado com acidez elevada constantando teores mdios de N, baixos em matria orgnica, P, K, Mg e contendo apenas traos de Ca. Concluram que as duas espcies so exigentes em Ca, N e K e menos exigentes em Mg e P. Adubando mudas de Eucalytus globulus e E. rostrata, em cobertura aos 40-50 dias aps a semeadura, OLIVEIRA (1964) utilizou 15 mg de N por 5cm3 de soluo e por 100 g de terra. Gastou 75 mg de N por muda competindo duas formas de nitrognio: a ntrica e a amoniacal. A soluo usada de nitrato de clcio (15,5%) tinha, pois, a concentrao de 19,3 g/l e a soluo de sulfato de amnio (20,5%) tinha a concentrao de 14,6 g/l. Para a rega, a soluo foi diluda a 1:1 e em seguida as mudas foram lavadas. Verificou que o efeito do tratamento pelo azoto ntrico (nitrato de clcio) foi sempre altamente significativo, enquanto que o do tratamento pelo azoto amoniacal (sulfato de amnio) raramente ultrapassou o da testemunha. Na produo de mudas de Pinus sp em canteiros de sementeira, KRUG(1963) afirmava que as adubaes podiam ser feitas antes da semeadura, e que conhecida a constituio qumica da terra, poderia ser feito o clculo da adubao a empregar. Em caso contrrio, usar um adubo completo de composio mdia. Salientava ainda que a aplicao de adubos slidos podia trazer certos inconvenientes se no fssem bem desfeitos. Chamava. no entanto, a ateno para a distribuio mais uniforme dos elementos nutritivos pela aplicao de solues, para as quais existem vrias frmulas estandartizadas, podendo ser algumas aplicadas de acrdo com a exigncia de determinada espcie. Para evitar acidentes com solues muito concentradas, recomendava muito cuidado por ocasio da dosagem. Ressaltava ainda a convenincia de fazer as aplicaes aps as mudas atingirem idade entre 1 a 2 meses. As aplicaes poderiam ser feitas uma vez por semana, ou mesmo, de 3 em 3 dias. N o fim da permanncia das mudas no viveiro, as aplicaes de adubo, em geral, seriam mais espaadas. Dessa forma, evita-se o crescimento excessivo com perdas no local da plantao definitiva. O mesmo autor (1964) fazia a seguinte recomendao para a adubao de mudas de Pinus sp. Preparar a mistura de 2.5 kg de sulfato de amnio, 4,0 kg de superfosfato simples e 1,2 kg de sulfato de potssio. Dissolver 200 g da mistura acima em 200 litros d'gua e regar uma vez por semana ou mais, aplicando no mximo 55 g da mistura por metro quadrado de canteiro, em cada aplicao. Em seguida lavar as mudas, regando novamente com gua limpa. MELLO e COLABORADORES (1969) utilizando solo pobre e cido do tipo cerrado como substrato na produo de mudas de Pinus khasya Royle por semeadura direta em sacos plsticos ao qual incorporaram NPK na proporo 6:10:3 sob a forma de sulfato de amnio, superfosfato simples e cloreto de potssio, razo de 4.5 g por recipiente verificaram: 1) a fertilizao mineral deu timos resultados em substituio adubao orgnica. tendo-se obtido diferenas altamente significativas no crescimento das plantas; 2) no se justificou o parcelamento do fertilizante nitrogenado, podendo ser todo le misturado ao solo antes da semeadura.

PARRY (1957) recomenda para viveiros florestais misturar bem com a terra, antes da semeadura, 200 g por metro quadrado da seguinte mistura: 3 partes de sulfato de amnio, 3 partes de superfosfato duplo e 1 parte de cloreto de potssio. Na produo de mudas de Eucalyptus saligna Sm. GUIMARES e COLABORADORES (1959) concluram ser possvel substituir o estrco palhoso na produo do torro paulista por sap picado, desde que se juntem adubos minerais nas doses de 0.236 g de N e 0.625 g de P2O5 por unidade. Quanto ao potssio, embora no tenha dado resposta no desenvolvimento das mudas, seria conveniente sua incorpao no torro, a fim de dar firmeza ao caule das plantas. 3 - MATERIAL E MTODOS 3.1 - Material 3.1.1 - Localizao O presente trabalho foi desenvolvido no viveiro central da Fazenda Monte Alegre pertencente s Indstrias Klabin do Paran de Celulose S.A., situada no municpio de Telmaco Borba, no Estado do Paran: em latitude sul de 24o13' e longitude oeste de 50o52', a uma altitude de 760 m. 3.1.2 - Clima O clima da regio do tipo C f b pelo sistema de Kppen ou seja, temperado mido, sem estiagem, onde a temperatura mdia do ms mais quente menor que 22oC e a do ms mais frio, menor que 18oC. A precipitao mdia do ms mais sco maior que 30 mm e a mdia anual de 1400 mm. QUADRO I - Condies meteorolgicas durante o perodo de formao das mudas.Meses Fevereiro Maro Abril Maio mnima 18,2 19,2 9,6 12,2 Temperaturas o C mxima 24,6 25,4 23,4 20,4 mdia 22,4 21,9 21,5 16,5 Total de chuva (mm) 26,6 92,0 380,0 122,2 Umidade relativa (%) 80,7 82,5 80,2 89,4

3.1.3 - Espcie A espcie escolhida foi Eucalyptus grandis Hill ex Maiden, cujas sementes foram obtidas do Hrto Florestal E. N. Andrade em Rio Claro, SP. 3.1.4 - Recipiente Os recipientes utilizados foram do tipo laminado, com 14 cm de altura e 6 cm de dimetro, enchidos com solo de campo slico-argiloso comum, extrado de um perfil, incluindo subsolo. sse solo pobre e de fcil obteno, foi escolhido, propositalmente, para servir de substrato fertilizao mineral em substituio ao solo de mata ou ao estrco

usualmente misturado para a produo de mudas naquele viveiro. Parcelas com substrato constitudo de solo de mata foram includas no experimento com tratamento comparativo. 3.1.5 - Solo A anlise qumica e mecnica dos dois tipos de solo revelo a seguinte composio: Quadro II - Resultado da anlise de soloSolo de Campo Mato pH 4,5 5,4 PO4-3 Campo Mato 0,02 0,05 M.O. 2,58 6,29 Porcentagem de argila 22,34 33,86 limo 7,77 35,90 areia 2,60 30,24 Al+3 2,60 0,45

Teores dos elementos (e.mg/100g) K+ Ca+2 Mg+2 0,15 0,45 0,86 11,28 0,37 2,16

3.1.6 - Fertilizantes Os fertilizantes minerais empregados foram: Sulfato de amnio (20% N), Superfosfato simples (18% P2O5), Cloreto de potssio (60%K2O), uria (45% N) e adubo Ouro Verde n.o 3 (25% N total, 15% P2O5, 10% K2O, 0,7% B e 0,7% Zn). 3.2 - Mtodos O experimento obedeceu ao delineamento estatstico inteiramente casualizado, com 4 repeties. Cada parcela ocupando 1 m2 foi constituda de l m2 laminados. Foi considerada uma bordadura simples, restando 196 unidades teis para anlise dos resultados. A distncia entre as parcelas foi de 0,5 m. 3.2.1. - Tratamentos Os tratamentos testados foram seguintes: 1 - Solo de superfcie (mato) rico em matria orgnica. 2 - Solo comum, misturado com 40 g de NPK 6:14:3 por litro de terra, antes da semeadura. 3 - Solo comum e regado com metade da dose (acima) NPK aos 30 dias e outra metade aos 45 dias aps a semeadura. 4 - Solo comum misturado mesma dosagem, com P, K e 1/3 de N antes da semeadura. O restante de N foi aplicado sob pulverizao foliar na forma de uria (Soluo 1% em gua, 50 ml/m2 de canteiro em cada aplicao) aos 30, 40, 50 e 60 dias aps a semeadura. 5 - Solo comum e pulverizao com adubo Ouro Verde (0,5 g/50 ml/m2 de canteiro em cada aplicao) aos 30, 40, 50 e 60 dias aps a semeadura. 6 - Solo comum sem adubao (testemunha).

3.2.2 - Semeadura A semeadura foi realizada em 10/02/1971, diretamente nos recipientes. Aps a distribuio das sementes e cobertura destas com leve camada de terra peneirada, os canteiros foram protegidos com casca de arroz em camada de 1 cm de espessura aproximadamente. A umidade foi mantida atravs de regas normais necessrias procurando conservar sempre condies ambientes semelhantes entre os tratamentos, durante todo o perodo de formao das mudas. Decorrido um ms aps a semeadura, procedeu-se ao desbaste das mudinhas excedentes em cada recipiente. 4 - RESULTADOS Para acompanhar o desenvolvimento das mudas, foram realizadas trs mensuraes de altura total, simultneamente com contagens de sobrevivncia. aos 60, 75 e 90 dias aps a semeadura. Apenas as plantas teis foram consideradas para anlise, cujos resultados so apresentados a seguir no quadro III. QUADRO III - Altura total e sobrevivncia das mudas - Mdias das 4 repetiesTratamentos altura (cm) 1 2 3 4 5 6 6,8 24,2 9,3 25,5 5,5 5,0 60 dias sobrevivncia (%) 85,9 82,2 71,0 87,4 69,3 76,4 altura (cm) 10,2 34,6 18,8 34,2 7,9 6,2 75 dias sobrevivncia (%) 81,4 68,2 65,0 77,7 67,1 71,1 altura (cm) 17,0 45,4 32,3 45,6 11,3 9,3 90 dias sobrevivncia (%) 81,9 66,9 62,0 71,7 67,0 71,9

A anlise estatstica dos dados de altura e de sobrevivncia so apresentados a seguir: QUADRO IV - Anlise de varincia das alturas totais aos 60 dias de idade.Causas de variao G. L. Q. M. Tratamentos 5 363,69 Resduo 18 5,92 Total 23 onde: ** = significativo ao nvel de 1% de probabilidade m = 12,75 cm C.V. = 19,08% F 61,43**

QUADRO V - Significncia dos contrastes pela aplicao do teste de Tukey:Tratamentos H. md.(cm) 1 2 3 4 5 6 6,8 24,2 9,3 25,5 5,5 5,0 1 6,8 2 24,2 17,4** 3 9,3 2,5 14,9** 4 25,5 18,7** 1,3 16,2** 5 5,5 1,3 18,7** 3,8 20,0** 6 5,0 1,8 19,2** 4,3 20,5** 0,5 -

Para a anlise estatstica da sobrevivncia os dados de porcentagem forma P / 100 transformados em arc sem QUADRO VI - Anlise de varincia da sobrevivncia aos 60 diasCausas de variao Tratamentos Resduo Total G. L. 5 18 23 Q. M. 123,40 90,64 F 1,36 n.s.

m = 63,70

C.V. = 14,95%

QUADRO VII - Anlise de varincia das alturas totais aos 75 dias de idadeCausas de variao G. L. Tratamentos 5 Resduo 18 Total 23 ** = significativo 1% de probabilidade m = 18,68 cm C.V. = 15,40% Q. M. 667,76 8,28 F 80,65**

QUADRO VII - Significncia dos contrastes pela aplicao do teste de TukeyTratamentos H. md.(cm) 1 2 3 4 5 6 10,2 34,6 18,8 34,2 7,9 6,2 1 10,2 2 34,6 24,4** 3 18,8 8,6** 15,8** 4 34,2 24,0** 0,4 15,4** 5 7,9 2,3 26,7** 10,9** 26,3** 6 6,2 4,0 28,3** 12,6** 28,0** 1,7 -

QUADRO IX - Anlise de varincia da sobrevivncia aos 75 diasCausas de variao Tratamentos Resduo Total G. L. 5 18 23 m = 58,24 Q. M. 68,00 35,50 C.V. = 10,23% F 1,92 n.s.

QUADRO X - Anlise de varincia das alturas totais aos 90 dias de idadeCausas de variao Tratamentos Resduo Total G. L. Q. M. F 5 1.098,12 137,95** 18 7,96 23 ** = significativo ao nvel de 1% de probabilidade m = 26,85 cm C.V. = 10,51%

QUADRO XI - Significncia dos contrastes pela aplicao do teste de TukeyTratamentos H. md.(cm) 1 2 3 4 5 6 17,0 45,4 32,3 45,6 11,3 9,3 1 17,0 2 45,4 28,4** 3 32,3 15,3** 13,1** 4 45,6 28,6** 0,2 13,3** 5 11,3 5,7 34,1** 21,0** 34,0** 6 9,3 7,7* 36,1** 23,0** 36,3** 2,0 -

QUADRO XII - Anlise de varincia da sobrevivncia aos 90 diasCausas de variao Tratamentos Resduo Total G. L. 5 18 23 m = 57,35 Q. M. 80,65 56,79 F 1,42 n.s.

C.V. = 13,14%

O grfico do desenvolvimento comparativo das mudas apresentado a seguir (Fig. 1)

5 - DISCUSSO DOS RESULTADOS Observa-se, pelos dados do quadro III, uma ntida superioridade dos tratamentos 2 e 4, ou seja, parcelas com solo de campo pobre, cido e de elevado teor de alumnio, porm que recebeu fertilizante mineral misturado ao solo antes da semeadura. A essa idade as mudas j se apresentavam em ponto de plantio definitivo. A anlise da varincia dos dados de altura total das mudas aos 60 dias comprova, estatisticamente, quadro V, que sses dois tratamentos diferem significativamente dos demais, com probabilidade de 1 % , porm no diferem entre si. Isso mostra ser dispensvel o parcelamento na aplicao do fertilizante nitrogenado. Os tratamentos 1, 3, 5 e 6 no diferiram entre si. J aos 75 dias (quadro VIII) o tratamento 3, constitudo do mesmo solo pobre mas, que recebeu fertilizao sob a forma de regas aplicadas aos 30 e 45 dias, mostrou-se superior aos tratamentos 1, 5 e 6, porm continua inferior ao 2 e 4, em ambos os casos com diferenas significativas a 1% .Isso demonstra o efeito retardado da fertilizao em cobertura sendo prefervel misturar o adubo ao solo. As mudas do tratamento 3 atingiram porte para plantio entre os 75 e 90 dias de idade. Pelo quadro XI verifica-se que somente aos 90 dias o tratamento I, constitudo de solo de mato mostrou pequena superioridade em relao testemunha, diferindo dela com significncia ao nvel de 5% de probabilidade. Continua no diferindo do tratamento 5, o qual recebeu pulverizaes com o adubo Ouro Verde e ambos inferiores aos tratamentos 2, 3 e 4. O tratamento 5 no surtiu qualquer efeito sbre o crescimento das mudas, nas doses utilizadas, pois, no diferiu da testemunha (solo de campo sem qualquer tratamento). Mesmo aos trs meses de idade as mudas dos tratamentos 1, 5 e 6 no haviam atingido altura suficiente, para o plantio no campo. Quanto sobrevivncia, observa-se pelos dados dos quadros VI, IX e XII, que no houve qualquer diferena significativa entre os tratamentos. A sobrevivncia mdia final foi de 70,26%. 6 - RESUMO E CONCLUSES Um experimento visando estudar o efeito da fertilizao mineral de solo pobre em substituio ao solo orgnico de mata natural na produo de mudas de eucalipto, foi realizado no viveiro florestal da Fazenda Monte Alegre. Esta pertence s Indstrias Klabin do Paran de Celulose S.A. e est situada no municpio de Telmaco Borba -PR. O clima da regio do tipo C.f.b. O solo utilizado para enchimento dos recipientes era arenoso, pobre e cido, apresentando ainda alto teor de alumnio trocvel. Para comparao foi includo um tratamento com solo retirado sob mata natural. Foram comparadas trs formas de aplicao do adubo mineral: em mistura com o solo, sob regas e em pulverizao foliar. A espcie adotada foi o Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. A semeadura foi feita diretamente nos recipientes do tipo laminado de pinho. O desenvolvimento das mudas foi acompanhado por mensuraes de altura total simultneamente com a contagem de sobrevivncia aos 60, 75 e 90 dias aps a semeadura. Pela anlise estatstica dos resultados pode-se chegar s seguintes concluses: 1 - possvel substituir o emprgo de solo de mata por solo arenoso e pobre na produo de mudas de eucalipto, desde que se proceda fertilizao mineral.

2 - O tratamento mais interessante pela eficincia e praticabilidade foi o do emprgo de fertilizantes minerais NPK em mistura ao solo antes da semeadura. 3 - sse tratamento permitiu a produo de mudas em um perodo de 60 dias. 4 - No houve necessidade de parcelar a aplicao do nitrognio. 5 - A fertilizao sob rega mostrou-se eficiente, porm de reao lenta. 6 - O emprgo de solo de mata no trouxe qualquer vantagem na produo de mudas. 7 - No houve interferncia dos tratamentos na sobrevivncia das mudas. 7 - SUMMARY This paper deals with seedlings production of Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. The objective is to study the possibilities of using mineral fertilization on poor and sandy soil in substitution of organic soil from natural stand. The essay was carried out in the forest nursery of Fazenda Monte Alegre, in Telmaco Borba, State of Paran, which climate type is C.f.b. Seedlings were producted through direct sowing method to veneer tubes with 14 cm long by 6 cm in diameter. Total higth and survival of seedlings were measured at 60,75 and 90 days of age. From Statistical analysis the following conclusions could be drawn: 1 - It was possible to substitute organic soil from natural stand by mineral fertilization on a poor and sandy soil to produce seedlings of Eucalyptus. 2 - The most interesting treatment by its efficiency and practicability was NPK mixed to poor soil before sowing. 3 -The production period in this case was 60 days. 4 - Parcelling nitrogen application was not necessary. 5 - Fertilization by irrigation with NPK water solution showed efficient, but of slow reaction. 6 - Organic soil was not advantageous on seedlings production. 7 - There was not influence of treatments on seedlings survival. 8 - BIBLIOGRAFIA CITADA GUIMARES, R. F. - 1959 - Adubao em torro paulista de Eucalyptus saligna Sm. Boletim n.o 12. Servio Florestal da Cia. Paulista de Estradas de Ferro. HAAG, .H.P.; F.A.F. MELLO; H.A. MELLO, M.O.C. BRASIL S.o e A.A. VEIGA - 1963 Composio quimica de Eucalyptus alba Reinw e Eucalyptus grandis (Hill) Maiden). Fertilite N.o 18 (9-12). IYAMBO, D. E. - 1967 - Pratice and research in tropical nursery techniques F.A.O. world symposium on man-made forests and their industrial importance. Canberra, Vol. 1 (252-263). KARSCHON, R. and I. HAGIN - 1961 - Nitrogen Relation in Eucalypt Nursery Stock. Contrib. on Eucalypts in Israel. The Nation. And Univ. Inst. of Agric. Israel.

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IPEF n.2/3, p.1-150, 1971